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Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Tutoriais 
Problema 1: Ter história de bons 
partos é suficiente? 
Conhecer a anatomia da pelve feminina e a 
sua relação com o parto 
ANATOMIA DA PELVE ÓSSEA 
A pelve ou bacia é dividida em e 
(bacia obstétrica), que são separadas pela linha 
inominada, uma margem óssea encurvada que vai do 
promontório sacral (articulação da vértebra L5 com a 
SI) até a margem superior da sínfise púbica. 
É constituída por quatro ossos que possuem uma 
forma anelar e através dos quais o peso do corpo é 
transmitido para os membros inferiores: 
(localizado na região posterior), (junto ao sacro, 
forma a parte inferior da coluna vertebral) e 
 (lateralmente). 
localiza-se entre os dois ossos ilíacos e se 
articula com eles por meio da articulação sacroilíaca. 
Juntamente à vértebra L5, constitui o ângulo 
sacrovertebral, cujo vértice é denominado promontório 
sacral. Sua face anterior, voltada para a pelve, é côncava 
e apresenta algumas diferenças anatômicas de acordo 
com os vários tipos de bacia. 
é formado pela fusão de quatro vértebras 
rudimentares e se une ao sacro por meio da articulação 
sacrococcígea, que apresenta grande mobilidade 
durante o parto.
o osso ilíaco é constituído pela fusão de 
três ossos (ílio, ísquio e púbis) em um processo que se 
completa entre os 15 e os 16 anos de idade. Na face 
lateral externa desse osso, em que ocorre a ossificação 
desses três ossos, há uma depressão circular grande 
denominado acetábulo. Essa depressão é o ponto de 
articulação da pelve com os membros inferiores. 
maior dos ossos pélvicos. Localiza-se na 
região mais superior. Possui uma crista e quatro 
ângulos (espinhas) que servem para inserções 
musculares. Sua face anterior é lisa e côncava, 
denominada fossa ilíaca. 
osso posteroinferior do quadril. 
Medialmente encontra-se a espinha isquiática, 
ponto de reparo importante na avaliação da 
descida fetal durante o trabalho de parto.
osso anterior do quadril. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
do ponto de vista obstétrico, para 
a avaliação da via de parto, é necessário apenas o 
conhecimento das dimensões da bacia menor. 
é limitada lateralmente pelas fossas ilíacas 
e posteriormente pela coluna vertebral. O limite anterior 
se faz com os músculos da parede anterior do 
abdômen. 
diâmetro biespinha 
estende-se da espinha ilíaca anterossuperior de 
um lado à do lado oposto e mede 24 cm; 
diâmetro bicrista vai do ponto mais alto da crista 
ilíaca de um lado até o lado oposto, medindo 
28 cm. 
diâmetro 
sacropúbico externo, ou conjugara externa 
(diâmetro de Baudelocque), estende-se da 
fosseta situada abaixo do processo espinhoso 
da última vértebra lombar (LS) até a borda 
superior da sínfise púbica e mede 20 cm. 
também chamada de bacia obstétrica 
ou escavação. É dividida, didaticamente, nos estreitos 
superior, médio e inferior. 
delimitado, no sentido 
posteroanterior, pelo promontório sacral, pela 
borda anterior da asa do sacro, pela articulação 
sacroilíaca, pela linha inominada, pela eminencia 
ileopectínea e pela borda superior da sínfese 
púbica. Apresenta dois diâmetros 
anteroposteriores, dois diâmetros transversos 
e dois oblíquos. O diâmetro anterior, com 
menor interesse obstétrico, é traçado do 
promontório até a borda superior da sínfise 
púbica, cujo nome é diãmetro 
promontossuprapúbico (conjugata vera 
anatômica) e mede 11 cm. Entretanto, como 
diâmetro anterior e de maior interesse 
obstétrico, medindo de 10,5 a 11 cm, deve ser 
conhecido o 
 (conjugata vera obstétrica ou diâmetro 
útil de Pinard), traçado do promontório à face 
posterior da sínfise púbica, mais precisamente 
até o ponto retrossinfisário de Crouzat, situado 
3 a 4 mm abaixo da borda superior da sínfise 
púbica. Os são 
denominados , do ponto mais afastado 
da linha inominada de um lado à linha do lado 
oposto, com 13 a 13,5 cm; e , que se 
estende na mediana da conjugata vera 
anatômica e mede 12 cm. Os 
, também chamados de 
, vão de uma eminência 
ileopectínea de um lado à articulação sacroilíaca 
contralateral; primeiro oblíquo, o que parte da 
eminência ileopectínea esquerda, e segundo 
oblíquo, o que sai da eminência ileopectínea 
direita. Eles medem aproximadamente 12 cm 
cada e o primeiro é diretamente maior que o 
segundo (Eles são nomeados de acordo com 
a frequência de insinuação). 
delimitado no sentido 
posteroanterior pela concavidade do osso 
sacro até a margem inferior da sínfise púbica. 
Apresenta dois diâmetros principais: 
 (anteroposterior), que vai do 
meio da concavidade do osso sacro (S4/S5) 
até o meio da face posterior da sínfise púbica, 
medindo 12 cm; e o (transverso), 
que se estende de uma espinha isquiática à 
outra, mede 10,5 cm e é o ponto de maior 
estreitamento do canal de parto. 
 delimitado no sentido 
posteroanterior pela ponta do cóccix, estende-
se pela borda inferior do grande ligamento 
sacroisquiático até atingir a borda inferior da 
sínfise púbica. o diâmetro , 
que se estende da ponta do cóccix à borda 
inferior da sínfise púbica e mede 9,5 cm, é de 
interesse obstétrico e, na fase final da expulsão 
fetal após a retropulsão do cóccix, amplia-se 
em 2 a 3 cm, recebendo o nome de conjugata 
exitus. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
 
segundo classificação tradicional 
estabelecida por Caldwell e Moloy em 1933, há quatro 
tipos de bacia, classificados com base na forma do 
estreito superior: , , e 
 
A raça, as condições socioeconômicas, a atividade física, 
as características nutricionais da infância e da 
adolescência, além do habitat, interferem na formação 
da bacia. Assim, bacias das negras tendem para o tipo 
antropoide (conjugata vera obstétrica mais longa que o 
diâmetro transverso do estreito superior), que é 
favorável ao parto, graças à maior amplitude da 
hemipelve posterior. E mulheres urbanas têm maior 
tendência a bacias ovalados, ao passo que campestres 
têm tendências a bacias arredondadas. 
FONTE: ZUGAIB OBESTETR ÍC IA (4ª ED . ) 
Entender a importância do pré-natal e seu 
funcionamento 
CONSULTA PRÉ-NATAL 
Para o pré-natal de risco habitual, preconizam-se no 
mínimo 6 consultas, sendo: 
1 consulta no 1º trimestre;
2 consultas no 2º trimestre;
3 consultas no 3º trimestre. 
Recomenda-se que o intervalo entre as consultas seja 
de 4 semanas até a gestação completar 36 semanas 
e, a partir deste período, que os intervalos sejam de 15 
dias. 
Identificação (idade, cor, naturalidade, 
procedência e endereço atual); 
 data da última menstruação 
(DUM) em dia, mês e ano (certeza ou dúvida); 
data provável do parto (DPP); sinais e sintomas 
da gestação em curso; hábitos atuais – fumo, 
álcool e drogas ilícitas; medicamentos usados 
durante a gestação; ocupação habitual (esforço 
físico intenso, exposição a agentes químicos e 
físicos potencialmente nocivos à gestação, 
estresse). 
 número de 
gestações (identificar e registrar se houve 
problemas anteriores, como aborto, gravidez 
ectópica e mola hidatiforme); número de partos 
(domiciliares, hospitalares, vaginais espontâneos, 
fórceps, cesáreas e indicações); número de 
abortamentos (espontâneos, provocados, 
complicados por infecções, curetagem pós 
abortamento); número de filhos vivos; idade da 
1ª gestação; intervalo entre as gestações; 
número de recém-nascidos: pré-termo (antes 
da 37ª semana) ou pós-termo (igual ou mais de 
42 semanas de gestação); número de recém-
nascidos de baixo peso (menos de 2.500 g) e 
com mais de 4.000 g; mortes neonatais 
precoces – até 7 dias de vida (nº e motivos de 
óbitos); mortes neonatais tardias – entre 7 e 
28 dias de vida (nº e motivos de óbitos); 
natimortos – morte intraútero e idade 
gestacional em que ocorreu; identificar e 
especificar se houve intercorrências ou 
complicações em gestações anteriores; 
 
Conjugata 
vera 
anatômica 
Conjugata 
vera 
obstétrica 
Diâmetro 
transverso 
máximoDiâmetro 
transverso 
médio 
Primeiro 
oblíquo 
 
Segundo 
oblíquo 
 
Sacro médio 
púbico 
Diâmetro bi-
isquiático 
- 
Diâmetro 
cóccix-
subpúbico 
Diâmetro 
sagital 
posterior 
Diâmetro 
bituberoso 
- 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
identificar e descrever se houve complicações 
nos puerpérios anteriores; registrar o intervalo 
entre o final da última e o início da gestação 
atual. 
 métodos 
anticoncepcionais – quais, quanto tempo, 
motivo do abandono; pesquisar se houve 
tratamento para infertilidade e esterilidade; 
pesquisar doenças sexualmente transmissíveis 
(DST), teste realizados, inclusive puerpério; 
identificar se realizou cirurgias ginecológicas – 
idade e motivo; identificar patologias mamárias 
– quais e tratamento; pesquisar a última 
citologia oncótica (papanicolaou) – data e 
resultado. 
 pesquisar 
doenças crônicas e agudas passadas. 
 pesquisar doenças 
como hipertensão arterial, diabetes e outras. 
 peso e estado nutricional; estatura; 
frequência cardíaca materna; temperatura 
axilar; pressão arterial – PA; inspeção da pele 
e mucosas; palpação da tireoide; ausculta 
cardiopulmonar; exame do abdome; palpação 
dos gânglios inguinais; exame dos membros 
inferiores; pesquisa de edema – face, tronco e 
membros. 
exame das mamas; medida 
da altura uterina; ausculta dos batimentos cardio 
fetais; inspeção dos genitais externos; exame 
especular (inspeção das paredes vaginais, 
conteúdo vaginal e colo uterino, coleta de 
material para citologia oncótica – caso a última 
tenha sido há mais de 1 ano); Teste de Schiller; 
toque vaginal e outros exames necessários. 
grupo sanguíneo e 
fator rh; coombs indireto (se necessário); 
hemograma; glicemia jejum; VDRL; 
toxoplasmose; urina rotina; urocultura; 
colpocitologia oncótica; teste anti-HIV (após 
aconselhamento e consentimento); HBsAg. 
Revisão da ficha perinatal e anamnese atual; 
Cálculo e anotação da idade gestacional; 
Controle do calendário de vacinação; 
determinação do peso; 
calcular o ganho de peso – anotar no gráfico e 
observar o sentido da curva para avaliação do estado 
nutricional; medida da pressão arterial; inspeção da pele 
e das mucosas; inspeção das mamas; palpação 
obstétrica e medida da altura uterina – anotar no gráfico 
e observar o sentido da curva para avaliação do 
crescimento fetal; ausculta dos batimentos cardiofetais; 
pesquisa de edemas; toque vaginal, exame especular e 
outros, se necessário. 
Interpretação de exames laboratoriais e solicitação de 
outros, caso necessário; 
Solicitar glicemia de jejum, VDRL e urina rotina na 30ª 
semana; 
Acompanhamento das condutas adotadas em serviços 
clínicos especializados; 
Realização de ações e práticas educativas individuais e 
em grupos; 
Registro dos dados da consulta no Cartão da Gestante 
e no prontuário; 
Todas as consultas deverão ser registradas na Ficha 
de Atendimento Diário do SISPRENATAL; 
Agendamento de consultas subsequentes.
FONTE: CARTILHA ATENÇÃO AO PRÉ -NATAL, PARTO E 
PUERPÉRIO (SEC . DE ESTADO DE SAÚDE DE MG) 
Compreender como é calculada a data 
provável de parto 
CÁLCULO DATA PROVÁVEL DE PARTO 
A gravidez é datada do 1º dia do último período 
menstrual. A duração média da gestação é de 280 
dias (40 semanas), e isso fornece data provável do 
parto, assumindo que: 
O ciclo é de 28 dias 
A ovulação ocorreu geralmente no 14o dia do 
ciclo 
O ciclo foi normal, ou seja, não ocorreu 
imediatamente após a parada de contracepção 
oral ou após gravidez anterior. 
Na prática usa-se a regra de Nägele, que consiste em 
adicionar à data da última menstruação 7 dias e mais 9 
meses (ou menos 3 meses, quando se faz o cálculo 
retrógrado). Por exemplo, se a última menstruação foi 
em 10 de novembro (mês 11), temos 10 + 7 = 17, e 11 – 
3 = 8, portanto, 17 de agosto (mês 8) será a data 
provável do parto. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Aparentemente, a gravidez, assim avaliada, não teria os 
280 dias de duração média que lhe foram atribuídos (9 
× 30 = 270 + 7 = 277). No entanto, há correspondência 
perfeita: no decurso de 9 meses, como norma, 3 ou 4 
têm 31 dias e essa diferença (de 1 dia) torna a regra de 
Nägele a mais aproximada dos referidos 280 dias. 
Knaus estabelece que a duração habitual da gravidez 
humana é de 273 dias, a partir da ovulação. A época 
provável do parto deveria ser calculada acrescentando-
se 14 dias ao primeiro dia do último catamênio, mais 9 
meses (ou menos 3), nas mulheres com o ciclo regular 
de 28 dias. Nas que o têm mais longo ou mais curto, 
deve-se alterar a contagem, com base na presunção 
de dar-se a ovulação, aproximadamente, 
, que marca, quando 
presente, a fecundação que se não realizou. 
FONTE: OBSTETRÍC IA FUNDAMENTAL - REZENDE 
Estudar sobre o crescimento uterino, sua 
importância e como é calculada a altura 
uterina 
ALTURA UTERINA 
Em todas as consultas de pré-natal, o profissional deve 
verificar a , procedimento que permite o 
, a detecção de 
desvios e a orientação de condutas apropriadas. 
Quando os dados da amenorreia são 
confiáveis e se descarta a possibilidade de feto 
morto e oligoâmnio, a medida da altura uterina 
permite diagnosticar o crescimento intrauterino 
retardado com uma sensibilidade de 56% e 
uma especificidade de 91%. Permite ainda o 
diagnóstico de macrossomia fetal, quando 
excluídas a gravidez gemelar, o polidrâmnio e 
miomatose uterina. 
 é feita usando uma fita 
métrica flexível e não extensível, com a grávida em 
decúbito dorsal. A extremidade da fita métrica é fixada 
na margem superior da sínfise púbica com uma mão, 
deslizando a fita entre os dedos indicador e médio da 
outra mão pela linha mediana do abdome até alcançar 
o fundo do útero com a margem cubital dessa mão. 
Fazer a leitura em centímetros e anotar a 
medida no cartão e no gráfico; 
Os valores de referência podem ser 
encontrados na Curva da Altura Uterina/Idade 
Gestacional que apresenta como, limites de 
normalidade os percentis 10 e 90; 
A cada consulta, o valor encontrado deve ser anotado 
no gráfico e, nas consultas subsequentes, unido à 
marca precedente, formando o traçado do aumento do 
tamanho do útero. 
FONTE: CARTILHA ATENÇÃO AO PRÉ -NATAL, PARTO E 
PUERPÉRIO (SEC . DE ESTADO DE SAÚDE DE MG) 
 
Problema 2: A via vaginal 
Compreender os sinais do trabalho de 
parto e seu mecanismo. 
SINAIS DO TRABALHO DE PARTO (TP) 
 processo através do qual um útero 
gravídico, por meio de atividade contrátil, expulsa um 
feto com idade gestacional igual ou superior a 20 
semanas. Pode ser: 
 20 a 36 semanas e 6 dias; 
 37 a 41 semanas e 6 dias; 
 >42 semanas. 
 presença de 3 critérios: 
, rítmicas e com duração de pelo 
menos 30s em intervalos de 10min, de 
intensidade suficientemente forte para causar 
dilatação do colo uterino; 
 
Outros sinais que podem acompanhar o TP (mas que 
não devem ser usados como critério diagnóstico, pois 
são variáveis): perda do tampão mucoso, discreto 
sangramento transvaginal e formação da bolsa das 
águas. 
É importante ter em mente esses critérios para 
diferenciar o verdadeiro do falso trabalho de parto 
(contrações de Braxton Hicks) ou mesmo da fase 
latente do trabalho de parto (pródromos) evitando-se, 
assim, internamentos desnecessários e/ou precoces. 
ARTIGO: ASSISTÊNCIA AO PARTO NORMAL (JOSÉ ARAGÃO E 
CARLOS JÚNIOR) 
FASES CLÍNICAS DO PARTO 
O estudo do parto compreende três fases principais 
que são a , a e o 
Antecedendo a estas três fases, existe um período 
não bem delimitado que é o período , que 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
caracteriza-se pela descida do fundo do útero (2 a 4 
cm) - decorrentes da adaptação do polo fetal ao 
estreito superior da bacia, aumento de dores lombares, 
estiramento das articulações pélvicas, aumento das 
secreções glandulares cervicais com eliminação de 
muco, encurtamento do colo e contrações uterinas 
com menores intervalose maior intensidade, que vão 
se tornando mais e mais frequentes até que se instala 
o trabalho de parto. 
começa com as 
 que modificam o colo e terminam quando 
este encontra-se . 
O útero grávido apresenta contrações desde 
o início da gestação, porém somente a partir 
da 28ª-30ª semanas estas contrações 
começam a ser percebidas pela gestante 
(contrações de Braxton-Hicks) e são indolores. 
À medida que a gestação evolui, estas 
contrações tornam-se mais frequentes e 
melhor coordenadas, ajudando o 
amadurecimento do colo uterino (período 
premonitório). 
❖ amolecimento, que aumenta no período de 
pré-parto; 
❖ orientação, quando o colo se alinha com o eixo 
longitudinal da vagina, 
❖ abaixamento, pela dilatação do istmo uterino, 
❖ apagamento, que é a incorporação do colo ao 
segmento 
Não há limite preciso entre o término do período 
premonitório e o início do trabalho de parto. 
Estabelece-se o trabalho de parto quando existe 
contrações uterinas ritmadas e que provoquem 
alterações progressivas no colo uterino 
inicia com a e termina 
com a . 
Ocorre juntamente com as contrações 
uterinas, a contração do diafragma e da 
musculatura abdominal que comprimem o 
útero de cima para baixo e de diante para trás. 
Sob efeito das contrações, o feto é propelido 
através do colo totalmente dilatado, alcança a 
vagina e passa a distender o diafragma 
vulvoperineal. Ao comprimir as paredes 
vaginais, o reto e a bexiga, provoca o 
aparecimento de contração da musculatura 
abdominal (prensa abdominal), via arco reflexo, 
que são os “puxos”. 
À medida que a apresentação desce, a vulva se 
entreabre, dilata-se e permite a expulsão fetal. Após o 
parto, o útero se retrai e seu fundo alcança a cicatriz 
umbilical. 
conta com três tempos fundamentais: 
 é uma consequência da retração do 
útero, pois esta provoca uma redução acentuada da 
superfície interna do útero e pregueamento da zona 
de inserção placentária. Tem início ao nível da camada 
esponjosa (menos resistente) e, no ponto em que se 
iniciou o descolamento, há a formação do hematoma 
retroplacentário (que funcionará como cunha, ajudando 
na dequitação). 
75% das vezes, ocorre segundo o 
Mecanismo de Baudelocque-Schultze, 
exteriorização primeiro da face fetal da 
placenta, e posteriormente, a saída do 
hematoma retroplacentário.. 
Mas, em 25% dos casos, ocorre segundo o 
Mecanismo Baudelocque-Duncan, que é 
quando ocorre primeiro saída do hematoma 
retroplacentário e em seguida a saída da 
placenta. 
 ocorre quando a placenta, empurrada pelas 
contrações uterinas, alcança a vagina, distendendo-a e 
desencadeando, novamente, o fenômeno do puxo, 
provocando sua expulsão ou desprendimento. 
 também chamado de 
quarto período, é a primeira hora decorrida após a 
expulsão placentária. Nesse intervalo ocorre a ativação 
dos mecanismos de homeostasia para conter a 
hemorragia que sucede ao descolamento da placenta. 
É caracterizado por quatro fases: 
laqueadura viva dos vasos 
uterinos, determinada pela retração da 
musculatura uterina (primeira linha de defesa do 
organismo contra a hemorragia);
formação de trombose 
nos grandes vasos do sítio placentário (segunda 
linha de defesa contra a hemorragia);
quando ocorre o 
relaxamento da fibra muscular do útero;
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
quando a fibra uterina 
adquire maior tono e se mantém assim até 
ocorrer a involução puerperal. 
MECANISMO DE PARTO 
São com o 
intuito de adequar seus maiores diâmetros aos maiores 
diâmetros do canal do parto. Estes movimentos são 
 e . 
É dividido didaticamente em seis tempos: 
passagem da da 
apresentação pelo . Deve 
ocorrer de forma que as estruturas do bebê passem a 
. 
ocorre quando o bebê, impulsionado pela 
contratilidade uterina, 
, onde a resistência deste aumenta a 
flexão.
acontece quando a apresentação 
 que a força a realizar 
, orientando a sutura sagital no 
sentido anteroposterior (maior diâmetro da pelve). 
Simultaneamente, as espáduas do feto se apresentam 
ao estreito superior
se dá porque as 
contrações uterinas, exercendo pressão para baixo, 
forçam a descida, e a nuca fetal faz apoio na arcada 
púbica, enquanto a sua face distende o assoalho pélvico, 
que oferece menor resistência, e sofre deflexão, 
deslocando o coccige materno para trás (hipomóclio). 
Neste momento, ocorre o deslizamento do occipício 
sob a arcada púbica e o bregma, a fronte, o nariz e o 
mento surgem sobre o períneo.
ocorre 
devido à rotação interna das espáduas que alcançando 
o assoalho pélvico, orientam o diâmetro biacromial no 
sentido anteroposterior, por ser este o maior diâmetro 
deste estreito.
o ombro anterior 
coloca-se sob a arcada púbica onde faz apoio, e o 
ombro posterior distende o assoalho pélvico, 
deslocando o coccige materno, e se desprende após 
sofrer movimento de flexão lateral. Imediatamente, após 
o desprendimento do ombro posterior, o ombro 
anterior desliza sob a arcada púbica e, também, se 
desprende. O restante do corpo do feto não oferece 
resistência ao nascimento por ter diâmetros menores. 
FONTE: SEMIOLOGIA OBSTÉTRICA (HEL IO CARRARA) 
Apontar as vantagens do parto vaginal - 
para a mãe e para a criança - e o cenário 
em que o parto cesáreo é indicado. 
PARTO VAGINAL 
Segundo a OMS, o parto vaginal ou normal é “aquele 
de início espontâneo, baixo-risco no início do trabalho 
de parto, permanecendo assim, em todo o processo 
até o nascimento. O feto nasce espontaneamente, em 
posição cefálica de vértice, entre 37 e 42 semanas 
completas de gestação. Após o nascimento mãe e filho 
em boas condições”. 
Favorece uma e 
após o parto. 
Permite a , desde o 
primeiro minuto do seu nascimento, favorecendo a 
, através da amamentação 
instantânea. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
, pois, geralmente, a mulher não recebe 
medicamentos no parto normal. 
A mulher não precisa ser submetida a 
 e não terá cicatrizes, na maioria das 
vezes. 
 nos 
partos marcados com antecedência, com dia e hora 
para acontecer, a chance de a mãe ter alguma 
hemorragia é oito vezes maior que no parto normal, 
pois o útero pode não estar preparado para aquele 
momento. 
: 
por não necessitar de incisões, na maioria dos casos, 
evita potenciais infecções e hemorragias. A cesárea 
tem quatro vezes mais risco de morte materna e 10 
vezes mais risco de morte neonatal. 
 
o tórax é comprimido, favorecendo a 
expulsão do líquido amniótico dos pulmões; 
acelera a maturidade pulmonar e previne 
problemas respiratórios; 
melhora o sistema neurológico; 
fortalece o sistema imunológico; 
o bebê nasce mais ativo e tem mais chances 
de se alimentar exclusivamente do leite 
materno sob livre demanda. 
Além disso, ao passar pelo canal vaginal, a flora 
bacteriana da mãe passa para o bebê, 
 (microbiota). Essa 
microbiota da criança, formada a partir da passagem no 
canal de parto, , no futuro: 
em 20% o aparecimento de diabetes tipo I 
(melhoria do sistema metabólico); 
em 16% o aparecimento de asma; 
e o aparecimento de alergias e doenças 
autoimunes (melhoria do sistema imunológico). 
 o trabalho de parto é um processo 
físico e hormonal e serve para terminar o 
amadurecimento do bebê, principalmente seus 
sistemas respiratório, imunológico e nervoso. Nas 
cesáreas, pré-agendadas, há maior prevalência de 
bebês prematuros em virtude da indução do trabalho 
de parto realizada antes da total maturidade fetal. 
INDICAÇÕES PARA PARTO CESÁREO 
A alta incidência de partos cesáreos sem indicações 
precisas é motivo de preocupação mundial. O 
procedimento associa-se a 
(quatro a cinco vezes maiores 
em relação aos partos vaginais) e, ainda, encontra-se 
. 
Apresentações anômalas; 
Doença materna sexualmente transmissível como a 
síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e alguns 
casos de papilomavírus humano (HPV); 
Síndromes hemorrágicas do terceiro trimestre da 
gravidez (descola mento prematuro da placenta, 
placentaprévia, rotura uterina); 
Indicações clínicas maternas (diabetes, hipertensão 
arterial e síndrome HELLP), entre outros, que venham 
a complicar o bom andamento do parto; 
Parto cesárea de repetição (iteratividade); 
Sofrimento fetal agudo; 
Distocias funcionais etc. 
 e consequente elevação de gastos para o 
sistema de saúde. 
ARTIGO: IND ICAÇÕES DE PARTOS CESÁREOS EM HOSP ITAIS DE 
ATENDIMENTO AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (JOE LUIZ 
NOVO) 
PARTO CESÁREO 
 
 
 
desacelerações tardias: a anormalidade 
cardiotocográfica que mais comumente 
aparece quando há hipoxemia e refletem 
melhor a queda da reserva fetal de oxigênio, 
durante o trabalho de parto; 
desacelerações variáveis graves: surgem 
como consequência da compressão do 
funículo, tendo como principal fator 
predisponente o oligoâmnio, cuja etiologia é, 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
sobretudo a hipoxemia fetal oriunda de 
insuficiência placentária crônica; 
bradicardias prolongadas; 
 
descolamento prematuro da placenta; 
placenta prévia com sangramento intenso; 
traumas maternos (acidentes em geral); 
 é típica de pano 
obstruído, cuja etiologia é, em sua maioria, a 
desproporção cefalopélvica. 
 
quando há morte materna sob vigilância 
médica, o feto pode ser salvo se a intervenção 
operatória ocorrer até 20 minutos após o óbito; 
êxito depende de idade gestacional, intervalo 
entre o óbito materno e a cesárea, natureza e 
rapidez da morte materna (a morte lenta piora 
o prognóstico neonatal); 
 quando há prolapso de 
cordão, a conduta é propiciar o parto por via rápida nas 
apresentações cefálicas e nas pélvicas, e permitir o 
pano vaginal quando as condições forem as ideais para 
essa via de parto; 
 caracterizada por 
distúrbios da contratilidade uterina, resultando na não 
progressão do parto. 
 
 
Malformações fetais; 
Apresentações anômalas: apresentação 
pélvica, apresentação córmica, apresentação 
cefálica defletida de 2° grau. 
nas apresentações cefálicas defletidas 
com mento posterior persistente (3° 
grau) e bregmáticas posteriores (1° 
grau), a cesárea também está indicada 
por evoluírem de forma morosa e 
com riscos aumentados de 
tocotraumatismo fetal. 
Macrossomia fetal; 
Gestações múltiplas; 
Placenta prévia. 
 
Fatores obstrutivos e tumores prévios 
Doenças maternas: cardiopatias, eclampsia e 
síndrome HELLP, doenças infecciosas; 
Cicatriz uterina prévia; 
Cesárea prévia. 
FONTE: ZUGAIB OBSTETRÍC IA 
Entender a anatomia do períneo, como é 
feita, quando e quais as implicações de uma 
episiotomia. 
ANATOMIA DO PERÍNEO 
 é o compartimento romboide limitado 
perifericamente pela abertura inferior da pelve 
osteofibrosa e profundamente (superiormente) pelo 
diafragma da pelve. A área de superfície sobre esse 
compartimento é a região do períneo. 
❖ A região urogenital (anteriormente) e a região 
anal (posteriormente) que formam essa área 
romboide situam-se em ângulos opostos. 
❖ Os planos cruzados definem a linha transversa 
(que se estende entre os túberes isquiáticos) 
que forma a base de cada região. 
❖ O centro é perfurado pela uretra e, nas 
mulheres, pela vagina. 
❖ A região anal é perfurada pelo canal anal. 
❖ O corpo do períneo é uma massa 
musculofibrosa situada entre as estruturas que 
perfuram as regiões UG e anal, no ponto 
central do períneo. 
 a tela subcutânea do trígono 
urogenital inclui um e um 
 (fáscia de 
Colles), que são contínuos com as camadas 
correspondentes da parede abdominal anteroinferior. 
Nas mulheres, o panículo adiposo é espesso 
no monte do púbis e nos lábios maiores do 
pudendo, mas em homens, é substituído pelo 
músculo liso dartos o pênis e escroto. 
O estrato membranáceo do períneo é 
limitado a região UG, fundindo-se com a 
membrana do períneo na margem posterior 
(base) da região. Nos homens, essa camada 
estende-se até o pênis e o escroto, onde está 
intimamente associada à pele frouxa e móvel 
dessas estruturas. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
A membrana do períneo plana divide a região 
urogenital do períneo em 
. 
 O espaço superficial do períneo está entre o 
estrato membranáceo da tela subcutânea do 
períneo e a membrana do períneo, e é limitado 
lateralmente pelos ramos isquiopúbicos. 
Contém os corpos eréteis dos órgãos genitais 
externos e os músculos associados, o músculo 
transverso superficial do períneo, os nervos e 
vasos perineais profundos e, nas mulheres, as 
glândulas vestibulares maiores. 
 O espaço profundo do períneo está situado 
entre a membrana do períneo e a fáscia 
inferior do diafragma da pelve, e é limitado 
lateralmente pela fáscia obturatória. 
Compreende os recessos anteriores das fossas 
isquioanais preenchidos por gordura 
(lateralmente), o músculo transverso profundo 
do períneo e a parte inferior do músculo 
esfíncter externo da uretra, a parte da uretra 
que atravessa a membrana do períneo (a parte 
membranácea da uretra nos homens), os 
nervos dorsais do pênis/clitóris e, nos homens, 
as glândulas bulbouretrais. 
 as fossas isquioanais são espaços 
cuneiformes, revestidos por fáscia, ocupados pelos 
corpos adiposos isquioanais. Os corpos adiposos 
oferecem sustentação, podem ser comprimidos ou 
afastados para permitir a descida e a expansão 
temporárias do canal anal ou da vagina para a passagem 
de fezes ou de um feto. 
Os corpos adiposos são travessados pela rede 
neurovascular anal inferior/retal. 
O canal do pudendo é uma importante 
passagem na parede lateral da fossa, entre as 
lâminas da fáscia obturatória, para os nervos e 
vasos que entram e saem da região urogenital. 
 o canal anal é a parte terminal do intestino 
grosso e do sistema digestório, sendo o ânus a saída 
para o meio externo. O fechamento (e, portanto, a 
continência fecal) é mantido pela ação coordenada dos 
músculos esfíncteres internos (voluntário) e externo 
(involuntário) do ânus. O tônus simpático do esfíncter 
interno mantém o fechamento, exceto durante o 
enchimento da ampola do reto e quando inibido durante 
uma contração peristáltica do reto estimulada pelo 
sistema parassimpático. Durante esses momentos, o 
fechamento é mantido (exceto se for permitida a 
defecação) por contração voluntária dos músculos 
puborretal e esfíncter externo do ânus. 
Internamente, a linha pectinada demarca a 
transição visceral para somática do suprimento 
e da drenagem neurovasculares. 
O canal anal é circundado por plexos venosos 
superficial e profundo, cujas veias normalmente 
têm uma aparência varicosa. 
As tromboses no plexo superficial e o 
prolapso da túnica mucosa, inclusive de partes 
do plexo profundo, formam hemorroidas 
externas dolorosas e hemorroidas internas 
insensíveis, respectivamente.
FONTE: MOORE ANATOMIA OR IENTADA PARA A CLÍN ICA 
EPISIOTOMIA 
Revisão sistemática demonstra que há evidências 
satisfatórias de que evitar a episiotomia de rotina 
diminua significativamente o trauma perineal, sem 
diferença em relação à dor e ao risco de trauma vaginal 
perineal grande, mas com aumento do risco de trauma 
perineal anterior. 
Quanto à dor após o parto, alguns estudos observam 
maior incidência de dor quando realizada a episiotomia 
e outros não notam essa associação. 
O procedimento deve aplicado de 
para distocia de ombro e parto pélvico, partos a fórceps 
ou com extrator a vácuo, posições de occipúcio 
posterior e os casos em que a não realização de 
episiotomia resulte em ruptura perineal. 
A episiotomia pode ser , ou 
(perineotomia), sendo que a primeira foi praticamente 
abandonada por relacionar-se a maiores frequências de 
feixes musculares lesados e de sangramento. 
Apesar das aparentes vantagens da 
perineotomia, esta só deve ser indicada quando 
se observa que o tamanho do feto e a distância 
entre a fúrcula vaginal e o ânus são suficientes 
para que não ocorram lacerações perineais de 
terceiro e de quarto graus. Aqui pode haver 
maior probabilidade de lacerações do esfíncteranal. Nesse tipo de corte são incisadas a 
mucosa vaginal, a pele e as fáscias superficial e 
profunda do períneo. 
Em casos em que não seja possível ter a 
certeza de que não há risco dessas lacerações, 
de maneira geral opta-se pela episiotomia 
mediolateral direita. Esse procedimento 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
abrange a pele a mucosa vaginal, a aponeurose 
superficial do períneo e as fibras dos músculos 
bulboesponjoso e transverso superficial do 
períneo. 
ARTIGOS 
Discutir as características normais de um 
bebê à termo. 
CARACTERÍSTICAS NORMAIS 
A partir do nascimento até os 28 dias após o 
nascimento estabelece-se o , período 
este em que o RN passa por intensas mudanças 
adaptativas inerentes à esta fase, especialmente nas 
primeiras 24h de vida, também chamado de 
, na qual o RN realiza adaptações fisiológicas 
necessárias à transição da vida fetal à vida extrauterina. 
As alterações mais importantes e intensas 
ocorrem imediatamente após o nascimento até 
a segunda semana de vida, prosseguindo em 
um ritmo mais lento nos meses seguintes. 
 mobilidade incoordenada 
que cessa com o sono. Chora ativamente. 
 a atividade do RN lembra a posição fetal 
intrauterina. 
 (2900 a 3500g, sendo 
que até o 10º dia perde 5-10% do peso de nascimento 
e ganho de 30g por dia nos 3 primeiros meses), 
 (47-52cm), (PC = 34-
35cm) e (PT = 1-2cm menor que 
PC). 
 FR de 40 a 60 irpm, . 
. Taquipneia fisiológica. 
 FC de 120 a 160 bpm. 
. Circulação periférica lenta. Distúrbios circulatórios 
fisiológicos adaptativos. 
 pouco tecido subcutâneo = 
. Não produz calor por 
tremor, produz calor por consumo de O2 e aumento 
do metabolismo. Gordura marrom (localizada entre as 
escápulas, ao redor do pescoço, nas axilas e atrás do 
esterno) é fonte adicional de calor. 
 pronto desde o nascimento, com 
capacidade de 30 a 50ml. Musculatura pouco 
desenvolvida. Digestão gástrica entre 1h45 a 2h (leite 
materno). Fezes: mecônio nas primeiras 24h. 
 a forma mais comum é a ; pode-se 
constatar a presença de Bossa Serossanguinolenta, que 
se apresenta como uma bolsa de secreção serosa que 
se forma sob o couro cabeludo do feto, em 
consequência do atrito com estruturas materna durante 
o parto. permitindo o 
crescimento acentuado do cérebro no período fetal até 
a pós-natal. 
 assimetria devido à posição defeituosa na vida 
fetal ou como resultado de manobras obstétricas. Olhos 
permanecem fechados a maior parte do tempo nos 
primeiros dias. 
 (produto de secreção da pele 
durante a vida intrauterina, recobre e protege a pele 
contra a maceração pelo líquido amniótico. Favorece o 
deslizamento do corpo na hora do parto e mantém a 
temperatura corporal da criança após o nascimento). 
Quando nasce, apresenta uma 
 (Eritrodermia Neonatal) - essa coloração 
se dá devido ao número excessivo de glóbulos 
vermelhos na circulação e tende a diminuir esta 
coloração, devido à má circulação periférica em 
consequência da diminuição do retorno venoso. 
. (pelugem fina e 
longa que aparece com frequência em RN à termo e 
mais ainda em prematuros é encontrada no dorso, face 
e orelhas) 
 simétrico, e de forma cilíndrica, largo na sua base, 
com as costelas em posição próxima à horizontalidade. 
 saliente e globoso. A parte superior é maior 
que a inferior (hepatoesplenomegalia fisiológica). A 
porção do cordão umbilical é geralmente de aspecto 
branco-gelatinosa. 
 curtos em comparação ao tronco e fletidos 
sobre o tórax e as pernas são ligeiramente curvas e 
fletidas sobre o abdômen. 
 o bebê nasce com certos 
reflexos que devem ser avaliados como evidência do 
desenvolvimento normal. Sua presença ou ausência e 
o período em que aparecem ou desaparecem são 
indicativos de progresso. 
 
