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1 Laís Flauzino | NEFROLOGIA | 7°P MEDICINA ROTEIRO DE ESTUDOS ITU + ANTIBIOTICOTERAPIA 1. O QUE É CISTITE E PIELONEFRITE? E QUAIS OS PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS QUE OS DIFERENCIAM? Cistite é uma infecção e/ou inflamação da bexiga. Em geral é causada pela bactéria Escherichia coli, presente no intestino e importante para a digestão. No trato urinário, porém, essa bactéria pode infectar a uretra (uretrite), a bexiga (cistite) ou os rins (pielonefrite). Outros microorganismos também podem provocar cistite. Homens, mulheres e crianças estão sujeitos à cistite. No entanto, ela ocorre mais nas mulheres porque as características anatômicas femininas favorecem sua ocorrência. A uretra da mulher, além de muito mais curta que a do homem está mais próxima do ânus. Nos homens, depois dos 50 anos, o crescimento da próstata provoca retenção de urina na bexiga e pode causar cistite. A diferença mais significativa em relação a essas doenças se dá à sua localização. Enquanto a cistite aguda é a infecção do trato urinário baixo, a pielonefrite aguda é a infecção do trato urinário alto, podendo ter também a sobreposição de infecção do trato urinário baixo. Além disso, a cistite aguda, em geral, não apresenta acometimento sistêmico ao contrário da pielonefrite aguda, na qual há comprometimento do quadro clínico geral. O que é Cistite Aguda? É a infecção/inflamação do trato urinário inferior, acometendo especialmente a bexiga. Epidemiologicamente, acomete mais mulheres que homens. A infecção se dá de forma ascendente a partir da flora do trato genitourinário externo. A bactéria que está mais envolvida nesse processo infeccioso é Escherichia Coli, gram-negativa. O diagnóstico é eminentemente clínico. A história pregressa de Diabetes Mellitus e de episódios anteriores de cistite aguda deve sempre ser questionado pelo profissional na história clínica, pois são fatores de risco. O que é Pielonefrite Aguda? Também chamada de nefrite intersticial bacteriana, é a infecção/inflamação do trato urinário superior, ou seja, afeta o rim e a pelve renal. Inicia-se geralmente com clínica de cistite aguda. Epidemiologicamente, acomete mais mulheres que homens; e a infecção se dá de forma ascendente. A bactéria que está mais envolvida nesse processo infeccioso é Escherichia Coli, gram-negativa. O diagnóstico é eminentemente clínico. Em relação aos fatores de risco, as mulheres em idade fértil com vida sexual ativa, histórico familiar e pessoal de infecção do trato urinário, de aconurese e de diabetes mellitus são os grupos mais vulneráveis a desenvolver tal patologia. Diferenciando os sintomas Sintomas da Cistite Aguda O quadro clínico caracteriza-se por sintomas irritativos, como disúria, polaciúria e urgência miccional, além de noctúria e dor suprapúbica. A urina apresenta aspecto turvo e/ou avermelhado pela presença de hematúria, podendo ter odor fétido. A febre e outros sintomas sistêmicos não costumam estar presentes. Sintomas da Pielonefrite Aguda A apresentação clínica se dá por sintomas sistêmicos, como • febre elevada (≥ a 38°C), • calafrios e • dor lombar a nível do ângulo costovertebral que pode irradiar para os flancos ou para a pelve. Esses sintomas formam a tríade característica da pielonefrite, a qual auxilia no diagnóstico na maioria dos casos. Ademais, náuseas, vômitos e sintomas irritativos também podem estar presentes. De dez pacientes dois a três desenvolvem sepse. https://bvsms.saude.gov.br/cistite/#:~:text=Cistite%2 0%C3%A9%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20 e,ou%20os%20rins%20(pielonefrite). https://www.sanarmed.com/qual-a-diferenca-entre- cistite-aguda-e-pielonefrite-aguda-ligas 