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Análise de Sistemas de Potência Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Elvis Luiz dos Santos Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento Sistemas Trifásicos Simétricos, Assimétricos e Medição de Potências • Sistemas Trifásicos Simétricos ou Assimétricos com Cargas Desequilibradas; • Medida de Potência em Sistemas Trifásicos; • Regime de Cargas Desequilibradas. • Estudar sobre os sistemas simétricos, assimétricos e teorema de Blondel. OBJETIVO DE APRENDIZADO Sistemas Trifásicos Simétricos, Assimétricos e Medição de Potências Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Sistemas Trifásicos Simétricos, Assimétricos e Medição de Potências Sistemas Trifásicos Simétricos ou Assimétricos com Cargas Desequilibradas Sistema trifásico simétrico é aquele em que o gerador fornece tensões de mesmo módulo e defasagem de 120° entre fases, enquanto que no sistema assimétrico as tensões fornecidas têm fases e módulos desconhecidos, alimentando um conjunto de cargas com um valor de tensão conhecido. Aplicando esse conceito a um circuito elétrico, composto por um gerador desco- nhecido, conectado a uma carga trifásica desequilibrada (impedâncias diferentes co- nectadas ao gerador) ligada em estrela e com o centro da estrela ligada ao terra (refe- rencial) por uma impedância, podemos calcular a corrente que circula nas três fases. Para que possamos aproveitar melhor esta materia, segue algumas definições: • Sistema de tensões trifásico simétrico: é composto por três tensões senoi- dais de mesmo valor, defasados entre si em 120º; • Sistema de tensões trifásico assimétrico: é composto por um sistema trifá- sico que não atende aos critérios anteriormente citados, por exemplo, ter uma defasagem entre fases diferentes, uma da outra. Em resumo, o circuito trifásico está em equilíbrio se as três tensões senoidais tiverem a mesma amplitude, a frequência; se a defasagem entre fases for a mesma e as correntes na carga também estiverem em equilíbrio. • Linha ou rede trifásica desequilibrada: é um sistema em que se verifica al- gum equilíbrio, seja na tensão, corrente ou carga; • Carga trifásica em equilíbrio: arranjo de impedâncias ligadas as três fases, com valores de impedância iguais, ligadas em estrela ou triângulo; • Carga trifásica desequilibrada: carga trifásica em estrela (Y) ou triângulo (Δ) em que não se verifica pelo menos umas das condições de equilíbrio. Para analisar e exemplificar o comportamento desses sistemas, vamos fazer a análise de um gerador trifásico (não importando fechamento das bobinas) conectado a uma carga, configurado em estrela com impedâncias diferentes ou desequilibradas. 8 9 GE RA DO R T RI FÁ SI CO A’ N’ B’ C’ ZN ZCZB ZA Figura 1 – Gerador conectado a carga em estrala Para este circuito, temos: + + = + � �� � � � � ' ' -1 ' ' - ' 1 ' A NA N A NA B B N B N N N N B N N N N CC CNC N N Z Z Z Z Z Z V VI I Z V V I V V Z Z Z Z Z Z Para a determinação das correntes, temos: = + = + = + ' ' ' A N A A N N B N B B N N C N C C N N I Z I Z I Z I Z I Z I Z V V V ¢ ¢ - - - A N N A N A A BN N B N B B C N N C N C C Z I I Z Z Z I Z Z Z I I V V I V Z Z 9 UNIDADE Sistemas Trifásicos Simétricos, Assimétricos e Medição de Potências Medida de Potência em Sistemas Trifásicos Quando estudamos os sistemas elétricos de potência, precisamos conhecer o valor da potência elétrica que se origina basicamente do produto da tensão aplicada pela corrente que circula no circuito elétrico, P (w) =VxI. A potência elétrica é a capacidade de se produzir um trabalho elétrico em um determinado tempo para o levantamento da potência de um circuito trifásico que é o objetivo de nosso estudo, precisamos levar em consideração as defasagens exis- tentes entre as fases deste sistema elétrico. Devido a estas especificidades impostas pelo sistema trifásico, a análise da po- tência em sistemas trifásicos é dividida em: Potência Aparente (VA) Potência Ativa (VV) Potência Reativa (VAr) � Figura 2 – Triângulo da Potência P – Potência ativa (W) é a parte da potência que realmente realiza um trabalho elétrico. 