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TÍTULO DO RELATÓRIO: Erros e medidas, o uso do paquímetro. ALUNOS: Alexandre Paiva de Andrade Franciane Silva Ribeiro Gomes Gênison Silva de Freitas Laiane Azevedo Ernesto 1. INTRODUÇÃO Erros em medições são quase inevitáveis em qualquer tipo de questão científica, eles podem aparecer principalmente durante a coleta de dados. Em um experimento os erros de medição é a diferença entre um valor observado e o valor real de algo. Os erros sistemáticos estão geralmente associados aos instrumentos em si, já os erros aleatórios estão associados as pessoas que o medem, ele afeta principalmente a precisão, que é a reprodutibilidade da mesma medição em circunstâncias equivalentes. No presente relatório iremos demonstrar um experimento feito no laboratório de mecânica clássica utilizando o paquímetro para medições das arestas de um paralelepípedo de madeira, onde calculamos o volume total do objeto e analisamos os dados de desvio padrão, precisão e exatidão do equipamento de medida. 2. PROBLEMA Medir é uma ação que não só faz parte do meio científico, fazemos medições desde crianças, essa ação está relativamente ligada no nosso cotidiano e desperta a curiosidade dos humanos desde os primórdios. Quem nunca quis saber sua altura correta? O tamanho certo de um objeto? Essas e outras perguntas fazem com que cada dia mais surja novos equipamentos com altas precisões de medidas para que possamos saber o valor real das coisas. Entretanto, os erros de medição estão presentes até nos experimentos científicos mais complexos. O paquímetro por exemplo, é uma ferramenta de medição de alta precisão cuja seus resultados são dados em milímetros e nônios, porém, mesmo com o uso desse equipamento altamente preciso ainda surgem dúvidas como “O paquímetro é o equipamento ideal para esse tipo de experimento?”, “Seu desvio padrão é menor do que quando se é comparado aos outros instrumentos de medida ou não?”, “Ele é adequado até que ponto para medições de objetos?”. 3. REFERENCIAL TEÓRICO As determinações experimentais envolvem medidas e como as medidas estão sempre sujeitas a alguma incerteza, é preciso fazer-se alguma estimativa dessas incertezas antes que os resultados possam ser interpretados ou usá- los. Assim, quando medimos uma grandeza um certo número de vezes, os valores obtidos provavelmente não serão idênticos devido aos erros experimentais. (UFBA, 2013). No experimento, o objeto medido tem o formato de um paralelepípedo, que é considerado um sólido geométrico, pois é formado por três dimensões. Em razão dessa característica, possui volume, que é a quantidade de espaço que o corpo ocupa ou a capacidade que ele possui de armazenar substâncias. O cálculo do volume de um paralelepípedo é dado por: V = b*h*c (1) Onde, V: é o volume, b: é a base, h: é a altura e c: é o comprimento. Com base nesses pensamentos, após as medições do paralelepípedo, se faz necessário entender os conceitos de média aritmética e desvio padrão que serão utilizados na aplicação do experimento para fazer a análise dos resultados obtidos. A média aritmética simples é a mais utilizada no nosso dia-a-dia. É obtida dividindo-se a soma das observações pelo número delas. É um quociente geralmente representado pelo símbolo Se tivermos uma série de n valores de uma variável x, a média aritmética simples será determinada pela expressão: (2) O desvio padrão (comumente representado pela letra grega σ) é uma medida que expressa o grau de dispersão de um conjunto de dados. Ou seja, o desvio padrão indica o quanto um conjunto de dados é uniforme. Quanto mais próximo de 0 for o desvio padrão, mais homogêneo são os dados. O desvio padrão é calculado usando-se a seguinte fórmula: (3) Sendo, ∑: símbolo de somatório. Indica que temos que somar todos os termos, desde a primeira posição (i=1) até a posição n. xi: valor na posição i no conjunto de dados. MA: média aritmética dos dados. n: quantidade de dados. 