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Cad Desenvolvimento IV (1)

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Perspectivas Históricas do Envelhecimento
Bem Antigamente
· Preocupação com a manutenção do vigor físico, da saúde, assim como o respeito aos idosos, sempre foram evidenciados nas sociedades clássicas:
· Antigo Egito, documentos de 3000 A.C.: obrigação de cuidados dos filhos para com os pais (hoje em dia há a "geração sanduíche" uma vez que os filhos cuidam dos pais e dos filhos ao mesmo tempo); diversos papiros → práticas para uma vida saudável.
· Roma antiga, muito respeito aos idosos: o Senado, a mais importante instituição de poder, tem seu nome derivado da palavra latina senex (idoso).
Idade Média
· Muitos estudos na área médica para melhorar a saúde na velhice, enfatizando bons hábitos de higiene, exercícios físicos, controle alimentar e necessidade de acompanhamento médico periódico. Surgiram as primeiras universidades e hospitais universitários. Roger Bacon (1212- 1294), frade franciscano, foi o primeiro a defender, de uma forma mais científica, a influência de infecções, desorganizações na vida e ignorância de hábitos higiênicos no envelhecimento.
Renascimento
· Começou a ter muita influência em campos artísticos, dentre eles música, pintura, etc. 
· Início do aumento na expectativa de vida e, consequentemente, maior interesse acerca do envelhecimento. A verificação experimental começou a fazer experimento, por exemplo: ser picado por um mosquito da dengue pode gerar algo? a necessidade de “ver o que dá" surgiu no renascimento), séc. XV, levou a uma nova maneira de encarar a saúde do homem.
Era Moderna
· Séc. XVII e XVIII: avanços na Química, Anatomia, Neurologia, Física, Fisiologia, permitiram investigação mais a fundo do envelhecimento, mas sempre no aspecto de promoção da saúde.
· Séc. XIX: intensificaram-se os estudos sobre alterações orgânicas mais comuns na velhice e o combate às doenças mais frequentes.
· Preocupação maior com os idosos depois que algumas coisas foram descobertas sempre foi demonstrada pela área médica, estando ligada à promoção da saúde, à cura de doenças. Mas, à medida que doenças foram sendo conhecidas e passíveis de controle, condições de trabalho e de moradia melhoraram muito (principalmente depois da Revolução Industrial), normas de saneamento básico foram sendo divulgadas e seguidas e práticas educacionais e de convívio social foram se tornando medidas de adaptação crescente e melhor do homem ao meio → Aumento na população de idosos.
· O aumento da população de idosos desencadeou inúmeras questões: quem são eles, quantidade ou crescimento demográfico; dúvidas sobre ganhos e perdas, necessidade de cuidados especiais ou não, sentimentos de sentir-se útil ou inútil, feliz ou infeliz.
· Influência de dados demográficos apontando para um contínuo aumento da população de idosos a partir do séc. XX.
· No Brasil, o interesse pela atenção ao idoso, na área médica, iniciou-se em 1961, quando foi fundada a Sociedade Brasileira de Geriatria.
Pirâmides Etárias
Psicologia do Desenvolvimento
· Até quase a metade do século 20, envelhecimento = contrário a desenvolvimento.
· Ideia geral: desenvolver = ganhar (modelo médico: criança que se desenvolve bem é a que está crescendo e engordando ou ganhando altura e peso); envelhecer = não ganhar nada, só perder.
· Segundo Neri (1995), a preocupação da Psicologia do Desenvolvimento, no início do séc. XX, foi conhecer o ser humano nas suas fases iniciais: crianças e adolescentes, que eram muitos e estavam se “desenvolvendo”. Conhecê-los = aumentar a produtividade, os ganhos; as crianças e adolescentes eram vistos como os “atores” responsáveis pelo progresso social. O idoso? Bastavam as boas práticas de saúde para assegurar um final de vida melhor, já que, além de não serem numerosos, não traziam ganhos ou benefícios à sociedade.
· 1ª Guerra Mundial
· Army Alpha - bateria de testes de inteligência para adultos alfabetizados.
· Army Beta - para adultos analfabetos.
· Aplicação em mais de 1.500.000 sujeitos entre 18 e 60 anos.
