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21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 1/73 Métodos de treinamento Prof. Silvio Marques Descrição Os métodos de treinamento neuromuscular, baseados na manipulação das variáveis metodológicas do treinamento, que visam ao aumento do condicionamento neuromuscular. Propósito Manipular as variáveis metodológicas, periodizar o treinamento e 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 2/73 conhecer novas tendências do treinamento neuromuscular são essenciais para o profissional de educação física construir programas de treinamento individualizados e garantir resultados favoráveis a curto, médio e longo prazos. Objetivos Módulo 1 Principais métodos de treinamento Identificar a manipulação das variáveis metodológicas do treinamento na construção dos sistemas de treinamento de força. Módulo 2 Estruturação temporal do treinamento neuromuscular: periodização Reconhecer as diferentes estruturações temporais dos métodos de treinamento de força e os modelos de periodização. Módulo 3 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 3/73 Novas tendências no treinamento neuromuscular Identificar as novas tendências do treinamento neuromuscular, como o levantamento de peso olímpico, o treinamento funcional e a pliometria. Introdução O treinamento neuromuscular, também conhecido na literatura como treinamento de força, treinamento resistido ou treinamento de resistência, envolve a participação do sistema nervoso, que atua no controle neural do movimento, e o próprio sistema musculoesquelético. Projetar um programa de treinamento neuromuscular é um processo complexo, pois incorpora a manipulação de diversas variáveis agudas que devem estar associadas aos diversos métodos existentes na literatura e ao 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 4/73 devem estar associadas aos diversos métodos existentes na literatura e ao controle da carga de treinamento. Aqui entenderemos a importância da manipulação correta dessas variáveis a curto, médio e longo prazos, bem como suas aplicações nas metodologias tradicionais do treinamento neuromuscular. Além disso, abordaremos a periodização relacionada ao treinamento neuromuscular e as novas tendências do mercado, como o Levantamento de Peso Olímpico – LPO, o treinamento funcional e o treinamento pliométrico, de forma a proporcionar uma base teórica e conceitual para a sua atuação profissional. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 5/73 1 - Principais métodos de treinamento Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car a manipulação das variáveis metodológicas do treinamento na construção dos sistemas de treinamento de força. Principais sistemas do treinamento neuromuscular 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 6/73 Os sistemas de treinamento de força muscular se baseiam na manipulação das variáveis metodológicas do treinamento e são estratégias importantes na construção do plano de treino e de sessões de treinamento, visando ao aumento da força, da potência, da resistência muscular localizada e a hipertrofia muscular. Vejamos a seguir alguns exemplos de sistemas de treinamento utilizados na prática diária de muitos participantes, e que podem ser utilizados para maximizar os efeitos do treinamento em longo prazo. Sistemas de séries simples e séries múltiplas O sistema mais elementar de treinamento de força é o sistema de séries simples, no qual o beneficiário realiza apenas uma série de cada exercício, com um intervalo predeterminado, antes de passar ao próximo. Esse sistema é muito utilizado por indivíduos iniciantes, pois pode proporcionar boa aderência ao treinamento de força, principalmente no início do programa, devido ao menor tempo de duração da sessão de treinamento e menor desgaste físico. Além disso, em iniciantes, esse método pode trazer benefícios similares em termos de ganho de força quando comparado ao sistema de séries múltiplas. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 7/73 Dessa forma, esse sistema pode ser utilizado principalmente na fase de adaptação, quando o beneficiário aprende a técnica dos movimentos, como nos dois primeiros treinos. Comentário O sistema de séries múltiplas é uma progressão do sistema de séries simples, no qual o beneficiário realiza mais de uma série por aparelho, realizando um intervalo entre essas séries. É um sistema muito utilizado no treinamento de força, pois permite elevações significativas no volume de treinamento, o que está relacionado diretamente com a hipertrofia muscular. Esse sistema pode variar de duas a 3 séries por exercício em indivíduos iniciantes e chegar de 6 até 8 séries por exercício em indivíduos avançados. O mais importante é que esse aumento do número de séries seja progressivo e sem saltos; por exemplo, não deve passar de duas para quatro séries. Nesse caso, o correto é passar de duas para 3 séries e observar a adaptação do aluno a esse novo volume de treinamento para que, posteriormente, possa seguir para 4 e assim sucessivamente. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 8/73 Sistema de carga constante O sistema de carga constante é utilizado com uma carga fixa para todos os grupamentos musculares; por exemplo, o praticante irá trabalhar com 80% de 1 repetição máxima (RM) em todos os grupamentos. Vejamos, na tabela, um exemplo de uma sessão de treinamento baseado no sistema de carga constante: Exercício N° de Séries Intensidade (%1RM) Supino reto 3 60% Desenvolvimento 3 60% Tabela: Exemplo sessão de treinamento utilizando sistema de carga constante. Silvio Marques. Normalmente, esse sistema deve ser utilizado com indivíduos iniciantes, pois o número de repetições pode variar significativamente de um grupamento muscular para outro a partir de um mesmo percentual de uma repetição máxima – 1RM. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 9/73 Sistema pirâmide crescente Este sistema consiste em realizar uma progressão de carga ao longo das séries, respeitando o princípio da interdependência volume-intensidade: à medida que ocorre um aumento do volume, há uma redução da intensidade. Neste caso, o número de repetições deverá ser reduzido. Imagine que o praticante irá realizar 4 séries no exercício agachamento com uma progressão de carga de 70%, 75%, 80% e 85%, com 12, 10, 8 e 6 repetições, respectivamente. Vejamos a seguir a exemplificação a partir da tabela: Agachamento Repetições 12 10 Carga 70% 75% Recuperação 2 minutos 2 minutos Tabela: Exemplo de 4 séries no exercício agachamento com progressão de carga. Silvio Marques. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 10/73 Sistema pirâmide decrescente Ao contrário do que foi apresentado no sistema pirâmide crescente, neste sistema a intensidade é reduzida em cada série e, como consequência, a quantidade de repetições é aumentada. Sendo assim, a primeira série será realizada com carga mais pesada, diminuindo à medida que as demais serão realizadas (85%, 80%, 75% e 70%). Assumindo que a intensidade diminui ao longo de cada série, o número de repetições deve aumentar (6, 8, 10 e 12). Normalmente, esse sistema é menos utilizado do que o sistema de pirâmide crescente. Vejamos um exemplo de sistema de treinamento pirâmide decrescente: Agachamento Repetições 6 8 Carga 85% 80% Recuperação 2 minutos 2 minutos Tabela: Sitema de treinamento em pirâmide decrescente.21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 11/73 Silvio Marques. Sistema de exaustão O sistema de exaustão prioriza a realização do número máximo de repetições (até alcançar a falha concêntrica). Normalmente, as séries são realizadas com carga equivalente de 60% a 70% de 1RM, com intervalo de recuperação próximo de 2 minutos. Importa notar que o número de repetições não é fixado; por isso, o praticante deve ser estimulado sempre a realizar o máximo de repetições. Esse método de treinamento deve ser priorizado para indivíduos experientes no treinamento neuromuscular, pois, ao chegar à falha concêntrica, o aluno chega ao seu limite de esforço, o que presume uma intensidade máxima. O sistema de exaustão normalmente provoca dor muscular de início tardio, o que pode ser associado à desistência em indivíduos iniciantes. Por outro lado, a literatura demonstra que os ganhos de força podem ser potencializados por esse sistema de treinamento. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 12/73 Falha concêntrica É a não realização de uma nova repetição, dada a impossibilidade de se realizar uma contração concêntrica devido a uma fadiga momentânea. Sistema de pré-exaustão O método de pré-exaustão é baseado em priorizar os exercícios uni ou monoarticulares para, em seguida, realizar os exercícios multiarticulares. Vamos pensar juntos! Exemplo Imagine que o foco do programa de treinamento seja o quadríceps. Para fazer uso do método de pré-exaustão, o praticante deverá realizar a cadeira extensora (uniarticular) anteriormente ao agachamento ou leg press (pluriarticulares). O mesmo conceito pode ser aplicado aos membros superiores (tríceps na polia alta X supino com barra). O número de séries pode ser de 3 a 4, e o intervalo de recuperação próximo a 2 minutos. Observe a tabela com um exemplo do sistema pré-exaustão para os membros inferiores: Exercícios Séries Repetições 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 13/73 Exercícios Séries Repetições Cadeira extensora 3 12 Agachamento 3 12 Tabela: Exemplo de sistema pré-exaustão para os membros inferiores. Silvio Marques. Sistema agonista e antagonista Este sistema é muito utilizado entre os praticantes do treinamento neuromuscular devido a sua alta eficiência no desenvolvimento da força e hipertrofia muscular, bem como pelo tempo reduzido para concluir a série de exercícios. Ele consiste na realização dos exercícios envolvendo os músculos agonistas e os músculos antagonistas de dado movimento em cada série. Imagine uma pessoa realizar o exercício de flexão de cotovelo (rosca bíceps) e, imediatamente (sem intervalo), realizar o exercício de extensão de cotovelo (tríceps no pulley); ou realizar uma série na mesa flexora e, imediatamente, fazer a cadeira extensora. É importante saber que a recuperação sempre ocorrerá ao final do segundo exercício. Vejamos a seguir um exemplo de aplicação de método agonista e antagonista: 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 14/73 Série 1 Rosca bíceps: 12 Repetições Tríceps no pulley: 12 Repetições → 1 – 2 Minutos. Série 2 Rosca bíceps: 12 Repetições Tríceps no pulley: 12 Repetições → 1 – 2 Minutos. Série 3 Rosca bíceps: 12 Repetições Tríceps no pulley: 12 Repetições → 1 – 2 Minutos. Sistema alternado por segmento Neste sistema, o praticante deverá desenvolver a execução de um exercício de 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 15/73 membros superiores e, imediatamente, realizar outro exercício envolvendo os membros inferiores, ou vice-versa. Exemplo de exercício direcionado aos membros superiores. Exemplo de exercício direcionado aos membros inferiores. Na tabela a seguir podemos notar um exemplo de um programa de treinamento alternado por segmento. Cabe ressaltar que este método é mais utilizado por praticantes iniciantes, pois gera menos fadiga devido à recuperação de um segmento enquanto o outro é treinado. Exercícios Séries Repetições Supino 3 12 Agachamento 3 12 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 16/73 Exercícios Séries Repetições Puxada pela frente 3 12 Leg press 3 12 Tabela: Exemplo de aplicação de método alternado por segmento. Silvio Marques. Sistemas Bi-Set e Tri-Set O método Bi-Set consiste na realização de uma série em que dois exercícios para o mesmo grupamento muscular devem ser realizados com intervalo somente após a realização do segundo exercício. Normalmente, são realizadas de 3 a 4 séries de 10 a 20 repetições para cada “conjunto de exercícios”. Na prática, imagine que a sessão de treinamento esteja priorizando o grupamento peitoral. Sendo assim, o praticante deve realizar, por exemplo, 12 repetições no supino e, imediatamente, mais 12 repetições no crucifixo. Isso contaria como uma série e, somente após a realização do crucifixo, seria aplicado o intervalo, que pode variar entre 1 e 2 minutos. O método tri-set segue o mesmo princípio; no entanto, são envolvidos três exercícios para o mesmo grupamento muscular. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 17/73 Vejamos a tabela a seguir com um exemplo de aplicação do Sistema Bi-Set: Exercícios Séries Repetições Supino + Crucifixo 3 10 Desenvolvimento + Abdução de ombros 3 10 Puxada pela frente no pulley alto + Pullover com halter 3 10 Leg Press + Agachamento livre 3 10 Tabela: exemplo de aplicação do Sistema Bi-Set. Silvio Marques. Sistema drop-set O sistema drop-set é indicado para praticantes que já possuem bastante 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 18/73 experiência com o treinamento neuromuscular. Ele é composto por subséries inseridas em cada série para determinado grupamento. Exemplo O praticante irá realizar o exercício agachamento com 80% de 1RM até a falha. Sem descansar, o praticante reduz a carga para 60% de 1RM e novamente executa as repetições, até a falha. Reduz-se a carga novamente para 40% de 1RM e são realizadas novas repetições até a falha. A carga é reajustada novamente para 20% de 1RM e mais uma vez as repetições são realizadas até a falha. Ao término desta sequência, o praticante concluiu uma série. Neste sistema, normalmente são realizadas de 3 a 4 séries com intervalos de recuperação de 2 a 3 minutos entre elas. Sistema cluster-set Este sistema de treinamento também é indicado para pessoas com um nível de experiência mais elevado. O cluster-set consiste em realizar pequenas pausas entre cada repetição (normalmente de 15 a 20 segundos) em uma série. Esse método possibilita trabalhar com cargas mais elevadas (90 a 95% de 1RM), realizar um número de repetições equivalente a 10 ou 12 e, como consequência, aumentar o volume total de treinamento. Na tabela, a seguir, podemos notar a organização de uma sessão de treinamento utilizando o método cluster para um exercício. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 19/73 Exercício Intensidade (%1RM) Séries Agachamento 90% 3 a 4 Tabela: Exemplo de uma sessão de treinamento baseado no sistema cluster-set. Silvio Marques. Os métodos de treinamento neuromuscular Veja como são executados os diferentes métodos de treinamento neuromuscular. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 20/73 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Os sistemas de treinamento são métodos de treinamento neuromuscular baseados na manipulação das variáveismetodológicas do treinamento de força. Dentre esses métodos, podemos citar o Cluster-Set, que consiste em: A realizar todas as séries com repetições até a falha concêntrica do participante. B realizar exercícios com a musculatura agonista e, imediatamente, com a antagonista. C realizar dois exercícios sem intervalo entre eles para um mesmo grupamento muscular. