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Processo Civil Execução Aula 02 – Elementos para qualquer Execução – Competência Profª Drª Camila Monteiro Partes na Execução Arts. 778- 780 Legitimidade ativa - Originária - Derivada ou superveniente ORIGINÁRIA → Pode promover o credor a quem a lei confere título executivo (aquele cujo nome consta no título executivo) – art. 778, caput, CPC É admissível o litisconsórcio, tanto ativo como passivo; Não se admite intervenção de terceiro. Partes na Execução DERIVADA → Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário (art. 778, §1º, CPC): I – o Ministério Público nos casos previstos em lei; II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe foi transferido por ato entre vivos (endosso de título cambial); IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional; * Independe de consentimento do executado. Sub-rogação Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. (Código Civil) Legitimidade Passiva Legitimidade Passiva – contra quem deve ser ajuizada a execução (Art. 779 CPC) - Devedores originários; - Sucessores - Responsáveis → São sujeitos passivos na execução: - Devedor reconhecido como tal no título executivo (originários); - Espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor (sucessores); Partes na Execução - Novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; Ex. Assunção de dívida por terceiro – CC, art. 299 - Fiador do débito constante em título extrajudicial; - Responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; - Responsável tributário, assim definido na legislação própria; Cumulação de Execuções Art. 780 do CPC Admite que o credor cumule num só processo várias execuções contra o mesmo devedor, ainda que fundados em títulos diferentes (reunião de vários títulos diferentes num só processo) - ponto de vista formal – única execução - ponto de vista substancial – tantas execuções quantas as dívidas Cumulação de Execuções Pluralidade de lides ou pretensões insatisfeitas solucionadas dentro de um mesmo processo Não obstam a cumulação: - desigualdade de valores - diversidade da natureza do títulos Economia processual – tanto do juízo como do próprio devedor Faculdade do credor – não está compelido a unificar suas execuções. Cumulação de Execuções Requisitos de Admissibilidade - unificação execuções - Identidade de credor - “coligação de credores” não é permitida; - não impede litisconsórcio ativo; - Identidade de devedor - repele “coligação de devedores”; - admite-se o litisconsórcio passivo; - Competência do mesmo juízo para todas as execuções - Idêntico procedimento – evitar tumulto processual Ex: Execução de Obrigação de Fazer com obrigação de dar. Cumulação de Execuções Não se aceita paralelo ajuizamento de ações separadas para cada um dos coobrigados ou corresponsáveis; Não é dado ajuizar simultânea e paralelamente uma execução para cada título; Súmula 27/STJ – Pode uma única execução, fundar-se em mais de um título extrajudicial; Abuso de Multiplicidade de execuções – juiz reduz o processo a uma única execução – evitar gastos processuais inúteis (STJ). Competência Para execução de títulos executivos extrajudiciais (CPC, art. 781) I - foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; Competência III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. Requisitos necessários para realizar qualquer Execução - Inadimplemento do Devedor (art. 786) - Título Executivo, judicial ou extrajudicial (arts. 783 e 798, I) INTERESSE DE AGIR DO CREDOR → necessário que o devedor tenha se tornado inadimplente. Inadimplemento ↔ exigibilidade da prestação → enquanto não vencido o débito, não se pode falar em descumprimento da obrigação do devedor. DEVEDOR INADIMPLENTE → aquele que não cumpriu, na forma e no tempo devidos, o que lhe competia segundo a obrigação pactuada. Inadimplemento do Devedor Assim: - Sem o vencimento da dívida, não ocorre a sua exigibilidade. E não sendo exigível a obrigação, o credor carece da ação executiva (art. 783). - Não há necessidade de se produzir prova do inadimplemento com a inicial. Basta o transcurso do prazo da citação sem o cumprimento da obrigação – prova da mora do devedor. - Sempre que o devedor satisfizer a obrigação, não haverá como prosseguir a execução; - Sempre que houver satisfação parcial, só se poderá prosseguir sobre o remanescente; Exceptio Non Adimpleti Contractus Exceção de contrato não cumprido (arts.476 e 477 do CC) - Em obrigações recíprocas e simultâneas. “Nenhum contratante pode exigir a prestação do outro, antes de ter cumprido a sua”. - Arts.787 e 798, I, d, do CPC Exceptio Non Adimpleti Contractus É defeso a um contraente, antes de cumprida a sua obrigação, exigir o implemento da do outro → Não se procederá à execução, se o devedor se propõe satisfazer a prestação, com meios considerados idôneos pelo juiz, mediante a execução da contraprestação pelo credor, e este, sem justo motivo, recusar a oferta”. Título Executivo TÍTULO EXECUTIVO → INDISPENSÁVEL AO CREDOR para a execução forçada →Documento dotado de eficácia para tornar adequada a tutela executiva de determinada pretensão; →Dá a certeza da existência de crédito, necessária para que a esfera patrimonial do devedor seja invadida; →Além de desencadear a execução, seja a forma de processo autônomo, seja como uma fase do processo anterior, o título é que dará os contornos e os limites da execução.