** estudar multíparas e primíparas, apresentações e 
fases clínicas do parto. 
 
 
 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Problema 3: Casa de ferreiro... 
Estudar os fatores de risco relacionados ao 
parto prematuro e suas complicações – 
para a mãe o bebê. 
FATORES DE RISCO 
 
❖ (baseado em vidências 
puramente estatísticas, não comprovadas 
clinicamente) no mundo nascem cerca de 15 
milhões de prematuros anualmente, ou seja, 11% 
são prematuros. Aproximadamente 90% 
desses prematuros concentram-se em países 
pobres ou em desenvolvimento. 
❖ alguns autores têm 
relacionado a carência de alguns 
micronutrientes (por exemplo, ferro, vitaminas 
C, E e D, ácido fólico, zinco etc.) com a 
prematuridade, embora as evidências ainda não 
sejam suficientes. 
❖ há estudos que consideram a 
adolescência, por si só, risco para a 
prematuridade. Porém, a delimitação de idade 
é questionável. Alguns o consideram abaixo de 
20 anos, outros, abaixo de 18 ou 16 anos. 
❖ o trabalho físico 
extenuante constitui fator de risco para a 
prematuridade; entretanto, a literatura não é 
uniforme na caracterização do esforço físico 
como prejudicial. Subir ou descer escadas 
frequentemente, longos períodos de trabalho 
em pé, carga horária excessiva e trabalho 
noturno estão entre os principais fatores.
a ativação do eixo 
hipotálamo-hipófise-adrenal materno e fetal 
aumenta a produção do hormônio liberador de 
corticotrofina (CRH). Por sua vez, a liberação de 
catecolaminas diante de situações de estresse 
agudo estimula os receptores alfa no útero e 
provoca hiper contratilidade uterina. 
❖ segundo alguns autores, a mulher 
que deixa de fumar ainda no primeiro trimestre 
de gestação apresenta risco relativo de 1,6 para 
prematuridade; no entanto, para aquelas que 
deixam de fumar antes da concepção, o risco 
relativo é semelhante ao de mulheres não 
fumantes. Logo, o fator determinante é fumar 
durante a gestação, e não antes dela. 
❖ o risco é particularmente alto com o 
uso de cocaína e derivados, situação em que 
a incidência de pano prematuro pode aumentar 
em até três vezes quando comparada ao 
grupo-controle. 
 
❖ a progesterona 
determina parte do estado de quiescência 
uterina, desfeito poucas semanas antes do TP. 
O aumento precoce da relação 
estrógeno/progesterona é considerado um 
dos principais fatores que determinam o 
aparecimento das contrações uterinas. O 
predomínio estrogênico promove a síntese de 
receptores de ocitocina, a formação de gap 
junctions no miométrio, a síntese de 
prostaglandinas, as alterações bioquímicas no 
tecido conjuntivo cervical e a degradação do 
colágeno. Tudo isso pode estar envolvido no 
estímulo ao TP. 
❖ a dilatação cervical 
precoce e indolor com a exteriorização das 
membranas no segundo trimestre da 
gestação, seguida por rotura destas e/ou 
infecção com consequente expulsão fetal, 
constitui a sequência de eventos que ocorre 
nesse caso. 
❖ o sangramento 
decorrente de algum fator mecânico que leve 
ao descolamento coriodecidual e se manifeste 
como sangramento vaginal constitui fator de 
risco para o pano prematuro (Risco relativo de 
1,4 a 5,8, quando comparado a alterações 
cervicais, contrações uterinas ou antecedentes 
de trabalho de parto prematuro). No primeiro 
trimestre: ↑RR em duas vezes. No segundo 
trimestre: ↑ RR em três vezes. 
❖ 
 
❖ nesses casos o 
trabalho de parto prematuro seja 
desencadeado em decorrência da sobre 
distensão uterina. A frequência de 
prematuridade na gemelidade é de 
aproximadamente 57%, sendo maior quando 
há mais de dois fetos. A idade gestacional média 
de nascimento para dois fetos é de 36 
semanas; de 33 semanas na presença de três 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
fetos; e de 31 semanas na presença de quatro 
fetos. 
❖ a 
rotura prematura de membranas oculares 
(RPMO) é fator de risco para o parto 
prematuro e está presente em cerca de 30 a 
40% dos casos. Nela, há comprometimentos 
estruturais ou bioquímicos, que causam perda 
de elasticidade das membranas e aumento da 
pressão intrauterina ou enfraquecimento das 
membranas, em decorrência da invasão 
bacterianae de reações inflamatórias. 
❖ 
❖ entre os RN 
prematuros espontâneos, a prevalência de 
restrição do crescimento fetal pode ser de três 
a seis vezes maior do que nos a termo. 
Alterações isquêmicas da placenta estresse 
fetal crônico liberação de CRH, ocitocina e 
cortisol ↑ da contratilidade uterina. 
❖ o fator de 
risco clínico mais importante para a 
prematuridade espontânea. O risco de 
repetição da prematuridade é pelo menos 
duas vezes maior do que na ausência desse 
antecedente. 
 
❖ 
❖ admite-se que a 
prematuridade espontânea ou eletiva ocorra 
entre 25 e 50% dos casos de malformações 
uterinas. Entre elas, destacam-se o útero 
didelfo, o útero bicorno e o útero septado. 
❖ 
 
❖ a infecção do trato genital inferior, 
mediante a ascensão de microrganismos à 
decídua, membranas fetais e líquido amniótico 
tem sido associada ao parto prematuro. Diante 
do processo infeccioso e infamatório do cório, 
da decídua ou da cérvix, há liberação de 
interleucinas (fL.1, IL-6, fL.8) e fator de necrose 
tumoral, os quais, por sua vez, atraem 
leucócitos e macrófagos, ativando-os a 
produzirem elastases e outras proteases que 
participam da degradação da matriz 
extracelular cervical. Isso leva ao preparo do 
segmento inferior e ao esvaecimento do colo 
uterino. Além disso, alterações que promovem 
contrações uterinas também são observadas. 
❖ doenças sistêmicas 
crônicas como diabetes mellitus, hipertensão 
arterial, nefropatias, cardiopatias e hiper ou 
hipotireoidismo não compensados e as que 
surgem com a gravidez, como as síndromes 
hipertensivas, podem resultar em pano 
prematuro espontâneo ou eletivo em função 
das complicações maternas ou fetais. 
❖ 
 fatos como mulheres que nasceram 
prematuras terem maior risco de ter filhos prematuros, 
o risco de pano prematuro ser aumentado diante de 
antecedentes de prematuridade com o mesmo 
parceiro e a troca de parceiro reduzir o risco de novo 
parto prematuro em um terço sugerem predisposição 
genética. 
 embora o emprego da 
ultrassonografia no início da gravidez determine com 
precisão a idade gestacional, esse exame nem sempre 
é realizado ou muitas vezes é solicitado em fase 
avançada da gestação, quando o erro do método é 
maior. Logo, datas podem estar equivocadas e o parto, 
muitas vezes eletivo, ocorre prematuramente. 
FONTE: ZUGAIB OBSTETRÍC IA 
COMPLICAÇÕES 
 ocasionada por uma baixa reserva de 
glicogênio no fígado. 
 leva a congestão 
pulmonar e diminuição do fluxo sanguíneo ao TGI e 
cérebro. 
 pode levar a 
hipoxia. 
comum pela redução das reservas de ferro e 
de hemácias ao nascimento, bem como queda da 
eritropoiese. 
 devido ao comprometimento da imunidade e 
níveis reduzidos de imunoglobulina. 
 devido a uma deficiência de tecido adiposo. 
perda de água pela pele leva a uma 
desidratação 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
 inflamação dos intestinos que 
leva à necrose. 
 devido a imaturidade dos 
reflexos de secreção, deglutição e motilidade intestinal. 
Icterícia: devido a uma imaturidade hepática, que leva à 
hiperbilirrubinemia. 
 ocorre mais comumente 
hemorragia intraventricular, devido a um sangramento 
dos tecidos que revestem os ventrículos. 
FONTE: OBSTETRÍC IA REZENDE 
Analisar os parâmetros relacionados a 
escolha do parto via vaginal ou cesárea no 
parto prematuro. 
VANTAGENS E ESCOLHA 
Assim como no feto a termo, um dos principais 
objetivos da escolha da via de parto é proporcionar ao 
prematuro condições que evitem a acidose perinatal e 
os traumas decorrentes do nascimento. 
 idade gestacional, peso 
estimado do feto, apresentação fetal, condições do colo 
uterino, integridade das membranas amnióticas e, como 
já salientado anteriormente a possibilidade de 
monitorização fetal e experiência da equipe envolvida. 
A literatura internacional cita como limite inferior para 
se considerar um feto viável uma idade gestacional de 
24 semanas e peso acima de 500 g. 
, nos Estados Unidos, bebês muito prematuros 
nascidos através de 
 em comparação com os 
nascidos através de cesariana. Segundo os 
pesquisadores, independente do motivo pelo qual foi 
optado pelo parto cesariana, o parto normal mostrou-
se mais seguro Pois o trabalho de parto, as contrações 
e o esmagamento natural ajudem a limpar os pulmões 
dos bebês, permitindo-lhes um melhor status 
respiratório ao nascimento. 
Os pesquisadores encontraram que 39% os bebês 
nascidos através de cesariana apresentaram problemas 
respiratórios, enquanto 26% dos bebês nascidos 
através de parto natural tiveram os mesmos problemas. 
 a cabeça fetal é 
relativamente maior do que o tronco e pode haver 
dificuldade de seu desprendimento. Neste caso, 
manobras de extração podem causar lesões 
traumáticas, hipoxia e seque-las neurológicas. Em 
virtude destas possíveis complicações, 
ARTIGOS 
Elucidar as características de um bebê 
prematuro. 
CLASSIFICAÇÕES 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde 
(OMS) um bebê prematuro, que também pode ser 
chamado de pré-termo, é aquele que nasce antes de 
37 semanas de gestação completas. 
 nascido antes de 28 semanas 
de gestação; 
 nascido entre 28 e 32 semanas 
de gestação; 
 nascido entre 32 
e 37 semanas de gestação. 
Quanto mais prematuro o bebê, maiores são os riscos 
para sua saúde, pois seus órgãos e sistemas ainda não 
estão completamente desenvolvidos. 
CARACTERÍSTICAS 
❖ Cabeça proporcionalmente maior que o corpo; 
❖ Tecido subcutâneo escasso por ter pouca 
gordura corporal; 
❖ Pele fina, brilhante e rosada. Em alguns casos, 
pode ser coberta por uma penugem fina, 
chamada de lanugo; 
❖ Músculos mais fracos e movimentos físicos 
reduzidos; 
❖ Orelhas finas e pouco encurvadas; 
❖ Respiração mais rápida e irregular; 
❖ Veias visíveis; 
❖ Os bebês prematuros têm dificuldade em 
manter o calor do corpo, além de estarem 
sujeitos a outras complicações, como as 
respiratórias, e reflexos de sucção e deglutição 
deficientes, que trazem dificuldades para a 
alimentação.; 
❖ Além disso, alguns bebês podem apresentar 
retinopatia (doença visual causada pela 
prematuridade e uma das principais causas de 
cegueira na infância); além de problemas 
neurológicos e autismo. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Compreender como é feita a avaliação de 
Apgar no recém-nascido e a sua 
importância. 
ESCALA OU ÍNDICE DE APGAR 
Imediatamente após o nascimento, a necessidade de 
reanimação depende da avaliação rápida da vitalidade 
do recém-nascido. O teste mais comumente 
empregado é a , que 
consiste na avaliação de no , no 
e no , atribuindo-se 
a . 
Os sinais avaliados são a , a 
, o , a e a 
. 
❖ presente em cerca de 90% dos 
recém-nascidos, significa que o bebê nasceu 
em ótimas condições. 
❖ significa que o bebê apresentou 
uma dificuldade leve. 
❖ traduz uma dificuldade de grau 
moderado. 
❖ aponta uma dificuldade de ordem 
grave. 
Se estas dificuldades persistirem durante alguns minutos 
sem tratamento, podem levar a alterações metabólicas 
no organismo e anóxia. A presença de mecônio é 
agravante. 
 Quando o parto envolve anestesia, a pontuação 
pode ser mais baixa. Por vezes, uma pequena parte do 
anestésico atravessa a placenta e torna o bebê menos 
reativo. Mas não é caso para alarme: o teste costuma 
estar normal na repetição aos cinco minutos 
Além da análise do índice de APGAR, deve ser 
implicados outros cuidados imediatos ao RN, como 
 (primeiramente da orofaringe com a pera 
de borracha e, posteriormente, gástrica com o uso de 
sondas), (deve ser colocado na 
incubadora a 30°C) e (indicada apenas 
para conceptos deprimidos). 
FONTE: CADERNO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO RN DE R ISCO + 
ARTIGO 
Entender as medidas profiláticas em partos 
prematuros e apontar de que forma o uso 
de corticoides influencia na prematuridade. 
MEDIDAS DE PROFILAXIA 
Cerca de 10 a 15% das gestantes na população 
apresentam antecedente de prematuridade 
espontânea,o que leva ao aumento de risco de 1,5 a 2 
vezes em gravidez subsequente. Sua recorrência 
depende do número de partos pré-termo anteriores e 
da idade gestacional por ocasião do nascimento. Quanto 
maior o número de prematuros anteriores e menor a 
idade gestacional no parto, maior o risco. Para a 
gestante com feto único e antecedente de 
prematuridade espontânea, o uso da progesterona 
deve ser iniciado na 16ª semana e mantido até a 36ª 
semana. Recomendamos a 
, na dosagem de 200 mg/dia. Com isso, 
reduz-se a recorrência da prematuridade em cerca de 
 dos casos (nível de evidência IA). 
O colo uterino curto está presente em apenas 2 a 
3% das gestantes. O comprimento do colo deve ser 
medido pela ultrassonografia transvaginal durante o 
segundo trimestre em todas as gestantes. Alguns 
autores consideram o colo curto quando este mede 
menos de 20 mm, e outros consideram a medida 
menor que 25 mm
. Após a constatação 
da presença de colo curto em gestantes assintomáticas 
com feto único, deve-se utilizar a progesterona natural 
pela via vaginal (200 mg/dia) até a 36ª semana. Com tal 
medida, é possível reduzir a prematuridade em 
aproximadamente 40% dos casos (nível de evidência I 
A) 
No caso de antecedente de perda fetal por repetição 
de segundo trimestre ou partos pré-termo extremos 
devidos à incompetência cervical, o tratamento de 
escolha é a (nível de evidência I B). 
No entanto, a presença de colo uterino curto em 
gestante sem antecedente obstétrico sugestivo de 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
incompetência não leva à indicação de circlagem 
cervical. 
A circlagem uterina é uma sutura para 
fechar o colo do útero. É empregada quando 
a mulher tem uma incompetência do colo e 
não consegue segurar o bebê. Normalmente o 
problema só é descoberto após a perda de 
uma ou duas gestações 
Outro recurso que vem sendo gradativamente 
introduzido na prática clínica é o uso do pessário 
cervical no colo uterino curto e em gestações únicas. 
Dois estudos randomizados verificaram sua utilidade 
para evitar a prematuridade. Um mostrou que houve 
diminuição significante da prematuridade, o segundo 
estudo, embora com casuística menor, não 
demonstrou diferenças quanto à prematuridade entre 
o grupo pessário (n=55) e o grupo controle (n=53). 
Com apenas dois estudos que revelaram resultados 
contrários, nada pode ser concluído sobre o papel do 
pessário na prevenção da prematuridade 
O para 
 faz parte da , em que são 
realizadas intervenções que reduzem as complicações 
neonatais depois do início do trabalho de parto 
prematuro. Tais complicações podem ser minimizadas 
por meio da , da 
antibioticoterapia profilática para o estreptococo do 
grupo B e da neuroproteção com o sulfato de 
magnésio. No entanto, a tocólise apenas adia o 
nascimento por alguns dias, o que é útil para a 
realização das intervenções citadas anteriormente, mas 
não evita o nascimento prematuro. 
 tocolíticos são medicamentos usados 
para suprimir um TP prematuro 
 apesar de o repouso 
ser amplamente recomendado, a associação entre 
atividade física e parto prematuro não é bem 
estabelecida. 
 Rezende (2013) 
indica o tratamento de mulheres com vaginose 
bacteriana com antecedente de parto pré-termo ou 
abortamento tardio, mesmo que assintomáticas, de 
preferência antes de 16 semanas de gravidez. 
Recomenda a clindamicina como melhor opção 
terapêutica nestes casos. 
 também denominada cerclage ou 
cerclagem por alguns autores. É um procedimento 
utilizado para correção de incompetência istmocervical 
(IIC) em pacientes com alto risco de parto prematuro. 
A IIC ocorre quando o útero não consegue manter o 
feto em seu interior até o termo, quer seja por falha 
estrutural, anatômica ou funcional do colo uterino. As 
maiores causas são alterações congênitas, como 
malformações uterinas e adquiridas, decorrentes de 
tumores e cirurgias (conização e traumas obstétricos) 
 a suplementação 
hormonal com progesterona, na forma de supositórios 
vaginais diários ou injeções intramusculares semanais, a 
partir do segundo trimestre até 34 semanas de 
gravidez, tem mostrado redução nas taxas de parto 
prematuro em pacientes com história de parto 
prematuro anterior. Porém, Ainda não há evidências 
definitivas sobre a eficácia da progesterona na 
diminuição das taxas de parto prematuro em mulheres 
com gestação múltipla, em trabalho de parto ou com 
outros fatores de risco. 
INIBIÇÃO DO TRABALHO DE PARTO 
Ocorre quando é possível realizar medidas que 
melhorem o resultado neonatal. Isto ocorre 
, já que antes de 24 semanas o prognóstico 
da gestação é muito ruim e após 34 semanas a 
prematuridade possui uma influência pequena na 
sobrevida neonatal 
 não há evidências a favor da 
hidratação venosa no tratamento do trabalho de parto 
prematuro. 
 o uso de antibióticos em pacientes em 
trabalho de parto prematuro com bolsa íntegra não 
mostrou benefícios em prolongar tais gestações e não 
deve ser recomendado. 
 quando prescrita isoladamente para prolongar 
a gestação, não melhora o prognóstico fetal. Seu 
objetivo principal é , 
medicação que realmente diminui a morbimortalidade 
neonatal. Os tocolíticos geralmente utilizados são: 
❖ substâncias semelhantes às 
catecolaminas que atuam nos receptores da 
musculatura involuntária causando relaxamento 
muscular, através da elevação do AMP-c, com 
consequente diminuição do cálcio livre 
intracelular. São eficazes em prolongar a 
gestação por 48 horas, tempo suficiente para 
administração de corticoides, visando acelerar 
a maturidade pulmonar fetal. Algumas drogas 
disponíveis no mercado incluem o salbutamol, 
a ritodrina (única aprovada pelo FDA), a 
terbutalina, o fenoterol e a isoxsuprina. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
 
❖ este 
grupo de medicamentos atua inibindo a 
cicloxigenase e bloqueando a conversão do 
ácido aracdônico livre em prostaglandina. Isso as 
prostaglandinas E e F têm papel relevante na 
gênese das contrações uterinas, através do 
aumento da formação de gap junctions 
miometriais e aumento do cálcio intracelular 
disponível. Logo, inibidas, espera-se que haja 
uma diminuição das contrações. Nesta classe 
de tocolíticos, a indometacina é o fármaco mais 
frequentemente utilizado. não deve ser 
utilizada em gestantes com idade gestacional 
maior que 32 semanas, ou por períodos 
maiores que 48-72 horas, sob o risco de 
fechamento precoce do ducto arterioso e 
consequente hipertensão pulmonar fetal. 
❖ Atuam 
diretamente pelo bloqueio do influxo de íons 
de cálcio pela membrana celular e inibição da 
liberação do cálcio intracelular pelo retículo 
sarcoplasmático. A menor quantidade de cálcio 
livre intracelular resulta em inibição da 
fosforilação mediada da miosina de cadeia leve 
quinase, resultando em relaxamento do 
miométrio. Os bloqueadores de canal de cálcio 
apresentam rápido início de ação e posologia 
facilitada, sendo por muitos autores classificadas 
como primeira escolha A nifedipina é seu 
principal representante
❖ age através de 
competição com os íons cálcio pela entrada 
nas células musculares, porém sua eficácia 
nesse caso não é unanimidade Deve-se 
verificar constantemente os níveis de 
magnésio séricos a fim de evitar 
hipermagnesemia, através de testes de reflexo 
patelar, frequência respiratória e débito urinário, 
pois são diretamente alterados com altos níveis 
desse mineral
❖ o atosiban é um 
antagonista seletivo do receptor de ocitocina. 
Ele é mais efetivo em idades gestacionais mais 
avançadas visto o maior número de receptores 
uterinos de ocitocina e maior responsividade 
uterina à ao hormônio com o avançar da idade 
gestacional. 
 
CORTICOTERAPIA 
 e da incidência da doença de membrana 
hialina, hemorragia intraventricular e enterocolite 
necrosante. A administração antenatal de 
glicocorticoides acelera o desenvolvimento dos 
pneumócitos. Também regula as enzimas dos 
pneumócitos II que estimulama síntese de fosfolipídios 
e consequente liberação de surfactante. 
As medicações recomendadas são a betametasona e 
dexametasona, pois, além de outras vantagens, 
atravessam melhor a barreira placentária. 
A corticoterapia deve ser utilizada entre 
 em toda gestante com risco de parto 
prematuro, independente da presença de rotura 
prematura de membranas ovulares. 
 
Problema 4: Vigiar e ficar atento 
Estudar a dequitação. 
DEQUITAÇÃO DA PLACENTA 
Nesse período, também chamado ou 
dequitadura, o útero expele a placenta e as membranas 
(após o nascimento do feto). Assim, após descolamento 
de seu leito uterino, a placenta desce através do canal 
de parto e é expelida pela rima vulvar. 
Seu descolamento ocorre em virtude da 
diminuição do volume uterino depois da 
expulsão fetal, associada às contrações uterinas 
vigorosas e indolores. 
❖ quando 
começam no centro. Primeira face placentária 
vista na rima vulvar é a face fetal. 
❖ 
 começam lateralmente. Primeira face 
placentária vista na rima vulvar é a materna. 
O primeiro é mais frequente e apresenta 
sangramento após a dequitação, com formação de 
hematoma retroplacentário. O segundo, menos 
comum, tem escoamento de sangue antes da total 
expulsão da placenta. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Fisiologicamente, sabe-se que ela deve 
ocorrer dentro de 20 a, no máximo, 30 minutos. Porém, 
em 80% dos partos a dequitação se dá nos primeiros 
10 minutos 
Não devem ser realizadas manobras para promover o 
descolamento da placenta de forma rápida, pois 
 
Estima-se que a média de tempo necessário 
para a dequitação é de 5 minutos; em 90% 
dos casos, ela ocorre em até 15 minutos; e em 
97% dos casos, ela termina após 30 minutos. 
Descreve-se, ainda, aumento na incidência de 
complicações hemorrágicas quando é 
ultrapassado o tempo de 30 minutos. 
Deve-se observar de forma atenta a 
existência de sangramento abundante e, caso 
ocorra essa intercorrência, promover o manejo 
ativo do terceiro período, que pode incluir a 
extração manual da placenta. 
❖ Elevação do fundo uterino em 2 a 3 cm com 
desvio para a direita ( ); 
❖ A forma discoide e globosa do útero quando 
avaliado em sentido anteroposterior (
); 
❖ A não transmissão da tração do cordão à mão 
que palpa o fundo do útero ( ); 
❖ A ausência de propagação da percussão do 
fundo do útero até o cordão umbilical (
); 
❖ A elevação do útero por meio de palpação 
abdominal não acompanhada da 
movimentação do cordão umbilical (
). 
❖ A descida progressiva do cordão umbilical (sinal 
de Ahlfeld) com rotação deste (sinal de 
Hochenb ichler); 
❖ A sensação de peso retal conhecida como sinal 
de placenta (sinal de Calman ou sinal de 
Michulicz-Rarecki); 
❖ Ao toque vaginal, a identificação da presença 
de placenta em fórnice vaginal posterior (sinal 
de Garber). 
Nesse momento, roda-se a placenta para que 
o desprendimento das membranas seja 
completo (manobra de Jacobs). 
Após a retirada da placenta, deve-se avaliá-la 
procurando certificar-se de que a 
. Caso existam dúvidas a esse respeito, 
procede-se à e à 
. 
Após o término da dequitação, 
, assim como a episiotomia. 
PERÍODO DE GREENBERG 
Também denominado de quarto período, a 
 inicia-se imediatamente após a 
dequitação. É, então, a e 
não um verdadeiro quarto período clínico do parto. 
Nesse período, ocorrem a 
 maternos e a . Essa primeira 
hora caracteriza-se pela ocorrência dos fenômenos de 
, de , pela 
 e pela 
que a segue. 
A redução do volume uterino causa 
angulação das artérias uterinas e ovariana, 
provocando diminuição da perfusão uterina. A 
contração do útero causa oclusão dos vasos 
miometriais ( ) e foi descrita 
por Pinard como ligaduras vivas, ou globo vivo 
de Pinard. 
O é a segunda linha de 
defesa contra a hemorragia e tem como 
característica a formação de trombos nos 
grandes vasos uteroplacentários, os quais se 
prolongam pelos coágulos intrauterinas que 
recobrem o leito placentário. Segundo 
Greenberg, citado por Rezende, a retirada 
desses coágulos intrauterinas após o final do 
parto é um processo não fisiológico e, 
portanto, deveria ser evitada. 
A é caracterizada por 
contração e relaxamento das fibras miometriais 
e ocorre na primeira hora pós-parto. Assim, 
pode haver enchimento e esvaziamento de 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
sangue no interior do útero, e a hemostasia 
uterina depende, principalmente, do 
trombotamponamento nessa fase. Esse estado 
de indiferença uterina pode ser prolongado nos 
trabalhos de parto laboriosos, nas grandes 
multíparas e quando há distensão excessiva do 
útero, como acontece nas gestações múltiplas 
ou com fetos macrossômicos ou, ainda, na 
presença de polidrâmnio. 
A surge com o fim 
desse período (depois de 1 hora), e o maior 
tônus uterino mantém a hemostasia pós-parto, 
auxiliando no retorno do útero ao estado pré-
gravídico. 
FONTE: ZUGAIB OBSTETRÍC IA 
Compreender o puerpério e sua assistência, 
abordando a involução uterina. 
PUERPÉRIO 
 o puerpério, ou período pós-parto, 
tem início após a dequitação e se estende até 6 
semanas completas após o parto. Essa definição é 
baseada nos efeitos acarretados pela gestação em 
diversos órgãos maternos que, ao final desse período, 
já retornaram ao estado pré-gravídico. 
 
Nem todos os sistemas retornam à condição 
primitiva até o fim da 6ª semana, por isso, 
alguns autores postergam a data. 
ASSISTÊNCIA NO PUERPÉRIO 
A nova mãe necessita de suporte emocional e 
tranquilidade durante o período pós-parto para garantir 
que ela adquira confiança e estreite os laços emocionais 
com o RN. 
a maioria das pacientes permanece nos 
primeiros dias de puerpério em ambiente hospitalar. As 
informações adquiridas com o médico que faz a visita 
auxiliam na confiança de poder cuidar bem de seu filho. 
O pai também deve ser encorajado a participar desses 
cuidados, não apenas para colaborar com a mãe, mas 
também para fortalecer a relação com o recém-
nascido e com a família. 
 
❖ Durante a internação, especialmente no 
primeiro dia de puerpério, a mãe deve ter 
aferidos a , a , os 
 e a 
 em intervalos regulares. 
❖ Deve ser submetida a 
, com avaliação de mamas, abdome, 
trato urinário, região perineal e membros 
inferiores. 
❖ Deve-se e 
, para verificar se o 
útero está contraído. 
❖ Pela maior probabilidade de hemorragia 
significativa logo após o parto, mesmo em se 
tratando de gestação de baixo risco, a 
puérpera deve ser avaliada cuidadosamente 
até pelo menos o término da primeira hora 
após a dequitação. 
❖ Nos primeiros dias após o parto vaginal ou a 
cesárea, a puérpera pode queixar-se de 
 por uma série de razões, incluindo 
cólicas abdominais, dor na episiorrafia ou na 
cicatriz cirúrgica abdominal, ingurgitamento 
mamário e, raramente, cefaleia após anestesia 
raquidiana. 
Aconselhável a administração de 
analgésicos e anti-inflamatórios, a fim 
de minimizar o desconforto 
❖ A dor na região da episiorrafia pode dificultar 
os movimentos da puérpera nos primeiros dias, 
e o uso de gelo local ou, em alguns casos, de 
spray anestésico, minimiza esse desconforto. 
Se este for muito intenso, deve-se 
atentar para um problema maior, 
como um hematoma, no primeiro dia, 
ou infecção, a partir do quarto dia do 
pós-parto. 
❖ Há poucas evidências científicas sobre qual o 
cuidado ideal com o períneo após o 
nascimento. Deve-se realizar boa higiene 
perineal e, caso haja edema dessa região, 
recomenda-se a elevação dos pés da cama. 
Exercícios para a musculatura do 
assoalho pélvico podem ser benéficos 
para o fortalecimento desses 
músculos, mas não foi demonstrado 
que previnem o prolapso vaginal em 
intervalo curto de acompanhamento. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
a rápida deambulação apresenta menor 
taxa de complicações urinárias e de obstipação, assim 
como menor risco de trombose venosa ede 
tromboembolismo pulmonar, já que há hipercoagulação 
persistente nas primeiras 3 semanas após o parto. 
se houver retenção urinária, o 
tratamento inicial pode ser não invasivo, administrando-
se analgésicos por via oral e permitindo que a paciente 
vá ao banheiro, tome um banho quente ou molhe as 
mãos em água fria corrente. Se o tratamento não se 
mostrou eficaz e a bexiga puder ser palpada por via 
abdominal (bexigoma), deve-se realizar o cateterismo 
vesical, caso a paciente seja incapaz de esvaziá-la. 
aparecimento ou 
agravamento de doença hemorroidária. Em um estudo 
prospectivo, por meio de exames proctológicos, 
verificou-se uma taxa de 7,8% de hemorroidas 
externas trombosadas no final da gestação e 20% no 
período pós-parto. Dessas pacientes, 91% notaram seu 
aparecimento no primeiro dia de puerpério. 
Partos traumáticos e recém-nascidos grandes 
podem ser considerados fatores de risco para 
o agravamento dessas afecções. 
 
❖ O alojamento conjunto (do recém-nascido com 
a mãe) durante a hospitalização deve ser 
encorajado, já que, juntamente à 
amamentação sob demanda, esteve associado 
à , 
especialmente em primíparas. 
❖ A , especialmente em mulheres 
inexperientes, tem sido relatada como um dos 
motivos para a . 
❖ Recomenda-se o uso de sutiãs com alças largas 
e firmes, para manter os ductos mamários em 
posição anatômica. 
❖ Se o colostro já estiver presente no momento 
do parto, recomenda-se que a mãe amamente 
logo nas primeiras horas após o nascimento. 
❖ A descida do leite ocorre somente entre o 
segundo e o terceiro dia do puerpério, com 
desconforto considerável às pacientes. que 
devem ser orientadas acerca da técnica 
correta de amamentação. 
❖ A presença de deformidades nos mamilos, 
assim como de traumas mamilares (eritema, 
fissuras, edema, bolhas), geralmente 
ocasionados por posicionamentos e pega 
inadequados, pode dificultar o processo de 
amamentação, gerando ansiedade no casal. 
 analgésicos, próprio leite 
materno, ou cremes para acelerar a 
cicatrização. 
❖ é o processo inflamatório de um ou 
mais segmentos da mama (mais comumente o 
quadrante superior esquerdo), que pode ou 
não progredir para infecção bacteriana 
 porta de entrada das 
bactérias, especialmente 
Staphylococcus aureus 
Infecção frequentemente na 2ª ou 3ª 
semana após o parto. 
Parte acometida da mama: dolorosa, 
hiperemiada, edemaciada e quente. 
Pode haver manifestações sistêmicas: 
mal-estar, febre alta, calafrios. 
 esvaziamento da mama; 
manutenção da amamentação. 
não se recomenda a avaliação 
de rotina da taxa de hemoglobina e do hematócrito 
após partos não complicados. A contagem de leucócitos 
também não é preditiva de infecção iminente, já que 
leucocitose de até 15.000/mL. ocorre frequentemente 
em puérperas. 
Avaliação laboratorial deve ser reservada para 
as pacientes com suspeita clínica de inflamação. 
antes da alta hospitalar, devem ser 
checadas a situação vacinal e as sorologias da mãe. Se 
necessário, a imunização para rubéola, hepatite B e 
coqueluche pode ser realizada no próprio hospital ou 
no puerpério tardio. 
Mulheres RhD-negativo, não sensibilizadas e 
com recém-nascido RhD-positivo, devem 
receber imunoglobulina anti-D 
preferencialmente até 72 horas depois do 
parto. 
tanto a depressão quanto a psicose pós 
parto pode comprometer a função materna de cuidar 
e, até mesmo, colocar em risco o RN. 
❖ Uma variante da depressão, o 
(também conhecido como melancolia da 
maternidade ou baby blues) consiste em uma 
situação transitória caracterizada por alteração 
leve e rápida do comportamento, seguida de 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
tristeza, irritabilidade, ansiedade, diminuição da 
concentração, insônia e choro fácil. 
Cerca de 40 a 80% das puérperas 
podem desenvolver essas alterações 
de humor, em geral 2 ou 3 dias após 
o parto. 
Os sintomas tipicamente se acentuam 
no quinto dia de pós-parto e 
desaparecem depois de 2 semanas. 
Maioria das vezes não necessita de 
tratamento com medicamentos, 
porém, pode ser necessário uso de 
benzodiapínecos por curto período 
(chegam ao RN pelo leite materno). 
❖ A tem incidência 
semelhante à da depressão comum em 
mulheres não grávidas, mas o início de novos 
episódios depressivos é maior nas 5 primeiras 
semanas de puerpério. Os sintomas da 
depressão puerperal, em geral, costumam 
manifestar-se até 30 dias após o parto e 
incluem alterações somáticas, como distúrbios 
do sono, da energia, do apetite, do peso, da 
função gastrointestinal e da libido. 
Sintomas adicionais: ansiedade 
extrema (ataques de pânico), 
irritabilidade, raiva, sentimento de culpa 
e incapacidade de cuidar do RN. 
Para os casos leves e moderados de 
depressão pós-parto, a primeira 
abordagem de tratamento pode ser a 
terapia psicossocial (por exemplo, 
psicoterapia interpessoal, terapia 
comportamental e em grupo e terapia 
do cônjuge e familiar). Nos casos mais 
graves, deve ser administrado 
tratamento medicamentoso, com a 
terapia psicossociaI como adjuvante. 
após parto vaginal não complicado, a 
puérpera pode receber alta hospitalar em 24h e, em 
caso de cesárea, esta normalmente se prolonga para 
48h. Antes de deixar o hospital, a mãe deve ser 
orientada quanto às modificações esperadas no período 
pós-parto e aos cuidados que deverá ter consigo 
(mamas, períneo etc.) e com o RN. 
❖ Após 2 a 3 semanas do parto, mulheres que 
não amamentam podem fazer uso de 
anticoncepcionais de progesterona somente 
(pílulas, implantes, injeções) ou de métodos de 
barreira.. 
❖ O uso de anticoncepcionais hormonais orais 
combinados deve ser iniciado 28 dias depois do 
parto, segundo a maioria dos estudos (a 
ovulação pode retomar apenas 25 dias após o 
parto). 
❖ DIU pode ser inserido imediatamente após o 
parto, apesar de maior a taxa de expulsão em 
comparação quando tardio. 
❖ A amamentação tem eficácia limitada como 
anticoncepcional após 3º mês pós parto. 
❖ A amenorreia parece ser um bom preditor do 
sucesso da amamentação no atraso ao retorno 
da fertilidade. 
❖ Mulheres que amamentam exclusivamente e 
mantêm-se amenorreicas estão 98% 
protegidas de uma nova gravidez pelos 
primeiros 6 meses 
 
 
❖ A é relatada por 41 a 83% 
das mulheres após 2 a 3 meses pós-parto. 
❖ Há, comumente, 
nesse período dor, fadiga e 
sangramento vaginal. 
❖ 80% das puérperas relatam retorno à atividade 
sexual cerca de 6 semanas após o parto. 
❖ Se verifica com frequência atrofia do epitélio 
vaginal e diminuição da lubrificação em 
mulheres que amamentam exclusivamente ou 
que utilizam anticoncepcionais somente de 
progesterona. 
Lubrificantes ou cremes tópicos à 
base de estrógeno podem ser usados 
para alívio dos sintomas decorrentes 
da atrofia vaginal. 
anormalidades da função tireoidiana são 
frequentemente encontradas no pós-ártp. A taxa 
estimada de tireoidite pós-parto é de 5 a 10% dos casos. 
primeiro retorno entre 7 e 10 
dias após o parto, onde são avaliadas as condições da 
episiorrafia em relação à deiscência, infecções e 
hematomas e, para cesáreas, os pontos devem ser 
retirados e a cicatriz cirúrgica avaliada quanto à 
presença de sinais sugestivos de infeção ou 
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hematomas na parede. Outro retorno é realizado 40 
dias após o parto, onde são discutidos com a paciente 
problemas relacionados a essa nova fase, ressaltando 
questões relativas ao humor da puérpera, ao uso de 
anticoncepcionais, ao retorno à atividade sexual e às 
dificuldades na amamentação, entre outras. 
INVOLUÇÃO UTERINA 
Imediatamente após a dequitação, o útero inicia o 
processo de involução. 
 característica do miométrio que 
permite ao órgão 
. Pelo fato de o útero 
contraído comprimir os vasos sanguíneos, o útero 
puerperal tem aparência isquêmica, se comparado ao 
útero hiperemiado da gestante. A contração uterina 
também é responsável pela 
, reduzindo o fluxo sanguíneo e 
 pós-parto. Alémdisso, vasos 
calibrosos obliteram-se (trombose), constituindo um 
 para a prevenção 
da perda sanguínea. 
 
