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Pneumonia na infância

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1 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 
Pneumonia na infância 
INTRODUÇÃO 
[ Inflamação dos alvéolos e espaços aéreos terminais em 
resposta à invasão por agente infeccioso introduzido no 
pulmão → principalmente por secreções infectadas das VAS 
ou por disseminação hematogênica 
 
[ Causas não infecciosas = secundárias a aspiração de corpos 
estranhos + substâncias irritantes + pneumonia induzida por 
drogas ou radiação 
EPIDEMIOLOGIA 
[ Uma das principais causas de morbimortalidade → 
principalmente em < 5 anos 
[ Incidência de 3-4% ao ano em crianças < 4 anos e 1-2% 
em pré-escolares e escolares 
[ Casos graves não são raros 
[ IRAS = ¼ de todas as doenças e mortes entre crianças nos 
países em desenvolvimento 
[ 2-3% das IRAS evoluem para infecção do parênquima 
pulmonar → 10-20% evoluem para óbito (≅ 1,2 milhão de 
óbitos/ano) 
[ Países desenvolvidos → incidência de PAC = 10-15/1.000 
crianças/ano + taxa de internação = 1-4/1.000 crianças/ano 
→ ocorrendo principalmente em < 5 anos 
[ Fatores de risco: 
› Desnutrição 
› Baixa idade 
› Comorbidades 
› Gravidade da doença 
› Baixo peso ao nascer 
› Permanência em creche 
› Episódios prévios de sibilos e pneumonia 
› Ausência de aleitamento materno 
› Vacinação incompleta 
› Variáveis socioeconômicas + variáveis ambientais 
CLASSIFICAÇÃO/ETIOLOGIA 
 
[ Definição do agente etiológico é dificil → curso clínico muito 
semelhante + técnicas diagnósticas são de baixa 
sensibilidade, de custo elevado e com difícil acesso 
PNEUMONIA VIRAL 
[ Principal causa de PAC em < 5 anos (exclusão dos 2 
primeiros meses de vida) 
[ Responsáveis por até 90% das PAC no 1º ano de vida 
[ 50% dos casos na idade escolar 
[ Vírus mais encontrados: 
1) V. Sincicial Respiratório 
2) V. Influenza 
3) V. parainfluenza 
4) Adenovírus 
5) Rinovírus 
[ Vírus menos frequentes = varicela-zóster + corona vírus + 
enterovírus + citomegalovírus + vírus Epstein-Barr + herpes 
simples + vírus da caxumba e do sarampo + hantavírus 
[ Metapneumovírus humano (HMPV) + boca-vírus + um 
coronavírus mutante (associado à SARS) = mais recentemente 
têm sido associados à PAC 
PNEUMONIAS BACTER IANAS 
[ Responsáveis pela maior gravidade e mortalidade por PAC 
na infância 
[ Estreptococo pneumoniae (pneumococo) = principal agente 
bacteriano 
[ Outras bactérias = S. aureus + H. influenzae + Moraxella 
catarrhalis + estreptococos do grupo A 
[ Frequência de coinfecção vírus-bactéria em pacientes com 
PAC = 23-32% 
[ Crianças com alto risco para infecção pelo pneumococo: 
› Infectadas pelo vírus HIV 
› Com imunodeficiências congênitas ou adquiridas 
› Cardiopatas + nefropatas + pneumopatas crônicas (asma 
grave) 
› Diabetes Mellitus 
› Hemoglobinemia (anemia falciforme) 
› Asplenia congênita ou adquirida 
› Fístula liquórica 
› Cirrose hepática 
› Contactantes de doentes crônicos 
PNEUMONIAS ATÍPICAS 
[ Mycoplasma pneumoniae = agente mais importante + 
acarreta um quadro menos graves 
[ Ocorre durante todo o ano, com ciclos de epidemia 
[ Atinge principalmente crianças > 5 anos + ocorre em todas 
as idades, incluindo o período neonatal 
 