3 P xV xI xcosϕ= Q – Potência reativa (VAr) é a parte da energia utilizada para formar e manter o campo eletromagnético. 3 Q xV xI x senϕ= S – Potência aparente (VA) é a potência máxima em um determinado tempo. 2 2S P Q= + A determinação da potência em um sistema trifásico se dá pelo uso de um wat- tímetro que, normalmente, é um equipamento de medida em sistemas monofásicos e que, nos sistemas trifásicos, é utilizado em configurações específicas. Devemos lembrar que as fases do sistema trifásico estão defasadas umas das outras e, por isso, o wattímetro a ser utilizado deve ser do tipo eletrodinâmico, que possuem duas bobinas, uma fixa e outra móvel, uma fica responsável pela medição da tensão e a outra pela medida da corrente. 10 11 Figura 3 – Wattímetro trifásico Fonte: Reprodução Nos sistemas trifásicos desequilibrados, as diferentes cargas podem estar distri- buídas de forma aleatória, consumindo corrente de forma diferente das fases do sistema, por este motivo a potência total do sistema trifásico é a soma das potencias de cada uma das fases. Figura 4 – Ligação de cargas diferentes no sistema trifásico Fonte: Adaptado de fe.up.pt A potência de uma carga trifásica é obtida a partir da potência de cada fase. Regime de Cargas Desequilibradas Num sistema trifásico com quatro fios (3 fases + neutro), o valor da potência instantânea é igual ao somatório do produto, para cada fase, do valor instantâ- neo da tensão simples pelo valor instantâneo da intensidade de corrente na linha: p = uR·iR + uSiS + uT·iT. A soma da medida de potência ativa indicada por cada um dos wattímetros é o valor médio da potência elétrica no ponto do circuito: P = {W1} + {W2} + {W3}. 11 UNIDADE Sistemas Trifásicos Simétricos, Assimétricos e Medição de Potências R S T N CA RG A iT iS iR uR uS uT Figura 5 – Formade ligação das bobinas do wattímetro Fonte: Adaptado de fe.up.pt N CA RG AT S W1 W2 W3 R Figura 6 – Wattímetros ligados no sistema 4 fios Fonte: Adaptado de fe.up.pt Em um sistema trifásico de quatro fios, o wattímetro é conectado como na Figura 6,as bobinas de corrente do wattímetro são conectadas em série e as bobi- nas de tensão em paralelo com as entradas em comum ao neutro. R R iR iS W1 W2 iT S S T TC AR GA CA RG A u R uT uT uS Figura 7 – Ligação do wattímetro em um sistema de três fios Fonte: Adaptado de fe.up.pt No sistema de três fios, as bobinas de corrente do wattímetro estão ligadas em série com as fases e as bobinas de tensão são conectadas entre as fases, sem ponto 12 13 comum. Precisamos usar esse arranjo de wattímetros, pois o sistema tem cargas desequilibradas, onde a corrente de cada fase é diferente entre si. Quando analisamos um sistema onde as cargas conectadas são equilibradas, ou seja, as fases têm uma distribuição uniforme das cargas e, por consequência, a cor- rente de cada uma tem valores bem aproximados, não se faz necessário a medição de cada fase à parte. No sistema de cargas equilibradas, a medição é realizada apenas em uma fase como na Figura 8. R S T N CA RG A W Figura 8 – Sistema com carga equilibrada Fonte: Adaptado de fe.up.pt As potências ativa, reativa e aparente fornecidas para uma carga trifásica equili- brada podem ser calculadas usando as expressões: 3 3 3 3 