O fundo uterino tipicamente atinge a cicatriz umbilical 
24 horas após o parto, alcançando a região entre a 
sínfise púbica e a cicatriz umbilical depois de 1 semana 
A involução uterina costuma ser mais rápida 
nas mulheres que amamentam e, 
habitualmente, no 12º dia após o parto, o fundo 
uterino localiza-se rente à borda superior da 
sínfise púbica. 
Na segunda semana pós-parto, o útero não é mais 
palpável no abdome; e atinge suas dimensões pré-
gravídicas em cerca de 6 a 8 semanas de puerpério. O 
número total de células musculares lisas não diminui de 
forma notável, mas há redução no tamanho dessas 
células. Esse processo é afetado pela paridade, pelo tipo 
de parto (o útero apresenta dimensões maiores em 
multíparas e após cesárea) e pela amamentação (o 
útero se mostra mais reduzido em mulheres que 
amamentam). 
Nos primeiros 3 dias de puerpério, as contrações 
uterinas provocam cólicas abdominais, em geral, mais 
intensas em multíparas do que em primíparas. Essas 
cólicas intensificam-se com a sucção do RN, como 
resultado da liberação de ocitocina pela neuro-hipófise. 
Nas primeiras 12 horas após o parto, as contrações 
uterinas são coordenadas, regulares e de forte 
intensidade. 
Após a dequitação, persiste a porção basal da decídua. 
Decídua se divide em duas novas camadas: 
❖ Superficial: descamação 
❖ Profunda: regeneração do novo endométrio, o 
qual recobre por completo a cavidade 
endometrial até o 16º dia depois do parto 
Esse processo de regeneração da ferida placentária, 
associado às alterações involutivas que se processam 
simultaneamente vincula-se à produção e à eliminação 
de quantidade variável de exsudatos e transudatos, 
denominados lóquios, que consistem 
microscopicamente em eritrócitos, leucócitos, porções 
de decídua, células epiteliais e bactérias. 
❖ quantidade de eritrócitos suficiente para 
que os lóquios sejam de cor vermelha (lochia 
rubra) 
❖ lóquios vão se tomando 
serossanguíneos, mais acastanhados, em razão 
da hemoglobina semidegradada (lochia fusca) 
❖ , pela 
incorporação de leucócitos e pela diminuição 
do volume da loquiação, eles assumem uma 
coloração amarelada (lochia flava) e, 
posteriormente, esbranquiçada (lochia alba). 
❖ Volume total da loquiação pode variar de 200 
a 500mL. Duração de 4 semanas 
aproximadamente, podendo estender-se, em 
cerca de 15% dos casos, a até 6 a 8 semanas 
após o parto 
 após a dequitação, há 
contração do local de implantação da placenta, com 
redução de suas proporções equivalente à metade de 
seu diâmetro original. A concomitante contração da 
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camada muscular lisa das artérias deste local assegura a 
adequada hemostasia no puerpério imediato. Por volta 
do final da segunda semana, o diâmetro passa a 3 a 4 
cm e o endométrio regenera-se a partir das glândulas 
e do estroma da decídua basal, acelerando o processo 
de esfoliação local. 
 após a expulsão fetal e a dequitação, o 
colo uterino encontra-se amolecido, com pequenas 
lacerações nas margens do orifício externo, que 
continua dilatado. Essa dilatação regride lentamente, 
permanecendo entre 2 e 3 cm nos primeiros dias após 
o parto, e menos de 1 cm com 1 semana de puerpério. 
À medida que a dilatação regride, o colo uterino torna-
se progressivamente mais espesso, e faz-se a 
reconstrução do canal cervical. O orifício externo 
apresenta zona transversa de cicatrização (forma de 
fenda). O reparo total do colo uterino e a re-epitelização 
costumam ocorrer entre 6 e 12 semanas após o parto. 
 o epitélio das tubas uterinas durante a 
gestação é caracterizado pela predominância de células 
não ciliadas, por causa do desequilíbrio entre os altos 
níveis de progesterona e estrógeno. Após o parto, pela 
diminuição dos níveis de estrógeno e progesterona, há 
extrusão dos núcleos de células não ciliadas e 
diminuição de tamanho tanto de células ciliadas quanto 
de não ciliadas. As tubas uterinas removidas entre os 
dias 5 e 15 do período pós-parto demonstram sinais de 
salpingite aguda em 38% dos casos, porém, sem 
identificação de bactérias (causa desconhecida). 
FONTE: ZUGAIB OBSTETRÍC IA 
Analisar as causas que podem gerar o 
sangramento pós-parto. 
HEMORRAGIA PÓS PARTO 
 
As alterações fisiológicas verificadas durante a gestação, 
incluindo aumento de 40% no volume plasmático e de 
25% no número de glóbulos vermelhos, ocorrem em 
antecipação à perda sanguínea do parto. Com a 
separação da placenta, a hemostasia do sítio placentário 
se processa por meio de vasoespasmo local e 
formação de trombos nos vasos uterinos. A contração 
e retração do miométrio comprimem grande número 
de vasos e também contribui para a hemostasia. 
Segundo a federação Internacional de Ginecologia e 
Obstetrícia (Figo), a hemorragia pós-parto pode ser 
 (visão turva, vertigem, síncope) 
 (hipotensão, 
taquicardia ou oligúria). 
 A mais tradicional conceitua a 
hemorragia pós-parto como perda sanguínea maior 
que 500mL, após parto vaginal e maior que 1.000 mL 
após cesárea, depois do término do terceiro período 
do parto. 
Estudos demonstraram que essa definição é 
inadequada, pois a perda sanguínea média 
relatada após o parto vaginal é de 
aproximadamente 400 a 600 mL e depois de 
cesárea, de 1.000 mL, havendo certa tendência 
a subestimar o volume de sangue perdido pelas 
pacientes. 
Outra definição clássica de hemorragia pós-parto 
consiste em queda maior do que 10% do hematócrito 
entre a admissão da gestante e o período pós-parto. 
Não é útil, pois didaticamente a perda de 
grande quantidade de sangue pode 
caracterizar uma emergência antes da 
observação da queda do hematócrito, e a 
hemoconcentração verificada no período pré-
parto (pré-eclâmpsia, desidratação) pode levar 
a maior queda do hematócrito depois do parto 
sem estar relacionada a perda sanguínea 
Recentemente, o Colégio Americano de GO definiu 
hemorragia pós-parto como sangramento acima de 
1.000 mL ou hemorragia acompanhada de sinais e 
sintomas de hipovolemia nas primeiras 24h após o 
parto, independentemente da via de parto. 
A hemorragia pós-parto pode ser classificada em 
, a mais comum, quando ocorre nas primeiras 
; ou , quando 
acontece 
 devido à dificuldade de se definir hemorragia 
pós-parto, sua incidência precisa não é conhecida. De 
acordo com vários autores, é diagnosticada em 4 a 8% 
de todos os partos vaginais. Quanto à cesárea, estima-
se que cerca de 6% dos casos, nas primeiras 24h, 
evoluam para hemorragia pós-parto. 
A hemorragia pós-parto é responsável por 
cerca de 
registradas no planeta e aproximadamente um 
terço das mortes maternas na África e na Ásia 
são secundárias a essa intercorrência. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
 as principais causas de 
hemorragia pós parto são (incapacidade 
do útero de contrair-se adequadamente), retenção de 
fragmentos placentários e lacerações do canal de parto. 
Como causa de hemorragia pós-parto 
primária, a atonia uterina está presente em 
cerca de 80% dos casos. 
O fluxo sanguíneo médio uterino durante o parto é de 
600 mL/min e, quando o miométrio é incapaz de 
contrair-se efetivamente, não há constrição das artérias 
espiraladas do útero, havendo sangramento profuso 
pela decídua, o que leva rapidamente a choque 
hipovolêmico. 
 segundo período do parto prolongado, parto 
instrumentado, sobredistensão uterina (macrossomia, 
gestação múltipla, polidrâmnio), uso de medicações 
(tocolíticos e anestésicos halogenados) e corioamnionite 
❖ Lacerações do períneo, da vagina ou do colo 
uterino. 
❖ Coagulopatia dilucional (placenta prévia) ou de 
consumo (descolamento prematuro de 
placenta - DPP, sepse, embolia amniótica). 
❖ Retenção placentária ou acretismo placentário. 
❖ Inversão uterina. 
❖ Rotura uterina. 
❖ Deiscência de cicatriz de histerotomia. 
❖ Laceraçãode histerotomia com acometimento 
de vasos uterinos. 
❖ Hemostasia inadequada. 
Outros fatores de risco que também têm sido 
associados à hemorragia pós-parto são obesidade, alta 
paridade e parto rápido. 
A maioria das mulheres com hemorragia pós-parto 
não apresenta fatores de risco. 
Causas menos frequentes de hemorragia pós-parto 
são os defeitos congênitos da coagulação, como a 
doença de von Willebrand.. 
 em geral é óbvio, exceto nos casos de 
acúmulo de sangue na cavidade uterina ou em alguns 
eventos de rotura uterina com hemorragia 
intraperitoneal. Sempre que se suspeitar de 
sangramento aumentado no puerpério, 
independentemente do método de identificação 
utilizado, a 
. Os efeitos da 
hemorragia na mulher dependerão do volume 
dependerão do volume de sangue prévio à gestação, 
do aumento desse volume durante a gravidez e do 
grau de anemia após o parto. 
usualmente, as puérperas hígidas 
manifestam os primeiros sinais de choque hipovolêmico 
somente após perdas volêmicas superiores a 20%.
❖ perda sanguínea de 10 a 15% - PA média normal 
– palpitações, vertigem, taquicardia; 
❖ perda sanguínea de 15 a 25% - PA média 
pouco diminuída – fraqueza, sudorese, 
taquicardia; 
❖ perda sanguínea de 25 a 35% - PA média 70 
a 80 mmHg – agitação, palidez, oligúria; 
❖ perda sanguínea de 35 a 45% - PA média 50 
a 70 mmHg – colapso, dispneia, anúria; 
❖ Alterações da pressão arterial poderão ocorrer 
tardiamente, quando grande quantidade de 
sangue já houver sido perdida. 
Pelo fato de a representar a maior causa 
de hemorragia pós-parto, deve-se inicialmente esvaziar 
a bexiga e realizar o toque vaginal bimanual. O achado 
de útero amolecido e pouco contraído sugere a atonia 
como fator causal. Se há persistência do sangramento 
e o útero se encontra bem contraído, outros fatores 
devem ser considerados. Deve-se descartar lacerações 
pelo exame minucioso do canal de parto 
 também podem levar a 
perda sanguínea significativa. Sintomas mais 
frequentes: pressão pélvica ou retal e dor 
 consiste em 
outra causa de hemorragia pós-parto. Dequitação 
espontânea, inspeção da placenta com aparente 
integridade dos cotilédones e ausência de cirurgia 
uterina prévia tornam o diagnóstico de retenção de 
restos placentários menos provável.
A ultrassonografia da cavidade uterina, porém, 
auxilia nesse diagnóstico, especialmente quando 
se detecta massa ecoica intrauterina. 
Menos comumente, a hemorragia pós-parto pode ser 
causada por . Deve-se suspeitar de 
alterações da coagulação se houver antecedente 
pessoal ou familiar, ou mesmo em função do quadro 
clínico. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Situações associadas a coagulopatia incluem: 
síndrome de HELLP, DPP, óbito fetal, sepse e 
embolia amniótica. 
Também a hemorragia volumosa, de qualquer 
origem, poderá levar ao consumo de fatores 
de coagulação. 
 mulheres com episódio 
prévio de hemorragia pós-parto têm risco de 
recorrência de cerca de 15% em gravidez subsequente. 
A parece 
reduzir o risco de perda sanguínea materna. Consiste 
em clampeamento umbilical precoce, massagem 
uterina, tração controlada do cordão e administração 
de agente uterotônico. 
Em um estudo clássico, foram selecionadas 1.795 
pacientes para conduta expectante versus ativa do 
terceiro período. 
❖ As pacientes do grupo de conduta ativa 
recebiam 5 UI de ocitocina e 0,5 mg de 
ergometrina por via intramuscular logo após a 
liberação da espádua anterior, seguidas de 
tração umbilical controlada. 
❖ Em comparação com o grupo submetido à 
conduta expectante, no de conduta ativa foram 
relatadas diminuição significativa de hemorragia 
pós-parto (6 versus 18%) e duração média 
menor do terceiro período (5 versus 15 
minutos). 
FONTE: ZUGAIB OBSTETRÍC IA 
Elucidar as indicações de processo 
terapêutico em casos de sangramento pós-
parto. 
CONDUTA DE TRATAMENTO 
Para que o tratamento da hemorragia pós-parto seja 
bem sucedido, é necessário um bom trabalho em 
equipe, com obstetra, enfermeiros, anestesista, 
hematologista e banco de sangue. O obstetra deve 
coordenar uma série de intervenções clínicas e 
cirúrgicas para o controle da hemorragia pós-parto e 
avaliar o sucesso ou insucesso de cada etapa, 
rapidamente passando para a seguinte, quando 
necessário. Se o tratamento for postergado, ocorrerá 
, o que aumenta o risco de 
, levando a maior taxa de 
, aumento da morbidade por 
 e aumento da incidência de óbito materno.
 
❖ a manobra de 
Hamilton é a primeira a ser realizada nos casos 
de atonia uterina, enquanto se realiza o 
uterotônico e aguarda seu efeito. A bexiga 
deve ser esvaziada por meio de cateterismo, 
pois a repleção vesical pode interferir na 
contratilidade do segmento inferior. Uma das 
mãos fixa a porção posterior do útero, 
enquanto a outra é posicionada fechada pelo 
canal vaginal (anteriormente ao colo uterino), 
de modo que as duas paredes uterinas sejam 
comprimidas. É geralmente eficaz no controle 
da hemorragia. 
❖ para administração 
de líquidos, sangue e medicações. 
❖ 
tratamento medicamentoso. 
 age estimulando 
contrações na porção superior do 
corpo uterino. Tem início de ação 
rápido, de cerca de 1 minuto e meia-
vida curta. Pode ser administrada tanto 
por via IV quanto IM. 
 provoca 
contrações na porção superior e 
segmento inferior do útero. Tem início 
de ação em 2 a 5 minutos. A 
administração é em bólus, via IV e 
pode levar à hipertensão grave. 
 os 
dados ainda são limitados, assim como 
as melhores doses e via de adm ainda 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
não foram definidas, mas mostra-se 
eficaz.
 para prevenir hipotensão. 
 de 
acordo com a necessidade, a fim de se 
manter perfusão tecidual adequada e 
boa troca de oxigênio e prevenir a 
coagulopatia. 
 a 
paciente deve ser posicionada adequadamente para 
exame ginecológico, em sala cirúrgica, sob supervisão 
de anestesista, para revisão do canal de parto e deve-
se proceder às etapas explicadas a seguir: 
❖ procede-se à avaliação 
da vagina e colo uterino para reparo de 
lacerações, se existentes, usando-se, de 
preferência, categute simples 0 ou 2-0, com 
sutura contínua ou em pontos separados (em 
áreas menos distensíveis). Após a sutura, 
sugere-se colocar tampão vaginal com 
nitrofurazona ou vaselina. 
❖ se o 
sangramento tiver origem na cavidade uterina, 
deve-se realizar o procedimento, e qualquer 
fragmento placentário retido tem de ser 
removido. 
❖ tampões uterinos têm 
sido utilizados, com sucesso variável. A técnica 
adequada requer a colocação do tampão 
(compressa ou gaze) em toda a cavidade 
uterina. Antes de realizar o tamponamento, 
deve-se excluir definitivamente qualquer 
possibilidade de hemorragia secundária a 
lacerações de colo e vagina. A taxa de 
hemoglobina e o débito urinário também 
devem ser monitorizados, porque grande 
quantidade de sangue pode acumular-se atrás 
do tampão. É importante a avaliação clínica do 
fundo uterino no momento da colocação do 
tampão. Se, em momentos posteriores, o 
fundo se distanciar mais para cima em relação 
à sínfise púbica, é provável que esteja 
ocorrendo hemorragia oculta. Enquanto o 
tampão estiver posicionado na cavidade uterina 
(em geral por 24 horas), devem ser 
administrados antibióticos de largo espectro. Se 
não houver sucesso no controle da hemorragia 
com essa técnica, não é aconselhável nova 
tentativa de tamponamento. 
Também podem ser utilizados para o 
tamponamento a sonda de Foley, o 
balão de Sengstaken-Blakemore ou o 
balão de Bakri (capacidade de 
acomodar 400 a 500 mL de solução 
salina na cavidade uterina), essa técnica 
propicia, além do tamponamento, a 
drenagem do sangue da cavidade 
uterina. 
❖ a embolização das 
artérias uterinas foi inicialmente descrita por 
para tratamento de hemorragia pós-parto não 
controlada pela histerectomia prévia e consiste 
em alternativa segura e efetiva à cirurgia para 
o controle da hemorragia uterina.Se o 
procedimento não surtir efeito rápido, o passo 
seguinte será a ligadura de artérias uterinas. 
Deve-se levar em conta que a decisão 
envolvendo a embolização demanda mais 
tempo, mobilização de pessoal e equipamento 
apropriado, especialmente em emergências, 
então, se a paciente não estiver estável o 
suficiente para aguardar a embolização, deve-
se realizar imediatamente a laparotomia. A 
 é realizada sob visão 
fluoroscópica na sala de radiologia, sob 
anestesia apropriada. Devem ser administrados 
antibióticos de largo espectro por via 
intravenosa para redução do risco de infecção. 
Pela técnica de Seldinger, introduz-se um 
cateter angiográfico na artéria femoral, 
progredindo-se o cateter até a bifurcação da 
aorta e. desta, até a artéria ilíaca interna ou até 
a artéria uterina. Uma angiografia diagnóstica é 
então realizada para a visualização do(s) local(is) 
de sangramento, evidenciado(s) pelo 
extravasamento do contraste radiológico. 
Alternativamente, quando a área do 
sangramento for difusa ou um vaso 
único responsável pelo 
extravasamento não for identificado, 
uma artéria maior, que supre múltiplos 
vasos menores na área em questão, 
deve ser ocluída. 
O desenvolvimento lento de circulação arterial 
colateral se inicia poucas horas após a 
embolização, prevenindo a isquemia. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
❖ deve ser realizada por meio de 
incisão mediana infraumbilical, para melhor 
exposição do campo cirúrgico. A atonia uterina 
e os locais de sangramento extrauterino, se 
presentes, em geral podem facilmente ser 
identificados. Pode-se proceder inicialmente à 
injeção intramiometrial (cornos uterinos) de 
ocitocina ou metilergometrina corno um 
próxi1no passo na tentativa de reverter uma 
atonia uterina. Se um pequeno vaso for 
responsável pelo sangramento, deve ser 
imediatamente clampeado e ligado com fio de 
sutura adequado. Tanto a atonia uterina como 
o sangramento adjacente ao útero de difícil 
controle deve ser tratados pela ligadura de 
artérias uterinas 
❖ a ligadura 
bilateral de artérias uterinas para o controle da 
hemorragia pós-parto é o procedimento inicial 
de escolha quando se decide pela laparotomia. 
Consiste em um procedimento mais atrativo, 
quando comparado à ligadura de artérias ilíacas 
internas, pelo fato de as artérias uterinas serem 
de mais fácil acesso; o procedimento, mais 
eficaz; e o local de dissecção, geralmente não 
tão próximo dos ureteres e dos vasos ilíacos. 
Após a identificação do ureter, um fio de sutura 
com agulha curva é passado de cada lado da 
margem lateral do segmento inferior do útero, 
tão próximo quanto possível do colo uterino, 
retomando lateralmente pelo ligamento largo e 
passando rente aos vasos uterinos. 
❖ comprime o útero, com 
resultado semelhante àquele obtido por meio 
da compressão uterina bimanual. Técnica 
relativamente simples, de fácil execução e 
preserva o futuro reprodutivo da paciente. Os 
fios são ligados, havendo efeito de compressão 
uterina. 
❖ são suturas 
compressivas de pontos com fios absorvíveis 
que transfixam as paredes anterior e posterior 
do útero, aproximando-as firmemente. 
❖ a técnica não é 
simples, especialmente no caso de útero 
grande, incisão transversa pequena, pelve com 
grande quantidade de sangue obstetra pouco 
habituado à exploração do espaço 
retroperitoneal. A artéria ilíaca externa é 
prontamente identificada na margem medial do 
músculo psoas e é seguida até a bifurcação da 
artéria ilíaca comum. O tecido que envolve a 
artéria ilíaca interna é dissecado até a 
bifurcação dessa artéria em troncos anterior e 
posterior, de maneira que o tronco anterior 
possa ser ligado seletivamente. Na prática, essa 
etapa é tão difícil que toda a artéria ilíaca 
interna geralmente é ligada cerca de 2 cm 
distalmente à sua origem. Deve-se ter muito 
cuidado para não realizar a ligadura da artéria 
ilíaca externa, pois haverá comprometimento 
da perfusão de todo o membro inferior 
ipsilateral à ligadura. 
❖ esse método consiste no último 
recurso, mas não deve ser postergado nas 
situações mais graves, especialmente nos 
casos de coagulopatia e que requeiram 
imediato controle da hemorragia. Se houver 
indecisão para indicar a histerectomia, o 
sangramento excessivo poderá causar 
coagulopatia dilucional, dificultando muito o 
controle da hemorragia e aumentando os 
riscos do procedimento. A histerectomia pós-
parto difere, em alguns aspectos, da 
histerectomia da não grávida, tornando, muitas 
vezes, o procedimento mais difícil. 
O colo uterino pode ser de difícil 
identificação nos casos de dilatação e 
esvaecimento pronunciados. 
Os vasos pélvicos ficam muito 
dilatados. 
O tamanho do útero e os tecidos 
mais friáveis também podem dificultar 
o procedimento. 
❖ apesar de 
ter sido desenvolvido para o tratamento de 
hemofilia A ou B, o fator Vll:a ativado 
recombinante tem sido usado com sucesso 
como agente hemostático universal para o 
tratamento de hemorragias em algumas 
situações, como na hemorragia pós-parto 
causada por atonia uterina. Pode levar a 
aumento do risco de tromboembolismo 
FONTE: ZUGAIB OBSTETRÍC IA 
 
 
 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Elencar a anatomia da parede abdominal 
e as incisões para histerectomia. 
PAREDE ANTEROLATERAL DO ABDOME 
A parede do abdome, embora contínua, é subdividida 
em paredes anterior, laterais direita e esquerda e 
posterior para fins descritivos. É musculoaponeurótica, 
exceto a parede posterior, que inclui a região lombar 
da coluna vertebral. O limite entre a parede anterior e 
as paredes laterais é indefinido, portanto, costuma-se 
usar o termo 
A parede anterolateral do abdome estende-se da caixa 
torácica até a pelve. É formada por pele e tela 
subcutânea, composta principalmente por gordura, 
músculos, suas aponeuroses e fáscia muscular, gordura 
extraperitoneal e peritônio parietal. A pele está 
frouxamente fixada à tela subcutânea, exceto no 
umbigo, onde está firmemente aderida. 
a tela subcutânea da maior parte da parede 
contém quantidade variável de gordura e é um 
depósito de gordura importante. Superiormente ao 
umbigo, a tela subcutânea é igual à encontrada na 
maioria das regiões. Inferiormente ao umbigo, a parte 
mais profunda do tecido subcutâneo é reforçada por 
muitas fibras elásticas e colágenas, formando duas 
camadas: o (fáscia de 
Camper) e o (fáscia de Scarpa) 
da tela subcutânea do abdome. O estrato 
membranáceo continua inferiormente na região 
perineal como o estrato membranáceo do períneo 
(fáscia de Colles), mas não prossegue até as coxas. 
As camadas superficial, intermediária e profunda da 
fáscia de revestimento cobrem as faces externas das 
três camadas musculares da parede anterolateral do 
abdome e suas aponeuroses (tendões expandidos 
planos) e não podem ser facilmente separadas delas. As 
fáscias de revestimento são extremamente finas nesse 
ponto e são representadas principalmente pelo 
epimísio, situado superficialmente aos músculos ou 
entre eles. 
A face interna da parede do abdome é revestida por 
lâminas membranáceas e areolares de espessura 
variável formando a do abdome 
(endoabdominal). Embora essa fáscia seja contínua, suas 
diferentes partes são denominadas de acordo com o 
músculo ou aponeurose que revestem 
A porção que reveste a face profunda do músculo 
transverso do abdome e sua aponeurose é a 
 
O revestimento brilhante da cavidade abdominal, o 
peritônio parietal, é formado por uma única camada de 
células epiteliais e tecido conjuntivo de sustentação. O 
 está situado internamente à fáscia 
transversal e é separado dela por uma quantidade 
variável de gordura extraperitoneal
 proteção dos órgãos abdominais; 
auxílio à musculatura dorsal nos movimentos do tronco 
e na manutenção da posição ereta; e estabilização da 
pelve durante o movimento e o repouso. 
 para realizar essas funções, a parede 
abdominal apresenta alta resistênciacom o mínimo de 
espessura. (
, e ) se sobrepõem 
na parede anterolateral do abdome, com suas fibras 
orientadas em , e um 
 ( e ) situa-se em 
um plano anteromedial. 
as fibras 
musculares dessas três camadas concêntricas de 
músculos têm orientações diferentes; as fibras das duas 
camadas externas são, em sua maior parte, diagonais e 
perpendiculares entre si, e as fibras da camada 
profunda são transversais. Todos os três músculos 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
planos continuam anterior e medialmente como 
aponeuroses fortes, semelhantes a lâminas Entre a linha 
medioclavicular (LMC) e a linha mediana, as 
aponeuroses formam a bainha do músculo reto do 
abdome, tendínea, aponeurótica e resistente, que 
envolve o músculo reto do abdome. As aponeuroses 
então se entrelaçam com as companheiras do lado 
oposto, formando uma rafe mediana, a linha alba, que 
se estende do processo xifoide até a sínfise púbica. 
 o reto do 
abdome é o músculo de maior extensão na formação 
da parede abdominal, e é envolvido por uma 
 denominada bainha do reto do abdome, 
que é formada pela aponeurose dos outros três 
músculos abdominais (oblíquos externo e interno e 
transverso). É o compartimento fibroso incompleto e 
forte do músculo reto do abdome. 
FONTE: ZUGAIB OBSTETRÍC IA E MOORE ANATOMIA 
OR IENTADA PARA A CLÍN ICA 
INCISÕES PARA HISTERECTOMIA 
 foram inicialmente desenvolvidas 
para prevenir hérnias incisionais e deiscência da fáscia. 
Contudo, um estudo avaliando apenas pacientes 
submetidas a cirurgia ginecológica concluiu pela não 
existência de disparidades entre as incisões verticais e 
transversais nesse parâmetro. É dividida em 4 
categorias (Pfannenstiel - cesariana, Cherney, Maylard e 
Kustner). 
limitada exposição que permite do 
abdome superior, limites no seu prolongamento, 
aumento do tempo cirúrgico e maior perda hemática 
relativa. 
 frequentemente realizadas na 
linha média (chamada ). 
capacidade de permitir uma boa 
exposição de todo o abdome e do espaço 
retroperitoneal, possibilidade de prolongamento e 
acesso rápido. 
ARTIGO: C IRURGIA UTERINA POR V IA ABDOMINAL – MARQUES E 
MOTA 
Problema 5: Condutas 
apropriadas 
Elucidar as condutas padrões com o RN na 
sala de parto e a sua importância. 
AVALIAÇÃO DE VITALIDADE 
Imediatamente após o nascimento, a conduta depende 
da avaliação rápida de quatro situações referentes à 
vitalidade do concepto, sendo feitas as seguintes 
perguntas: 
Gestação à termo?
Ausência de mecônio?
Respirando ou chorando?
Tônus muscular bom?
Se a resposta for sim para todas as perguntas, 
considera-se que o RN está com boa vitalidade, não 
necessitando de manobras de reanimação. 
ASSISTÊNCIA AO RN COM BOA 
VITALIDADE 
Para a assistência ao RN normal (que constitui a maioria 
das situações), nada mais deve ser feito além de se 
, , e para um 
. 
Três metanálises, que incluíram estudos com nascidos 
a termo, concluíram que o clampeamento tardio do 
cordão umbilical 
, embora possa 
elevar a necessidade de fototerapia por 
hiperbilirrubinemia indireta na primeira semana de vida. 
Com base nesses estudos, recomenda-se que 
o RN a termo, saudável e com boa vitalidade 
ao nascer seja posicionado sobre o abdome da 
mãe ou ao nível da placenta por um a três 
minutos, antes de clampear o cordão umbilical. 
O contato pele a pele com a mãe imediatamente após 
o nascimento, em temperatura ambiente de 26ºC, 
 em recém-nascidos de 
termo, com boa vitalidade, desde que cobertos com 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
campos pré-aquecidos. Nesse momento, pode-se iniciar 
a amamentação. 
A OMS recomenda aleitamento materno na 
primeira hora de vida. Melhor interação bebê 
mãe e menor risco de hemorragia materna. 
Porém, em toda sala de parto deve estar presente pelo 
menos um profissional capacitado a reanimar, de 
maneira rápida e efetiva, um RN, mesmo quando se 
espera um RN saudável. 
ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA 
A equipe deverá realizar os seguintes procedimentos: 
Preencher a ficha do RN com dados da história familiar 
e materna, progressos e atuais, e do trabalho de parto. 
Dispor sobre a mesa de atendimento do RN o material 
necessário. 
Receber o RN, secá-lo e colocar em campo estéril e 
aquecido sob calor radiante. 
Levar o RN à mãe. 
Identificar o RN com uma braçadeira (com nome da 
mãe) no antebraço e tornozelo. E em caso de partos 
múltiplos, a ordem de nascimento deverá ser 
especificada nas pulseiras através de números. 
Aspirar boca e depois narinas. 
Passar sonda nasogástrica para excluir atresia de 
coanas e esôfago. 
Verificar a vitalidade do RN, através do índice de 
APGAR, no 1° e 5° minutos, e, daí em diante, de 5 em 
5 min até que seja maior que 7. 
Laquear o cordão a uma distância de 2cm do anel 
umbilical, usando álcool etílico a 70%. E verificar a 
presença de uma veia e duas artérias. 
Pingar nitrato de prata a 1%, uma gota em cada olho. 
Lavar o estômago, se o líquido amniótico for meconial, 
sanguinolento ou purulento, com água destilada ou soro 
fisiológico. 
Colocar o RN para mamar logo que finalizar as medidas 
de atendimento após o nascimento. 
Toma peso, estatura, PC. 
Registrar na ficha do RN, sua impressão plantar e digital 
do polegar direito, assim como polegar direito da mãe. 
Examinar a placenta. 
Colher amostras de sangue do cordão para tipagem 
sanguínea e sorologias e colher sangue da mãe para 
tipagem sanguínea e reação sorológica para sífilis, 
quando indicado. 
FONTE: PARTO, ABORTO E PUERPÉRIO – MIN . DA SAÚDE / 
PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL DA SBP 
Estudar o score de APGAR, relacionando 
com a aplicabilidade das condutas. 
APGAR E CONDUTA 
O boletim de 
 no decorrer do procedimento. No entanto, 
sua aplicação 
. 
FONTE: SBP (SOC IEDADE BRASILE IRA DE PED IATRIA) 
Compreender os procedimentos de 
reanimação do RN e a importância da 
preparação da sala de parto. 
ASSISTÊNCIA AO RN COM 
NECESSIDADE DE REANIMAÇÃO 
Se o RN é prematuro, mas apresenta boa vitalidade ao 
nascer, clampear o cordão umbilical em 30-60 
segundos. No entanto, se o neonato nascer (prematuro 
ou a termo) não está respirando e/ou apresenta-se 
hipotônico, é preciso 
. 
Todos os pacientes e os de 
precisam ser conduzidos à 
, indicando-se os seguintes passos: 
Prover calor. 
Posicionar a cabeça em leve extensão. 
Aspirar as vias aéreas (se necessário). 
Secar o paciente. 
 o primeiro passo consiste em manter a 
temperatura corporal entre 36,5 e 37,0ºC. A 
presença de temperatura corporal abaixo de 
36,5ºC na admissão à terapia intensiva neonatal 
é um fator independente de risco para a 
mortalidade e a morbidade por agravar ou 
favorecer o desequilíbrio ácido-básico, o 
desconforto respiratório, a enterocolite 
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necrosante, a hemorragia peri e intraventricular 
em RN de muito baixo peso. 
A sala deve estar em temperatura 
ambiente de 26ºC. 
Após o clampeamento do cordão, o 
recém-nascido é recepcionado em 
campos aquecidos e colocado sob 
calor radiante. 
Em pacientes com peso ao nascer 
inferior a 1500g, recomenda-se o uso 
do saco plástico transparente de 
polietileno. (todos os procedimentos da 
reanimação são executados no 
paciente dentro do saco em plástico). 
Pode usar toca para reduzir a perda 
de calor 
Nos neonatos com peso superior a 
1500g, após a colocação sob fonte de 
calor radiante e a realização das 
medidas para manter as vias aéreas 
permeáveis, é preciso secar o corpo e 
a região da fontanela e desprezar os 
campos úmidos. 
 posiciona-se a 
cabeça do RN, com uma leve extensão do 
pescoço. Na sequência, se houver excesso de 
secreções nas vias aéreas, a boca e depois as 
narinas são aspiradas delicadamente com sonda 
traqueal conectada ao aspirador a vácuo. 
Evitar a introdução da sonda de 
aspiração de maneira brusca ou na 
faringe posterior, pois pode induzir à 
resposta vagale ao espasmo laríngeo, 
com apneia e bradicardia. 
A aspiração da hipofaringe também 
deve ser evitada, pois pode causar 
atelectasia, trauma e prejudicar o 
estabelecimento de uma respiração 
efetiva. 
A aspiração de vias aéreas está 
reservada aos pacientes que 
apresentam obstrução à respiração 
espontânea por secreções ou que irão 
necessitar de ventilação com pressão 
positiva. 
Se 
houver vitalidade adequada, com respiração rítmica e 
regular e FC >100bpm, o RN deve receber os cuidados 
de rotina na sala de parto. 
 
 o ponto crítico para 
o sucesso da reanimação neonatal é a 
, fazendo com que os pulmões do 
recém-nascido se inflem e, com isso haja dilatação da 
vasculatura pulmonar e hematose apropriada. 
Após os cuidados para manter a temperatura 
e a permeabilidade das vias aéreas do RN, a 
presença de apneia, respiração irregular e/ou 
FC <100 bpm indica a VPP. 
Esta precisa iniciada nos primeiros 60 
segundos de vida (“ ”). 
para ventilar o RN, é necessário 
decidir a concentração de oxigênio a ser ministrada 
(100%, ar ambiente ou algum valor intermediário entre 
ambas). 
Neonatos com idade gestacional de 34 
semanas ou mais e ventilados com ar ambiente, 
comparados aos ventilados com oxigênio a 
100%, iniciaram a respiração espontânea ou 
choraram em tempo menor, apresentaram 
aumento mais rápido da FC e mostraram 
redução da mortalidade neonatal precoce e 
com 28 dias. Após os passos iniciais, se o RN 
≥34 semanas apresenta apneia, respiração 
irregular e/ou FC<100bpm, deve-se iniciar a 
ventilação com ar ambiente. Uma vez iniciada a 
ventilação, recomenda-se o uso da oximetria 
de pulso para monitorar a oferta do oxigênio 
suplementar. 
A leitura confiável da SatO2 e da FC demora 
cerca de 1-2 min após o nascimento, desde que 
haja débito cardíaco suficiente, com perfusão 
periférica.
 fácil manuseio e não 
necessita de fonte de gás para funcionar, 
tratando-se de um equipamento de baixo 
custo, que permite a ventilação efetiva do RN 
em sala de parto. Deve estar sempre 
disponível, em toda sala de parto. 
não ser possível fornecer um pico de pressão 
inspiratória constante (o que obriga o uso do 
manômetro durante a ventilação), a ativação 
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variável da válvula de segurança e a falta de 
pressão expiratória final positiva (PEEP) 
confiável. Fornece concentração de oxigênio 
apenas de 21% (ar ambiente, quando não está 
conectado ao oxigênio e ao reservatório) ou de 
90-100% (conectado à fonte de oxigênio a 
5L/minuto e ao reservatório). A oferta de 
concentrações intermediárias de oxigênio varia 
de acordo com o fluxo de oxigênio, a pressão 
exercida no balão, o tempo de compressão e 
a frequência aplicada. 
 menos utilizado na 
reanimação do RN em sala de parto, pois é de 
manuseio difícil e precisa obrigatoriamente de 
uma fonte de gás para inflar. As pressões 
aplicadas podem variar consideravelmente 
devido à dificuldade para controlar a saída do 
gás e comprimir o balão de forma simultânea, 
facilitando a aplicação inadvertida de picos de 
pressão inspiratória e de PEEP perigosamente 
elevados. 
 além de 
seu manuseio ser relativamente fácil, o 
equipamento permite administrar pressão 
inspiratória e PEEP constantes, ajustáveis de 
acordo com a resposta clínica do paciente. 
Necessidade de uma fonte de gás comprimida; 
se houver disponibilidade de fonte de ar 
comprimido e oxigênio e blender, pode-se 
titular a oferta de oxigênio ao paciente. 
O 
emprego de máscara de tamanho adequado, 
de tal forma que cubra a ponta do queixo, a 
boca e o nariz, é fundamental para obter um 
ajuste adequado entre face e máscara e 
garantir o sucesso da ventilação o Já as cânulas 
traqueais devem ser de diâmetro uniforme 
sem balão, com linha radiopaca e marcador de 
corda vocal.
 
