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ANÁLOGOS DE GLICOCORTICÓIDES 1 (Salvo Automaticamente)

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ANÁLOGOS DE 
GLICOCORTICÓIDES 
A ação dos corticoides é o mesmo, eles 
somente se diferenciam com relação a: 
 Potencia 
 Capacidade de reter sódio 
 Tempo de duração de ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os medicamentos serão 
comparados com a Hidrocortisona, 
isso porque ela é um corticoide de 
menor potencia, o qual 
atribuiremos a potencia de 1. 
Essa seria a potência 
glicocorticoide  Anti-
inflamatória. 
 
A atividade mineralocorticoide 
refere à capacidade do 
medicamento em reter sal (sódio) 
 capacidade de ativação dos 
receptores de Aldosterona. A 
hidrocortisona possui potência 1 de 
atividade mineralocorticoide. 
Ela retém sódio na mesma 
capacidade que combate a 
inflamação. 
 
A prednisolona possui atividade 
glicocorticoide de 4,5 + atividade 
mineralocorticoide de 0,25. 
A prednisolona é de 4-5 vezes mais 
potente do que a Hidrocortisona. 
 
A metilprednisolona possui 
atividade glicocorticoide de 5,6 + 
atividade mineralocorticoide de 
0,25. 
 
 
 
 
A dexametasona possui atividade 
glicocorticoide de 18 + atividade 
mineralocorticoide de <0,01. 
 
O que podemos perceber é que 
quanto maior a potencia anti-
inflamatória, menor será a 
retenção de sal. 
Além disso, quanto maior a 
potencia anti-inflamatória, maior 
será a duração de ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em vermelho nós possuímos o 
efeito anti-inflamatório. Em azul 
o efeito mineralocorticoide 
(retentor de sal). 
Isso é efeito em doses 
farmacológicas, não significa que o 
aumento de dose não cause 
retenção de sal mesmo com agentes 
com pouquíssima atividade 
mineralocorticoide. 
 
Não há diferenças grandes entre 
farmacocinéticas e 
farmacodinâmicas da prednisona e 
prednisolona. 
 
A fludorcortisona é a que mais 
chama atenção visto que possui 
uma exuberante atividade 
mineralocorticoide  Ela é 12-13 
vezes mais retentora de sódio do 
que anti-inflamatório. 
 
DURAÇÃO DE AÇÃO 
A duração de ação e potencia são 
determinados por alguns fatores 
farmacocinéticos e ligadas a molécula 
do fármaco. 
 
 
 
 
 
Dentre os fatores que 
reduzem/aumentam a duração de 
ação, reduzem/aumentam a potencia. 
 
 Ligação à proteína plasmática 
A quantidade de fármaco que se liga a 
proteína plasmática influencia na 
duração e potencia. 
 
Quando maior a taxa de fármaco que 
se liga a proteína plasmática  
Maior a duração de ação. 
 
Se o fármaco está ligado a proteína 
plasmática, ele não será distribuído e 
metabolizado, porque a proteína é um 
reservatório  Ficará mais tempo 
retido no corpo, durando por mais 
tempo, tornando ele mais potente. 
 
 Lipofilicidade do fármaco 
Quanto mais lipofílico, maior a 
tendência que o medicamento possui 
de se acumular no tecido adiposo. 
Estando no tecido adiposo o fármaco 
não será distribuído, não será 
eliminado, metabolizado  Ficará 
mais tempo retido no porto, durando 
mais tempo, tornando ele mais 
potente. 
 
 Afinidade do fármaco pelo 
receptor de glicocorticoide. 
Quanto maior a afinidade do 
corticoide pelo receptor, maior será a 
efetividade da ativação  Maior será 
a atividade de ação, tornando a 
potencia maior. 
 
 Afinidade pela enzima 11-HSD 
(tipo 2). 
A enzima tipo 2 é renal, inativando a 
molécula do fármaco (atuando ao 
contrário da tipo 1). 
 
O fármaco que possui muita afinidade 
por ela será muito inativada, e mais 
rapidamente o fármaco possuirá suas 
ações finalizadas: 
- Diminui sua meia vida 
- Diminui sua potencia 
 
APLICAÇÕES CLÍNICAS 
 Terapias de reposição em casos de 
insuficiência adrenal 
 
 
 
 
Nesses casos sempre que possível 
iniciar o tratamento farmacológico 
com o glicocorticoide menos potente 
com a menor dose efetiva. 
Desta forma, a hidrocortisona é o 
medicamento de escolha. 
 
Isso porque como a pessoa possui 
insuficiência adrenal – isso irá se 
estender por toda a vida do indivíduo. 
Então utilizar fármacos menos 
potentes, reduzem efeito adverso – e 
permite o escalonamento quando 
necessário. 
 
Não é contraindicado usar um 
corticoide mais potente  Tudo 
depende da situação. 
 
OBS: Quanto maior a potencia do 
fármaco, maior tende a serem os 
efeitos adversos. 
 
 Tratamento de doença 
inflamatória auto-imune: 
- Asma  Os mais utilizados para 
essa patologia são os corticoides 
inalatórios: beclometasona, 
budesonida, mometasona, 
triancinolona, fludicartisona.] 
Eles normalmente são administrados 
juntamente com agonistas de 
receptores B-2: salbutamol, 
formoterol. 
 
Na via oral são usados principalmente 
prednisona ou prednisolona. Nos 
casos de asma mais resistente  
Decadron (dexametasona). 
 
