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Aline Ruiz ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO E-book 3 Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 BREVE PANORAMA DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL ����������4 MÉTODO SINTÉTICO: ALFABÉTICO, FÔNICO E SILÁBICO �������������������������������12 MÉTODO ANALÍTICO: PALAVRAÇÃO, SENTENCIAÇÃO E GLOBAL DE CONTOS �������������������������������19 PROPOSTA DE PAULO FREIRE PARA A EDUCAÇÃO ��������������������������������26 CONSIDERAÇÕES FINAIS �����������������������31 SÍNTESE ������������������������������������������������������� 32 2 INTRODUÇÃO Até aqui você já estudou sobre os conceitos de al- fabetização e letramento e de que forma eles têm sido trabalhos conjuntamente nas últimas décadas. Além disso, estudamos sobre as principais teorias de alfabetização, a fim de conhecermos teóricos e suas proposições no campo da educação. Talvez você esteja se perguntando em como usar essas teorias em sala de aula; realmente, essa é uma pergunta que também tem motivado diversos autores em suas pesquisas. Ou ainda qual a melhor forma de alfabetizar. Como estudamos, não há exatamente uma forma única e correta, pois há muitas variáveis que podem transformar o trabalho docente. Nesta unidade, estudaremos sobre os métodos de alfabetização e conheceremos alguns outros teóricos que pensaram sobre esse assunto. Vamos lá? 3 BREVE PANORAMA DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL No Brasil, a partir do final do século 19, especialmen- te após a proclamação da República, a educação se tornou um dos destaques, mesmo que de forma ainda utópica, uma vez que a escola não era um es- paço para todos. Mortatti (2019) aponta que, nesse período, a escola se consolidou um espaço institucionalizado de pre- paro das novas gerações. A universalidade da escola se tornou uma importante bandeira de modernização e progresso do Estado-Nação. Assim, saber ler e escrever se tornou uma forma pri- vilegiada de aquisição do saber, do conhecimento e importante para o desenvolvimento social. Até então, a leitura e a escrita eram práticas que estavam res- tritas a poucas pessoas da sociedade e se dava de forma privada, uma vez que as aulas normalmente ocorriam dentro de casa ou nas poucas escolas do Império. A partir da proclamação, leitura e escrita passaram a ser obrigatórias na escola, a qual deveria ser laica e gratuita. Dessa forma, “caracterizando- -se como tecnicamente ensináveis, as práticas de leitura e escrita passaram a ser submetidas a ensino organizado, sistemático, metódico e intencional, de- 4 mandando, para isso, a preparação de profissionais especializados.” (MORTATTI, 2019). Um novo mundo se apresenta, aos cidadãos e ao governo, uma vez que a tônica desse período passa a ser a cultura letrada. Dessa maneira, cria-se a neces- sidade de pensar os métodos utilizados. Será neces- sário criar um método de alfabetização de crianças? Qual deles será o melhor? Essas questões se ligam diretamente à ideia do fracasso da alfabetização no Brasil, tema muito recorrente nos estudos de edu- cação. Afinal, temos os métodos, mas por que eles não são eficazes? A fim de compreender como se deu esse período na história da educação brasileira, Mortatti (2019) toma como exemplo São Paulo e as políticas que foram engendradas nessa província/estado, no que tange aos métodos de ensino inicial da leitura e da escrita desde o final do século 19. Para essa análise, a autora divide esse período em quatro momentos. Vamos analisar esses momentos mais detidamente para que entendamos como se deu esse processo no nosso país. O primeiro momento ela denomina como “a meto- dização do ensino da leitura”. No final do século 19, como observamos anteriormente, as escolas eram mantidas pelo Império, as quais eram muito precá- rias, não eram divididas em séries, o que demandava muito mais dos professores e alunos. O material também era muito precário, composto por livros produzidos ou editados na Europa. Normalmente, 5 começava-se o ensino com as “cartas de ABC” e, posteriormente, passava-se a ler e copiar documen- tos manuscritos. No que competia à leitura, utilizam-se métodos de marcha sintética, o qual vinha da parte para o todo: “da soletração (alfabético), partindo do nome das letras; fônico (partindo dos sons correspondentes