evidências indicam que é importante manter os alvéolos 
dos pulmões imaturos e deficientes em surfactante não 
colapsados, evitando o atelectrauma.. O uso precoce do 
PEEP, nas ventilações iniciais na sala de parto, pode ser 
eficaz e minimizar o edema pulmonar e a liberação de 
citocinas, melhorando assim a complacência e a 
resposta ao surfactante. 
Ensaios clínicos randomizados e prospectivos têm 
testado o uso de CPAP versus intubação e ventilação 
mecânica na sala de parto como estratégia para 
diminuir a morbidade e mortalidade de prematuros 
entre 25 e 32 semanas. 
Os resultados desses estudos mostraram que 
o CPAP precoce, iniciado na sala de parto, 
reduziu a necessidade de ventilação mecânica 
e de surfactante, mas não alterou a frequência 
de dependência de oxigênio com 36 semanas 
de idade gestacional corrigida nem a 
mortalidade intra-hospitalar. 
Com base nesses estudos, conclui-se que o 
uso da CPAP é factível e pode ser benéfico, 
em prematuros 100bpm, com respiração 
espontânea, mas que apresentam desconforto 
respiratório logo após o nascimento. 
 a asfixia pode desencadear 
vasoconstrição periférica, hipoxemia tecidual, diminuição 
da contratilidade miocárdica, bradicardia e, 
eventualmente, parada cardíaca. A ventilação adequada 
do RN reverte esse quadro, na maioria dos pacientes. 
ó
A compressão é realizada no terço inferior do esterno, 
preferencialmente através da técnica dos dois 
polegares, posicionando-os abaixo da linha intermamilar, 
evitando o apêndice xifoide. E a outra mão deve estar 
atuando como contraforte, no dorso do paciente. A 
profundidade da compressão deve englobar 1/3 da 
dimensão anteroposterior do tórax, de maneira a 
produzir um pulso palpável. 
É importante permitir a re-expansão plena do tórax 
após a compressão para permitir o enchimento das 
câmaras ventriculares e das coronárias; no entanto, os 
dedos não devem ser retirados do terço inferior do 
tórax. 
 fratura de costelas, pneumotórax, 
hemotórax e laceração de fígado. 
A ventilação (através de cânula traqueal) e a massagem 
cardíaca são realizadas sincronicamente, com uma 
relação de 3:1. 
Continuar a massagem até a FC estar > 60 bpm. A 
ventilação poderá ser suspensa quando a FC estiver > 
100 bpm, sendo administrado oxigênio e depois retirado 
gradualmente de acordo com a SatO2. 
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Caso, após 30 segundos de massagem cardíaca e VPP 
com cânula traqueal e oxigênio a FC se mantiver < 
60bpm, deve-se verificar todos os procedimentos e 
corrigi-los, se necessário. Caso, após a correção, 
 
 a bradicardia neonatal é, em geral, 
resultado da insuflação pulmonar insuficiente e/ou de 
hipoxemia profunda. Quando a FC permanece abaixo 
de 60 bpm, a despeito de ventilação efetiva e de 
massagem cardíaca adequada, o uso de adrenalina, 
expansor de volume ou ambos está indicado. 
O bicarbonato de sódio, o naloxone os 
vasopressores na 
reanimação do recém-nascido em sala de 
parto. 
A via preferencial para a infusão de medicações na sala 
de parto é a endovenosa, sendo a veia umbilical de 
acesso fácil e rápido. A administração de medicações 
por via traqueal só pode ser usada para a adrenalina, 
uma única vez, sabendo-se que a absorção por via 
pulmonar é lenta e imprevisível. 
A está indicada quando a ventilação 
adequada e a massagem cardíaca efetiva não elevaram 
a FC acima de 60 bpm. 
Quando não há reversão da bradicardia com 
o uso da adrenalina, pode-se repeti-la a cada 3-
5 minutos (sempre por via endovenosa) e 
considerar uso de expansores de volume caso 
o paciente esteja pálido ou existam evidências 
de choque. 
Os podem ser necessários 
para reanimar o RN com hipovolemia. 
A suspeita é feita se há perda de sangue ou 
se existem sinais de choque hipovolêmico, 
como palidez, má perfusão e pulsos débeis, e 
não houve resposta adequada da FC às outras 
medidas de reanimação. 
Administrar o volume lentamente, em especial 
nos prematuros, pois a expansão rápida da 
volemia pode se associar à hemorragia 
intracraniana. 
FONTE: PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL DA SBP 
PREPARO DA SALA DE PARTO 
 sala 
de partoe/ou reanimação com temperatura ambiente 
de 23 a 26ºC, mesa de reanimação com acesso por 3 
lados, fontes de oxigênio umidificado e de ar 
comprimido (com fluxômetro), Blender para mistura 
oxigênio/ar, touca de lã ou algodão e colchão térmico 
químico para prematuro. 
 estetoscópio neonatal, 
oxímetro de pulso com sensor neonatal, monitor 
cardíaco de 3 vias com eletrodos e bandagem elástica 
para fixar o sensor do oxímetro e os eletrodos. 
 sondas traqueais (nº 6, 8 e 
10) e gástricas (nº 6 e 8), dispositivo para aspiração de 
mecônio e seringas de 10ml. 
reanimador manual neonatal 
(balão auto inflável com volume máximo de 500ml, 
reservatório de O2 e dispositivo de segurança), 
ventilador mecânico manual neonatal em T, máscaras 
redondas com coxim para prematuros (tamanho 00 e 
0, ou a termo 1), Blender para mistura oxigênio/ar e 
oxímetro de pulso com sensor neonatal. 
 laringoscópio infantil 
com lâmina reta (nº 00, 0 e 1), cânulas traqueais sem 
balonete, de diâmetro uniforme (2,5 / 3,0 / 3,5 / 4,0 
mm), aspirador a vácuo com manômetro, relógio de 
parede com ponteiro de segundos. 
 fonte de 
calor radiante, termômetro ambiente digital, campo 
cirúrgico e compressas de algodão estéreis, saco de 
polietileno para prematuros, pilhas e lâmpadas 
sobressalentes, detector de CO2 expirado. 
 adrenalina diluída em SF em seringa de 
5,0ml para adm única endotraqueal, adrenalina diluída 
em SF em seringa de 1,0ml para adm endovenosa, 
expansor de volume em seringas de 20ml. 
 campo fenestrado 
esterilizado, cadarço de algodão e gaze, pinça tipo kelly 
reta de 14cm e cabo de bisturi com lâmina nº 21, porta 
agulha de 11cm e fio agulhado mononylon 4.0 e sonda 
traqueal sem válvula (nº 4 ou 6º iu cateter umbilical (5 
ou 8F). 
 luvas e óculos de proteção individual, 
compressas e gazes esterilizadas, estetoscópio 
neonatal, saco de polietileno de 30x50cm e touca para 
proteção térmica do prematuro, tesoura de ponta 
romba e clampeador de cordão umbilical. 
FONTE: D IRETR IZES PARA REANIMAÇÃO DO RN (SBP) 
 
 
 
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Entender a transição da circulação e 
respiração fetal para neonatal. 
MATURAÇÃO DOS PULMÕES 
 do ponto 
de vista histológico, o pulmão durante o estágio 
pseudoglandular possui aparência de glândulas 
exócrinas. Com 16 semanas, todos os principais 
componentes dos pulmões estão formados, exceto 
aqueles envolvidos com as trocas gasosas. A respiração 
não é possível; portanto, 
 o estágio 
canalicular sobrepõe-se ao estágio pseudoglandular, 
pois o desenvolvimento do segmento cranial dos 
pulmões amadurece mais rápido do que o segmento 
caudal. Durante o estágio canalicular, a luz dos brônquios 
e dos bronquíolos terminais tornam-se maiores e o 
tecido pulmonar torna-se altamente vascularizado. Por 
volta da 24a semana, cada bronquíolo terminal forma 
dois ou mais bronquíolos respiratórios, que irão se dividir 
em três a seis passagens: os ductos alveolares 
primitivos. 
 (26 semanas), pois alguns sacos terminais 
de parede delgada (alvéolos primitivos) se desenvolvem 
no final dos bronquíolos respiratórios e o tecido 
pulmonar está bem vascularizado. 
 durante o estágio o de saco terminal, 
muitos mais sacos terminais (alvéolos primitivos) se 
desenvolvem e seus epitélios tornam-se muito finos. Os 
capilares tornam-se protuberantes nesses sacos. O 
íntimo contato entre o epitélio e as células endoteliais 
estabelece a barreira hematoaérea, que permite uma 
troca adequada de gases, necessária para a 
sobrevivência do feto caso este nasça 
prematuramente. 
Na 26a semana, os sacos terminais são revestidos 
principalmente por células epiteliais pavimentosas de 
origem endodérmica, os pneumócitos tipo I, através dos 
quais a troca gasosa ocorre 
Dispersas entre as células epiteliais pavimentosas, estão 
células epiteliais secretoras arredondadas, os 
pneumócitos tipo II, que secretam o surfactante 
pulmonar, uma mistura complexa de fosfolipídios e 
proteínas. 
O surfactante se forma como uma película 
monomolecular na parede interna dos sacos 
alveolares e neutraliza as forças de tensão 
superficial na interface ar-alvéolo. Este facilita a 
expansão dos sacos terminais por prevenirem 
a atelectasia (colapso dos sacos durante a 
expiração). 
A produção do surfactante aumenta durante 
os estágios terminais da gestação, 
particularmente durante as últimas 2 semanas. 
A produção de surfactante começa entre a 20a e a 
22a semana, mas o surfactante está presente apenas 
em pequenas quantidades em bebês prematuros, não 
estando presente em níveis adequados até o final do 
período fetal. 
Por volta da 26a à 28a semana, o feto frequentemente 
pesa cerca de 1.000 g e estão presentes sacos 
alveolares e surfactante suficientes para permitir a 
sobrevivência de bebês nascidos prematuramente. 
Antes disso, os pulmões são, geralmente, 
incapazes de prover trocas gasosas adequadas, 
em parte, porque a área de superfície alveolar 
é insuficiente e a vascularização é pouco 
desenvolvida. 
ó
A sobrevivência desses bebês tem 
aumentado pelo uso de corticosteroides 
(esteroides produzidos pelo córtex da adrenal) 
pré-natal, que induzem a produção de 
surfactante e também com a terapia pós-natal 
de reposição de surfactante. 
 
exatamente quando o estágio de saco terminal acaba 
e se inicia o estágio alveolar depende da definição do 
termo alvéolos. Os sacos terminais análogos aos 
alvéolos estão presentes na 32ª semana. 
O epitélio de revestimento desses sacos 
atenua-se para uma fina camada epitelial 
pavimentosa. 
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Os pneumócitos tipo I tornam-se tão delgados 
que os capilares adjacentes se projetam para 
os sacos alveolares. 
Ao final do período fetal (38 semanas), os pulmões são 
capazes de realizar a respiração, pois a membrana 
alveolocapilar (barreira de difusão pulmonar ou 
membrana respiratória) é delgada o suficiente para 
realizar as trocas gasosas. 
Embora os pulmões não comecem a realizar 
essa função vital até o nascimento, estes são 
 e, portanto, 
. 
No início do estágio alveolar (32 semanas), cada 
bronquíolo respiratório termina em um aglomerado de 
sacos alveolares de paredes delgadas, separados um 
dos outros por tecido conjuntivo frouxo. Esses sacos 
representam os futuros ductos alveolares. 
A transição da dependência da placenta na troca gasosa 
para a troca gasosa autônoma requer as seguintes 
: 
Produção de surfactante nos sacos alveolares. 
Transformação dos pulmões de órgãos 
secretores para órgãos capazes de realizar as 
trocas gasosas. 
Estabelecimento das circulações sistêmicas e 
pulmonar em paralelo. 
Aproximadamente 95% dos alvéolos maduros 
desenvolvem- se no período pós-natal. Antes do 
nascimento, os alvéolos primordiais aparecem como 
pequenas projeções nas paredes dos bronquíolos 
respiratórios e dos sacos alveolares, dilatações terminais 
dos ductos alveolares. Após o nascimento, os alvéolos 
primitivos se ampliam conforme a expansão dos 
pulmões, mas o maior aumento no tamanho dos 
pulmões resulta do aumento no número de bronquíolos 
respiratórios e alvéolos primitivos, mais do que um 
aumento no tamanho dos alvéolos 
O desenvolvimento alveolar está, em grande parte, 
completo aos 3 anos de idade, mas novos alvéolos são 
acrescentados até aproximadamente 8 anos de idade. 
Ao contrário dos alvéolos maduros, os alvéolos imaturos 
possuem o potencial para formar alvéolos primitivos 
adicionais. Conforme esses alvéolos aumentam em 
tamanho, eles se tornam alvéolos maduros. O principal 
mecanismo para o aumento do número de alvéolos é 
a formação de septos secundários de tecido conjuntivo 
que subdividem os alvéolos primitivos existentes. 
O desenvolvimento dos pulmões durante os primeiros 
meses após o nascimento é caracterizado pelo 
aumento exponencial na superfície da barreira 
hematoaérea através da multiplicação dos alvéolos e 
capilares. 
Os movimentos respiratóriosfetais (MRFs), que podem 
ser detectados pela ultrassonografia em tempo real, 
ocorrem antes do nascimento, exercendo força 
suficiente para causar a aspiração de algum líquido 
amniótico pelos pulmões. 
Os MRFs ocorrem intermitentemente 
(aproximadamente 30% durante o rápido 
movimento dos olhos no sono) e são essenciais 
ao desenvolvimento normal dos pulmões. 
No nascimento, o feto já possui a vantagem 
de vários meses de exercícios respiratórios. Os 
MRFs, que aumentam à medida que o parto se 
aproxima, provavelmente condicionam os 
músculos respiratórios 
Além disso, esses movimentos estimulam o 
pulmão a se desenvolver, possivelmente pela 
criação de um gradiente de pressão entre os 
pulmões e o líquido amniótico. 
Ao nascimento, os pulmões estão aproximadamente 
com a metade de seu volume preenchido com líquido 
derivado da cavidade amniótica, pulmões e das glândulas 
traqueais. 
A aeração dos pulmões ao nascimento não é tanto 
devido à dilatação dos órgãos colapsados vazios, mas, 
sim, da rápida substituição do líquido intra-alveolar pelo 
ar. 
í õ é
Através da boca e do nariz por pressão no 
tórax fetal durante o parto vaginal. 
Pelos capilares, artérias e veias pulmonares. 
Pelos vasos linfáticos 
No feto próximo ao termo, os vasos linfáticos 
pulmonares são relativamente maiores e mais 
numerosos do que em adultos. 
CIRCULAÇÃO FETAL X NEONATAL 
O sistema cardiovascular fetal é designado para servir 
as necessidades pré-natais e 
 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
A boa respiração no período neonatal (1 a 28 dias) é 
dependente de alterações circulatórias normais que 
ocorrem no nascimento, que resulta na oxigenação do 
sangue nos pulmões quando o sangue fetal interrompe 
seu fluxo através da placenta. Na vida pré-natal, os 
pulmões não fornecem troca gasosa e os vasos 
pulmonares estão vasoconstritos (estreitados). 
As três estruturas vasculares mais importantes na 
transição da circulação são o , o 
e o 
 o sangue altamente oxigenado e rico 
em nutrientes retorna da placenta sob alta pressão para 
a veia umbilical. Ao aproximar-se do fígado, 
aproximadamente metade do sangue passa 
diretamente para o ducto venoso, um vaso fetal que 
conecta a veia umbilical à VCI; consequentemente, esse 
sangue não passa pelo fígado. A outra metade do 
sangue na veia umbilical flui para os sinusoides do fígado 
e entra na VCI através das veias hepáticas 
O fluxo sanguíneo através do ducto venoso é regulado 
por um mecanismo esfincteriano próximo à veia 
umbilical. Quando o esfíncter contrai, mais sangue é 
desviado para a veia porta e sinusoides hepáticos, e 
menos para o ducto venoso. Geralmente se aceita que 
há um esfíncter fisiológico que previne a sobrecarga do 
coração quando o fluxo venoso na veia umbilical está 
elevado (p. ex., durante as contrações uterinas). 
Devido à VCI também conter sangue 
pobremente oxigenado a partir dos membros 
inferiores, abdome e pelve, o sangue entrando 
no átrio direito não está tão bem oxigenado 
quanto o sangue na veia umbilical; porém, ele 
ainda possui um alto teor de oxigênio. 
A maioria do sangue da VCI é direcionada pela crista 
dividens (margem inferior do septum secundum) 
através do forame oval para o átrio esquerdo. Aqui ele 
se mistura com uma quantidade relativamente pequena 
de sangue pobremente oxigenado, retornando dos 
pulmões através das veias pulmonares. 
Os pulmões do feto usam o oxigênio do sangue em 
vez de devolvê-lo. Então, a partir do átrio esquerdo, o 
sangue passa para o ventrículo esquerdo e sai através 
da aorta ascendente. 
As artérias do coração, pescoço, cabeça e membros 
superiores recebem sangue bem oxigenado da aorta 
ascendente. O fígado também recebe sangue bem 
oxigenado da veia umbilical 
Uma pequena quantidade de sangue bem oxigenado da 
VCI no átrio direito, que não entra no forame oval, se 
mistura com o sangue pouco oxigenado da VCS e do 
seio coronário, e passa para o ventrículo direito. Esse 
sangue, que possui um teor médio de oxigênio, sai 
através do tronco pulmonar. 
Aproximadamente 10% desse fluxo sanguíneo vão para 
os pulmões; a maioria do sangue passa através do 
ducto arterioso para a aorta ascendente do feto e 
retorna à placenta através das artérias umbilicais. 
O ducto arterioso protege os pulmões da sobrecarga 
circulatória e permite que o ventrículo direito se 
fortaleça na preparação para o funcionamento em 
plena capacidade no nascimento. 
Devido à alta resistência vascular pulmonar na vida fetal, 
o fluxo sanguíneo é baixo. 
Aproximadamente 10% do sangue da aorta ascendente 
entra na aorta descendente; 
65% do sangue na aorta descendente passa 
para as artérias umbilicais e retornam para a 
placenta para reoxigenação. 
Os 35% de sangue restantes na aorta 
descendente abastecem as vísceras e a parte 
inferior do corpo. 
 importantes ajustes 
circulatórios ocorrem no nascimento, quando a 
circulação do sangue fetal através da placenta é 
interrompida e os pulmões do neonato se expandem e 
começam a funcionar. Assim que o bebê nasce, o 
forame oval, o ducto arterioso e vasos umbilicais não 
são mais necessários. O esfíncter no ducto venoso se 
contrai; assim; todo sangue que entra no fígado passa 
através dos sinusoides hepáticos. A oclusão da 
circulação placentária causa uma diminuição imediata na 
pressão sanguínea na VCI e no átrio direito 
A aeração dos pulmões no nascimento está associada: 
À redução dramática na resistência vascular 
pulmonar 
À elevação acentuada no fluxo sanguíneo 
pulmonar. 
Ao adelgaçamento progressivo das paredes 
das artérias pulmonares. 
O adelgaçamento das paredes arteriais resulta 
principalmente do alongamento dos pulmões no 
nascimento. 
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Devido ao elevado fluxo sanguíneo pulmonar e à perda 
do fluxo da veia umbilical, a pressão no átrio esquerdo 
é maior que àquela do átrio direito. 
A elevada pressão no átrio esquerdo fecha 
funcionalmente o forame oval, pressionando a 
valva do forame contra o septum secundum. 
A saída do ventrículo direito agora flui para o 
tronco pulmonar. 
Devido à resistência vascular pulmonar ser 
menor que à resistência vascular sistêmica, o 
fluxo sanguíneo no ducto arterioso inverte, 
passando da aorta descendente para o tronco 
pulmonar. 
A parede ventricular direita é mais espessa que a 
parede ventricular esquerda em fetos e neonatos, pois 
o ventrículo direito trabalha mais no útero. Ao final do 
primeiro mês, a parede ventricular esquerda está mais 
espessa que a parede ventricular direita, pois o 
ventrículo esquerdo está trabalhando mais agora. 
A parede ventricular direita se torna mais fina devido à 
atrofia associada à carga de trabalho mais leve. 
O ducto arterioso se fecha ao nascimento, porém uma 
pequena quantidade de sangue pode continuar a ser 
desviada através do ducto arterioso da aorta para o 
tronco pulmonar por 24 a 48 horas em um neonato a 
termo. 
Ao final das 24 horas, 20% dos ductos estão 
funcionalmente fechados; em 48 horas, cerca 
de 80% estão fechados; e em 96 horas, 100% 
estão fechados. 
Em neonatos prematuros e naqueles com 
hipóxia persistente (oxigênio reduzido), o ducto 
arterioso pode permanecer aberto por mais 
tempo. 
Em neonatos a termo, o oxigênio é o fator mais 
importante no controle do fechamento do ducto 
arterioso; o oxigênio parece ser mediado pela 
bradicinina, uma substância liberada dos pulmões 
durante a inflação inicial 
A bradicinina possui efeitos contráteis 
potentes na musculatura lisa. 
A ação dessa substância parece ser 
dependente de um elevado teor de oxigênio 
no sangue da aorta, resultado da aeração dos 
pulmões ao nascimento. 
Os efeitos do oxigênio na musculatura lisa do ducto 
podem ser diretos ou mediados por seus efeitos na 
secreção de prostaglandina E2. 
O TGF-β provavelmente está envolvido no 
fechamento anatômico do ducto arterioso após 
o nascimento 
Durante a vida fetal, a obstrução doducto 
arterioso é controlada pelo baixo teor de 
oxigênio no sangue passando através dele e 
por prostaglandinas produzidas 
endogenamente que atuam na musculatura lisa 
da parede do ducto arterioso. 
As prostaglandinas causam o relaxamento do 
ducto arterioso. 
A hipóxia e outras influências mal definidas 
causam a produção local de prostaglandina E2 
e prostaciclina I2, que mantêm o ducto 
arterioso aberto. Inibidores da síntese de 
prostaglandina, tais como a indometacina, 
podem causar a constrição de um ducto 
arterioso persistente em neonatos prematuros 
As artérias umbilicais se comprimem no nascimento, 
prevenindo a perda de sangue do neonato. 
Devido ao cordão umbilical não estar apertado por um 
minuto ou mais, o fluxo sanguíneo através da veia 
umbilical continua transferindo sangue bem oxigenado 
fetal da placenta para o neonato. 
Durante a fase de transição, pode haver um fluxo da 
direita para a esquerda através do forame oval. 
O fechamento dos vasos fetais e do forame oval é, 
inicialmente, uma mudança funcional. Posteriormente, o 
fechamento anatômico resulta da proliferação de 
tecidos fibrosos 
Estudar os fatores de risco da asfixia 
perinatal. 
FATORES DE RISCO 
Estudo descritivo, quantitativo, retrospectivo, de corte 
transversal e com fonte de dados secundários. A 
população do estudo foram os recém-nascidos (RNs) 
atendidos na Maternidade do HMIB, no período de 
janeiro de 2017 a junho 2018. No período compreendido 
entre janeiro de 2017 a junho de 2018, houve 5.358 
nascimentos no HMIB. Destes, 108 apresentaram Escore 
de Apgar < 6 no 5° minuto. Desse modo, a prevalência 
de asfixia perinatal encontrada no presente estudo foi 
de 2%. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
A mostrou-se fator de risco 
para a asfixia perinatal. 
 O (inferior a 
7) foi fator de risco para a asfixia perinatal. 
O foi associado ao fenômeno da asfixia, 
enquanto o parto cesáreo foi fator protetor. 
A correlacionou-se fortemente com a 
asfixia perinatal. 
O constitui-se fator de risco para 
a asfixia perinatal. 
FONTE: RESIDÊNC IA PED IÁTRICA SBP – FATORES DE R ISCO 
PARA ASFIX IA PER INATAL 
Problema 6: A primeira semana 
de vida é muito importante 
Estudar a anatomia, histologia e fisiologia 
das mamas (e a produção do leite) 
ANATOMIA DAS MAMAS 
As mamas são estruturas superficiais mais 
proeminentes na parede anterior do tórax (sobretudo 
nas mulheres). São formadas por tecido glandular e 
tecido fibroso de sustentação, integrados por uma 
matriz adiposa, junto de vasos sanguíneos, vasos 
linfáticos e nervos. 
. 
Durante a puberdade as mamas femininas aumentam, 
parte devido ao desenvolvimento glandular, mas, 
principalmente, pelo aumento da deposição de gordura. 
As aréolas e papilas também aumentam. O tamanho e 
formato da mama são determinados - em parte - por 
fatores genéticos, étnicos e alimentares. 
O corpo aproximadamente circular da mama feminina 
fica apoiado sobre um , que se estende, 
transversalmente, da margem lateral do esterno à linha 
axilar média e, verticalmente, da costela II a VI. 2/3 desse 
leito são formados pela fáscia peitoral e o outro terço 
pela fáscia que cobre o músculo serrátil superior. 
 espaço potencial criado entre a 
mama e a fáscia peitoral, é um plano de tecido 
conjuntivo frouxo, que contém pouca gordura e 
permite que a mama tenha um certo grau de 
movimento sobre a fáscia. 
 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
 localizadas na tela subcutânea, 
sobre os músculos peitorais. São glândulas sudoríparas 
modificadas, portanto, não tem cápsula nem bainha. São 
firmemente ligadas à derme pelos 
. 
Essas condensações de tecido conjuntivo 
fibroso, mais desenvolvidas na parte superior da 
glândula, ajudam a sustentar os e 
. 
 uma parte menor da glândula 
mamária que pode se estender ao longo da margem 
inferolateral do músculo peitoral maior em direção à 
fossa axilar. Pode aumentar durante o ciclo menstrual. 
é constituído por 
15-20 (originados, como 
brotos, dos ). Assim, cada lobo é 
drenado por um ducto lactífero, esses ductos 
convergem e têm aberturas independentes. 
 parte dilatada de cada ducto, 
localizado profundamente a aréola, na qual uma 
gotícula de leite se acumula ou permanece na 
lactante. Quando o bebê começa a mamar, a 
compressão da aréola e do seio lactífero 
expele as gotículas acumuladas, estimulando o 
neonato a continuar mamando, enquanto 
ocorre o , que é 
mediado por hormônios. Assim, o leite é 
secretado na boca do bebê, não sugado por 
ele. 
 é a parte mais proeminente – 
proeminência cônica ou cilíndrica – da mama (mamilo), 
e a é a área cutânea pigmentada que a circunda. 
As contêm muitas 
 – que aumentam durante a gravidez 
– e secretam uma substância oleosa, que atua 
como lubrificante protetor para aréola e papila, 
que estão particularmente sujeitas a fissuras e 
irritações no início da amamentação. 
As não têm gordura, pelos 
nem glândulas sudoríparas. Suas extremidades 
são fissuradas, onde abrem-se os ductos 
lactíferos. São formadas por fibras musculares 
lisas circulantes, que comprimem os ductos 
lactíferos durante a lactação e causam a 
ereção das papilas em resposta à estimulação. 
 
 provém das artérias: 
❖ 
 e ramos intercostais da artéria 
torácica interna, a partir da artéria subclávia 
❖ Artérias torácica lateral e toracoacromial, ramos 
da artéria axial 
❖ Artérias intercostais posteriores, ramos da 
parte torácica da aorta (nos 2º, 3º e 4º IC) 
 se faz principalmente para a 
, mas há alguma drenagem para a veia torácica 
interna. 
 é importante devido ao seu papel 
na metástase de células cancerosas. A linfa passa da 
papila, da aréola e dos lobos da glândula mamária para 
o . Desse plexo: 
❖ A maior parte da linfa (> 75%), sobretudo dos 
quadrantes laterais da mama, drena para os 
linfonodos axilares, inicialmente, para linfonodos 
anteriores ou peitorais. E parte da linfa drena 
diretamente para linfonodos axilares ou 
interpeitorais, deltopeitorais, supraclaviculares 
ou cervicais profundos inferiores. 
❖ A parte da linfa remanescente, sobretudo dos 
quadrantes mediais da mama, drena para os 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
linfonodos paraesternais ou para a mama 
oposta. 
❖ A linfa dos quadrantes inferiores flui 
profundamente para os linfonodos abdominais 
(linfonodos frênicos inferiores 
subdiafragmáticos). 
A linfa da pele da mama, com exceção da papila e da 
aréola, drena para os linfonodos axilares, cervicais 
profundos inferiores e infraclaviculares ipsilaterais e, 
também, para os linfonodos paraesternais de ambos os 
lados. A linfa dos linfonodos axilares drena para os 
linfonodos claviculares (infraclaviculares e 
supraclaviculares) e daí para o tronco linfático subclávio, 
que também drena a linfa do membro superior. A linfa 
dos linfonodos paraesternais entra nos troncos linfáticos 
broncomediastinais, que também drena linfa das 
vísceras torácicas. Esses troncos se fundem um ao 
outro e com o tronco linfático jugular, drenando a 
cabeça e o pescoço para formar um ducto linfático 
direito curto no lado direito ou entrando no ducto 
torácico do lado esquerdo. No entanto, em muitos casos 
(talvez na maioria), os troncos se abrem 
independentemente na junção das veias jugular interna 
e subclávia, no ângulo venoso direito ou esquerdo, que 
formam as veias braquiocefálicas direita e esquerda. 
FONTE: MOORE – ANATOMIA OR IENTADA PARA A CLÍN ICA 
HISTOLOGIA DAS MAMAS 
Cada consiste em 15 a 25 
, cuja função 
é secretar leite. Cada lóbulo é separado dos vizinhos por 
tecido conjuntivo denso e muito tecido adiposo. 
Cada lóbulo é, na verdade, uma glândula individualizada 
com seu próprio ducto excretor – o , 
que cada um mede de 2 a 4,5cm de comprimento e 
emerge independentemente no mamilo (que tem 15 a 
25 aberturas – cada uma com aprox. 0,5mm de 
diâmetro). 
 antes da puberdade, asglândulas 
mamárias são compostas de porções dilatadas – 
 – e várias ramificações destes – 
. Durante a puberdade, as mamas 
aumentam de tecido (resultado do acúmulo de tecido 
adiposo e conjuntivo, além de certo crescimento e 
ramificações dos ductos galactóforos – devido ao 
aumento da quantidade de estrógenos circulantes) e 
desenvolvem um mamilo proeminente. 
Na mulher adulta, a estrutura característica das glândulas 
mamárias é o (que se desenvolve a partir das 
extremidades dos menores ductos). Um lóbulo consiste 
em vários que se unem em um 
. Cada lóbulo é imerso em 
tecido conjuntivo intralobular frouxo e muito 
celularizado e o tecido conjuntivo interlobular – que 
separa os lóbulos – é mais denso e menos celularizado. 
As aberturas externas dos ductos são 
revestidas por tecido epitelial estratificado 
pavimentoso, que bruscamente se transforma 
em estratificado colunar ou cuboide nos ductos 
galactóforos, que são revestidos por – assim 
como os ductos interlobulares terminais – por 
epitélio simples cuboide, envolvido por células 
mioepiteliais. 
O tecido conjuntivo que cerca os alvéolos contêm 
muitos linfócitos e plasmócitos (que aumentam 
significativamente ao fim da gravidez, uma vez que são 
os responsáveis pela secreção de imunoglobulinas – 
que irão conferir a imunidade passiva ao RN). 
O mamilo é externamente coberto por epitélio 
estratificado pavimentoso queratinizado contínuo com 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
a pele adjacente. Esse epitélio repousa sobre uma 
camada de tecido conjuntivo rico em fibras musculares 
lisas, dispostas circularmente ao redor dos ductos 
galactóforos mais profundos. 
 sofrem 
intenso crescimento 
durante a gravidez, 
pela ação sinérgica 
de vários hormônios 
(principalmente 
estrógenos, 
progesterona, 
prolactina e 
lactogênio placentário 
humano). Uma das 
ações desses 
hormônios é o 
. 
Os são conjuntos 
esféricos ou arredondados 
de células epiteliais. São 
estruturas ativamente 
secretoras de leite na 
lactação. 
Durante a lactação, a 
quantidade de tecido 
conjuntivo e adiposo diminui 
consideravelmente em 
relação ao parênquima. 
Algumas gotículas de 
gordura e vacúolos 
secretores limitados por 
membrana contendo agregados de proteínas de leite 
são encontrados no citoplasma apical das células 
alveolares no final da gestação. 
Essas gotículas de lipídio são liberadas no 
lúmen dos alvéolos, onde o leite produzido 
pelas células epiteliais se acumula. Lipídios 
constituem aprox. 4% do leite materno. 
As caseínas e outras proteínas do leite (como 
lactalbumina e IgA) contidas nos vacúolos 
também se localizam na porção apical das 
células secretoras. Proteínas constituem aprox.. 
1,5% do leite humano, já a lactose, 7%. 
 
quando cessa a amamentação, a maioria dos alvéolos 
desenvolvidos durante a gravidez sofre degeneração 
por apoptose, assim, células inteiras são liberadas no 
lúmen dos alvéolos e seus restos são retirados por 
macrófagos. 
FONTE: JUNQUEIRA – H ISTOLOGIA BÁS ICA 
FISIOLOGIA DAS MAMAS 
As mamas começam a se desenvolver na puberdade, 
com a estimulação da parte glandular (além do depósito 
de gordura) pelos estrogênios do ciclo sexual mensal. 
Ocorre crescimento bem mais intenso durante o 
estado de altos níveis de estrogênio da gravidez, e só 
então o tecido glandular fica inteiramente desenvolvido 
para a produção de leite. 
 Durante toda a gravidez, a 
grande quantidade de estrogênios secretada pela 
placenta faz com que o sistema de ductos mamários 
cresça e se ramifique. Quatro outros hormônios 
também são importantes para o crescimento desse 
sistema de ductos: (GH), 
, e . 
 
Quando o sistema de ductos está desenvolvido, a 
progesterona – agindo sinergicamente com o 
estrogênio e os outros hormônios – causa o 
crescimento adicional dos lóbulos mamários, com 
multiplicação dos alvéolos e desenvolvimento de 
características secretoras nas células dos alvéolos. 
FONTE: GUYTON – F IS IOLOGIA MÉDICA 
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO 
Embora o e a sejam 
essenciais ao desenvolvimento físico das mamas 
durante a gravidez, eles . Já 
o hormônio prolactina, faz o efeito oposto – 
promovendo a secreção de leite. 
a 
, e sua 
concentração no sangue da mãe aumenta 
uniformemente a partir da 5ª semana de gestação até 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
o nascimento do bebê, quando já aumentou de 10 a 20 
vezes o nível normal não-gravídico. 
Além disso, a placenta secreta grande 
quantidade de 
, que apoia a prolactina da hipófise 
materna durante a gravidez. 
Devido aos efeitos supressivos do estrogênio e 
progesterona, quase não é secretado líquido até após 
o nascimento do bebê, quando há uma perda súbita de 
secreção tanto de estrogênio, quanto de progesterona 
da placenta, permitindo o 
 em seu papel natural de promotor da 
lactação. 
O líquido secretado nos primeiros dias após o parto é 
denominado e contém, essencialmente, as 
mesmas concentrações de proteínas e lactose do leite, 
mas quase nenhuma gordura. No período de 1 a 7 dias 
pós-parto, as mamas começam a secretar quantidades 
copiosas de leite, em vez de colostro. 
A secreção de leite requer, também, uma 
 adequada dos outros hormônios maternos 
(principalmente GH, cortisol, paratormônio e insulina), 
uma vez que são necessários para fornecer 
aminoácidos, ácidos graxos, glicose e cálcio – que são 
fundamentais para a formação do leite. 
Depois do nascimento do bebê, o nível basal de 
secreção de prolactina retorna aos níveis não-
gravídicos. Entretanto, cada vez que a mãe amamenta 
o bebê, 
, que dura aproximadamente uma hora. Essa 
prolactina atua nas mamas maternas para manter as 
glândulas mamárias secretando leite nos alvéolos para 
os períodos de amamentação subsequentes. 
é produzido pelo 
hipotálamo, que tem papel essencial no controle da 
secreção de prolactina. Embora o hipotálamo 
essencialmente estimule a produção de outros 
hormônios, ele inibe a produção de prolactina.
 na maioria 
das nutrizes, o ciclo ovariano e a ovulação não retorna 
até poucas semanas depois do desmame. A razão disso 
é que, provavelmente, os mesmos sinais neurais das 
mamas para o hipotálamo que provocam a secreção 
de prolactina
. O que 
 (hormônio luteinizante e hormônio folículo-
estimulante). *obs: mas em algumas mulheres 
(principalmente aquelas que amamentam apenas parte 
do tempo), a hipófise começa a secretar hormônios 
gonadotrópicos suficientes para reestabelecer o ciclo 
sexual mensal, mesmo que a amamentação continue. 
embora o leite seja 
secretado de maneira contínua nos alvéolos das 
mamas, ele 
 e, portanto, 
. Na verdade, 
 – e essa ejeção é causada 
por um reflexo neurogênico e hormonal combinado, 
que envolve o hormônio hipofisário posterior . 
Quando o bebê suga, ele não recebe leite nenhum por 
aproximadamente 30 segundos, pq primeiramente é 
necessário que os impulsos neuronais sejam 
transmitidos dos mamilos para a medula espinal da mãe, 
e, então, para seu hipotálamo, onde desencadeiam 
sinais neurais que , 
assim como causam secreção de prolactina. A ocitocina 
é transportada no sangue para as mamas, onde faz 
com que as células mioepiteliais se contraiam, 
transportando, assim, o leite para o ducto. Em seguida, 
a sucção do bebê fica efetiva em remover o leite. 
*dentro de 30-60seg o leite começa a fluir. 
O ato de sugar uma mama faz com que o 
leite flua em ambas as mamas. 
Quando a mãe pensa no bebê ou o escuta 
chorar, muitas vezes, proporciona um sinal 
emocional suficiente para o hipotálamo 
provocar a ejeção de leite. 
FONTE: GUYTON – F IS IOLOGIA MÉDICA 
Compreender a importância, as vantagens 
e o que interfere no processo de aleitamento 
materno (e materno x suplementação) 
COMPOSIÇÃO DO LEITE 
 
Água 88,5% 87,0% 
Gordura 3,3% 3,5% 
Lactose 6,8% 4,8% 
Caseína 0,9% 2,7% 
Lactoalbumina 
e outras ptn 
0,4% 0,7% 
Cinzas 0,2% 0,7% 
 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento| Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
A concentração de lactose no leite humano é cerca 
de 50% maior que no leite de vaca, mas a 
concentração de proteínas no leite de vaca é, em geral, 
2-3x maior que no leite materno. Por fim, apenas 1/3 de 
cinzas que contêm cálcio e outros minerais é 
encontrado no leite materno em comparação ao leite 
de vaca. 
Apesar de a alimentação variar enormemente entre as 
pessoas, o leite materno, surpreendentemente, 
apresenta 
 que amamentam do mundo. Apenas as com 
desnutrição grave podem ter o seu leite afetado na sua 
qualidade e quantidade. 
Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, 
que contém mais proteínas e menos gorduras do que 
o leite maduro, ou seja, o leite secretado a partir do 
sétimo ao décimo dia pós-parto. 
 
