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30 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Limites O problema da área As origens do cálculo remontam à Grécia antiga, pelo menos 2.500 anos atrás, quando áreas eram calculadas utilizando o chamado “método da exaustão”. Naquela época, os gregos já sabiam encontrar a área de qualquer polígono dividindo-o em triângulos e, em seguida, somando as áreas obtidas. Para encontrar a área de uma figura curva, o método da exaustão consistia em inscrever e circunscrever a figura com polígonos e então aumentar o número de lados deles. Se An é a área do polígono inscrito com n lados, à medida que aumentamos n, An ficará cada vez mais próxima da área do círculo. Dizemos então que a área do círculo é o limite das áreas dos polígonos inscritos, e escrevemos 𝐴 = lim 𝑛→∞ 𝐴𝑛 Entretanto, os gregos não usaram explicitamente os limites. Limite de uma sequência O segundo paradoxo de Zenão (filósofo grego – V a.C) diz respeito a uma corrida entre o herói grego Aquiles e uma tartaruga para a qual foi dada uma vantagem inicial. Zenão argumentava que Aquiles jamais ultrapassaria a tartaruga se ele começasse em uma posição a1 e a tartaruga em t1, quando ele atingisse o ponto a2 = t1 a tartaruga estaria adiante, em uma posição t2. No momento em que Aquiles atingisse a3 = t2, a tartaruga estaria em t3. Esse processo continuaria indefinidamente, e, dessa forma, aparentemente a tartaruga estaria sempre a frente! Todavia, isso desafia o senso comum. 31 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Uma forma de explicar esse paradoxo usa a ideia de sequência. As posições sucessivas de Aquiles e da tartaruga são respectivamente (a1, a2, a3, ...) e (t1, t2, t3, ...), conhecidas como sequências. Em geral, uma sequência {an} é um conjunto de números escritos em uma ordem definida. A sequência {1, 1 2 , 1 3 , 1 4 , 1 5 , … } pode ser descrita pela fórmula 𝑎𝑛 = 1 𝑛 . Podemos visualizar essa sequência marcando seus termos sobre uma reta real. Observe que os termos da sequência an = 1/n tornam-se cada vez mais próximos de 0 à medida que n cresce. De fato, podemos encontrar termos tão pequenos quanto desejarmos, bastando tomarmos n suficientemente grande. Dizemos então que o limite da sequência é 0 e indicamos isso por: lim 𝑛→∞ 1 𝑛 = 0 Em geral, a notação lim 𝑛→∞ 𝑎𝑛 = 𝐿 é usada se os termos an tendem a um número L quando n torna-se grande. As posições sucessivas de Aquiles e da tartaruga formam as sequências {an} e {tn}, em que an < tn para todo n. Podemos mostrar que ambas as sequências têm o mesmo limite: lim 𝑛→∞ 𝑎𝑛 = 𝑝 = lim 𝑛→∞ 𝑡𝑛 É precisamente nesse ponto p que Aquiles ultrapassa a tartaruga. Soma de uma série Outro paradoxo de Zenão diz: “Uma pessoa em certo ponto de uma sala não pode caminhar até a parede. Para tanto ela deveria percorrer metade da distância, depois a metade da distância restante, e então novamente a metade da distância que restou e assim por diante, de forma que o processo pode ser sempre continuado e não terá um fim”. Como naturalmente sabemos que, de fato, a pessoa pode chegar até a parede, isso sugere que a distância total possa ser expressa como a soma de infinitas distâncias cada vez menores: 1 = 1 2 + 1 4 + 1 8 + 1 16 + ⋯ + 1 2𝑛 + ⋯ 32 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Se sn é a soma dos n primeiros termos da série. Temos: 𝑠1 = 1 2 = 0,5 𝑠2 = 1 2 + 1 4 = 0,75 𝑠3 = 1 2 + 1 4 + 1 8 = 0,875 𝑠4 = 1 2 + 1 4 + 1 8 + 1 16 = 0,9375 𝑠5 = 1 2 + 1 4 + 1 8 + 1 16 + 1 32 = 0,96875 ... 