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Eritropoetina A EPO endógena possui 165 aminoácidos que formam cadeia polipeptídica com duas pontes dissulfeto intramoleculares nas posições (Cis7-161 e Cis29-33), massa molecular de 34kDa sendo 30% de carboidrato, dos quais 11% consistem em ácido siálico, 11% de hexose total e 8% de N-acetilglicosamina. No fim dos anos 80, a localização cromossômica do gene humano para eritropoietina foi atribuída ao cromossomo 7 (sete). A citocina EPO possui a capacidade de estimular a eritropoiese quando o organismo apresenta hipóxia. Em resposta a hipóxia, o rim secreta o hormônio EPO, pois sua liberação está diretamente ligada à demanda e oferta de oxigênio pelos tecidos. Há um sensor de oxigênio nas células renais que inibe ou estimula a produção e liberação de EPO, sendo assim, propõe-se um mecanismo de retro alimentação. ✓ O aumento do fornecimento de O2 aos tecidos diminui o estímulo para a produção de EPO. ✓ A concentração normal de eritropoietina endógena é de 10-30 mUI/mL e é influenciada pelos níveis de oxigênio tissular. ✓ Quando os níveis de oxigênio tissular diminuem, a concentração de eritropoietina aumenta entre 100 e 1.000 vezes. Esta situação também é observava nos pacientes anêmicos • eritropoetina: hemoprex - tinax • eritropoetina beta: recormon • eritropoetina humana: eprex - eritina A eritropoetina aumenta reticulócitos em 10 dias e aumenta hemoglobina e hematócrito htc 2 - 6semanas Síntese de eritropoetina Na presença de anemia ou de hipoxia, a síntese aumenta rapidamente em 100 vezes, ocorre elevação dos níveis séricos de EPO e a sobrevida, proliferação e maturação das células progenitoras medulares são extremamente estimuladas. A EPO, após a sua secreção, liga-se a um receptor existente na superfície dos progenitores eritroides condicionados na medula óssea, sendo internalizada- › que passam a proliferar e produzir eritrócitos. A citocina induz as células progenitoras eritroides a se diferenciarem em pronormoblastos, ocasionando desta forma a expansão da massa eritroide e um aumento na produção de hemácias maduros a partir das células progenitoras eritroides. A alça de retroalimentação bem controlada pode ser interrompida em situações de doença renal, lesão da medula óssea ou deficiência de ferro ou de vitamina essencial. Na presença de infecção, estado inflamatório, a secreção de EPO, o aporte de ferro e a proliferação dos progenitores são suprimidos pelas citocinas inflamatórias > parte da anemia resultante; A interferência no metabolismo do ferro também resulta em mediadores inflamatórios sobre a proteína hepática, hepcidina. a hepcidina controla a quantidade de ferro absorvido no duodeno e a liberação de ferro a partir de células do sistema retículo-endotelial (como células de Kupffer e macrófagos esplênicos), através da internalização e degradação da ferroportina, que se expressa nos enterócitos duodenais, nos hepatócitos e nos macrófagos. Níveis baixos de EPO A produção de eritropoetina ocorre principalmente em fibroblastos especializados do parênquima renal, especialmente responsivos à hipóxia local. Como o rim apresenta diversos fatores regulatórios de sua própria perfusão, a hipóxia prolongada necessária para alterar consideravelmente a quantidade desse hormônio geralmente é causada por redução da hemoglobina circulante, e não apenas por reduções momentâneas da volemia ou da capacidade respiratória do indivíduo. Causas diminuem a EPO: anemia da insuficiência renal, hormônios tireoidianos (hipotireoidismo) e androgênios (hipogonadismo). Anemia de doença crônica/anemia inflamatória, associada à infecção, inflamação ou malignidades (diminuição da disponibilidade de ferro por redução da absorção pelo trato Gl, liberação reduzida a partir dos macrófagos (estoques intracelulares), redução relativa dos níveis de EPO e leve redução da durabilidade da hemácia, como também em pacientes em hemodiálise. Preparações de EPO Primeira geração A produção de eritropoetina evoluiu muito. No início eram produzidas apenas a epoetina-a e B, efetivas mas de meia-vida curta (6-8h) sendo necessária duas a três injeções por semana. Hoje, existem diversas formas de agentes eritropoiéticos: ✓ as epoetinas (alfa, beta, delta, omega) diferem-se nas cadeias glicosiladas, quanto maior o grau de glicosilação maior é o tempo de meia-vida; Segunda geração de EPO ✓ Darbepoetina-a, que é 10 vezes mais potente e tem meia - vida maior que a primeira geração, devido à adição de uma molécula de carboidrato. ✓ Darbepoetina alfa > administrada 1x/cada duas semanas ✓ Alfaepoetina-dose única em frascos com 1.000 - 40.000 unidades/mL para administração IV ou SC (Janssen-Cilag Farmacêutica). Terceira geração ✓ CERA (Continuous Erythropoietin Receptor Activator); ✓ Proteína Eritropoiética Sintética (MACD) ✓ CERA (ativador contínuo do EPO-R) / PEG-EPO (metoxipolietileno glicol epoetina beta), que atua, igualmente, no EPO-R. Consiste numa epoetina beta "PEGylated", ou seja, ligada ao polímero polietileno glicol, o que lhe confere uma semi-vida largamente aumentada: cerca de 130 horas após a administração, quer por via intravenosa ou subcutânea. Assim, pode ser administrado a cada duas semanas ou mensalmente, na fase de manutenção do tratamento. ✓ CERA (betaepoetina-metoxipolietilenoglicol),com meia-vida mais longa, que pode ser administrada a cada 15 dias na fase de correção da hemoglobina e, mensalmente, na fase de manutenção, por via subcutânea ou intravenosa. Agentes estimulantes da eritropoiese-ESA Agentes estimulante da eritropoiese (ESA) - é a substância farmacológica que estimula a produção das células vermelhas do sangue; A eritropoetina ( não única) mas é o regulador mais importante da proliferação de progenitores de eritroides condicionados (FCU-E); Na sua ausência ocorre sempre anemia grave, como acontece em pacientes insuficiência renal. O fator induzível de hipóxia (HIF-1) heterodímero(HIF-1 a e HIF- 1B-> aumenta a expressão de múltiplos genes induzíveis por hipoxia: fator de crescimento endotelial vascular e a eritropoetina. São designados por ESA todos os agentes capazes de aumentar direta ou indiretamente a ação do EPO-R. Consistem em glicoproteínas manufaturadas por tecnologia de recombinação de DNA, com a mesma atividade biológica que a EPO endógena. A administração de um ESA implica uma série de decisões que devem ser tomadas antes de iniciar a terapia: ✓ a escolha do ESA, ✓ a sua dose inicial, ✓ a frequência e via de administração ✓ a monitorização dos níveis de Hb, ✓ a previsão de aumento de dose e a antecipação dos ajustes da dose relacionados com os níveis de hemoglobina, hospitalizações e efeitos colaterais MINIMIZANDO RISCOS: DEVE UTILIZAR-SE A MENOR DOSE EFICAZ POSSÍVEL, VISANDO UM AUMENTO NA CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA PRÓXIMO DE 1 G/DI POR MÊS. A CORREÇÃO COMPLETA DA ANEMIA, COM HEMOGLOBINA SÉRICA >13 G/DL PODE ASSOCIAR-SE AO AUMENTO DO RISCO DE EVENTOS CARDIOVASCULARES E TROMBOEMBÓLICOS. A DOSE INICIAL DE EPO DEVE SER DE 50-100 U/ KG E DEVE-SE CONSIDERAR A ADMINISTRAÇÃO QUANDO O NÍVEL DE HEMOGLOBINA É < 10G/DL. Eritropoetina recombinante humana (rHuEPO) Alfaepoetina: A EPO foi originalmente purificada da urina de pacientes com anemia aplástica. Essa purificação permitiu o isolamento e clonagem do DNA genômico humano que codifica a EPO humana. Com o intuito de solucionar a situação desesperadora que passavam muitos nefrologistas, no fim dos anos 80, foi desenvolvida uma forma recombinante de eritropoietina, pois havia necessidade de diminuir o número de transfusões sanguíneas até então usadas para o tratamento de anemia de doença renal crônica. A eritropoietina isolada do meio de cultura é purificada a mais de 98% e formulada em solução salina tamponada. Propriedades farmacocinéticas Após a administração da EPO - o aumento inicial na contagem de reticulócitos é alcançado 7 a 10dias após a administração do produto. Os aumentos na contagem de glóbulos vermelhos, hematócrito e hemoglobina, geralmente ocorrem, 2 a 6 semanas após a administração da EPO. ✓ A absorção e biodisponibilidade após injeção SC é de 22% a 31%. ✓ T1/2: IV-> 4 a 13 horas ✓ SC-> 27 horaS Indicações o anemias associadas à insuficiência renal crônica, pois a EPO substitui a necessidade de tratamento com transfusão sanguínea, mas não a transfusão de emergência em qualquer que seja o caso. o pacientes que utilizam Zidovudina, para