· Resultados, publicados em 1921, evidenciaram uma crescente perda intelectual com a idade: ou seja, envelhecimento encarado como perda.
· Stanley Hall, 1922, publicou “Scenescence, the last half of life”, afirmando haver na velhice um aumento na variabilidade individual, enfatizando a relação com a sabedoria (recentemente, pesquisas sobre cognição na velhice - Baltes ) → início de uma nova maneira de encarar o envelhecimento.
· Hollingworth (1927), Jung (1935), Press, Janney e Kühlen (1939), citados por Baltes (1979): Início à noção de que Psicologia do Desenvolvimento deveria focalizar todo o curso de vida, excedendo os limites etários dados pela tradicional concepção de estágios.
· Em 1935, Bühler publica resultados da análise de 300 autobiografias de adultos; desenvolvimento é um processo referenciado a metas: expansão, no seu início (infância) e contração, no período da velhice.
· Em 1946 foram fundadas a Gerontological Society of América, a American Geriatric Society e a Division of Maturity and Old Age da American Psychological Association, nos Estados Unidos.
· Em 1950: Erik Erikson, neuropsicanalista: teoria que abrange todo o ciclo de vida: do nascimento à velhice.
· Após a 2ª Guerra Mundial: avanços na medicina, redução da natalidade e o vazio populacional (muitos homens morreram na guerra, em plena idade reprodutiva) → (1) aumento no interesse em conhecer mais o adulto e o idoso, e (2) a utilização de mulheres como sujeitos de pesquisa (porque, com a Segunda Guerra Mundial, elas passaram a ser um contingente maior, pelo elevado número de mortes na população masculina) → crescente interesse em conhecer melhor o idoso: pesquisas mais sistemáticas.
· Eclosão da Guerra Fria, estimulando a formação de técnicos e cientistas porque o poder, em todas as partes do mundo, estava se concentrando especialmente nas mãos de adultos.
· Outro fator reforçador da busca de tais dados : os próprios pesquisadores estavam envelhecendo, e isso gerou a formação de grupos de pesquisa longitudinal da idade adulta até a velhice, o que foi um ganho em termos de conhecimento científico.
· Na década de 1990: grande ênfase, no Brasil, à pesquisa na área, com uma enorme diversidade de temas e também com a ajuda de dados de outras disciplinas como Biologia, Sociologia, Demografia, Direito, Economia, Nutrição, Políticas de Saúde e Assistência, Ética, Moral, entre outras, reforçando a ideia de que o estudo do envelhecimento é uma ampla área multidisciplinar: Gerontologia.
· GERONTOLOGIA: termo usado pela primeira vez em 1903 por Metchnicoff: gero = velho, e logia = estudo; campo multidisciplinar que visa descrever e explicar as mudanças típicas do processo de envelhecimento e de seus determinantes genético-biológicos, psicológicos e socioculturais; interesse também pelo estudo das características dos idosos,do envelhecimento normal e patológico, dos níveis atuais de desenvolvimento e do potencial para o desenvolvimento. (Neri, 2001).
· GERIATRIA: termo usado pela 1ª vez em 1909 pelo médico Nascher: estudo clínico da velhice (analogia com Pediatria = estudo clínico da criança). É uma especialidade em medicina e também em odontologia, enfermagem e fisioterapia e compreende a prevenção e o manejo das doenças do envelhecimento.
Ciclo de vida, Curso de vida e Life Span: Termos usados como maneiras de se compreender o desenvolvimento
· Ciclo de vida: inclui noção de estágios: sequência invariável de fases, com uma direção única → visão acumulativa e unidirecional. Exemplos de autores: Piaget , Freud , Bühler, Kühlen, Levinson e Gould, que se dedicaram ao adulto e Erikson, que enfocou todo o ciclo vital.
· Teorias do curso de vida e life span (a perspectiva de curso de vida, na Sociologia e a life span, na Psicologia, são interligadas, sendo que na literatura psicológica internacional a perspectiva life span é também chamada de curso de vida) têm, como princípios básicos, a não divisão do desenvolvimento em estágios e a multidirecionalidade.
· No modelo life span não há o predomínio de crescimento ou declínio numa faseem relação à outra (Baltes, 1979). Numa mesma fase é possível ter ganhos em um aspecto e perdas em outro.