𝑠10 = 1 2 + 1 4 + 1 8 + ⋯ + 1 1024 ≈ 0,99902344 ... 𝑠16 = 1 2 + 1 4 + 1 8 + ⋯ + 1 216 ≈ 0,99998474 À medida que somamos mais e mais termos, as somas parciais ficam cada vez mais próximas de 1. Logo, é razoável dizer que a soma da série infinita é 1. A razão de a soma da série ser 1 é que lim 𝑛→∞ 𝑠𝑛 = 1 Entretanto, Zenão argumentava que não fazia sentido somar um número infinito de números. Porém, há situações em que fazemos implicitamente somas infinitas. Por exemplo, na notação decimal, o símbolo, 0, 3̅ = 0,3333 … significa 3 10 + 3 100 + 3 1000 + 3 10000 + ⋯ O problema da tangente A palavra tangente vem do latim tangens, que significa “tocando”. Assim, uma tangente a uma curva é uma reta que toca a curva. Em outros termos, uma reta tangente deve ter a mesma direção que a curva no ponto de contato. Para um círculo, poderíamos dizer que a tangente é uma reta que intercepta o círculo uma única vez. Para as curvas mais complicadas essa definição é inadequada. Na figura a seguir, as retas, l e t, passam pelo mesmo P em uma curva C. A reta l intersecta (cruza) C somente 33 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves uma vez, mas certamente não se parece com uma tangente. A reta t, parece ser uma tangente, mas intercepta C duas vezes. Para compreendermos o problema da tangente, vamos encontrar uma equação da reta tangente à parábola y = x2 no ponto que P (1, 1). Solução: Podemos encontrar uma equação da reta tangente t se soubermos sua inclinação m. A dificuldade está no fato de conhecermos somente o ponto P, em t, quando precisamos de dois pontos para calcular a inclinação. Para calcular uma aproximação de m escolhemos um ponto próximo Q (x, x2) sobre a parábola e calculamos a inclinação mPQ da reta secante PQ. (a palavra secante vem do latim secans, significando corte, é uma linha que corta (intersecta) uma curva mais de uma vez.) Escolhendo x ≠ 1 para que Q ≠ P, temos 𝑚𝑃𝑄 = 𝑥2−1 𝑥−1 As tabelas mostram os valores de mPQ para vários valores de x próximos a 1. x mPQ 2 1,5 1,1 1,01 1,001 1,0001 3 2,5 2,1 2,01 2,001 2,0001 x mPQ 0 0,5 0,9 0,99 0,999 0,9999 1 1,5 1,9 1,99 1,999 1,9999 Quanto mais próximo Q estiver de P, mais próximo x estará de 1 e mPQ estará próximo de 2. Isso sugere que a inclinação da reta tangente t deve ser m = 2. 34 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Supondo que a inclinação da reta tangente seja 2, podemos escrever a equação da tangente no ponto (1, 1) como: y – 1 = 2(x – 1) ou y = 2x – 1 Dizemos que a inclinação da reta tangente é o limite das retas secantes. Simbolicamente escrevemos: lim 𝑄 → 𝑃 𝑚𝑃𝑄 = 𝑚 e lim 𝑥→1 𝑥2−1 𝑥−1 = 2 Graficamente, podemos observar quando Q se aproxima de P pela direita: E pela esquerda: O problema da velocidade Suponha que uma bola é solta a partir do ponto de observação no alto de uma torre, 450 m acima do solo. Encontre a velocidade da bola após 5 segundos (no instante 5). Solução: Desprezando a resistência do ar, a distância percorrida por qualquer objeto em queda livre é proporcional ao quadrado do tempo de queda. Se a distância percorrida após t segundos for chamada s(t) e medida em metros, então: s (t) = 4,9t 2 A dificuldade em encontrar a velocidade após5 segundos está em tratarmos de um único instante de tempo (t = 5), ou seja, não temos um intervalo de tempo. Se aproximarmos a quantidade desejada calculando a velocidade média sobre o breve intervalo de tempo de um décimo de segundo, a partir de t = 5 até t = 5,1, temos: Δ𝑚 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 ⟹ 𝑠(5,1) − 𝑠(5) 0,1 = 4,9(5,1)2 − 4,9(5)2 0,1 = 49,49 𝑚/𝑠 35 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Resultados de cálculos da velocidade média em períodos de tempo cada vez menores: Intervalo de tempo Velocidade média (m/s) 5 ≤ t ≤ 6 5 ≤ t ≤ 5,1 5 ≤ t ≤ 5,05 5 ≤ t ≤ 5,01 5 ≤ t ≤ 5,001 53,9 49,49 49,245 49,049 49,0049 À medida que encurtamos o período do tempo, a velocidade média fica cada vez mais próxima de 49 m/s. A velocidade instantânea quando t = 5 é definida como o valor limite dessas velocidades médias em períodos de tempo cada vez menores, começando em t = 5. Logo, a velocidade (instantânea) após 5 segundos é v = 49 m/s. Limite de uma função – noções intuitivas Seja f (x) = x2 – x + 2. Analisando o comportamento da função para valores de x próximos de 2, temos: x mPQ 1 1,5 1,8 1,9 1,95 1,99 1,995 1,999 2,000000 2,750000 3,440000 3,710000 3,852500 3,970100 3,985025 3,997001 x mPQ 3,0 2,5 2,2 2,1 2,05 2,01 2,005 2,001 8,000000 5,750000 4,640000 4,310000 4,152500 4,030100 4,015025 4,003001 Pelas tabelas e pelo gráfico de f, vemos que quanto mais próximo x estiver de 2 (de qualquer lado de 2, esquerda ou direita), mais próximo f(x) estará de 4. Ainda, podemos tornar os valores de f (x) tão próximos de 4, quanto quisermos, ao tornar x suficientemente próximo de 2. Expressamos isso dizendo que “o limite da função f (x) = x2 – x + 2 quando x tende a 2 é igual a 4”, ou seja: lim 𝑥 → 2 (𝑥2 − 𝑥 + 2) = 4 36 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Intuitivamente, dizemos que “o limite de f (x), quando x tende a a, e igual a L”, se é possível tornar f (x) arbitrariamente próximo de L, desde que tomemos valores de x ≠ a, porém, suficientemente próximos de a. Então, escrevemos: lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = 𝐿 No cálculo de um limite, considerar x a significa que ao procurar o limite de f (x) quando x tende a a, nunca consideramos x = a. Na verdade, f (x) não precisas sequer estar definida quando x = a. A única coisa que importa é como f está definida próximo de a. Exercícios: 1) Estime o valor de lim 𝑥 → 1 𝑥−1 𝑥2−1 . 2) Estime o valor do limite de 𝑔(𝑥) = { 𝑥−1 𝑥2−1 , 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 1 2, 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 1 . 3) Estime o valor do limite de 𝑔(𝑡) = { 0, 𝑠𝑒 𝑡 < 0 1, 𝑠𝑒 𝑡 ≥ 0 . 37 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Limites laterais Dizemos que o limite à esquerda de ƒ(x) quando x tende a a (ou o limite de ƒ(x) quando x tende a a pela esquerda) é igual a L se pudermos tornar os valores de f (x) arbitrariamente próximos de L, para x suficientemente próximo de a e x menor que a. Escrevemos: lim 𝑥 → 𝑎− 𝑓(𝑥) = 𝐿 Analogamente, se for exigido que x seja maior que a, obteremos “o limite à direita de ƒ(x) quando x tende a a é igual a L”, e escrevemos: lim 𝑥 → 𝑎+ 𝑓(𝑥) = 𝐿 A notação “x 0–” indica que estamos considerando somente valores de t menores que 0. Da mesma forma, “t 0+” indica que estamos considerando somente valores de t maiores que 0. lim 𝑥 → 𝑎− 𝑓(𝑥) = 𝐿 lim 𝑥 → 𝑎+ 𝑓(𝑥) = 𝐿 Considerando os limites laterais, temos que lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = 𝐿 se e somente se lim 𝑥 → 𝑎− 𝑓(𝑥) = 𝐿 e lim 𝑥 → 𝑎+ 𝑓(𝑥) = 𝐿. Exercício: Utilize o gráfico da função g(x) para estabelecer os valores (caso existam) dos limites: a) lim 𝑥 → 2− 𝑔(𝑥) b) lim 𝑥 → 2+ 𝑔(𝑥) c) lim 𝑥 → 2 𝑔(𝑥) d) lim 𝑥 → 5− 𝑔(𝑥) e) lim 𝑥 → 5+ 𝑔(𝑥) f) lim 𝑥 → 5 𝑔(𝑥) 38 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Limites infinitos Definição: Seja f uma função definida em ambos os