2. QUAIS EXAMES PARA DIAGNOSTICAR UMA ITU? Como se faz o diagnóstico? No caso da cistite, geralmente são necessários (1) Urina rotina, (2) Urocultura (Exame definidor do diagnóstico), e (3) Antibiograma. Estes dois últimos exames permitem saber qual a bactéria específica está acometendo o paciente, e a qual antibiótico ela é sensível. Mesmo que o tratamento seja iniciado antes dos seus resultados, o médico poderá confirmar ou modificar sua decisão inicial, com respaldo adequado. No caso da pielonefrite, além destes exames já citados, podem ser necessários outros exames: Hemocultura e exames de imagem (Ultrassonografia, Tomografia computadorizada ou Ressonância Magnética). Reforçando que sempre, o exame clínico pelo médico é fundamental para fundamentar a hipótese diagnóstica. https://www.sbn.org.br/orientacoes-e- tratamentos/doencas-comuns/infeccao- urinaria/#:~:text=Quando%20adquirida%20na%20c omunidade%2C%20a,Klebsiella%20e%20o%20Enter ococcus%20faecalis. A triagem para o diagnóstico da ITU pode ser feita por meio do exame EAS (Elementos Anormais e Sedimentoscopia), que é composto pelos exames físico, químico e microscópico. O exame físico avalia cor, aspecto e depósito. A análise química, automatizada ou manual, é realizada através da fita https://bvsms.saude.gov.br/cistite/#:~:text=Cistite%20%C3%A9%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20e,ou%20os%20rins%20(pielonefrite) https://bvsms.saude.gov.br/cistite/#:~:text=Cistite%20%C3%A9%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20e,ou%20os%20rins%20(pielonefrite) https://bvsms.saude.gov.br/cistite/#:~:text=Cistite%20%C3%A9%20uma%20infec%C3%A7%C3%A3o%20e,ou%20os%20rins%20(pielonefrite) https://www.sanarmed.com/qual-a-diferenca-entre-cistite-aguda-e-pielonefrite-aguda-ligas https://www.sanarmed.com/qual-a-diferenca-entre-cistite-aguda-e-pielonefrite-aguda-ligas https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/doencas-comuns/infeccao-urinaria/#:~:text=Quando%20adquirida%20na%20comunidade%2C%20a,Klebsiella%20e%20o%20Enterococcus%20faecalis https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/doencas-comuns/infeccao-urinaria/#:~:text=Quando%20adquirida%20na%20comunidade%2C%20a,Klebsiella%20e%20o%20Enterococcus%20faecalis https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/doencas-comuns/infeccao-urinaria/#:~:text=Quando%20adquirida%20na%20comunidade%2C%20a,Klebsiella%20e%20o%20Enterococcus%20faecalis https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/doencas-comuns/infeccao-urinaria/#:~:text=Quando%20adquirida%20na%20comunidade%2C%20a,Klebsiella%20e%20o%20Enterococcus%20faecalis https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/doencas-comuns/infeccao-urinaria/#:~:text=Quando%20adquirida%20na%20comunidade%2C%20a,Klebsiella%20e%20o%20Enterococcus%20faecalis 2 Laís Flauzino | NEFROLOGIA | 7°P MEDICINA reativa por comparação com a sua escala de cores, fazendo uma avaliação qualitativa. Pode qualificar a densidade, pH, proteína, glicose, corpos cetônicos, bilirrubina, urobilinogênio, sangue, nitrito e este-rase leucocitária. Essas fitas reagentes são essenciais no diagnóstico de casos suspeitos de ITU, porque a negati-vidade de nitrito e leucócito são critérios importantes no auxílio diagnóstico de ITU. Deve-se avaliar o nitrito cautelosamente, pois apenas enterobactérias são capazes de reduzir nitrato a nitrito a partir de um determinado tempo em contato com a urina. https://www.rbac.org.br/artigos/diagnostico- laboratorial-das-infeccoes-urinarias-relacao-entre- urocultura-e-o- eas/#:~:text=A%20triagem%20para%20o%20diagn %C3%B3stico,avalia%20cor%2C%20aspecto%20e%2 0dep%C3%B3sito. O diagnóstico de uma infecção do trato urinário é sempre feito em bases