Principais agentes etiológicos e as faixas etárias 
RN até 3 dias 
Estreptococo do grupo B 
Bacilos Gram negativos 
Listeria monocytogenis 
RN de 3 até 28 dias 
Stafilococcus aureus 
Stafilococcus epidermidis 
Gram negativos 
1 a 3 meses 
Vírus 
Chlamydia trachomatis 
Ureaplasma urealyticum 
Streptococcus pneumoniae 
Stafilococcus aureus 
Principais FR que 
podem levar a óbito 
 2 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 
4 meses a 5 anos 
Vírus 
Streptococcus pneumoniae 
Stafilococcus aureus 
Haemophilus influenzae 
Moraxella catarrhalis 
Mycoplasma pneumoniae 
Chlamydia pneumoniae 
> 5 anos 
Streptococcus pneumoniae 
Stafilococcus aureus 
Mycoplasma pneumoniae 
Chlamydia pneumoniae 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
[ Varia de acordo com a idade da criança + do estado 
nutricional + da presença de doenças de base + do agente 
etiológico 
[ Pode ser mais grave em crianças mais jovens + desnutridas 
+ com comorbidades 
PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS 
[ Tosse 
[ Febre 
› Etiologia viral = progressiva + em 24h evolui de 37,8ºC 
até 39ºC 
› Etiologia bacteriana = súbita + alta (> 39ºC) 
[ Taquipneia = sintoma de maior sensibilidade e especificidade 
› Na ausência de sibilância → crianças com tosse + 
taquipneia = classificadas como tendo PAC 
› Quando associada com sibilância → realizar diagnóstico 
diferencial = asma + aspiração de corpo estranho + 
bronquiolite aguda + TB + fibrose cística 
Frequência Respiratória (taquipneia) 
< 2 meses ≥ 60 irpm 
2 a 11 meses ≥ 50 irpm 
1 a 4 anos ≥ 40 irpm 
[ Dispneia = intensidades variáveis 
[ Tiragens subcostais 
[ Dor torácica 
[ Hipoxemia 
[ Achados do exame físico 
› Macicez à percussão 
› FTV ↑ 
› Estertores finos (crepitações) 
[ Sintomas gripais + otite média = comuns 
[ Algumas crianças podem apresentar dor abdominal → 
principalmente quando há envolvimento dos lobos 
pulmonares inferiores 
[ Crianças pequenas = dificilmente se encontram alterações 
localizadas à ausculta respiratória 
[ Sibilância ocorre com maior frequência nas crianças com 
infecções virais ou por M. pneumoniae ou C. pneumoniae 
[ Pneumonia afebril = pode ocorrer em lactentes + crianças > 
5 anos 
› Lactentes = podem cursar com antecedentes de 
conjuntivite + parto vaginal → sugerem infecção por C. 
trachomatis 
› > 5 anos = comum tosse coqueluchoide + história de 
contato com pacientes com quadro semelhante → sugere 
PAC por Mycoplasma pneumoniae 
[ Piodermites + lesões osteoarticulares antecedendo PAC grave 
(que muitas vezes cursa com empiema pleural) → pneumonia 
estafilocócica 
SINAIS DE GRAVIDADE 
[ Indicam internação imediata do paciente 
[ Pneumonia em < 2 meses = sempre grave → TTO hospitalar 
[ PAC + tiragem inter e subcostal = pneumonia grave 
[ PAC + tiragem inter e subcostal + outros sinais de gravidade 
(recusa de líquidos, convulsões, sonolência excessiva, estridor 
em repouso, desnutrição grave, batimento de asa do nariz e 
cianose) = pneumonia muito grave 
[ Diante de sinais de gravidade como tiragem subcostal, 
dificuldade para ingerir líquidos e gemência → abordagem 
deve ser imediata e resolutiva, independente da entidade 
clínica. 
Sinais de “perigo” 
Menores de 2 meses 2 meses a 5 anos 
Febre alta ou hipotermia Estridor em repouso 
Recusa do seio materno por 
mais de 3 mamadas 
Recusa de líquidos 
Sibilância Convulsão 
Estridor em repouso Alteração do sensório 
Sensório alterado com letargia 
Vômito incoercível Sonolência anormal ou 
irritabilidade excessiva 
 
