Buscar

Distúrbios respiratórios na infância - IVAS

Prévia do material em texto

Distúrbios respiratórios na infância - ivas 
Diagnóstico Clinico Kathlyn Póvoa 
 
 
Objetivos: 
 IVAS → Infecção de vias aéreas 
superiores 
 Conhecer os principais agentes 
etiológicos das IVAS 
 Conhecer o raciocínio diagnóstico das 
IVAS 
 Conhecer o diagnostico diferencial da 
faringite (viral e bacteriana) e da 
obstrução das vias aéreas altas; 
 
Vias aéreas superiores: cavidade nasal, cavidade 
bucal, seios paranasais, coanas, orelha media, 
nasofaringe, orofaringe e hipofaringe, e mais 
abaixo a laringe. 
Conceito: 
IVAS: são as infecções que atingem as 
estruturas das vias aéreas acima da laringe, 
inclusive. 
• Rinofaringite (resfriado comum); 
inflamação da cavidade nasal e faringe 
(nasofaringe, orofaringe. É o comum 
resfriado; 
• Faringite (faringotonsilite): tonsilas são 
as amigdalas (tonsila palatina/amigdala 
e tonsila faríngea/adenoide) 
Complicações: 
• OMA (Otite Média Aguda); 
• Sinusite; 
 
 
Obstrução infecciosa das vias aéreas superiores: 
• Epiglote → epiglotite/supraglotite 
• Laringe → laringite 
Epidemiologia: 
São bem mais frequentes do que as infecções das 
vias aéreas inferiores 
Crianças de até 5 anos possuem: 
• Zona rural: 1-4 episódios por ano; 
• Zona urbana: 6-8 episódios por ano; 
• Creche-escola: 19-14 episódios por ano. 
É uma situação comum/aceitável, porque as 
crianças estão em contato com o agente 
etiológico frequentemente. 
 Alta morbidade e baixa mortalidade 
Etiologia: 
Vírus: 
• Rinovirus → o mais comum em resfriados 
• Coronavirus 
• Parainfluenza 1,2,3] 
• Adenovirus 
• Enterovirus 
• Influenza A e B 
• Vírus sincicial respiratório 
Bactérias: 
• Estreptococo beta-hemolítico do grupo A 
→ deve-se dar maior importância para 
essa bactéria. 
• Pneumococo 
• Haemophilus influenzae 
• Moraxella catarrhalis 
Mycoplasma Pneumoniae 
 
Fisiopatologia: 
 Todo epitélio respiratório é um epitélio 
pseudoestratificado colunar, ciliado (para 
movimentar o muco) e entremeados com 
células caliciformes e glândulas submucosas 
(produtoras de muco); 
 O sistema mucociliar é um mecanismo de 
defesa de muitos microorganismos que 
respiramos; 
 Infiltrado inflamatório 
 Congestão vascular e edema da mucosa 
 Aumento da secreção do muco 
 Alteração da estrutura e função ciliar, 
assim, altera os mecanismos de defesa do 
sistema muco-ciliar e assim a chance de o 
microrganismo evoluir e produzir a doença 
em maior ou menor quantidade. 
 
Rinofaringite aguda: 
Etiologia: 
Rinovírus: 1/3 a ½ dos casos 
Coronavírus: 10% dos casos 
Complicações: otite media aguda, mastoidite, 
sinusite aguda 
• Pneumococo (15-35%) 
• H. influenzae não tipável (15-25%) 
• M. Catarrhalis (15-20%) 
Quadro clinico: 
➔ Febre (a maioria dos resfriados não da 
febre, mas existem suas exceções) 
➔ Coriza 
➔ Espirro 
➔ Obstrução nasal 
➔ Dor de garganta 
➔ Tosse cefaleia 
➔ Vomito 
➔ Diarreia 
Crianças são mais suscetíveis a manifestar 
esses sintomas do que adultos. 
 
Orofaringe, vasos congestos e um pouco 
hiperemiada. 
Síndrome gripal (Influenza A-B) 
 Febre súbita e insidiosa; 
 Tosse (sempre, geralmente intensa); 
 Dor de garganta (não apenas um 
incomodo, é uma dor importante); 
 Cefaleia, mialgia ou artralgia → mínimo 
1 acompanhado para definir síndrome 
gripal. 
Na ausência de outro diagnóstico específico 
A vacina da Influenza previne os dois tipos de 
vírus; 
 
COVID-19 (Sars-CoV 2) 
Ao apresenta qualquer sintoma respiratório, não 
deve ser descartado COVID 19; 
• Coriza, obstrução nasal 
• Dor de garganta 
• Tosse 
• Inapetência 
• Dor abdominal 
• Vomito, diarreia 
• Febre 
• Exantema: manchas vermelhas pelo 
corpo (não há vírus de resfriado que cause 
exantema) 
• Sibilância 
Diagnóstico diferencial: 
o Viroses exantemáticas em suas fases pré-
eruptivas; 
o Coqueluche na fase catarral → nas duas 
primeiras semanas pode ter coriza, febre, 
tosse cumprida que pode confundir com 
faringite aguda; 
o Rinite alérgica 
 
