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CASO CONCRETO AULA 05 - CONTESTAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 80ª VARA DO TRABALHO DE CUIABÁ/MT.
Processo nº: 1000/2021
Reclamante: Joana da Silva 
Reclamado: Tecelagem Fio de Ouro S.A.
TECELAGEM FIO DE OURO S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº _________, com sede na (endereço completo com CEP da sede), endereço eletrônico _________, neste ato representada por (NOME DO REPRESETANTE), (nacionalidade do representante), (estado civil do representante), (profissão do representante), (identidade do representante), (CPF do representante), residente e domiciliado (endereço completo com CEP do representante), (endereço eletrônico ______), vem à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, oferecer
 CONTESTAÇÃO
Com fulcro no art. 847 da CLT, nos autos da Reclamação Trabalhista movida por JOANA DA SILVA, já devidamente qualificada na peça inicial, pelos fatos e fundamentos expostos a seguir.
I – DA SÍNTESE DA INICIAL 
Em sua inicial, a reclamante alega que prestou serviços para a reclamada entre 10/05/2011 e 29/09/2021, ajuizando ação trabalhista visando o pagamento de indenização por suposto dano moral sofrido, decorrente de alegada doença ocupacional.
Requereu, ainda, integração à sua remuneração do plano odontológico fornecido pela reclamada, bem como o pagamento das cestas básicas nos dois últimos meses de contrato, além de horas extras por alegado tempo à disposição em razão de culto ecumênico nas dependências da empresa. 
Por fim, pleiteou a conversão do pedido de demissão em dispensa sem justa causa, pagamento de plus salarial de 30%, por suposto acúmulo de função, e de adicional de periculosidade.
II – DA REALIDADE FÁTICA
 Em que pese ter alegado doença ocupacional, é cediço que a enfermidade acometida à reclamante não guarda relação com o trabalho, pois se trata de problema degenerativo. 
Quanto à integração do valor correspondente ao plano odontológico, vale ressaltar que a reclamada fornecia tal utilidade de acordo com os ditames legais, conforme se verá na fundamentação. 
Outrossim, não há que se falar em obrigação do pagamento: do adicional de periculosidade, pois inexistente situação perigosa; das cestas básicas no período alegado, pois não mais previsto em norma coletiva; das horas extras, vez que a obreira comparecia al culto voluntariamente. 
Ademais, existe declaração, escrita pela própria reclamante, de pedido de demissão, não existindo qualquer situação de coação alegada na inicial, além de que o acúmulo de função também é inexistente, ante à diferença entre os serviços prestados pelo garçom e os exercidos pela reclamante.
III – PRELIMINAR DE INÉPCIA DA INICIAL 
Ao analisar o pedido relativo ao adicional de periculosidade, observa-se que a reclamante deixou de fundamentá-lo, estando ausente, pois, a causa de pedir, que corresponde à fusão entre fatos e fundamentos, devendo a inicial ser considerada inepta, ante à previsão contida no art. 330, §1º, I, CPC.
 Nesse sentido, cabe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar a inépcia da inicial, nos termos do art. 337, inciso IV, CPC, que causará o indeferimento da peça inaugural. 
Portanto, requer que seja acolhida a presente preliminar, a fim de que seja indeferida a petição inicial, extinguindo-se o processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, inciso I, do CPC.
IV – DA RESOLUÇÃO DO MÉRITO 
a) Prejudicial de mérito: prescrição quinquenal
 	A prescrição para o ajuizamento da ação trabalhista deve obedecer ao que dispõem os arts. 7º, XXIX, da CF/88 e 11, caput, da CLT, interpretados pelo TST na Súmula 308, observando-se, com isso, a incidência da prescrição parcial, que impossibilita o exame de pretensões anteriores a 5 (cinco) anos contados do ajuizamento da ação.
No caso ora à baila, requer que toda e qualquer pretensão do reclamante seja limitada a 15/10/2016, tendo em vista o ajuizamento da ação em 15/10/2021.
b) Da impossibilidade de dano moral
Como já mencionado, a enfermidade que a reclamante alega ter ligação com o trabalho se trata de doença degenerativa, conforme se observa nos laudos juntados pela própria trabalhadora. 
Sobre esse tema, o art. 20, §1º, alínea “a”, da Lei nº 8.213/1991 é claro ao definir que não se inclui como doença do trabalho aquela que seja degenerativa, fazendo cair por terra o argumento da reclamante. 
Inexistindo nexo causal entre o trabalho e a doença, não há que se falar em dano indenizável, requerendo, portanto, a improcedência do pedido em discussão.
c) Da não integração do plano odontológico
A CLT prevê, em seu art. 458, no rol do §2º, as utilidades que não integram o salário do empregado, estando incluso no inciso IV desse dispositivo, a assistência odontológica, prestada pela empresa ou por terceiros.