Sinais de doença muito grave 
Menores de 2 anos 
Recusa alimentar Convulsões 
Sonolência excessiva Estridor em repouso 
Febre ou hipotermia Tiragem subcostal grave 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
[ PAC = diagnóstico diferencial de síndrome infecciosa + IRA 
[ Síndrome infecciosa aguda 
› Criança apresenta-se com febre + prostração + sinais 
inespecíficos de infecção ou toxemia 
› Exame físico inicial não revela a causa 
› PAC pode ser investigada mesmo na ausência de 
taquipneia e tiragem subcostal 
› Anamnese detalhada → ênfase em dados epidemiológicos 
› Quadros de febre sem sinais de localização = raio-x de 
tórax pode ser utilizado como investigação 
[ Insuficiência Respiratória Aguda 
› PAC deve ser diagnóstico diferencial de outros quadros 
→ bronquiolite viral aguda + traqueobronquite aguda + 
crise de asma 
› Diferenciação é um desafio especialmente nos lactentes 
› Presença de sibilância = sinal clínico apontado como o 
principal achado que diferencia as demais condições da 
PAC → presença de sibilos na pneumonia não é comum 
 3 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 
DIAGNÓSTICO 
[ Eminentemente clínico 
[ Radiografia de tórax só é recomendada nos casos graves 
que demandam internação 
[ Demais exames complementares são inespecíficos e de 
emprego questionável 
[ Diagnóstico microbiológico = indicado nos casos de PAC 
grave, em crianças internadas ou quandoa evolução do 
paciente é desfavorável 
[ Leucograma (PAC bacteriana) = leucocitose com neutrofilia 
e desvio à esquerda 
› Pneumonia por H. influenzae não apresenta leucocitose 
comprovada na prática 
› Leucograma normal não é raro 
› Eosinofilia ≥ 300 células/mm3 → pacientes com infecção 
por C. trachomatis 
[ VHS e PCR = aumentados 
[ PAC bacteriana pode ser suspeitada quando 
› PCR ≥ 40-100mg ou 
› Níveis de prolactina ≥ 075 a 2 ng/mL 
[ Hemocultura = não é indicada em pneumonia simples → 
somente nos casos que requer internação ou quando a 
evolução é desfavorável 
› Positivas entre 10-20% das pneumonias agudas + 
dependem do agente etiológico 
› Importante para o conhecimento do padrão de 
resistência/ sensibilidade aos antimicrobianos → 
destaque para o pneumococo, 
[ Bacterioscopia do derrame pleural = identificação da 
etiologia 
› Relação entre a proteína total e a desidrogenase lática 
(LDH) do líquido pleural e do plasma = importante no 
diagnóstico diferencial entre exsudato e transudado 
[ Teste de aglutinação do látex para a pesquisa de antígenos 
do pneumococo e do H. influenzae tipo b no líquido pleural 
ou urina (até cerca de 5 dias após o início de antibióticos) 
[ Suspeita de infecção por Mycoplasma pneumoniae = 
sorologia é recomendada → a IgM ↑ em 7-10 dias após o 
início do processo + a IgG ↑ 4x em uma segunda coleta 
com intervalo de 2-3 semanas, ou cair na mesma proporção 
caso o paciente seja avaliado na fase de resolução 
[ Dúvida sobre a Chlamydia sp → pesquisa de anticorpos IgM 
ou IgG é indicada 
[ Exame microbiológico = recomendado quando é possível 
puncionar o derrame pleural 
› Positividade do líquido pleural pode alcançar até 70% 
antes do início da ATBterapia 
[ Métodos sorológicos = úteis no diagnóstico das infecções 
por Mycoplasma pneumoniae + Chlamydia trachomatis + 
Chlamydia pneumoniae, quando houver elevação da IgM ou 
elevação de 4x nos títulos da IgG, na fase aguda e na 
convalescência, respectivamente 
[ VSR + adenovírus + parainfluenza + influenza → podem ser 
diagnosticados pelo ↑ de 4x ou mais nos níveis de IgG, com 
intervalo de cerca de 2 semanas 
[ PCR-RT = pode auxiliar no diagnóstico de M. pneumoniae + 
C. pneumoniae + C. trachomatis + L. pneumophila + S. aureus 
+ vírus respiratórios + B. pertussis + M. tuberculosis + S. 
pneumoniae. 
[ Métodos invasivos = broncoscopia + lavado broncoalveolar 
+ biópsias pulmonares = indicados em situações 
excepcionais, quando a evolução da PAC for desfavorável 
RADIOGRAFIA DE TÓRAX 
[ Não deve ser realizada de rotina para o diagnóstico de 
pneumonia em crianças sem sinais de gravidade, sem 
necessidade de tratamento hospitalar 
[ Deve ser realizada nas seguintes situações: 
› Se há dúvida de diagnóstico 
› Pneumonia com hipoxemia + desconforto respiratório + 
entre outros sinais de gravidade 
› Falha de resposta ao tratamento em 48 a 72h ou se 
piora progressiva → verificar se há complicações 
(empiema, pneumotórax, escavação) 
› Paciente hospitalizado (PA e perfil) 
[ Não deve ser realizada após TTO de pneumonia com boa 
resposta clínica 
[ Situações em que se deve realizar radiografia de controle 
após o tratamento? 
› Após 4 a 6 semanas, se história de pneumonias 
recorrentes, sempre no mesmo lobo 
› Suspeita de malformação ou aspiração de corpo estranho 
› Casos de pneumonia redonda, presença de colapso 
pulmonar e/ou sintomas persistentes 
[ Padrão da radiografia pode sugerir a etiologia 
› Pneumonia lobar = pneumococo 
› Broncopneumonia = Staphylococcus 
› Pneumonia viral 
› Consolidação alveolar + pneumatoceles + derrames 
pleurais + abscessos = etiologia bacteriana 
 4 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 
› Padrão intersticial = vírus + Mycoplasma pneumoniae ou 
Chlamydia pneumoniae → agentes causadores de 
pneumonias atípicas 
 