4. METODOLOGIA 4.1. Materiais Para realização do experimento foi utilizado os seguintes equipamentos e objetos: • Paquímetro • Paralelepípedo de madeira 4.2. Fundamentos Teóricos: O paquímetro O paquímetro também chamado de calibre é um instrumento de precisão muito usado em oficinas e laboratórios para: medidas de comprimentos, diâmetros de tarugos, diâmetro interno e externo de tubos, profundidades de furos, transformação de polegadas em milímetros e vice-versa. O paquímetro consta de uma régua (6), figura (1.1), a qual estão solidarias uma mandíbula (7) e uma orelha (1). Figura (1.1): Mostra as partes de um paquímetro. (Fonte: Google Fotos) A régua é geralmente graduada em polegadas (na parte superior) e em milímetros (na parte inferior). Ao longo da régua pode deslizar o cursor (9) no qual estão estampadas duas pequenas réguas (3) e (11), camadas nônio (ou vernier). O cursor tem um prolongamento superior, a orelha móvel (2), um prolongamento inferior, a mandíbula móvel (10), o impulsor (12), além de estar fixo a uma haste (14). O nônio é a parte mais importante do paquímetro. 4.3. O nônio O nônio é uma pequena régua cujas características determinam o grau de precisão do paquímetro. O nônio permite fazer, com exatidão, leituras de frações de milímetro. Pode ser construído com uma maior ou menor precisão, como 1=10 mm, 1=50 mm e até 1=100 mm. O princípio da construção do nônio é basicamente o seguinte: X milímetros da régua principal constituem o seu comprimento, o qual é dividido em n partes. Figura (1.2): Mostra as partes de um paquímetro 4.4. Equipamento sob medida: Paralelepípedo de madeira Utilizamos o paquímetro para medir as arestas desse paralelepípedo de madeira exatamente nessa posição, figura (1.3). Figura (1.3): Paralelepípedo de madeira (Fonte: Autoria Própria) 5. OBJETIVOS 5.1. Objetivos Geral Mostrar o porque do paquímetro ser o equipamento de medição mais utilizado em oficinas e laboratórios de mecânica nas universidades. 5.2. Objetivos Específicos Comparar as medidas realizadas com o paquímetro com outros instrumentos de medidas, como, a régua, fita e trena métrica e verificar a diferença dos desvios padrões entre eles. (Fonte: Google Fotos) 6. ANÁLISE DE DADOS 6.1. Dados do paquímetro Cada componente do grupo usou o paquímetro para as medições das arestas do paralelepípedo, esses foram os seguintes resultados obtidos, tabela (2.1). Tabela (2.1): Resultados obtidos das arestas do paralelepípedo. MEDIDAS COMPONENTES (mm) ALEXANDRE LAIANE FRANCIANE GÊNISON Base 79,50 79,85 79,80 79,80 Altura 34,55 34,50 34,60 34,50 Comprimento 100,70 100,70 100,20 100,40 Após as medições realizamos os cálculos a partir da equação (1) para encontrar o volume de cada respectivo componente, e assim obteve-se os resultados mostrados na tabela (2.2). Tabela (2.2): Volumes encontrados de cada componente. COMPONENTE TOTAL EM cm3 ALEXANDRE 276,595 cm3 GÊNISON 276,411 cm3 FRANCIANE 276,660 cm3 LAIANE 277,410 cm3 Posteriormente foi calculado a média entre os componentes a partir da equação (2). M= 𝟐𝟕𝟔,𝟓𝟗𝟓 +𝟐𝟕𝟔,𝟒𝟏𝟏+𝟐𝟕𝟔,𝟔𝟔𝟎+𝟐𝟕𝟕,𝟒𝟏𝟎 𝟒 M= 𝟏.𝟏𝟎𝟕,𝟎𝟕𝟔 𝟒 M= 276,769 cm3 ou 0,000276769 m3 Depois de encontrar o volume de cada componente e a média do volume entre eles, foi calculado o desvio padrão do paquímetro pela equação (3). 