clínicas e laboratoriais(19). As técnicas laboratoriais mais empregadas incluem a análise qualitativa e a cultura da urina (urocultura), sendo esse último o método considerado padrão- ouro para o diagnóstico de ITU(20, 23). A urocultura quantitativa é o exame mais importante para o diagnóstico de uma infecção urinária, pois não apenas indica a ocorrência de multiplicação bacteriana no trato urinário, mas também permite o isolamento do agente causal e o estudo de sua sensibilidade frente aos antimicrobianos. Habitualmente, considera-se positiva a presença de número igual ou superior a cem mil (> 105) unidades formadorasde colônias bacterianas por mililitro de urina adequadamente coletada. Entretanto esse método apresenta desvantagens, como a demora no diagnóstico e o alto custo. Um teste ideal deve apresentar alta acurácia, requerer limitada perícia técnica e ter baixo custo, possibilitando um rápido diagnóstico em pacientes de alto risco. Um exemplo seria o teste com tiras reagentes, em que somente nitrito e esterase leucocitária – e não proteínas e sangue – mostram razoável precisão e exatidão, em comparação com a cultura quantitativa(7). O teste da esterase leucocitária é um meio rápido de verificar a presença de piúria; um teste positivo correlaciona-se com oito a dez leucócitos por campo de grande aumento(3). A associação entre nitrito urinário e ITU foi inicialmente relatada em 1914(12). O teste de nitrito positivo requer a presença de nitratos na urina, bactérias em quantidades suficientes capazes de converter nitratos em nitritos e condições adequadas (isto é, tempo suficiente) para que essa conversão ocorra. Os testes que utilizam tiras reagentes detectam significativamente mais infecções por bactérias gram- negativas do que por espécies gram-positivas, uma vez que o teste de nitrito não revela a presença de patógenos gram-positivos em muitos casos(21). A conversão de nitrato em nitrito na urina por cocos gram-positivos ainda não está bem estabelecida. Murray et al.(16) relatam que essa conversão é determinada apenas para estafilococos coagulase- negativos, sendo na maioria das vezes positiva, e para Staphylococcus saprophyticus, cuja conversão é sempre negativa. Algumas espécies de cocos, como, por exemplo, os enterococos, são incapazes de reduzir o nitrato urinário em nitrito e apresentam alta resistência às drogas comumente utilizadas para tratamento de ITU. https://www.scielo.br/j/jbpml/a/VsLw3W9WQywtPN5 64PxCkWC/?lang=pt 3. O QUE É BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA? Consiste na presença de bactérias na urina de pacientes sem sintomas. A frequência de bacteriúria assintomática varia com idade, sexo, atividade sexual e presença de alterações no trato urinário. Em mulheres saudáveis, a prevalência de bacteriúria varia de 1 a 5% (antes da menopausa) a mais de 15% em idosas. Escherichia coli apresenta-se como o organismo mais comumente isolado de pacientes com bacteriúria assintomática, seguida por outras enterobactérias, Pseudomonas aeruginosa, enterococos, estreptococos do grupo B e Staphylococcus saprophyticus. O diagnóstico da bacteriúria assintomática é feito por meio de cultura de urina coletada com técnica asséptica. A amostra deve ser enviada ao laboratório no período de até 15 minutos, caso contrário, pode permanecer refrigerada a 4°C por até 24 horas. O valor significativo da bacteriúria depende da amostra, uma vez que a porção distal da uretra é colonizada por bactérias. Dessa forma, uma amostra coletada do jato médio da micção é considerada positiva para bacteriúria assintomática quando crescem pelo menos 100.000 unidades formadoras de colônias (105 UFC/ml) em duas amostras consecutivas; já a urina coletada por