TRATAMENTO 
AMBULATORIAL 
[ TTO inicial com ATB = empírico → isolamento do agente 
infeccioso nem sempre é realizado + pode demorar 
› Baseia-se no conhecimento dos principais agentes 
infecciosos em cada faixa etária + situação clínica + 
região 
[ Amoxicilina = 1ª opção terapêutica + recomendada para o 
tratamento das PAC em crianças de 2 meses a 5 anos 
› Dose = 50mg/kg/dia de 8/8h ou de 12/12 horas 
 
[ Crianças > 5 anos a droga de escolha também é amoxicilina 
nas mesmas doses. 
[ > 5 anos = introdução de macrolídeos devido a possibilidade 
de pneumonia atípica 
› Eritromicina 
› Claritromicina 
› Azitromicina 
[ Toda criança com pneumonia, que tenha condições clínicas 
de ser tratada em seu domicílio deve ter uma consulta de 
reavaliação agendada após 48 a 72h do início do tratamento 
ou a qualquer momento se houver piora clínica 
[ Manter o tratamento por 7 dias se melhora clínica 
[ Se quadro inalterado ou piora = trocar o ATB + reavaliar 
em 48h 
[ Se quadro inalterado ou piora = avaliar a internação 
hospitalar 
CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO 
[ Falha no regime ambulatorial 
[ Doença grave concomitante (anemia, cardiopatias, 
pneumopatias); 
[ Sinal de gravidade radiológico 
› Derrame pleural 
› Pneumatoceles 
› Abscessos 
[ < 2 meses 
[ Presença de tiragem subcostal 
[ Convulsões 
[ Sonolência excessiva 
[ Estridor em repouso 
[ Desnutrição grave 
[ Ausência de ingestão de líquidos 
[ Problemas sociais 
[ Paciente com insuficiência respiratória aguda 
[ Suspeita de pneumonia estafilocócica ou por germe Gram-
negativo 
[ Sarampo, varicela ou coqueluche precedendo a PAC 
[ Imunodepressão 
[ Pneumonia hospitalar 
TRATAMENTO HOSPITALAR 
[ Pneumonia sem tiragem intercostal = amoxicilina VO 
50mg/kg/dia 2-3x/dia, por 7 dias 
[ Pneumonia grave 
› Ampicilina parenteral 50mg/kg/dose, de 6/6h ou 
› Penicilina cristalina 150.000 UI/kg/dia 6/6h 
› Gentamicina 7,5mg/kg/dia, 12/12h, deve ser associada 
em crianças < 2 meses 
[ Associação de amoxicilina com inibidores de Betalactamases 
(clavulanato ou sulbactam ou cefuroxima) podem ser 
utilizadas como 2ª opção por VO ou parenteral em doses 
habituais 
[ Suspeita de pneumonia atípica → recomenda-se Azitromicina 
10mg/kg/dia dose única por 5 dias ou Claritromicina 
7,5mg/kg/dose, 12/12h por 10 dias 
 
 
 