às letras); e da silabação (emissão de sons), partindo das sílabas.” (MORTATTI, 2019). Assim, começava-se “o ensino da leitura com a apresentação das letras e seus nomes (método da soletração/alfabético) ou de seus sons (método fônico, “fonêmico” ou “fonemáti- co”), ou das famílias silábicas (método da silabação), sempre de acordo com certa ordem crescente de dificuldade.” (MORTATTI, idem). Já na escrita, ela se restringia à caligrafia e ortografia, sendo o ensino baseado em cópias e ditados. As primeiras cartilhas produzidas no Brasil no final do século 19 baseavam-se nos métodos de mar- cha sintética (de soletração, fônico e de silabação) e passaram por vários estados brasileiros durante muitas décadas. Em 1876, foi publicada em Portugal a Cartilha Maternal ou Arte da Leitura, escrita por João de Deus, um poeta português. A partir de 1880, o “método João de Deus” presente nessa cartilha passou a ser divulgado sistema- ticamente, especialmente em São Paulo e no Espírito Santo. Fugindo do que se seguia à época, o “método da palavração” ou “método João de Deus” tinha como 6 princípios o que estava sendo discutido dentro da linguística mais moderna da época. Era necessário ensinar a leitura a partir da palavra e somente depois que se analisam os valores fonéticos das letras. Dessa forma, o que marca esse primeiro momento é a necessidade de se ter um método para ensinar leitura e escrita. A autora define o segundo momento como “a institu- cionalização do método analítico”. A partir de 1890, há a implementação de uma reforma na instrução pública do estado de São Paulo que passa a servir de modelo para os demais estados brasileiros. Nessa reforma, houve a reorganização da Escola Normal de São Paulo e a criação da Escola-Modelo Anexa. Essa reforma trouxe novos métodos de ensino, em especial o que era considerado revolucionário na época: o método analítico para o ensino de leitura, o qual era utilizado na Escola-Modelo Anexa. Assim, os professores que se formavam nessa esco- la defendiam fervorosamente o método analítico e passaram a disseminá-lo para outros estados brasi- leiros, como uma espécie de missão dos professores paulistas. Diferentemente do que vinha sendo feito na marcha sintética, “o método analítico, sob forte influência da pedagogia norte-americana, baseava-se em princí- pios didáticos derivados de uma nova concepção – de caráter biopsicofisiológico – da criança, cuja forma de apreensão do mundo era entendida como 7 sincrética.” (MORTATTI, 2019). De acordo com esse método, o ensino de leitura deveria começar pelo “todo” para então caminhar à análise das partes que o compõem. Dessa forma, as cartilhas produzidas durante esse segundo momento, baseavam-se no método de mar- cha analítica (processos da palavração e sentencia- ção), afinal, era necessário se adequar às instruções oficiais do estado. Como toda mudança, nem todos estavam de acordo com ela. Alguns defendiam os métodos tradicionais sintéticos, especialmente a silabação, outros defen- diam os novos métodos. Nesse momento, que durou até meados dos anos 1920, “o ensino inicial da escrita era entendido como uma questão de caligrafia (vertical ou horizontal) e de tipo de letra a ser usada (manuscrita ou de im- prensa, maiúscula ou minúscula), o que demandava especialmente treino, mediante exercícios de cópia e ditado.” (MORTATTI, 2019). Dessa forma, esse momento ficou marcado por levar em consideração que o ensino de leitura e escrita envolvia questões didáticas – como ensinar – su- bordinadas às questões psicológicas da criança, ou seja, como ela desenvolve suas habilidades visuais, auditivase motoras. O terceiro momento é descrito como “alfabetiza- ção sob medida”. Em 1920, foi proposta a “Reforma Sampaio Dória” (Lei 1.750/20) que estabelecia a au- 8 tonomia didática por parte do corpo docente. Isso levou os professores, em meados da década de 1920, a aumentarem a resistência quanto ao método analí- tico, anteriormente proposto, o que os levou a buscar outros meios para solucionar os problemas de ensino e aprendizagem iniciais na alfabetização. As cartilhas passaram a se basear em modelos mis- tos, como analítico-sintético e vice-versa, e começou- -se a produzir manuais e guias para o professor. Então, nesse terceiro momento, surgiu uma nova tradição no ensino de leitura e escrita: “a