· O desenvolvimento estende-se por toda a extensão da vida. Não há sequência pré-determinada de estágios, mas grande variabilidade intra-individual no desenvolvimento, em potencialidades e limites para diferentes formas de comportamento.
· Importante para a perspectiva do curso de vida e life span → noção de plasticidade individual: capacidade de restabelecer equilíbrio diante de situações que desorganizam, que comprometem a qualidade das interações posteriores, ou apresentação, ao lado de um aspecto ou capacidade deficitária, de ganho em outra. Há capacidades que apresentam declínio quando se envelhece, mas há outras em que há ganhos.
Teorias do Envelhecimento: modelos evolutivos da idade adulta e do envelhecimento: Erikson
Erik H. Erikson
· “Autor psicanalista que ampliou e modificou as ideias de Freud sobre a estrutura de desenvolvimento ao longo da vida e enfatizou particularmente a importância de relações interpessoais e as qualidades criativas do indivíduo” (Sheehy, n.).
Erik H. Erikson - Histórico
1) Entre judeus, ‘gentio’; entre não judeus, judeu. 
2) Adaptação à escola.
3) Arte e viagens.
4) Viena: convite para participar do Círculo de Viena - Anna Freud fazia parte.
5) Psicanálise, analista infantil.
6) Anos 30: emigração para os Estados Unidos.
7) EUA: amigo antropólogo, estudos com os índios Sioux.
8) Consultor das Forças Armadas, trabalho com veteranos de guerra.
9) Junto com Hartmann: Id, Ego -noções diferentes da psicanálise freudiana; Ego: “neutraliza” a energia proveniente do Id e a dirige para propósitos mais adaptativos.
10) Críticas à concepção psicanalítica: ações ‘bizarras’, conflitos e patologias, como explicam o comportamento normal, saudável?
Erik H. Erikson - Teoria de desenvolvimento
· Enfatiza: aspectos adaptativos e criativos; desenvolvimento ‘normal’ mais do que aspectos defensivos e ‘patologia’.
· Supera inatismo e ambientalismo.
· PRIMEIRA, e, até o momento, ÚNICA teoria a considerar que o processo de desenvolvimento abrange TODO o CICLO VITAL e a formular estudos e compreensão sobre este ciclo inteiro.
Erik H. Erikson - Concepções gerais
Concepção de personalidade
· Não enfatiza o estudo dos ‘elementos constitutivos’ da personalidade, mas entende-a como um “todo orgânico”.
· Estuda como este ‘todo orgânico’ se constrói e se organiza gradualmente.
Concepção de desenvolvimento
· Processo contínuo, dinâmico, resultante da interação de 3 sistemas:
· Sistema ou dimensão biológica.
· Sistema ou dimensão social.
· Sistema ou dimensão individual.
Erik H. Erikson: Dimensões do desenvolvimento (1)
Dimensão biológica: Princípio epigenético
· O desenvolvimento de qualquer organismo se dá a partir de um “plano básico”.
· Comum a todos da espécie.
· Sequência pré-ordenada e mais ou menos previsível de “surgimento” das mudanças.
· Parcialmente governada por mecanismo inato – fator maturacional.
Erik H. Erikson: Dimensões do desenvolvimento (2)
Dimensão social:
1) “Plano básico” não se realiza no ‘vazio’, mas em uma realidade cultural específica: relatividade cultural.
a) Cada cultura: características diferentes e expectativas próprias sobre o tipo de adulto apropriado àquela cultura.
b) Variações no desenvolvimento → práticas diferenciadas de criação, quanto à sexualidade, ... 
2) Bebês ‘educam’ suas famílias tanto quanto são ‘educados’ por elas. Desenvolvimento não é unidirecional: envolve acomodações mútuas: pais também se ‘desenvolvem’ com o desenvolvimento dos filhos.
a) Desenvolvimento é dinâmico: Pais e outros adultos também “adolescem” junto com os adolescentes.
Erik H. Erikson: Dimensões do desenvolvimento (3)
Dimensão individual:
· Interação biológico-social: Plano biológico é comum à espécie; cultura é comum ao grupo, MAS História Individual é ÚNICA.
