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Doenças Tubulares e Intersticiais - Aula 02


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Aula 02 Patologia Especial III Pro, Taiane 
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Gabriela Monari T6 
 
Doenças tubulares e 
intersticiais 
 
A função do glomérulo é filtrar o sangue então tudo o que passa pela alça de henle e capilares dos 
glomérulos consequentemente vai para os túbulos → absorção e secreção. A maior das formas de lesão 
tubular envolve também o interstício portanto as doenças que afetam esses dois componentes são 
discutidas juntas 
O interstício renal tem numerosas estruturas que possui 
vasos sanguíneos onde ocorre vascularização, o tipo 
principal de lesão que ocorre no túbulos é a necrose das 
células epiteliais tubulares ou seja morte das células 
epiteliais tubulares que gera uma resposta inflamatória na 
região do interstício porque toda vez que eu tenho uma 
lesão no túbulo a resposta inflamatória é no interstício. 
Doenças renais tubulares e intersticiais: 
 Lesão tubular aguda (LTA): necrose das células 
epiteliais tubulares 
 Nefrite túbulo-intersticial: reação inflamatória danosa 
ocorre ao redor dos néfron especificamente no 
interstício, o processo inflamatório é exacerbado e 
danoso para o tecido que se encontra 
Qual a relação de uma doença tubular ou intersticial com 
uma injúria renal aguda ? as células epiteliais morrem por 
necrose se desprendem da parede do túbulo e caem no 
lúmen/luz tubular que é onde a urina está sendo formada 
conforme as células necrosadas se desprendem e caem na luz consequentemente obstruem o fluxo 
urinário levando a injúria renal aguda. 
Injúria Rena Aguda (IRA)/ Lesão Renal Aguda (LRA)/ Falência Rena Aguda: perda da função rápida renal, 
redução súbita e grave da função renal, TGF ≤ 400 ml/24h ( VR= 1,5L) e elevação de creatinina e ureia na 
urina. Frequentemente é reversível, depende da magnitude e duração da LAT. As vezes se faz dialise 
associado com correção dos fatores hemodinâmicos e isso favorece o processo de degeneração das células 
epiteliais tubulares que sofreram necrose. 
 
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Lesão Tubular Aguda (LTA) 
 
 
 
Etiologia: pode ser isquêmica ou tóxica 
 
Lesão tóxica → lesão tubular → necrose → células se descamam → obstrução do túbulo → diminuição da 
diurese → urina não consegue ser eliminada e fica armazenada no interior do túbulo → aumenta a pressão 
no interior do túbulo → pressiona a parede tubular → como resposta pode ocorrer um processo que se 
chama refluxo retrogrado/extravasamento do liquido para o interstício renal → edema intersticial → 
liquido no interstício → organismo responde disparando uma resposta inflamatória → nefrite intersticial → 
diminui TFG 
Lesão isquêmica → vasoconstrição → ativação SRA (Sistema Renina Angiotensina Aldosterona) → piora 
ainda mais a lesão → aumenta endotelina (vasoconstrição) → diminui TFG → diminui NO (oxido nítrico) e 
prostaciclinas (vasodilatadores) 
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Morfologia LTA isquêmica: 
 Necrose epitelial segmentar e múltipla + obstrução por cilindros hialinos e granulares no túbulo 
contorcido proximal e alça de henle. Cilindro hialino = agregação de mucoproteina (aparece em 
indivíduos saudáveis também) Mucoproteina = é uma substancias pegajosa quando tem células 
epiteliais elas se grudam nesses cilindros e viram cilindros granulares → isso pro paciente que tem 
falência renal aguda (IRA ou LRA) 
 Degeneração hidrópica: acúmulo de agua no citoplasma que ficam maiores isso é no começo da 
IRA que já começa ter redução pelo simples fato das células já estarem aumentadas a membrana 
rompe e ocorre degradação dessas células 
 Formação de grumos hialinos e cilindros eosinofílico: ocorre perda dos grânulos vão ocupando a 
luz tubular formando grumos hialinos e cilindros eosinofílico assim a passagem de ultrafiltrado fica 
prejudicada. 
 Necrose tubular aguda 
 
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Morfologia LTA tóxica: 
 Necrose epitelial contínua e extensa + obstrução por cilindros hialinos granulares na alça de henle: 
tendencia a envolver todos os néfrons 
 Anfotericina B: ocorre deposição de sais de Cálcio nas células que estão morrendo por necrose isso 
é uma característica especifica. 
 Aciclovir: pode gerar cristais durante o processo de degradação esses cristais começam a se 
precipitar na superfície das células epiteliais tubulares sendo que esses cristais são tóxicos e dispara 
ainda mais a morte das células, são exclusivos do aciclovir 
 Ciclosporina e Arsênico: não tem padrão morfológico especifico que indique qual o agente 
etiológico que está causando a morte por necrose das células, na ciclosporina o epitélio tem 
degeneração hidrópica e pode ocorrer necrose parecida com a isquêmica 
 
 A lesão tubular pós uso de medicamento pode surgir após duas semanas após a interrupção do 
medicamento e pode apresentar IRA até 40 dias depois que interrompeu o uso do medicamento, se 
você sabe que é por medicamento interromper o uso do medicamento de 2 a 3 meses e após a 
remoção do agente agressor o epitélio tem a capacidade de se regenerar dependendo da extensão da 
lesão que surgiu naquele rim. 
 