Resumo: Agentes etiológicos e Tratamento 
Lactentes < 2 meses 
› Agentes mais frequentes = estreptococo do grupo B + enterobactérias + Listeria monocytogenis + 
Chlamydia trachomatis + Staphylococcus aureus e vírus 
› Tratamento hospitalar (sempre) 
Lactentes ≥ 2 meses 
até 5 anos 
› Agente (bacteriano) mais frequente = pneumococo → inclusive na PAC com derrame pleural 
parapneumônico 
› Agentes frequentes = VSR + parainfluenza + influenza + rinovírus + adenovírus 
› Uso rotineiro da vacinação anti-H. influenzae ↓ a importância dessa bactéria como causadora de PAC 
› Maioria dos pacientes pode ser tratada no nível ambulatorial 
› ATB de escolha = amoxicilina + reavaliação após 48-72h 
› Crianças com PAC + tiragem subcostal, com ou sem outros sinais de gravidade → devem ser 
hospitalizadas + receber penicilina cristalina ou ampicilina 
≤ 6 meses 
› PAC de curso insidioso + tosse irritativa + estado geral preservado → considerar o uso de macrolídeos 
(pensando em C. trachomatis) 
› Crianças com suspeita de pneumonia estafilocócica = oxacilina 
Outras recomendações 
› Uso adequado dos ATB 
› Manter a alimentação da criança (particularmente o aleitamento materno) 
› Aumentar a oferta hídrica 
› Manter as narinas desobstruídas 
› Criança hospitalizada pode necessitar de uso de broncodilatadores + hidratação venosa + correção de 
distúrbios hidroeletrolíticos + oxigenoterapia (quando a saturação de O2 < 92%), 
 5 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 
COMPLICAÇÕES 
[ Complicação que sempre deve se ter em mente = derrame 
pleural 
[ Ocasionalmente pode ocorrer dor torácica + dor abdominal 
+ vômitos 
DERRAME PLEURAL PARAPNEUMÔNICO 
[ Pode desenvolver-se em até ½ dos casos de pneumonia + 
empiema em 5-10% dos casos de derrame pleural 
[ Definição: desequilíbrio entre a formação de remoção de 
líquido na cavidade pleural → líquidopode ser transudato e 
exsudato 
[ Transudato: resulta da ↓ da pressão oncótica (desnutrição) 
ou por meio de ↑ da pressão hidrostática (ICC e GNDA) 
[ Exsudato: resulta do ↑ da permeabilidade capilar + prejuízo 
da drenagem linfática que podem estar associados a 
processos proliferativos (CA) ou inflamatórios (derrame 
pleural parapneumônico) 
[ Evolução do derrame pleural bacteriano: 3 fases 
1. Fase exsudativa: efusão para o espaço pleural de líquido 
estéril, sem bactérias, com duração de 48h 
2. Fase fibrinopurulenta: proliferação bacteriana com 
deposição de fibrina nas pleuras visceral e parietal + 
dura ≅ 7 dias 
3. Fase de organização: formação de carapaça inelástica 
na superfície pleural → leva ao encarceramento pulmonar 
+ duração ≅ de 3-6 meses 
[ Principais agentes etiológicos: Streptococcus pneumoniae 
(mais comum) + Staphylococcus aureus (↑ das cepas 
meticilino-resistentes) + Streptococcus pyogenes + 
Haemophilus influenzae 
[ Pneumonia por Mycoplasma pneumoniae: derrame de 
pequeno volume + nem chega a ser puncionável + ocorre 
em crianças na faixa etária escolar e adolescentes 
QUADRO CLÍNICO 
[ Sinais clássicos de derrame parapneumônico de uma 
pneumonia: 
› Febre 
› Tosse 
› Dispneia 
› Intolerância a exercícios 
› Apetite diminuído 
› Dor abdominal 
› Halitose 
› Letargia 
› Indisposição 