alfabeti- zação sob medida, de que resulta o como ensinar subordinado à maturidade da criança a quem se ensina. As questões de ordem didática, portanto, encontra(va)m-se subordinadas às de ordem psico- lógica.” (MORTATTI, 2019) O quarto e último momento ficou denominado como “alfabetização: construtivismo e desmetodização”. Você já aprendeu sobre o construtivismo e suas ba- ses teóricas, o que permite analisar então a questão da “desmetodização” proposta nesse momento. A partir da década de 1980, a forma tradicional de alfabetização passa a ser questionada, porque há urgências que precisam ser solucionadas, entre elas o fracasso da alfabetização escolar. As ideias construtivistas tinham acabado de chegar ao Brasil, especialmente as ideias desenvolvidas pela pesquisadora argentina Emilia Ferreiro. 9 De acordo com Mortatti (2019), o construtivismo não aparece como um método novo, mas como uma “re- volução conceitual”, que demandava outros aspectos, como abandonar as teorias e práticas tradicionais, acabar com os métodos de alfabetização e questio- nar a necessidade das cartilhas. Novamente, aquilo que é novo tem dificuldade de ser aceito. Assim, as autoridades educacionais e a comunidade acadêmica passam a produzir muitos materiais sobre o construtivismo para convencer os professores de que há uma nova maneira de se lidar com a alfabetização. Esse posicionamento leva à confecção de cartilhas de alfabetização construtivas e socioconstrutivistas. Nesse quarto momento, que autora diz ainda estar em curso, há uma aceitação do construtivismo de forma institucional, como na criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais. A autora enfatiza que hoje temos pesquisas que buscam nas práticas tradicionais – como a marcha sintética, inovações. Além disso, as práticas de letra- mento têm modificado a estrutura da alfabetização. REFLITA Este programa do “De olho na educação”, da TV Cultura, recebe a jornalista Flávia Yuri Oshima, jor- nalista especializada em educação, e vencedora duas vezes do prêmio Jornalismo em educação. O programa aborda aspectos importantes sobre 10 a educação no Brasil, sobretudo a alfabetização. Além de Flávia, outros importantes pesquisado- res comentam sobre os problemas da alfabetiza- ção hoje e como é possível solucioná-lo. Por que, ainda hoje, a alfabetização no Brasil apresenta problemas? Como solucionar a questão do fra- casso na alfabetização? Vamos refletir mais so- bre esse assunto! Disponível: https://www.youtube.com/ watch?v=-VHEGpbNxIY. Agora que estudamos esse breve panorama dos mé- todos de alfabetização no Brasil, vamos investigá-los mais detalhadamente. 11 https://www.youtube.com/watch?v=-VHEGpbNxIY https://www.youtube.com/watch?v=-VHEGpbNxIY MÉTODO SINTÉTICO: ALFABÉTICO, FÔNICO E SILÁBICO Como estudamos anteriormente, os métodos clás- sicos de alfabetização são divididos em sintéticos e analíticos. Vamos entender como isso funciona. Os métodos sintéticos seguem a marcha que vai das partes para o todo. Assim, temos o método alfabético, que entende como unidade a letra; o método fônico, que toma como unidade o fonema; e o método silábico, que compreende como unidade um segmento fonológico pronunciável, no caso, a sílaba. O método alfabético ou de soletração é um dos mais antigos, e se tem notícia de que era usado na antigui- dade. Baseia-se em “aprender os nomes das letras do alfabeto, reconhecer cada letra fora da ordem, soletrar seu nome, decorar alguns quadros de síla- bas e depois tentar redescobri-las em palavras ou textos, a partir da soletração – com separação por hifens ou espaços que vão guiando a oralização.” (FRADE, 2014). A soletração indica dizer o nome das letras ao vê-las nas sílabas e palavras, com o intuito de se traduzir em sons a palavra que está sendo vista. O problema é que isso afasta o aluno que está aprendendo do significado da palavra que está sendo soletrada. 12 As listas ou tabelas com diversas sílabas recebem o nome de silabários. Esses podem variar de acordo com o idioma e o número de combinações possíveis entre as letras que são apresentadas aos alunos. Dessa forma, “as sílabas são aprendidas como uma sequência de letras que são soletradas e, devido à falta de sentido desse segmento, era comum colocar os alunos para cantarem as combinações, o que se denomina cantilena.” (FRADE, 2014). Esse método tem sido criticado, especialmente pela memorização e falta de sentido, uma vez que as sole- trações nem sempre representavam algo de concreto para os alunos. Figura 1: Cartas de ABC. Fonte: Oldrevival. 