Faringotonsilite/Amigdalite: 
Processo infeccioso que acomete a faringe tanto 
a nasofaringe quanto a orofaringe até a 
hipofaringe, principalmente a nasofaringe, onde 
está a tonsila faríngea (adenoide) e a orofaringe 
onde está a tonsila palatina (amígdala), a 
faringe e as tonsilas estão inflamadas. 
Etiologia: 
 Vírus: principal agente etiológico 
 Estreptococos beta-hemolítico do grupo 
A: 10-15% das crianças tem esse tipo. 
 Mononucleose infecciosa (vírus Epstein-
Barr) 
 Bacilo diftérico: raramente 
A maioria das infecções de vias aéreas são 
autolimitadas, ou seja, se curam sozinhas. 
Temos que tomar cuidado com o Estreptococo 
beta-hemolítico do grupo A pode levar à uma 
complicação não supurativa grave que são a 
febre reumática e a glomerulonefrite difusa 
aguda. 
 
 
 
➔ Abaixo de 3 anos, é comprovado 
cientificamente que não se encontra 
Estreptococos beta-hemolíticos 
 
 
1- Estreptococo: petéquias, hiperemia 
2- Viral: exudato, inflamação 
 
Otite media aguda: 
 
A cavidade nasal se comunica com a orelha 
media pela tuba auditiva (tuba de Eustáquio), e 
assim a pressão dentro da cavidade nasal é a 
mesma da orelha média. 
Quando a criança começa a desenvolver o 
resfriado (rinofaringite), a cavidade nasal 
começa a inflamar por conta de um vírus 
(rinovírus) e assim obviamente a tuba fica 
obstruída. 
Com isso, o ar da orelha média não vai sair nem 
entrar, e do ar que ficou dentro da orelha media, 
uma parte dela é absorvido pelas micro 
vasculaturas, fazendo com que a pressão dentro 
da orelha media se torne negativa em relação a 
pressão da cavidade nasal, ou seja, a secreção sai 
da cavidade nasal e vai para a orelha media. 
A otite media aguda começa normalmente com o 
resfriado/inflamação da cavidade nasal. 
 
Etiologia: 
 Pneumococos (35%) → o mais comum 
causador de otite media aguda 
 Haemophilus influenzae não tipável 
(25%) 
 Moraxella catarrhalis (15-20%) 
 
Diagnostico: 
Evidência de acumulo do liquido no ouvido 
médio: 
✓ Opacificação, perda do brulho ou 
abaulamento da membrana timpânica, 
perda da definição das estruturas do 
ouvido médio 
Sintomas locais ou sistêmicos: 
✓ Febre, otalgia (irritabilidade, dificuldade 
para sugar; criança pequena leva a mão à 
orelha), perda auditiva. 
 
 
 
 
Padrão ouro no diagnóstico de OTM: 
abaulamento da membrana timpânica no 
Otoscópio; 
 
Rinosinusite aguda: 
É uma inflamação nos seios paranasais; 
 
 
Considerações gerais: 
➔ Nas rinofaringites virais, os seios 
paranasais são acometidos pelo processo 
inflamatório, em geral se autolimitam → 
RSA virais 
➔ De 6 a 8 por ano 
➔ Patogenia: semelhante à OMA 
➔ Etiologia: Pneumococo, M. catarrhalis, 
H. influenzae não tipável, Streptoccocus 
pyogenes, Staphyloccocus; 
➔ Existem rinossinusites virais e 
bacterianas 
Diagnostico: 
Quadro clínico Bacteriana: 
 Coriza purulenta 
 Tosse 
 Secreção pós nasal (principalmente 
noturna e matinal) 
 Cefaleia 
 Dor localizada no local do seio 
comprometido (espontânea ou a 
compressão) 
 Quadro arrastado → o que diferencia de 
uma bacteriana. 
Em menores de 1 ano, a etmoidite aguda pode 
evoluir para celulite periorbitária. 
 
Diagnostico: 
• Totalmente Clinico 
• Raio x de seio de face??? NUNCA 
• Não pedir abaixo dos 6 anos (NUNCA) 
• Tomografia computadorizada de face: 
padrão ouro (quando há chance de 
complicação) 
 
Laringite e epiglotite: 
A laringe é composta por 4 cartilagens: Epiglote, 
Tireóideo, Aritenoide e Cricóide 
A cartilagem Cricóide é a mais estreita nas VAS 
da criança 
 
 
Epiglotite é a inflamação da epiglote; é grave, 
mas rara. 
Laringite é a inflamação da região restante, 
onde não se compromete a epiglote; 
→ Inflamação da epiglote: bacteriana 
→ Inflamação da laringe: viral 
(Parainfluenza) 
 
A laringite viral é precedida por resfriado; 
Laringite espasmodica é causada poralergias 
nas vias aéreas. 
 
Epiglote, laringe e cordas vocais 
 
 
Cordas vocais edemaciadas, provavelmente com 
rouquidão. 
 
 
As cordas vocais quando tomadas, podem ser 
vistas no RX com edema 
 
 
A epiglote pode se edemaciar tanto à ponto de 
necessitar de intubação 
 
 
Epiglote edemaciada comprimindo esôfago, 
causando disfagia → quadro bacteriano grave

Continue navegando