· “Uma criança que acaba de perceber que é capaz de andar...torna-se consciente de seu novo status e estatura de “alguém que pode andar”, sejam quais forem as conotações que isso possa ter nas coordenadas do plano vital de sua cultura – ser “alguém que correrá velozmente atrás da presa em fuga”, “aquele que irá longe”, “aquele que andará ereto” ou “aquele que poderá ir muito longe”. Ser “alguém que pode andar” converte-se numa das diversas etapas no desenvolvimento da criança, que contribui para o estabelecimento de uma autoestima realista, através da coincidência de controle físico e significado cultural, do prazer funcional e reconhecimento social” (Erikson, 1968, apud Gallatin, 1986).
Erik H. Erikson
Coordenação adequada dos três sistemas resulta em:
· Pessoa sadia: “domina ativamente seu ambiente, evidencia uma certa unidade de personalidade e é capaz de perceber corretamente o mundo e a si mesma”. 
· Indivíduo psicologicamente sadio desenvolveu “forte sentido de identidade”.
Erik H. Erikson - Identidade
· Conceito central na teoria de Erikson. Foi o primeiro teórico a usá-lo.
· Este conceito é que lhe deu “notoriedade”.
· “Sentido de mesmidade pessoal e de continuidade histórica”.
· Relacionada com “ego espaço-temporal": Reconhecer-se como uma pessoa única (ego), dentro de uma determinada sociedade (‘espaço’), com um passado, presente e futuro próprios (‘tempo’). 
· Definida como:
· Esforço inconsciente para manter a continuidade da experiência (plano básico). 
· Solidariedade para com os ideais de um grupo (vínculo com grupo cultural).
· Sentido consciente da singularidade pessoal (individuação – ego).
Erik H. Erikson - Clipe psicossocial
· CONCEITO DE CRISE PSICOSSOCIAL.
· O movimento básico do desenvolvimento → busca do equilíbrio e não apenas “gratificação de impulsos”.
· À medida que a criança se desenvolve, surgem novos ‘desafios’ na sua relação com o mundo. Estes desafios geram desequilíbrio – crises.
· Crise: conflito entre duas modalidades ‘antagônicas’ de relação consigo mesmo, com outros e com o mundo. As duas modalidades são necessárias ao desenvolvimento.
· É Normativa: necessária ao desenvolvimento.
· Impactos no indivíduo e na sociedade: crise é psicossocial e não psicossexual.
· Cada crise se organiza em torno de um conflito nuclear.
· Conflito nuclear: conflito, ou desafio, básico em cada crise - no ‘núcleo’.
· Cada crise constitui um estágio – idade
Erik H. Erikson - Desenvolvimento psicossocial
· Identificou 8 grandes crises:
1) Confiança X Desconfiança básicas (0-1 ano).
2) Autonomia X Vergonha e dúvida (1-3 anos).
3) Iniciativa X Culpa (3-5 anos).
4) Produtividade X Inferioridade (6-11 anos).
5) Identidade X Confusão de identidade (12-18).
6) Intimidade X Isolamento (18-36 anos).
7) Generatividade X Estagnação (35-55 anos).
8) Integridade X Desesperança (55 e + anos)
Estágios iniciais do desenvolvimento
Estágios do desenvolvimento
9º estágio: Gerotranscendência: Ref.: Erikson, E. O ciclo de vida completo. P. Alegre: Artes Médicas, 1998, p 103-104
· Gerotranscendência é uma mudança de meta perspectiva, de uma visão materialista e racional para uma visão mais cósmica e transcendente, normalmente seguida por um aumento na satisfação de vida (Tornstam, L., apud Erickson, E. 1998, p. 103).
· O indivíduo gerotranscendence experiência: 
1) “Existe um novo sentimento de comunhão cósmica com o espírito do universo”.
2) O tempo está circunscrito ao agora, ou talvez até a próxima semana – ou seja, redefinição de tempo.
3) O espaço possui dimensões que diminuem lentamente dentro do raio das nossas capacidades físicas.
4) A morte se torna a trajetória de todas as coisas vivas.
5) Redefinição do senso de self da pessoa.