cateterismo uretral quando da presença de pelo menos 100 UFC/ ml é considerada positiva. O teste com tiras reagentes (dipstick) feito em uma amostra simples de urina é barato e prático, porém não tem valor para o diagnóstico de infecção urinária em pacientes assintomáticos. O resultado positivo (traços ou mais) na pesquisa de esterase leucocitária na tira reagente tem sensibilidade de 75% a 96% e especificidade de 94 a 98% para o diagnóstico de leucocitúria. No entanto, leucocitúria não é específica de infecção urinária, podendo ser decorrente de outras inflamações genitourinárias ou contaminação da amostra. O mesmo é observado para o teste do nitrito, no qual limitações ocorrem em virtude de patógenos não produtores de nitrito, atrasos entre a obtenção e teste das amostras e tempo insuficiente desde a última micção e obtenção da amostra para que níveis detectáveis de nitrito apareçam. https://www.rbac.org.br/artigos/diagnostico-laboratorial-das-infeccoes-urinarias-relacao-entre-urocultura-e-o-eas/#:~:text=A%20triagem%20para%20o%20diagn%C3%B3stico,avalia%20cor%2C%20aspecto%20e%20dep%C3%B3sito https://www.rbac.org.br/artigos/diagnostico-laboratorial-das-infeccoes-urinarias-relacao-entre-urocultura-e-o-eas/#:~:text=A%20triagem%20para%20o%20diagn%C3%B3stico,avalia%20cor%2C%20aspecto%20e%20dep%C3%B3sito https://www.rbac.org.br/artigos/diagnostico-laboratorial-das-infeccoes-urinarias-relacao-entre-urocultura-e-o-eas/#:~:text=A%20triagem%20para%20o%20diagn%C3%B3stico,avalia%20cor%2C%20aspecto%20e%20dep%C3%B3sito https://www.rbac.org.br/artigos/diagnostico-laboratorial-das-infeccoes-urinarias-relacao-entre-urocultura-e-o-eas/#:~:text=A%20triagem%20para%20o%20diagn%C3%B3stico,avalia%20cor%2C%20aspecto%20e%20dep%C3%B3sito https://www.rbac.org.br/artigos/diagnostico-laboratorial-das-infeccoes-urinarias-relacao-entre-urocultura-e-o-eas/#:~:text=A%20triagem%20para%20o%20diagn%C3%B3stico,avalia%20cor%2C%20aspecto%20e%20dep%C3%B3sito https://www.rbac.org.br/artigos/diagnostico-laboratorial-das-infeccoes-urinarias-relacao-entre-urocultura-e-o-eas/#:~:text=A%20triagem%20para%20o%20diagn%C3%B3stico,avalia%20cor%2C%20aspecto%20e%20dep%C3%B3sito https://www.scielo.br/j/jbpml/a/VsLw3W9WQywtPN564PxCkWC/?lang=pt https://www.scielo.br/j/jbpml/a/VsLw3W9WQywtPN564PxCkWC/?lang=pt 3 Laís Flauzino | NEFROLOGIA | 7°P MEDICINA A infecção do trato urinário apresenta-se como um problema clínico comum entre mulheres portadoras do diabetes mellitus. Tais mulheres apresentam maior frequência de infecções sintomáticas quando comparadas àquelas não portadoras de diabetes. As infecções urinárias neste mesmo grupo são, em geral, mais graves, com elevada frequência de bacteriemia e envolvimento renal bilateral, aumentando, portanto, o risco de hospitalização por pielonefrite. A bacteriúria assintomática apresenta-se com uma frequência três vezes maior em pacientes com diabetes mellitus do que quando comparada às mulheres sem esta condição clínica. Portanto, o rastreamento e tratamento da bacteriúria assintomática surgem como medidas direcionadas à prevenção de infecção sintomática, especialmente a pielonefrite e as complicações do trato urinário. O tratamento da bacteriúria assintomática em mulheres portadoras de diabetes mellitus não reduz complicações oriundas de infecção urinária sintomática. Desta forma, a presença do diabetes não se constitui como uma indicação para o rastreamento e tratamento da bacteriúria assintomática. https://amb.org.br/files/ans/bacteriuria_assintomatic a.pdf 4. O QUE SIGNIFICA NITRITO POSITIVO NO EAS? O nitrito positivo na urina sugere infecção urinária, entretanto, para confirmar a presença da infecção, é necessário realizar urocultura. A urina é rica em nitratos. A presença