13 http://1.bp.blogspot.com/-16sFRMRRmMg/VfNF6T9em0I/AAAAAAAAAg4/KTPqKhHsTh0/s1600/cartadoabc2.jpg Em algumas regiões do Brasil, esse método ainda continua a ser usado e “Cartas de ABC”, como a da Figura 1, ainda são comercializadas. É importante ressaltar que o conhecimento do alfabeto é essen- cial, como ele ainda vem sendo trabalhado de outras maneiras com os aprendizes. O método fônico ou fonético privilegia as corres- pondências grafofônicas, sendo organizado a partir da relação entre fonema e grafema, ou seja, entre o som da fala e a escrita. Esse método surgiu como uma reação às críticas que se faziam em relação ao método de soletração. Neste método, começa-se o ensino a partir da forma e som das vogais e, na sequência, das consoantes. Assim, “cada letra (grafema) é aprendida como um som (fonema) que, junto a outros fonemas, pode for- mar sílabas e palavras.”, sendo que devem respeitar a ideia do mais simples para os mais complexos. (FRADE, 2014). Para tentar resolver a falta de sentido e aproximar mais os alunos daquilo que estava sendo ensinado, apresentavam-se palavras significativas, como vin- culada a alguma imagem, som, personagem, ono- matopeia ou uma história. 14 Figura 2: Cartilha Nacional de Hilário Ribeiro. Fonte: Histedbr. Acesso em: 24 jul. 2019. De acordo com Frade (2014), em a Cartilha Nacional, de Hilário Ribeiro, publicada em 1880, sugere-se ao professor uma forma de destacar o som, como no exemplo “o professor pronunciará vvvvá e, em segui- da, perguntará às crianças: o que é que soa antes do a? Naturalmente, os alunos aproximarão o lábio inferior dos dentes de cima e emitirão a voz inicial vvvv vocalizada pelo professor”. Assim, destacando um fonema isolado. Hoje, ainda alguns materiais trabalham dessa forma, apresentando cartazes com figuras que destacam a letra de seu som. A principal crítica que se faz a esse método está na “impossibilidade de que um fonema que aparece na corrente da fala de forma contextu- alizada seja pronunciado sem apoio de uma vogal.” (FRADE, 2014), ou seja, nós não usamos, em Língua 15 http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_cartilhas.htm Portuguesa, as consoantes de forma isoladas, elas precisam de uma vogal para que o som seja feito. SAIBA MAIS Neste programa da TV Unesp, a professora Rosa Manzoni, do Departamento de Educação da Fa- culdade de Ciências em Bauru, discute a Política Nacional de Alfabetização, em que uma das pro- postas é a adoção do método fônico na alfabeti- zação de crianças. Atente-se ao que é dito pela professora sobre esse método e porque ele divi- de os especialistas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0663kgsqoFM. O método silábico se baseia no entendimento da sílaba, e não do fonema, o que pode ajudar na con- cretização mais rápida dos segmentos da fala com segmentos da escrita. Aqui, o que está sendo anali- sado pelos alunos é a sílaba. Esse método faz parte dos sintéticos, logo, deve ser pensado a partir do mais fácil ao mais difícil, tendo assim uma progressão das sílabas tidas como mais simples para as mais complexas. 16 http://1.bp.blogspot.com/-16sFRMRRmMg/VfNF6T9em0I/AAAAAAAAAg4/KTPqKhHsTh0/s1600/cartadoabc2.jpg http://1.bp.blogspot.com/-16sFRMRRmMg/VfNF6T9em0I/AAAAAAAAAg4/KTPqKhHsTh0/s1600/cartadoabc2.jpg Figura 3: Cartilha da infância de Thomaz Galhardo. Fonte: Anos Dourados. Acesso em: 24 jul. 2019. Um exemplo de material bastante usado é a Cartilha da Infância, de Thomas Galhardo (Figura 3). Nessa obra, apresentam-se a estrutura silábica e exercícios com frases curtas ou textos, sendo as palavras separadas sílabas por hifens. 17 http://www.anosdourados.blog.br/2011/11/imagens-escola-livro-escolar-cartilha.html http://www.anosdourados.blog.br/2011/11/imagens-escola-livro-escolar-cartilha.html Os métodos sintéticos vistos aqui buscam privile- giar a audição na relação com os sinais gráficos; por isso, são comuns exercícios de leitura em voz alta e ditado. É preciso compreender que há uma lógica por trás de cada método, dependendo daquilo que está sendo ensinado: “em certos casos, a sílaba é a melhor unidade para o ensino; em outros, a aná- lise do fonema pode ajudar a estabelecer algumas distinções entre palavras quando a relação do fone- ma com a fala é mais direta.” (FRADE, 2007, p. 26). Além disso, enquanto professores, sempre estamos buscando aquilo que traga a atenção do aluno para aquilo que está sendo ensinado. 