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03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 1/65 Bioeletricidade Prof.ª Cristina Mendes Pliego Descrição Bioeletricidade e contração muscular. Propósito A compreensão da bioeletricidade e o conhecimento de como uma célula é capaz de produzir fenômenos elétricos é imprescindível para identificar junto à fisiologia de diversos sistemas suas funções, além de servir de base para compreensão e instituição terapêutica de patologias. Objetivos Módulo 1 Fluxos de cargas transmembrana Descrever o fluxo de carga transmembrana. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 2/65 Módulo 2 Contração muscular Descrever a contração muscular. Introdução A bioeletricidade é a parte da ciência que estuda os fenômenos elétricos que acontecem nos sistemas biológicos. As células dependem de inúmeras atividades biológicas, como reações químicas, atividade elétrica, mecânica, térmica e até luminosa. A capacidade de uma célula manifestar fenômenos elétricos é explicada pela Biofísica, que servirá como base para a abordagem dos potenciais transmembrana que serão estudados em Fisiologia. Os fenômenos bioelétricos são notados principalmente em três tipos de tecidos: nervoso, muscular e endócrino. Neles, a diferença de potencial (DPP) elétrico existente entre os meios extra e intracelular, modulada por correntes elétricas através da membrana celular, é responsável por diversas funções fisiológicas, como a digestão, transmissão do impulso nervoso, contração muscular e transporte de substâncias. Ao longo deste conteúdo, entenderemos como acontece a contração muscular, o fluxo de cargas entre as membranas e sua importância para a transmissão do impulso elétrico. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 3/65 1 - Fluxos de cargas transmembrana Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever o �uxo de carga transmembrana. Potenciais de membrana nas células Membrana plasmática Antes de entendermos como a concentração iônica cria dois polos na membrana plasmática, precisamos relembrar a sua organização e importância no transporte das moléculas. Como sabemos, a membrana plasmática tem uma dupla camada de lipídeos, formada em quase toda a sua totalidade por fosfolipídios, que apresentam uma extremidade hidrofílica (afinidade pela água) e outra hidrofóbica (afinidade pelos lipídeos). Além dos fosfolipídios, temos a presença de outros lipídeos, como colesterol e proteínas, que estão dispersos na membrana plasmática. Na imagem a seguir, relembramos a estrutura da membrana plasmática. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 4/65 Membrana plasmática: modelo do mosaico fluido. Na imagem, vemos que existem proteínas transportadoras, responsáveis pelo transporte seletivo de alguns íons ou moléculas e proteínas de canais, que formam poros na membrana e permitem a passagem da água, por exemplo. Assim, dizemos que a membrana funciona como uma barreira seletiva, pois controla o movimento de moléculas hidrossolúveis, mas permite a passagem de algumas substâncias lipossolúveis, de acordo com o grau de lipossolubilidade da substância, como álcool, nitrogênio e oxigênio, que são muito lipossolúveis. O transporte através da membrana plasmática pode acontecer de forma passiva e ativa. O transporte passivo acontece sem gasto de energia e a favor do gradiente de concentração (do meio mais concentrado para o menos concentrado). Ele pode ocorrer livremente pela membrana plasmática, como acontece com algumas moléculas lipossolúveis e proteínas de canais (difusão simples) ou com a ajuda de proteínas de canal ou transportadoras (difusão facilitada). Transporte passivo. O transporte ativo ocorre mediado por uma proteína, com gasto de energia (ATP) e contra o gradiente de concentração (do meio menos concentrado para o meio mais concentrado). 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 5/65 Transporte ativo com gasto de energia (ATP). Princípios básicos do potencial de membrana O movimento dos íons e a distribuição assimétrica desses íons entre os espaços intra e extracelular possibilitam a formação de uma DDP entre as duas faces da membrana plasmática (interna e externa). A seguir, vemos as concentrações aproximadas dos íons. Note que as concentrações são bem diferentes. Por exemplo, no meio intracelular há maior concentração de íons K+ e no meio extracelular de íons Cl- e Na+. Composição dos eletrólitos no meio intra e extracelular. Nem todos os íons podem ultrapassar a membrana plasmática. As proteínas, por exemplo, são moléculas grandes e não conseguem atravessá-la. Na imagem anterior, vemos que as proteínas estão em maior concentração no interior da célula. Dessa forma, aquelas que são carregadas negativamente (como a RNA polimerase) apresentam a capacidade de atrair as moléculas positivas (como os íons K+) e repelir as moléculas negativas (como os íons Cl-). Assim, é estabelecido um gradiente elétrico simbolizado por “+” e “-” nas duas fases da membrana e dois gradientes de concentração, um de K+ para o interior da célula e outro do Cl- para fora da 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 6/65 célula. Em equilíbrio, esses dois gradientes são iguais, mas com sinais diferentes. A esse fenômeno damos o nome de equilíbrio de Donnan ou fenômeno de Gibbs-Donnan. Saiba mais A bioeletrogênese é a capacidade da célula de gerar potenciais elétricos na membrana. Próximo à membrana não teremos a mesma distribuição de cargas dos íons, pois, quando contabilizamos os íons, já incluímos as proteínas. Desse modo, um gradiente osmótico é formado no sentido do compartimento onde há proteínas. Esse gradiente é essencial para o transporte de fluidos entre o vaso capilar e o interstício, como também para a formação do potencial de membrana ou potencial de repouso. Esquema da base iônica do potencial de membrana. Para entender melhor, vamos analisar duas situações hipotéticas: Se imaginarmos que a membrana é permeável apenas ao íon potássio (K+), que, como vimos, está mais concentrado no meio intracelular, a tendência desse cátion seria a saída do interior (meio mais concentrado) para o exterior (meio menos concentrado) por difusão. Difusão do K+ do meio intra para o extracelular. Dessa forma, como o potássio é um cátion, há a saída de moléculas positivas e a fase externa da membrana (meio extracelular) passa a ficar positiva. Entretanto, dentro da célula, os ânions 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 7/65 presentes, como as proteínas carregadas negativamente, que não se difundiram junto ao K+, tornam a fase interna da membrana negativa. Em pouquíssimo tempo, a DDP entre os dois ambientes interrompe a difusão do K+ para fora da célula. Observe na imagem o estabelecimento do potencial quando temos a membrana apenas seletiva para a difusão de íons potássio. Potencial de membrana em uma fibra nervosa de mamífero. Agora vamos imaginar que apenas o íon sódio (Na+) consegue ultrapassar a membrana. Lembre-se de que ele está mais concentrado no meio extracelular. Assim, diferentemente do que vimos para o íon potássio, a tendência do sódio é entrar na célula. Difusão do Na+ do meio intra para o extracelular. Nesse caso, com a migração de sódio para dentro da célula, a positividade fica no interior da célula e a negatividade fora. Confira na imagem o estabelecimento do potencial quando temos a membrana apenas seletiva para a difusão de íons sódio. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 8/65 Potencial de membrana em uma fibra nervosa de mamífero. Todas as células vivas, com exceção de algumascélulas vegetais, apresentam diferenças de potenciais entre esses meios. Além disso, algumas células, como as do tecido nervoso e muscular, por pequenas inversões nesses potenciais, conseguem gerar e transmitir sinais por meio de um impulso eletroquímico. Mas como isso acontece? Veremos a seguir. Potenciais de repouso e ação na �bra nervosa Potencial de repouso Nos mamíferos, o potencial de repouso, ou seja, aquela fibra nervosa que não está excitável, é de -90mV (milivolts). Isso indica que o meio interno é 90mV mais negativo do que o externo. Observe a imagem a seguir. Potencial de repouso da fibra nervosa verificado por um microeletrodo. Saiba mais O potencial de repouso varia de acordo com o tipo celular, mas, na maioria das vezes, o interior celular é negativo em relação ao exterior. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 9/65 E você sabe como chegamos a este potencial? Vamos voltar a conversar sobre o transporte dos íons pela membrana, principalmente o K+ e Na+, mas agora entendendo como isso acontece na fibra nervosa. Além disso, precisamos relembrar do principal transporte ativo do nosso corpo, a bomba de Na+/K+ ATPase. Como sabemos, o íon Na+ está mais concentrado do lado de fora da célula, e sua tendência é entrar na célula por difusão. O contrário acontece com o íon K+. Entretanto, para manter as concentrações dessas duas moléculas constantes nesses dois ambientes, a bomba irá, com gasto de energia (ATP), bombear para fora três íons Na+ e para dentro dois íons K+, conforme a imagem: Bomba Na+/K+/ATPase. Você deve ter percebido que a bomba primeiro se liga ao sódio e depois ao potássio. Na verdade, os íons Na+ se ligam a sítios de alta afinidade no interior da célula, e essa ligação estimula a hidrólise do ATP em ADP + fosfato (Pi) e são liberados três íons no meio extracelular. Nesse momento, dois íons K+ ligam-se a sítios da bomba na superfície da célula e esses serão transportados para o citosol. Além disso, você deve ter percebido que o número de íons Na+ e K+ bombeados para dentro e para fora são desiguais: enquanto saem três íons Na+ entram dois K+, deixando um déficit de íons potássio no interior na célula e gerando um potencial negativo dentro dela. Na fibra nervosa, também existem canais seletivos para o transporte dos íons potássio e sódio a favor do gradiente de concentração. Os canais de potássio, também chamados de canais de “vazamento” de potássio, permitem a passagem dos íons potássio, mas também quantidades mínimas de sódio. No entanto, a maior permeabilidade é pelo potássio. