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FACULDADE DE MEDICINA DE GARANHUNS – FAMEG NATÁLIA FREIRE DA SILVA SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS I – SOI I TICS 1. Por que a anemia falciforme é mais comum em populações africanas? A Doença Falciforme é uma das doenças hereditárias mais comuns no mundo. Ocorre por causa de uma mutação no gene que produz a hemoglobina A (HbA). Essa mutação origina outro tipo de hemoglobina, denominada S (HbS). A doença se caracteriza pela mudança na estrutura dos glóbulos vermelhos, que assumem formato semelhante ao de uma foice ou meia lua. Assim, há dificuldade no transporte de oxigênio entre as células, podendo causar obstrução nos vasos sanguíneos distais. As pessoas com anemia falciforme propriamente ditam são aquelas que receberam os genes para essa doença de ambos os pais. Elas apresentam quadro mais sério do que aquelas que têm traço falciforme, ou seja: as que receberam tal herança somente do pai ou somente da mãe. O fenômeno provoca anemia e outros sintomas que vão desde dores articulares até infecções e atraso no desenvolvimento. A anemia falciforme ocorre principalmente na população de afro-americanos, afetando 1 a cada 500 recém-nascidos afro-americanos. A doença teve origem na África, ocorrendo dentre 0,3% a 1,0% dos negros da África Ocidental e dos afro-americanos e chegou ao continente americano em função do tráfico de pessoas negras escravizadas, durante o período colonial. Não é uma “doença de negros”, mas sim, uma doença eminentemente geográfica, produto de uma estratégia evolucionária humana para lidar com a malária causada pelo Plasmodium falciparum. Atualmente, mais da metade da população brasileira apresenta traços de afrodescendência, o que faz da doença falciforme a enfermidade hereditária mais comum do Brasil. REFERÊNCIAS CAVALCANTI, Juliana Manzoni; MAIO, Marcos Chor. Entre negros e miscigenados: a anemia e o traço falciforme no Brasil nas décadas de 1930 e 1940. Hist. cienc. saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro , v. 18, 2011. Manual de doenças mais importantes, por razões étnicas, na população brasileira afro-descendente. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
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