lados de a, exceto possivelmente em a. Então lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = ∞ significa que podemos fazer os valores de f (x) ficarem arbitrariamente grandes tomando x suficientemente próximo de a, mas não igual a a. Definição: Seja f uma função definida em ambos os lados de a, exceto possivelmente em a. Então lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = −∞ significa que os valores de f(x) podem ser arbitrariamente grandes, porém negativos, tomando x suficientemente próximo de a, mas não igual a a. Definições similares são dadas no caso de limites laterais: lim 𝑥 → 𝑎− 𝑓(𝑥) = ∞ lim 𝑥 → 𝑎+ 𝑓(𝑥) = ∞ lim 𝑥 → 𝑎− 𝑓(𝑥) = −∞ lim 𝑥 → 𝑎+ 𝑓(𝑥) = −∞ 39 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Definição: A reta x = a e chamada assíntota vertical da curva y = f (x) se pelo menos uma das seguintes condições estiver satisfeita: lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = ∞ lim 𝑥 → 𝑎− 𝑓(𝑥) = ∞ lim 𝑥 → 𝑎+ 𝑓(𝑥) = ∞ lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = −∞ lim 𝑥 → 𝑎− 𝑓(𝑥) = −∞ lim 𝑥 → 𝑎+ 𝑓(𝑥) = −∞ A função tg (x) possui várias assíntotas verticais. Exercício: Encontre lim 𝑥 → 3+ 2𝑥 𝑥−3 e lim 𝑥 → 3− 2𝑥 𝑥−3 . Verifique se existe assíntota vertical. Cálculo dos Limites Propriedades operatórias Seja c uma constante e suponha que lim ( ) x a f x e lim ( ) x a g x existem. Então: a) lim ( ) ( ) lim ( ) lim ( ) x a x a x a f x g x f x g x ] b) lim ( ) lim ( ) x a x a cf x c f x c) lim ( ). ( ) lim ( ).lim ( ) x a x a x a f x g x f x g x d) lim ( )( ) lim , desde que lim ( ) 0 ( ) lim ( ) x a x a x a x a f xf x g x g x g x 40 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves e) lim 𝑥 → 𝑎 𝑐 = 𝑐 f) lim 𝑥 → 𝑎 𝑥 = 𝑎 g) lim ( ) lim ( ) para qualquer inteiro positivo n n x a x a f x f x n h) lim ( ) lim ( ), se lim ( ) 0 e inteiro ou se lim ( ) 0 e é um número inteiro positivo ímpar n n x a x a x a x a f x f x f x n f x n i) lim ln ( ) ln[lim ( )], se lim ( ) 0 x a x a x a f x f x f x j) lim cos ( ) cos lim( ( )) x a x a f x f x k) lim ( ) lim( ( )) x a x a sen f x sen f x l) lim ( ) ( )lim x a f x f x x a e e Propriedade de substituição direta: Se f for uma função polinomial ou racional e a estiver no domínio de f, então: lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎) Exercícios 1) Use as Propriedades dos Limites e os gráficos de f e g para calcular os seguintes limites, se eles existirem. a) lim 𝑥 → −2 [𝑓(𝑥) + 5𝑔(𝑥)] b)lim 𝑥 → 1 [𝑓(𝑥)𝑔(𝑥)] c) lim 𝑥 → 2 𝑓(𝑥) 𝑔(𝑥) 2) Encontre os limites: a) lim 𝑥 → 2 (3𝑥2 − 5𝑥 + 2) b) lim 𝑥 → 5 (2𝑥2 − 3𝑥 + 4) 41 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves c) lim 𝑥 → −1 𝑥2+2𝑥−3 4𝑥−3 d) lim 𝑥 → 5 √3𝑥2 − 4𝑥 + 9 3 Expressões Indeterminadas São expressões que, a priori, nada pode-se afirmar sobre o valor de seus limites. Neste caso, é necessário um trabalho algébrico para transformar a expressão em uma equivalente a ela e, para a qual, seja possível o cálculo do limite. • Forma indeterminada do tipo 𝟎 𝟎 : ocorre se tivermos um limite da forma lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) 𝑔(𝑥) , em que f (x) 0 e g (x) 0 quando x a. • Forma indeterminada do tipo ∞ ∞ : ocorre quando temos um limite da forma lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) 𝑔(𝑥) , em que f (x) ∞ (ou - ∞) e g (x) ∞ (ou -∞) quando x a. • Forma indeterminada do tipo 0×∞: ocorre quando temos um limite da forma lim 𝑥 → 𝑎 [𝑓(𝑥)𝑔(𝑥)], em que lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = 0 e lim 𝑥 → 𝑎 𝑔(𝑥) = ∞ (ou -∞) quando x a. • Forma indeterminada do tipo ∞ - ∞: ocorre