 
 
 
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Nefrite túbulo-intersticial 
Etiologia: 
 Fármacos: induzem uma resposta intersticial intensa em 71% dos casos 
 Infecções: pielonefrite bacterianas que geram uma resposta imune 
 Causas diversas: doenças autoimunes, fatores obstrutivos crônicos, neoplasias, doenças vasculares 
e glomerulopatias 
 
Fármacos: o medicamento foi ingerido é fragmentado e passa para a filtração no glomérulo → se ligam 
a membrana basal do glomérulo → a partir do momento que se liga se torna MTB (Imunogênico) e 
consequentemente dispara uma resposta inflamatória → reação de hipersensibilidade tardia OU 
formação de granuloma → ocorre no interstício com a evolução vai para os túbulos 
A ocasionada por fármacos tem padrões morfológicos inespecíficos é difícil definir a etiologia na 
biopsia → há células inflamatórias mas não dá para ver o agente etiológico na lâmina é necessário uma 
anamnese bem feita 
 
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No exame histológico, o interstício exibe edema e infiltração por células mononucleares, 
principalmente linfócitos e macrófagos, de intensidade variável, mas frequentemente acentuada. 
Eosinófilos e neutrófilos podem estar presentes muitas vezes, agrupados e em grande número; 
plasmócitos e mastócitos, em menor número, podem também estar presentes. A inflamação pode ser 
mais proeminente na medula, onde o agente agressor está geralmente concentrado. Com alguns 
medicamentos (p. ex., meticilina e tiazidas), podem ser vistos granulomas não necrosantes intersticiais. 
A “tubulite”, infiltração de túbulos por linfócitos, é comum. Graus variáveis de necrose tubular e 
regeneração estão presentes. Os glomérulos são normais, exceto em alguns casos produzidos por 
AINEs, quando a doença de lesão mínima e a síndrome nefrótica se desenvolvem concorrentemente Na 
nefropatia por analgésicos, as papilas podem mostrar vários estágios de necrose, calcificação, 
fragmentação e descamação 
Intenso infiltrado de linfócitosfrente ao uso de AINES → diminui prostaciclinas → vasoconstrição → IRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nefrite intersticial granulomatosa: onde está mais claro é o halo de linfócitos ao redor do granuloma, a 
nefrite intersticial pode lesionar os túbulos o que vai se tornar uma IRA 
 
 
 
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Glomerulonefrite Aguda pós Infecciosas 
1) Deposição de imunocomplexo em alças capilares, MBG e células mesangiais 
2) Hipercelularidade (leucócitos + proliferação mesangioendotelial) 
3) Oclusão das alças capilares 
4) Diminuição do fluxo da arteríola eferente 
5) Isquemia tubular 
6) NTA ( Necrose Tubular Aguda) 
7) IRA 
 
Lesões Vasculares 
 Nefrosclerose: deposição subendotelial de proteínas plasmáticas 
Nefrosclerose maligna: proliferação de células musculares lisas 
Ocorre estreitamento e oclusão da luz → isquemia → necrose → IRA 
** CORAÇÃO 
Injúria Renal Aguda (IRA) 
 
 
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Injúria Rena Aguda (IRA)/ Lesão Renal Aguda (LRA)/ Falência Rena Aguda: perda da função rápida renal, 
redução súbita e grave da função renal, TGF ≤ 400 ml/24h ( VR= 1,5L) e elevação de creatinina e ureia na 
urina. Frequentemente é reversível, depende da magnitude e duração da LAT. As vezes se faz dialise 
associado com correção dos fatores hemodinâmicos e isso favorece o processo de degeneração das células 
epiteliais tubulares que sofreram necrose. 
 Pré-renal: 55-60% é a mais comum e normalmente associada a alterações hemodinâmicas como 
hipovolemia, diminuição do DC (debito cardíaco), vasoconstrição renal (diminui a luz do vaso), 
hipercalcemia (pode levar uma resposta de vasoconstrição), falência hepática (albuminemia 
paciente cirrótico pode ter uma alteração na produção de albumina consequentemente isso 
diminui a pressão oncótica aumenta pressão hidrostática favorece o extravasamento do liquido 
plasmático para os tecidos), drogas (uso continuo de AINES → inibe COX2 inibe prostaglandina que 
faz vasodilatação consequentemente diminui vasodilatação renal causando vasoconstrição renal), 
queimadura grave e trauma. Não causa nenhuma lesão morfológica nos rins pois não há lesão no 
parênquima renal 
 Pós-renal: < 5% dos casos, obstrução do trato urinário, neoplasia do trato urinário, cálculos, 
tumores, hiperplasia da próstata, lesões obstrutivas. Raramente leva a lesões morfológicas nos rins 
pois raramente causa lesão no parênquima renal 
 Renal: Lesão no parênquima renal, 35 a 40% - Necrose tubular aguda (NTA) as causas podem ser de 
origem isquêmica que são as mesmas da IRA pré renal mas que persistem por um período 
prolongado de tempo passando então a ter alterações no parênquima renal OU de origem tóxica e 
nesse caso pode tóxica endógena e tóxica exógena 
▪ Tóxica endógena: algum fator do próprio organismo está causando mal as células 
tubulares como hemoglobinúria (lise de hemácias), transfusão sanguínea não 
compatível, eritroblastose fetal, paciente que tem malária a globina que tem alta 
concentração que está em contato com as células epiteliais dos túbulos e isso dispara a 
morte por necrose, rabdomiólise, lise das células musculares em algum trauma por 
esmagamento, globina em alta concentração nos rins é toxica para as células epiteliais 
tubulares 
▪ Toxica exógena: uso de determinados fármacos como antibióticos e antivirais causam 
agressão nefrotóxica. Uso de cocaína