de bactérias na urina transforma os nitratos em nitritos. https://medicoresponde.com.br/o-que-pode-ser-e- como-tratar-nitrito-positivo-na-urina/ A infecção do trato urinário (ITU) é uma das mais comuns na clínica médica. Os testes que utilizam tiras reagentes detectam significativamente mais infecções por bactérias gram-negativas do que por espécies gram-positivas, uma vez que o teste de nitrito não revela a presença de patógenos gram-positivos em muitos casos. O teste de nitrito positivo requer a presença de nitratos na urina, bactérias em quantidades suficientes capazes de converter nitratos em nitritos e condições adequadas (isto é, tempo suficiente) para que essa conversão ocorra. O teste das tiras reagentes para bacteriúria (teste de Greiss) fundamenta-se na medida indireta de bactérias redutoras do nitrato a nitrito. Segundo Murray et al. (16), para a maioria dos BGN, incluindo E. coli, essa conversão ocorre em 99%-100% dos casos. Já para CGP, ainda não está bem estabelecida, dependendo muito da espécie bacteriana. Franz e Hörl(8) relataram que a utilidadedesse teste está restrita às enterobactérias, para as quais o resultado é positivo. Entretanto, em muitos casos, encontramos resultado de nitrito positivo e infecção por CGP. Os pacientes geralmente são tratados com base na suspeita clínica. Uma prática comum entre os médicos é relacionar sintomatologia de ITU com resultado de nitrito positivo na tira reagente com infecção por BGN. As vantagens em utilizar o nitrito urinário são o baixo custo, a rapidez com que os resultados tornam-se disponíveis e sua habilidade para categorizar os pacientes em dois grupos distintos, nitrito positivo ou negativo(12). A enzima nitrato redutase, que reduz o nitrato a nitrito, está presente nos coliformes, mas não em outras bactérias como S. saprophyticus e enterococos. https://www.scielo.br/j/jbpml/a/VsLw3W9WQywtPN5 64PxCkWC/?lang=pt 5. QUAIS BACTÉRIAS MAIS COMUNS NA ITU? A causa infecciosa na maior parte das vezes é bacteriana, podendo porém, ser causada por fungos. Quando adquirida na comunidade, a ITU é geralmente causada pela bactéria Escherichia coli (70% a 85% dos casos), seguido por outros tipos como o Staphylococcus saprophyticus, espécies de Proteus e de Klebsiella e o Enterococcus faecalis. Já quando adquirida em ambiente hospitalar, os agentes são bastante diversificados, predominando as enterobactérias, embora a E. coli também seja uma das mais frequentes. https://www.sbn.org.br/orientacoes-e- tratamentos/doencas-comuns/infeccao- urinaria/#:~:text=Quando%20adquirida%20na%20c omunidade%2C%20a,Klebsiella%20e%20o%20Enter ococcus%20faecalis. 6. QUANDO TRATAR UMA BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA? Há pouca evidência de que o tratamento de rotina da bacteriúria assintomática seja necessário, exceto nas seguintes condições: • gravidez: rastreamento diminui pielonefrite e deve ser oferecido no 1º e 3º trimestre; • necessidade de cirurgia ou de instrumentação do trato urinário (ressecção transuretral da próstata ou outro procedimento urológico em que possa ocorrer sangramento de mucosa). Não está indicado rastreamento ou tratamento da bacteriúria assintomática em indivíduos diabéticos, idosos, institucionalizados, com cateter vesical ou lesão raquimedular. Bacteriúria assintomática é definida como o isolamento de uma contagem específica de espécimes bacterianos na urina de um indivíduo sem sinais ou sintomas de infecção do trato urinário. https://amb.org.br/files/ans/bacteriuria_assintomatica.pdf https://amb.org.br/files/ans/bacteriuria_assintomatica.pdf https://medicoresponde.com.br/o-que-pode-ser-e-como-tratar-nitrito-positivo-na-urina/ https://medicoresponde.com.br/o-que-pode-ser-e-como-tratar-nitrito-positivo-na-urina/ https://www.scielo.br/j/jbpml/a/VsLw3W9WQywtPN564PxCkWC/?lang=pt https://www.scielo.br/j/jbpml/a/VsLw3W9WQywtPN564PxCkWC/?lang=pt https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/doencas-comuns/infeccao-urinaria/#:~:text=Quando%20adquirida%20na%20comunidade%2C%20a,Klebsiella%20e%20o%20Enterococcus%20faecalis https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/doencas-comuns/infeccao-urinaria/#:~:text=Quando%20adquirida%20na%20comunidade%2C%20a,Klebsiella%20e%20o%20Enterococcus%20faecalis https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/doencas-comuns/infeccao-urinaria/#:~:text=Quando%20adquirida%20na%20comunidade%2C%20a,Klebsiella%20e%20o%20Enterococcus%20faecalis https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/doencas-comuns/infeccao-urinaria/#:~:text=Quando%20adquirida%20na%20comunidade%2C%20a,Klebsiella%20e%20o%20Enterococcus%20faecalis https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/doencas-comuns/infeccao-urinaria/#:~:text=Quando%20adquirida%20na%20comunidade%2C%20a,Klebsiella%20e%20o%20Enterococcus%20faecalis 4 Laís Flauzino | NEFROLOGIA | 7°P MEDICINA A piúria pode ser associada à bacteriúria assintomática, mas não deve indicar o tratamento com antibioticoterapia. O tratamento da bacteriúria assintomática deve ser baseado na sensibilidade aos antibióticos conforme o resultado da cultura e antibiograma. Nos casos de pré-operatório de procedimentos urológicos com risco de sangramento mucoso, recomenda-se antibioticoterapia logo antes da cirurgia (início até 72 horas antes). O tratamento não costuma ser continuado após o procedimento. Na gestação, o rastreamento deverá ser realizado no 1º e 3º trimestre. Se o exame for positivo, mesmo em amostra única, deve-se tratar. A duração do tratamento não é consenso, com recomendações de manter de 3 a 7 dias. Deve-se repetir a urocultura após 7 dias do fim do tratamento. Se negativo, repetir a urocultura mensalmente até o fim da gestação. Se novo exame positivo (casos de recorrência ou falha), deve-se tratar conforme a cultura e os testes de sensibilidade. Não se recomenda antibioticoprofilaxia para bacteriúria assintomática recorrente, pois não há evidência que justifique essa prática. https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/bacteri uria/#:~:text=O%20tratamento%20da%20bacteri%C 3%BAria%20assintom%C3%A1tica,in%C3%ADcio%2 0at%C3%A9%2072%20horas%20antes). 7. QUAIS ANTIBIÓTICOS (NOME, CLASSE E VIA DE AÇÃO) PARA TRATAMENTO DE CISTITE E QUAIS PARA PIELONEFRITE? Cistite não complicada Primeira linha Agências como a Anvisa, a FDA e a EMA restrigiram o uso de quinolonas em casos de cistite não complicada, após novos estudos demonstrarem possíveis efeitos adversos graves (principalmente do sistema nervoso e sistema musculoesquelético). Portanto, os antibióticos de primeira linha atualmente são: Nitrofurantoína: • Classe: nitroimidazólico • Nome comercial: macrodantina®, nitrofen® • Apresentação: 100mg • Via: oral • Posologia: 100mg, 6/6h, por 7-10 dias • Observações: contraindicado em pacientes com anúria, oligúria ou ClCr < 60mL/min/1,73m² Sulfametoxazol + trimetropim • Classe: sulfonamida + diamino-pirimidina • Nome comercial: bactrim®, bacfar®, bacsulfaprim®, bacteracin®, infectrin® • Apresentação: 400mg+80mg; 800mg+160mg • Via: oral • Posologia: 800+160mg, 12/12h, por 3 dias • Observações: Atenção para alérgicos à Sulfonamidas. Fosfomicina • Nome comercial: Monuril®, Belemina®, Traturil® • Apresentação: 5,631g (grânulo), equivalente a 3g de Fosfomicina • Via: Oral • Posologia: 3g, VO, dose única • Diluição: dissolver em 50-75mL e mexer • Observações: Preferencialmente de estômago vazio, à noite, antes de deitar Segunda linha