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 21/73 Parabéns! A alternativa D está correta. No método Cluster-set, o participante consegue aumentar significativamente o volume total de treinamento, uma vez que são inseridas breves pausas entre as repetições com cargas elevadas, possibilitando que o número de repetições estipulado previamente seja executado sem falha concêntrica. Questão 2 Os sistemas de treinamento são utilizados para que novas adaptações fisiológicas sejam observadas nos praticantes. Sobre esse assunto, assinale a alternativa que apresenta o sistema de treinamento que consiste em D realizar breves períodos de descanso (15 segundos) entre as repetições de alta intensidade. E executar um exercício de membro superior e, imediatamente, outro de membro inferior. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 22/73 realizar séries em um exercício uniarticular para, em seguida, realizar séries em um exercício pluriarticular. Parabéns! A alternativa E está correta. No sistema de pré-exaustão são realizados exercícios uniarticulares antes dos pluriarticulares. Como exemplo, podemos citar o uso da cadeira extensora antes do leg press, ou do voador peitoral antes do supino. A Carga constante. B Drop-set. C Agonista e antagonista. D Exaustão. E Pré-exaustão. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 23/73 2 - Estruturação temporal do treinamento neuromuscular: periodização Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as diferentes estruturações temporais dos métodos de treinamento de força e os modelos de periodização. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 24/73 Periodização do treinamento de força A periodização pode ser definida como a organização e o planejamento das variações dos programas de treinamento: seleção e ordem dos exercícios, número de séries, número de repetições em cada série, períodos de intervalo entre as séries e os exercícios, intensidade dos exercícios e número de sessões de treino por dia e semanais, visando alcançar resultados mais efetivos à aptidão neuromuscular. Saiba mais Os primeiros relatos relacionados com métodos de progressão do treinamento neuromuscular surgiram na Grécia antiga (510 a.C), quando o atleta Mílon de Crotona utilizou um gado para a evolução do seu treinamento neuromuscular e, à medida que o animal crescia e ganhava peso, a força do atleta era desenvolvida. A partir daí, diversos modelos foram desenvolvidos por estudiosos e cientistas do esporte, treinadores e atletas de todo mundo. Fato este que se intensificou principalmente após a década de 1950, quando foram criados os modelos clássicos (lineares), não lineares e em bloco, visando a organização para a progressão do treinamento físico, que nesta época era baseada nos ciclos olímpicos e no alto rendimento desportivo. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 25/73 Cabe ressaltar que a periodização não deve ser somente limitada a atletas, pois diversas evidências mostram que o emprego da periodização no treinamento neuromuscular o torna mais efetivo para não atletas e em programas de tratamento não farmacológico para doenças crônico-degenerativas, bem como reabilitação ou prevenção de lesões. A estrutura hierárquica e os componentes dos ciclos do treinamento periodizado são organizados em uma escala temporal. Vejamos a estrutura dos ciclos da periodização do treinamento a partir dos componentes da periodização e sua duração: Composição do treinamento a longo prazo, estruturado em ciclos de 2 a 4 anos. Ciclo de treinamento anual, dividido em fase preparatória, competitiva e transição. Preparação a longo prazo (vários anos) Macrociclos (meses) 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 26/73 Ciclo de treinamento de médio prazo correspondente ao conjunto de microciclos. Ciclo de treinamento de curto prazo correspondente ao conjunto de sessões de treinamento. Corresponde ao estímulo diário de treinamento. Confira agora os principais tipos de periodização utilizados no treinamento neuromuscular. Mesociclos (semanas) Microciclos (dias) Sessões de treinamento (horas/minutos) 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 27/73 Periodizações lineares Periodização clássica (linear) O modelo clássico, também conhecido como modelo linear de periodização, é caracterizado por alto volume de treinamento na fase inicial (formação geral) e baixa intensidade. Conforme o treinamento progride, o volume diminui, o que, no treinamento neuromuscular, pode ser associado ao número de repetições. Por exemplo: A intensidade (carga utilizada) aumenta gradativamente nos períodos pré-competitivo e competitivo. Este modelo tradicional de periodização foi por muito tempo utilizado para melhorar as variáveis fundamentais de aptidão neuromuscular por meio da organização do treinamento, visando alcançar o pico máximo de algumas valências físicas específicas, como a força e a taxa de desenvolvimento de força e/ou potência, dentro de um espaço de tempo relativamente estreito (curto e médio prazo). Quando comparamos estudos em que o treinamento neuromuscular foi periodizado pelo modelo clássico, os resultados são, em grande parte, 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 28/73 superiores aos modelos de treinamento em que não foi realizado qualquer modelo de periodização. Estes resultados não se referem somente à força e hipertrofia muscular, mas também à potência média e máxima, tempo de reação, velocidade e agilidade. Os programas de treinamento não periodizados trazem algum benefício a curto prazo (12 semanas de treinamento). No entanto, quando analisamos a médio e longo prazo (acima de 96 meses de treinamento), os resultados dos programas de treinamento periodizados são mais efetivos do que os não periodizados. Podemos notar, no gráfico abaixo, uma organização básica da progressão de uma periodização linear. No primeiro mesociclo (5 primeiras semanas) é priorizado o volume de treinamento equivalente a 15 repetições. Nessa ocasião, a intensidade pode estar próxima de 70% de 1RM. Gráfico: Modelo de organização de mesociclos em uma periodização clássica (linear). 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 29/73 No segundo mesociclo (semana 6 a 10), o volume sofre ligeira redução (10 repetições); assim, há necessidade de um incremento de carga (80% de 1RM). Por fim, no último mesociclo (semana 11 a 15), o volume de treinamento sofre drástica redução (5 repetições). Nessa fase, a intensidade torna-se prioridade sobre o volume e deve ser superior aos 80% do mesociclo anterior. Periodização reversa (linear reversa) Como o próprio nome menciona, o modelo de periodização linear reversa é o inverso do modelo clássico (linear) no que diz respeito à aplicação do volume e intensidade. Nessa condição, a intensidade é inicialmente priorizada na fase de preparação e, à medida que ocorre a progressão do treinamento, o volume passa a ter preferência. Este modelo de periodização tem sido usado para indivíduos visando à resistência muscular localizada(RML), uma vez que essa valência física apresentou resultados mais efetivos se comparados ao modelo de periodização linear tradicional. Nesse sentido, ganhos de força associados às adaptações neurais e em relação à hipertrofia, seguindo