A principal proteína do leite materno é a lactoalbumina 
e a do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para 
a espécie humana. 
A 
. Assim, o leite do final da 
mamada (chamado leite posterior) é mais rico em 
energia (calorias) e sacia melhor a criança, daí a 
importância de a criança esvaziar bem a mama. 
O 
. A IgA secretória é o principal anticorpo, 
atuando contra microrganismos presentes nas 
superfícies mucosas. Os anticorpos IgA no leite humano 
são um reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios 
da mãe, ou seja, ela produz anticorpos contra agentes 
infecciosos com os quais já teve contato, 
proporcionando, dessa maneira, proteção à criança 
contra os germens prevalentes no meio em que a mãe 
vive. A concentração de IgA no leite materno diminui 
ao longo do primeiro mês, permanecendo 
relativamente constante a partir de então. 
Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de 
proteção, tais como anticorpos IgM e IgG, macrófagos, 
neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator 
bífido. Esse favorece o crescimento do Lactobacilus 
bifidus, uma bactéria não patogênica que acidifica as 
fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam 
diarreia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli. 
Alguns dos fatores de proteção do leite materno são 
total ou parcialmente destruídos pelo calor, razão pela 
qual o leite humano pasteurizado (submetido a uma 
temperatura de 62,5º C por 30 minutos) não tem o 
mesmo valor biológico que o leite cru. 
FONTE: GUYTON – F IS IOLOGIA MÉDICA / CADERNO DE 
ATENÇÃO BÁSICA – SAÚDE DA CR IANÇA: NUTR IÇÃO INFANTIL 
TIPOS E DURAÇÃO DO ALEITAMENTO 
É importante conhecer e utilizar as definições de 
aleitamento materno adotadas pela OMS e 
reconhecidas no mundo inteiro (WORLD HEALTH 
ORGANIZATION, 2007). Assim, o aleitamento materno 
costuma ser classificado em: 
❖ – quando a 
criança recebe somente leite materno, direto 
da mama ou ordenhado, ou leite humano de 
outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com 
exceção de gotas ou xaropes contendo 
vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos 
minerais ou medicamentos. 
❖ – quando 
a criança recebe, além do leite materno, água 
ou bebidas à base de água (água adocicada, 
chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais1. 
❖ – quando a criança 
recebe leite materno (direto da mama ou 
ordenhado), independentemente de receber 
ou não outros alimentos. 
❖ – 
quando a criança recebe, além do leite 
materno, qualquer alimento sólido ou 
semissólido com a finalidade de complementá-
lo, e não de substituí-lo. 
❖ – 
quando a criança recebe leite materno e 
outros tipos de leite. 
Vários estudos sugerem que a duração da 
amamentação na espécie humana seja, em média, de 
, idade em que costuma ocorrer o 
desmame naturalmente (KENNEDY, 2005). 
A , endossada pelo Ministério da Saúde do Brasil, 
. Não 
há vantagens em se iniciar os alimentos 
complementares antes dos seis meses, podendo, 
inclusive, haver prejuízos à saúde da criança. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Estima-se que dois copos (500 mL) de leite 
materno no segundo ano de vida fornecem 
95% das necessidades de vitamina C, 45% das 
de vitamina A, 38% das de proteína e 31% do 
total de energia. Além disso, o leite materno 
continua protegendo contra doenças 
infecciosas. Uma análise de estudos realizados 
em três continentes concluiu que quando as 
crianças não eram amamentadas no segundo 
ano de vida elas tinham uma chance quase duas 
vezes maior de morrer por doença infecciosa 
quando comparadas com crianças 
amamentadas (WORLD HEALTH 
ORGANIZATION, 2000). 
VANTAGENS DO ALEITAMENTO MAT. 
Já está devidamente comprovada, por estudos 
científicos, a superioridade do leite materno sobre os 
leites de outras espécies. São vários os argumentos em 
favor do aleitamento materno: 
❖ graças aos inúmeros 
fatores existentes no leite materno que 
protegem contra infecções. Estima-se que o 
aleitamento materno poderia evitar 13% das 
mortes em crianças menores de 5 anos em 
todo o mundo, por causas preveníveis. A 
proteção é maior quanto menor é a criança, e 
previne mais morte entre as crianças de 
menor nível socioeconômico. Estudos 
demonstram que a amamentação na primeira 
hora de vida pode ser um fator de proteção 
contra mortes neonatais 
❖ principalmente em crianças mais 
pobres, quando o aleitamento é exclusivo. 
Também exerce influência na gravidade dessa 
doença (crianças não amamentadas têm um 
risco 3x maior de desidratarem e morrerem 
por diarreia). 
❖ a proteção é 
maior quando a amamentação é exclusiva nos 
primeiros 6 meses de vida. O risco de 
hospitalização por bronquiolite foi 7x maior em 
crianças amamentadas por menos de um mês. 
 (redução de 50% da 
otite média aguda em crianças amamentadas 
exclusivamente por 3-6 meses). 
❖ estudos mostram 
que a amamentação exclusiva nos primeiros 
meses de vida diminui o risco de alergia à 
proteína do leite de vaca, de dermatite atópica 
e de outros tipos de alergias, incluindo asma e 
sibilos recorrentes. Enquanto a exposição a 
pequenas doses de leite de vaca nos primeiros 
dias de vida parece aumentar o risco de alergia 
ao leite de vaca. Por isso é importante evitar o 
uso desnecessário de fórmulas infantis 
❖ 
 a OMS publicou importante revisão 
sobre evidências desses efeitos, que concluiu 
que os indivíduos amamentados apresentaram 
pressões sistólica e diastólica mais baixas, níveis 
menores de colesterol total e risco 37% 
menor de apresentar diabetes tipo 2. Não só o 
indivíduo que é amamentado adquire proteção 
contra diabetes, mas também a mulher que 
amamenta. Foi descrita uma redução de 15% 
na incidência de diabetes tipo 2 para cada ano 
de lactação. E exposição precoce ao leite de 
vaca (antes dos quatro meses) é considerada 
um importante determinante do Diabetes 
mellitus Tipo I, podendo aumentar o risco de 
seu aparecimento em 50%. Estima-se que 
30% dos casos poderiam ser prevenidos se 
90% das crianças até três meses não 
recebessem leite de vaca. 
❖ a maioria dos 
estudos que avaliaram a relação entre 
obesidade em crianças maiores de 3 anos e 
tipo de alimentação no início da vida constatou 
menor frequência de sobrepeso/obesidade em 
crianças que haviam sido amamentadas. 
❖ por ser da mesma espécie, 
o leite materno contém todos os nutrientes 
essenciais para o crescimento e o 
desenvolvimento ótimos da criança pequena, 
além de ser mais bem digerido, quando 
comparado com leites de outras espécies. O 
leite materno é capaz de suprir sozinho as 
necessidades nutricionais da criança nos 
primeiros seis meses, e continua sendo uma 
importante fonte de nutrientes no segundo 
ano de vida, especialmente de proteínas, 
gorduras e vitaminas. 
❖ a maioria dos 
estudos conclui que as crianças amamentadas 
apresentam vantagem nesse aspecto quando 
comparadas com as não amamentadas, 
principalmente as com baixo peso de 
nascimento. Essa vantagem foi observada em 
diferentes idades, inclusive em adultos. 
❖ o 
exercício que a criança faz para retirar o leite 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
da mama é muito importante para o 
desenvolvimentoadequado de sua cavidade 
oral, propiciando uma melhor conformação do 
palato duro, o que é fundamental para o 
alinhamento correto dos dentes e uma boa 
oclusão dentária. 
❖ estima-
se que o risco de contrair a doença diminua 
4,3% a cada 12 meses de duração de 
amamentação. 
❖ 
❖ 
❖ 
 acredita-se que a amamentação traga 
benefícios psicológicos para a criança e para a 
mãe. Uma amamentação prazerosa, os olhos 
nos olhos e o contato contínuo entre mãe e 
filho certamente fortalecem os laços afetivos 
entre eles, oportunizando intimidade, troca de 
afeto e sentimentos de segurança e de 
proteção na criança e de autoconfiança e de 
realização na mulher. Amamentação é uma 
forma muito especial de comunicação entre a 
mãe e o bebê e uma oportunidade de a 
criança aprender muito cedo a se comunicar 
com afeto e confiança 
❖ o aleitamento 
materno pode melhorar a qualidade de vida das 
famílias, uma vez que as crianças amamentadas 
adoecem menos, necessitam de menos 
atendimento médico, hospitalizações e 
medicamentos, o que pode implicar menos 
faltas ao trabalho dos pais, bem como menos 
gastos e situações estressantes. Além disso, 
quando a amamentação é bem-sucedida, mães 
e crianças podem estar mais felizes, com 
repercussão nas relações familiares e, 
consequentemente, na qualidade de vida 
dessas famílias. 
TÉCNICA AMAMENTAÇÃO 
Apesar de a sucção do recém-nascido ser um ato 
reflexo, ele precisa 
. Quando o bebê pega a mama 
adequadamente – o que requer uma 
, abocanhando não apenas o mamilo, mas 
também –, forma-se um lacre perfeito 
entre a boca e a mama, garantindo a formação do 
vácuo, indispensável para que o mamilo e a aréola se 
mantenham dentro da boca do bebê. 
A língua eleva suas bordas laterais e a ponta, formando 
uma concha (canolamento) que leva o leite até a faringe 
posterior e esôfago, ativando o reflexo de deglutição. A 
retirada do leite (ordenha) é feita pela língua, graças a 
um movimento peristáltico rítmico da ponta da língua 
para trás, que comprime suavemente o mamilo. 
Enquanto mama no peito, o bebê respira pelo nariz, 
estabelecendo o padrão normal de respiração nasal. 
O ciclo de movimentos mandibulares (para baixo, para 
a frente, para cima e para trás) promove o crescimento 
harmônico da face do bebê. 
A técnica de amamentação, ou seja, a maneira como 
a dupla mãe/bebê se posiciona para amamentar/mamar 
e a pega/sucção do bebê são muito importantes para 
que o bebê consiga retirar, de maneira eficiente, o leite 
da mama e, também, para não machucar os mamilos. 
Uma posição inadequada da mãe e/ou do bebê na 
amamentação dificulta o posicionamento correto da 
boca do bebê em relação ao mamilo e à aréola, 
resultando no que se denomina de “má pega”. A má 
pega dificulta o esvaziamento da mama, podendo levar 
a uma diminuição da produção do leite. Muitas vezes, o 
bebê com pega inadequada não ganha o peso 
esperado apesar de permanecer longo tempo no peito. 
Isso ocorre porque, nessa situação, ele é capaz de 
obter o leite anterior, mas tem dificuldade de retirar o 
leite posterior, mais calórico. 
Além de dificultar a retirada do leite, a má pega 
machuca os mamilos. Quando o bebê tem uma boa 
pega, o mamilo fica em uma posição dentro da boca 
da criança que o protege da fricção e compressão, 
prevenindo, assim, lesões mamilares. 
 
❖ Rosto do bebê de frente para a mama, com 
nariz na altura do mamilo; 
❖ Corpo do bebê próximo ao da mãe; 
❖ Bebê com cabeça e tronco alinhados; 
❖ Bebê bem apoiado. 
❖ Mais aréola visível acima da boca do bebê; 
❖ Boca bem aberta; 
❖ Lábio inferior virado para fora; 
❖ Queixo tocando a mama. 
PRINCIPAIS PROBLEMAS 
Alguns problemas enfrentados pelas nutrizes durante o 
aleitamento materno, se não forem precocemente 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
identificados e tratados, podem ser importantes causas 
de interrupção da amamentação. Os profissionais de 
saúde têm um papel importante na prevenção e no 
manejo dessas dificuldades. 
❖ 
alguns bebês resistem às tentativas de serem 
amamentados e com frequência não se 
descobre a causa dessa resistência inicial. 
Alguns bebês não conseguem pegar a aréola 
adequadamente ou não conseguem manter a 
pega. 
❖ 
❖ 
❖ há três 
componentes básicos: (1) congestão/aumento 
da vascularização da mama; (2) retenção de 
leite nos alvéolos; e (3) edema decorrente da 
congestão e obstrução da drenagem do 
sistema linfático. Como resultado, há 
compressão dos ductos lactíferos, o que 
dificulta ou impede a saída do leite dos alvéolos. 
❖ é 
comum, nos primeiros dias após o parto, a 
mulher sentir dor discreta ou mesmo 
moderada nos mamilos no começo das 
mamadas, devido à forte sucção deles e da 
aréola. Essa dor pode ser considerada normal 
e não deve persistir além da primeira semana. 
No entanto, ter os mamilos muito doloridos e 
machucados, apesar de muito comuns, não é 
normal e requer intervenção. A causa mais 
comum se deve a lesões por posicionamento 
e pega inadequadas. 
❖ infecção da 
mama no puerpério é bastante comum. A 
infecção pode atingir só a pele do mamilo e da 
aréola ou comprometer os ductos lactíferos. 
❖ isquemia intermitente 
causada por vasoespasmo, que usualmente 
ocorre nos dedos das mãos e dos pés, 
também pode acometer os mamilos. Em geral 
ocorre em resposta à exposição ao frio, 
compressão anormal do mamilo na boca da 
criançaou trauma mamilar importante. Porém, 
nem sempre é possível encontrar a causa. 
❖ ocorre quando 
o leite produzido numa determinada área da 
mama, por alguma razão, não é drenado 
adequadamente. Com frequência, isso ocorre 
quando a mama não está sendo esvaziada 
adequadamente, o que pode acontecer 
quando a amamentação é infrequente ou 
quando a criança não está conseguindo 
remover o leite da mama de maneira eficiente. 
❖ processo inflamatório de um ou mais 
segmentos da mama (o mais comumente 
afetado é o quadrante superior esquerdo), 
geralmente unilateral, que pode progredir ou 
não para uma infecção bacteriana. Ela ocorre 
mais comumente na segunda e terceira 
semanas após o parto, mas pode ocorrer em 
qualquer período da amamentação. 
❖ em geral, é causado por 
mastite não tratada ou com tratamento iniciado 
tardiamente ou ineficaz. É comum após a 
interrupção da amamentação na mama 
afetada pela mastite sem o esvaziamento 
adequado do leite por ordenha. 
❖ formação cística nos ductos 
mamários contendo líquido leitoso, que no 
início é fluido, adquirindo posteriormente 
aspecto viscoso, que pode ser exteriorizado 
por meio do mamilo. 
❖ algumas 
mulheres têm o reflexo de ejeção do leite 
exacerbado, o que pode provocar engasgos na 
criança. Ordenhar um pouco de leite antes da 
mamada até que o fluxo diminua geralmente é 
suficiente no manejo do problema. 
❖ a grande maioria das mulheres tem 
condições biológicas para produzir leite 
suficiente para atender à demanda de seu filho. 
No entanto, uma queixa comum durante a 
amamentação é “pouco leite” ou “leite fraco”. 
Muitas vezes, essa percepção é o 
quanto a sua 
capacidade de nutrir plenamente o seu bebê. 
Essa insegurança, com frequência reforçada 
por pessoas próximas, faz com que o choro 
do bebê e as mamadas frequentes (que fazem 
parte do comportamento normal em bebês 
pequenos) sejam interpretados como sinais de 
fome. A ansiedade que tal situação gera na 
mãe e na família pode ser transmitida à criança, 
que responde com mais choro. A 
suplementação com outros leites muitas vezes 
alivia a tensão materna e essa tranquilidade é 
repassada ao bebê, que passa a chorar menos, 
vindo a reforçar a ideia de que a criança estava 
passando fome. Uma vez iniciada a 
suplementação, a criança passa a sugar menos 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
o peito e, como consequência, vai haver menor 
produção de leite, processo que com 
frequência culmina com a interrupção da 
amamentação. Por isso, a queixa de “pouco 
leite” ou “leite fraco” deve ser valorizadae 
adequadamente manejada. 
RESTRIÇÕES AO ALEITAMENTO MAT. 
São poucas as situações em que pode haver indicação 
médica para a substituição parcial ou total do leite 
materno. 
 
❖ Mães infectadas pelo HIV; 
❖ Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2; 
❖ Uso de medicamentos incompatíveis com a 
amamentação. 
❖ Criança portadora de galactosemia, doença 
rara em que ela não pode ingerir leite humano 
ou qualquer outro que contenha lactose. 
❖ Infecção herpética, quando há vesículas 
localizadas na pele da mama. A amamentação 
deve ser mantida na mama sadia; 
❖ Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele 
cinco dias antes do parto ou até dois dias após 
o parto, recomenda-se o isolamento da mãe 
até que as lesões adquiram a forma de crosta. 
A criança deve receber Imunoglobulina 
Humana Antivaricela Zoster (Ighavz). 
❖ Doença de Chagas, na fase aguda da doença 
ou quando houver sangramento mamilar 
evidente; 
❖ Consumo de drogas de abuso. 
ALIMENTAÇÃO SUPLEMENTAR 
Durante os dois primeiros anos de vida a alimentação 
adequada é fundamental para o crescimento e 
desenvolvimento infantil. 
. São inúmeros os benefícios e 
vantagens da amamentação, em relação a qualquer 
substituto do leite materno, portanto sua promoção, 
proteção e apoio devem ser ações prioritárias entre os 
profissionais de saúde e toda a sociedade. 
É imprescindível que o profissional de saúde reflita com 
as famílias as implicações econômicas da opção pela 
substituição do aleitamento materno e os riscos à saúde 
da criança pelo uso desnecessário ou inadequado de 
alimentos artificiais e mamadeiras, favorecendo uma 
escolha informada. Além disso, é necessário orientar as 
famílias sobre a importância de uma alimentação 
complementar que priorize alimentos saudáveis, 
regionalmente disponíveis e acessíveis. 
Nesses casos, faz-se necessária a 
 e o profissional de saúde 
deve estar apto a apoiar essas famílias de forma 
, buscando minimizar os riscos por meio 
de avaliação de . Como alternativa ao leite 
materno, deve-se buscar uma alimentação láctea 
adequada à situação clínica, social e cultural da família. 
A amamentação deve ser protegida, para tanto, a 
orientação sobre preparo de leites artificiais nunca deve 
ser feita de forma coletiva. Nos casos em que há 
necessidade de orientar sobre o preparo de leites 
artificiais (por exemplo, mães HIV positivo) essa 
orientação deve ser realizada de maneira individualizada 
e por profissional qualificado. 
 o leite humano processado e distribuído pelos 
Bancos de Leite Humanos apesar de ser a melhor 
opção de alimentação para crianças menores de 6 
meses é, prioritariamente, destinado a crianças de risco 
internadas em Unidades de Terapia Intensiva. Mães HIV 
positivo podem receber fórmulas infantis para a 
alimentação de seus filhos. 
FONTE: CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA – SAÚDE DA CR IANÇA: 
NUTRIÇÃO INFANTIL 
Entender a progressão de peso do RN na 
primeira semana 
ALTERAÇÕES DE PESO 
A quase totalidade dos recém-nascidos (RN) apresenta 
perda ponderal nos primeiros dias de vida. Dada essa 
grande frequência, os autores a denominam de 
. A maioria dos estudos sugere que 
a perda corresponde, principalmente, à redução de 
fluidos, 1 mas também é consequência do uso, pelo RN, 
de tecido adiposo como fonte de energia 
 RN amamentados 
exclusivamente perdem, em média, entre 5%-7% do 
peso do nascimento. Os limites fisiológicos máximos de 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
perda de peso para RN amamentados exclusivamente 
ao seio são controversos. Assim, 
, 
embora também haja referências a valores de 7%. 
A evolução do peso do recém-nascido, nos primeiros 
dias de vida, é usada como um indicador da adequação 
da amamentação. Dessa forma, o percentual de 
redução do peso em relação ao nascimento pode ser 
um dos parâmetros usados para a introdução de 
fórmula láctea 
Os fatores de risco para perda de peso excessiva em 
RN a termo amamentados exclusivamente e nascidos 
num Hospital Amigo da Criança foram a cesárea e a 
maior idade materna. 
Dentre os fatores de risco estudados, a maior idade 
materna foi identificada como a variável preditora para 
a perda de peso, provavelmente porque o aumento da 
idade cursa com aumento da morbidade materna por 
hipertensão e diabete e evolui com risco de finalização 
da gravidez via cesárea. 
O mecanismo mais conhecido que justifica a associação 
do parto cesárea com a maior perda de peso do RN e 
dificuldades na amamentação é o retardamento da 
lactogênese II, definida como secreção de leite copiosa 
que se inicia no 2°/3° dia pós-parto. 
FONTE: ARTIGO (SC IELO) REV ISTA PAULISTA DE PED IATRIA 
Elucidar a construção do vínculo entre mãe 
e filho e os fatores emocionais importantes 
VÍNCULO MÃE-BEBÊ 
❖ Ao amamentar, 
 e supre a separação abrupta 
ocorrida no momento do parto, que pode 
causar até depressão, amenizada pela 
formação de um "cordão psíquico" duradouro 
até o desmame progressivo. 
❖ 
(ruptura), ajudando a 
, 
ocorre uma 
(hormônio que proporciona bem-estar, 
aumento da tolerância à dor e sensação de 
prazer no ato de amamentar, aumentando o 
amor pelo bebê). 
❖ Além de 
, as carícias da 
mãe durante a mamada auxiliam na formação 
do seu contorno corporal, despertam a 
percepção das sensações corporais e 
promovendo o desenvolvimento da afetividade, 
o contato físico com o corpo da mãe 
proporciona segurança e bem-estar 
❖ Chegou-se à conclusão de que o RN é 
 
com a pessoa que interage com ele, do que 
com a pessoa que o alimenta e cuida de sua 
higiene corporal, sem se preocupar em manter 
os sinais de reciprocidade na comunicação 
interativa. 
❖ Ressalta-se a questão da organização e 
desempenho das tarefas domésticas a 
participação da mãe da nutriz é fundamental. 
Na maternidade da filha emerge significados 
simbólicos do que seja ser mãe, renovando os 
vínculos, consolidando-os e até mesmo 
reconciliando-os 
❖ Percebe-se também que o ato de amamentar 
parece ter maior sucesso quando as 
necessidades físicas, emocionais, sociais, 
culturais, intelectuais e profissionais da nutriz 
são, ao menos, consideradas de 
 pela sociedade. 
FONTE: ARTIGOS 
Problema 7: Santo de casa... 
Elucidar a dieta adequada para o 
crescimento e desenvolvimento no primeiro 
ano de vida, abordando as necessidades 
nutricionais. 
NECESSIDADES NUTRICIONAIS 
A oferta de nutrientes deve ser suficiente para prover 
as necessidades metabólicas diárias e para permitir o 
crescimento adequado. Práticas adequadas de 
alimentação infantil são aquelas que: 
❖ Fornecem a quantidade adequada de alimentos 
para suprir os requerimentos nutricionais; 
❖ Dificultam a aspiração de substâncias estranhas; 
❖ Não excedem a capacidade funcional do trato 
digestório e renal da criança. 
O crescimento expressivo dos lactentes durante o 1° 
ano de vida (aumento de 3 x no peso e 50% no 
comprimento) e o crescimento continuado, que ocorre 
a partir de 1 ano até a adolescência, determinam 
necessidades nutricionais únicas. 
Somam-se as necessidades de manutenção altas 
decorrentes das taxas metabólicas e nutricionais de 
turnover (renovação dos estoques) mais elevadas dos 
lactentes e das crianças, comparadas aos adultos. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Como o crescimento rápido é acompanhado por 
alterações acentuadas no desenvolvimento funcional e 
da composição dos órgãos, a incapacidade de fornecer 
os nutrientes suficientes nesse período terá efeitos 
adversos sobre o desenvolvimento e o crescimento. 
A ingestão de referência da maior parte dos nutrientes 
está estabelecida e estas quantidades parecem 
suficientes para sustentar o crescimento normal do 
lactente e da criança pequena. 
*acrescentar calorias, ptns, água, minerais, eletrólitos e 
vitaminas 
DIETA DO LACTENTE 
A alimentação no primeiro na de vida compreende a 
fase de , de 28 dias até 2 anos de idade. 
A introdução de alimentos na dieta da criança, que deve ser 
mantido preferencialmente até os 2 anos de vida. 
A partir dos 6 meses a introdução da alimentação 
complementar aproxima progressivamente a criança 
aos hábitos alimentares de quem cuida dela e exige 
todo um esforço adaptativo a uma nova fase do ciclo 
de vida, na qual lhe são apresentados novos sabores, 
cores, aromas, texturas e saberes. 
As práticas alimentares no 1° ano de vida constituem 
marco importante na formação dos hábitos alimentares 
da criança. Considera-se atualmente que o período ideal 
para a introdução de alimentos complementares é 
 (antes, o leite materno é capaz de 
suprir todas as necessidades nutricionais da criança). 
Essa é a idade ideal pois: 
❖ Desenvolvidos os reflexos necessários para a 
deglutição, como o reflexo lingual; 
❖ Manifesta excitação à visão do alimento; 
❖ Sustenta a cabeça, facilitando a alimentação 
oferecida por colher; 
❖ Início da erupção dos primeiros dentes, o que 
facilita na mastigação.; 
❖ Maior desenvolvimento do paladar: começa a 
estabelecer preferências alimentares, processo 
que a acompanha até a vida adulta. 
O sucesso da alimentação complementar depende de 
muita paciência, afeto e suporte por parte da mãe e 
de todos os cuidadores da criança. Toda a família deve 
ser estimulada a contribuir positivamente nessa fase, 
situação em que não só a criança aprende a comer, 
mas também toda a família aprende a cuidar. 
O profissional de saúde deve ser hábil em ouvir, 
demonstrar interesse e orientar todos os cuidadores da 
criança, para que ela se sinta amada e encorajada a 
entender sua alimentação como ato prazeroso: evita, 
precocemente, o aparecimento de possíveis 
transtornos psíquicos e distúrbios nutricionais. 
Deve prover suficientes quantidades de água, energia, 
proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, por meio de 
alimentos seguros, culturalmente aceitos, 
economicamente acessíveis e agradáveis à criança. 
Na orientação de uma dieta para a criança deve-se 
levar em conta conceitos adequados de preparo, 
noções de consistência e quantidades ideais das 
refeições e opções de diversificação alimentar que 
contemplem as necessidades nutricionais para cada fase 
do desenvolvimento. 
 os hábitos 
alimentares são formados por meio de complexa rede 
de . Por esse 
motivo, considera-se a mudança de comportamento 
alimentar um desafio para os profissionais de saúde. 
O leite materno oferece diferentes experiências de 
sabores e aromas que vão refletir os hábitos 
alimentares maternos e a cultura alimentar: crianças que 
mamam no peito aceitam melhor a introdução da 
alimentação complementar. 
Parece que os sabores e aromas de alimentos 
consumidos pelas nutrizes têm uma via pelo 
leite materno e acabam sendo transmitidos 
para o lactente. 
 a criança aos poucos 
vai aprendendo a reconhecer suas preferências 
alimentares e a estimular seu apetite também de 
acordo com o aroma dos alimentos. 
Assim como o cheiro da mãe e do leite 
materno durante o período de amamentação 
ajudam a criança a identificar a mãe. 
 até a vida 
adulta. As crianças tendem a não gostar de alimentos 
quando, para ingeri-los, são submetidos à chantagem/ 
coação ou premiação. 
Os pais podem contribuir positivamente para 
a aceitação alimentar por meio da estimulação 
dos sentidos: palavras elogiosas e 
incentivadoras, toque carinhoso, permitindo 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
ambiente acolhedor, com pouco ruído, boa 
luminosidade e conforto à criança. 
Em geral as crianças tendem a 
 e esse tipo de comportamento 
manifesta-se precocemente: com exposições 
frequentes, os alimentos novos passam a ser aceitos, 
podendo ser incorporados à dieta da criança. 
Em média são necessárias de 8 a 10 
exposições a um novo alimento para que ele 
seja aceito pela criança. 
Muitos pais, talvez por falta de informação, 
não entendem esse comportamento como 
sendo normal e interpretam a rejeição inicial 
pelo alimento como uma aversão permanente, 
desistindo de oferecê-lo à criança. 
 a alimentação 
das crianças deve ser composta por alimentos básicos 
e evitar alimentos processados nos primeiros anos de 
vida. 
 o argumento da ausência de sabor da 
alimentação saudável é um tabu a ser desmistificado. 
As crianças, ao receberem a alimentação 
complementar, tendem a se acostumar com os 
alimentos na forma como são inicialmente oferecidos. 
 o consumo de vários tipos de alimentos 
fornece os diferentes nutrientes necessários, evitando 
a monotonia alimentar, que limita a disponibilidade de 
nutrientes necessários a uma alimentação adequada. 
 a alimentação saudável contempla uma ampla 
variedade de grupos de alimentos com múltiplas 
colorações. Sabe-se que quanto mais colorida é a 
alimentação, mais rica é em termos de vitaminas e 
minerais. 
Essa variedade de coloração torna a refeição 
atrativa: agrada aos sentidos + estimula o 
consumo de alimentos saudáveis, como frutas, 
legumes e verduras, grãos e tubérculos. 
 refere-se especificamente à garantia do 
equilíbrio em quantidade e qualidade dos alimentos 
consumidos para o alcance de uma nutrição adequada, 
considerando que tais fatores variam de acordo com a 
fase do curso da vida e de outros fatores. 
Entre os vários nutrientes, ocorrem 
interações que podem ser benéficas, mas 
também prejudiciais ao estado nutricional, o 
que implica necessidade de harmonia e 
equilíbrio entre os alimentos consumidos. 
 os alimentos não devem 
apresentar contaminantes de natureza biológica, física 
ou química ou outros perigos que comprometam a 
saúde do indivíduo ou da população. 
As crianças são vulneráveis e constituem 
grupo de risco para a ocorrência de doenças 
em função da falta de segurança sanitária. 
, 
porém o intervalo entre a mamada que antecede as 
principais refeições deve ser espaçado, respeitando 
assim os sinais de fome e saciedade da criança. 
 Assim que possível, os alimentos não precisam 
ser muito amassados, evitando-se, a administração de 
alimentos muito diluídos (oferta calórica inadequada). 
, no horário de almoço. Tal refeição deve conter 
alimentos dos seguintes grupos: cereais e tubérculos, 
leguminosas, carnes e hortaliças (verduras e legumes). 
Ovo cozido e carnes devem fazer parte das 
refeições desde os seis meses de idade. 
Óleo vegetal deve ser usado em pequena 
quantidade. 
Os alimentos devem ser cozidos em pouca 
água e amassados com o garfo. Nunca 
liquidificados ou peneirados. 
, a criança já pode receber 
os alimentos da família, desde que não muito 
condimentados ou com grandes quantidades de sal. 
As devem ser oferecidas após os 6 meses de 
idade, preferencialmente sob a forma de papas, sempre 
em colheradas Nenhuma fruta é contraindicada. 
Os sucos naturais podem ser usados 
preferencialmente após as refeições principais, 
e não em substituição a elas, em uma dose 
pequena. Nos intervalos é preciso oferecer 
água tratada, filtrada ou fervida para a criança. 
 
❖ Estimular o consumo de alimentação básica 
(arroz, feijão, batata, legumes, frutas, carnes); 
❖ A carne deve fazer parte das refeições desde 
os 6 meses de idade; 
❖ O profissional deve insistir na utilização de 
miúdos 1 x/semana, especialmente fígado de 
boi, pois são fontes importantes de ferro; 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
❖ Crianças que recebem outro leite que não o 
materno devem consumir no máximo 500ml 
por dia. 
FONTE: RESUMOS VETERANOS 
10 PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO 
SAUDÁVEL 
 “Dar somente leite materno até os 6 meses, 
sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento.” 
“A partir dos 6 meses, introduzir de forma 
lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite 
materno até os dois anos de idade ou mais.” 
 “Após 6 meses, dar alimentos 
complementares (cereais, tubérculos, carnes, 
leguminosas, frutas, legumes) 3 vezes ao dia, se a 
criança receber leite materno, e 5 vezes ao dia, se 
estiver desmamada.” 
 “A alimentação complementar deve ser 
oferecidade acordo com os horários de refeição da 
família, em intervalos regulares e de forma a respeitar 
o apetite da criança.” 
 “A alimentação complementar deve ser 
espessa desde o início e oferecida de colher; começar 
com consistência pastosa (papas/purês) e, 
gradativamente, aumentar a consistência até chegar à 
alimentação da família.” 
 “Oferecer à criança diferentes alimentos ao 
dia. Uma alimentação variada é uma alimenta cão 
colorida.” 
 “Estimular o consumo diário de frutas, verduras 
e legumes nas refeições.” 
 “Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, 
refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos 
primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.” 
 “Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos 
alimentos: garantir o seu armazenamento e 
conservação adequados.” 
 “Estimular a criança doente e convalescente 
a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e 
seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.” 
FONTE: MIN ISTÉRIO DA SAÚDE 
Estudar as indicações de suplementação 
vitamínica e mineral para esse período. 
SUPLEMENTAÇÃO VITAMÍNICA 
 é dada ao nascimento, na dose de 1 mg por 
via intramuscular, para prevenir a doença hemorrágica. 
 Vitamina K1 ou filoquinona é 
encontrada em vegetais verdes folhosos, tomate, 
espinafre, couve-flor, repolho e batata. A vitamina K2 
ou menaquinona é sintetizada pelas bactérias intestinais 
(tem maior importância para o recém-nascido e o 
lactente) e a vitamina K3, ou menadiona, é a forma 
sintética 
 o leite materno contém cerca de 25 UI por 
litro, dependendo do status materno desta vitamina. A 
necessidade diária da criança no primeiro ano de vida é 
de 400 UI dessa vitamina. O Departamento de 
Nutrologia da SBP preconiza suplementação de 
vitamina D para recém-nascido a termo, desde a 
primeira semana de vida, mesmo que em aleitamento 
materno exclusivo ou fórmula infantil. 
 
deficiência materna durante a gravidez, mãe 
vegetariana, não exposição ao sol, viver em altas 
latitudes, viver em áreas urbanas com prédios e/ou 
poluição que bloqueiam a luz solar, pigmentação 
cutânea escura, uso de protetor solar, variações 
sazonais, cobrir todo o corpo ou uso de alguns 
anticonvulsivantes (hidantoína, fenobarbi-tal), 
glicocorticóides e antiretrovirais 
Segundo o Consenso de fotoproteção da SBP, a 
exposição direta da pele à luz solar, não é 
recomendada devido aos riscos dos raios ultravioleta. 
Deve-se usar fatores de proteção (roupas e protetor 
solar), para expor a criança ao sol 
 D2 (ergocalciferol), obtida pela 
irradiação ultravioleta do ergosterol vegetal (vegetais, 
fungos, levedos) e em produtos comerciais; D3 
(colecalciferol), resultado da transformação não-
enzimática do precursor 7-deidrocolesterol existente na 
pele dos mamíferos, pela ação dos raios ultravioleta. O 
7-deidrocolesterol é encontrado, também, em óleo de 
fígado de bacalhau, atum, cação, sardinha, gema de ovo, 
manteiga e pescados gordos (arenque) 
a concentração de vitamina A no leite 
materno varia de acordo com a dieta da mãe. Em 
regiões com alta prevalência de deficiência de vitamina 
A, a OMS, o Ministério da Saúde e a SBP preconizam 
o esquema para suplementação medicamentosa de 
vitamina A, na forma de megadoses por via oral, que 
devem ser administradas a cada 4 a 6 meses.
 leite integral e seus derivados 
integrais, gema, ostras, fígado, óleo de fígado, óleo de 
peixes, principalmente de bacalhau, e margarina (após 
a legislação bromatológica que obriga a fortificação do 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
produto com essa vitamina durante a fabricação). A pró-
vitamina A (carotenos) pode ser encontrada em 
hortaliças e em frutas amarelo alaranjadas e verde-
escuros, como cenoura, abóbora, batata-doce, mamão, 
caju, ervilha, agrião, almeirão, mostarda, couve e alguns 
óleos de origem vegetal (dendê, pequi e buriti) 
SUPLEMENTAÇÃO MINERAL 
 a OMS propõe que a suplementação profilática 
de ferro medicamentoso para lactentes seja realizada 
de maneira universal, em regiões com alta prevalência 
de deficiência de ferro, na dose diária de 12,5 mg a 
partir do sexto mês de vida. 
Aos 6 meses de idade, as reservas de ferro endógeno 
da criança estão esgotadas e a necessidade de ferro 
exógeno aumenta rapidamente como o requerimento 
fisiológico por kg de peso 
Para prevenir a deficiência de ferro os Departamentos 
Científicos de Nutrologia e de Hematologia da 
Sociedade Brasileira de Pediatria passaram a 
recomendar o início da suplementação de ferro aos 3 
meses de idade 
í
í
❖ suplementação efetiva de ferro as gestantes 
durante o pré-natal, 
❖ clampeamento do cordão em tempo oportuno 
(no mínimo após um minuto do nascimento) 
❖ incentivo contínuo a prática da amamentação 
exclusiva no primeiro semestre de vida 
Os principais suplementos de ferro disponíveis e 
comercializados em diferentes países, inclusive no Brasil, 
são: sais ferrosos, sais férricos, ferro aminoquelado, 
complexo de ferro polimaltosado (ferripolimaltose) e 
ferro carbonila 
 
heme (boa disponibilidade: carnes e vísceras) e não-
heme (baixa disponibilidade: leguminosas, verduras de 
folhas verde escuras). Para melhorar a absorção do 
ferro não-heme, deve-se introduzir os agentes 
facilitadores, como carnes e vitamina C, e evitar os 
agentes inibidores como leite (cálcio e fósforo), 
refrigerantes, café e chás (tanino), fibras, fitatos 
(presentes nos vegetais), e oxalatos (presente no 
espinafre e na beterraba). 
 