quando temos um limite da forma lim 𝑥 → 𝑎 [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)], em que lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = ∞ e lim 𝑥 → 𝑎 𝑔(𝑥) = ∞ quando x a. • Forma indeterminada do tipo 00, ∞0, 1∞: essas indeterminações surgem do limite lim 𝑥 → 𝑎 [𝑓(𝑥)]𝑔(𝑥), quando x a. Exercícios 1) Encontre os limites: a) lim 𝑥 → 1 𝑥2−1 𝑥−1 b) lim 𝑥 → 3 𝑥2−9 𝑥−3 c) lim 𝑥 → 9 √𝑥−3 𝑥−9 42 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves d) lim 𝑥 → −2 𝑥3−3𝑥+2 𝑥2− 4 e) lim ℎ → 0 (𝑥+ℎ)2−𝑥2 ℎ f) lim 𝑡 → 0 √𝑡2+9−3 𝑡2 Teorema: Se n > 0 é um número racional, tal que xn seja definida para todo x, então: lim 𝑥 → 0+ 1 𝑥𝑛 = ∞ e lim 𝑥 → 0− 1 𝑥𝑛 = { ∞, se 𝑛 é par −∞, se 𝑛 é ímpar Exercício: Encontre lim 𝑥 → 0+ 1 𝑥2 e lim 𝑥 → 0− 2𝑥2 𝑥5 . Teorema: lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = 𝐿 se e somente se lim 𝑥 → 𝑎− 𝑓(𝑥) = 𝐿 e lim 𝑥 → 𝑎+ 𝑓(𝑥) = 𝐿. Exercícios 1) Mostre que lim 𝑥 → 0 |𝑥| = 0 43 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves 2) Demonstre que lim 𝑥 → 0 |𝑥| 𝑥 não existe. 3) Se 𝑓(𝑥) = { √𝑥 − 4, 𝑠𝑒 𝑥 > 4 8 − 2𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 < 4 , determine se lim 𝑥 → 4 𝑓(𝑥) existe. 4) Se 𝑓(𝑥) = { 𝑥2 + 1, 𝑠𝑒 𝑥 < 2 2, 𝑠𝑒 𝑥 = 2 9 − 𝑥2, 𝑠𝑒 𝑥 > 2 , determine se lim 𝑥 → 2 𝑓(𝑥) existe. 5) Se 𝑓(𝑥) = { |𝑥−5| 𝑥−5 , 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 5 5, 𝑠𝑒 𝑥 = 5 , determine se lim 𝑥 → 5 𝑓(𝑥) existe. 6) Verifique se o limite lim 𝑥 → 3 (1 + √𝑥 − 3) existe. 44 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Teorema: Se f (x) ≤ g(x) quando x está próximo de a (exceto possivelmente em a) e os limites de f e g existem quando x tende a a, então lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) ≤ lim 𝑥 → 𝑎 𝑔(𝑥) Teorema do confronto: Se f (x) ≤ g(x) ≤ h(x) quando x está próximo de a (exceto possivelmente em a) e lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = lim 𝑥 → 𝑎 ℎ(𝑥) = 𝐿, então, lim 𝑥 → 𝑎 𝑔(𝑥) = 𝐿 Exercício: Mostre que lim 𝑥 → 0 𝑥2𝑠𝑒𝑛 1 𝑥 = 0. Definição de Limites A definição intuitiva de limite é inadequada para alguns propósitos, pois, frases como “x está próximo de a” e “f (x) aproxima-se cada vez mais de L” são vagas. Para chegar à definição precisa de limite, considere a função: 𝑓(𝑥) = { 2𝑥 − 1, 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 3 6, 𝑠𝑒 𝑥 = 3 45 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves É intuitivamente claro que quando x está próximo de 3, mas x ≠ 3, então f (x) está próximo de 5 e, sendo assim, lim 𝑥 → 3 𝑓(𝑥) = 5. Para obter informações mais detalhadas sobre como f(x) varia quando x está próximo de 3, fazemos a seguinte pergunta: Quão próximo de 3 deve estar x para que f (x) difira de 5 por menos que 0,1? A distância de x a 3 é |x – 3| e a distância de f(x) a 5 é |f (x) – 5|, logo, o problema consiste em achar um número tal que |f(x) – 5| < 0,1 se |x – 3| < mas x ≠ 3 Como |x – 3| > 0 e x ≠ 3, uma formulação equivalente do problema é achar um número tal que |f(x) – 5| < 0,1 se 0 < |x – 3| < Se assumirmos = (0,1)/2, então: 0 < |x – 3| < (0,1)/2 = 0,05, então |f (x) – 5| = | (2x – 1) – 5 | = |2x – 6| = 2| x – 3 | < 2(0,05) = 0,1 Ou seja, |f (x) – 5| < 0,1 se 0 < |x – 3| < 0,05. Assim, uma resposta para o problema é = 0,05; isto é, se x estiver a uma distância de no máximo 0,05 de 3, então f ( x) estará a uma distância de no máximo 0,1 de 5. |f(x) – 5 | < ε se 0 < |x – 3 | < = ε/2 Observe que 0 < |x – 3|< pode ser reescrita como 3 – < x < 3 + (x 3), assim como |f (x) – 5| < ε por 5 – ε < f (x) < 5 + ε. Definição: Seja f uma