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 10/65 Canais de potássio. A presença de proteínas carregadas negativamente no interior da célula faz com que o interior da célula fique negativo em relação ao exterior. Estabelecimento do potencial de repouso na membrana de um neurônio em mamíferos. Potencial de ação O potencial de ação é a propagação dos sinais por mudanças no potencial de repouso que se propagam rapidamente pela membrana. Em questão de milissegundos, o potencial de ação é capaz de inverter a polaridade da membrana (despolarização), ou seja, o meio extracelular fica negativo e o intracelular positivo, retornando à polarização normal da fibra. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 11/65 Alteração da polaridade da membrana durante a passagem do impulso nervoso. O potencial de ação é caracterizado pela presença das seguintes fases: repouso, despolarização e repolarização. Orquestrando esse potencial, temos a participação da bomba de Na+/K+ ATPase e os canais de “vazamento” de K+/Na+, que já conhecemos. Além desses transportadores, destacam-se os canais de Na+ e canais de K+ voltagem dependentes, que são ativados durante a alteração da voltagem da membrana plasmática. Por exemplo, o canal de Na+ regulado por voltagem é formado por duas comportas, uma em cada lado da membrana, que funciona como uma porta. No meio extracelular, temos a comporta de ativação e no meio intracelular a comporta de inativação. Vamos entender melhor como estas comportas funcionam: Quando a membrana está em repouso, a comporta de ativação está fechada e, assim, não há passagem de Na+. Quando o potencial de membrana é alterado por um estímulo, ele fica menos negativo, ou seja, quando ele atinge entre -70 e -50mv, a comporta abre e o canal fica totalmente ativado (permeável à entrada de sódio). 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 12/65 Quando o potencial atinge +35mV, a comporta de inativação fecha e, assim, para o influxo de sódio. Com o tempo, o potencial de repouso da membrana volta ao normal. É importante ressaltar que o processo de inativação é mais demorado do que o de ativação. Os canais de sódio voltagem dependentes têm grande destaque na despolarização e repolarização da membrana, estágios que estudaremos melhor a seguir. Entretanto, os canais de potássio voltagem dependentes também têm destaque, principalmente durante a repolarização da membrana. Esse canal, durante o potencial de repouso, encontra-se fechado e, quando o potencial de membrana aumenta de -90mV para 0mV, inicia uma alteração conformacional com a abertura da comporta de inativação, permitindo o influxo de potássio para fora. Como a abertura dos canais de K+ demora mais do que o de sódio, eles começam a abrir depois que os canais de Na+ começam a se fechar. Veja a seguir como funciona este processo: Canal de potássio dependente de voltagem. Estágios do potencial de ação 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 13/65 O potencial de ação é composto por três estágios: repouso, despolarização e repolarização. Vamos conhecê-los melhor na sequência. Estágio de repouso É aquele que existe na membrana sem ser estimulada, ou seja, com o seu interior negativo e o exterior positivo. Na fibra nervosa, esse valor é de -90mV. Nesta fase, conhecida como polarização, haverá bombeamento ativo de sódio para o exterior da membrana e de potássio para o seu interior. Existe também uma difusão passiva de sódio, mais lentamente, para o interior da célula; e de potássio, mais rapidamente, para o exterior da célula, o que colabora com a manutenção do estado de repouso. Estágio de despolarização Após algum estímulo, há abertura dos canais de sódio voltagem dependentes, permitindo a entrada rápida do sódio na célula nervosa, o que resulta na mudança de potencial, com o interior do axônio passando a positivo (despolarização). Saiba mais Os anestésicos locais impedem a formação do potencial de ação pelo bloqueio temporário dos canais de sódio voltagem dependentes. Assim, não ocorre a despolarização da membrana celular, a formação do potencial de ação e o impulso nervoso é bloqueado. Dessa forma, o paciente perde a sensibilidade da região, não sentindo dor no local. Estágio de repolarização Em resposta à entrada de grande quantidade de sódio, que poderia comprometer o equilíbrio osmótico da célula, os canais de potássio presentes na membrana se abrem, permitindo o rápido fluxo deste íon em direção ao meio extracelular e a repolarização da membrana. Com a rápida entrada de potássio e a atuação da bomba de sódio e potássio, a membrana celular volta a ser positiva no exterior e negativa no interior. Com o restabelecimento do potencial de repouso, os canais de potássio se fecham. Observe na imagem a variação dos íons e da polaridade da membrana durante os estágios do potencial de ação. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 14/65 Variação dos íons e da polaridade da membrana nos estágios do potencial de ação. A bomba de sódio e potássio e os canais de vazamento estão ativos durante todo o processo,mas a abertura dos canais de sódio e potássio voltagem dependentes aumentam e muito o influxo desses íons, sendo a forma de transporte mais expressiva durante o potencial de ação. Período refratário Após a propagação de um impulso nervoso, a célula fica um período, conhecido como refratário, sem ser novamente ativada. Isso acontece porque os canais de sódio voltagem dependentes ficam inativos por um período após a despolarização da membrana até que o potencial de repouso retorne para os valores normais. O período refratário pode ser absoluto ou relativo. Período refratário absoluto Os canais de sódio estão fechados e os de potássio abertos, não sendo possível a ocorrência de um novo potencial de ação. Período refratário relativo Um novo potencial de ação pode ser gerado, caso o estímulo seja forte o suficiente. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 15/65 Hiperpolarização Algumas células mantêm os canais de potássio voltagem dependentes abertos por mais tempo que o normal e isso aumenta a DDP entre o meio intra e extracelular, ficando o interior mais negativo do que o potencial de repouso. Esse fenômeno é chamado de Hiperpolarização. Observe um gráfico com os estágios do potencial de ação. Estágios do potencial de ação. Propagação do potencial de ação Início do potencial de ação Até agora entendemos o potencial de membrana e como as alterações na permeabilidade dos íons são capazes de despolarizar e repolarizar a membrana durante um potencial de ação. Mas o que desenvolve um potencial de ação? Vários estímulos podem gerar o potencial de ação, como químicos (neurotransmissores), elétricos (diferença de voltagem) e choque mecânico. Eles são capazes de estimular a abertura dos canais de sódio voltagem dependentes. À medida que a inversão da polaridade da membrana aumenta, mais canais de sódio são abertos, permitindo mais influxo de sódio para o interior da célula. Isso acontece por um mecanismo de retroalimentação (ou feedback) positivo, até que todos os canais estejam abertos. Aqui, começam a abrir os canais de potássio voltagem dependentes e, assim, o estímulo termina. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 16/65 Limiar do potencial de ação Para iniciarmos, é importante respondermos a uma pergunta: Todo estímulo é capaz de gerar potencial de ação? Não, nem todo estímulo gerará potencial de ação. Os estímulos devem ser capazes de despolarizar a membrana em um limiar mínimo para que ocorra a abertura de canais de sódio voltagem dependentes de forma suficiente para acontecer a despolarização da membrana. Isso ocorre quando o estímulo é capaz de abrir os canais de Na+ voltagem dependentes, de forma que o influxo de sódio para a célula seja maior do que o efluxo de K+ dela, ou seja, o estímulo deve ser mais expressivo do que o transporte ativo ocasionado pela bomba de Na+/K+ ATPase. Dizemos, assim, que o potencial de ação é tudo ou nada, ou ele vai ocorrer ou não vai. Ele só acontece quando o estímulo altera o potencial de membrana para os valores do potencial limiar, que está entre -50 e -65mV. Os estímulos são classificados com a capacidade ou não de gerar o potencial de ação, são eles: Sublimiares Não geram potencial de ação. Limiares Produzem o potencial de ação. Supralimiares Geram potencial de ação, mas sua força é maior do que os estímulos limiares. A imagem a seguir demonstra o funcionamento desses estímulos. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 17/65 Intensidade do estímulo para produzir o potencial de ação. Na imagem, vemos que pequenos estímulos (A e B) são capazes de alterar o potencial de membrana, mas não são capazes de estimular o potencial de ação. No entanto, estímulos que chegam ao limiar (C e D), conseguem destravar o potencial de ação. Note que em D o estímulo tem maior intensidade, assim o potencial ocorre em menos tempo. Propagação do potencial de ação em uma membrana excitável Quando um estímulo consegue gerar um potencial de ação em uma membrana excitável, ele será capaz de propagar esse potencial. A seguir, vemos que a propagação pode acontecer em qualquer direção. Repare uma célula em repouso. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 18/65 Essa célula recebeu um estímulo central, que foi capaz de gerar um potencial de ação, com despolarização na parte central da fibra pela abertura dos canais de sódio voltagem dependentes. Essa região, em seguida, é repolarizada, mas o potencial continua a ser propagado, despolarizando, agora, a região adjacente. Esse potencial de ação é propagado para as extremidades da membrana. O potencial de ação se inicia e se propaga por toda a superfície da membrana excitável sem perder energia e sem diminuir sua amplitude, independentemente da distância a ser percorrida. Esse 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 19/65 potencial é fundamental para funções como contração muscular, distribuição de informações pelos neurônios e transporte de substâncias. Nos neurônios, a propagação é chamada de impulso nervoso e nos músculos de contração muscular. Propagação do impulso nervoso Nos neurônios, a velocidade de propagação depende do diâmetro da fibra nervosa. Fibras de maior diâmetro transmitem o impulso de forma mais rápida do que as fibras de menor diâmetro. Além disso, o tipo de fibra também interfere na propagação do impulso. Aqui precisamos lembrar que o axônio do neurônio pode ser amielínico ou mielínico. Transmissão do impulso nervoso acontece em todo o axônio. Axônio amielínico Como não são recobertos pela bainha de mielina, são mais delgados e as membranas do axônio estão em contato com os tecidos vizinhos. Esse tipo de neurônio é encontrado nos seres vivos mais primitivos, como os invertebrados. Axônios mielinizados 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 20/65 Têm seu citoplasma (axoplasma) recoberto pela bainha de mielina, uma substância lipídica que funciona como isolante elétrico, formada pelas membranas das células da glia (células de Schwann no sistema nervoso periférico e oligodendrócitos no sistema nervoso central). Ao redor da bainha de mielina, existe os nodos de Ranvier, como podemos observar na imagem. A maioria dos axônios dos vertebrados são mielinizados. Como a mielina é um isolante, os potenciais acontecem nos nodos, e o impulso assim salta. Condição conhecida como condução ou propagação saltatória, que é mais rápida do que nos axônios não mielinizados. Condução saltatória. A propagação do impulso elétrico ao longo do axônio só é possível quando ele percorre todo o axônio até chegar ao terminal axônico, assim, dizemos que esse impulso é unidirecional, e é chamado de ortodrômico. Propagação do impulso nervoso. Existem mecanismos naturais que favorecem a condução ortodrômica, como as sinapses. Mas você sabe o que é sinapse? Quando um potencial de ação chega ao final do botão terminal do axônio, a sinapse permite a comunicação entre duas células nervosas adjacentes, ou entre a célula nervosa e uma célula 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 21/65 efetora, como um músculo ou uma glândula. Nas sinapses, existe a junção da parte terminal de um axônio de uma célula pré-sináptica, com os dendritos ou o corpo de uma célula pós-sináptica. Um mediador químico transmite a informação da fibra pré-sináptica para fibra pós-sináptica, ou essa comunicação pode ocorrer por contato elétrico. Quando o impulso é mediado pela liberação de substâncias químicas, há maior demora para o aparecimento do pulso pós-sináptico. Sinapse química. Sinapse elétrica. A natureza do neurotransmissor determinará seação será excitatória ou inibitória, se o impulso passará ou será bloqueado. Na sinapse excitatória, o potencial de ação chega à extremidade pré-sináptica e libera, por exocitose, o neurotransmissor que está nas vesículas. Ele atravessa a fenda sináptica e se liga a receptores específicos na membrana pós-sináptica, que resulta no aumento da permeabilidade da membrana aos íons Na+, despolarizando a membrana. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 22/65 Sinapses excitatórias. O mediador químico das sinapses excitatórias (parassimpáticas e algumas simpáticas) é a acetilcolina, sendo denominadas sinapses colinérgicas. Em todas as sinapses simpáticas, o neurotransmissor é a norepinefrina, sendo dominadas sinapses adrenérgicas. Existem outros neurotransmissores de sinapses excitatórias, como a serotonina, dopamina, histamina e substância P, que agem no sistema nervoso central. Na sinapse inibitória, o processo é semelhante ao que ocorre na sinapse excitatória, sendo que o neurotransmissor liberado aumenta a permeabilidade aos íons K+ e Cl-, que penetram na membrana pós-sináptica provocando a hiperpolarização. Dessa forma, o potencial de ação não chega a despolarizar a célula. Sinapses inibitórias. Os mediadores das sinapses inibitórias ainda são pouco descritos, mas é possível que a glicina seja um desses neurotransmissores. Curiosidade O curare é uma mistura de ervas dos gêneros Chondrodendron e Strychnos feita pelos indígenas da Amazônia e que atua como competidor da acetilcolina nos receptores pós-sinápticos da placa motora. Dessa maneira, o potencial de ação não pode ser transmitido, o que impede a contração 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 23/65 muscular e leva ao óbito. Os indígenas costumam mergulhar as pontas de suas flechas nessa mistura, provocando a morte da presa que recebe a flechada, facilitando a caça. Particularidade de alguns tecidos excitáveis Potencial de ação no coração No coração, existem mecanismos peculiares que enviam potenciais de ação para as células musculares cardíacas, possibilitando a contração muscular e o batimento ritmado. A contração muscular cardíaca recebe o nome de sístole, enquanto o relaxamento desse músculo recebe o nome de diástole. As células do miocárdio (músculo do coração) possuem regiões de contato, por meio das quais os sinais elétricos são transmitidos de uma célula a outra. Muitas das fibras cardíacas têm a capacidade de autoexcitação, que resulta em contração automática do coração. Os espaços celulares estão ligados por discos intercalares que fazem essa ligação elétrica. O impulso se inicia no nó sinoatrial, localizado na parede do átrio direito, guiado pelas vias intermodais até o nodo atrioventricular, localizado no septo atrioventricular direito. Em seguida, o impulso vindo dos átrios é desacelerado para chegar até os ventrículos, permitindo que não haja contração simultânea do átrio e ventrículo. Isso é importante porque o sangue presente nos átrios precisa ser totalmente encaminhado para os ventrículos, portanto, caso os átrios e ventrículos contraíssem simultaneamente, o sangue presente nos átrios não conseguiria preencher as cavidades ventriculares, pois estas estariam com volume reduzido devido à contração, e tenderia a retornar para as veias cavas ou pulmonares, havendo déficit na circulação sanguínea e comprometimento da saúde do animal. Em seguida, as fibras de Purkinje conduzem o impulso até o ventrículo. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 24/65 Potencial de ação se inicia no nó sinoatrial e se propaga até o nó atrioventricular, septo interventricular até chegar aos ventrículos. Uma vez que a membrana celular das fibras musculares cardíacas é despolarizada, ela demora um tempo para repolarizar. Dessa maneira, vemos o potencial positivo que leva a despolarização estagnada (platô) durante alguns milissegundos, como observamos a seguir. Despolarização das fibras musculares cardíacas. Esse maior tempo de despolarização permite que a contração muscular cardíaca demore mais tempo e isso ocorre porque essas células contam com dois tipos de canais que participam da despolarização. Conhecidos como rápidos, que ligeiramente permitem a entrada de íons sódio na fibra e tornam o potencial positivo. No gráfico, é representado pelo pico no potencial de ação (próximo a +60mv). Conhecidos como lentos, que, além do íon Na+, permitem o influxo de íon Ca2+ para a fibra durante mais tempo, sendo responsável pelo platô. O influxo de cálcio também ativa o processo de contração muscular. Além disso, nessas células, logo após o início do potencial de ação, a permeabilidade ao potássio Canais de sódio voltagem dependentes Canais de sódio-cálcio voltagem dependentes 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 25/65 na membrana miocárdica diminui e os canais de potássio voltagem dependentes demoram mais tempo para abrir. Assim como todos os tecidos excitáveis, o músculo cardíaco apresenta um período refratário no sentido de não acontecer a estimulação da mesma área. O período refratário do ventrículo dura 0,25 a 0,30 segundos e no musculo atrial é bem menor, cerca de 0,15 segundos. Saiba mais A contração do coração dura o tempo do platô, que no ventrículo é de 0,2 segundos e no átrio é de 0,3 segundos. A contração nesses dois locais não acontece ao mesmo tempo, o átrio demora aproximadamente 0,35 segundos para fazer o ciclo completo e o ventrículo 0,6 segundos. Dessa maneira, o coração apresenta um ritmo de contração. Tecidos excitáveis ritmados Aprendemos que um estímulo, para gerar um potencial de ação, precisa alterar a permeabilidade da membrana em determinado limiar. Após o potencial de ação, existe um período refratário. Entretanto, existem tecidos que precisam ser excitáveis regularmente, como o coração, os músculos lisos presentes nas vísceras e alguns neurônios do sistema nervoso central, pois eles regulam o batimento cardíaco, o peristaltismo e os movimentos respiratórios, respectivamente. Logo, será que esses tecidos excitáveis apresentam alguma particularidade? Nesses tecidos, o potencial de repouso é menor, ficando em torno de -60 a -70mV; isso faz com que os canais de sódio e de sódio-cálcio voltagem dependentes não permaneçam totalmente inativados. Assim, temos potenciais de ação ritmados que acontecem da seguinte maneira: Como os canais de sódio e cálcio-sódio voltagem dependentes não estão totalmente inativos, ocorre influxo desses íons para a célula. Com esse influxo, a carga positiva (voltagem) da membrana aumenta, levando à maior permeabilidade para os íons sódio e potássio (retroalimentação positiva), até que o potencial de ação é gerado e a membrana celular despolariza. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 26/65 Na imagem a seguir, demonstramos este processo. Ao final do potencial, a membrana repolariza. A abertura dos canais de potássio voltagem dependentes causa a hiperpolarização da membrana. O fechamento dos canais de potássio voltagem dependentes, depois de alguns milésimos de segundos, permite que o potencial de membrana aumente novamente, até seu limiar de excitação. Esse ciclo de despolarização espontânea, repolarização e hiperpolarização continua causando a excitação rítmica nos tecidos excitáveis. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 27/65 Potenciais de ação em tecidos excitáveis. Registro da atividade elétrica Biopotenciais Os registros elétricos podem ser provenientes da atividade de um único neurônio (unitário) ou de vários neurônios (multiunitários) e são comumente utilizados como informações de auxílio ao diagnóstico em diversas enfermidadesanimais, como a arritmia cardíaca, por exemplo, que corresponde à perda do ritmo cardíaco normal. Existem quatro tipos de registro de biopotenciais utilizados como ferramentas de auxílio ao diagnóstico. Vamos conhecê-los? Eletrocardiograma ou eletrocardiogra�a (ECG) Exame não invasivo que detecta e registra em gráfico a atividade elétrica cardíaca, ou seja, a atividade de sístole e diástole, fornecendo informações sobre a frequência e o ritmo cardíaco. O sinal proveniente da atividade cardíaca é o sinal mais intenso de biopotenciais produzidos no corpo dos animais, e o que se observa no traçado gerado pelo exame é a tradução da contração e do relaxamento do músculo do coração. Para a realização do ECG, é utilizado um equipamento denominado eletrocardiógrafo, que conta com três eletrodos (vermelho, amarelo e verde) a serem afixados, respectivamente, no membro torácico direito, no membro torácico esquerdo e no membro pélvico esquerdo do paciente, formando um triângulo imaginário entre eles, conhecido como triângulo de Einthoven, cujo centro representa o coração. Após o posicionamento dos eletrodos, o exame deve ser conduzido com o paciente em decúbito lateral direito. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 28/65 Realização de ECG em gato. Observe a posição dos eletrodos formando o triângulo de Einthoven. No ECG, o ângulo formado pela ativação de apenas um ou de um conjunto de eletrodos é denominado derivação, que pode variar conforme a quantidade de eletrodos ativados. Veja: Derivações bipolares Produzidas pela ativação de dois eletrodos, são as derivações de membros torácicos (derivação I), de membro torácico esquerdo e membro pélvico esquerdo (derivação II) e de membro torácico direito e membro pélvico esquerdo (derivação III). Derivações aumentadas ou unipolares Produzidas pela ativação de apenas um eletrodo. São conhecidas como aVR (membro torácico direito), aVL (membro torácico esquerdo) e aVF (membro pélvico direito). A partir das derivações aumentadas, o sistema hexa-axial é aplicado para determinar o eixo elétrico cardíaco no plano anatômico frontal, que corresponde à despolarização ventricular. Há diversos sistemas de derivações para situações específicas que podem auxiliar com mais detalhes a investigação da atividade elétrica cardíaca. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 29/65 Derivações bipolares Derivações unipolares aumentadas Derivações pré-cordiais O resultado do ECG é emitido em papel milimetrado, no qual cada onda recebe uma denominação e representa um estágio do potencial de ação das células musculares cardíacas. A onda P representa a despolarização atrial e o complexo QRS representa a despolarização ventricular. A onda T representa a repolarização ventricular. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 30/65 Confira na imagem a correlação da atividade elétrica cardíaca com as ondas eletrocardiográficas. Esquema da trajetória do impulso elétrico através das câmaras cardíacas e suas respectivas deflexões no eletrocardiograma. As ondas são avaliadas quanto à duração em segundos e quanto à amplitude em voltagem, permitindo identificar arritmias cardíacas atriais, como bradicardia e taquicardia sinusais, bloqueios atrioventriculares e fibrilação atrial, e ventriculares, como sístoles prematuras e fibrilação ventricular. Marcapasso cardíaco em animais de companhia Neste vídeo, a especialista descreve o que é o marcapasso, quando é indicada a sua colocação e quais os cuidados necessários no manejo dos animais que os utilizam, tanto pelos medicos, quanto pelos cuidadores. Eletroencefalograma (EEG) Exame não invasivo capaz de avaliar a atividade elétrica do córtex cerebral, que é caracterizada por ser o biopotencial mais tênue e complexo que existe, possuindo baixíssima amplitude. Pode ser realizado em momentos distintos, como durante a vigília e o sono. É geralmente realizado com o paciente sob efeito de sedativos ou de anestésicos gerais. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 31/65 Eletrodos tipo agulha inseridos em cão para realização de eletroencefalograma. Para a realização do exame são afixados eletrodos pares na superfície craniana do paciente, e o eletroencefalógrafo mede a DDP entre esses eletrodos, gerando ondas que correspondem à soma dos potenciais pós-sinápticos excitatórios (PEPS) e inibitórios (PIPS). Essas ondas geradas pelo par de eletrodos são chamadas de derivação e como cada eletrodo é capaz de detectar os potenciais de ação em áreas pequenas, é necessária a utilização de vários pares de eletrodos, produzindo diversas derivações para que a atividade do córtex cerebral seja avaliada integralmente. Comentário Ainda não foi desenvolvido um sistema padrão de fixação dos pares de eletrodos na medicina veterinária, muito devido aos diferentes formatos de crânios observados entre as espécies e raças. Para a interpretação do EEG, deve-se avaliar a amplitude e a frequência das ondas, registradas em softwares específicos, e utilizado para o diagnóstico de crises epilépticas, encefalopatias metabólicas, coma e morte encefálica. Entretanto, com o avanço da aplicação da tomografia computadorizada e da ressonância magnética, o EEG tem sido pouco utilizado em medicina veterinária. Eletromiogra�a (EMG) Exame não invasivo realizado por meio de um eletromiógrafo, capaz de detectar a atividade elétrica muscular, sendo importante ferramenta de auxílio ao diagnóstico de doenças neuromusculares e miopatias. Para sua realização, eletrodos são introduzidos na musculatura do paciente, captando sinais elétricos correspondentes ao potencial de ação do sarcolema durante a contração muscular. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 32/65 Eletroneuromiografia para a determinação da velocidade de condução nervosa no nervo tibial de um cão. A avaliação da condução elétrica muscular deve ser realizada em repouso e após estímulo, durante ativação voluntária ou reflexa. A localização dos pontos de inserção dos eletrodos depende da musculatura a ser avaliada e a interpretação do exame depende da avaliação do formato da onda gerada, seu tamanho, duração, som e frequência. Eletroneurogra�a (ENG) Exame não invasivo capaz de detectar o potencial de ação de nervos periféricos, medindo a velocidade da condução nervosa, sendo uma ferramenta de auxílio ao diagnóstico de neuropatias e de lesões neuromusculares. Geralmente, é realizado após a eletromiografia e são utilizados eletrodos pares, sendo um ativo e um de referência, para que seja possível medir a DDP entre eles. A localização dos eletrodos depende do nervo a ser avaliado e a agulha do eletromiógrafo pode ser utilizada como estimulador local, como observamos na imagem. Avaliação da velocidade de condução do nervo tibial em cão por agulha de eletromiógrafo. A interpretação do exame considera a amplitude das ondas e a duração das respostas aos estímulos dados. A velocidade normal de condução nervosa de nervos sensitivos e motores é 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 33/65 conhecida e, portanto, comparada com a obtida no paciente, auxiliando na identificação de neuropatias. Por exemplo, em uma neuropatia desmielinizante, na qual a bainha de mielina dos axônios é degenerada, a velocidade de condução será mais lenta do que a velocidade normal. Sistemas de comunicação elétrica Peixes-elétricos Nos peixes-elétricos, como a enguia elétrica brasileira chamada de poraquê (Electrophorus electricus), os órgãos elétricos são derivados de tecidos musculares especializados em produzir descargas elétricas. A capacidade adaptativa desses peixes serve para deter os predadores eparalisar as presas, principalmente nos peixes com grande capacidade de gerar eletricidade. Peixe poraquê (Electrophorus electricus). Nesses animais existem células musculares multinucleares, que carecem de elementos contráteis, formando placas curtas e lisas, denominadas eletroplacas, organizadas em grandes colunas de maneira compacta. A geração de um potencial de ação faz com que os eletrócitos (célula do órgão elétrico) gerem uma descarga elétrica de 120 milivolts. Como há milhares de células em órgãos elétricos localizados em regiões diferentes do corpo dos peixes como observamos a seguir, há grande descarga. O peixe poraquê, por exemplo, pode gerar uma descarga de até 600 volts. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 34/65 Localização do órgão elétrico formando uma faixa ao redor do corpo. Nesses órgãos, o potencial de ação é gerado pelo mesmo princípio da geração das células nervosas, que se inicia e propaga pelo bloco das células. Os sinais elétricos são utilizados de acordo com sua intensidade: Se forem fracos, serão utilizados para orientação, identificação, comunicação e dispersão. Se forem fortes, serão utilizados para captura da presa, intimidação de ameaças e comunicação. A configuração do campo elétrico dependerá da localização dos órgãos elétricos, da condutividade da água e das distorções que podem afetar o campo, e também de objetos com condutividade elétrica diferente da condutividade da água. As linhas do campo elétrico são semelhantes às linhas presentes em um dipolo elétrico. Os sinais elétricos são conduzidos rapidamente pela água, mas dependem da condutividade elétrica do meio e da frequência do sinal. Todas as espécies conhecidas como peixes-elétricos são capazes de modular a frequência de sua descarga elétrica, e essa modulação é resultado da despolarização das células eletricamente acopladas. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 35/65 Forma das linhas de campo elétrico de um peixe-elétrico. Além dos peixes-elétricos, os peixes cartilaginosos em geral (tubarões e arraias) possuem órgãos localizados na região dorsal, ventral ou rostral da cabeça, chamados de ampolas de Lorenzini, que conseguem detectar campos elétricos de baixa frequência emitidos por suas presas potenciais. Esses órgãos são formados por pequenos poros epiteliais, que correspondem à abertura de um canal preenchido por um gel e revestido por células receptoras conectadas a neurônios eletrossensoriais. Ampola de Lorenzini (marcação) em tubarão. O gel funciona como condutor do estímulo elétrico para que ele alcance as células receptoras e, assim, a eletrolocalização das presas depende da área na qual os neurônios eletrossensoriais são ativados em maior quantidade. Além de auxiliar na localização de presas, as ampolas de Lorenzini também auxiliam na migração do animal pela percepção dos polos eletromagnéticos da Terra. Curiosidade Outras espécies que possuem sistema de comunicação utilizando sinais elétricos corporais são os peixes da família Gymnotidae (América do Sul) e Mormyridae (África). Além deles, as arraias da família Torpedinidae e os peixes-gato do gênero Malapterurus também usam os impulsos elétricos para comunicação. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 36/65 Falta pouco para atingir seus objetivos. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 37/65 Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A bomba de sódio e potássio mantém os gradientes de concentração de Na+ e K+, e são mantidos pela atividade de uma enzima ATPase que leva à hidrólise do ATP gerando energia, contribuindo para manutenção do potencial de membrana. Podemos considerar essa afirmativa Parabéns! A alternativa C está correta. A bomba de sódio e potássio contribui para manutenção do potencial de repouso, pois mantém os gradientes de concentração de Na+ e K+ estáveis, que são mantidos pela atividade da proteína ATPase, a bomba de Na+ e K+, que transporta esses íons de forma ativa, pela energia gerada pela hidrólise do ATP. A incorreta, pois não ocorre a hidrólise do ATP, e sim do ADP. B incorreta, pois a passagem dos íons Na+ e K+ ocorre apenas por difusão, sem consumo de energia e de forma passiva C correta, pois a passagem dos íons pela bomba de Na+ e K+ consome energia gerada pela hidrólise do ATP. D correta, pois a difusão passiva usa energia gerada pela hidrólise do ATP. E incorreta, pois a bomba de sódio e potássio não contribui para manutenção do potencial de membrana. Questão 2 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 38/65 Alguns anestésicos locais têm efeito direto sobre os canais de sódio das membranas excitáveis, impedindo influxo de íons necessários à despolarização da membrana, levando ao bloqueio da condução do estímulo doloroso, pois Parabéns! A alternativa A está correta. A despolarização que é responsável pela condução do impulso elétrico, ocorre pela abertura dos canais de sódio voltagem dependentes. O uso de anestésico local, inativa temporariamente esses canais, com isso não ocorre a despolarização da membrana celular, não há formação do potencial de ação e o impulso doloroso não é transmitido. A o impulso nervoso é conduzido pela despolarização da célula que ocorre pelo influxo de íons sódio para o interior da célula. B o sódio é transferido para o meio externo da célula, causando a despolarização da membrana. C a despolarização da membrana está relacionada à movimentação apenas de íons sódio e cálcio. D a abertura dos canais de sódio é que irá impedir a transmissão do impulso elétrico. E o anestésico local age impedindo a despolarização da célula impedindo o fluxo de potássio e sódio para dentro da célula. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 39/65 2 - Contração muscular Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever a contração muscular. Tecido muscular O tecido muscular tem origem mesodérmica e é formado por células com formato alongado também chamado de fibra muscular, que apresentam em seu interior milhares de filamentos compostos por proteínas capazes de realizar contração, com gasto de energia (ATP). Nas células musculares, a membrana celular é chamada de sarcolema, o citosol de sarcoplasma, que possui uma série de mitocôndrias, o retículo endoplasmático liso de retículo sarcoplasmático. Os músculos possuem inúmeros fascículos compostos por milhares de fibras musculares formadas por unidades menores denominadas miofibrilas. O retículo sarcoplasmático é constituído por canalículos distribuídos longitudinalmente e é responsável pelo controle da velocidade de contração. Quando um músculo possui contração rápida, seu retículo sarcoplasmático é extremamente longo. TP 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 40/65 A adenosina trifosfato (ATP) é um nucleotídeo formado por uma ribose (açúcar) ligada à adenina (base nitrogenada) e três grupos fosfato em série que armazena energia, liberando-a, quando necessário, por uma reação de hidrólise formando adenosina difosfato (ADP), fosfato inorgânico (Pi) e energia. Esquema simplificado da fibra muscular. Esse tecido é classificado em três tipos de acordo com suas características morfológicas e funcionais, são eles: Músculo liso Músculo esquelético 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 41/65 Músculo cardíaco Características gerais do tecido estriado Os músculos esqueléticos são formados por células, também chamadas de fibras musculares, com formato cilíndrico e longas (até 30cm de comprimento e 10-100µm de diâmetro), com vários núcleos, estrias transversaise miofibrilas, que são as proteínas contráteis. Os núcleos estão localizados na periferia das células, próximos ao sarcolema. Nesse músculo, a contração é rápida e vigorosa, com controle voluntário. No músculo estriado, as fibras se organizam em grupos de feixes, envolvidos por uma camada de tecido conjuntivo, o epimísio, que recobre o músculo inteiro. Do epimísio partem finos septos do conjuntivo, o perimísio, que entram no músculo e separam os feixes. Dessa forma, o perimísio envolve os feixes de fibras (fascículo muscular). Por fim, cada fibra muscular é envolvida individualmente pelo endomísio, formado pela lâmina basal da fibra muscular associada a fibras reticulares. As fibras musculares são mantidas unidas pelo tecido conjuntivo, possibilitando que a força de contração gerada individualmente por cada fibra atue no músculo inteiro. Esse papel é de extrema importância funcional, uma vez que a maioria das fibras não alcança as duas extremidades musculares. Além disso, por meio do tecido conjuntivo, a força da contração do músculo é transmitida para outras estruturas, como os tendões e ossos. A força da contração pode ser regulada a partir do número de fibras musculares estimuladas pelos nervos. Dos septos do tecido conjuntivo partem os vasos sanguíneos que penetram os músculos pelo hilo neurovascular e formam uma extensa rede de capilares entre as fibras, além de vasos linfáticos e nervos. Além disso, na extremidade das fibras musculares, encontra-se um revestimento polissacarídeo que, juntamente com o sarcolema, constitui os tendões, que se agrupam em feixes e ligam os músculos aos ossos. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 42/65 Organização muscular. Histologicamente, existem dois tipos de fibras musculares esqueléticas, que variam de acordo com tipo de coloração em técnicas histoquímicas, características funcionais e metabólicas: São pequenas, ricas em mitocôndrias e mioglobina (o armazenamento de oxigênio pela mioglobina evita a fadiga muscular) e bem vascularizadas (fornecem intenso aporte de oxigênio), sendo importantes para atividades que exigem resistência e provas de esforço aeróbico. Caracterizam-se por baixa força e produção da velocidade com resistência elevada, mas a contração é lenta, por longos períodos e ocorre atraso na fadiga muscular. Contraem-se rapidamente, porém, são mais suscetíveis à fadiga. Possuem alta capacidade oxidativa e dependem do metabolismo aeróbio da glicose, das reservas de glicogênio e dos ácidos graxos para obtenção de energia. Essas fibras se subdividem em: Fibras IIA: Apresentam tamanho médio, abundância de mioglobina e intensa vascularização sanguínea. Possuem metabolismo energético glicolítico e oxidativo. Podem ser consideradas mistas (atuam tanto nos exercícios aeróbicos como anaeróbicos), permitindo manutenção da velocidade e melhor rendimento energético. Fibras IIB: São grandes e contêm poucas mitocôndrias e mioglobina, além de pouca vascularização. Apresentam metabolismo energético glicolítico, sendo destinadas a Fibras do tipo I Fibras do tipo II 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 43/65 atividades anaeróbicas, que são rapidamente contraídas, com reduzido rendimento energético e maior força. As proporções das fibras musculares seguem um controle genético, porém, o treinamento resulta em aumento na capacidade da fibra em utilizar oxigênio, assim como alteração no tamanho e capilarização da fibra. Pode-se sugerir uma relação entre o rendimento e a proporção de fibras, porém, o desempenho depende de inúmeros fatores, por isso, avaliar apenas a proporção das fibras musculares não é um dado fidedigno. O exercício físico aumenta a velocidade/ resistência muscular, melhorando a performance pelo aperfeiçoamento da oxidação de gorduras e carboidratos pela mudança na proporção de fibras do tipo IIA e IIB. Shutterstock.com Shutterstock.com Para início de uma tarefa, o corpo recruta fibras de contração lenta (limiar baixo), seguidas pelas unidades motoras de contração rápida (limiar alto), e continua a recrutar e acionar unidades motoras até que a ação seja efetivada. As fibras são recrutadas em ordem, primeiramente, as fibras tipo I, seguida das fibras tipo IIA e tipo IIB. Portanto, a distribuição das fibras musculares varia de acordo com a espécie, raça, idade e músculo. Diversas raças de equinos são utilizadas para o hipismo e o conhecimento sobre fisiologia e histologia muscular pode indicar a performance do cavalo, principalmente, em relação à capacidade de resistir à fadiga. Por meio de biópsias musculares, do músculo glúteo médio, pode 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 44/65 ser realizada a análise da composição das fibras musculares: quanto maior a quantidade de fibras do tipo I, maior aptidão para exercícios de menor intensidade com mais longa duração. Nas galinhas, os músculos peitoral superficial e profundo apresentam cor clara, que ocorre pela baixa quantidade de mioglobina e pouca vascularização sanguínea, pois, nesses músculos, predominam as fibras IIB seguidas pela IIA. Já nos músculos gastrocnêmico e quadríceps femoral dessas aves, por exemplo, predominam as fibras I seguidas pela IIA, e o alto teor de mioglobina e a intensa vascularização sanguínea lhes confere coloração mais escurecida. Essa diferença ocorre porque os músculos peitorais são utilizados para o voo e, portanto, precisam de contrações rápidas e curtas. Você já ouviu falar em carne branca e carne vermelha, certo? É exatamente essa diferença na proporção das fibras musculares, com maior ou menor quantidade de mioglobina e de aporte vascular, que torna a carne mais clara ou mais escura. Isso depende do metabolismo e da função de determinado músculo em cada espécie animal. De uma forma geral, os músculos de ruminantes e suídeos são considerados carnes vermelhas, enquanto os músculos de aves e peixes são considerados carnes brancas. Organização das �bras do tecido estriado Como vimos, cada fibra muscular apresenta em seu interior numerosas miofibrilas que apresentam estrias transversais. As miofibrilas, ao serem analisadas no microscópio de polarização, mostram faixas escuras chamadas de banda A e faixas claras chamadas de banda I. No centro das bandas I existe uma linha transversal escura, a linha Z, e no centro das bandas A existe uma zona mais clara, a banda H. Essas bandas formam o sistema de estriações transversais, paralelas, característico das fibras esqueléticas. Para entender melhor esses termos, observe a imagem a seguir. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 45/65 Regiões das estrias transversais. Podemos entender que as estriações das miofibrilas são devido à repetição dos sarcômeros, a unidade funcional do músculo estriado, que são unidades iguais formadas pela parte da miofibrila que fica entre duas linhas Z sucessivas e contém duas semibandas I separadas por uma banda A, conforme observamos na imagem. Organização do sarcômero. Dispostos longitudinalmente nas miofibrilas, encontramos filamentos finos, de actina, e grossos, de miosina, além das proteínas tropomiosina e troponina. Esses filamentos miofibrilares, observados ao microscópio eletrônico de transmissão, distribuem- se de maneira simétrica e paralela, disposição que é mantida por várias proteínas. Uma delas é a desmina, cujos filamentos ligam as miofibrilas umas às outras. O conjunto de miofibrilas é preso à membrana plasmática da célula muscular por meio de outras várias proteínas, como a distrofina. Os filamentos finos partem da linha Z e vão até a borda externa da banda H. Já os filamentos de miosina ocupam a região central do sarcômero, da seguinte forma: Banda I 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html#46/65 Chamada de banda isotrópica, localiza-se na extremidade de cada sarcômero, formado apenas por filamentos finos. Banda A Chamada anisotrópica, composta de filamentos finos e grossos. Essa região aumenta ou diminui de tamanho de acordo com o processo de contração. Banda H Formada apenas por filamentos de miosina. Os filamentos finos são compostos por duplo filamento helicoidal de moléculas de actina, semelhantes a dois colares de pérolas enrolados. Vamos conhecer melhor essa estrutura? Apresenta-se sob a forma de polímeros longos (actina F) formados por duas cadeias de monômeros globulares (actina G) torcidas uma sobre a outra. Quando esses monômeros se polimerizam para formar a actina F, a parte posterior de um combina-se com a frente do outro, produzindo um filamento. Cada monômero globular de actina G tem uma região que interage com a miosina. Actina 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 47/65 Molécula longa e fina, formada por duas cadeias polipeptídicas enroladas uma na outra. As moléculas ligam-se umas às outras pelas extremidades, formando filamentos que se localizam ao longo do sulco existente entre os dois filamentos de actina F. Cada molécula de tropomiosina tem um local específico no qual se prende o complexo da troponina. É um complexo de três subunidades, no qual uma se liga fortemente à tropomiosina (TnT), outra possui grande afinidade pelos íons cálcio (TnC) e a terceira (TnI) cobre o sítio ativo da actina, onde ocorre a interação com a miosina. Molécula grande, em forma de bastão, composta por dois peptídeos enrolados em hélice. Em uma das duas extremidades, há uma “cabeça” que contém locais específicos de ligação com o ATP. É justamente nessa região que ocorre a hidrólise do ATP, onde a energia química Tropomiosina Troponina Miosina 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 48/65 é convertida em energia mecânica durante a contração muscular. Nessa parte também ocorre a interação com a actina. Observe na imagem, que cada molécula de tropomiosina (feixe em amarelo) ocupa o sulco que corresponde a sete moléculas de actina (representada pelas bolas rosas) e, para cada molécula de tropomiosina, existe um complexo de troponina. Quando há o estímulo muscular, a molécula de troponina altera seu formato, afunda a tropomiosina no sulco e libera os sítios da actina que interagem com a miosina. Características do músculo estriado esquelético No sarcômero em repouso, os filamentos finos e grossos se sobrepõem parcialmente e, durante a contração, mantêm seus comprimentos originais. O que ocorre durante a contração é o deslizamento dos filamentos uns sobre os outros, aumentando o tamanho da região de sobreposição e diminuindo o tamanho do sarcômero. Isso ocorre porque, uma vez que os filamentos de actina penetram na banda A, a banda I diminui de tamanho. Ao mesmo tempo, a banda H também se reduz, à medida que os filamentos finos se sobrepõem completamente aos grossos. Como resultado desse processo, cada sarcômero e, em consequência, a fibra muscular inteira sofrem encurtamento. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 49/65 Esquema do sarcômero durante o relaxamento e contração muscular. A contração muscular é um evento que depende da disponibilidade de íons cálcio (Ca+2), armazenados no retículo sarcoplasmático, e é responsável pelo controle de nervos motores, que se ramificam no tecido conjuntivo do perimísio. O local de contato com a fibra muscular é denominado placa motora ou junção mioneural. Quando a fibra do nervo motor recebe um potencial de ação, seu terminal axônico libera acetilcolina, um neurotransmissor que se difunde pela fenda sináptica e se associa a receptores do sarcolema. A ligação da acetilcolina resulta em maior permeabilidade da membrana ao sódio, despolarizando o sarcolema e, em seguida, o retículo sarcoplasmático. Quando a membrana do retículo é despolarizada por estímulos nervosos, os canais de cálcio se abrem, e esses íons, que antes estavam armazenados em cisternas, difundem-se passivamente (sem gasto de energia) e atuam sobre a troponina. Uma vez cessada a despolarização, a membrana do retículo transfere os íons de cálcio para o interior das suas cisternas, em um processo ativo (com consumo de energia) que interrompe a contração. Transmissão do potencial de ação através dos neurônios até a junção neuromuscular. O processo de contração no músculo estriado envolve uma série de eventos bioquímicos e mecânicos. Vamos ver melhor como isso ocorre. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 50/65 Interação miosina-actina — músculo em repouso. A miosina, cuja cabeça tem atividade ATPase, converte a energia química em força mecânica a partir dos estados de associação e dissociação com a actina. Durante o repouso, uma molécula de ATP está ligada à cabeça da miosina. Para que ocorra a hidrólise do ATP e a liberação de energia, a miosina precisa da actina como cofator. Quando o músculo está em repouso, a interação miosina-actina não ocorre devido à presença do complexo troponina-tropomiosina sobre os filamentos de actina, como observamos na imagem. Interação miosina-actina – músculo contraído. Porém, quando há disponibilidade de íons de cálcio, estes se ligam a uma das três subunidades da troponina, mudando a configuração do complexo das três subunidades. Com a mudança estrutural da troponina, a molécula de tropomiosina é empurrada mais para dentro do sulco de actina. O resultado é que os sítios de ligação da actina com a miosina são expostos, propiciando a interação entre as cabeças de miosina com a actina. Dessa forma, o ATP libera o ADP, fosfato inorgânico e energia. Com a hidrólise do ATP, ocorre uma ligeira deformação na miosina, aumentando a curvatura de sua cabeça. Como a actina está interagindo com a miosina, o movimento da cabeça da miosina empurra o filamento de actina, promovendo seu deslizamento sobre o filamento de miosina. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 51/65 É importante destacar que, embora o filamento grosso tenha várias cabeças de miosina, em cada momento da contração, apenas um pequeno número alinha-se com os sítios de actina. Conforme as cabeças de miosina movimentam a actina, surgem novos locais para formação de interações actina-miosina. As pontes antigas de actina-miosina somente se desfazem depois que a miosina se une a uma nova molécula de ATP, o que determina também o retorno da cabeça de miosina para sua posição inicial, pronta para um novo ciclo. Confira a seguir as etapas da contração muscular: Etapa 1: Interação actina-miosina para contração. Etapa 2: Contração muscular com deslizamento da actina sobre a miosina. Etapa 3: Interação actina-miosina relaxada. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 52/65 Sem ATP, o complexo actina-miosina fica estável, o que explica a rigidez muscular que ocorre logo após a morte, o rigor mortis. Como você deve ter notado, uma única contração muscular é resultado de milhares de ciclos de formação e destruição de interações actina-miosina. A atividade contrátil continua acontecendo até que os íons de cálcio sejam removidos e o complexo troponina-tropomiosina cubra novamente o sítio de interação da actina com a miosina. Iniciada no sarcolema, a despolarização teria que se difundir por toda a espessura da fibra para alcançar as cisternas de cálcio do retículo mais profundas. Sabendo disso, você deve estar imaginando que, em fibras musculares de maior calibre, as miofibrilas periféricas se contrairiam antes das mais profundas, certo? A garantia de que a contração de cada fibra muscular esquelética aconteça de maneira uniformeé dada pelo sistema de túbulos transversais, ou sistema T. Esse sistema é constituído por uma rede de invaginações do sarcolema, cujos ramos envolvem as junções das bandas A e I de cada sarcômero. O sinal despolarizador passa para o retículo sarcoplasmático e resulta na liberação de cálcio, que inicia o ciclo de contração. Confira um esquema desse processo. Desenho do estímulo neural da fibra muscular e o sistema de túbulos T. A destruição da acetilcolina é necessária para evitar o contato prolongado com seu receptor. Uma vez terminada a despolarização, o cálcio é transportado de volta para as cisternas do retículo, a contração cessa, e a fibra muscular relaxa. Contração do músculo estriado esquelético A contração do músculo pode ser: Isométrica 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 53/65 Quando o músculo se contrai e não ocorre alteração do seu comprimento. Um exemplo de contração isométrica é a sustentação de um objeto de maneira imóvel. Isotônica Quando ocorre a contração muscular com diminuição do comprimento do músculo, há um trabalho tipo força x distância, e esse encurtamento pode chegar a 1/3 do comprimento do músculo relaxado, mas a tensão permanece a mesma. Tetânica Quando ocorre uma saturação das concentrações de cálcio e o intervalo entre as contrações é tão pequeno que ocorrem de forma tão rápida, mas sem o aumento na força de contração. Trata-se de um tipo de contração uniforme e contínua. Falamos sobre a contração tetânica, mas como o processo de contrações está relacionado com o tétano? Resposta O tétano é uma doença causada pelo Clostridium tetani, que produz espasmos dos músculos, pois a toxina produzida pelo Clostridium impossibilita a liberação de neurotransmissores inibitórios dentro do sistema nervoso central, que agem, normalmente, na medula espinhal regulando atividade de neurônios motores para os músculos esqueléticos. Na falta desses neurotransmissores inibitórios, qualquer atividade motora pode resultar em contrações espásticas ou tetânicas dos músculos esqueléticos. Você sabe a diferença entre fadiga e cãibra e o que é tônus muscular? A fadiga pode ocorrer em qualquer fase da contração muscular, e pode ser evidenciada após prolongadas contrações ou por seguidas contrações tetânicas de curta duração. Com a diminuição do glicogênio muscular e da fosfocreatina, há maior produção de ácido lático e seu acúmulo causa desconforto, conhecido como cansaço. A cãibra é uma contração muscular súbita, não desejada e dolorosa que pode durar de segundos a minutos, e pode ocorrer em qualquer músculo de contração voluntária. São inúmeras causas, como exercício físico, desidratação, distúrbio eletrolíticos, alterações metabólicas, neurológicas e uso de 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 54/65 algumas medicações. Em cães, a cãibra pode estar presente após esforço físico e em grandes animais, associada ao deslocamento dorsal da patela. O tônus muscular refere-se à ligeira tensão nos músculos em repouso e ocorre pela transmissão contínua de impulsos em frequência baixa da medula espinhal para a musculatura. A função do tônus é manter o músculo parcialmente contraído e impedir a flacidez, como ocorre na paralisia. Pode haver variações no tônus muscular, principalmente em situações de medo ou excitação, em que o animal pode apresentar rigidez muscular pelo aumento do tônus e, com isso, levar a uma resposta mais rápida ao estímulo quando necessário. Curiosidade Você sabia que em equinos se observa a rabdomiólise? Essa doença é um processo inflamatório que acomete os músculos de equinos, os quais foram submetidos a esforço físico após longos períodos alimentados com rações ricas em carboidratos. A destruição aguda muscular eleva os níveis sérios de mioglobina até que ocorra a mioglobinúria (excreção urinária de mioglobina). Características do músculo estriado cardíaco O músculo estriado cardíaco é encontrado na parede do coração e em pequenos trechos das grandes veias pulmonares que desembocam no coração. É composto por células alongadas e ramificadas (10 a 20μm de diâmetro e 80 a 100μm de comprimento), aderidas umas às outras por meio de junções intercelulares complexas. Essas células também apresentam estrias transversais, mas ao contrário das células esqueléticas, apresentam somente um ou dois núcleos, dispostos de maneira central. Histologia do tecido muscular cardíaco. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 55/65 As fibras cardíacas são envoltas por uma delicada bainha de tecido conjuntivo, equivalente ao endomísio, com abundante rede de capilares sanguíneos. Sabemos que uma característica exclusiva do músculo cardíaco é a presença de linhas transversais fortemente coráveis, denominadas discos intercalares, que cruzam as fibras musculares de modo linear ou em forma de escada, proporcionando junção mecânica e transmissão elétrica de uma célula a outra. Observando os discos intercalares em forma de escada, distinguem-se duas regiões: Parte transversal: Cruza a fibra em ângulo reto. Parte lateral: Paralela aos miofilamentos. Os discos intercalares dispõem-se de maneira irregular ao longo das fibras e representam regiões de fixação altamente especializadas entre células vizinhas, conforme observamos a seguir: Esquema da organização das fibras cardíacas e especializações juncionais dos discos intercalares. Encontramos três especializações juncionais principais nos discos intercalares: Representam a principal especialização de membrana celular da parte transversal do disco, são encontradas também nas partes laterais e servem para ancorar os filamentos de actina dos sarcômeros terminais. Zônulas de adesão Desmossomos 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 56/65 Unem as células cardíacas, impossibilitando que elas se separem durante a atividade contrátil. Encontradas nas