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caso concreto 7 prática do trabalho

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XXVIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO
A sociedade empresária Tecelagem Fio de Ouro S.A. procura você, como advogado(a), afirmando que Joana da Silva, que foi empregada da Tecelagem de 10/05/2008 a 29/09/2018, ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária, em 15/10/2018, com pedido certo, determinado e com indicação de seu valor. O processo tramita na 80ª Vara do Trabalho de Cuiabá, sob o número 1000/2018. 
Joana requereu da ex-empregadora o pagamento de (1) indenização por dano moral, alegando ser vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não respeitava as normas de ergonomia. Disse, ainda, que a empresa fornecia plano odontológico gratuitamente, requerendo, então, a sua integração, para todos os fins, como (2) salário utilidade. Afirma que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os empregados, uma (3) cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018, violando direito adquirido, pelo que requer o seu pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018. Relata que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição do empregador, que deve ser remunerado como (4) hora extra, o que requereu.
Joana afirma que foi coagida moralmente a pedir demissão, pois, se não o fizesse, a sociedade empresária alegaria dispensa por justa causa, apesar de ela nada ter feito de errado. Assim, requer a (5) anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos como sendo uma dispensa sem justa causa. Ela reclama que foi contratada como cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato, após preparar os alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levar a refeição para os 5 empregados do setor. Esse procedimento caracterizaria (6) acúmulo funcional com a atividade de garçom, pelo que ela requer o pagamento de um plus salarial de 30% sobre o valor do seu salário. Por fim, formulou um pedido de (7) adicional de periculosidade, mas não o fundamentou na causa de pedir. 
Joana juntou, com a petição inicial, os laudos de ressonância magnética da coluna vertebral, com o diagnóstico de doença degenerativa, e a cópia do cartão do plano odontológico, que lhe foi entregue pela empresa na admissão. Juntou, ainda, a cópia da convenção coletiva, que vigorou de julho de 2016 a julho de 2018, na qual consta a obrigação de os empregadores fornecerem uma cesta básica aos seus colaboradores a cada mês, e, como não foi entabulada nova convenção desde então, advoga que a anterior prorrogou-se automaticamente. Por fim, juntou a circular da empresa que informava a todos os empregados que eles poderiam participar de um culto na empresa, que ocorreria todos os dias ao fim do expediente. 
A ex-empregadora entregou a você o pedido de demissão escrito de próprio punho pela autora e o documento com a quitação dos direitos da ruptura considerando um pedido de demissão.
Diante da situação, elabore a peça processual adequada à defesa dos interesses de seu cliente.
AO JUÍZO DO TRABALHO DA 80ª VARA DO TRABALHO DE CUIABÁ /MT
Processo nº. 1000/2018 
 	TECELAGEM FIO DE OURO S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n° ..., situado na Rua ..., n° ... Bairro ..., Estado ..., Cuiabá/MT..., CEP ..., endereço eletrônico ..., vem, por seu advogado abaixo assinado, procuração em anexo, (art. 77 e 103 do CPC), com escritório na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., endereço eletrônico ..., com base no art. 847, p.u da CLT apresentar
CONTESTAÇÃO
em face da reclamação trabalhista ajuizada pela JOANA DA SILVA, já devidamente qualificada, pelos fatos e direito que passa expor.
DA PRELIMINAR:
 		Preliminarmente, tendo em vista que a reclamante ao formular o pedido de adicional de periculosidade não fundamentou a causa de pedir, requer a extinção do referido pedido, sem resolução de mérito, tendo em vista a inépcia da petição inicial, conforme art. 330, § 1º, inciso I c/c art. 485, inciso I, ambos do CPC/15. 
PREJUDICIAL DE MÉRITO:
		Por cautela, argui-se a prejudicial de mérito da prescrição parcial das parcelas anteriores ao dia 15/10/2013, uma vez que a presente reclamação trabalhista foi ajuizada no dia 15/10/2018, tudo nos termos do art. 11 da CLT e consequentemente a extinção do processo nos termos do art. 487, II do CPC.
 
 		OBS: Por cautela, argui-se a prescrição parcial, nos termos do art. 11 da CLT, art. 7, XXIX, CF/88 e Súmula 308 TST, consequentemente a extinção do processo nos termos do art. 487, II do CPC.
DO BREVE RESUMO DO CONTRATO DE TRABALHO:
 
		Incialmente, cumpre salientar que a reclamante iniciou a prestação de serviço no dia 10/05/2008, para exercer a função de cozinheira e pediu demissão no 29/09/2018. 
 		Ajuizou a presente reclamação trabalhista no 15/10/2018 e postulando a condenação da reclamada nas seguintes verbas: 1) dano moral; 2) hora extra; 3) cesta básica mensal; 4) salário utilidade (...)
DO NÃO CABIMENTO DO DANO MORAL:
		