função definida sobre algum intervalo aberto que contém o número a, exceto possivelmente no próprio a. Então dizemos que o limite de f (x) quando x tende a a é L, e escrevemos 46 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = 𝐿 se para todo numero ε > 0 houver um número > 0 tal que seMM0 < |x – a| < então |f(x) – L| < ε Podemos também reformular esta definição em termos de intervalos, observando que a desigualdade |x – a| < é equivalente a – < x – a < , que pode ser escrita como a – < x < a + . Além disso, 0 < |x – a| é válida se, e somente se, x – a 0, isto é, x a. Analogamente, a desigualdade |f(x) – L| < ε é equivalente ao par de desigualdades L – ε < f(x) < L + ε. Portanto, em termos de intervalos, a definição pode ser enunciada como: Pela definição de limite, se for dado qualquer intervalo pequeno (L – ε, L + ε) em torno de L, então podemos achar um intervalo (a – , a + ) em torno de a, tal que f leve todos os pontos de (a – , a + ) (exceto possivelmente a) para dentro do intervalo (L – ε, L + ε). Graficamente, temos: Se lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = 𝐿, então podemos achar um número > 0 tal que, limitando x ao intervalo (a – , a + ) e x a, a curva y = f(x) ficará entre as retas y = L – ε e y = L + ε. Se um destes tiver sido encontrado, então qualquer outro menor também servirá. lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = 𝐿 se para todo ε > 0 (não importa quão pequeno ε for) podemos achar > 0 tal que, se x estiver no intervalo aberto (a – , a + ) e x a, então f (x) estará no intervalo aberto (L – ε, L + ε). 47 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Exercício 1) Seja f(x) = 2x + 1. Determine o intervaloque x deve pertencer, de modo que f(x) assuma valores com afastamento máximo de 0,001 de L = 3 quando a = 1. 2) Mostre que lim 𝑥 → 3 (4𝑥 − 5) = 7. 48 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves 3) Mostre que lim 𝑥 → 1 (5𝑥 + 1) = 6. Definição de Limites Laterais As definições intuitivas de limites laterais podem ser reformuladas com mais precisão da seguinte forma. Definição de limite à esquerda: lim 𝑥 → 𝑎− 𝑓(𝑥) = 𝐿 se para todo número ε > 0 houver um número correspondente > 0 tal que se a – < x < a então |f (x) – L| < ε Definição de limite à direita: lim 𝑥 → 𝑎+ 𝑓(𝑥) = 𝐿 se para todo número ε > 0 houver um número correspondente > 0 tal que se a < x < a + então |f (x) – L| < ε Definição de Limites Infinitos Os limites infinitos podem também ser definidos de maneira precisa. Definição: Seja f uma função definida em algum intervalo aberto que contenha o número a, exceto possivelmente no próprio a. Então lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = ∞ 49 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves significa que, para todo número positivo M, há um número positivo tal que se 0 < |x – a| < então f (x) > M Definição: Seja f uma função definida em algum intervalo aberto que contenha o número a, exceto possivelmente no próprio a. Então lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = − ∞ significa que, para todo número negativo N, há um número positivo tal que se 0 < |x – a| < então f (x) < N Limites no Infinito Seja 𝑓(𝑥) = 𝑥2− 1 𝑥2+ 1 . Vamos analisar o comportamento da função f quando x assume valores arbitrariamente grandes (positivos ou negativos). x f(x) ± 0 ± 1 ± 2 ± 3 ± 4 ± 5 ± 10 ± 50 ± 100 ± 1000 -1 0 0,600000 0,800000 0,882353 0,923077 0,980198 0,999200 0,999800 0,999998 50 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Quanto maior o valor de x, mais próximos