[ Estado geral dos pacientes está geralmente mais acometido 
+ o paciente pode apresentar: 
› Dor pleurítica e estar deitado sobre o lado acometido 
para imobilizar o hemitórax envolvido e promover 
analgesia temporária 
› Cianose 
› Diminuição da expansibilidade 
› FTV abolido 
› Hiperestesia 
› Macicez à percussão 
› Diminuição ou ausência de MV 
DIAGNÓSTICO 
[ Inicialmente: avaliação clínica + suspeitado quando o 
paciente está em TTO para pneumonia + não apresenta 
melhora clínica em 48h de uso de antibiótico adequado + 
ao exame físico apresenta ↓ do FTV à palpação + ↓ do 
MV à ausculta + submacicez à percussão 
[ Diante desse QC: repetir a radiografia de tórax com 
incidência horizontal dos raios + paciente em decúbito lateral 
do lado acometido → incidência de Hielm-Laurell 
 Líquido com mais de 1 cm de espessura: toracocentese 
[ Diagnóstico diferencial: critérios de Light → diferenciam o 
líquido pleural em transudato ou exsudato 
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM 
[ Radiografia de tórax (PA e perfil) → avaliação inicial na 
investigação 
[ Ultrassonografia do tórax 
› Indicação: ausência de reposta ao TTO da pneumonia 
ou presença de derrame pleural à radiografia de tórax 
com espessamento da pleura > 1cm 
› Estimar o volume da efusão na pleura 
› Estabelecer se o derrame é livre ou se existem loculações 
› Determinar a ecogenicidade do fluido 
› Diferencia consolidações + septações características da 
fase 2 + espessamentos pleurais de derrames loculados 
› Guiar a inserção do dreno torácico ou a toracocentese• 
[ Tomografia Computadorizada 
› Avaliar as complicações do derrame parapneumônico → 
extensão da pneumonia + necrose pulmonar + 
pneumatoceles + abscesso pulmonar + fístula 
broncopleural 
› Diferenciar abscesso pulmonar de derrame pleural 
encistado 
ANÁLISE DO LÍQUIDO PLEURAL 
[ Durante a toracocentese: observar o aspecto do líquido 
(purulento ou não purulento) 
 Não purulento: encaminhar para realização da 
bacteriologia e análise bioquímica 
[ Líquido pleural obtido deve ser enviado para análise 
bacteriológica e bioquímica 
[ Avaliar: adenosinadeaminase (ADA) + citologia + citometria + 
pesquisa de antígenos bacterianos + baciloscopia 
[ Alguns marcadores podem sugerir o caráter infeccioso: 
› Análise do pH + LDH + glicose + proteínas 
› Gram, cultura, pesquisa de antígenos, células mesoteliais, 
BAAR, hemáceas, células neoplásicas e fungos 
[ O aspecto do fluido obtido em uma toracocentese pode 
esclarecer a questão se o líquido é transudato ou exsudato 
TRATAMENTO 
[ Todas as crianças com derrame pleural devem ser tratadas 
com ATB IV + cobrindo o Streptococcus pneumoniae + serem 
guiados pelas culturas, assim que estiverem disponíveis 
[ Considerar: idade + comorbidades + estado geral + agente 
etiológico identificado na cultura 
[ Líquido obtido na toracocentese purulento: indicar a 
drenagem torácica 
[ Líquido não purulento + bacteriologia positiva ou negativa + 
pH < 7,1 + glicose < 40 mg/dL + LDH >1.000 UI/L: indicar 
a drenagem torácica 
[ Líquido não purulento + bacteriologia negativa + pH > 7,1 + 
glicose > 60 mg/dL + LDH < 1.000 UI/L: não indicar 
drenagem torácica + manter apenas o ATB endovenoso 