18 MÉTODO ANALÍTICO: PALAVRAÇÃO, SENTENCIAÇÃO E GLOBAL DE CONTOS Agora, partimos para compreender melhor o que são os métodos analíticos e como eles buscam resolver a questão da alfabetização. Ao contrário do que foi proposto nos métodos sintéticos, os analíticos pro- põem partir do todo para as partes menores. Aqui, privilegia-se na alfabetização o trabalho com sentido, focando no reconhecimento que o aprendiz faz do todo para, então, caminhar para as informa- ções menores. Assim, toma-se como unidade de análise a palavra, a frase e o texto. Soares (1986, apud FRADE, 2007) aponta que Comênio foi o introdutor do método da palavra- ção, por volta da segunda metade do século 17. Normalmente, as palavras são apresentadas de forma agrupadas para os alunos, que passam a re- conhecê-las pela visualização e pela configuração gráfica que apresentam. Nas aplicações, as figuras podem acompanhar as palavras e, durante o proces- so, a repetição acaba refletindo na memorização. As atividades são desenvolvidas por meio de cartões para fixação com palavras de um lado e desenhos do outro, exercícios cinestésicos para o ensino do movimento da escrita etc. No Brasil, esse método surgiu como uma possibi- lidade mais moderna, sendo concretizado no livro 19 Primeira Leitura, de Arthur Joviano, lançado em 1907. Essa obra era uma resposta às críticas que se faziam aos silabários. No entanto, esse autor era contra o uso de desenhos; para ele, devia-se usar apenas a forma da palavra. Dessa forma, em seu livro são apresentadas várias listas de palavras que antes foram ditas e compre- endidas num processo oral. Sugere-se que a decomposição – análise – seja empreendida apenas com algumas poucas palavras retiradas de uma ampla lista de palavras trabalhadas para serem reconhecidas globalmente, bem depois do tempo da lição em que eram apre- sentadas, com o intuito de não incentivar de- masiado o trabalho de decomposição. (FRADE, 2007, p. 27) No que se refere ao método da sentenciação, a uni- dade passa a ser a sentença. Ela deverá ser compre- endida globalmente para depois ser decomposta em palavras e, por último, em sílabas. Há também outra possibilidade, que é a de comparar palavras e isolar elementos que as compõem para, assim, escrever novas palavras. Embora haja registros de métodos analíticos no final do século 19, no Brasil, ele chegou mais tarde, por volta de 1930, com a denominação de método global de contos ou de historietas. Nesse caso, a unidade é o texto. Nele, a marcha seguida “parte do reconheci- mento global de um texto que é memorizado e “lido” 20 durante um período, para o reconhecimento de sen- tenças, seguida do reconhecimento de expressões (porções de sentido), de palavras e, finalmente, das sílabas” (FRADE, 2007, p. 27). Vários manuais defendem que as etapas nesse mé- todo devem ser definidas a partir da compreensão dos alunos. Assim, a fase da sentenciação só será sistematizada a partir do momento em que o aluno passa a reconhecer as frases separadas; a silaba- ção só será possível quando os alunos conseguirem compreender que aquela palavra começa igual a uma outra lida na história, e assim por diante. REFLITA Neste vídeo, produzido pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), do Paraná, a professora Priscila Pacheco conversa com a professora Jucilene Stroka Mendes, que atua no 1º ano do ensino fundamental como professora/ alfabetizadora. Jucilene fala sobre a importân- cia da alfabetização, multiplicidade de materiais para esse momento, e outros pontos importan- tes. Além disso, no início do vídeo, a professora Priscila fala da legislação brasileira atual sobre a alfabetização. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=_VLnZAjOr34. 