 Na situação dos autos, a reclamante recebia de forma devida a utilidade, pois, ainda que gratuita, não deve incorporar o seu salário, nos termos da legislação consolidada, merecendo, assim, ser julgado improcedente o pedido de integração, o que se requer desde já.
d) Das cestas básicas indevidas
Ao deixar de fornecer as cestas básicas com o fim da vigência da CCT regente da categoria da reclamante, a empresa reclamada agiu em atenção ao que prevê o art. 614, §3º, da CLT. 
Segundo tal dispositivo, a norma coletiva não tem força de ultratividade, cessando sua aplicação, e dos benefícios nela previstos, com o fim da sua vigência, conforme ocorreu nos autos. 
Assim, requer o indeferimento da indenização dos valores correspondentes às cestas básicas.
e) Da inexistência de tempo à disposição
É possível, observando os autos, concluir que a participação da reclamante aos cultos ecumênicos era faculdade sua, e não determinação da reclamada, a teor do que se vê na circular colacionada aos autos, denotando a voluntariedade da participação.
 	Nessa esteira, o art. 4º, §2º, da CLT define que não se considera como tempo à disposição o período em que o empregado, por escolha própria, permanece nas dependências da empresa para participar de culto religioso, conforme o inciso I do dispositivo celetista. 
Assim, não há que se falar em horas extras por tempo à disposição, requerendo, com isso, a improcedência desse pedido.
f) Da validade do pedido de demissão
 Ao alegar que seu pedido de demissão decorreu de ato de coação do empregador, a reclamante chamou para si o ônus da prova, pois a ela cabe a obrigação de comprovar os fatos constitutivos do seu direito (art. 818, inciso I, CLT). 
Na situação em comento, a obreira não de desincumbiu do seu ônus, pois não produziu prova que contrariasse a declaração, escrita de próprio punho, do requerimento do pedido de demissão. 
Requer, assim, a improcedência do pleito de conversão do pedido de demissão em demissão sem justa causa.
g) Da inexistência de acúmulo de função 
Não obstante a alegação de acúmulo de função, observa-se que os serviços declarados pela reclamante não são os mesmos dos de garçom, pois estes servem clientes, e ela, conforme relatos da inicial, servia alguns colegas de trabalho.
 Ademais, não houve qualquer produção de prova no sentido de que há a proibição da realização da função desempenhada, de sorte que, por força do art. 456, parágrafo único, da CLT, inexistindo tal comprovação, subtende-se que a reclamante se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal. 
Portanto, requer a improcedência do pedido de plus salarial, ante à inexistência de acúmulo funcional.
h) Dos honorários advocatícios sucumbenciais
 No processo do trabalho, é devida a condenação da parte vencida ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, à razão de 5% (cinco por cento) a 15% (quinze por cento), nos termos do art. 791-A da CLT.
 Portanto, requer o pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, no patamar de 15% (quinze por cento) sobre o valor da liquidação de sentença.
i) Dos juros de mora 
Caso a Reclamada seja condenada ao pagamento de alguma parcela, requer que os juros moratórios incidam a partir da data do ajuizamento da ReclamaçãoTrabalhista, segundo art. 883 da CLT.
V – DO REQUERIMENTO
Diante do exposto, requer:
a) que seja ACOLHIDA A PRELIMINAR ORA SUSCITADA, a fim de se determinar a EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO;
 b) no mérito, que sejam JULGADOS IMPROCEDENTES OS PEDIDOS formulado na inicial, convalidando-se a preliminar, além de:
 b.1) que toda e qualquer pretensão do reclamante seja limitada a 15/10/2016, tendo em vista o ajuizamento da ação em 15/10/2021;
 b.2) declarar a improcedência do pedido de indenização por danos morais; 
b.3) que seja improcedente o pedido de integração do plano odontológico; 
b.4) indeferir a indenização dos valores correspondentes às cestas básicas;
 b.5) determinar a improcedência do pedido de horas extras por tempo à disposição;
b.6) reconhecer a improcedência do pleito de conversão do pedido de demissão em demissão sem justa causa;
 b.7) determinar a improcedência do pedido de plus salarial, ante à inexistência de acúmulo funcional 
c) o pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, no importe de 15%, conforme o disposto no art. 791-A da CLT;
 d) que os juros moratórios incidam a partir da data do ajuizamento da Reclamação Trabalhista, em caso de eventual condenação; 
e) a dedução das parcelas pagas sob idêntico título, para que se evite o enriquecimento sem causa, bem como a compensação de valores que eventualmente tenham sido pagos.
VI – DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal do reclamante, oitiva de testemunhas, sem prejuízo de outras provas eventualmente cabíveis. 
Nestes termos,
Requer Deferimento.
Cuiabá/MT, (data).
(Advogado), (OAB nº ____)

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