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Aula - DM na infãncia

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DIABETES MELITO 
NA INFÂNCIA E 
ADOLESCÊNCIA
Prof. Esp. Sáskia Ribeiro Vaz
Universidade Paulista 
2017
Definição e Classificação
■ Diabetes Melilto (DM)  distúrbio metabólico caracterizado pela deficiência
absoluta e/ou relativa na produção de insulina
– Hiperglicemia crônica
– Distúrbios do metabolismo de lipídeos, proteínas e carboidratos
■ DM insulino-dependente (DM tipo 1 – DM1)
– Deficiência absoluta de insulina
– Mais comum na faixa etária pediátrica e na adolescência
■ DM não-insulino-dependente (DM tipo 2 – DM2)
– Mais comum em adultos
– Associado à obesidade
– Resistência à insulina em combinação com a deficiência relativa em sua
produção
Epidemiologia
■ EUA  5% da população tem DM (0,1% são DM1)
■ DM1 – 95% dos casos resultam da destruição auto-imune de células beta
pancreáticas
■ 75% a 85% dos indivíduos desenvolvem a doença antes dos 30 anos
– Sem diferenças entre sexos
– Caucasianos com maior incidência
■ 80 a 85% dos pacientes com DM1 não têm outros casos na família
– 1 em 20 o risco de desenvolver DM1 quando há familiares de primeiro grau
Epidemiologia
■ Obesidade DM2
■ Obeso tem 2x mais chance de desenvolver DM2
■ Adolescentes 
– maior consumo de alimentos ricos em energia e estilo de vida sedentário
– Aumento da RI e da obesidade nessa faixa etária aumento da incidência 
de DM2
■ RI  marcador precoce do inicio de DM
– Hiperinsulinemia e RI estão presentes no estado normoglicêmico pré-diabético
RI = Resistência à insulina
Epidemiologia
Características DM1 DM2
Sexo Feminino = masculino Feminino > masculino
Idade de diagnóstico Criança e adolescente Adolescente
Grupo étnico Caucasianos Afroamericanos, hispânicos,
nativos americanos
Autoimunidade Comum Incomum
Obesidade Incomum Comum
Acantosis nigricans Incomum Comum
História familiar de DM Pouco frequente Frequente
Dependência de insulina Toda a vida Episódica
Caracteríticas relacionadas à incidência do DM
Etiologia
■ Defeitos genéticos específicos da célula beta ou no receptor de 
insulina
■ Doenças do pâncreas exócrino 
■ Endocrinopatias
■ Drogas
■ Infecções
■ Outras síndromes genéticas DM1 é um distúrbio 
autossômico dominante, 
provocado por defeito genético 
específico da célula beta
Fatores 
ambientais
Independente do estímulo inicial, 
o processo de destruição das 
células beta ocorre de forma 
lenta e, durante um longo tempo, 
não há sintomatologia clínica 
Sinais clínicos 
■ Os sinais clínicos se instalam de 
forma aguda, na maioria das vezes
■ Desencadeado por algum estresse
– Infeccioso
– Traumático
– Cirúrgico
– Emocional **
Sinais Clínicos
Polidipsia
Poliúria
Polifagia
Menos observado
em crianças
menores de 2 anos
Poliúria e polidipsia são
intensas. Observa-se 
acentuado grau de 
desidratação, fatores
que antecedem a perda
da consciência
Sinais Clínicos
■ Maior tendência à cetoacidose
– Hálito cetônico
– Anorexia
– Náuseas
– Vômitos
– Sonolência
– Confusão mental
– Podendo evoluir para o coma diabético
Sinais Clínicos
■ A instalação do quadro é lenta
■ Difícil observação de sintomatologia 
marcante no inicio da doença
– Após um IAM
– Doença vascular periférica
– Retino ou nefropatia diabética
■ Queixas de astenia, fraqueza, irritação e 
nervosismo são comuns.
Aspectos Fisiopatológicos
■ Hiperglicemia
– A longo prazo, pode causar complicações lesivas a vários órgãos:
Olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos
■ Hipoglicemia
– Queda da glicemia, decorrente de doses exageradas de insulina,
atraso ou ingestão alimentar insuficiente ou exercício intenso
– Sensação de fome aguda, fraqueza, sudorese exagerada,
sonolência e palpitações, visão turva e dupla
Tratamento Nutricional
■ Iniciado logo após o diagnóstico
– Idade
– Desenvolvimento pondero-estatural
– Atividade física
– Considerando:
■ Estilo de vida
■ Situação socioeconômica
■ Grau de escolaridade
■ Treinamento de auto monitoração da 
alimentação 
Metas
Manter glucose em
níveis o mais
próximo do normal
Promover saúde por
meio de escolhas de 
alimentos saudáveis e 
incentivo à AF
Manter níveis de 
PA que reduzam
o risco de DCV
Manter ou promover
níveis adequados de 
lipoproteínas e de 
lipídeos séricos
Fornecer quantidade
adequada de energia
para crescimento e 
desenvolvimento
normal
Prevenir e tratar as 
complicações agudas 
relacionadas à 
insulinoterapia
Planejamento dietético 
■ Dieta fracionada – 6 refeições diárias 
– Impedir ingestão energética excessiva 
– Jejum por períodos prolongados 
■ ENERGIA
– Faixa etária
– Sexo
– Peso ideal estimado
■ VET  recomendações de ingestão energética 
dirigidas para crianças e adolescentes não 
diabéticos
Revisto em um 
intervalo médio de
3 a 6 meses
Planejamento dietético 
■ Associado à obesidade. 