Norfloxacina • Classe: Fluoroquinolona • Nome comercial: Neofloxin®, Floxamox®, Norxacin®, Quinoform® • Apresentação: 400mg • Via: Oral • Posologia: 400mg, 12/12h, por 3 dias Ciprofloxacina • Classe: Fluoroquinolona • Nome comercial: Cipro®, Proxacin®, Proflox®, Quinolox®, Besflox® • Apresentação: 250mg • Via: Oral • Posologia: 250mg, 12/12h, por 3 dias Cefuroxima • Classe: Cefalosporina de segunda geração • Nome comercial: Zinnat® • Apresentação: Pó para suspensão oral: 50mg/mL. • Via: Oral • Posologia: 125mg (2,5mL), 12/12h, por 7 dias • Observações: Existe comprimido revestido de 250mg, se único disponível, não partir Amoxicilina + Clavulonato • Classe: Aminopenicilina + Inibidor da Beta- lactamase • Nome comercial: Uciclav®, Lânico®, Sigma- Clav®,Sigma-Clav BD®, Clavulin®, Clavulin BD®, Clavulin ES®, Novamox®, Policlavumoxil®, Policlavumoxil BD®, Sinot Clav®, Claxam® • Apresentação: 500mg+125mg • Via: Oral • Posologia: 500mg, 8/8h, por 5-7 dias Pielonefrite não complicada Lembrar de internar todos os pacientes, salvo mulher jovem não-grávida sem comorbidades, nesses casos pode se considerar tratamento ambulatorial. Se ambulatorial, prescrever os seguintes antibióticos (lembrar de reavaliar a paciente): • Ciprofloxacina 500 mg VO 12/12h por 7-10 dias, ou • Norfloxacina 400mg VO 12/12h por 7-10 dias, ou • Levofloxacina 750 mg VO 1x ao dia por 7-10 dias https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/bacteriuria/#:~:text=O%20tratamento%20da%20bacteri%C3%BAria%20assintom%C3%A1tica,in%C3%ADcio%20at%C3%A9%2072%20horas%20anteshttps://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/bacteriuria/#:~:text=O%20tratamento%20da%20bacteri%C3%BAria%20assintom%C3%A1tica,in%C3%ADcio%20at%C3%A9%2072%20horas%20antes https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/bacteriuria/#:~:text=O%20tratamento%20da%20bacteri%C3%BAria%20assintom%C3%A1tica,in%C3%ADcio%20at%C3%A9%2072%20horas%20antes https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/bacteriuria/#:~:text=O%20tratamento%20da%20bacteri%C3%BAria%20assintom%C3%A1tica,in%C3%ADcio%20at%C3%A9%2072%20horas%20antes 5 Laís Flauzino | NEFROLOGIA | 7°P MEDICINA Se flora comunitária tiver uma prevalência de resistência às fluoroquinolonas > 10%, incluir dose única de Ceftriaxone 1g IV ou IM. A prescrição em casos de internamento abaixo, lembrar de transicionar para via oral assim que possível, com base na cultura e resposta clínica: Primeira linha Ciprofloxacina • Classe: Fluoroquinolona • Nome comercial: Cipro® • Apresentação: 400mg • Via: Intravenosa • Posologia: 400mg, IV, 12/12 horas por 7-10 dias Levofloxacina • Classe: Fluoroquinolona • Nome comercial: Tamiran®, Lovotac®, Levaflox® • Apresentação: 5mg/ml • Via: Intravenosa • Posologia: 750mg, IV, 1x ao dia por 7-10 dias Segunda linha Ceftriaxone • Classe: Cefalosporina de terceira geração • Nome comercial: Rocefin® • Apresentação: 1000mg • Via: Intravenosa • Posologia: 1g, IV, 12/12h por 7-10 dias Cefuroxima • Classe: Cefalosporina de segunda geração • Nome comercial: Zinacef®, Keroxime®, Zencef®, Monocef® • Apresentação: 750mg • Via: Intravenosa • Posologia: 750mg, 8/8h, por 7 dias https://www.sanarmed.com/infeccao-do-trato- urinario-itu-nao-complicada-como-prescrever-os- principais-antibioticos-yellowbook Cistite aguda não complicada na criança: As ITU sintomáticas não complicadas do trato urinário inferior são tratadas com medicação oral, devendo-se dar preferência sequencialmente a cefalexina, ácido nalidíxico (em fase de retirada do mercado), cefadroxila, nitrofurantoína, amoxicilina-clavulanato, mantidos por 3 dias (Tabela 24.2). Se houver necessidade, pela ocorrência de resistência e consequente falha na cura, já conhecido o antibiograma, outras