este modelo, têm se mostrado menores em comparação com os modelos lineares e ondulatórios. Observamos a seguir um exemplo de progressão do treinamento de modelo linear reverso. No primeiro mesociclo (5 primeiras semanas) são realizadas 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 30/73 aproximadamente 5 repetições. A partir desse volume reduzido, é possível o treinamento de alta intensidade, algo equivalente a 90% de 1RM. Gráfico: Modelo de organização de mesociclos em uma periodização linear reversa. No segundo mesociclo (semana 6 a 10), o volume sofre um incremento para 10 repetições, que deve ser concomitante a uma redução da intensidade de treinamento para o equivalente a 80% de 1RM. No último mesociclo (semana 11 a 15), o volume de treinamento sofre incremento significativo para 15 repetições e, por esse motivo, a intensidade nessa fase torna-se bastante reduzida, algo em torno de 70% de 1RM. Periodizações não lineares Periodização ondulatória 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 31/73 O modelo ondulatório – também denominado modelo não linear de periodização – permite variação de intensidade e volume dentro de um ciclo. Assim, é possível fazer uso de diferentes protocolos para treinar vários componentes do desempenho neuromuscular, como a força, a potência e a resistência muscular localizada - RML. Exemplo Em cada mesociclo, a organização do volume e da intensidade podem ser variáveis, ou seja, podemos trabalhar com intensidades elevadas, média e baixa no mesmo mesociclo. A organização das cargas pode ocorrer de maneira sistemática, seguindo uma mesma ordem ao longo dos mesociclos ou de maneira aleatória; neste caso, não seguimos a padronização da ordenação das cargas. Note, no próximo gráfico, que cada semana de treinamento possui 3 sessões de treinamento (dias de treinamento). Nesse exemplo, as três semanas de treinamento começam com volumes mais elevados. Assim, as cargas devem ser mais baixas, algo em torno de 70% de uma repetição máxima (dias 1, 4 e 7). 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 32/73 Gráfico: Modelo de organização de mesociclos em uma periodização ondulatória. Progredindo com esse modelo, o volume diminui no meio de cada semana (10 repetições nos dias 2, 5 e 8), encerrando as três semanas com volumes significativamente mais reduzidos ainda (5 repetições nos dias 3, 6 e 9). Nesses casos, as cargas devem estar mais elevadas (80% e 90% de 1RM, respectivamente). Esse modelo de periodização mostrou-se eficiente para a manutenção do condicionamento geral (força, hipertrofia, potência e resistência muscular localizada - RML), quando comparado aos modelos lineares. Periodização em blocos A periodização em blocos foi introduzida para não se limitar aos modelos preexistentes, atendendo às demandas de um grande aumento do número de 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 33/73 competições nos calendários de muitas modalidades esportivas, bem como à organização de estímulos combinados ou cruzados. Por exemplo, no treinamento de múltiplas valências observadas nos atletas da atualidade. Resumindo Podemos dizer que é um sistema com foco em habilidades gerais, específicas e competitivas em cada mesociclo; no entanto, nos mesociclos iniciais é dada maior prioridade às habilidades gerais (maior volume de treinamento nesta fase) e, nos mesociclos finais, o volume de treinamento das habilidades gerais é reduzido, dando maior foco nas valências mais específicas de cada modalidade. Ao longo de um macrociclo (ciclo anual de treinamento), são observados seis blocos de treinamento, cada um deles contendo as fases de acumulação, transmutação e realização. Veja: Modelo de organização de mesociclos de um modelo de periodização em blocos. Na fase de acumulação é dada prioridade para as valências físicas gerais (força, 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 34/73 resistência muscular localizada e condicionamento cardiorrespiratório, por exemplo). Nela, a intensidade é reduzida, mas o volume de treinamento é mais elevado. Além das valências físicas gerais, nesta fase são trabalhadas execuções de movimento menos específicos. Por isso, o objetivo aqui é focar no aumento da força e promover a hipertrofia (condicionamento geral). Comentário Normalmente, as porcentagens de carga utilizadas na fase de acumulação variam entre 50 e 70% de 1RM. A duração deste bloco pode variar de duas a seis semanas, o que dependerá muito do praticante, do atleta e da modalidade esportiva em questão. Quanto menos condicionado for o praticante, mais longa deverá ser essa fase. Repare que ao término desse bloco não é necessário um período de restauração ou regeneração, de tal modo que já é possível iniciar a nova fase, denominada fase de transmutação. A base do bloco de transmutação tem por objetivo realizar a transferência das habilidades gerais para habilidades específicas. Durante esta fase, a intensidade aumenta e o volume é reduzido, mas ainda é considerado moderado. Os movimentos neste bloco passam a ser mais específicos (como os arrancos e arremessos do levantamento olímpico), mas também há um grande volume 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 35/73 dedicado aos trabalhos com exercícios gerais, que dão a base dos movimentos de competição. Exercícios gerais não serão priorizados, mas poderão ser incluídos em volume reduzido. O objetivo deste bloco é desenvolver as habilidades específicas para o período de competição. As porcentagens de cargas usadas durante esse bloco geralmente ficam entre 75% e 90% de 1RM. A duração costuma ser próxima de duas a quatro semanas, e o comprimento é determinado em função do nível do praticante/atleta. Da mesma forma como na fase de acumulação, quanto menos condicionada for a pessoa mais tempo este bloco pode ser usado em sua preparação. Outro aspecto importante deste bloco é que ele foi projetado para induzir a fadiga. Não haverá recuperações completas entre as sessões de treinamento; por este motivo, percebe-se que o nível de sensação de cansaço dos praticantes é mais elevado nessa fase quando comparada à fase de acumulação. Atenção! 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 36/73 O bloco de transmutação é considerado o mais difícil de todos; por isso, devemos dar mais atenção a um controle de cargas mais minucioso para prevenir lesões e overtraining. Ao término deste bloco, normalmente é realizado um período de regeneração/restauração. Por fim, o bloco de realização é o estágio final do treinamento antes de uma competição, de tal maneira que o volume é significativamente reduzido e a intensidade é mais elevada. Durante este bloco, o treino é direcionado para os movimentos de competição (quase totalmente específicos). Os exercícios responsáveis pelo condicionamento geral são eliminados; se quaisquer exercícios gerais forem incluídos, serão para fins de prevenção de lesões ou trabalhos leves de fortalecimento e equilíbrio muscular. As porcentagens usadas são de 90% ou mais (ou exatamente aquelas usadas nas competições). Em função disso, períodos de recuperação devem ser introduzidos com maior frequência na rotina, e a própria frequência de treinamento deve ser reduzida durante este bloco. A duração do bloco de realização é mais curta; geralmente, cercade apenas duas semanas. Esse processo deve ser seguido por uma regeneração/restauração que pode durar de uma a duas semanas antes das competições, dependendo da estratégia de cada treinador. A periodização do treinamento 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 37/73 neuromuscular Veja a seguir como são executados os diferentes tipos de periodização do treinamento neuromuscular. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A periodização em blocos consiste em organizar blocos de treinamento dentro de cada mesociclo, permitindo que sejam trabalhadas todas as valências físicas ao longo do ano, visando a múltiplos picos de treinamento. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 38/73 Considerando esse modelo de periodização, assinale a opção que apresenta como são nomeadas as estruturas dos blocos de treinamento. Parabéns! A alternativa E está correta. A periodização em blocos consiste em organizar os mesociclos em blocos contendo as fases de acumulação, transmutação e realização, visando trabalhar muitas valências físicas em cada período. A Microciclo, mesociclo e macrociclo. B Estímulo, adaptação e supercompensação. C Preparatório, competitivo e transição. D Geral, pré-competitivo e competivitvo. E Acumulação, transmutação e realização. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 39/73 Questão 2 A periodização do treinamento consiste em planejar e organizar as sessões de forma a se obter resultados específicos. Sobre a periodização ondulatória, assinale a opção correta. A Consiste na realização de blocos de treinamento de acordo com o calendário competitivo. B Consiste na aplicação da relação inversa entre o volume, a intensidade e a densidade do treinamento. C Consiste na realização de estímulos de volume e intensidade variáveis em um microciclo. D Consiste na progressão da intensidade do treino associada a uma regressão do volume. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 40/73 Parabéns! A alternativa C está correta. A periodização ondulatória consiste na variação dos estímulos, uma vez que há uma grande variedade no volume e na intensidade do treinamento dentro de um único mesociclo. E Consiste na progressão do volume do treino associada a uma regressão da intensidade. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 41/73 3 - Novas tendências no treinamento neuromuscular Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as novas tendências do treinamento neuromuscular, como o levantamento de peso olímpico, o treinamento funcional e a pliometria. Levantamento de Peso Olímpico (LPO) 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 42/73 O Levantamento de Peso Olímpico é uma modalidade olímpica e tem como principal objetivo levantar a maior quantidade de peso em dois movimentos: o arranco e o arremesso. Essa modalidade foi introduzida já na primeira edição dos jogos olímpicos da era moderna, em 1896, pelo Barão Pierre de Coubertain. O peso utilizado no levantamento de peso olímpico consiste em uma barra de ferro com as anilhas em suas extremidades, apoiadas no solo. Com o passar dos anos, as técnicas dos movimentos sofreram alterações significativas, sendo o ano mais marcante o de 1925, quando os movimentos do arranco e arremesso começaram a ser utilizados com as duas mãos e, em 1973, quando o exercício de desenvolvimento deixou de fazer parte da modalidade. Após as diretrizes traçadas em 1973 pela International Weightlifting Federation (IWF), a modalidade segue atualmente com as mesmas características, tendo o arranco e o arremesso como os exercícios principais da competição. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 43/73 Embora o objetivo seja o mesmo, elevar a maior quantidade de peso acima da cabeça no arranco ou no arremesso, as técnicas observadas nesses movimentos são bastante distintas. Vamos estudá-las agora. Arranco A execução do arranco compreende as seguintes etapas: Primeira puxada O atleta começa o movimento segurando a barra olímpica com as duas mãos para, em seguida, iniciar a primeira remada, deslocando a barra na região imediatamente acima da patela. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 44/73 Transição Essa fase se inicia com uma ligeira flexão de joelhos (ação excêntrica) para a barra ultrapassar essa articulação, seguida de uma rápida extensão dos próprios joelhos (ação concêntrica), de tal modo que a barra é projetada até a região proximal da coxa. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 45/73 Segunda puxada Nessa fase ocorre uma rápida extensão do quadril, dos joelhos e dos tornozelos, sendo por este motivo denominada tripla extensão. Turnover Após a tripla extensão, o atleta rapidamente projeta seu corpo abaixo da linha da barra. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 46/73 Fase de encaixe O atleta permanece completamente agachado com a barra posicionada acima da cabeça (posição conhecida como overhead squat). Fase de recuperação 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 47/73 Nessa fase o atleta realiza a extensão do quadril e dos joelhos com a barra estabilizada acima da sua cabeça. Observe as divisões das fases do arranco: Fases do arranco. Arremesso Um pouco diferente do arranco, o arremesso é dividido em apenas duas fases, sendo a primeira denominada Clean, momento em que a barra é deslocada do solo aos ombros do atleta; a segunda fase é chamada Jerk, momento em que a barra é deslocada dos ombros para cima da cabeça. A primeira fase (Clean) do arremesso é bem semelhante ao arranco, pois tem a primeira puxada, a transição, a segunda puxada, o turnover, o encaixe e a 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 48/73 recuperação. No entanto, a partir da recuperação, inicia-se a segunda fase do arremesso, uma vez que a barra é apoiada nos ombros, sem ser projetada diretamente acima da cabeça. Uma vez com a barra apoiada nos ombros, o atleta realiza um ligeiro agachamento (dip) com o intuito de realizar um impulso rápido e projetar a barra acima da cabeça. Sendo assim, o movimento é validado (considerado completo) quando o atleta realiza uma extensão completa do quadril e dos joelhos com a barra sustentada acima da cabeça. Apoio da barra nos ombros (Clean) Elevação da barra para cima da cabeça (Jerk) Aplicações do LPO para diferentes modalidades esportivas O LPO, por toda sua complexidade e grupamentos musculares envolvidos, é muito utilizado na rotina de treinamento de uma variedade de atletas de diversas 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 49/73 modalidades esportivas. Isso pelo fato de o LPO não somente exigir a força dos participantes, mas também velocidade, potência, flexibilidade e um importante fortalecimento da musculatura central (core). Estudos demonstram a capacidade dos exercícios de LPO em aumentar o salto vertical. Além disso, o levantamento de peso olímpico também é importante para melhorar a performance do salto contra movimento (amplamente utilizado em diversos esportes coletivos e individuais, como o basquetebol, voleibol e handebol), bem como a potência, força e aumento da área de secção transversa dos músculosdos membros inferiores. Comentário Esportes que demandam a chamada posição atlética (athletic positive ou stance) também podem se beneficiar do LPO, principalmente pela necessidade de melhorar a explosão reativa saindo dessa posição. No âmbito do futebol americano, o LPO é amplamente utilizado nos treinamentos, dada a sua capacidade de desenvolvimento de diversas capacidades já citadas, todas elas amplamente utilizadas nesse esporte. Algumas