de 1 ficam os valores de f(x). De fato, temos a impressão de que podemos tornar os valores de f (x) tão próximos de 1 quanto quisermos se tonarmos um x suficientemente grande. Essa situação é expressa simbolicamente escrevendo lim 𝑥 → ∞ 𝑥2 − 1 𝑥2 + 1 = 1 Em geral, usamos a notação lim 𝑥 → ∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿, para indicar que os valores de f (x) ficam cada vez mais próximos de L à medida que x fica maior. Exercício Encontre lim 𝑥 → ∞ 1 𝑥 e lim 𝑥 → −∞ 1 𝑥 . Teorema: Se n > 0 é um número racional, tal que xn seja definida para todo x, então: lim 𝑥 → ∞ 1 𝑥𝑛 = 0 e lim 𝑥 → −∞ 1 𝑥𝑛 = 0 Exercício Encontre os limites: a) lim 𝑥 → ∞ 3𝑥2−𝑥−2 5𝑥2+4𝑥+1 51 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves b) lim 𝑥 → ∞ 2𝑥−5 𝑥+8 c) lim 𝑥 → −∞ 2𝑥3−3𝑥+5 4𝑥5−2 Definição: A reta y = L é chamada assíntota horizontal da curva y = f (x) se lim 𝑥 → ∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿 ou lim 𝑥 → −∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿 Exercícios 1) Determine a assíntota horizontal da função 𝑓(𝑥) = √2𝑥2 + 1 − 𝑥. 2) Determine as assíntotas horizontais e verticais do gráfico da função 𝑓(𝑥) = √2𝑥2+1 3𝑥−5 : 52 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves 3) Calcule lim 𝑥 → 0− 𝑒 1 𝑥 4) Calcule lim 𝑥 → ∞ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 Limites Infinitos no Infinito Para indicar que os valores de f (x) tornam-se grandes quanto x se torna grande, usamos a notação lim 𝑥 → ∞ 𝑓(𝑥) = ∞. Significados análogos são dados pelos símbolos: lim 𝑥 → −∞ 𝑓(𝑥) = ∞ lim 𝑥 → ∞ 𝑓(𝑥) = −∞ lim 𝑥 → −∞ 𝑓(𝑥) = −∞ Exercícios Encontre os limites: a) lim 𝑥 → ∞ 𝑥3 b) lim 𝑥 → −∞ 𝑥3 c) lim 𝑥 → ∞ (𝑥2 − 𝑥) d) lim 𝑥 → ∞ 𝑥2+𝑥 3−𝑥 53 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Definição: Seja f uma função definida em algum intervalo (a, ∞). Então lim 𝑥 → ∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿 significa que para todo > 0 existe um correspondente número N tal que se x > N MMentãoMM|f (x) – L| < Graficamente: Definição: Seja f uma função definida em algum intervalo (-∞, a). Então lim 𝑥 → −∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿 significa que para todo > 0 existe um correspondente número N tal que se x < N MMentãoMM|f (x) – L| < Graficamente: Exercícios Use a definição para mostrar que lim 𝑥 → ∞ 1 𝑥 = 0. Definição (limite infinito no infinito): Seja f uma função definida em algum intervalo (a, ∞). Então lim 𝑥 → ∞ 𝑓(𝑥) = ∞ significa que para todo positivo M existe um correspondente número positivo N tal que se x > N MMentãoMMf (x) > M 54 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Graficamente: Limites Fundamentais Os limites fundamentais são utilizados para a solução de inúmeros problemas. Exercícios: Encontre os limites: a) lim 𝑥 → 0 𝑠𝑒𝑛 9𝑥 𝑥 b) lim 𝑥 → 0 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 c) lim 𝑥 → 0 𝑡𝑔 𝑥 𝑥 lim 𝑥 → 0 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑥 = 1 55 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Exercício: Encontre lim 𝑥 → ∞ (1 + 1 𝑥 ) 𝑎𝑥+𝑏 Exercício: 1) Utilize limites laterais para mostrar que lim 𝑥 → 0 (1 + 𝑥) 1 𝑥 = 𝑒 2) Determine lim 𝑡 → 0 𝑙𝑛(1 + 𝑡) 1 𝑡 lim 𝑥 → ±∞ (1 + 1 𝑥 ) 𝑥 = 𝑒 lim 𝑥 → 0 (1 + 𝑥) 1 𝑥 = 𝑒 56 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Exercícios: Encontre os limites: a) lim 𝑥 → 0 𝑎𝑥−𝑏𝑥 𝑥 b) lim 𝑥 → 2 5𝑥− 25 𝑥 − 2 c) lim 𝑥 → 0 23𝑥− 1 3𝑥 Continuidade O limite de uma função quando x ao tende a a pode muitas vezes ser encontrado simplesmente calculando o valor da função em a. Funções com essa