– Programar perda ponderal 
■ No máximo ate 3kg/mês 
■ Dietas moderadamente hipocalóricas
– Resposta mais rápida
■ Glicemia 
■ Perfil lipídico
– Monitorando crescimento e o alcance 
das necessidades nutricionais
Planejamento dietético -
CARBOIDRATOS
■ 45 a 65% do VET
■ Distribuído entre as refeições
– Ingestão constante
■ Ênfase em CHO complexos e ao uso
frequente de alimentos integrais
– Sacarose <10% CHO totais
■ Em casos de hipoglicemia
persistente e em ocasiões especiais
Planejamento dietético -
CARBOIDRATOS
■ Frutose: não recomendado como adoçante
– Aumento dos níveis glicêmicos e de
colesterol
■ Fibras: solúveis
– 20 a 35g/dia (não existe ainda dose
ideal para criança)
Planejamento dietético – PROTEINAS 
■ 15% do VET
– 66% de proteína animal
– 33% de proteína vegetal
■ Em casos de nefropatia
– Ingestão proteica diretamente associada ao grau de falência renal
– ~ 1,0g/kg/dia
– Garantindo o crescimento do paciente
Planejamento dietético 
– LIPIDEOS
■ < 30% do VET
– 10% de gordura poliinsaturada (vegetais)
– 10-15% de gordura monoinsaturada (peixes)
– <10% de gordura saturada (gordura animal)
■ Evitar indrustrializados gordura trans
■ 300mg/dia de colesterol
■ Hipercolesterolemia associada
– <7% do VET de gordura saturada
– 200mg/dia de colesterol
Planejamento dietético 
– MICRONUTRIENTES
■ Não há necessidade de suplementação
vitamínica ou de minerais para a criança
diabética.
■ Magnésio – deficiência
– RI, Intolerância aos carboidratos e HAS
– Apenas em TNP
■ Os valores de ingestão recomendados são os
mesmos considerados para crianças e jovens
não diabéticos.
Produtos dietéticos
■ Avaliados com cuidadosamente
– Não utiliza carboidratos de ação rápida
– Grandes quantidades de gorduras e edulcorantes
energéticos, podendo aumentar a energia total
ingerida no dia.
■ Orientar o paciente
– Informação nutricional nos rótulos
– Possibilidade de inclusão – nutricionista
■ Levando em consideração:
– Tipo de edulcorante
– Valor energético do mesmo
– Utilização esporádica e com moderação.
Esquema de Insulinização
■ Objetivo geral: Evitar a cetoacidose diabética
INSULINA NPH (ação intermediária)
■ Início 0,3 a 0,5UI/kg/dia
■ Nos dois primeiros anos: 0,5 a 0,6UI/kg/dia (“lua de mel”)
■ Após esse período: 0,7 a 1UI/kg/dia
■ Divida ao longo do dia: 2 a 3 doses INSULINA DE AÇÃO RÁPIDA 
OU ULTRARRÁPIDA
Antes das 4 principais 
refeições
Esquema de Insulinização
Contagem de 
carboidratos
■ Recomendada pela Associação
Americana de Diabetes (ADA) a partir de
1994
■ CHO – são convertidos em glicose nas
primeiras 2h (alterando a glicemia pós-
pradial)
■ Leva em conta o total de CHO
consumidos nas refeições diárias e é
associado à terapia medicamentosa
■ Pacientes com DM1  insulinoterapia
Contagem de 
carboidratos
■ Plano alimentar
– Total de carboidratos em gramas por 
refeição
– Cálculo da dieta baseado na 
necessidade energética (idade e sexo)
– 45 s 65% de CHO do VET
■ 1 unidade de insulina rápida ou ultrarrápida
corresponde a 15g de carboidrato para um
indivíduo com peso de 50kg
Contagem de 
carboidratos
■ Alimentosque necessitam ter o seu teor de
carboidratos contabilizado no plano
dietético:
– Leite e iogurtes
– Paes e biscoitos
– Massas
– Grãos
– Tubérculos
– Frutas (incluindo sucos)
– Açúcar refinado e similares (mel e melado)
Contagem de 
carboidratos
■ Método 1  gramatura de CHO
– Rótulos e tabelas
– Mais trabalhoso
– Pouco prático para o cotidiano do
paciente
■ Método 2  substituições
– Cada porção corresponde a 15g de CHO
Método
2
Método
1
Alimento Medida caseira Peso (g) Carboidratos (g)
Arroz cozido 2 colh. sopa 40 15
Feijão cozido 1 concha 54 12
Carne assada 1 fatia média 100 0
Salada de alface 1 pires de chá 22 3
Beterraba cozida 3 colh. sopa 42 1
Laraja 1 unidade 150 18
Total
Dose de insulina necessária para metabolizar os CHO dessa refeição:
49/15 = 3,2 unidades de insulina rápida/ultrarrápida
49
Carga glicêmica
■ ADA recomenda: o uso do índice glicêmico como um beneficio adicional ao método 
da contagem de carboidratos. 
– Porem, há variabilidade de acordo com diversos fatores
■ Quantidade, tipo e natureza do amido
■ Processo de cocção
■ Presença de fitatos, taninos, etc
■ Associação entre IG – Contagem de CHO – carga glicemia, ate o momento, é a
estratégia nutricional mais promissora
Equação: CG = IG x teor CHO disponível na porção
100
Carga 
glicêmica
■ Ainda não há uma
tabela brasileira com
valores de carga
glicêmica das porções
de alimentos.
Situações especiais
■ Hipoglicemia
– 2CS de açúcar em ½ copo do liquido para elevação rápida da 
glicemia
■ Atividade física
– Evitar hipoglicemia  imediatamente antes do exercício
■ Eventos sociais
– A criança não será privada de participar de ocasiões festivas
■ Substituir refeição
■ Estimular consumo de preparações salgadas, bebidas naturais ou
dietéticas
■ Não suprimir a útlima refeição noturna (ceia)

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