21 https://www.youtube.com/watch?v=_VLnZAjOr34 https://www.youtube.com/watch?v=_VLnZAjOr34 Esse método defende que as crianças passam a en- tender as coisas a partir do momento em que elas estão dentro de um aspecto global, e não isolado. A leitura, então, é uma atividade de interpretação e a análise das partes do que foi lido deve acontecer sempre posteriormente. O método global, de acordo com Frade (2014), en- controu apoio no que estava sendo pensado pelo psicólogo educado Belga, Decroly. Para ele, a apren- dizagem das crianças acontece a partir das observa- ções, associação e expressão de ideias. Além dele, esse método também se aproximou das ideias do psicólogo suíço Claparède, o qual defendia dois prin- cípios: “ir do simples para o complexo significa ir do todo às partes; a palavra e a frase oferecem à criança uma configuração total, ou um perfil geral necessário a esse movimento.” (FRADE, 2014). 22 Figura 4: O livro de Lili de Anita Fonseca. Disponível em: http:// projetotertuliasliterarias.blogspot.com/2009/06/entre-silencios-e- -dialogos_4271.html. Acesso em: 24 jul. 2019. O Livro de Lili foi lançado em 1940 (Figura 4) e exem- plifica as etapas/fases que deviam ser seguidas por quem resolvesse utilizar o método: 23 fase da história – reconhecimento global de um texto (feito juntamente com as crianças ou produzido por um autor), que é memorizado e “lido” durante um período; fase da sentença – reconhecimento e identificação rápida de sentenças do mesmo texto, que depois são recortadas e remontadas; fase de porção de sentido – reconhecimento de expressões em sentenças conhecidas; fase de palavração – reconhecimento de palavras nas sentenças e depois decomposição/recorte de sentenças em palavras – fase da silabação, que ocorreria quando as crianças já tivessem feito vários exercícios de observação de semelhanças e diferenças entre as palavras. (FRADE, 2014). Hoje em dia, pensamos muito sobre a escolha dos textos que vamos usar para o processo de alfabe- tização. Eles devem sempre ser de circulação na sociedade, não devem ser criados para esse fim, para que as crianças consigam desenvolver diferentes competências. Dessa forma, os métodos analíticos focam no tra- balho com frases ou contos, proporcionando às crianças a compreensão do sentido de um texto; as habilidades dos alunos devem ser consideradas nas atividades, prioriza-se as habilidades de ouvir, falar eescrever. 24 FIQUE ATENTO Você sabe o que são cartilhas? Usamos aqui vá- rias vezes essa palavra e você, provavelmente, já a ouviu outras vezes. Então, vamos entender o que isso significa. Neste curto texto, as pesquisadoras Francisca Izabel Pereira Maciel e Isabel Cristina Alves da Silva Frade explicam sobre as cartilhas e dão um breve panorama histórico sobre a palavra. Convi- do você a entender melhor esse termo! Disponível em: http://ceale.fae.ufmg.br/ app/webroot/glossarioceale/verbetes/ cartilhas-e-materiais-para-aprender-a-ler. Podcast 1 25 http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/cartilhas-e-materiais-para-aprender-a-l http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/cartilhas-e-materiais-para-aprender-a-l http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/cartilhas-e-materiais-para-aprender-a-l https://famonline.instructure.com/files/118225/download?download_frd=1 PROPOSTA DE PAULO FREIRE PARA A EDUCAÇÃO Como estamos estudando ao longo dessa disciplina, a alfabetização sempre foi um problema no Brasil. Em alguns momentos, por não ser acessível a todas as pessoas; em outros, por não contemplar uma al- fabetização integral. Por esse motivo, ela é sempre pauta de discussão dos trabalhos acadêmicos e nas redes de professores. Como garantir o sucesso na alfabetização? Entre as pessoas que se preocupavam com essa pau- ta no país está Paulo Freire. Você já deve ter ouvido falar dele, mas talvez não saiba exatamente o que ele fez ou o porquê de sua pedagogia ser estudada tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo. Como sabemos, a escola não era acessível a todos. Ela passou a ser gratuita e voltada a todos os ci- dadãos após a proclamação da República, mesmo assim, muitas pessoas ainda estavam fora da es- cola. A alfabetização de crianças passou a ser um problema a se enfrentar, mas e os jovens e adultos? Eles também não sabiam ler e escrever e precisa- vam aprender. Foi pensando nesse público que Paulo Freire desenvolveu sua teoria. 