 6 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 
[ Se não houver resposta após 48h de ATBterapia + drenagem 
torácica: repetir ultrassom de tórax → pode-se observar a 
fase 2 ou 3 de evolução do derrame pleural 
Emprego de fibrinolíticos e videotoracoscopia assistida 
[ Terapia de 1ª escolha para derrame pleural loculado: 
fibrinolíticos intrapleurais + videotoracoscopia assistida 
(VATS) 
[ Fibrinolíticos: agentes químicos que ativam o sistema 
fibrinolíticos transformando o plasminogênio na plasmina 
(enzima ativada que lisa a fibrina do espaço pleural) 
[ Sucesso em ≅ 83% das crianças 
[ Exemplos de drogas: estreptoquinase + alteplase + 
uroquinase 
[ Administradas no dreno torácico + sob sedação + 
contraindicadas em caso de fístula broncopleural e dreno 
torácico com borbulhamento 
[ Estreptoquinase: menos eficaz → indicada como 3ª escolha 
+ apresenta mais efeitos colaterais (alergia + sensibilização 
+ sangramentos) 
[ Alteplase (fator ativador de plasminogênio – TPA): 1ª escolha 
nos EUA 
[ Uroquinase: 1ª escolha no Reino Unido + quando disponível 
é a 1ª escolha recomendada pela BTS 
[ Em casos de resposta incompleta, podem-se realizar doses 
adicionais de fibrinolíticos 
[ Alteplase: encontra-se na relação nacional de medicamentos 
essenciais (RENAME) do SUS → 1ª opção no Brasil 
[ VATS: está indicada no caso de ausência de resposta aos 
fibrinolíticos + 1ª escolha na abordagem do derrame pleural 
com loculações → permite a lavagem da cavidade pleural e 
a remoção da fibrina via toracoscopia + é eficaz e segura 
na abordagem do empiema em crianças 
 Limitações: mais cara e invasiva quando comparada com 
os fibrinolíticos 
[ Não há diferença clínica (febre + permanência do dreno + 
internação hospitalar) entre as abordagens no derrame 
pleural na fase 2 de evolução 
[ Toracotomia aberta: indicada no caso de ausência de 
resposta à VATS e na carapaça inelástica nas pleuras, 
observadas pelo ultrassom de tórax, que podem evoluir para 
o encarceramento do pulmão 
PNEUMONIA NECROSANTE 
[ Complicação das PAC por pneumococo 
[ Caracteriza-se por focos necróticos em áreas de 
consolidação pulmonar 
[ Mais comum em adultos 
[ 60% ou mais dos casos necessitam de cirurgia 
PNEUMATOCELES 
[ Lesões císticas de paredes finas que acometem (sobretudo) 
crianças com pneumonia bacteriana, mas também podem 
decorrer de trauma torácico, ventilação pulmonar mecânica 
invasiva e aspiração 
[ Resolvem-se espontaneamente na maioria dos casos + em 
outros, podem demorar de 3 a 15 meses ou cursar com 
complicações 
OUTRAS COMPLICAÇÕES 
[ Abscesso 
[ Atelectasia 
[ Pneumatoceles 
[ Pneumonia necrosante 
[ Pneumotórax 
[ Hemoptise 
[ Septicemia 
[ Bronquiectasia 
[ Infecções associadas (otite + sinusite + conjuntivite + 
meningite + osteomielite) 
[ Fístula broncopleural 
PREVENÇÃO 
[ Vacinas contra o pneumococo 10-valente 
› 7 sorotipos + 1,5,7F 
› 2 doses no 1º ano de vida (aos 2 e 4 meses) 
› Reforço aos 12 meses 
› Disponível na rede pública de saúde 
[ Vacina pneumocócica 13-valente 
› 7 sorotipos + 1,5,7F,3,6A, 19A 
[ Vacinação anti-Haemophilus influenzae tipo B na comunidade 
→ há evidências de proteção contra a PAC na infância. 
 