propriedade são chamadas de contínuas em a. Um processo contínuo é aquele que ocorre gradualmente, sem interrupções ou mudanças abruptas. Definição: Uma função f é contínua em um número a se lim𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎) lim 𝑥 → 0 𝑎𝑥 − 1 𝑥 = ln 𝑎 (𝑎 > 0, 𝑎 ≠ 1) 57 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Esta definição requer três verificações para a continuidade de f em a: 1. f (a) está definida (isto é, a está no domínio de f ); 2. lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) existe; 3. lim 𝑥 → 𝑎 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎). Geometricamente, podemos pensar em uma função contínua em todo número de um intervalo, como uma função cujo gráfico não se quebra. No gráfico, há uma descontinuidade quando a = 1, pois, nesse ponto, o gráfico tem um buraco, ou seja, em 1 f (1) não está definida. O gráfico também tem uma quebra em a = 3. A razão para a descontinuidade nesse ponto é que f (3) está definida, mas limx3 f (x) não existe (os limites esquerdo e direito são diferentes). Logo f é descontínua em 3. Em a = 5 a função está definida e limx5 f (x) existe (pois o limite esquerdo e o direito são iguais), porém, lim 𝑥 → 5 𝑓(𝑥) ≠ 𝑓(5). Logo f é descontínua em 5. Exercícios Verifique se as funções são contínuas: a) 𝑓(𝑥) = 𝑥2−𝑥−2 𝑥−2 b) 𝑓(𝑥) = { 𝑥 + 1, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 1 𝑥2, 𝑠𝑒 𝑥 < 1 58 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves c) 𝑓(𝑥) = { 𝑥3 − 5𝑥 + 2, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0 𝑥 − 2, 𝑠𝑒 𝑥 < 0 d) 𝑓(𝑥) = { 𝑥3 − 5𝑥 + 2, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0 𝑥 + 2, 𝑠𝑒 𝑥 < 0 e) 𝑓(𝑥) = { 𝑥 + 1, 𝑠𝑒 𝑥 < 1 2 − 𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 1 59 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves f) 𝑓(𝑥) = 𝑥2−1 𝑥2+1 Definição: Uma função f e contínua à direita em um número a se lim 𝑥 → 𝑎+ 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎) e f e contínua à esquerda em a se lim 𝑥 → 𝑎− 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎) Definição: Uma função f e contínua em um intervalo se for contínua em todos os números do intervalo. Teorema: Se f e g forem contínuas em a e se c for uma constante, então as seguintes funções também são contínuas em a: 1. f + g 2. f – g 3. cf 4. fg 5. 𝑓 𝑔 se g(a) ≠ 0 Teorema: (a) Qualquer polinômio é contínuo em toda a parte; ou seja, é contínuo em ℝ = (-∞, ∞). (b) Qualquer função racional é contínua sempre que estiver definida, ou seja, é contínua em seu domínio. Exercício Encontre lim 𝑥 → −2 𝑥3+2𝑥2−1 5−3𝑥 . 60 Cálculo I – Profa. Adriana Cherri ________________________________________________________________________________ Notas de aula baseadas no livro Cálculo v1– James Stewart e Cálculo A – Flemming e Gonçalves Teorema: Se g for contínua em a e f em g(a), então a função composta f g dada por (f g)(x) = f (g(x)) é contínua em a. Exercício Verifique se a função sen(x2) é contínua. Teorema do valor intermediário: Suponha que f seja contínua em um intervalo fechado [a, b] e seja N um número qualquer entre f (a) e f (b), em que f (a) ≠ f (b). Então existe um número c em (a, b) tal que f (c) = N. O Teorema do Valor Intermediário afirma que uma função contínua assume todos os valores intermediários entre os valores da função f (a) e f (b). Nos gráficos podemos observar que o valor N pode ser assumido uma ou mais vezes. Exercício Mostre que existe uma raiz da equação 4x3 - 6x2 + 3x – 2 = 0 entre 1 e 2.
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