Compreender as diferenças fisiológicas da 
digestão, absorção e excreção do bebê para 
o adulto. 
INTRODUÇÃO 
 A placenta filtra do sangue 
materno os nutrientes necessários, que entram na 
circulação fetal em forma imediatamente utilizável. 
Devido a este mecanismo, o feto não precisa 
ingerir, digerir ou absorver alimentos, nem de 
sistema excretor. As excretas passam à 
circulação materna. 
çõ
Nas últimas fases da gestação, o feto apresenta 
movimentos de deglutição e ingere líquido amniótico, 
sem significado nutricional (importantes para o 
desenvolvimento anatômico e funcional do TGI fetal). 
Da mesma forma, o feto produz e elimina urina, que 
passa ao líquido amniótico, embora os rins estejam em 
desenvolvimento e não exerçam papel vital. 
A situação se altera radicalmente ao nascer, quando o 
bebê passa a se alimentar, digerir e absorver nutrientes 
e ter rins funcionantes, que excretam metabólitos e 
mantêm a homeostasia de água e eletrólitos. 
Entretanto, como o sistema digestivo e excretor não 
estão completamente maduros, a margem de 
tolerância para água e solutos específicos é muito 
restrita comparada à de bebês maiores e crianças. 
Dada a incapacidade dos rins em concentrar urina ao 
nascer e por vários meses depois, RN e lactentes 
necessitam de mais água do que crianças mais velhas 
para excretar carga comparável de soluto. 
Os reflexos de sucção e extrusão, presentes ao 
nascimento e atuantes nos primeiros meses de vida, 
condicionam o bebê à nutrição líquida. Outros alimentos 
oferecidos nessa fase são geralmente regurgitados. 
Práticas adequadas de alimentação nos primeiros anos 
de vida são condicionadas também pelo grau de 
maturidade funcional, quanto ao tipo de alimento, 
mecanismo de excreção e defesa contra infecções. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
O desenvolvimento do TGI, que se inicia no período 
intrauterino precoce, engloba não apenas o 
aprimoramento dos mecanismos de digestão e 
absorção de nutrientes, como a maturação do sistema 
nervoso e imunológico associados ao intestino. 
Características genéticas do indivíduo, fatores 
intrauterinos (circulação placentária, líquido amniótico e 
fatores de crescimento produzidos pelos tecidos fetais) 
e estímulos do ambiente e da nutrição nos primeiros 
anos de vida. 
❖ Imaturidade estrutural das criptas e microvilos 
❖ Secreção de algumas enzimas é limitada 
❖ Maior permeabilidade da membrana mucosa 
❖Acidez gástrica reduzida 
❖ Maior risco de infecções (diarreia, enterocolite 
necrosante) e alergias (penetração de 
macromoléculas). 
Algumas dessas mudanças (adequação das enzimas 
digestivas e permeabilidade da mucosa intestinal) são 
concluídas ao longo do 1° ano de vida, enquanto outras, 
p.ex. motilidade GI, requerem um período maior de 
desenvolvimento (essa função assume o padrão adulto 
apenas ao longo da 1ª década de vida). 
O sistema imunológico intestinal em desenvolvimento 
precisa rapidamente se tornar competente, a fim de 
estar apto a se defender contra patógenos invasores 
e, ao mesmo tempo, ser tolerante às estruturas 
próprias e à imensa variedade de antígenos alimentares 
e ambientais inofensivos. 
A nutrição pode prover fatores com atuação direta 
sobre a maturação e modulação do sistema imune 
Assim como fatores que podem influenciar a 
composição da microbiota intestinal: afetará o 
desenvolvimento e a regulação do sistema imune. 
FISIOLOGIA DIGESTIVA 
Ao nascer, o bebê normal é capaz de extrair leite do 
peito da mãe, levá-lo ao fundo da boca e engoli-lo. Ele 
pode fazê-lo por 5 a 10 minutos contínuos enquanto 
respira normalmente. 
As ações de sugar e engolir são vitais para o RN e o 
bebê nos primeiros meses de vida e são realizadas 
graças à configuração morfológica especial da boca, em 
particular do palato mole, proporcionalmente maior, e 
pela presença de reflexos de sucção e deglutição, que 
direcionam uma série de movimentos coordenados dos 
lábios, bochechas, língua e faringe. 
Alimento sólido ou semissólido colocado na boca de 
bebê jovem é, normalmente, rejeitado com vigor pela 
ação de outro reflexo normal do infante. 
Só entre 4 e 6 meses, quando o reflexo de extrusão 
desaparece, é que a criança consegue transportar 
alimentos semissólidos ao fundo da boca e engoli-los. 
Posteriormente, entre 7 e 9 meses, iniciam-se 
movimentos rítmicos de morder, concomitantes à 
erupção dos primeiros dentes: começa a mastigação. 
Embora se encontre amilase na saliva de bebês, não há 
digestão de carboidratos na boca ou esôfago nos 
primeiros meses. 
Carboidratos são digeridos principalmente no intestino 
delgado proximal. Polissacarídeos, a exemplo dos 
amidos, são compostos em mono e dissacarídeos pela 
ação das delta-amilases secretadas pelo pâncreas. 
A glicoamilase, secretada pela mucosa intestinal, 
também contribui para a digestão de amidos, mas atua 
em especial sobre oligossacarídeos e alguns 
dissacarídeos. 
A mucosa do intestino delgado também secreta 
dissacaridases, que hidrolisam dissacarídeos em 
monossacarídeos, forma em que carboidratos podem 
ser absorvidos. 
Sabe-se que a atividade de amilase no intestino delgado 
de bebês de termo corresponde a cerca de 10% da 
adulta, devido principalmente à ação da glicoamilase. 
Dados atuais indicam que a amilase 
pancreática não é secretada nos 3 primeiros 
meses de vida e está presente em níveis muito 
baixos ou ausentes até os 6 meses. 
Existem evidências, contudo, de que bebês 
podem digerir amido antes dos 3 meses, 
provavelmente devido à atividade da 
glicoamilase, normalmente inativa nesta idade, 
mas ativada pela presença de substâncias ou 
substratos sobre os quais age. 
É preciso um processo de adaptação para que o bebê 
jovem digira amido, o que pode levar dias ou semanas 
e explica a frequência de distúrbios gastrointestinais, 
particularmente diarreia, em bebês que recebem 
alimento com amido amido não digerido pode 
interferir na absorção de outros nutrientes e resultar 
em falha do crescimento em bebês alimentados com 
dietas ricas de amido. 
Diferentemente da imaturidade do sistema digestivo, 
secreção gástrica de HCl e pepsina é bem desenvolvida 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
no RNT, embora as concentrações sejam pequenas, 
aumentando progressivamente nos primeiros meses. 
A digestão de proteínas ocorre principalmente no 
intestino delgado, onde a atividade proteolítica do bebê 
tem a mesma intensidade da do adulto. 
Embora ele possa ter dificuldades com 
proteínas como caseína, para a qual é 
importante atividade gástrica para iniciar 
digestão, a capacidade do RN de digerir 
proteínas está totalmente desenvolvida ao 
nascer. 
Ingestão muito elevada deve ser evitada, 
particularmente no prematuro jovem, no qual 
carga renal excessiva de soluto pode produzir 
desequilíbrios acidobásicos e acidose 
metabólica. 
Moléculas grandes, que podem atuar como antígenos, 
normalmente não atravessam a mucosa intestinal. No 
período neonatal, contudo, e durante tempo variável, o 
bebê é capaz de absorver moléculas intactas de 
proteínas, fato comprovado pela absorção de 
anticorpos e resposta imunológica a antígenos 
proteicos oralmente administrados. 
Esta característica fisiológica do bebê jovem 
parece ser um dos mecanismos pelos quais, às 
vezes, desenvolvem-se reações alérgicas ao 
leite de vaca. 
Em bebês mais velhos e adultos, proteínas são 
absorvidas como AA e peptídeos pequenos. A maior 
parte é digerida ao passar pela mucosa, sendo 
essencialmente AA livres os que entram na circulação. 
No RNT a função pancreática e hepática ainda não está 
totalmente desenvolvida e a quantidade de lípase 
pancreática e sais biliares na luz intestinal é muito baixa. 
Em crianças maiores e adultos as gorduras são 
inicialmente hidrolisadas no intestino delgado, 
principalmente pela ação das lípases pancreáticas. Os 
produtos da lipólise são solubilizados pela ação dos sais 
biliares. 
Observa-se, contudo, absorção adequada de lipídios em 
bebês jovens, sobretudo dos originados do leite 
materno, o que é surpreendente, considerando-se que 
as gotículas de gordura são muito resistentes à 
atividade lipolítica da lipase pancreática. 
A digestão e absorção de lipídeos é aumentada pela 
ação de lipases linguais e por lípases presentes no leite 
humano. 
Lipases linguais são secretadas pelas papilas da parte 
posterior da língua e atuam no estômago. 
Os produtos da lipólise (AG e monoglicerídeos) 
contribuem na emulsificação, compensando a baixa 
concentração de sais biliares. 
Este mecanismo de lipólise pré-duodenal é 
completado pela lipase do leite materno. 
Assim, apesar da imaturidade da função pancreática e 
hepática, o bebê jovem está bem equipado para usar 
a gordura do leite materno, que lhe proporciona 
praticamente metade das necessidades calóricas e 
outras vitaminas lipossolúveis. 
 Estes mecanismos compensatórios de utilização 
de gorduras são menos eficientes quando se introduz 
gordura de leite de vaca ou outra na dieta. 
A situação do ferro é semelhante, com absorção maior 
em bebês do que em crianças ou adultos, o que parece 
estar relacionado com a maior necessidade de minerais 
no começo da vida. 
Ademais, a biodisponibilidade do ferro é muito maior no 
leite materno do que no de vaca ou em preparações 
adicionadas a alimentos. 
A permeabilidade da mucosa intestinal à água e 
eletrólitos é maior na infância, o que normalmente não 
tem maior significado, importante em situações de alta 
osmolaridade do conteúdo intestinal, circunstância em 
que desequilíbrios hidroeletrolíticos tendem a se 
desenvolver mais facilmente. Além disso, suas 
implicações para a alimentação infantil devem ser 
cuidadosamente consideradas. 
Com o aumento da velocidade da motilidade intestinal, 
diminui o número de refeições de 6-8 do período 
neonatal para 4-5 semestre e, aumenta o intervalo 
entre elas. 
A acidez gástrica passa de 0,01-0,1 mEq/kg/hora aos 3 
meses para 0,24 mEq/kg/hora aos 6 meses, 
proporcionando uma melhor digestão protéica 
(semelhante à produção de HCl/ kg do adulto). E a 
secreção salivar também aumenta, o que vai auxiliar o 
lactente a engolir os alimentos de consistência mais 
espessa. 
Vantagem de menor acidez gástrica: 
passagem de proteínas intactas (enzimas, 
imunoglobulinas, hormônios); 
Desvantagens: limita a hidrólise proteica; maior 
o risco de infecções no TGI. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento| Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
O início da DA é também um sinal para a maturação 
de mensageiros e receptores humorais, 
particularmente a gastrina, a cole-cistocinina (estimula 
contração da vesícula biliar e do pâncreas digestão 
de gorduras e proteínas) e motilina. 
A síntese de ácidos biliares só atinge valores adequados 
por volta do 6o mês, permitindo uma absorção de 
gorduras ao nível do adulto. 
Nesta altura a absorção de gordura é superior a 80% 
podendo chegar aos 95%, também devido à melhoria 
do desempenho das lípases lingual e pancreática. 
: retorno súbito de 
pequena qtde de conteúdo gástrico à boca e não 
precedido de esforço. 
Causas: baixo tônus do esfíncter esofágico 
inferior (2,5mmHg) e deficiente coordenação 
da motilidade do esôfago 
Início: nos 4 primeiros meses 
Desaparecimento: 12 ou 24 meses (pressão 
do esfíncter 5 a 6mmHg) 
Prevenção: controle da aerofagia nas 
mamadas; Controle do volume e [ ] das 
fórmulas; cuidado no manuseio, evitar pressão 
no abdome, manobras na troca de fraldas e uso 
de roupas apertadas 
ELIMINAÇÃO FECAL 
 mecônio (fezes das primeiras 24hs, cor escura, 
pegajosa, com céls epidérmicas e epiteliais, lipídios e 
seus derivados, mucopolissacarídeos, bilirrubina…) 
Após 3 a 4 dias: fezes mais claras 
 ocasionalmente esverdeadas 
4 a 10 dias: variável com o tipo de alimentação 
 semelhante ao adulto 
 10 a 40% dos RN 
Início: 2ª semana de vida; 
Desaparecimento: 3 a 4 meses; 
Suspeitas: Causas orgânicas e psicossociais 
Causas prováveis das cólicas no RN: 
imaturidade do TGI e do SN, hipermotilidade 
intestinal, hipersensibilidade e intolerância a 
constituintes da dieta (lactose, proteína do leite 
de vaca…), excesso de gás, dieta materna, 
resposta adaptativa ao ambiente, 
temperamento da criança, problemas na 
interação mãe/filho, estresse familiar, 
depressão e ansiedade materna 
SISTEMA EXCRETOR 
As funções reguladoras e excretoras renais são 
mínimas antes do nascimento, pois a manutenção da 
homeostasia fetal é exercida pela placenta. 
As excreções metabólicas são praticamente 
inexistentes, uma vez que o metabolismo fetal é 
fundamentalmente anabólico e qualquer excreta passa 
da circulação placentária para a materna. 
Ao nascer, os rins executam as funções de forma 
limitada, atendendo às necessidades do RN normal, cujo 
metabolismo permanece predominantemente 
anabólico se alimentado com alimento equilibrado, 
totalmente utilizável, com pouco resíduo, como leite 
materno. 
❖ Baixa velocidade de filtração glomerular 
❖ Pequena capacidade de concentração; 
❖ Muito eficientes como mecanismo 
conservador de água, evitando desidratação 
❖ Não têm dificuldade em eliminar os resíduos 
metabólicos do bebê amamentado. 
 mais 
susceptíveis de desenvolver acidose. 
O sistema pode falhar se a ingestão de água 
for muito pequena ou a de soluto muito 
elevada. Como o infante humano tem 
necessidades nutricionais muito distintas das do 
bezerro, leite de vaca não diluído pode causar 
hiperosmolaridade hiper-natrêmica no bebê 
jovem (evoluir para letargia, convulsões e até 
lesões do SNC). 
Subsequentemente, os rins amadurecem muito rápido 
nos primeiros meses de vida e são capazes de se 
adaptarem a variações significativas na dieta. 
Modificações progressivas na ingestão alimentar, com 
aumento de ureia e outros solutos estimulam os rins a 
funcionarem em níveis mais elevados. 
O sistema renal imaturo se sobrecarrega facilmente em 
situações de estresse - doenças, desidratação ou 
alterações alimentares drásticas, como altas doses de 
sódio (minerais) ou soluto (proteínas), que aumentam a 
necessidade de suplementação de água. 
No 2º semestre de vida, a diferenciação morfológica e 
funcional dos rins, traduzida por uma melhoria 
progressiva da função renal e consequente aumento 
da filtração glomerular (60-80% o valor do adulto) faz 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
com que as limitações em relação à função renal 
estejam praticamente ultrapassadas. 
Após 4 a 6 meses: aceitação do sal – maturidade 
funcional dos rins e aumento da necessidade de 
eletrólitos. 
FONTE: RESUMO VET 
Entender o esquema vacinal durante o 
primeiro ano de vida. 
CALENDÁRIO VACINAL DA CRIANÇA 
❖ dose única. Previne as formas graves 
de tuberculose. 
❖ dose única. 
❖ 1ª dose. Previne difteria, tétano, 
coqueluche, hepatite B, meningite e infecções 
por Hib. 
❖ 1ª dose. Previne a 
poliomielite (paralisia infantil). 
❖ 1ª dose. 
Previne pneumonia, otite, meningite e outras 
doenças causadas pelo Pneumococo. 
❖ 1ª dose. 
Previne diarreia por rotavírus. 
❖ 1ª dose. Previne meningite e 
meningococcemia (infecção generalizada). 
❖ 2ª dose. Previne difteria, tétano, 
coqueluche, hepatite B, meningite e infecções 
por Hib. 
❖ 2ª dose. Previne a 
poliomielite (paralisia infantil). 
❖ 2ª dose. 
Previne pneumonia, otite, meningite e outras 
doenças causadas pelo Pneumococo. 
❖ 2ª dose. 
Previne diarreia por rotavírus. 
❖ 2ª dose. Previne meningite e 
meningococcemia (infecção generalizada). 
❖ 3ª dose. Previne difteria, tétano, 
coqueluche, hepatite B, meningite e infecções 
por Hib. 
❖ 3ª dose. Previne a 
poliomielite (paralisia infantil). 
❖ 1ª dose. 
❖ 1ª dose. Previne sarampo, 
caxumba e rubéola. 
❖ dose de reforço. Previne 
meningite e meningococcemia (infecção 
generalizada). 
❖ dose de 
reforço. Previne pneumonia, otite, meningite e 
outras doenças causadas pelo Pneumococo. 
❖ dose de reforço. 
Previne difteria, tétano e coqueluche. 
❖ dose de reforço. 
Previne a poliomielite (paralisia infantil). 
❖ dose única. 
❖ dose única. Previne sarampo, 
caxumba, rubéola e varicela. 
FONTE: PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO (PNI ) – SUS 
Problema 8: Heloísa precisa de 
hormônios? 
Estudar a fisiologia do crescimento e os 
fatores que interferem no mesmo. 
CRESCIMENTO 
O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, 
expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui 
um dos indicadores de saúde da criança. 
Todo ser humano nasce com um 
 que poderá ou não ser alcançado, 
dependendo das condições de vida a que esteja 
exposto desde a concepção até a idade adulta. 
 por 
 e 
entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a 
higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, 
que atuam acelerando ou restringindo tal processo. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Deve-se valorizar também o crescimento intrauterino, 
pois diversos estudos atestam que alterações no 
crescimento fetal e infantil podem ter efeitos 
permanentes na saúde do adulto. 
 
e . Durante o crescimento pré-natal, aspectos 
associados à saúde materna e à placenta constituem os 
fatores extrínsecos ao feto. A carga genética e a 
integridade do sistema endócrino constituem os fatores 
intrínsecos. No período pós-natal, os fatores extrínsecos 
são: acesso a nutrientes, ambiente psicossocial e acesso 
a medidas preventivas de saúde. Os aspectos 
intrínsecos são semelhantes aos do período pré-natal, 
mas o crescimento é muito dependente do sistema 
hormônio do crescimento – fator de crescimento 
insulina símile I (GH-IGF-I) –, enquanto no período pré-
natal, o crescimento fetal é praticamente independente 
do hormônio do crescimento. 
nos primeiros dias de vida há perda de 10% do 
peso ao nascer. Mas aos 15 dias recupera peso de 
nascimento e manifesta reflexos primitivos.
Ganho de peso por trimestre: 
❖ 1° trimestre: 700 g/ mês (25 g/ dia); 
❖ 2° trimestre: 600 g/ mês (20 g/ dia); 
❖ 3° trimestre: 500 g/ mês (15 g/ dia); 
❖ 4º trimestre: 400 g/ mês (10 g/ dia); 
2 anos: quadruplica o peso de nascimento, 
aumentando cerca de 2,5 kg. 
Técnica de pesagem: criança deitada ou 
sentada, sem roupas.
 
❖ Nascimento: 50 cm. 
❖ 1º semestre: aumenta 15 cm. 
❖ 2º semestre: aumenta 10 cm. 
❖ Durante o 2° ano: aumenta 12 cm. 
Técnica de mensuração: criança deitada (cabeça 
na base fixa e calcanhar na base móvel).
a 
❖ Nascimento:35 cm. 
❖ 1° ano: aumenta em média 12 cm 
❖ 2 cm/ mês durante o 1° trimestre; 
❖ 1cm/ mês durante o 2° trimestre; e 
❖ 0,5 cm/ mês durante o 2° semestre. 
❖ 2° ano: aumenta em torno de 2 cm. 
Valores menores ou maiores do que os limites 
normais, e maior ou menor aumento detectado por 
medidas seriadas são indicativos de situações de 
risco, passíveis de investigação diagnóstica. 
Cerca de 80 a 85% do crescimento do PC se faz 
até 4 a 5 anos de idade e 35% até os 6 anos. 
 
❖ Pré-escolar (2 a 5 anos): 2 kg/ ano; 
❖ Escolar (6 a 12 anos): 3,5 kg/ ano; 
Técnica de pesagem: criança em pé, com menor 
número de roupas possível.
 
❖ Aos 4 anos: atinge 1 metro. 
❖ Pré-escolar: 6-8 cm/ ano. 
❖ Escolar: 6 cm/ ano. 
❖ Até a puberdade: 5-6 cm/ ano. 
Técnica: criança em pé, braços distendidos, pés 
paralelos, linha de visão paralela ao chão. 
 
❖ Poucas alterações corporais: alongamento e 
preenchimento. 
❖ Maior organização do sistema sensório-motor. 
❖ Crescimento dos membros > tronco. 
❖ Meninos: pernas e braços mais alongados. 
❖ Meninas: quadril maior e coxas grossas. 
 11 anos para meninas e 13 
anos para meninos. 
O crescimento não ocorre desordenadamente, de 
forma aleatória. Ele está sob a influência de alguns 
determinantes, que podem aumentar, restringir, anular 
algumas fases desse desenvolvimento (biológico e 
psicológico). Esses determinantes podem ser sociais, 
econômicos e culturais. Sendo que a dimensão biológica 
e psicológica é interligada a todo instante. 
 afetando o desenvolvimento físico 
(crescimento) e consequentemente o desenvolvimento 
psíquico (neuropsicomotor). 
❖ Peso e estatura, para avaliar crescimento. 
❖ Atividades, para analisar o desenvolvimento 
psicossociológico. 
❖ A análise inclui a comparação com referências 
(tabelas, gráficos, esquemas), daí a conclusão 
sobre o desenvolvimento. Alguns destes dados 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
devem estar obrigatoriamente no cartão da 
criança, sendo que o cartão inclui: curva de 
crescimento e ficha de acompanhamento do 
desenvolvimento. 
❖ incluirá ingesta adequada de 
calorias, proteínas, água, lipídios, sais minerais e 
vitaminas, definidos como componentes 
essenciais para um crescimento satisfatório. 
❖ englobará, condições geográficas e 
físicas, condições socioeconômicas, 
urbanização, interação mãe-filho e atividades 
físicas. 
 teremos a e o 
. No genótipo do zigoto 
encontraremos a determinação do plano para 
desenvolvimento psíquico e crescimento futuramente. 
Determinando mais adiante o fenótipo (genótipo mais 
ambiente). 
 Alguns 
desses hormônios agem diretamente sobre o 
próprio encéfalo e diencéfalo, alterando sua 
atividade e obviamente influenciando no 
crescimento e desenvolvimento (psíquico) do 
indivíduo. 
❖ curva em S deitado.
❖ crescimento rápido do sistema 
nervoso, nos dois primeiros anos de vida.
❖ latência até o início da puberdade; 
daí para frente ocorre um crescimento rápido.
❖ desenvolvimento máximo até 8 
a 10 anos, depois ocorre involução.
HORMÔNIO DO CRESCIMENTO - 
SOMATOTROPINA 
Ao contrário dos outros hormônios hipofisários, o 
hormônio do crescimento não age através de uma 
glândula-alvo, mas exerce seus efeitos diretamente 
sobre todos ou quase todos os tecidos do organismo. 
através do aumento de tamanho das 
células, do número de mitoses, promovendo sua 
multiplicação e uma diferenciação específica de alguns 
tipos celulares, como as células de crescimento ósseo. 
Nos estágios iniciais de desenvolvimento, todos os 
órgãos aumentam proporcionalmente em tamanho; 
depois de atingir a idade adulta, a maioria dos ossos 
interrompem seu crescimento, enquanto muitos dos 
tecidos de partes moles continuam a crescer. Resulta 
do fato de que as epífises dos ossos longos se unem, 
não sendo possível ocorrer um crescimento adicional 
dos ossos, mesmo que a maioria dos outros tecidos do 
corpo seja capaz de continuar a crescer durante a vida. 
aumento do transporte de AA através das membranas 
celulares – aumento da tradução do RNAm para 
provocar a síntese de proteínas pelos ribossomos; 
aumento da transcrição nuclear de DNA para formar 
RNA; redução do catabolismo das proteínas e dos AA, 
através da mobilização de grandes quantidades de AGL 
do tecido adiposo e estes são utilizados para fornecer 
a maior parte da energia. 
GH apresenta efeito específico ao liberar AG 
do tecido adiposo, aumentando a sua concentração nos 
líquidos orgânicos. Além disso, aumenta a conversão de 
AG em acetil-CoA e sua utilização como fonte de 
energia. Consequentemente, sob sua influência, a 
gordura é utilizada como fonte energética preferencial 
ao uso de carboidratos e proteínas (efeito cetogênico). 
induz “resistência 
insulínica”, atenuando as ações da insulina para estimular 
a captação e utilização da glicose pelos mm 
esqueléticos e pelo tecido adiposo, e para inibir a 
gliconeogênese pelo fígado; isto leva a aumento da 
concentração de glicose no sangue e a um aumento 
compensatório na secreção de insulina (efeitos 
diabetogênicos). 
aumento da deposição de proteínas pelas células 
osteogênicas e condrocíticas que causam o 
crescimento ósseo; aumento da taxa de reprodução 
destas células; efeito específico de conversão de 
condrócitos em células osteogênicas, causando a 
deposição de osso novo. 
Em resposta ao seu estímulo, os ossos longos crescem 
em comprimento nas cartilagens epifisárias, onde as 
epífises, nas extremidades dos ossos, estão separadas 
das partes longas. Este crescimento provoca 
primeiramente a deposição de cartilagem nova, seguida 
por sua conversão em osso novo, aumentando a parte 
longa e empurrando as epífises cada vez mais para 
longe. Ao mesmo tempo, a cartilagem epifisária sofre 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
um consumo progressivo, de modo que, no final da 
adolescência, quase não resta cartilagem epifisária 
alguma para permitir crescimento adicional do osso. 
Neste momento ocorre a fusão das epífises em cada 
extremidade, de modo que não é mais possível 
aumentar o comprimento do osso. 
Os osteoblastos no periósteo ósseo e em algumas 
cavidades ósseas depositam osso novo nas superfícies 
dos ossos antigos. Ao mesmo tempo, osteoclastos 
presentes no osso removem o osso antigo. O GH age 
como forte estimulador dos osteoblastos. 
Consequentemente, os ossos podem continuar a 
aumentar de espessura durante toda a vida sob 
influência do GH. 
O principal fator de crescimento, tanto no período pré-
natal quanto no período pós-natal, é a IGF-I, que age na 
epífise de crescimento. Ela é produzida no fígado e 
liberada na circulação e, também, produzida 
diretamente na epífise óssea. No período pós-natal, essa 
produção depende do hormônio do crescimento e a 
ação pode ser modificada pelas proteínas carreadoras 
de IGF-I (IGFBP). 
FATORES DE INFLUÊNCIA 
Um efeito importante é a promoção do crescimento e 
desenvolvimento do cérebro durante a vida fetal e os 
primeiros anos de vida pós-natal. Se o feto não secretar 
uma quantidade suficiente de hormônio tireoidiano, o 
crescimento e a maturação do cérebro antes e após o 
nascimento são amplamente retardados, e o cérebro 
permanece menor do que o normal. 
Sem o tratamento específico dentro de dias ou 
semanas após o nascimento, a criança que não possui 
a glândula tireoide permanece deficiente para o resto 
da vida. 
Nas crianças com hipotireoidismo o crescimento é 
amplamente retardado. Naquelas com hipertireoidismo 
frequentemente ocorre um crescimento esquelético 
excessivo, tornando a criança consideravelmente alta. 
Entretanto, os ossos maturam com mais velocidade e 
as epífises se fecham precocemente, de modo que a 
duração do crescimento e a altura final do adulto 
podem ser reduzidos. 
Estimula a produção e secreção de hormônio do 
crescimento pela hipófise e a síntese de IGF-I em 
resposta ao hormônio do crescimento. 
Além disso, têm efeito direto na placa de crescimento, 
estimulandoa diferenciação terminal dos condrócitos e 
a atividade dos osteoclastos. 
Os glicocorticosteroides apresentam efeito agudo de 
estimular o crescimento, mas uma exposição crônica a 
níveis elevados causa diminuição da síntese do 
hormônio do crescimento e da sensibilidade a ele e, 
consequentemente, diminui a síntese de IGF-I e a 
proliferação celular. 
 
Entender os parâmetros de avaliação do 
crescimento, como o gráfico do cartão de 
saúde. 
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO 
O crescimento é considerado o indicador mais 
importante da qualidade de vida de uma criança, sendo, 
portanto, obrigatória sua monitorização durante toda a 
infância e adolescência. 
O acompanhamento sistemático do crescimento e do 
ganho de peso permite a identificação de crianças com 
maior risco de morbimortalidade por meio da sinalização 
precoce da subnutrição e da obesidade. 
Um estudo evidenciou melhorias no tocante ao 
conhecimento das mães sobre o crescimento de seus 
filhos com o aconselhamento baseado na utilização das 
curvas de crescimento. 
A monitorização do crescimento é definida como a 
 para o diagnóstico de 
crescimento de indivíduos na comunidade, a fim de 
promover a saúde. 
 Destes, o 
mais utilizado é o peso, por ser de fácil obtenção, no 
entanto a estatura é o indicador mais seguro. 
á ó
❖ Segmento inferior (SI) 
❖ Segmento superior (SS) 
❖ Relação entre segmento superior e inferior 
(SS/SI) 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
❖ Perímetro cefálico (PC) 
❖ Perímetro torácico (PT) 
❖ Perímetro abdominal (PA) 
❖ Perímetro braquial (PB) 
❖ Prega cutânea tricipital (PCT) 
A vigilância nutricional e o monitoramento do 
crescimento objetivam promover e proteger a saúde 
da criança e, quando necessário, por meio de 
diagnóstico e tratamento precoce para sub ou 
sobrealimentação, evitar que desvios do crescimento 
possam comprometer sua saúde atual e sua qualidade 
de vida futura. 
é
é ó
ç
ú ç
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério 
da Saúde recomendam a utilização dos valores de 
referência para o acompanhamento do crescimento e 
do ganho de peso das curvas da OMS de 2006 (para 
crianças menores de 5 anos) e 2007 (para a faixa etária 
dos 5 aos 19 anos). 
com base nos padrões do NCHS (National 
Center for Health Sttistics), pode-se correlacionar o 
peso medido com o esperado, definindo o índice de 
adequação denominado peso para a idade (P/I): 
P/I = PESO MEDIDO (KG) / PESO ESPERADO PARA 
IDADE E SEXO X 100 
O peso é adquirido através da balança pesa-
bebês (até 15 kg) ou balança de adulto, quando 
acima do referido valor. 
A fim de se calcular o peso normal entre crianças de 3 
a 12 meses, deve-se usar a seguinte fórmula: 
P = IDADE (EM MESES) X 0 ,5 + 4,5 . 
Já para crianças de 2 a 8 anos, deve-se utilizar a 
fórmula: 
P = 2 X IDADE (EM ANOS) + 8,5. 
 dos 2 aos 15 anos, pode-se 
calcular a estatura média em relação à idade pela 
fórmula: 
ESTATURA ESTIMADA (CM) = IDADE (ANOS) X 6 + 
77 
Comparando-se a estatura atual com a esperada 
(percentil 50) para a mesma idade e sexo, podemos 
obter o índice de adequação estatura para a idade (E/I), 
segundo a fórmula: 
E/ I (%) = ESTATURA MEDIDA (CM) / ESTATURA 
ESPERADA (PERCENTIL 50) X 100 
Para crianças menores de 3 anos de idade, 
deve-se utilizar um estadiômetro infantil ou uma 
régua horizontal. A criança deve estar em 
posição supina, com a linha que conecta o 
meato auditivo externo e o canto do olho 
perpendicular ao corpo. Os pés devem ser 
mantidos juntos. 
é a relação entre o peso medido (em kg) e a 
estatura (em metros) elevada ao quadrado. 
IMC = PESO MEDIDO (KG) / ESTATURA (M) 
toma-se como 
referência a glabela como limite anterior e o polo 
occipital como o posterior, sem incluir nesta medida o 
pavilhão auricular, e mantendo a fita métrica justa à 
superfície cutânea. 
uma fita métrica é passada 
pelos mamilos, com o tórax moderadamente cheio (no 
meio tempo entre inspiração e expiração). Até os 2 
anos de idade, o PT tem valor como índice de estado 
nutritivo; a seguir sofre influência de exercício. Nessa 
idade O PT tem a mesma medida do PC e do PA 
(Perímetro abdominal). Até 6 meses, o PC é maior do 
que o PT; a seguir o PT é ligeiramente maior que o 
PC. A partir dos 2 anos de idade, há um predomínio 
nítido do PT. 
é medido passando-se 
uma fita métrica pela cicatriz umbilical, tem valor relativo 
e é geralmente correlacionado com o PC e PT.
 é medido no ponto médio 
do braço esquerdo, mantido na posição vertical. 
 equivale ao tronco e cresce 
de maneira constante e uniforme. Independentemente 
dos fatores ambientais. 
 é medido da sínfise púbica ao 
chão, sendo que corresponde ao comprimento dos 
membros inferiores. 
 a relação SS/SI mostra se o crescimento está se 
fazendo harmoniosamente ou não. No recém-nascido a 
relação é igual a 1,7 (O ponto médio está na altura do 
umbigo). Dos 6 meses até a puberdade, as 
extremidades crescem mais do que o tronco sendo 
que o ponto médio da altura se desloca para a sínfise 
púbica. Aos 10 anos a relação é igual a 1. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
É importante ser avaliada no exame físico de 
crianças com baixa estatura desproporcional. 
São as chamadas displasias ósseas 
(acondroplasia, hipocondroplasia, displasias 
metafisárias e epifisárias). Nessas crianças, por 
uma alteração genética, a cartilagem de 
crescimento não é normal e o crescimento dos 
ossos longos é prejudicado. Como o 
crescimento vertebral não está afetado, a 
relação entre corpo e membros é 
desproporcional. 
 é medida no ponto 
médio do braço esquerdo, mantido verticalmente (em 
milímetros). 
 outro aspecto 
importante na avaliação clínica do paciente com queixa 
de problema de crescimento é a determinação do alvo 
parental. Este conceito é muito relevante, pois relativiza 
a altura da criança à altura dos pais. Deve-se medir a 
altura do pai e da mãe, porque esses dados, quando 
obtidos por informação da mãe ou do pai, 
frequentemente são errados. Estabelece-se o alvo 
parental acrescentando-se 13 cm na altura da mãe, se 
o paciente avaliado for menino, ou subtraindo-se 13 cm 
da altura do pai, se for menina. Após essa 
transformação, calcula-se a média da altura dos dois e 
registra-se no gráfico. Se o paciente for menino, 
acrescenta-se 10 cm acima e 10 cm abaixo, 
determinando assim o intervalo da altura em que 95% 
dos filhos desse casal devem atingir na idade adulta. Se 
for menina, soma-se e se subtrai 9,0 cm, para se 
estabelecer essa margem. Por ser um cálculo 
estatístico, objetiva orientar sobre o potencial de 
estatura final familiar, mas não representa uma previsão 
de estatura a ser alcançada individualmente. É 
importante ressaltar que 20% dos filhos saudáveis de 
um casal podem apresentar altura final acima ou abaixo 
do alvo genético. 
 
o 
acompanhamento do crescimento de crianças pré-
termo ou com baixo peso para a idade gestacional 
exige um cuidado maior, pois elas não tiveram seu 
crescimento intrauterino adequado. O 
acompanhamento ideal das crianças pré-termo exige a 
utilização de curvas específicas ou que se corrija a 
idade cronológica até que completem 2 anos de idade 
para a utilização das curvas-padrão. A idade corrigida 
(idade pós-concepção) traduz o ajuste da idade 
cronológica em função do grau de prematuridade. 
A maioria dos autores recomenda utilizar a idade 
corrigida na avaliação do crescimento e 
desenvolvimento de crianças pré-termo no mínimo até 
os 2 anos de idade, para não os subestimar na 
comparação com a população de referência. 
A correção pela idade gestacional permite detectar 
mais precisamente um período de crescimento 
compensatório, que geralmente ocorre próximo do 
termo, para crianças pré-termo de diversas idades 
gestacionais.
GRÁFICO DE CRESCIMENTO E 
DESENVOLVIMENTO 
A Percentil 50 é o ponto central da série de estaturas 
crescentes, e metade das crianças está acima e a outra 
metade abaixo desse ponto. É o valormais 
frequentemente observado numa população saudável 
com crescimento adequado. 
Consideram-se valores aceitáveis aqueles 
compreendidos entre os percentis 3 e 97. Na primeira 
medição, observar a posição do peso em relação aos 
pontos de corte superior e inferior: 
❖ classificar como sobrepeso; 
❖ faixa de normalidade 
nutricional; 
❖ classificar como risco 
nutricional; 
❖ classificar como peso baixo; 
❖ classificar como peso muito 
baixo; 
Nas medições seguintes, observar a posição e também 
o sentido do traçado da curva de crescimento da 
criança: 
❖ 
 entre P97 e P3, 
corresponde ao caminho da saúde; 
❖ (ascendente, 
horizontal ou descendente), desenhada em 
linha contínua a partir da ligação de 2 ou mais 
pontos com intervalos não superiores a 2 
meses. Intervalos maiores devem ser 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
desenhados com linha pontilhada (chamar a 
atenção). 
Qualquer perda de peso ou ganho insuficiente de peso 
ou de altura durante a infância é anormal. Não é preciso 
que a criança chegue abaixo do percentil 3 para se 
estabelecer o diagnóstico de desnutrição ou baixa 
estatura. A linha de crescimento, de peso ou de altura, 
que se apresenta retificada, ou que começa a se afastar 
de sua curva original é um sinal de alerta para 
problemas no crescimento. 
❖ Perímetro cefálico (de zero a 2 anos), 
❖ Peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 
anos e de 5 a 10 anos), 
❖ Comprimento/estatura para a idade (de zero a 
2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), 
❖ Índice de massa corporal (IMC) para a idade (de 
zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos). 
 