f f f f L L L L V I cos V I sin P Q V I cos V I sin θ θ θ θ = = S = 2 2P Q+ Na prática, a medição da potência de um sistema trifásico, independentemente do tipo de carga, se estiver equilibrada ou desequilibrada, pode ser feita com base no Teorema de Blondel, o qual foi desenvolvido em 1893 e trata do que segue: Teorema de Blondel A potência ativa em um sistema de ‘n’ fases pode ser medida por ‘n-1’ wattíme- tros, desde que as bobinas de tensão estejam ligadas na fase a qual não tem bobina de corrente de wattímetro. Desta forma, conclui-se que apenas 2 wattímetros são necessários para medir a potência total em circuitos trifásicos a 3 fios, equilibrados ou desequilibrados, desde que uma das fases não esteja conectada a uma bobina de corrente do wattímetro, conforme Figura 9. 13 UNIDADE Sistemas Trifásicos Simétricos, Assimétricos e Medição de Potências R S T Wattímetro 2 Wattímetro 1 CARGA TRIFÁSICA Figura 9 – Medição da potência pelo teorema de Blondel Para calcular a potência média total, reativa total, aparente e o fator de potência, tem-se: P PS Carga resistiva (W2=W1) Carga é indutiva (W2>W1) Carga é capacitiva (W2<W1) Q Q W W 3 2 2 22 11T T T T W W= = = + + ( ) Figura 10 Para calcular a potência média total, reativa total, aparente e o fator de potência, tem-se: ( ) 2 21 2 2 13T T T TP W W Q W W S P Q= + − = + Devemos observar que, caso a carga seja apenas resistiva, a potência é a mes- ma nos dois medidores (W2=W1) para as cargas indutivas W2>W1 e para cargas capacitivas W2<W1, isso se dá devido a defasagem causada por cada tipo de carga. 14 15 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Introdução à análise de circuitos BOYLESTAD, R. L.; DO NASCIMENTO, J. L. Introdução à análise de circuitos. Pearson Educación, 2004. (e-book) Análise de Circuitos em Engenharia HAYT JR, W. H.; KEMMERLY, J. E.; DURBIN, S. M. Análise de Circuitos em Engenharia-8. AMGH Editora, 2014. (e-book) Análise de circuitos elétricos MARIOTTO, P. A. Análise de circuitos elétricos. Prentice-Hall, 2003. (e-book) Circuitos elétricos NILSSON, J. W.; RIEDEL, S. A. Circuitos elétricos. 8 ed. São Paulo: Pearson, 2008. (e-book) Análise de circuitos: teoria e prática ROBBINS, A. H.; MILLER, W. C. Análise de circuitos: teoria e prática. São Paulo: Cengage Learning, 2010. (e-book) Vídeos Circuitos Trifásicos – Curso Eletricidade Básica https://youtu.be/LwvEcbyk2VA Leitura Sistemas trifásicos – medida de potência GUEDES, M. V. Sistemas Trifásicos – medida de potência. Texto de apoio aos trabalhos de Laboratório de Máquinas Eléctricas, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 1994. http://bit.ly/33WUfsi 15 UNIDADE Sistemas Trifásicos Simétricos, Assimétricos e Medição de Potências Referências ALBUQUERQUE, R. O. Circuitos em corrente alternada. São Paulo: Érica, 1997. BOYLESTAD, R. L. Introdução a análise de circuitos. 10. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2004. MAMEDE FILHO, J.; MAMEDE, D. R. Proteção de sistemas elétricos de potência. Rio de Janeiro: LTC, 2017. (e-book) MARIOTTO, P. A. Análise de circuitos elétricos. São Paulo: Prentice Hall, 2003. ________. Análise de circuitos elétricos. São Paulo: Prentice Hall, 2003. (e-book) NR10 – Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/ NR10.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2019 ROBBA, E. J.; SCHMIDT, H. P. Introdução a sistemas elétricos de potência: componentes simétricos. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1996. 2011. 467 p. ________. Introdução a sistemas elétricos de potência: componentes simétricos. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2010. 16
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