 
 
 
 
ALGOR ITMOS PARA TRATAMENTO 
 7 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 
 
 
 
 8 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 
Pneumonia Nosocomial 
› Diagnóstico complexo + dificil → devido a inespecificidade do quadro clínico → exige do pediatraelevado grau de suspeição 
› Solicitar radiografia de tórax em 2 incidências + hemograma 
› À comprovação radiológica associam-se: 
 Dessaturação 
 Instabilidade e variabilidade térmica (hipo ou hipertermia) sem causa aparente 
 Leucopenia (inferior a 4.000 leucócitos/mm3 ou superior a 15.000 leucócitos/mm3) 
 Apneia 
 Bradipneia 
 Taquidispneia 
 Tiragem 
 Batimentos de asas de nariz 
 Crepitações 
 Sibilos 
ABORDAGEM TERAPÊUTICA 
TTO varia de acordo com a duração da permanência hospitalar e da etiologia: 
 Até 5 dias de internação = predomínio do pneumococo + H. Influenzae + S. aureus → tratamento inicial realizado com amoxicilina-
clavulanato, cefuroxima ou Ceftriaxona 
 Após 5 dias = germes hospitalares (P. aeruginosa, S. aureus, Enterobacter, K. pneumoniae, E. coli) se destacam → a conduta deve 
se basear no padrão de sensibilidade de uma dada instituição + deve ser tomada em conjunto com a Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar 
 Vírus respiratórios (sobretudo o respiratório sincicial), Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae e Legionella também ser 
considerados quando da decisão terapêutica 
REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁF ICAS 
Sociedade Brasileira de Pediatria. Pneumonia adquirida na Comunidade na Infância. Documento Científico. Departamento Científico de 
Pneumologia. Nº 3, Julho de 2018. 
Amorim LEAG, Camargos PAM, Almeida MB, et. Col. Abordagem do derrame pleural parapneumônico em crianças sob a forma de mapa 
conceitual. Rev Med Minas Gerais 2016; 26 (Supl 6): S38-S43. 
Tratado de pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria / [organizadores Dennis Alexander Rabelo Burns... [et al.]]. -- 4. ed. -- Barueri, 
SP: Manole, 2017.

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