 
 
Abordar os fatores socioculturais 
relacionados ao crescimento infantil. 
FATORES SOCIOCULTURAIS 
❖ Em nossa cultura, a estatura é relacionada com 
boa nutrição, bem-estar e status social. Desde 
os tempos mais remotos a altura tem sido 
relacionada a poder. 
❖ Em muitas culturas, histórias fantásticas aludem 
à altura de seus personagens para demonstrar 
seus poderes e sua força. 
❖ Na mitologia grega, gigantes eram seres tão 
poderosos que só seriam mortos por um deus 
e um humano juntos 
❖ Em séries de televisão, monstros aumentam 
sua estatura para indicar um aumento de poder 
❖ Baixa estatura é considerada uma 
desvantagem. 
❖ 
Como não é 
aceita pelos outros, tem maior possibilidade de 
não se aceitar, de apresentar baixa autoestima, 
um dos motivos para que essas pessoas, por 
mais que apresentassem produção normal de 
hormônio do crescimento, utilizem uma 
suplementação do mesmo 
GH: sua utilização tem consequências, 
não apenas no crescimento, mas de 
forma generalizada no organismo. Uso 
excessivo pode causar efeitos 
colaterais como diabete e câncer no 
fígado. 
Pesquisas apontam que crianças 
submetidas ao tratamento com hGH 
apresentam mais expectativa e mais 
baixa-estima relacionada a sua própria 
altura que as do grupo de controle, 
apresentando consequências 
psicossociais inversas ao esperado. 
❖ Baixa estatura é considerada um tipo de 
estigma: impede a aceitação social plena dos 
indivíduos que se desviam do que é 
considerado padrão. 
❖ As pessoas que têm relações com indivíduos 
estigmatizados não conseguem ter com eles a 
mesma consideração que têm com os outros 
indivíduos. 
❖ Baixa estatura é considerada um defeito: algo 
que os tornam inferiores, não capazes de 
assumir as mesmas responsabilidades de 
alguém normal. 
❖ Esses indivíduos são excluídos de vários 
setores sociais 
Fato evidente num estudo que relata que, embora haja 
aparelhos que permitam que as pessoas de baixa 
estatura produzam da mesma forma que as outras, os 
anões são destinados a realizar tarefas diferentes nas 
quais há expectativa do cumprimento num nível inferior 
ou especial em relação à performance dos demais. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Essa visão está refletida nas atitudes de pessoas nas 
escolas, de colegas de trabalho, de possíveis 
empregadores de seus serviços e de membros do 
público em geral. 
Exclusão sofrida reflete-se tanto em seu meio 
profissional quanto em suas relações interpessoais 
Casais revelavam que seus primeiros relacionamentos 
ocorreram com pessoas com as mesmas condições 
físicas. 
Indivíduo constrói a imagem que tem de si mesmo a 
partir do sistema de valores vigente em sua sociedade: 
uma pessoa de baixa estatura internaliza a inferioridade 
auto-ódio e autodepreciação 
Sujeito vê a sua característica como um problema e se 
sente envergonhado devido a sua condição. 
Em alguns casos, tenta corrigir o que considera a base 
objetiva de seu defeito, submetendo-se a tratamentos 
de reposição hormonal com GH ou a cirurgias. 
Estatura é uma variável antropométrica 
frequentemente utilizada para demonstrar o histórico 
de nutrição da pessoa, ao indicar os efeitos de fatores 
econômicos e sociais na saúde da população. 
Taxa de crescimento de uma criança reflete não só o 
estado de saúde e nutrição, mas também a seu estado 
psicológico 
Pesquisas mostram que a estatura e o bem-estar de 
crianças sem pai e que trabalham para compor a renda 
familiar ficam comprometidas, uma vez que a demanda 
de energia do esforço físico não é suprida pela 
alimentação, sendo que a classe econômica em que a 
criança está inserida tem papel importante nessa 
situação relaciona o estresse da vida dessas crianças a 
uma deficiência no crescimento porque os problemas 
da casa, normalmente cheia, não proporcionarão 
descanso durante o sono, o que afeta a secreção de 
GH 
FONTE: 
HTTP:/ /PEPSIC .BVSALUD .ORG/SC IELO.PHP?SCRIPT=SC I_ARTTEX
T&PID=S1806-582 12004000200006 
Problema 9: A indignação do 
Sr. Edson 
Estudar o desenvolvimento 
neuropsicomotor ideal e de crianças com 
Síndrome de Down. 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
❖ O no primeiro 
ano de vida e aumenta mais 15% durante o 
segundo ano. O volume total do cérebro no 
lactente com 1 mês de vida é aproximadamente 
36% do volume de adulto, mas com 1 ano de 
idade é de cerca de 72% (83% aos 2 anos)
❖ Uma 
 (fonologia, 
segmentação de palavras) ocorre durante a 
infância. O processamento da fala em pessoas 
mais velhas requer redes neuronais precisas e 
definidas; o cérebro infantil apresenta uma 
organização estrutural e funcional semelhante 
à dos adultos, sugerindo que o processamento 
neurológico estrutural da fala possa orientar os 
bebês a descobrir as propriedades de sua 
língua nativa 
❖ A entre o 
sétimo e oitavo mês da gestação e continua 
até a adolescência e juventude. 
no lactente nascido a termo, no momento 
de nascimento a mielinização está presente no tronco 
cerebral dorsal, pedúnculos cerebelares e perna 
posterior da cápsula interna.
❖ Os braços ficam pendentes ao lado do corpo. 
❖ Os movimentos dos membros consistem 
basicamente em contrações descontroladas, 
com abertura e fechamento das mãos 
aparentemente sem propósito 
❖ O sorriso ocorre involuntariamente. 
❖ O olhar, os giros da cabeça e a sucção são 
mais bem controlados e podem, portanto, ser 
utilizados para demonstrar a percepção e a 
cognição infantis. 
❖ A preferência da criança em se voltar para a 
voz da mãe é uma evidência da memória de 
reconhecimento. 
❖ Inicialmente, o sono e a vigília estão 
uniformemente distribuídos ao longo de 1 dia 
de 24 h 
❖ O aprendizado também ocorre; bebês cujos 
pais são consistentemente mais interativos e 
estimuladores durante o dia aprendem a 
concentrar seu sono durante a noite.
 
❖ Os bebês podem diferenciar entre padrões, 
cores e consoantes. 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
❖ Podem reconhecer expressões faciais 
(sorrisos) como semelhantes, mesmo quando 
esses aparecem em rostos diferentes. 
❖ Podem também combinar propriedades 
abstratas dos estímulos, como contorno, 
intensidade ou padrão temporal, por meio de 
modalidades sensoriais 
❖ Lactentes aos 2 meses de idade podem 
discriminar padrões rítmicos na línguanativa 
versus língua não nativa 
❖ Os cuidados pelos pais e cuidadores fornecem 
estímulos visuais, táteis, olfativos e auditivos; 
todos auxiliam o desenvolvimento da cognição 
 
❖ A disponibilidade consistente de um adulto de 
confiança para atender às urgências do bebê 
cria as condições para uma fixação segura 
❖ A confiança básica versus a desconfiança, o 
primeiro dos estágios psicossociais de Erikson, 
depende de vínculo e ligação recíprocos com 
a mãe. 
❖ O choro ocorre em resposta a estímulos que 
podem ser óbvios (uma fralda suja), mas são 
muitas vezes obscuros 
❖ Os bebês com menos de 1 ano de idade que 
são constantemente colocados no colo e 
acalmados em resposta a um choro de socorro 
demonstram comportamento menos 
agressivo aos 2 anos 
❖ Estudos transculturais demonstram que nas 
sociedades em que as crianças ficam perto da 
mãe, os bebês choram menos que nas em que 
eles ficam apenas periodicamente junto com 
as mães 
❖ Choro: 6 semanas de vida - pico (3h/dia); 3 
meses - 1 hora/dia 
❖ Choro excessivo (mais de 3 horas/dia, mais de 
3 dias/semana com duração superior a 1 
semana) e choro/inquietação mais frequente 
persistindo mais que 3 a 5 meses pode estar 
associada a abuso de crianças, problemas de 
comportamento com criança mais velha 
(ansiedade, agressividade, hiperatividade), 
diminuição da duração da amamentação e 
depressão pós-parto (incerto se é a causa ou 
o efeito). 
❖ Bebês apresentam vários sinais para 
exteriorizar suas necessidades e para obter a 
atenção de um cuidador. 
Esses comportamentos aumentam 
progressivamente em intensidade em 
muitos bebês, e vão desde mudanças 
na respiração e na cor passando por 
pistas posturais e de movimento, até 
vocalizações calmas são pistas pré-
choro, se não atendida > choro. 
 
❖ O desaparecimento do reflexo tônico 
assimétrico do pescoço libera os lactentes para 
começar a examinar objetos na linha média e 
manipulá-los com as duas mãos
❖ A redução do reflexo da garra inicial possibilita 
que o bebê segure e solte objetos 
voluntariamente.
❖ A qualidade dos movimentos espontâneos 
também muda, de movimentos contorcidos 
maiores para movimentos circulares menores, 
que têm sido descritos como “irrequietos.” 
❖ O aumento do controle de flexão do tronco 
possibilita o rolamento intencional.
❖ Como podem manter a cabeça firme 
enquanto sentadas, o lactentes podem olhar 
através dos objetos em vez de apenas olhar 
para esses, abrindo uma nova gama visual.
❖ Podem começar a se alimentar com uma 
colher.
❖ Ao mesmo tempo, a maturação do sistema 
visual possibilita uma percepção maior da 
profundidade
❖ Regulação estável e regular dos ciclos de sono-
vigília: as necessidades totais de sono são 
aproximadamente de 14 a 16 h/24 h, com cerca 
de 9 a 10 horas concentradas à noite e 2 
cochilos/dia.
 
❖ Durante a alimentação, os bebês não se 
concentram exclusivamente na mãe, mas se 
distraem. Nos braços da mãe, o lactente pode, 
literalmente, virar-se, preferindo estar virado 
para fora.
❖ Os bebês dessa idade também exploram seus 
próprios corpos, olhando fixamente para suas 
mãos, vocalizando, soprando bolhas, tocando 
suas orelhas, bochechas e genitais. Essas 
explorações representam uma fase inicial da 
compreensão da causa e efeito já que os 
lactentes aprendem que os movimentos 
musculares voluntários resultam sensações 
táteis e visuais previsíveis além de 
desempenharem um papel no surgimento de 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
um senso de “eu”, separado da mãe. É o 
primeiro estágio de desenvolvimento de 
personalidade
❖ A satisfação da necessidade pela mãe ou por 
outro adulto amoroso continua a processo de 
vínculo mãe-bebê.
❖ As emoções primárias de raiva, alegria, 
interesse, medo, nojo e surpresa aparecem 
em contextos apropriados na forma de 
expressões faciais distintas 
❖ Quando frente a frente, o lactente e um adulto 
de confiança podem combinar expressões 
afetivas (sorriso ou surpresa) cerca de 30% do 
tempo. 
❖ Jogos de iniciação (cantar, jogos de mão) 
aumentam o desenvolvimento social 
❖ O comportamento frente a frente revela a 
capacidade do bebê de compartilhar estados 
emocionais, o primeiro passo no 
desenvolvimento da comunicação 
❖ Os pediatras compartilham o prazer, enquanto 
os bebês balbuciam, fazem contato visual e se 
movem ritmicamente. Os bebês que não 
apresentam essa linguagem e movimentos 
recíprocos estão em risco para transtornos do 
espectro autista 
❖ Os pais devem ter a certeza de que suas 
respostas às necessidades emocionais de um 
lactente não tornam seu filho mimado.
❖ Vacinar e coletar sangue enquanto a criança 
está sentada no colo dos pais ou amamentando 
no peito aumenta a tolerância à dor
 
❖ A capacidade de se sentar sem apoio (6-7 
meses) e de girar ao sentar-se (cerca de 9-10 
meses) proporciona um aumento de 
oportunidades para manipular vários objetos ao 
mesmo tempo e de experimentar com novas 
combinações de objetos. 
❖ Essas descobertas são auxiliadas pelo 
surgimento dos movimentos de garra entre o 
polegar e o dedo (8-9 meses) e de pinça pura 
aos 12 meses 
❖ Muitos bebês começam a engatinhar e puxar 
para ficar em pé por volta dos 8 meses 
❖ Algumas ficam em pé com 1 ano de idade
❖ As conquistas motoras se relacionam com o 
aumento da mielinização e com o crescimento 
cerebelar.
❖ O bebê de 6 meses de idade descobriu suas 
mãos e logo aprenderá a manipular objetos. No 
início, tudo é levado à boca. 
❖ A complexidade da brincadeira de um bebê, 
quantos esquemas diferentes são exercidos, é 
um indicador útil do desenvolvimento cognitivo 
nessa idade 
❖ O prazer, a persistência e a energia com a qual 
os lactentes enfrentam esses desafios 
sugerem a existência de um impulso intrínseco 
ou uma motivação para o domínio de 
habilidades. 
❖ O comportamento para o domínio de 
habilidades motoras ocorre quando os bebês 
se sentem seguros; aqueles com 
relacionamentos menos seguros demonstram 
limitações na experimentação e menor 
competência 
❖ Um marco importante é a conquista aos 9 
meses da permanência do objeto (constância), 
o entendimento de que os objetos continuam 
a existir, mesmo quando não são vistos. 
Dos 4 aos 7 meses de vida, os bebês 
olham para baixo à procura de uma 
bola que caiu, mas rapidamente 
desistem se não a encontrarem. Com 
a constância do objeto, os lactentes 
persistem na busca 
❖ Brincar de esconder traz prazer ilimitado na 
medida em que o bebê magicamente traz de 
volta o outro jogador
 
❖ Bebês olham para trás e para a frente entre 
um estranho que se aproxima e um dos pais, 
e pode agarrar-se ou chorar ansiosamente, 
demonstrando ansiedade em relação ao 
estranho. Separações muitas vezes tornam-se 
mais difíceis 
❖ Os bebês que dormem durante a noite por 
meses começam a despertar regularmente e 
chorar, como se lembrassem de que os pais 
estão no quarto ao lado 
❖ Ganho de peso nessa idade muitas vezes 
reflete uma luta entre a independência 
emergente de um lactente e do controle dos 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
pais para a situação alimentar > usar 2 colheres 
(uma p/pai ou mãe e outra p/bebê) 
❖ Birras fazem sua primeira aparição à medida 
que os impulsos por autonomia e domínio 
entram em conflito com o controle dos pais e 
as habilidades ainda limitadas dos bebês. 
 
❖ Lactentes com 7 meses de idade são adeptos 
da comunicação não verbal, expressando uma 
variedade de emoções e de resposta com tons 
vocais e expressões faciais 
❖ Aos 9 meses de idade, os bebês se tornam 
conscientes de que as emoções podem ser 
compartilhadas entre as pessoas; eles 
entregam seus brinquedos a seus pais como 
maneira de compartilhar seus sentimentos 
felizes 
❖ Entre 8 e 10 meses de idade, o balbuciar 
assume uma nova complexidade, com sons 
multissilábicos (“ba-da-ma”); 
❖ Bebês podem discriminar entre idiomas 
❖ A interação social (adultos atentos revezando 
a vocalização com a criança)influencia 
profundamente a aquisição e a produção de 
novos sons 
❖ A primeira palavra verdadeira (i.e., um som 
utilizado de modo consistente para se referir a 
um objeto ou uma pessoa específica) aparece 
junto com a descoberta pela criança da 
permanência do objeto 
❖ Livros de imagens oferecem um contexto ideal 
para a aquisição da linguagem verbal. 
❖ Com o uso de um livro conhecido como foco 
compartilhado de atenção, pai/mãe e filho se 
envolvem em ciclos repetidos de apontar e dar 
nomes, com elaboração e reforços pelo 
pai/mãe 
 
❖ A criança pequena que começou a andar 
continua a experimentar um considerável 
crescimento do cérebro e mielinização no 2° 
ano 
❖ As crianças pequenas têm pernas 
relativamente curtas e tronco curto, com uma 
lordose lombar exagerada e abdome abaulado. 
❖ A maioria das crianças começa a andar 
independentemente por volta dos 12-15 meses 
de idade o Começar a caminhar precocemente 
não está associado a um desenvolvimento 
avançado em outros domínios 
❖ Bebês inicialmente caminham balançando-se 
com uma marcha de base ampla com os 
joelhos dobrados e os braços flexionados na 
altura do cotovelo > Aparência de genuvaro 
(pernas arqueadas) 
❖ Após vários meses de prática, o centro de 
gravidade desvia-se para trás e o tronco se 
estabiliza, enquanto os joelhos estendem-se e 
os braços balançam-se ao lado do corpo para 
manter o equilíbrio. Os pés são mantidos em 
melhor alinhamento e a criança é capaz de 
parar, girar e se inclinar sem tropeçar. 
 
❖ A exploração do ambiente aumenta em 
paralelo com a melhora na destreza (apanhar, 
agarrar, liberar) e na mobilidade.
❖ As crianças pequenas manipulam os objetos de 
maneiras novas para criar efeitos interessantes, 
como empilhar blocos ou colocar coisas dentro 
da unidade de DVD de um computador
❖ A imitação dos pais e de irmãos mais velhos 
ou de outras crianças é um modo importante 
de aprendizado.
❖ O jogo de faz de conta (simbólico) centraliza-
se no próprio corpo da criança (fingir que está 
bebendo em um copo vazio)
❖ Próximo ao marco de desenvolvimento da 
marcha inicial, os bebês podem estar mais 
irritados. Uma vez iniciado o andar, o seu humor 
predominante muda de maneira acentuada
❖ As crianças pequenas e exploradoras orbitam 
em torno dos seus pais, movimentando-se para 
longe deles e, em seguida, retornando para um 
toque tranquilizador antes de se mover 
novamente
❖ Todas as crianças experimentarão um tipo de 
pirraça, refletindo sua incapacidade em esperar 
pela gratificação, suprimir ou desviar a raiva 
para outros objetos ou comunicar verbalmente 
seus estados emocionais.
❖ Todas as crianças experimentarão um tipo de 
pirraça, refletindo sua incapacidade em esperar 
pela gratificação, suprimir ou desviar a raiva 
para outros objetos ou comunicar verbalmente 
seus estados emocionais.
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
❖ No período em que pronunciam suas primeiras 
palavras, por volta dos 12 meses de idade, as 
crianças já respondem apropriadamente a 
várias declarações simples como “não”, “tchau” 
e “me dá” 
❖ Por volta dos 15 meses, a criança comumente 
aponta para as principais partes do seu corpo 
e usa 4 a 6 palavras espontânea e 
corretamente. 
❖ A comunicação da maioria dos desejos e ideias 
continua a ser não verbal. 
melhorias no equilíbrio e na 
agilidade e na emergência da corrida e da subida de 
escadas.
❖ Com aproximadamente 18 meses de idade, 
várias alterações cognitivas coalescem, 
marcando a conclusão do período sensório-
motor
❖ A permanência do objeto está firmemente 
estabelecida; as crianças pequenas antecipam 
aonde um objeto chegará, mesmo quando o 
objeto não estava visível ao ser movido.
❖ A causa e o efeito são mais bem 
compreendidos, e as crianças pequenas 
demonstram flexibilidade na solução de 
problemas (p. ex., usando uma varinha para 
atingir um brinquedo que está fora do alcance, 
ou descobrindo como dar corda em um 
brinquedo mecânico)
❖ A transformação simbólica em jogo não está 
mais ligada ao próprio corpo da criança 
pequena, de modo que uma boneca pode ser 
“alimentada” utilizando um prato vazio.
 
❖ A relativa independência dos seis meses 
anteriores frequentemente dá lugar a um 
maior apego por volta dos 18 meses. Esse 
estágio, frequentemente descrito como 
“restabelecimento de laços”, pode ser uma 
reação à crescente percepção da possibilidade 
de uma separação. 
A ansiedade de separação se 
manifestará no momento de dormir. 
Muitas crianças usam um cobertor ou 
um brinquedo de pelúcia como um 
objeto de transição, que funciona 
como a presença simbólica da mãe/pai 
ausentes. 
❖ Apesar do apego à mãe/ao pai, o uso do “não” 
pela criança é um modo de declarar sua 
independência. 
❖ Emerge uma linguagem eficaz, os conflitos se 
tornam menos frequentes. 
❖ A percepção de autoconsciência e os padrões 
internalizados de comportamento aparecem 
primeiramente nessa idade. As crianças que 
estão começando a andar ao olhar, pela 
primeira vez, em um espelho tentarão tocar 
sua própria face, em vez da imagem no 
espelho se notarem algo estranho com seu 
nariz. 
❖ Elas começam a reconhecer quando os 
brinquedos estão quebrados e podem 
entregá-los aos pais para que os consertem. 
❖ A linguagem torna-se um meio de controle dos 
impulsos, do raciocínio precoce e da conexão 
entre ideias. Quando tentadas a tocar algum 
objeto proibido, podem dizer a si mesmos 
“não, não”. 
 
❖ Após a percepção de que as palavras podem 
dar significado a coisas, o vocabulário de uma 
criança salta de 10 a 15 palavras aos 18 meses 
para entre 50 e 100 aos 2 anos 
❖ Após adquirir um vocabulário de 
aproximadamente 50 palavras, as crianças 
pequenas começam a combiná-las para 
construir pequenas sentenças, o começo da 
gramática 
❖ Compreendem ordens em duas etapas (ex: 
me dê a bola e depois pegue seus sapatos) 
❖ A urgência da linguagem verbal marca o final 
do período sensório-motor 
 
❖ O crescimento dos órgãos sexuais é 
proporcional ao crescimento somático. 
❖ A criança em fase pré-escolar tem genuvalgo 
(joelhos aproximados na linha média) e pés 
planos leves 
❖ O dorso se afila e os membros inferiores 
alongam 
❖ A energia física atinge seu pico e a necessidade 
de sono diminui para 11 h a 13 h/24 h, deixando 
a criança, por fim, de fazer sua sesta 
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❖ A maioria das crianças caminha com a marcha 
madura e corre de maneira firme antes do fim 
de seu terceiro ano 
❖ Além desse nível básico, há grande variação 
nas habilidades já que a gama de atividades 
motoras se expande para incluir arremessos, 
captura e chute de bolas; andar de bicicleta; 
escalar estruturas de áreas de recreação; 
dançar; e outros padrões complexos de 
comportamento 
❖ Os controles intestinal e vesical surgem durante 
esse período, com o “amadurecimento” para ir 
ao banheiro com grande variação individual e 
cultural. A enurese é normal até a idade de 4 
anos em meninas e 5 anos em meninos 
❖ A recusa em defecar no vaso sanitário ou no 
penico é relativamente comum e pode levar à 
constipação na criança e frustração nos pais. 
❖ Crianças em fase pré-escolar comandam 
significativas habilidades computacionais e 
compreendem padrões estatísticos que lhes 
possibilitam aprender sobre linguagem e nexo 
causal. 
❖ O desenvolvimento da linguagem ocorre mais 
rapidamente entre 2 e 5 anos de idade. O 
vocabulário aumenta de 50 a 100 palavras para 
mais de 2 mil. 
❖ A estrutura da frase avança de frases 
telegráficas (“Bebê chora”) para frases 
incorporando todos os principais componentes 
gramaticais 
❖ Por volta dos 21 aos 24 meses, a maioria das 
crianças usa possessivos, progressivos 
(gerúndio), perguntas e negações 
❖ Aos 4 anos de idade, as crianças, em sua 
maioria, podem contar até quatro e usa os 
verbos no passado; aos 5 anos, usam o tempo 
verbal futuro 
❖ Não utilizam discursos figurativos 
❖ A aquisição dalinguagem depende 
criticamente dos estímulos ambientais. Os 
principais determinantes incluem a quantidade 
e a variedade do discurso dirigido para crianças 
e a frequência com que os adultos fazem 
perguntas e incentivam a verbalização 
❖ As crianças não imitam simplesmente o 
discurso adulto; elas abstraem as regras 
complexas de gramática de acordo com o 
ambiente da linguagem, criando hipóteses 
implícitas. A evidência para a existência de tais 
regras implícitas vem da análise dos erros 
gramaticais, como a supergeneralização do uso 
do “s” para construir o plural e do “i” nas 
conjugações verbais no passado (“eu fazi”). 
❖ A linguagem está ligada tanto ao 
desenvolvimento cognitivo como ao emocional. 
Atrasos de linguagem podem ser os primeiros 
indícios de que uma criança tenha uma 
deficiência intelectual, um transtorno do 
espectro autista, ou de que tenha sido 
maltratada 
 
❖ O período pré-escolar corresponde à fase pré-
operacional (pré-lógica) de Piaget, caracterizada 
por pensamento mágico, egocentrismo e pelo 
pensamento dominado pela percepção, não 
abstração 
❖ Uma criança pode acreditar que as pessoas 
podem fazer chover porque transportam 
guarda-chuvas 
❖ Egocentrismo diz respeito à incapacidade de 
uma criança levar em consideração o ponto de 
vista de outro e não conota egoísmo. Uma 
criança pode tentar confortar um adulto que 
está chateado, levando até o adulto seu animal 
de pelúcia favorito. 
❖ A imitação, central para a experiência de 
aprendizagem de crianças em fase pré-escolar, 
agora é reconhecida como um ato complexo, 
dadas as diferenças no tamanho dos atores (do 
adulto e da criança), dos diversos níveis de 
destreza, e mesmo de resultados distintos. 
❖ Aos 3 anos de idade, as crianças auto 
identificam seu sexo e estão ativamente 
buscando a compreensão do significado de 
identificação do gênero. Observa-se uma 
progressão do desenvolvimento da rigidez 
(meninos e meninas têm papéis estritos de 
gênero) no início da fase pré-escolar para uma 
compreensão mais realista e flexível (meninos 
e meninas podem ter uma variedade de 
interesses). 
brincar envolve o aprendizado, a 
atividade física, a socialização com os colegas e a 
prática de papeis de adultos. Aumenta em 
complexidade e imaginação, da simples imitação de 
experiências comuns, como fazer compras e pôr 
o bebê na cama (2 ou 3 anos de idade), passando 
por cenários mais amplos que envolvem eventos 
singulares, como ir ao zoológico ou viajar (3 ou 4 
anos de idade), até a criação de cenários que foram 
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apenas imaginados, como ir à lua (4 ou 5 anos de 
idade). Aos 3 anos de idade, a brincadeira 
cooperativa é vista em atividades como a 
construção de uma torre de blocos; mais tarde, 
uma atividade com papéis mais estruturados, como 
ao brincar de casinha. Brincar também permite a 
resolução de conflitos e ansiedades, e as saídas 
criativas. As crianças podem liberar a raiva de 
maneira segura (espancar um boneco), ter 
superpoderes (e brincar de dinossauro ou 
superheróis) e conseguir coisas que lhes são 
negadas na realidade (um amigo imaginário ou 
animais de pelúcia). 
❖ Os desafios emocionais enfrentados pelas 
crianças em fase pré-escolar incluem aceitação 
de limites, manutenção do senso de 
autocuidados, controle da agressividade e dos 
impulsos sexuais, e interação com um círculo 
crescente de adultos e colegas 
❖ Aos 2 anos de idade, os limites 
comportamentais são predominantemente 
externos; aos 5 anos de idade, esses controles 
devem estar internalizados, se a criança 
precisar frequentar uma sala de aula típica 
❖ As crianças aprendem quais comportamentos 
são aceitáveis e quanto poder exercem 
perante adultos importantes, testando seus 
limites. Essa prática de testes aumenta quando 
esses chamam a atenção, apesar de a atenção 
geralmente ser negativa, e quando os limites 
são incoerentes. 
❖ As crianças pequenas não podem controlar 
muitos aspectos de suas vidas, incluindo para 
onde vão, quanto tempo permanecem e o que 
podem levar para casa em uma loja. Também 
tendem a perder o controle interno, isto é, a 
ter acessos de raiva. Medo, cansaço excessivo, 
expectativas incompatíveis ou desconforto 
físico também podem evocar um 
temperamento agressivo. Esse temperamento 
normalmente aparece ao fim do primeiro ano 
de vida e atinge seu pico entre 2 e 4 anos de 
idade 
❖ Crianças em fase pré-escolar normalmente 
experimentam sentimentos complicados 
direcionados a seus pais, que podem incluir 
forte apego e possessividade em relação ao 
progenitor do sexo oposto, inveja e 
ressentimento para com o outro progenitor, e 
receio de que esses sentimentos negativos 
possam levar ao abandono. 
A resolução dessa crise (um 
processo que se estende ao longo de 
anos) envolve a decisão tácita de uma 
criança se identificar com os pais, em 
vez de competir com eles. Brincar e 
conversar são ações que fomentam o 
desenvolvimento dos controles 
emocionais, permitindo que as crianças 
expressem suas emoções e entendam 
seu papel. 
❖ A curiosidade sobre a genitália e sobre os 
órgãos sexuais adultos é normal, assim como é 
a masturbação. 
A masturbação excessiva que 
interfira na atividade normal, a 
simulação de uma relação sexual, o 
extremo pudor ou a simulação de um 
comportamento sedutor de um adulto 
sugere a possibilidade de abuso sexual 
ou exposição imprópria 
❖ O pensamento moral é limitado pelo nível 
cognitivo de uma criança e por suas habilidades 
de linguagem, mas se desenvolve à medida 
que a criança progride em sua identificação 
com os pais. 
Começando antes do segundo 
aniversário, o senso da criança sobre o 
certo e errado deriva do desejo de 
ganhar a aprovação dos pais e evitar 
consequências negativas. 
Ao longo do tempo, conforme a 
criança internaliza as admoestações 
dos pais, as palavras são substituídas 
por comportamentos agressivos. 
Finalmente, a criança aceita a 
responsabilidade pessoal. 
❖ Pela incapacidade de a criança se concentrar 
em mais de uma situação por vez, a equidade 
é entendida como igualdade de tratamento, 
independentemente da circunstância. 
Uma criança de 4 anos vai 
reconhecer a importância de se 
revezar, mas vai se queixar se não 
tiver tempo suficiente 
a fase escolar é o período 
em que as crianças cada vez mais se separam dos pais 
e procuram a aceitação por parte dos professores, 
outros adultos e colegas. As crianças começam a se 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
sentir sob pressão para se adequar ao estilo e aos ideais 
do grupo de pares. 
 