 		Pois bem, a reclamante postula a condenação da reclamada no pagamento de indenização por dano moral, pois supostamente foi acometida por uma doença profissional, já que nas palavras da mesma o mobiliário da reclamada não respeitava as normas de ergonomia.
 		Contudo, não merece prospetar tal pretensão, pois a reclamante era portadora de doença degenerativa, conforme documento anexado pela mesma na própria inicial, tudo nos termos do art. 20, § 1º, alínea “a”, da Lei nº 8.213/91, ou seja, a doença degenerativa afasta a alegada doença ocupacional.
DO NÃO INTEGRAÇÃO DO PLANO ODONTOLÓGICO:
		
 		Com relação ao plano odontológico, informa a reclamante que a reclamada fornecia gratuitamente o referido benefício, qual seja, plano odontológico, motivo pelo qual postula sua integração, para todos os fins legais como salário utilidade.
 		
 		Porém, não procede tal insurgência, pois o referido benefício não caracteriza salário utilidade, por expressa vedação legal, conforme art. 458, § 2º, inciso IV e § 5º, da CLT, daí porque não poderá ser integrado ao salário da reclamante.
DO NÃO PAGAMENTO DA CESTA BÁSICA:
		
 		Da mesma forma, postula a reclamante o pagamento de cesta básica dos meses de agosto e setembro de 2018, pois defende que nos últimos dois anos, a reclamada fornecia a todos os empregados uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018, violando supostamente seu direito adquirido.
 		
 		Todavia, conforme documento anexado, a convenção coletiva vigorou de julho de 2016 até julho de 2018, e, como não foi entabulada uma nova convenção coletiva. 
 		Logo, não procede a pretensão da reclamante no sentido de que a anterior prorrogou-se automaticamente, pois o prazo de vigência da convenção coletiva é de até 2 anos e inexiste ultratividade da norma coletiva, conforme o art. 614, § 3º, da CLT.
DO NÃO CABIMENTO DE HORAS EXTRAORDINÁRIAS:
 
 		A reclamante alegou na petição inicial que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da reclamada para participar de um culto ecumênico, caracterizando supostamente, tempo à disposição do empregador, motivo pelo qual postulou o pagamento das horas extras.
 
		Porém, conforme circular já anexada pela própria reclamante a participação em práticas religiosas dentro da reclamada, não era obrigatória, mas sim optativa (facultativa), ou seja, nos termos do art. 4º, § 2º, inciso I, da CLT, não é considerado tempo à disposição e consequentemente improcede o pedido de hora extras.
 DA SUPOSTA COAÇÃO NO PEDIDO DE DISPENSA DA RECLAMANTE:
		
 		A reclamante afirma que foi coagida moralmente ao pedir demissão, pois, supostamente, se não o fizesse a reclamada o dispensaria por justa causa, motivo pelo qual requereu a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos como sendo uma dispensa sem justa causa.
 		Contudo, improcede tal afirmação, pois não há nenhum vício no pedido de demissão da reclamante, eis que a mesma formulou tal pedido, inclusive escritode próprio punho, conforme documento anexo, nos termos do art. 818, inciso I, da CLT c/c do art. 373, inciso I, do CPC/15. 
DO SUPOSTO ACUMULO DE FUNÇÃO:
		
 		Sustenta a reclamante que foi contratada como cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato de trabalho, após preparar os alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levar a refeição para os 5 empregados do setor, que segundo a mesma caracterizaria acúmulo funcional com a atividade de garçom, pelo que postula o pagamento de um plus salarial de 30% sobre o valor do seu salário.
 		
 		Todavia, não assiste razão, eis que a atividade desempenhada pela empregada era compatível com a sua condição pessoal e profissional, logo improcede o alegado acumulo funcional, bem como o plus salarial de 30%, conforme art. 456, parágrafo único, da CLT.
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:
		
 		Por fim, em razão da manifesta improcedência da pretensão autoral, requer a condenação da mesma nos honorários advocatícios, no valor de 15%, nos termos do art 791, A, CLT.
DO PEDIDO:
 		Isto posto, requer:
1. O acolhimento da preliminar de inépcia da petição inicial, bem como a extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do inciso I do art. 485, do CPC, conforme causa de pedir;
2. seja reconhecida a prejudicial de mérito da prescrição parcial, conforme causa de pedir, extinguindo-se o processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, II do CPC;
3. E no mérito, a improcedência da presente reclamação trabalhista, conforme causa de pedir, bem como a compensação das verbas eventualmente pagas a reclamante, nos termos do art. 767, CLT;
4. Condenar o reclamante nos honorários sucumbenciais nos termos do art. 791-A da CLT, no valor de R$..... 
DAS PROVAS:
 	A reclamada pretende produzir todos os meios de provas admitidos em direito, conforme art. 369 do CPC.
Ou 
 	Pretende-se produzir todos os meios de provas admitidos em direito, conforme art. 369 do CPC.
P. Deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF

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