𝝈 = √ (𝟐𝟕𝟔, 𝟓𝟗𝟓 − 𝟐𝟕𝟔, 𝟕𝟔𝟗)𝟐 + (𝟐𝟕𝟔, 𝟒𝟏𝟏 − 𝟐𝟕𝟔, 𝟕𝟔𝟗)𝟐 + (𝟐𝟕𝟔, 𝟔𝟔𝟎 − 𝟐𝟕𝟔, 𝟕𝟔𝟗)𝟐 + (𝟐𝟕𝟕, 𝟒𝟏𝟎 − 𝟐𝟕𝟔, 𝟕𝟔𝟗)𝟐 𝟑 − 𝟏 𝝈 = √ 𝟎,𝟓𝟖𝟏 𝟐 = σ= √𝟎, 𝟐𝟗𝟎 σ= 0,538 cm3 6.2. Comparações de resultados Após obter os resultados do volume e do desvio padrão do paquímetro, foi comparado comos resultados de experimentos feitos com outros equipamentos de medidas, tais eles como a régua, a fita e a trena. A tabela (2.3) mostra a diferença entre os resultados obtidos das arestas do paralelepípedo quando foi medido com a régua e depois com o paquímetro quando apenas um componente do grupo mediu. Já a tabela (2.4) mostra a diferença entre as médias dos volumes obtidos quando foi medido por 3 instrumentos diferentes e o paquímetro. Na tabela (2.5) mostra por fim, os resultados dos desvios padrão quando se foi medido com todos os componentes, com 3 instrumentos e apenas um componente e todos os componentes com o paquímetro. Tabela (2.3): Medições do paralelepípedo com a régua e o paquímetro LAIANE Equipamento Base (cm) Altura (cm) Comprimento (cm) Régua 10 3,4 7,8 Paquímetro 10,07 3,45 7,98 Tabela (2.4): Média dos volumes obtidos por 3 equipamentos e o paquímetro VOLUME (cm3) 3 equipamentos Paquímetro Total 264,6 276,769 Tabela (2.5): Desvio padrão obtido do primeiro experimento e do paquímetro TCMCAR*1 UCMCTE*2 PAQUÍMETRO*3 σ= 4,6 cm3 σ= 8,61 cm3 σ= 0,538 cm3 *1 – Todos os componentes medindo com a régua. *2 – Um componente medindo com todos os equipamentos. *3 – Todos os componentes medindo com o paquímetro. Esses dados nos mostram que o paquímetro realmente é eficaz no uso de medições de objetos nos laboratórios e oficinas, sua precisão é quase perfeita, devido a possibilidade de medir em milímetros ele se saiu melhor do que a régua, trena e fita métrica nos testes feitos, obtendo sempre os melhores resultados e o menor desvio padrão entre eles. 7. CONCLUSÕES Concluímos a partir dessa prática que o paquímetro é o melhor instrumento para realizar as medições nos laboratórios e oficinas nas universidades, como visto no experimento com o paralelepípedo de madeira, o paquímetro se saiu melhor em todos os quesitos, isso se deve a sua capacidade de realizar as medições precisas em décimos de milímetros enquanto os outros instrumentos (régua, fita, trena) tem precisão apenas de centímetros e milímetros. Além do mais, com a análise de dados, foi percebido através dos cálculos que o desvio padrão do paquímetro é o menor entre todos os outros instrumentos de medição, tendo assim maior precisão e exatidão em sua medição nesse experimento. No entanto, percebemos que devido o seu tamanho ele possui algumas limitações, nesse experimento o paquímetro se fez bastante útil, mas se for levado em consideração, ocasiões onde seja preciso medir objetos maiores que ele, iremos notar que outros equipamentos serão mais eficazes do que ele. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Vuolo, J. H., "Fundamentos da Teoria de Erros", Ed Edgard Blúcher, São Paulo, 1992. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Textos de Laboratório: Teoria de Erros. Bahia, 2013. Toginho Filho, D. O., Zapparoli, F. V. D., Pantoja, J. C. S., Catálogo de Experimentos do Laboratório Integrado de Física Geral, Departamento de Física. Universidade Estadual de Londrina, Junho de 2010 João Baptista Domiciano, Klemensas Rimgaudas Juraltis, “Introdução à Física Experimental”, Departamento de Física, Universidade Estadual de Londrina, 2003.
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