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Introdução à patologia Professor: Dr. Marcelo Araujo Patologia • Estudo (logos) do sofrimento (pathos) • Estuda as alterações estruturais, bioquímicas e funcionais que acontecem nas células, nos tecidos e nos órgãos • Ocorre respostas celulares a estímulos estranhos: • Estímulos tóxicos, estresse celular • Como as células respondem a esses estímulos Patologia Didaticamente a patologia é dividida em 2 disciplinas: • Patologia Geral - que estuda os fundamentos das doenças e objetiva a compreensão e a classificação das lesões básicas que determinam e que são determinadas pelas mesmas. • Patologia Sistêmica - que estuda as doenças específicas de cada órgão. Os 4 aspectos do processo das doenças Etiologia: relacionada à origem da doença, que inclui as causas fundamentais e os fatores modificadores Patogenia: refere-se às etapas do desenvolvimento da doença Obs. Enquanto a etiologia se refere a por que a doença surge, a patogenia descreve como a doença se desenvolve. Mudanças morfológicas: relacionada à alterações estruturais induzidas nas células e nos tecidos pela doença Relevância clínica: refere-se às consequências funcionais das mudanças morfológicas 1. Etiologia ou causa Principais fatores etiológicos: Genéticos Mutações herdadas, doenças associadas com variantes genéticas, ou polimorfismo. Adquiridos Infecciosos, nutricionais, químicos, físicos. 1. Etiologia ou causa A maioria das doenças mais comuns são multifatoriais e surge dos efeitos de vários estímulos externos em um indivíduo geneticamente susceptível 2. Patogenia Sequência de eventos na resposta das células ou tecidos ao agente etiológico, desde o estímulo inicial à expressão final da doença. Sendo o principal domínio da patologia. Mesmo quando a causa inicial é conhecida, ela está várias etapas distante da expressão da doença. “Como uma doença evolui e se desenvolve” 2. Patogenia Ex.: Eventos bioquímicos e morfológicos que levam à formação da fibrose nos pulmões, pâncreas e outros órgãos. 3. Alterações morfológicas Alterações estruturais nas células ou tecidos que são características de uma doença ou diagnósticas de um processo etiológico. Identificação da natureza e progressão da doença: Alterações morfológicas nos tecidos Alterações químicas Abordagens imunológicas e moleculares 4. Manifestações clínicas Alterações Genéticas Bioquímica Estruturais Anormalidades funcionais Sinais e sintomas da doença Progressão: curso clínico 4. Manifestações clínicas Qual a Diferença entre Sinais e Sintomas? 4. Manifestações clínicas Sinais Termo usado par a referir-se às manifestações ou alterações clínicas que são reconhecíveis por outra pessoa, em geral, por um profissional da área da saúde, por meio da observação direta do paciente, através de exame médico ou laboratorial Sintomas Termo usado par a referir-se às manifestações ou alterações clínicas que são percebidas pelo paciente e relatada por ele com base na sua percepção Homeostasia As células se ajustam constantemente sua estrutura e função em relação ao ambiente para se adaptarem às demandas de alterações e de estresse extracelular. Homeostasia – a célula mantém o meio intracelular dentro de uma faixa razoavelmente estreita dos parâmetros fisiológicos Visão Geral: Estágios na resposta celular ao estresse e estímulos nocivos Respostas adaptativas celulares Quando em resposta a um determinado estímulo, a célula pode sofrer alteração de: • Tamanho • Número • Forma • Fenótipo Alterações reversíveis Respostas adaptativas celulares Hipertrofia Hiperplasia Atrofia Metaplasia tamanho das células atividade funcional número de células tamanho das células atividade metabólica Mudança do fenótipo das células Respostas adaptativas celulares Hipertrofia HiperplasiaAtrofia Metaplasia Quando o estresse é eliminado, a célula pode retornar a seu estado original, sem ter sofrido qualquer consequência danosa. Hipertrofia Fisiológica: Academia: aumento da carga de trabalho (músculo) Aumento do útero durante a gravidez estimulado por estrógeno Patológica: Hipertrofia das