Desenvolvimento Físico e Explicações Biológicas
Desenvolvimento físico da vida adulta até a velhice
· Adultos jovens: geralmente capacidades físicas e boa saúde. Mas o que se come, bebe, o quanto são fisicamente ativos, se fumam, bebem ou usam drogas, todos esses fatores contribuem muito para a saúde e bem-estar no presente e no futuro. Nessa fase: auge de sua condição física, de força, energia e resistência.A maioria das funções corporais está plenamente desenvolvida. A acuidade visual é máxima aproximadamente dos 20 aos 40 anos; o paladar, o olfato e a sensibilidade à dor permanecem; já em relação à audição, há uma perda gradual, especialmente para sons mais agudos, a partir dos 25 anos.
· Meia-idade: as mudanças fisiológicas são resultado direto do envelhecimento biológico e da constituição genética, mas fatores comportamentais e estilo de vida nos anos anteriores afetam o que acontece posteriormente: limitar a exposição ao sol pode minimizar rugas (e câncer de pele), ser fisicamente ativo ajuda a preservar a força muscular; quem tem vida sedentária perde tônus muscular e energia, e sente -se menos inclinado a se exercitar fisicamente. As mudanças sensoriais e motoras são pequenas, graduais, quase imperceptíveis
· Menopausa: entre 45 e 55 anos:
· Interrupção do ciclo menstrual → cessa ovulação → incapacidade reprodutora.
· Ciclo menstrual: a Pituitária (Hipófise) estimula (através de FSH e LH) os ovários a liberação do óvulo maduro e a produção de hormônios (estrógeno e progesterona), que agem sobre: ciclo reprodutor, proteção contra enfermidades vasculares, ajudam a manter a elasticidade e maciez da pele e na retenção de cálcio nos ossos e dentes.
· Redução de estrógeno: calor, sudorese, tonturas, maior sensibilidade a frio e calor, osteoporose, risco de problemas vasculares (formação de coágulos).
· Muitas mulheres: reações emocionais; alterações de ânimo, irritabilidade, inquietude, depressão. Agravamento: medo de envelhecer, de perder a feminilidade.
· Para algumas mulheres: aumento no interesse pela atividade sexual.
· Tomar estrógeno (terapia de reposição hormonal): redução nos sintomas desagradáveis. Riscos: inchaço nas pernas, náuseas, acelerar câncer já existente, correlação com câncer de seio / útero e formação de coágulos. Necessidade de acompanhamento médico.
· Andropausa: declínio da função testicular (diminuição da espermatogênese e secreção de andrógenos) mais ou menos entre 50 e 55 anos. Alterações:
· Pequenos distúrbios de raciocínio (ligeira confusão mental e perda de memória).
· Hipertensão, taquicardia, vertigens, dificuldades de respiração, ansiedade, depressão.
· Osteoporose, pela diminuição da calcitonina, hormônio produzido pela tireóide.
· Declínio na função / desempenho sexual (nem sempre)
· Causas:
· Desequilíbrio hormonal.
· Problema vascular: “entupimento” / endurecimento de vasos sanguíneos: diminuição do fluxo sanguíneo nas diferentes partes do corpo; como a ereção peniana depende do fluxo sanguíneo, pode haver influência no enrijecimento / aumento.
· Fatores psicológicos: bloqueio: medo de ‘fracassar” → pode levar a um afastamento da vida sexual ou procura de parceiras mais jovens.
· Desvalorização social do idoso: sentimento de inutilidade, principalmente após os 65 anos, depois de aposentar-se.
· Aspectos culturais: valor cultural de que idoso não pode ter vida sexual, que “não fica bem” ter interesse sexual.
A partir dos 65 anos, o corpo fica
· Menor:
· Altura diminui – tecido conjuntivo que liga os ossos fica comprimido e achatado.
· Massa muscular é reduzida.
· Órgãos ficam menores: útero, vagina, testículos, bexiga.
· Mais fraco:
· Ossos mais frágeis (perda de cálcio).
· Músculos mais frágeis: braços, pernas, do peito e do diafragma (cruciais para a respiração), da face (essenciais para mastigação e expressões faciais) e esfíncter vesical. 
· Declínio na massa e força muscular.
· Visão e audição mais fracas.
· Mais lento:
· Recuperação muito lenta diante de situações geradoras de tensão. 