medicações poderão ser utilizadas. Alguns autores recomendam, em crianças até 5 ou 6 anos, após o tratamento do episódio agudo, principalmente na ocorrência de febre, manter profilaxia até a realização dos estudos de imagem, como a cistouretrografia miccional (CUGM), pela preocupação com o RVU. Cistite não complicada na mulher jovem: Nas cistites não complicadas, não se necessita de culturas de urina geralmente, já que a bactéria prevalente nessa condição é a E. coli e sua sensibilidade a antimicrobianos menos “potentes” que as fluoroquinolonas é previsível. As culturas de urina devem ser reservadas para infecções sintomáticas graves ou complicadas e, principalmente, para bactérias pouco comuns (p. ex., Pseudomonas sp). As fluoroquinolonas, pela recomendação da Food and Drug Administration (FDA), devem ser reservadas como última opção para o tratamento de qualquer condição infecciosa grave, em virtude de seus efeitos colaterais cumulativos e potencialmente persistentes, afetando tendões, músculos, articulações, nervos e o sistema nervoso central. Riella, Miguel C. Princípios de Nefrologia e Distúrbios Hidroeletrolíticos, 6ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2018. 8. QUAIS COMPLICAÇÕES PODE-SE TER EM UMA ITU? As complicações possíveis da ITU complicada incluem bacteremia, sepse, disfunção orgânica sistêmica, choque e/ou falência renal. Tais complicações são mais prováveis de ocorrer em pacientes com obstrução ou instrumentação recente em vias urinárias, e em pacientes idosos ou diabéticos. https://pebmed.com.br/infeccao-do-trato-urinario- complicada/?utm_source=artigoportal&utm_mediu m=copytext 9. O QUE É ITU DE REPETIÇÃO? Define-se ITU de repetição como infecção comprovada por urinocultura que tenha ocorrido pelo menos duas vezes em seis meses ou três vezes em um ano. https://pebmed.com.br/como-abordar-infeccao-do- trato-urinario-de-repeticao-em- mulheres/#:~:text=Define%2Dse%20ITU%20de%20r epeti%C3%A7%C3%A3o,de%20ITU%20recorrente% 20nessa%20popula%C3%A7%C3%A3o. https://www.sanarmed.com/infeccao-do-trato-urinario-itu-nao-complicada-como-prescrever-os-principais-antibioticos-yellowbook https://www.sanarmed.com/infeccao-do-trato-urinario-itu-nao-complicada-como-prescrever-os-principais-antibioticos-yellowbook https://www.sanarmed.com/infeccao-do-trato-urinario-itu-nao-complicada-como-prescrever-os-principais-antibioticos-yellowbook https://pebmed.com.br/infeccao-do-trato-urinario-complicada/?utm_source=artigoportal&utm_medium=copytext https://pebmed.com.br/infeccao-do-trato-urinario-complicada/?utm_source=artigoportal&utm_medium=copytext https://pebmed.com.br/infeccao-do-trato-urinario-complicada/?utm_source=artigoportal&utm_medium=copytext https://pebmed.com.br/como-abordar-infeccao-do-trato-urinario-de-repeticao-em-mulheres/#:~:text=Define%2Dse%20ITU%20de%20repeti%C3%A7%C3%A3o,de%20ITU%20recorrente%20nessa%20popula%C3%A7%C3%A3o https://pebmed.com.br/como-abordar-infeccao-do-trato-urinario-de-repeticao-em-mulheres/#:~:text=Define%2Dse%20ITU%20de%20repeti%C3%A7%C3%A3o,de%20ITU%20recorrente%20nessa%20popula%C3%A7%C3%A3o https://pebmed.com.br/como-abordar-infeccao-do-trato-urinario-de-repeticao-em-mulheres/#:~:text=Define%2Dse%20ITU%20de%20repeti%C3%A7%C3%A3o,de%20ITU%20recorrente%20nessa%20popula%C3%A7%C3%A3o https://pebmed.com.br/como-abordar-infeccao-do-trato-urinario-de-repeticao-em-mulheres/#:~:text=Define%2Dse%20ITU%20de%20repeti%C3%A7%C3%A3o,de%20ITU%20recorrente%20nessa%20popula%C3%A7%C3%A3o https://pebmed.com.br/como-abordar-infeccao-do-trato-urinario-de-repeticao-em-mulheres/#:~:text=Define%2Dse%20ITU%20de%20repeti%C3%A7%C3%A3o,de%20ITU%20recorrente%20nessa%20popula%C3%A7%C3%A3o
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