fibras musculares cardíaca Casos de hipertensão ou doença de valva aórtica Hipertrofia fisiológica Hipertrofia Fisiológica: crescimento do útero durante a gravidez Hipertrofia patológica Hipertrofia Patológica: hipertrofia do músculo cardíaco Hipertrofia Normal HipertrofiaNormal Hipertrofia patológica Músculo estriado cardíaco (sobrecarga hemodinâmica crônica advindo da hiper tensão arterial ou valvas deficientes) Hiperplasia Caracterizada pelo aumento do número de células Ocorre em resposta ao mesmo estímulo que desencadeia a hipertrofia A hipertrofia e a hiperplasia podem ocorrer juntas Fisiológica: Hormonal ou compensatória Patológica: Atrofia Hiperplasia É o aumento do número d e células em tecido devido à proliferação de células diferenciadas e substituição por células-tronco resultando geralmente em aumento da massa do tecido ou órgão Hiperplasia patológica é um solo fértil para surgimento posterior de proliferação cancerosa Hiperplasia Hiperplasia Mecanismos Fisiológica Patológica Hormonal Compesatória Hiperplasia hormonal Aumenta a capacidade funcional de um tecido quando necessário. Exemplo: Aumento da proliferação do epitélio glandular da mama na puberdade ou gravidez por ação hormonal. Crescimento do endométrio após período menstrual. Hiperplasia Compensatória Aumenta a massa de tecido após lesão ou ressecção parcial. Exemplo: Remoção de um pedaço do fígado Hiperplasia Patológica Comumente causada por: Estimulação hormonal excessiva ou fatores de crescimento atuando e m células-alvo. Exemplo: Hiperplasia endometrial induzida por: • Hormônio hipofisários e estrogênio ovariano • Respostas características a algumas infecções virais Atrofia Diminuição do tamanho da célula por redução da substância celular e consequentemente, diminuição d o tamanho do órgão que está inserida Mecanismo: Diminuição atividade metabólica, diminuição da síntese de proteína e aumento da degradação proteica Mecanismos Fisiológica Patológica Atrofia Fisiológica Comum durante o desenvolvimento normal - Desenvolvimento fetal • Notocorda • Ducto tireoglosso - Gravidez • Útero após o parto - Envelhecimento • Menopausa (mama, vagina, endométrio) Geralmente associada com a perda de estimulação hormonal Atrofia Patológica Depende da causa básica e pode ser local ou generalizada As causas comuns são: • Diminuição da carga de trabalho (Atrofia por desuso) •Perda de inervação (Atrofia por desenervação) •Diminuição do suprimento sanguíneo (Atrofia senil patológica) •Nutrição inadequada (Atrofia por inanição) •Perda de estimulação endócrina (Atrofia do endométrio, mama e epitélio vaginal) •Pressão (Atrofia por compressão tecidual) Atrofia Exemplo: Atrofia senil patológica Diminuição do suprimento sanguíneo A: Cérebro normal de adulto jovem. B: Atrofia do cérebro em um homem de 82 anos com doença cerebrovascular aterosclerótica, resultante da redução do suprimento sanguíneo. Atrofia Exemplo: Pacientes paraplégicos ou em estado de coma -> Atrofia por desuso e/ou pressão Imagem: Profissional da saúde atuando na prática de exercícios nos membros do paciente para reduzir a possibilidade de atrofia e tromboembolismo Metaplasia Alteração reversível na qual um tipo celular (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro; A substituição ocorre a partir de um determinado estresse onde a nova célula é adaptada ao ambiente hostil. Resumo BIBLIOGRAFIA Abbas AK, Fausto N, Mitchell RN, Kumar V. Robbins patologia básica. Elsevier Brasil; 2008. Kumar V, Mitchell RN. Robbins e Cotran: Fundamentos de patologia. Elsevier Brasil; 2006. Robbins SL, Cotran RS, Kumar V, Collins T. Fundamentos de Robbins: patologia estrutural e funcional. In Fundamentos de Robbins: patologia estrutural e funcional 2001(pp. 766-766). Brasileiro Filho G. Bogliolo patologia geral. In Bogliolo patologia geral 1998 (pp. 312-312). Obrigado marceloaraujobio@hotmail.com marcelo.araujobio Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4214003Z7 marceloaraujo1 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4214003Z7
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