· Sist. urinário: mais lento, menos eficiente para liberar toxinas.
· Sist. gastrointestinal: menos eficiente na absorção de nutrientes; desinteresse por comida: má nutrição.
· Cérebro: impulsos nervosos mais lentos → maior tempo de reação; diminuição do suprimento de O2; maior risco de AVC; diminuição da atividade cerebral depois de uma refeição (idoso dorme: energia canalizada para o processo digestivo); estados confusionais (falta ou diminuição de O2; toxinas, remédios não eliminados pelos rins).
· Mais lentidão na recuperação de um desequilíbrio interno (temperatura, níveis de açúcar / acidez no sangue, batimentos cardíacos, capacidade respiratória)
· Com menos:
· Glândulas salivares menos ativas (“boca seca”).
· Enzimas e ácidos digestivos secretados em menor quantidade.
· Glândulas produtoras de óleo que lubrifica a pele diminuem seu ritmo (pele mais seca).
· Glândulas sudoríparas mais vagarosas (dificuldades em transpiração).
· Quantidade de gordura sob a pele diminui: aparência frouxa e flácida no rosto; aumento na susceptibilidade a correntes de ar, a resfriados; aumento em problemas de pele como hematomas, escaras, úlceras (a gordura é uma “almofada” sob a pele).
· Menos O2 é absorvido.
· Coração: mais fraco. Junto com enrijecimento e estreitamento dos vasos: dificuldade para bombear sangue.
· Cérebro diminui de peso em 10 a 15%. Causas variadas: infartos, derrames: causam baixo fluxo de sangue: neurônios morrem.
· Diminuição do mecanismo de barreira hematoencefálica (em condições normais: mecanismo filtra o sangue antes que chegue ao cérebro; no envelhecimento, com a diminuição deste mecanismo, o cérebro fica mais exposto a toxinas potencialmente danosas).
· Neurônios: diminui a quantidade. Diminui também o número de conexões entre eles (áreas mais comumente afetadas: funções intelectuais e memória). No entanto, a perda de neurônios pode não ser significativa: neurônios sobreviventes podem compensar tal perda.
· Com menos:
· De pelos.
· De papilas gustativas.
· De dentes.
· Importante: reação das pessoas às mudanças físicas:
· Aceitação (o que gera alteração em relação a aspectos práticos da vida).
· Depressão.
Mudanças nos sistemas sensoriais
· Visão:
· Declínio na acomodação - PRESBIOPIA- (enxergar de perto) - envelhecimento do cristalino. 
· Perda/diminuição da acuidade, principalmente quando a luminosidade é menor.
· Aumento no limiar de visão (estímulo precisa ser mais intenso).
· Diminui a adaptação ao escuro/claro; reação ao ofuscamento fica prejudicada. 
· Alteração na percepção de cores (mais comum após 80 anos). 
· Maior lentidão para processar estímulos visuais. 
· Diminui o campo visual.
· Tais problemas não são incapacitantes, e muitos surgem antes da velhice.
· Patologias: glaucoma (aumento da pressão do líquido intraocular que, se não for tratada, pode causar cegueira), catarata (opacidade do cristalino – pode levar à cegueira), degeneração macular senil (deterioração da parte central da retina)
· Audição: não escutar sons baixos; 30% entre 70 e 80 anos; 50% 80 anos e mais
· condições ambientais podem acelerar a perda auditiva: falta de vitamina B12 (carnes, ovos, laticínios, fígado, ostras); condições de trabalho
· Homens: perda auditiva maior do que nas mulheres.
· Ossos do ouvido médio (estribo, martelo e bigorna): enrijecimento por calcificação ou artrite: problemas na transmissão do som. 
· Presbiacusia: perda na percepção de sons de alta frequência: o mundo se torna “abafado” (condição incapacitante); problemas na compreensão da fala; dificuldades de localização do som. Causas: genéticas, ambiente barulhento, enrijecimento dos ossos do ouvido médio, mudanças no funcionamento de alguns nervos.
· Zumbido no ouvido: 10% dos adultos apresentam; pode bloquear outros sinais auditivos, além de causar sofrimento.
· Perdas/dificuldades mais evidentes em situações complexas: detectar um som em meio a outros.