❖ A perda de dentes decíduos (dentes primários) 
é um sinal mais marcante de maturação, 
começando por volta de 6 anos de idade. A 
substituição por dentes adultos (dentes 
secundários) ocorre a uma taxa de cerca de 4 
por ano, de modo que por volta dos 9 anos, as 
crianças terão 8 incisivos permanentes e 4 
molares permanentes. A erupção de pré-
molares ocorre entre 11 e 12 anos de idade 
❖ A força muscular, coordenação e resistência 
aumentam progressivamente, tal como a 
capacidade de executar movimentos 
complexos, como a dança ou arremesso em 
cestas 
❖ Os hábitos sedentários nessa idade estão 
associados ao aumento do risco de vida para 
obesidade, doença cardiovascular, 
desempenho escolar e baixa autoestima 
❖ As percepções da imagem corporal se 
desenvolvem precocemente durante este 
período; as crianças entre 5 e 6 anos de idade 
expressam insatisfação com sua imagem 
corporal; na faixa etária entre 8 e 9 anos muitas 
delas relatam a tentativa de fazer dieta, muitas 
vezes usando programas mal orientados. A 
perda de controle (compulsão) para comer 
ocorre entre cerca de 6% das crianças dessa 
idade 
❖ Antes da puberdade, a sensibilidade do 
hipotálamo e da pituitária se altera, conduzindo 
à síntese aumentada de gonadotrofinas. 
❖ O interesse em diferenças de gênero e no 
comportamento sexual aumenta 
progressivamente atéa puberdade. 
❖ Embora esse seja um período em que os 
impulsos sexuais são limitados, a masturbação 
é comum e as crianças podem estar 
interessadas nas diferenças entre os sexos 
 
❖ No lugar da percepção mágica, egocêntrica e 
ligada à cognição, as crianças em idade escolar 
cada vez mais aplicam regras baseadas em 
fenômenos observáveis, fatores em múltiplas 
dimensões e pontos de vista e interpretam 
suas percepções usando as leis físicas 
❖ No contexto das interações sociais com irmãos, 
as crianças jovens muitas vezes demonstram 
capacidade de compreender os pontos de vista 
alternativos muito antes de mostrarem essa 
capacidade em seu pensamento sobre o 
mundo físico 
❖ O conceito de “aptidão escolar” evoluiu 
❖ O domínio do currículo elementar exige que 
muitos processos cognitivos, de linguagem e 
perceptivos trabalhem de maneira eficiente, e 
espera-se que as crianças atendam a muitas 
entradas ao mesmo tempo. 
❖ As habilidades cognitivas interagem com uma 
grande variedade de atitudes e fatores 
emocionais para determinar o desempenho 
em sala de aula. Esses fatores incluem 
recompensas externas (dedicação para 
agradar adultos e aprovação de seus pares) e 
internas (competitividade, vontade de trabalhar 
para uma recompensa posterior, crença em 
sua própria habilidade e capacidade de se 
arriscar a tentar quando o sucesso não é 
garantido). 
❖ Nesse período, a energia é direcionada para a 
criatividade e a produtividade. 
❖ O aumento da independência é marcado pela 
primeira festa do pijama na casa de um amigo 
e pela primeira vez no acampamento durante 
a noite 
❖ Os pais devem exigir empenho nas atividades 
escolares e extracurriculares, comemorar 
sucessos e oferecer a aceitação incondicional 
quando ocorrerem fracassos. 
❖ As tarefas regulares, associadas a um subsídio, 
proporcionam uma oportunidade de as 
crianças contribuírem para o funcionamento 
familiar e aprenderem o valor do dinheiro 
❖ As crianças estão conscientes das diferenças 
raciais e estão começando a formar opiniões 
sobre os grupos raciais que afetam seus 
relacionamentos 
❖ Algumas crianças se enquadram facilmente às 
regras entre colegas e desfrutam o sucesso 
social fácil. As que adotam estilos individualistas 
ou têm diferenças visíveis podem sofrer mais 
provocações. 
❖ Os atributos conferidos por seus colegas, como 
engraçado, estúpido, mau ou gordo, podem 
tornar-se incorporados a sua autoimagem e 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
afetar sua personalidade, bem como seu 
desempenho escolar 
❖ As interações com colegas sem supervisão de 
um adulto apelam para o aumento de 
resolução de conflitos ou habilidades pugilistas. 
❖ Um equilíbrio entre a fantasia e uma capacidade 
adequada para negociar os desafios do mundo 
real indica um desenvolvimento emocional 
saudável 
 
❖ Embora com 6 anos de idade a maioria das 
crianças tenha uma consciência (regras 
internalizadas da sociedade), elas variam muito 
em seu nível de desenvolvimento moral. 
❖ Para as mais jovens, muitas ainda registram a 
noção de que as regras são estabelecidas e 
executadas por uma figura de autoridade (pais 
ou professor) e a tomada de decisão é guiada 
por auto interesse (para evitar a negativa e a 
recepção das consequências positivas). 
❖ À medida que crescem, a maioria vai 
reconhecer não apenas suas próprias 
necessidades e desejos, mas também as de 
outros, embora as consequências pessoais 
ainda sejam o principal condutor do 
comportamento. 
❖ Entre 10 e 11 anos de idade, a combinação de 
pressão dos pares, desejo de agradar as figuras 
de autoridade, bem como compreensão de 
reciprocidade (tratar os outros como você 
gostaria de ser tratado) molda o 
comportamento da criança. 
SÍNDROME DE DOWN 
A trissomia do 21 constitui a causa genética mais comum 
de deficiência intelectual moderada. 
Em aproximadamente 95% dos casos de síndrome de 
Down, existem três cópias do cromossomo 21 
A origem do cromossomo 21 supranumerário 
é materna em 97% dos casos como resultado 
de erros na meiose. A maior parte destas 
ocorre na meiose materna I (90%). 
Cerca de 1% das pessoas com trissomia do 21 
é mosaica, com algumas das suas células 
apresentando 46 cromossomos, e outros 4% 
evidenciam uma translocação que envolve o 
cromossomo 21 
 
❖ Além do comprometimento cognitivo, a 
síndrome de Down está associada a anomalias 
congênitas e a características dismórficas 
típicas 
❖ Embora haja variabilidade nas características 
clínicas, a constelação de achados fenotípicos 
é bastante uniforme e permite a identificação 
clínica da trissomia do 21 
❖ Os indivíduos afetados estão mais propensos a 
defeitos cardíacos congênitos (50%), como 
defeitos septais atrioventriculares, defeitos 
septais ventriculares, defeitos septais atriais 
isolados tipo ostium secundum, ducto arterioso 
patente e tetralogia de Fallot. 
❖ Anomalias gastrointestinais congênitas e 
adquiridas, assim como o hipotireoidismo, são 
comuns o Outras anomalias incluem leucemia 
megacarioblástica, disfunção imune, diabetes 
melito e problemas de audição e de visão 
❖ A SD tem como principais características físicas 
faciais a braquicefalia (diâmetro fronto-occipital 
bastante reduzido), fissuras nas pálpebras 
inclinadas superiormente, pregas epicânticas 
(pregas de pele que cobrem os cantos 
interiores das pálpebras), tais como os asiáticos, 
base do nariz chata, face com diminuição 
acentuada na atividade de formação de tecidos 
em sua porção medial e sua língua é hipotônica 
e levemente deslocada para frente 
❖ Outras inerências à pessoa com SD são 
notoriamente o pescoço encurtado, clinodactilia 
(deformação) do 5º dedo das mãos, distância 
aumentada que compreende o 1º e 2º dedos 
dos pés e geralmente apresentam baixa 
estatura 
❖ Crianças com esta síndrome apresentam 
hipotonia muscular, articulações mais 
fragilizadas e com hipermobilidade, alterações 
motoras e no sistema endócrino 
(principalmente relacionados à tireóide) e 
extrema sonolência 
❖ Moura et al. (2009) relataram que devido ao 
hipotireoidismo, as crianças com SD tendem a 
obesidade, o que geralmente influencia no 
desempenho de atividades motoras grossas 
principalmente. 
❖ A obesidade como patologia associada está 
diretamente relacionada ao baixo tônus 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
muscular do sistema digestório com ênfase no 
duodeno e o pâncreas anular, que ocorre 
quando o tecido pancreático sobrepõe o 
duodenal. Assim como a obesidade, cardiopatias 
também são bastante comuns nesse público 
❖ Outra inerência aos acometidos pela SD, e que 
pode ser percebida principalmente em 
crianças, é o andar característico causado pela 
anteversão pélvica e pela larga base de apoio 
com os pés voltados para fora e joelhos 
genovaros (voltados para fora). 
❖ Essas particularidades podem contribuir 
negativamente, dificultando a aquisição e 
aperfeiçoamento das habilidades motoras 
locomotoras e estabilizadoras. 
 
❖ Uma demência semelhante à da doença de 
Alzheimer constitui uma complicação 
conhecida que pode ocorrer já na quarta 
década e que apresenta uma incidência duas a 
três vezes maior do que a doença de 
Alzheimer esporádica 
❖ O retardo do desenvolvimento é universal A 
maior parte das crianças com síndrome de 
Down não apresenta problemas 
comportamentais. Estima-se que a 
comorbidade psiquiátrica seja de 18% a 38% 
nesta população. 
❖ Acredita-se que todos os comportamentos de 
desajuste adaptativo em pessoas com 
síndrome de Down estejam inerentemente 
vinculados ao comprometimento cognitivo. 
As dificuldades comportamentais que 
ocorrem em crianças com síndrome 
de Down incluem falta de atenção, 
teimosia e uma necessidade de rotina 
e monotonia. 
Os comportamentos agressivos ou 
autodestrutivos são menos comuns 
nessa população. Todos esses 
comportamentos podem responder a 
intervenções educacionais ou 
farmacológicas 
❖ A maioria dos adultos com síndromede Down 
é capaz de realizar as atividades da vida 
cotidiana. Contudo, a maior parte dos adultos 
com a síndrome de Down apresenta 
dificuldades relativas a decisões financeiras, 
legais ou médicas complexas. Na maior parte 
dos casos, um curador é indicado para os 
adultos com síndrome de Down 
❖ O comprometimento social é relativamente 
poupado, mas as crianças com síndrome de 
Down apresentam uma considerável 
dificuldade no uso da expressão da linguagem. 
As pessoas com síndrome de Down 
frequentemente se beneficiam de 
programas que visam ao estímulo, ao 
desenvolvimento e à educação. Esses 
programas são mais eficazes na 
abordagem das habilidades sociais que 
frequentemente parecem estar 
avançadas em relação ao retardo 
intelectual 
❖ Deficiência intelectual, podendo variar de 
criança para criança e bebês apresentam 
dificuldade para deglutir e efetuar sucção de 
líquido, evoluindo para problemas ao mastigar 
❖ Who (2007) define deficiência mental como 
degradação progressiva da raça que se dá em 
níveis distintos de degenerescência (perda de 
traços ancestrais) e essa deficiência mental 
muito se deve ao fato do encéfalo possuir 
medidas reduzidas em relação ao peso e 
volume, afetando principalmente o lobo frontal 
que tem como função controlar linguagem, 
conduta e pensamentos; tronco cerebral, 
responsável pela atenção aos perigos 
ambientais e cerebelo que responde pelo 
equilíbrio e tônus muscular 
❖ Lúria e Tskvetkova (1964 apud SILVA; 
KLEINHANS, 2006) relatam não somente 
sobre a existência de uma lesão no sistema 
nervoso central, como também um 
funcionamento muito particular na emissão das 
sinapses elétricas, o que afeta o seu 
desenvolvimento cognitivo principalmente em 
reconhecimentos estruturais e linguagem. 
❖ Ornellas e Souza (2001) relatam a 
indispensabilidade de um processo de 
estimulação cognitivo e motor em crianças 
com SD. Pacanaro, Santos e Suehiro, (2008) 
além de corroborarem com essa visão 
propõem que quanto mais precocemente for 
a intervenção multidisciplinar, maior será a 
probabilidade de êxito e mais rapidamente 
aparecerão os resultados 
 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
❖ Até 15% das crianças com síndrome de Down 
apresentam desalinhamento da vértebra 
cervical C1, o que os coloca em risco de lesão 
da medula espinhal com a hiperextensão ou a 
flexão extrema do pescoço. 
❖ 
2 1,5-3 1 1,5-3 
6 2-12 5 2-10 
9 6-18 7 5-9 
11 7-21 8 6-11 
13 8-25 10 7-13 
10 10-32 11 8-16 
20 12-45 13 8-18 
14 9-30 10 6-14 
24 18-46 21 14-32 
 
Compreender de que forma o ECA protege 
crianças com deficiências. 
 
Abordar de que forma a discriminação 
social interfere na vida dessas crianças. 
PRECONCEITO 
Até 15% das crianças com síndrome de Down 
apresentam desalinhamento da vértebra cervical C1, o 
que os coloca em risco de lesão da medula espinhal 
com a hiperextensão ou a flexão extrema do pescoço 
Diante desses critérios, participaram da pesquisa onze 
mães e um pai de crianças com SD, totalizando doze 
participantes e onze famílias. 
Apesar da expectativa dos participantes acerca da 
inclusão de seus filhos, todas as escolas onde as crianças 
foram inseridas, pela primeira vez, recepcionaram-nos 
bem, assim como a seus filhos. A receptividade positiva 
nas escolas de educação infantil municipais 
provavelmente se deve à parceria existente entre a 
Secretaria da Educação do município e a APAE, 
parceria que favorece uma maior comunicação entre 
os profissionais dessas duas instâncias. 
O processo de adaptação das crianças à escola se deu 
de forma tranquila para todos os participantes da 
pesquisa. As crianças demonstraram facilidade em 
ajustar-se a ambientes novos e às pessoas. Em alguns 
casos, as mães ficaram alguns dias na instituição de 
ensino, como parte do processo de adaptação da 
criança; já em outros, as mães deixaram as crianças 
logo no primeiro dia de aula e só voltaram para pegá-
las no horário da saída 
Para a maioria das mães, o fato de os professores 
terem recebido bem seus filhos não significava que eles 
estivessem preparados para o processo de inclusão. 
Nove famílias consideraram que os professores não 
estavam prontos para receber e ensinar crianças com 
necessidades educacionais especiais e, segundo a 
Mãe3, não há profissionais "adaptados" (M3), ou seja, 
capacitados para lidar com as demandas de seus filhos. 
O número excessivo de alunos na sala de aula foi 
relatado pela Mãe 11 como um fator limitante para a 
professora dedicar à criança com SD a atenção 
necessária. No relato de uma das mães, faltou habilidade 
e preparo para o desenvolvimento de atividades com a 
criança, além de paciência para lidar com seu filho. 
De acordo com as três mães que vivenciaram a 
inclusão na escola de Ensino Fundamental, seus filhos 
se depararam com a discriminação e o preconceito de 
diretoras, professoras, pais e alunos quando chegaram 
à primeira série. 
Quanto mais velha for a criança com desenvolvimento 
típico, maior tende a ser a sua rejeição, já que os 
adolescentes são mais seletivos e resistentes a aceitar 
os diferentes 
Para o Pai 6, a própria palavra "inclusão" é uma forma 
de discriminar as crianças especiais, pois traz consigo a 
inserção de algo diferente, que no caso seria a criança 
com SD inserida na rede regular de ensino. Ele defende 
que esse processo de entrada na escola deveria 
acontecer naturalmente, da mesma forma como 
ocorre com qualquer outra criança. 
FONTE: ARTIGO – SC IELO – INCLUSÃO DE CR IANÇAS COM 
SÍNDROME DE DOWN 
Problema 10: Diferenças 
Abordar a fisiologia hormonal da 
puberdade. 
FISIOLOGIA DA PUBERDADE 
Entre a primeira infância e aproximadamente 8 a 9 anos 
de idade (estágio pré-púbere), o eixo hipotalâmico-
hipófise-gonadal está quiescente, conforme é refletido 
por concentrações séricas indetectáveis de hormônio 
luteinizante (LH) e hormônios sexuais (estradiol em 
meninas, testosterona em meninos). 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Esta secreção de LH ligada ao sono ocorre 
de forma pulsátil e reflete descargas episódicas 
endógenas de hormônio liberador de 
gonadotropinas hipotalâmico (GnRH). 
Pulsos noturnos de LH continuam a aumentar 
em amplitude e, em menor extensão, em 
frequência conforme chega a puberdade 
clínica. 
Esta secreção pulsátil de gonadotropinas é 
responsável pelo aumento e maturação das 
gônadas e secreção de hormônios sexuais. 
O aparecimento das características sexuais secundárias 
no início da puberdade é o ápice visível da interação 
sustentada e ativa que ocorre entre hipotálamo, hipófise 
e gônadas no período peripuberal. 
No meio da puberdade, os pulsos de LH se tornam 
evidentes, mesmo durante o dia e ocorrem 
aproximadamente em intervalos de 90 a 120 minutos. 
Um mecanismo de retroalimentação positiva 
ocorre quando valores crescentes de 
estrógeno no meio do ciclo causam um 
aumento distinto de LH. 
A secreção crescente de GnRH hipotalâmico de forma 
pulsátil é a base assim do início do desenvolvimento 
puberal 
O “pulso gerador de GnRH” resultante é 
regulado por diversos neuropeptídios, incluindo 
ácido glutâmico, kisspeptina e neurocinina-B 
(estimulatórios) e ácido γaminobutírico, pré-
pró-encefalina e dinorfina (inibitórios). 
Importantes diferenças sexuais existem na maturação 
do hipotálamo e glândula hipófise, e as concentrações 
séricas de LH tendem a aumentar mais cedo no curso 
do processo puberal em meninos do que em meninas. 
Os valores séricos de dehidroepiandrosterona 
(DHEA) e seu sulfato (SDHEA) começam a 
aumentar com aproximadamente 6 a 8 anos 
de idade, antes que qualquer incremento no LH 
ou hormônios sexuais e antes das alterações 
físicas iniciais da puberdade sejam aparentes; 
este processo é chamado de . 
O SDHEA é o esteroide C-19 adrenal mais 
abundante no sangue, e sua concentração 
sérica permanece relativamente estável 
durante 24 horas. Uma única aferição deste 
hormônio é comumente utilizadacomo 
marcador de secreção androgênica adrenal. 
Os efeitos dos esteroides gonadais (testosterona em 
meninos, estradiol em meninas) sobre o crescimento 
ósseo e maturação óssea são críticos. 
Tanto a deficiência de aromatase quanto os 
defeitos dos receptores de estrógenos 
resultam em atraso da fusão epifisária e ganho 
de estatura em meninos afetados. Estas 
observações sugerem que estrógenos, em 
vez de andrógenos, são responsáveis pelo 
processo de maturação óssea que leva 
finalmente à fusão epifisária e interrupção do 
crescimento 
Os estrógenos também medeiam o aumento 
da produção de hormônio do crescimento, o 
qual em conjunto com um efeito direto de 
hormônios esteroides sobre o crescimento 
ósseo é responsável pelo estirão de 
crescimento puberal. 
A idade de início da puberdade varia e está mais 
precisamente correlacionada com a maturação óssea 
do que com a idade cronológica 
Em meninas, o broto mamário ( ) é usualmente 
o primeiro sinal de puberdade (10-11 anos de idade), 
seguido pelo surgimento de pelos pubianos (pubarca) 6 
a 12 meses depois 
O intervalo do início da atividade menstrual 
(menarca) é usualmente de 2 a 2 anos e meio, 
mas pode chegar até 6 anos 
O pico de velocidade de crescimento ocorre 
cedo (nos estágios mamários II-III, tipicamente 
entre os 11 e 12 anos de idade) em meninas e 
sempre precede a menarca. 
A idade média da menarca é de 
aproximadamente 12,75 anos 
Em meninos, o crescimento dos testículos (≥4 mL de 
volume ou 2,5 cm no seu maior diâmetro) e 
enrugamento do escroto são os primeiros sinais de 
puberdade (11-12 anos) 
Estes são seguidos pela pigmentação do 
escroto e crescimento do pênis e pela pubarca 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
O surgimento de pelos axilares usualmente 
ocorre no meio da puberdade. 
Em meninos, ao contrário das meninas, a 
aceleração do crescimento começa após a 
puberdade estar bem desenvolvida e é máxima 
nos estágios genitais IV-V (tipicamente entre 
13-14 anos de idade). 
Em meninos, o estirão do crescimento ocorre 
aproximadamente 2 anos depois do que nas 
meninas, e o crescimento pode continuar além 
dos 18 anos de idade. 
 a 
❖ Os hormônios, particularmente os 
componentes do eixo GH-sistema IGF 
(hormônio de crescimento – fatores de 
crescimento insulina-símile ou insulin-like 
growth factors), juntamente com a herança 
genética constituem o grupo de fatores que 
diretamente influencia o crescimento 
❖ O GH é produzido pelos somatotrofos da 
hipófise anterior. A secreção do GH ocorre em 
pulsos, principalmente no início das fases III e IV 
do sono, com meia-vida de aproximadamente 
20 minutos. 
A amplitude dos pulsos e a massa de 
GH secretada variam com a idade, 
aumentando durante a puberdade, 
período em que ocorre a maior 
secreção deste hormônio, e decaindo 
na vida adulta para concentrações 
semelhantes às observadas em 
indivíduos pré-púberes, com posterior 
diminuição progressiva 
❖ A secreção hipofisária de GH tem controle 
hipotalâmico, exercido pelo GHRH (hormônio 
liberador do GH), somatostatina e em menor 
intensidade pela grelina 
GHRH e grelina estimulam a secreção 
de GH atuando mediante receptores 
específicos distintos acoplados à 
proteína G, enquanto a somatostatina 
exerce ação inibitória 
A tiroxina, o glucagon, os esteroides 
sexuais, a dopamina, a hipoglicemia e 
alguns hexapeptídeos sintéticos 
estimulam, dessa forma, a secreção de 
GH, atuando no hipotálamo e/ou na 
hipófise. 
Durante a puberdade, a elevação das concentrações 
dos esteroides sexuais acompanha-se de aumento da 
velocidade de crescimento, que ocorre mais 
precocemente nas meninas e mais tardiamente nos 
meninos, como consequência da estimulação do eixo 
GH-sistema IGF. 
No início da puberdade, a elevação endógena dos 
hormônios sexuais acompanha-se de aumento na 
frequência e na amplitude dos pulsos de GH, com 
aumento de até duas a dez vezes da quantidade de GH 
secretada a cada pulso 
Acredita-se que esse aumento da secreção de GH seja 
secundário à maior sensibilidade hipofisária à 
estimulação pelo GHRH e à modulação da expressão 
do gene do GHRH 
Após a puberdade, apesar de a persistência de 
concentrações elevadas de esteroides sexuais, a 
secreção de GH gradualmente retorna a patamares 
mais baixos, sugerindo a participação de outros 
mecanismos reguladores da secreção de GH 
SISTEMA HORMONAL MASCULINO 
Os testículos secretam muitos hormônios sexuais 
masculinos, chamados, coletivamente, androgênios, 
incluindo a testosterona, di-hidrotestosterona e 
androstenediona. 
❖ 
❖ Mesmo durante a vida fetal, os testículos são 
estimulados pela gonadotropina coriônica, 
proveniente da placenta, a produzir 
quantidades moderadas de testosterona por 
todo o período de desenvolvimento fetal e por 
10 semanas ou mais, após o nascimento; depois 
disso, praticamente não é produzida 
testosterona durante a infância, até cerca das 
idades de 10 a 13 anos. 
Então, a produção de testosterona 
aumenta rapidamente, sob estímulo 
dos hormônios gonadotrópicos da 
hipófise anterior, no início da 
puberdade, permanecendo assim pela 
maior parte do resto da vida, 
diminuindo rapidamente após os 50 
anos e caindo para 20%-50% dos 
valores máximos aos 80 anos 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
❖ a proteína SRY inicia 
uma cascata de ativações genéticas que faz 
com que as células do tubérculo (crista) genital 
se diferenciem em células que secretam 
testosterona e, por fim, formam os testículos, 
enquanto o cromossomo feminino faz com 
que a crista se diferencie em células que 
secretam estrogênios. a testosterona 
secretada inicialmente pelas cristas genitais e, 
posteriormente, pelos testículos fetais é 
responsável pelo desenvolvimento das 
características do corpo masculino, incluindo a 
formação do pênis e do saco escrotal, em vez 
do clitóris e da vagina 
❖ 
 após a puberdade, quantidades 
crescentes de secreção de testosterona 
fazem com que o pênis, o saco escrotal e os 
testículos aumentem de tamanho, em 
aproximadamente oito vezes antes dos 20 
anos de idade. Além disso, a testosterona causa 
o desenvolvimento das características sexuais 
secundárias masculinas, começando na 
puberdade e terminando na maturidade 
❖ a 
testosterona induz o crescimento de pelos (1) 
no púbis; (2) para cima ao longo da linha alba 
do abdome, algumas vezes até o umbigo ou 
acima; (3) na face; (4) geralmente no tórax; e 
(5), menos frequentemente, em outras regiões 
do corpo, como as costas 
❖ a testosterona secretada pelos 
testículos ou injetada no corpo produz 
hipertrofia da mucosa laríngea e alargamento 
da laringe. 
❖ 
 A testosterona aumenta a espessura da 
pele de todo o corpo e a rigidez dos tecidos 
subcutâneos. A testosterona aumenta também 
a secreção de algumas, ou talvez de todas, 
glândulas sebáceas do corpo 
❖ 
 uma 
das características masculinas mais importantes 
é o desenvolvimento da musculatura após a 
puberdade, com aumento de cerca de 50% da 
massa muscular em relação às meninas. Esse 
aumento da massa muscular está associado à 
elevação da quantidade de proteína também 
em regiões não musculares do corpo 
❖ 
 após o grande 
aumento da testosterona circulante que ocorre 
na puberdade (ou após a injeção prolongada 
de testosterona), os ossos crescem 
consideravelmente mais espessos e depositam 
grandes quantidades adicionais de sais de cálcio. 
Assim, a testosterona aumenta a quantidade 
total de matriz óssea e promove a retenção 
do cálcio 
Devido ao fato de a testosterona 
aumentar o tamanho e a força dos 
ossos, ela é, às vezes, usada em 
homens idosos para o tratamento da 
osteoporose 
Entretanto, a testosterona também 
faz com que as epífises dos ossos 
longos se unam à parte longa dos 
ossos em idade precoce. Assim, apesar 
da rapidez do crescimento, essa união 
precoce das epífises impede a pessoa 
de crescer até a altura que ela teria, 
caso a testosterona não tivesse sidosecretada 
SISTEMA HORMONAL FEMININO 
Consiste em três hierarquias de hormônio: 
1. O hormônio de liberação hipotalâmica, 
chamado hormônio liberador de gonadotropina 
(GnRH). 
2. Os hormônios sexuais hipofisários anteriores, o 
hormônio foliculoestimulante (FSH) e o 
hormônio luteinizante (LH), ambos secretados 
em resposta à liberação de GnRH do 
hipotálamo 
3. Os hormônios ovarianos, estrogênio e 
progesterona, que são secretados pelos 
ovários, em resposta aos dois hormônios 
sexuais femininos da hipófise anterior. 
 os 
promovem, essencialmente, a proliferação e o 
crescimento de células específicas no corpo, 
responsáveis pelo 
. As 
 atuam, basicamente, 
 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
❖ 
 durante 
a infância, os estrogênios são secretados 
apenas em quantidades mínimas, mas, na 
puberdade, a quantidade secretada na mulher 
sob a influência dos hormônios gonadotrópicos 
hipofisários aumenta em 20 vezes ou mais. 
Nessa época, os órgãos sexuais femininos se 
alteram dos de criança para os de adulto. Os 
ovários, as trompas de Falópio, o útero e a 
vagina aumentam de tamanho várias vezes. A 
genitália externa aumenta, com depósito de 
gordura no monte pubiano e nos grandes 
lábios, além de aumento dos pequenos lábios 
o os estrogênios alteram o epitélio vaginal do 
tipo cuboide para o tipo estratificado, 
considerado mais resistente a traumas e 
infecções do que o epitélio das células cuboides 
pré-púberes. Durante os primeiros anos da 
puberdade, o tamanho do útero aumenta de 
duas a três vezes, porém mais importante do 
que o aumento no tamanho do útero. 
Eles causam proliferação acentuada 
do estroma endometrial e grande 
desenvolvimento das glândulas 
endometriais, que posteriormente 
ajudarão no fornecimento de nutrição 
ao óvulo implantado. 
❖ 
 os estrogênios fazem com que os 
tecidos glandulares desse revestimento 
proliferem; e, o mais importante, aumentam o 
número de células epiteliais ciliadas que 
revestem as trompas de Falópio 
❖ os 
estrogênios causam (1) desenvolvimento dos 
tecidos estromais das mamas; (2) crescimento 
de um vasto sistema de ductos; e (3) depósito 
de gordura nas mamas 
Os lóbulos e alvéolos das mamas se 
desenvolvem até certo ponto sob a 
influência apenas dos estrogênios, mas 
é a progesterona e a prolactina que 
determinam o crescimento e a função 
final dessas estruturas 
❖ os 
estrogênios inibem a atividade osteoclástica nos 
ossos e, portanto, estimulam o crescimento 
ósseo. Pelo menos parte desse efeito é devido 
à estimulação de osteoprotegerina, também 
chamada fator inibidor da osteoclastogênese, 
citocina que inibe a reabsorção óssea. 
Na puberdade, quando a mulher entra 
em seus anos reprodutivos, seu 
crescimento em altura torna-se rápido 
durante muitos anos 
Entretanto, os estrogênios têm outro 
efeito potente no crescimento 
esquelético: causam a união das 
epífises com a haste dos ossos longos. 
❖ 
os estrogênios causam 
leve aumento de proteína corporal total, 
evidenciado por um ligeiro equilíbrio 
nitrogenado positivo, quando estrogênios são 
administrados 
❖ 
 causam 
também depósito de quantidades maiores de 
gordura nos tecidos subcutâneos. Por 
conseguinte, a porcentagem de gordura 
corporal no corpo da mulher é 
consideravelmente maior do que no corpo do 
homem, que contém mais proteína. 
Além do depósito de gordura nas 
mamas e nos tecidos subcutâneos, os 
estrogênios causam depósito de 
gordura nos glúteos e nas coxas, o que 
é característico da aparência feminina 
❖ 
 os pelos efetivamente 
se desenvolvem na região pubiana e nas axilas, 
após a puberdade. Os androgênios, formados 
em quantidades crescentes pelas glândulas 
adrenais femininas, após a puberdade, são os 
principais responsáveis por esse 
desenvolvimento de pelo. 
❖ os estrogênios 
fazem com que a pele desenvolva textura 
macia e normalmente lisa. Além disso, os 
estrogênios fazem com que a pele se torne 
mais vascularizada, o que, muitas vezes, está 
associado à pele mais quente, promovendo 
também maior sangramento nos cortes 
superficiais do que se observa nos homens. 
❖ 
 uma função importante 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
da progesterona é promover alterações 
secretoras no endométrio uterino, durante a 
última metade do ciclo sexual feminino mensal, 
preparando o útero para a implantação do 
óvulo fertilizado. 
Diminui a frequência e a intensidade 
das contrações uterinas, ajudando, 
assim, a impedir a expulsão do óvulo 
implantado. 
❖ 
aumento da secreção pelo 
revestimento mucoso das trompas de Falópio 
> necessárias para nutrir o óvulo fertilizado e 
em divisão 
❖ 
a progesterona promove o 
desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos das 
mamas, fazendo com que as células alveolares 
proliferem, aumentem e adquiram natureza 
secretora. 
O leite só é secretado depois que a 
mama preparada é adicionalmente 
estimulada pela prolactina da hipófise 
anterior. 
Estudar os critérios de Tanner, destacando 
a puberdade. 
CRITÉRIOS DE TANNER 
❖ Mamas – M1 a M5 
❖ Pelos – P1 a P5 
O broto mamário é o primeiro sinal puberal na menina, 
é chamado de e pode apresentar-se 
unilateralmente sem significado patológico. Observar a 
adolescente, tranquilizá-la e reavaliar após seis meses, 
quando a outra mama já terá aparecido e os primeiros 
pelos pubianos também. 
Caso a puberdade se inicie com o aparecimento de 
pelos pubianos e não com o broto mamário, deve-se 
encaminhar ao profissional de saúde, pois pode se tratar 
de uma puberdade de origem periférica e não central 
pelo estímulo hipofisário - gonadal podendo se tratar de 
uma causa patológica, devendo ser melhor investigada. 
Atentar que a idade média da menarca em nosso meio 
é de 12 anos e 4 meses, mas pode ocorrer entre 9 e 
16 anos, observar comportamento do evento na família 
e acompanhar o processo de cada adolescente. 
❖ Genitais – G1 a G5 
❖ Pelos – P1 a P5. 
A primeira manifestação da puberdade no sexo 
masculino é o aumento do volume testicular, em média 
aos 10 anos e 9 meses. O saco escrotal torna-se mais 
baixo e alongado, mais solto e enrugado e mede cerca 
de 3cc. 
O crescimento peniano começa, em geral, um ano 
após o crescimento dos testículos. 
O início da puberdade antes dos 09 anos também pode 
ser motivo de preocupação, pode-se tratar de uma 
puberdade precoce e, portanto, deve-se sempre 
referir o adolescente ao serviço de referência para 
melhor ser avaliado 
Observar que primeiro o pênis cresce em tamanho e 
depois em diâmetro. Quando o adolescente termina sua 
fase de crescimento, seu pênis atinge em média 12 cm 
e 15 cm quando ereto, podendo variar mais ou menos 
de 2 a 3 cm. 
A idade da primeira ejaculação, conhecida como 
semenarca ou espermarca, ocorre em média aos 12 
anos e 8 meses. Geralmente, acontece também a 
polução noturna, ou seja, a ejaculação involuntária de 
sêmen quando o adolescente está dormindo. Trata-se 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
de evento fisiológico normal, que deve ser orientado e 
tranquilizado pelo profissional de saúde. 
FONTE: MIN ISTÉRIO DA SAÚDE 
Compreender as alterações de 
personalidade de acordo com a maturação 
sexual. 
CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DA 
ADOLESCÊNCIA 
Para que a busca da identidade adulta, principal tarefa 
da adolescência, possa acontecer, é necessário que o 
jovem vivencie o luto por três grandes perdas: 
1. o adolescente passa 
por período de adaptação até a aceitação das 
modificações corporais; 
2. que se manifesta 
por meio de relações conflituosas com as 
figuras parentais; 
3. 
renúncia à dependência infantil e aceitação de 
responsabilidades que muitas vezes o 
adolescente desconhece 
A elaboração dessas perdas manifesta-se por meio de 
atitudes comportamentais e emocionais que, segundo 
Aberastury e Knobel, se caracterizam como uma 
entidade semipatológica, perturbada e perturbadora 
para o mundo adulto, denominada poreles como 
síndrome da adolescência normal (SAN). 
A ocorrência dessa síndrome pode ser 
explicada pela interação de sinais que 
expressam desestabilização nas áreas biológica, 
psicológica e social e compreende as seguintes 
manifestações de conduta: busca de si mesmo 
e da identidade adulta; separação progressiva 
dos pais; tendência grupal; necessidade de 
intelectualizar e fantasiar; crises religiosas; 
deslocação temporal; contradições sucessivas 
nas manifestações de conduta; atitude social 
reivindicatória; constantes flutuações do humor 
e do estado de ânimo e evolução sexual. 
A busca de si mesmo e da identidade seria a principal 
característica que engloba as demais, na qual o 
adolescente se pergunta constantemente quem ele é 
e para saber onde pode chegar 
A experiência de ter um corpo em mutação 
leva a conflitos com a auto-imagem, fazendo 
com que ora sinta orgulho ora sinta vergonha 
do próprio corpo. o Os jovens passam horas e 
horas em frente ao espelho e comparam-se 
uns aos outros, buscando um padrão de 
normalidade e aceitação. 
Tais situações requerem momentos de 
isolamento e a assunção de identidades 
transitórias, ocasionais ou circunstanciais, no 
sentido de entender a sua intimidade e, assim, 
desenhar a sua própria identidade. 
A separação progressiva dos pais pode ser observada 
facilmente nas etapas iniciais da adolescência, quando 
determinados comportamentos familiares são 
rejeitados pelos adolescentes. 
Na medida em que se afastam dos pais, os 
adolescentes aproximam-se cada vez mais do 
grupo de amigos ou de iguais. 
O grupo não necessariamente apresenta 
peculiaridades reconhecidas por muitos adultos 
como radicais. o Pode ser a turma da rua, da 
academia, da escola ou que pratica alguma 
atividade esportiva em conjunto. O que 
caracteriza o grupo é o interesse comum e a 
possibilidade de identificação entre seus pares 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Algumas vezes, os pais transmitem uma 
imagem de personalidades pouco consistentes, 
forçando o adolescente a buscar identificação 
com outras imagens adultas, como ídolos do 
esporte ou do cinema, ou mesmo com figuras 
negativas que prejudicam mais ainda sua 
formação. 
A pode 
ser reconhecida através dos diários, blogs e fotologs, 
de redações escolares muitas vezes surpreendentes, 
de composições musicais inusitadas, ou até pelo 
comportamento típico de passar grande período 
olhando para o teto, fantasiando com o imaginário, 
elaborando ideias e pensamentos 
A realidade impõe ao adolescente a 
necessidade de renunciar ao corpo infantil e à 
proteção familiar. Isso pode ser vivido como 
uma experiência de enorme desamparo e 
impotência, que o obriga a recorrer ao 
pensamento para compensar essas perdas. 
O adolescente, então, tende a fugir para seu 
mundo interior, como uma forma de buscar um 
reajuste emocional, e nessa tentativa de 
encontro consigo mesmo começa a 
demonstrar preocupações de ordem ética, 
moral, social. o Neste momento, pode 
desenvolver grandes “teorias” sobre o mundo, 
nas quais vai misturar justificativas concretas 
com idéias fantasiosas infantis 
 Suas necessidades estão vinculadas ao 
momento presente e, com frequência, não conseguem 
realizar objetivamente planejamento futuro ou não 
aceitam postergar aquilo que almejam. 
O senso de indestrutibilidade e a onipotência 
estão relacionados a essa dificuldade de 
localizar-se temporalmente o A vivência 
temporal dos adolescentes pode ser observada 
em situações que provavelmente já 
presenciamos: há um trabalho escolar para ser 
feito e ele se envolve em outro tipo de 
atividade; a mãe insiste com a urgência do 
tempo e ele responde que “dá tempo, o 
trabalho é pra... amanhã”. Outra situação seria 
uma festa marcada para um mês depois, para 
a qual ele insiste em providenciar uma roupa 
“porque está em cima da hora” 
Predomina uma visão sincrética do mundo, ou 
seja, uma visão indiferenciada dos aspectos que 
constituem a realidade que se quer 
compreender, a percepção do todo sem, 
porém, se compreender os seus aspectos 
constitutivos 
À medida que vai elaborando suas perdas, 
começa a surgir o conceito de tempo, que 
implica as noções de passado, presente e 
futuro. 
 são decorrentes do treino do papel 
adolescente e da imaturidade para lidar com perdas e 
ganhos, alegrias e tristezas o A conduta do adolescente 
está dominada pela ação, sendo esta a sua forma mais 
típica de expressão. o Ele tem uma personalidade, no 
dizer de Spiegel, “esponjosa”, ou seja, permeável, 
absorvente, que recebe e também projeta tudo 
enormemente o Na verdade, é o mundo adulto que 
não suporta as contradições dos adolescentes, não 
aceita suas identidades transitórias e exige deles uma 
atitude adulta para a qual ainda não estão capacitados. 
O processo de está 
vinculado à definição da identidade sexual e manifesta-
se por meio do autoerotismo e das práticas de 
genitalidade. 
Quando o indivíduo consegue aceitar a 
coexistência simultânea entre si da criança e do 
adulto, ele passa de maneira flutuante a aceitar 
as mudanças de seu corpo, emergindo uma 
nova identidade 
Observa-se no adolescente uma oscilação 
entre a atividade do tipo masturbatória e o 
começo dos exercícios genitais, que se inicia 
se forma basicamente exploratória até evoluir 
para a verdadeira genitalidade procriativa 
Ao aceitar a sua genitalidade, o adolescente 
começa a busca por um par. É a fase das 
grandes e “definitivas” paixões, que representa 
todos os aspectos dos vínculos intensos e 
frágeis das relações interpessoais do 
adolescente. 
A curiosidade sexual pode se manifestar pelo 
interesse por revistas pornográficas e mesmo 
por experiências de ordem homossexual. 
O exibicionismo e o voyerismo se manifestam 
nas vestimentas, nas maquiagens das meninas, 
nas atitudes durante jogos e festas. Começam 
Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
os contatos superficiais, depois profundos e 
mais íntimos, que preenchem a sua vida sexual. 
A pode ser evidenciada 
como contestação, agressividade, violência ou pode ser 
canalizada como energia construtiva, capaz de 
promover mudanças 
Tais atitudes muitas vezes se configuram em 
respostas às restrições impostas pela 
sociedade. 
As intelectualizações e fantasias conscientes 
que se reforçam nos grupos fazem com que 
essas atitudes se transformem em 
pensamento ativo, em uma verdadeira ação 
social, política, cultural. 
Muitas vezes, as perdas são vividas como não 
sendo deles, mas da sociedade, dos seus pais, 
de sua família. O resultado é que descarregam 
toda sua revolta nessas figuras e podem vir a 
desenvolver atitudes destrutivas, quando as 
perdas não são bem elaboradas 
Como alternativa para o discernimento entre 
normalidade e psicopatologia na adolescência, recorre-
se à análise de variáveis do sintoma apresentado: 
intensidade, duração, persistência ou transitoriedade 
significando regressivo e polimorfismo.

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