26 Figura 5: Paulo Freire (1921-1997). Fonte: Wikipedia.. Acesso em: 24 jul. 2019. Há lugares que apontem como Método Paulo Freire, no entanto, ele nunca chegou a criar um método de alfabetização. Por isso, a maior parte dos autores prefere usar proposta para o que foi idealizado por Freire. Uma das propostas consistia na criação de um “Círculo de Cultura”, que deveria ser composto por alfabetizandos e um professor orientador, o qual de- veria incentivar os alunos a falarem de suas vidas nas comunidades em que viviam. A sala também deveria ficar organizada em círculo para que todos 27 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:M%C3%A1rio_Schenberg_e_Paulo_Freire.jpg os alunos participassem, favorecendo a interação entre a turma. A teoria desenvolvida por Paulo Freire era constituída pela linguagem e pelo diálogo, sendo os pontos de partida para entender os grupos em que se trabalhava a alfabetização. De acordo com Maciel (2014), ao entender a realidade dos alunos, “o orientador do Círculo enfatizava a conscientização e a superação da visão acrítica do mundo, a partir dos significados sociais discutidos e da seleção de palavras geradoras advindas do universo vocabular e coletivo do grupo”. Dessa forma, “as palavras constituem a unidade me- nor da pesquisa, assim como os fonemas, a unidade menor da proposta de ensino.” (MACIEL, idem). A proposta didática de Paulo Freire se fazia como um processo dinâmico, em que as formas de se trabalhar eram revistas a cada passo, tornando-se, assim, um “método processual coletivo de alfabetização”. SAIBA MAIS Em 1963, Paulo Freire desenvolveu na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, um projeto pio- neiro na Educação de Jovens e Adultos. Neste documentário, feito pela Universidade Federal do Semi-Árido (Unifersa), os alunos relembram, após 50 anos, como foi essa experiência. É uma opor- tunidade bastante interessante para entender esse trabalho feito pelo educador e conhecer um pouco mais da história de nosso país. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=PkN97kOriJc. 28 https://www.youtube.com/watch?v=PkN97kOriJc https://www.youtube.com/watch?v=PkN97kOriJc A partir dos Círculos, Paulo Freire tinha a dimensão de quem era o seu público e de que local ele vinha. Por sua formação em Sociologia, ele aliava conceitos dessa área com a educação. De acordo com Moreira (2013, p. 28): Todo histórico das metodologias aplicadas à alfabetização mostrou uma preocupação para a validação de técnicas que se mostravam efi- ciente ou não para essa etapa de ensino. A tentativa de evitar o fracasso escolar resultou nessa aquarela de métodos, que até então vi- savam a aperfeiçoar as técnicas destacando aspectos cognitivos e metodológicos, não se mostravam suficientes para evitar a dificul- dade que a escola apresentava nessa etapa. As investigações nessa área não cessaram e, a partir de estudos, outras vertentes mais atuais evidenciaram outros aspetos ainda não mencionados para o ensino da leitura e da es- crita, como a Psicolinguística, com a desme- todização da alfabetização; e a sociolinguísti- ca, considerando fatores sociais na fala dos estudantes. Assim, era possível visualizar a forma como os fa- tores externos – condições econômicas e sociais – interferem na aprendizagem. Para ele, não deveria haver a divisão de que o pro- fessor sabe tudo e o aluno não sabe; por isso, essa 29 troca se fazia tão importante. Esse fator afasta o que é proposto por Freire da educação tradicional que, normalmente, compreende o aluno como um “objeto a modelar e equipar do exterior por um processo de transmissão do saber do professor para o aluno, pois abomina, dentre outras coisas, a dependência dominadora.” (DREYER, 2011, p. 3.593). Em sua proposta, os alunos eram alfabetizados con- forme a realidade em que se inseriam. Então, um exemplo simples para entendermos como funciona- va a proposta: se a comunidade que estava sendo alfabetizada era composta por pescadores, palavras como peixe, rede, vara são muito comuns na vida daquelas pessoas. Assim, começava-se o proces- so de alfabetização a partir dessas palavras, o que elas tinham em comum, qual som elas produziam etc. Dessa forma, a proposta se conectava à vida daquelas pessoas e elas conseguiam visualizar na leitura e na escrita palavras que faziam parte da vida oral delas o tempo todo. Em 1963, na cidade de Angicos (RN), foram alfabe- tizadas em 45 dias 300 trabalhadores, o que apare- ceu um milagre para a época. O então presidente do Brasil, João Goulart, convidou Paulo Freire para organizar o Plano Nacional de Alfabetização. No