· Idoso surdo: geralmente se afasta das interações sociais – comportamento antissocial; baixa autoestima.
· Lado externo: lóbulos da orelha continuam a crescer. Canal auditivo fica bloqueado com cera mais frequentemente do que antes (gerando perda auditiva, recuperável).
· Paladar:
· Há perdas, mas com muitas diferenças individuais: sensibilidade diminuída para salgado (torna-se problema quando há considerável diminuição da sensibilidade aliada à pressão alta) e azedo; parece não haver alteração para o sabor doce, e quanto ao amargo osresultados são controversos. Nº de papilas gustativas diminui.
· Olfato:
· Pouco declínio, embora ocorra e possa se constituir em problemas quando os odores corporais não são percebidos pela pessoa. Nos estágios iniciais da doença de Alzheimer há um declínio considerável.
· Tato:
· Aumento no limiar, por causa de alterações nos sensores da pele e nos nervos que conduzem a informação ao cérebro.
· Dor:
· Aumento no limiar (problemas no número de receptores sensoriais). Mas também há problemas metodológicos: como quantificar uma sensação subjetiva?
· Equilíbrio:
· Uma queixa habitual é sentir vertigens – relação com o envelhecimento do sistema vestibular. Esta é uma situação muito desagradável e que atrapalha a vida habitual das pessoas idosas.
Diferenças quanto ao desenvolvimento
· Mulheres vivem mais tempo que homens; têm resultados melhores em escalas de avaliação de funcionamento físico. Mulheres brancas: saúde melhor do que ♂ e ♀ da raça negra.
· Raça negra: pressão arterial mais alta que raça branca.
Envelhecimento Biológico: Várias tentativas de explicações:
· Base genética.
· Danos de origem química.
· Desequilíbrio gradual.
· Restrição calórica – menor acúmulo de danos moleculares oxidativos.
Base genética
· O processo de envelhecimento é geneticamente programado. Tempo de vida ideal: deve ser o adequado para a reprodução e não para o excesso populacional. Cálculo da estimativa da máxima de vida potencial: ratos: ¾ anos; homem: 120 anos.
· Envelhecimento celular: erros nos processos de transcrição e transporte de material genético ou mutações somáticas.
· Limite na capacidade de reprodução celular.
· Busca de identificação de genes associados ao envelhecimento, provavelmente no cromossomo 4 (estudos com mais de 300 pessoas pertencentes a famílias/subgrupos que se destacam pela longevidade).
Danos de origem química
· Os problemas de funcionamento na reprodução e regeneração celular não se encontram em sua programação, mas em potencialização de fatores como poluição, padrões de alimentação ou atividade física.
· Estrutura celular pode ser danificada por agressões causadas por: vírus, radicais livres, radiações, temperaturas (vários estudos sobre: O2, alumínio, excesso de glicose).
Desequilíbrio gradual
· Diminuição do potencial imunológico ( não há concordância se é causa ou efeito).
· Eixo hipotalâmico-pituitário: uma espécie de “relógio biológico” estaria situado neste eixo, controlando a velocidade do envelhecimento; ex: se a produção da tiróide, comandada pelo hipotálamo for insuficiente: sintomas do envelhecimento aumentam. Após menopausa: carência do estrogênio acelera envelhecimento feminino.
· Declínio funcional das estruturas não se dá ao mesmo tempo → desequilíbrio entre sistemas metabólico e funcional.
Restrição calórica
· Relação entre restrição calórica sistemática e envelhecimento dos sistemas fisiológicos e celular.
· Parece haver concordância entre restrição calórica e menor acúmulo de danos moleculares oxidativos. 
· Diminuição de níveis de glicose e de insulina → impacto sobre processos fisiológicos ligados ao envelhecimento.
· Com animais: a capacidade de adaptação a estressores agudos e crônicos (agentes inflamatórios, temperatura ambiente, tóxicos, radiações e estresse oxidativo) tenderia a desenvolver-se como resultado de restrição calórica.
· Exercícios físicos regulares auxiliam no controle da glicemia e insulinemia, na atividade do eixo hipotálamo-hipófise,ou seja, influência positiva nos aspectos de manutenção da autonomia de ação e prevenção de doenças.

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