partes laterais dos discos, são responsáveis pela comunicação iônica entre as células vizinhas. Com isso, o sinal iônico passa como uma onda de uma célula para outra. As células cardíacas apresentam contração involuntária, rítmica e vigorosa. As proteínas contráteis das células musculares cardíacas apresentam estrutura e função praticamente iguais às das células esqueléticas. Como acontece a contração da musculatura cardíaca? Para entender melhor, assista ao vídeo a seguir. Potencial de ação e contração muscular do coração Neste vídeo, a especialista demonstra, por meio da atividade elétrica do coração, como ocorre a contração muscular. Características do músculo liso O músculo liso é encontrado nas vísceras, no sistema circulatório, nos músculos intrínsecos do olho e nos que fazem os pelos da pele se levantarem. Ele é composto por células longas, espessas Junções comunicantes 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 57/65 no centro e mais delgadas nas extremidades que não apresentam estrias transversais. O tamanho celular pode variar, desde 20μm na parede dos pequenos vasos sanguíneos até 500μm no útero de uma mulher grávida. Essas células são revestidas por lâmina basal e se mantêm unidas por uma rede de fibras reticulares, de modo que a contração simultânea de apenas algumas células reverbere pelo músculo inteiro. Observe, na imagem, a ausência das estrias transversais no músculo liso. Histologia do músculo liso. Um aspecto particular das células musculares lisas é a existência de abundantes invaginações da membrana celular, semelhantes a cavéolas. Acredita-se que elas funcionem de forma análoga ao sistema de túbulos T para liberação de Ca2+ no citoplasma. Os níveis intracelulares de Ca2+ também são muito importantes na regulação da contração do músculo liso. Além de algumas mitocôndrias, cisternasdo retículo endoplasmático rugoso, grânulos de glicogênio e complexo de Golgi pouco desenvolvido, as células musculares lisas também apresentam corpos densos. Essas estruturas se localizam principalmente na membrana celular, podendo existir também no citoplasma, e possuem importante papel na contração das células musculares lisas (podemos compará-los às linhas Z dos músculos estriados). avéolas A membrana celular forma pequenas invaginações em forma de bolsa para o interior do citoplasma. Contração do tecido muscular liso A célula muscular lisa apresenta uma contração lenta e está sob controle involuntário. No músculo liso, a contração também depende do deslizamento dos filamentos de actina e miosina, mas o 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 58/65 mecanismo molecular envolvido é diferente do que aprendemos para os músculos estriados. Encontramos no sarcoplasma das células musculares lisas filamentos de actina estabilizados pela combinação com a tropomiosina. Porém, aqui não existem sarcômeros, nem troponina, e os filamentos de miosina só se formam no momento da contração. Vimos que, no tecido muscular estriado, a miosina (que é do tipo I) existe permanentemente estirada, constituindo os filamentos grossos. Já nas células musculares lisas, encontramos a miosina II, cujas moléculas ficam enroladas. Uma vez combinadas com um radical fosfato, elas se distendem e formam um filamento. A contração nas células musculares lisas ocorre da seguinte maneira: A partir do estímulo do sistema nervoso autônomo (é a porção do sistema nervoso central que controla a maioria das funções viscerais do organismo), os íons de cálcio migram do meio extracelular para o sarcoplasma pelos canais de transporte especializados localizados na membrana plasmática. Os íons de cálcio se combinam com uma proteína, a calmodulina, formando um complexo que ativa a enzima quinase da cadeia leve da miosina II. A enzima ativa fosforila as moléculas de miosina II, que se distendem e assumem a forma filamentosa. Com essa mudança conformacional, os sítios que possuem atividade ATPase, e que se combinarão com a actina, ficam descobertos. A combinação da miosina com a actina libera energia do ATP, que promove a deformação da cabeça da miosina II e, com isso, ocorre o deslizamento dos fil t d ti d i i b t 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 59/65 A actina e miosina ligam-se a filamentos intermediários de desmina e de vimentina, que, por sua vez, prendem-se aos corpos densos da membrana celular. Essa configuração provoca a contração da célula como um todo. Observe a seguir um esquema da contração da célula muscular lisa. Esquema da contração da célula muscular lisa. Além do cálcio, outros fatores ativam a miosina II e estimulam a contração celular. Um exemplo é o aumento nos níveis citosólicos de AMP-cíclico, que pode ser induzido por hormônios sexuais, como os estrogênios. A inervação do músculo liso é realizada por fibras do sistema nervoso simpático e parassimpático, porém, não há placas motoras como no músculo esquelético. Frequentemente, os axônios formam dilatações entre as células musculares lisas, que contêm vesículas sinápticas com os neurotransmissores acetilcolina ou norepinefrina. Algumas dessas dilatações axônicas estão bem próximas da célula muscular, porém, há outras mais distantes. As terminações nervosas adrenérgicas e colinérgicas atuam de modo antagônico, estimulando ou inibindo a contração do músculo. MP-cíclico Formada a partir do ATP, uma importante molécula na transdução de sinal, sendo responsável pela modulação de processos fisiológicos. filamentos de actina e de miosina uns sobre os outros. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 60/65 Falta pouco para atingir seus objetivos. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 61/65 Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O processo de contração do músculo estriado esquelético envolve uma série de eventos bioquímicos e mecânicos. Sobre esse tema, analise as alternativas a seguir: I. O resultado da liberação da acetilcolina pelos terminais axônicos é a despolarização do sarcolema e, em seguida, do retículo sarcoplasmático. II. O deslizamento do filamento fino sobre a miosina só é possível a partir da hidrólise da molécula de ATP. III. Com a mudança estrutural da troponina, a molécula de tropomiosina é empurrada mais para dentro do sulco de actina. IV. Com a despolarização do retículo sarcoplasmático, os íons sódio presentes em cisternas difundem-se passivamente pelo sarcoplasma. É correto o que se afirma em: Parabéns! A alternativa A está correta. As alternativas I, II e III estão corretas. Com a despolarização do retículo sarcoplasmático, os íons cálcio presentes em cisternas difundem-se passivamente pelo sarcoplasma. A I, II e III. B I, II e IV. C II, III e IV. D I e II. E II e III. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 62/65 Questão 2 O tecido muscular representa um dos quatro tipos de tecido do corpo e é responsável pelo movimento do corpo como um todo e pelas mudanças no tamanho e formato dos órgãos internos. Sobre a contração do músculo liso, analise as afirmativas a seguir: I. Durante a contração do músculo liso, as miofibrilas se encurtam e causam o encurtamento de todo o sarcômero. II. No músculo liso, com o estímulo do sistema nervoso autônomo, os íons cálcio migram do retículo sarcoplasmático para o sarcoplasma. III. Além do cálcio, outros fatores ativam a miosina II e estimulam a contração celular, como o aumento nos níveis citosólicos de AMP-cíclico. É correto o que se afirma em: Parabéns! A alternativa C está correta. No músculo liso não existem sarcômeros nem troponina, e os filamentos de miosina só se formam no momento da contração. A partir do estímulo do sistema nervoso autônomo, os íons A I. B II. C III. D I e II. E I e III. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 63/65 Considerações �nais Neste conteúdo, entendemos como acontece o fluxo de cargas entre as membranas, como as membranas conseguem ter diferença de potencial, a partir da distribuição dos eletrólitos. Além disso, estudamos como, pelo estímulo, podemos gerar potencial de ação, que poderá ser propagado por toda a extensão das células excitáveis, ou seja, os músculos e os neurônios. Compreendemos também algumas particularidades na geração e propagação do potencial de ação, como acontece nos tecidos que apresentam ritmo, caso do coração. Por fim, estudamos a contração muscular que é a base para o movimento nas células vivas por meio das proteínas contráteis que podem converter energia química em energia mecânica de tensão e movimento. Para isso, estudamos os três diferentes tipos de tecido muscular (estriado esquelético, cardíaco e liso) e como acontece a contração em cada um deles. Entender a bioeletricidade e a contração muscular é primordial para entender a fisiologia do organismo e, mais a diante, correlacionar com bases de algumas afecções e doenças que acometem os animais. Podcast Neste podcast, os especialistas debatem casos clínicos de pacientes que apresentem sinais de alterações na condução dos impulsos nervosos. de cálcio migram do meio extracelular para o sarcoplasma pelos canais de transporte especializados localizados na membrana plasmática. 03/09/2022 20:24 Bioeletricidade https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04252/index.html# 64/65 Referências CATANIA, K. C. The Astonishing Behavior of Electric Eels. Front. Integr. Neurosc., v. 23, n. 13, p. 1- 18, 2019. DURÁN, J. E. R. Biofísica: fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice, 2003. FEITOSA, M. M.; USHIKOSHI, W. S.
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