- Artrite reumatoide – pode-se 
utilizar tanto corticoide, quanto 
AINE (Ibuprofeno e alguns Oxicans). 
O efeito dos AINES são mais 
limitados que dos corticoides. 
 
- Lúpis 
 
- Doença inflamatória intestinal – 
Eles são muito importantes para 
induzir remissão. Neles são indicados: 
metilprednisolona, prednisolona, 
dexametasona. 
Eles são também disponibilizados na 
forma de enêmas (via retal), 
 
 
 
 
supositórios de matriz de cera, 
espumas. 
Eles não são indicados para manter 
remissão, mas para induzir sim. 
 
Para manter a remissão usaremos os 
derivados da mesalazina. 
 
- Esclerose múltipla (sintomático)  
Doença que destrói a bainha de 
mielina dos oligodendrócitos. Isso 
porque a esclerose é um tratamento 
modificador – ele modifica o estado, 
mas não produz cura ou remissão. Um 
dos mais utilizados é a 
metilprednisolona. 
 
- Rejeição imune após transplante de 
órgãos. 
 
Lembrando que a terapia com 
corticoide NÃO corrige a etiologia. 
 
EFEITOS ADVERSOS 
 Síndrome de Cushing iatrogênica: 
Síndrome de Cushing é um distúrbio 
caracterizado pelo excesso da 
estimulação de receptor de 
glicocorticoides. Decorrente do 
excesso da atividade do cortisol ou 
corticoides exógenos. 
 
Quando a causa desse excesso de 
atividade é devido à administração 
prolongada de fármacos, ela é 
chamada de iatrogênica. 
 
Manifestações da síndrome: 
- Queda de cabelo 
- Hiperglicemia – isso demonstra que 
a glicose é pouco internalizada na 
célula, não indo para os músculos, 
causando fraqueza muscular. 
- Fraqueza muscular 
- Extremidades finais – o tecido 
adiposo é redistribuído de forma 
centrípeta (sai da periferia e vai para 
o centro) 
- Acidez estomacal 
- Amenorreia e Hirsustismo 
- Pele fina 
- Estrias violáceas 
- Hematomas e Petequias 
- Osteoporose – fragilidade óssea 
- Face “Lua cheia” 
- Giba 
 
 
 
 
- Baixa imunidade 
- Gordura Abdominal 
- Alteração na personalidade 
 
 
 
 
 
 
 
Isso é resultante da administração por 
meses (prolongada) de 
corticoesteróides. 
 
 Aumento da suscetibilidade a 
infecção: 
Ocorre devido à redução da resposta 
inflamatória/ resposta imune que os 
corticoides estimulam  Estes são 
mecanismos de defesa a antígenos, 
sem essas medidas (inflamação + 
resposta imune), há um aumento da 
suscetibilidade a infecção. 
 
 Hiperglicemia 
Isso ocorre porque quando a insulina 
ativa o receptor de insulina ela 
sinaliza a captação de glicose do 
plasma. 
 
Isso ocorre no: 
- Musculoesquelético 
- Fígado 
- Tecido adiposo 
 
Sinalizou o receptor ocorre a 
translocação de um sistema que irá 
captar glicose e internalizar na 
célula. 
 
Os glicocorticoides antagonizam a 
ação da insulina, deixando o receptor 
resistente à ação do hormônio  
Aumentando a resistencia a insulina. 
 
Além disso, ele pode estimular a 
quebra de fontes que não são 
carboidratos (proteínas, corpos 
cetônicos, triglicerídeos) para 
produzir glicose  Gliconeogênese. 
 
Isso então pode resultar em diabetes 
mellitus. 
 
 
 
 
 
 
DANOS NA MATRIZ ÓSSEA 
Os ossos vão passando por um processo 
de renovação, com a existência de 
células que irão remodelaro osso. 
 
Nós possuímos os: 
 Osteoblastos  Formam a matriz 
óssea 
 Osteoclastos  Promovem a 
reabsorção óssea, tiram cálcio do 
osso para renovação da matriz. 
 
Os corticoides irão suprimir 
diretamente a ação dos osteoblastos – 
reduz a função da célula que forma a 
matriz. 
Desta forma, a formação da 
hidroxiapatita ficará cada vez mais 
deficiente  Diminuindo a 
densidade mineral óssea (DMO). 
 
Além disso, esses fármacos podem 
interferir (reduzindo) na absorção de: 
 Cálcio 
 Vitamina D 
 
Isso tudo pode reduzir ainda mais a 
quantidade de cálcio no osso, de modo 
que a administração crônica em 
crianças pode: 
 Diminuir a velocidade de 
crescimento ideal do osso, podendo 
até causar retardo no crescimento. 
 
EFEITOS ADVERSOS NO SNC 
Não significam que vão causar isso, 
apenas que podem causar, 
principalmente quando há a presença 
de algum fator agravante junto. 
 
As alterações no comportamento 
podem assumir várias formas: 
 Excitação 
 Euforia 
 Agitação 
 Depressão 
 Distúrbio do sono 
 Labilidade emocional 
 Comportamento psicótico 
 
Os corticoides também podem causar 
danos à mucosa do TGI (Trato 
Gastrointestinal)  Isso porque elas 
também inibem prostaglandinas. 
 
 
 
 
Só que esse efeito com os AINES é 
mais exuberante quando comparado 
aos corticoides.

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