pesquisas indicam que o LPO é até mesmo mais eficaz e benéfico para atletas do futebol americano do que o trabalho com pesos comuns (powerlifting). Por isso, podemos perceber que o LPO pode ser incorporado nos treinos físicos para focar nas qualidades físicas de diferentes atletas. Em outra vertente, a tripla extensão realizada durante o LPO é requisitada em quase todos os esportes, 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 50/73 principalmente no que se refere aos movimentos básicos de correr, saltar e mudar de direção. Logo, o LPO também pode ser extremamente benéfico para esportes que demandem essas capacidades. Resumindo Em suma, o LPO é um esporte que demanda diversas capacidades do atleta, desde mobilidade articular, flexibilidade e força do core. Além disso, durante a execução dos levantamentos, o atleta realiza movimentos muito similares àqueles realizados em outros esportes. Logo, há um enorme espaço para a transferência e melhoria dessas capacidades com o treino de LPO. Treinamento Funcional Quando assumimos que algo possui uma função, isso significa um propósito em seus objetivos. Nesse sentido, a ideia do treinamento funcional (ou exercício funcional) originou-se no mundo da medicina esportiva, pois pretendia que as pessoas fossem capazes de realizar os movimentos da vida cotidiana, ou os movimentos naturais (agachar, saltar, correr, andar etc.). A partir daí, o treinamento funcional não ficou limitado somente à concepção da reabilitação, mas se estendeu aos esportes de alto rendimento, sendo introduzido em centros de 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 51/73 treinamento convencionais e em salas de musculação para o público geral. Foi demonstrado que os exercícios utilizados para desenvolver os componentes de habilidades específicas também podem ser os melhores exercícios para manter e melhorar os componentes da aptidão física relacionada à saúde. O conceito de treinamento funcional tem sido mal interpretado e rotulado por muitos atletas e treinadores desde que foi aplicado pela primeira vez ao esporte. Atualmente, o enxergamos como uma metodologia de treinamento altamente aceita pelo público do mundo fitness, o que implica certos movimentos e padrões específicos para esportes individuais usados para descrever alguns conceitos de treinamento funcional, metodologia de treinamento mais dinâmica e versátil. Ao pensar no treinamento específico do esporte, deve-se imaginar aquele que ocorre nos tatames, campos ou quadras. Por outro lado, ao pensar em treinamento de força, resistência e potência, deve-se pensar em trabalhar para 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 52/73 fortalecer o atleta e fazer com que ele melhore seu condicionamento específico em sua modalidade. De fato, o treinamento funcional pode ser representado com mais precisão pelo termo treinamento geral esportivo do que pelo termo treinamento específico ao esporte. Por este motivo, é importante compreender que a maioria dos esportes têm muito mais semelhanças do que diferenças. Ações como correr, bater, pular e mover-se lateralmente são habilidades gerais que se aplicam a uma ampla gama de esportes individuais e coletivos. Um generalista esportivo acredita que o treinamento de velocidade para todos os esportes é semelhante. Rápido é rápido, independentemente de estarmos treinando jogadores de futebol americano ou jogadores de futebol de campo. Comentário O treinamento do core não é diferente para o jogador de golfe daquele aplicado ao hóquei ou tênis. Na verdade, o treinamento de velocidade e o treinamento do core variam muito pouco de esporte para esporte. No treinamento funcional, olhamos para as semelhanças que existem entre os esportes para, por meio dele, reforçá-las. Por isso, o idealismo do treinamento funcional foi concebido para treinar medalhistas olímpicos no judô, no hóquei no 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 53/73 gelo ou em qualquer modalidade, podendo ser aplicado ao mundo fitness e wellness com o intuito de melhorar os componentes da aptidão física geral. Em sua aplicação mais comum, um programa de treinamento funcional prepara um atleta para praticar seu esporte. O treinamento funcional não é, conceitualmente, usar um esporte para treinar um atleta para outro: Chamamos esse processo de treinamento cruzado. Muitos treinadores que participam de programas de treinamento de força, por exemplo, confundem os dois e, como resultado, treinam seus atletas para serem excelentes powerlifters e levantadores de peso olímpico, ao invés de pensar no destaque de seus atletas em seus esportes primários. O treinamento funcional, por outro lado, usa muitos conceitos desenvolvidos por treinadores esportivos para treinar velocidade, força e potência para melhorar o desempenho esportivo, bem como para reduzir o risco de lesões. A chave é aplicá-los de forma inteligente aos atletas. Eles não podem ser aplicados cegamente de um esporte para outro. Em vez disso, um programa deve misturar cuidadosamente conceitos e conhecimentos de áreas como a educação física, a fisioterapia e a medicina esportiva para criar o melhor cenário possível para aquele atleta em particular. Saiba mais 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 54/73 O treinamento funcional ensina os atletas a lidar com o próprio peso corporal e, nesse sentido, lembra um pouco a calistenia, tão popular no início do século XX. O treinador, inicialmente, usa o peso corporal como resistência e se esforça para empregar posições que sejam importantes para a construção física do participante. O treinamento funcional intencionalmente incorpora equilíbrio e propriocepção (consciência corporal) no treinamento por meio de exercícios unilaterais, por exemplo. Os programas de treinamento funcional também são utilizados para introduzir quantidades controladas de movimentos que desenvolvam a estabilidade corporal. Por isso, às vezes a melhor maneira de introduzir um treinamento para o desenvolvimento do equilíbrio de um participante é simplesmente pedir para que ele faça um exercício sobre apenas uma das pernas. Sendo assim, o treinamento funcional utiliza movimentos unilaterais que exigem equilíbrio para desenvolver adequadamente os músculos da maneira como são usados no esporte. Simplesmente aprender a produzir força sob uma carga pesada e em apoio com os dois pés não é funcional para a maioria dos atletas. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 55/73 Por esse motivo, o treinamento funcional envolve a aplicação de movimentos simples de agachamento, flexão de braços, arremesso, empurrar e puxar. O objetivo é fornecer um repertório de exercícios que ensinem os atletas a lidar com o próprio peso corporal em todos os planos de movimento. Os programas de treinamento funcional treinam movimentos e padrões motores diversos, e não apenas os músculos. Não há ênfase no superdesenvolvimento da força em um movimento específico; em vez disso: A ênfase está em alcançar um equilíbrio entre as cadeias musculares agonistas e antagonistas. Análise de um estudo de caso sobre o treinamento funcional no esporte A medalhista deouro olímpica, Kayla Harrison, é um ótimo exemplo de como o treinamento funcional pode ser efetivo no desenvolvimento geral de um atleta. Kayla realiza o treinamento funcional como sua rotina de treinamento na preparação física esportiva. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 56/73 No programa de Kayla, não foi necessário treinar movimentos específicos semelhantes aos do judô, o primordial foi deixá-la mais forte nos padrões básicos de movimento. Por isso, uma coisa importante para a atleta foi desenvolver força para empurrar, puxar, girar, agachar e arremessar. Isso tudo pensando em seu histórico de lesões e nas demandas do esporte. A modalidade do judô exige muito tempo de prática e muito estresse corporal de alto impacto. Por isso, não foi necessária uma rotina de preparação específica muito extensa; pelo contrário, foram realizadas breves sessões de treinamento, duas vezes por semana, com foco em movimentos básicos, como empurrar e puxar, bem como fortalecimento da articulação dos joelhos e do quadril, e treinamento do core. Veja o exemplo de um dia na rotina de treinamento de Kayla Harrison: Alongamento estático e mobilidade com rolo de espuma. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 57/73 Aquecimento dinâmico. Potência: exercícios com medicine ball e treinamento em pliometria. Força: empurrar (supino com halteres), puxar (remada em anel), joelho dominante (agachamento unipodal) e quadril dominante (levantamento terra unipodal com perna estendida). Core: feito entre as séries (exercícios básicos como prancha e pranchas laterais). 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 58/73 Treinamento pliométrico Por algum tempo, a potência muscular foi considerada uma variável essencial para nossa vida cotidiana; por exemplo, para subir um lance de escadas rapidamente e para habilidades físicas esportivas como lançar pesos ou enterrar uma bola no basquetebol. Por isso, diversos profissionais criaram diferentes métodos para o desenvolvimento da potência neuromuscular. Considerando que a potência é o produto da força e da velocidade (P = F x V), tanto o aumento da força Condicionamento específico: sessões específicas de quatro minutos que atendem às demandas energéticas do judô, realizadas em cicloergômetro para evitar impacto na articulação dos joelhos (pois ela já possuía histórico de lesões). 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 59/73 quanto da velocidade seria capaz de aumentar a potência; no entanto, como a velocidade de execução acarreta a redução da produção de força (curva preta na figura), existe uma velocidade ótima de execução do movimento para que isso não comprometa a força, e a potência seja desempenhada em seu máximo. Em função disso, podemos notar que a potência alcança seu valor máximo quando a velocidade de movimento se apresenta em um nível intermediário. Gráfico: Relação força-velocidade e suas influências na produção de potência por um grupamento muscular. Dentre as diversas formas, o treinamento pliométrico é um dos mais conhecidos e antigos métodos empregados para o desenvolvimento da potência muscular, caracterizado pela realização de exercícios com ciclo alongamento- encurtamento (ou ciclo extensão-flexão) em alta velocidade. Para exemplificar esse método, imagine uma pessoa treinando saltos em uma caixa para o desenvolvimento da potência dos membros inferiores. Sendo assim, esse participante inicia o movimento saindo de cima da caixa, 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 60/73 aterrissa no solo realizando flexão do quadril e joelhos e, em seguida, salta para cima da caixa novamente no menor tempo possível. Outro exemplo mais simples seria o seguinte: toda vez que o pé toca no solo durante a caminhada, o quadríceps passa por um ciclo de alongamento-encurtamento. Quando o pé toca o chão, o quadríceps primeiramente executa uma ação excêntrica, seguida de breve ação isométrica, e finalmente a ação concêntrica para retirar o pé do chão. Toda a sequência de ações excêntrica, seguida de concêntrica que resulta num leve alongamento muscular, é chamada de ciclo alongamento-encurtamento. A realização do alongamento muscular durante o movimento acarreta o armazenamento de energia elástica, que por sua 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 61/73 vez é liberada durante a fase concêntrica (de encurtamento), resultando numa ação concêntrica de maior magnitude. O somatório da energia elástica à força de uma ação concêntrica normal, em que não ocorre alongamento, é uma das justificativas dadas para a explicação da ocorrência de uma ação concêntrica maior após um ciclo alongamento- encurtamento. Outra explicação muito comum dada para a ocorrência de uma ação concêntrica mais eficiente é a ocorrência de um reflexo neural, que resulta no recrutamento de um número maior de fibras musculares. Comentário Uma maneira de mensurar a influência do ciclo alongamento-encurtamento no desenvolvimento de uma ação concêntrica mais potente é durante a realização de salto vertical normal (salto contramovimento). Neste exemplo, o participante realiza flexão dos joelhos e quadril, que corresponde à fase excêntrica dos extensores e, rapidamente, realiza o salto, o que caracteriza uma rápida ação isométrica seguida de uma ação concêntrica. Temos aí o contramovimento, que envolve o ciclo de alongamento-encurtamento. Vamos ver um segundo exemplo de ciclo alongamento-encurtamento com o lançamento de uma bola a distância. Aqui, o arremesso com um movimento normal de arremesso com a mão sobre a cabeça, que envolve o ciclo alongamento-encurtamento, resulta num lançamento mais distante que aquele 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 62/73 sem o movimento de finalização, ou início do movimento de lançamento a partir do término da posição de finalização. Com isso, vimos que o treinamento pliométrico baseado no ciclo alongamento- encurtamento pode ser executado tanto com a parte superior quanto com a parte inferior do corpo. Alguns exercícios com as medicine balls para a parte superior podem ser utilizados visando à execução do ciclo alongamento- encurtamento. Atenção! O salto em profundidade (o atleta cai de um plano elevado em relação ao solo e, imediatamente, quando os pés tocam o solo, realiza mais um salto) é provavelmente o exercício mais vezes associado com o ciclo alongamento- encurtamento, porém praticamente todos os exercícios de salto e lançamento, nos quais não há pausa no movimento, envolvem esse ciclo. Mas a grande questão é: 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 63/73 Quais os mecanismos responsáveis pela maior produção de força e potência com o ciclo alongamento-encurtamento? Existem basicamente duas hipóteses que explicam a maior capacidade de força e potência com a metodologia do treinamento pliométrico. A primeira hipótese está relacionada com a capacidade de armazenamento de energia elástica nos grupamentos musculares envolvidos, associada aos reflexos neurais promovidos pelos proprioceptores (fusos musculares). Alguns estudos mencionam que a energia elástica armazenada nos grupamentos musculares envolvidos pode ser responsável por 20 a 30% da diferença entre saltos com e sem o contramovimento. Esse componente elástico pode envolver os tendões (componentes elásticos em série), fáscia muscular superficial e profunda (componente elástico em paralelo), outros tecidos conjuntivos e as próprias pontescruzadas de actina e miosina. Os tendões e o tecido conjuntivo têm papel fundamental no armazenamento da energia elástica, pois as pontes cruzadas de actina e miosina, durante a fase de estiramento, não seriam suficientes para sustentar o estresse imposto, e a energia seria perdida assim que essas pontes se desligassem dos sítios ativos. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 64/73 Outro fato que explica a importância dos tendões e do tecido conjuntivo é que o tempo médio da ligação de uma ponte cruzada com o sítio ativo é de aproximadamente 30 milésimos de segundo. Como a força a partir de um estiramento dura mais do que isso, outros mecanismos devem estar presentes. Por essa razão, especula-se que a energia elástica seja armazenada no tecido conjuntivo. Comentário Em longo prazo, as adaptações no tecido conectivo e muscular podem estar envolvidas na maior capacidade de armazenamento de energia elástica, acarretando o aumento da força e potência; tal fato se deve a algumas evidências que mostraram aumento na rigidez do músculo como resultado do treinamento pliométrico. O segundo mecanismo envolvido no aumento da produção de força e potência com um ciclo alongamento-encurtamento é o estiramento do próprio músculo e do fascículo. Os músculos esqueléticos possuem estruturas nervosas capazes de desenvolver respostas reflexas ao estímulo de estiramento, denominadas fusos musculares. Os fusos musculares são constituídos por fibras musculares modificadas, denominadas intrafusais, agrupadas em feixes e envoltas por uma cápsula de tecido conjuntivo. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 65/73 O estiramento muscular gera impulsos que são conduzidos para o Sistema Nervoso Central (medula espinal), visando ao monitoramento das variações do comprimento do músculo esquelético. A informação originada nas terminações sensoriais dos fusos musculares chega à medula espinal, que, rapidamente, aumenta a propagação do impulso nervoso pelos neurônios motores, promovendo o recrutamento das fibras intrafusais para evitar o estiramento excessivo do músculo; também atuam na percepção da posição dos membros, participando da coordenação das contrações musculares. Com isso, durante o ciclo estiramento-encurtamento, na fase de estiramento, os fusos aumentam o recrutamento das fibras intrafusais e, no momento da fase concêntrica, além das fibras intrafusais, ocorrerá o recrutamento das fibras extrafusais, ou seja, recrutamento de fibras musculares adicionais se comparado ao ciclo de contração normal (encurtamento-estiramento). Como consequência, ocorrerá maior produção de força e potência muscular. Tendências em treinamento neuromuscular 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 66/73 Veja as técnicas de levantamento de peso olímpico, o treinamento funcional e a pliometria. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O Levantamento de Peso Olímpico (LPO) é uma modalidade esportiva olímpica que consiste em levantar a maior carga possível em dois exercícios: o arranco e o arremesso. Sobre o padrão técnico do arranco, assinale a opção correta. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 67/73 A Na primeira puxada, o atleta inicia o movimento segurando a barra olímpica com as duas mãos. Em seguida, ocorre a primeira remada, deslocando a barra para a região imediatamente acima da patela. B Na transição, o atleta inicia o movimento com uma ligeira flexão de joelhos (ação excêntrica) para a barra ultrapassar os ombros, seguida de uma rápida extensão dos joelhos (ação concêntrica), de tal modo que a barra é projetada acima dos ombros. C A segunda puxada é caracterizada por uma rápida extensão dos cotovelos, dos joelhos e dos tornozelos, por este motivo denominada tripla extensão. D Durante o turnover, fase iniciada antes da tripla extensão, o atleta rapidamente projeta seu corpo abaixo da linha da barra para que ela seja arremessada para cima. E A fase de encaixe ocorre quando o atleta permanece completamente estendido com a barra posicionada acima da 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 68/73 Parabéns! A alternativa A está correta. A primeira puxada é a primeira fase do movimento do arranco, momento em que o atleta inicia o movimento segurando a barra olímpica com as duas mãos. Logo em seguida, o atleta inicia a primeira remada, momento em que a barra é deslocada em direção à região imediatamente acima da patela. Questão 2 Analise as afirmativas a seguir e, em seguida, assinale a opção correta. No âmbito do treinamento funcional, seu programa de treinamento visa preparar um atleta para praticar seu esporte. PORQUE O treinamento funcional não significa usar um esporte para treinar um atleta para outro esporte. completamente estendido com a barra posicionada acima da cabeça, posição conhecida como overhead squat. A As duas afirmativas estão incorretas. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 69/73 Parabéns! A alternativa C está correta. O treinamento funcional visa utilizar os movimentos funcionais, ou seja, aqueles utilizados no nosso cotidiano, de modo a ajudar na preparação de várias modalidades esportivas. Por isso, não podemos considerar o treinamento cruzado, ou seja, treinar um esporte para desenvolver outro. B A primeira afirmativa está correta e a segunda incorreta. C A primeira afirmativa é verdadeira e a segunda uma justificativa da primeira. D A primeira afirmativa está errada e a segunda correta. E As duas afirmativas estão corretas, mas a segunda não é uma justificativa da primeira. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 70/73 Considerações �nais Inicialmente, apresentamos os principais métodos utilizados no treinamento muscular. Para aplicá-los, é preciso conhecer as individualidades dos praticantes, como a experiência prévia com o treinamento neuromuscular e o nível de condicionamento. Além disso, vimos o que é a periodização, sua aplicabilidade e os diferentes tipos, desde os lineares até os não lineares. A partir deste conhecimento, você será capaz de criar microciclos (semana de treinamento), ou um conjunto de microciclos, os mesociclos (semanas de treinamento), para formatação dos macrociclos. Por fim, vimos os conceitos e padrões de movimento do Levantamento de Peso Olímpico (LPO), além de todos os conceitos envolvidos no treinamento funcional e da pliometria, considerados novas tendências no mundo fitness e no treinamento neuromuscular, visando a promoção da saúde e do condicionamento esportivo. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 71/73 Podcast Para encerrar, ouça um resumo dos principais tópicos abordados. Referências BOMPA, T. O. et al. Treinamento de força levado a sério. 3. ed. Barueri (SP): Manole, 2015. BOYLE, M. O novo modelo de treinamento funcional de Michael Boyle. Porto Alegre: Grupo A, 2017. 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 72/73 CHANDLER, T. J.; BROWN, L. E. Treinamento de força para o desempenho humano. Porto Alegre: Grupo A, 2009. FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. Porto Alegre: Grupo A, 2017. Explore + Confira o que separamos especialmente para você! Leia: Treinamento com Kettlebell, livro em que Steve Cotter ensina como trabalhar com esse importante recurso material. Periodização: teoria e metodologia do treinamento, de Tudor Bompa, ese aprofunde no tema. Métodos de treinamento para força e hipertrofia: da prática à teoria, de Belmiro Freitas de Salles. Obra que reforça conhecimentos a respeito dos diversos métodos utilizados no treinamento neuromuscular: 21/10/2022 13:55 Métodos de treinamento https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03743/index.html# 73/73
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