entanto, em 1964, aconteceu o Golpe de Estado e Paulo Freire foi exilado e seu método foi considerado subversivo pelo Estado. No entanto, suas ideias ainda são pesquisadas no mundo todo e estão inseridas nos materiais usados hoje em sala de aula, especial- mente os voltado para a EJA. Podcast 2 30 https://famonline.instructure.com/files/118226/download?download_frd=1 CONSIDERAÇÕES FINAIS Magda Soares (2016, p. 50) aponta que métodos “são conjuntos de procedimentos que, com base em teo- rias e princípios linguísticos e psicológicos, orientam essa aprendizagem, em cada uma de suas facetas”, mas que eles não atuam de forma autônoma, sem obstáculos ou limitações, uma vez que são constitu- ídos no processo de interação entre alfabetizador(a) e alfabetizados. É importante nos atermos a essa ideia proposta por Soares, pois não há um método que se faça sozinho. Ele se faz na interação com os alunos e a realidade em que se inserem – daí a importância dos trabalhos de Paulo Freire para a educação brasileira. Assim, a ideia desse módulo é levar você a entender que, no curso da história, diversos grupos pensaram sobre a alfabetização e como conseguir resolver um problema tão grave: o analfabetismo. As teorias convergem para essa resolução, no entanto, elas não conseguem dar conta do problema.É necessário respeitar os processos de aprendiza- gem dos alunos e adequar, conforme a resposta que aquele grupo está dando ao processo. Você perce- berá que a maioria dos métodos, hoje em dia, atua de forma mista, aliando, muitas vezes, questões dos métodos sintéticos e dos analíticos, constituindo um novo método; por isso, é importante conhecê-los, mas não os tomar como a solução para tudo. 31 Síntese COMPORTAMENTALISMO OU BEHAVIORISMO MÉTODOS SINTÉTICOS MÉTODOS ANALÍTICOS Alfabético: o aluno aprende inicialmente as letras, depois forma as sílabas juntando as consoantes com as vogais. Por fim, forma palavras e constrói o texto. Fônico: a aprendizagem se dá a partir da associação entre fonemas e grafemas, ou seja, sons e letras. Silábico: o aluno aprende primeiro para sílabas para depois formar as palavras. Palavração: o ensino parte da palavra. Primeiro os alunos terão contato com as palavras em uma sequência, englobando os sons da língua. Depois de adquirir um certo número de palavras, o aluno passa à formação de frases. Setenciação: a unidade inicial de ensino é a frase, depois ela é dividida em palavras e, por fim, chega-se às sílabas. Global: a unidade de ensino é o texto. Há a leitura de diversos textos com começo, meio e fim, depois passa-se para unidades menores como a frase. PALAVRAÇÃO SENTENCIAÇÃO GLOBALA LF A B ÉT IC O FÔ N IC O S IL Á B IC O Referências bibliográficas & consultadas FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva. Método fôni- co ou fonético. Glossário Ceale: termos de alfa- betização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte: FaE UFMG, 2014. Disponível em: http:// ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/ver- betes/metodo-fonico-ou-fonetico. Acesso em: 24 jul. 2019. FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva. Método alfa- bético e de soletração. Glossário Ceale: termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte: FaE UFMG, 2014. Disponível em: http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioce- ale/verbetes/metodo-alfabetico-e-de-soletracao. Acesso em: 24 jul. 2019. FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva. Método global. Glossário Ceale: termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte: FaE UFMG, 2014. Disponível em: http://ceale.fae. ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/ metodo-global. Acesso em: 24 jul. 2019. FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva. Métodos de alfabetização, métodos de ensino e conteúdos da alfabetização: perspectivas históricas e desafios atuais. Rev. Educação. Santa Maria, v. 32 - n. 01, 2007, pp. 21-40. LOIVA, Dreyer. 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INTRODUÇÃO BREVE PANORAMA DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL Método sintético: alfabético, fônico e silábico Método analítico: palavração, sentenciação e global de contos PROPOSTA DE PAULO FREIRE PARA A EDUCAÇÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Síntese
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