o tratamento da AIDS, com a finalidade de aumentar ou manter o nível de hematócrito e de hemoglobina. o anemia causada por nefropatia, nefropatia em estágio final (com ou sem diálise), pré-transfusões de sangue autólogo, anemia de artrite reumatoide ou câncer, e alguns casos de mielodisplasia e mieloma. o A rhuEPO está inserida nas diretrizes para o tratamento da anemia nos pacientes com mieloma crônico. o O tratamento com eritropoietina melhora a função e morfologia renal por reduzir a necrose tubular e a apoptose de podócitos e células endoteliais através da redução nos níveis de citocinas inflamatórias e do aumento na proliferação de células tubulares. Reações adversas 1-alfaepoetina está associado com o desenvolvimento de hipertensão arterial de difícil controle; Deve ser considerada a suspensão da alfaepoetina na presença de hipertensão arterial estágio 2 (pressão sistólica maior ou igual a 160 mmHg ou pressão diastólica maior ou igual a 100mmHg) refratária ao tratamento com três diferentes fármacos em dose alvo, uma vez que essa situação pode estar relacionada com aumento da mortalidade. 2-aplasia pura da série eritroide é um evento raro: caracteriza-se por anemia grave, baixa contagem de reticulócitose ausência de precursores eritroides na medula óssea, na presença de normalidade das outras séries (leucócitos e plaquetas), e decorre da produção de anticorpos neutralizantes da eritropoetina, seja endógena ou exógena. Sua ocorrência é estimada em 1,6 por 10.000 pacientes/ano. o O risco de efeitos adversos associados à rHu-EPO é diretamente proporcional ao aumento da hemoglobina e são mais prováveis com níveis de hemoglobina >12 g/dI (evitar ultrapassar). o Em doentes com DRC e doentes oncológicos-› aumento de morbidades como trombose e eventos cardiovasculares (infarto do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais e insuficiência cardíaca), como da mortalidade. o Os riscos de morte ou eventos cardiovasculares estão associados a uma má resposta hematopoiética inicial, com aumento das doses de ESA para alcançar os níveis alvo de hemoglobina. o Nos doentes oncológicos, o uso de rHu-EPO deve ser bem avaliado, pois existe um aumento do possível risco de progressão do tumor. A EPO tem sido associada ao bloqueio da apoptose das células tumorais (recorrência), com aumento do tumor e da doença metastática, bem como diminuição dos efeitos da radioterapia, por potenciar a angiogênese tumoral. o Nos doentes com hipertensão arterial, a rHu-EPO pode elevar significativamente a pressão arterial média, tanto na administração aguda como na continuada, pelo que o perfil tensional deve ser monitorizado. o A incidência de trombose venosa profunda no pós-operatório aumenta, razão pela qual deve ser instituída profilaxia anti-trombótica nos doentes tratados com rHu-EPO. o Convulsões: acontece com maior frequência em pacientes em diáli Efeitos músculo-esqueléticos: artralgia (11%). Efeitos nefrológicos: nefrotoxicidade, trombose da veia renal, infecção do trato urinário (3-12%). afasia, isquemia cerebral (6%), acidente vascular cerebral (0,4-3,2%), confusão, tontura (5-21%) cefaléia (10-19%), encefalopatia hipertensiva, insônia (13-21%), parestesia (11%), convulsão (1,1-3,2%), ataque isquêmico transitório. Efeitos oftalmológicos: conjuntivite (36% com administração IV), trombose da artéria retiniana (rara). Efeitos psiquiátricos: ansiedade (2-11%). Efeitos respiratórios: tosse (18%), dispnéia (13-14%), congestão pulmonar (15%), embolismo pulmonar, infecção das vias aéreas superiores (11%). Efeitos cardiovasculares Efeitos dermatológicos Efeitos gastrintestinais Efeitos hematológicos dor torácica (7% em pacientes com insuficiência renal crônica diaforese (40%) constipação (42-53%), anemia grave, insuficiência cardíaca congestiva (6,6-9%) sensação de frio (40%) indigestão (7-11%) trombose venosa profunda (4,7-11%), edema (6-17%), trombose no sítio da injeção (5-20%), hipertensão arterial (5- 25%), reação no local da aplicação (10-29%), náusea (11-58%), deficiência de ferro (72%), infarto do miocárdio (0,4- 3,1% dor cutânea (4-18%), vômitos (8- 20%). exacerbação de porfiria (raro), trombocitose acidente vascular cerebral (1,7%) prurido (18-22%) diarreia (6-21%) trombose (1,1-23%) taquicardia (31%). rash cutâneo (16%). Anafilaxia (efeito imunológico) tromboembolismo venoso (7,5%). Tempo de tratamento - critérios de interrupção - redução de dose se a hemoglobina for igual ou superior a 12 g/dL, conforme esquemas de administração; - suspensão temporária quando superior a 13 g/dL, reiniciando-se quando menor ou igual a 10 g/dL. - Deve ser considerada a suspensão do tratamento na ocorrência de evento adverso grave. A resposta ao tratamento-> acompanhada por meio de dosagens de hemoglobina a cada 2 semanas até a estabilização dos seus níveis, e após cada ajuste de dose. Terapêutica com ferro A terapêutica com ESA aumenta as necessidades de ferro para a eritropoiese. A deficiência de ferro afeta mais de 50% dos doentes com DRC estadios 3/4 e é uma das principais causas de ausência de resposta a esta terapia. O ferro deve ser administrado com o objetivo de manter os níveis de ferritina sérica superiores a 100 ng/ml e os da saturação da transferrina superiores a 20%, o complexo de hidróxido férrico polimaltose, vo, tem vantagens evitar o risco de toxicidade e melhorar a intolerância gastrointestinal, além de poder ser ingerido com alimentos. Mas, a biodisponibilidade do ferro oral é baixa-› tomar com mais frequência. Com o propósito de monitorizar a resposta à eritropoetina, Ht/Hb devem ser aferidos a cada 1 a 2 semanas após o início do tratamento e após um aumento ou decréscimo de dose, até que valores-alvo estáveis de Ht/Hb sejam atingidos. Se o Ht não se elevar em 2 pontos percentuais em 2-4 semanas após o início da terapia com eritropoetina ou após o aumento da dose de eritropoetina, deve-se aumentar a dose de eritropoetina em 50%. Se ocorrer um aumento de 8 pontos percentuais por mês ou se o Ht superar o valor- alvo após o início da terapia com eritropoetina ou após o aumento da dose de eritropoetina, deve-se reduzir a dose semanal de eritropoetina em 25%(sociedade brasileira de nefrologia). Anemia na insuficiência renal crônica Tratamento Eritropoetina: ✓ início : se HT < 33% ✓ dose : 50 a 150 Ul/ Kg ✓ via : SC > IV ✓ não suspender em perioperatório ou durante outras doenças Quando se emprega a via subcutânea, a dose recomendada é de 80-100 unidades/kg/semana dividida em 2 a 3 doses. Quando se usa a via endovenosa, a dose recomendada é de 120-180 unidades/kg/semana, dividida em 3 doses. Fazer suplementação de Ferro. A anemia na Insuficiencia renal crônica é a causa mais frequente de resposta insatisfatória à EPO. Suplementação de ferro: -› via : VO nas fases iniciais IV / IM fases + avançadas -› dose : 200mg / dia por 5 meses -› objetivo: sat transferrina > 20% ; ferritina › 100ng/dI Anemia na insuficiência renal crônica Pacientes em hemodiálise podem ser tratados inicialmente com uma das seguintes opções, ajustadas posteriormente de acordo com a resposta terapêutica: ✓ 50-100 UI/kg/SC/1-3/semana, ✓ 50-100 UI/kg/IV/3x/semana Pacientes em programa de diálise peritoneal podem ser tratados inicialmente com uma das seguintes opções, ajustadasposteriormente de acordo com a resposta terapêutica ✓ 50-100 UI/kg, SC/1-3/sem ✓ 10.000 UI/SC/1x semana ✓ 20.000 UI,SC/1-2x cada 2 semanas Anemias nas doenças inflamatórias intestinais Tratamento suplemento com ferro: ✓ se: Hb > 12 g/dI - ferritina < 200 ng /I -› Fe oral 30 mg /d ✓ se : Hb 10-12 g/dl - ferritina < 200 ng/I -› Fe IV 200 - 300 mg/sem ✓ se : Hb < 10 g/di - transferrina >2,9 mg/dI -> Fe IV 300 - 600mg/sem ✓ se: Hb < 10 g/dI - transferrina <2,9 mg/dI -› Fe IV 300 - 600mg/sem + EPO parâmetros que indicam falência do tto com Fe isolado: ✓ [EPO] < 100UI / Lou, ✓ [ receptor solúvel de transferrina ] ‹ 50 mM/1, ou ✓ [ transferrina sérica ] < 2,9 mg/di Fazer Dose de EPO : 150U/kg 3x/sem Anemia no paciente HIV / AIDS Proteínas eritropoéticas: -› Eritropoetina: V transfusão e melhora qualidade de vida ✓ EPO <500 UI/L ✓ suplementação com Fe : Ferritina < 100 ng/l ou sat transferrina > 20% ✓ Quando iniciar: Hb <12g/dl o', <11g/dI 9 e/ou V qualidade de vida Esquemas de tto: ✓ 100U/kg SC ou IV 3X/sem ou 40.000U 1X/sem -> reavaliar após 8 sem. ✓ sem melhora -> 1 até 300 U/kg ou 60.000U ✓ com HT≥ 40% - suspender até HT 36% e reiniciar dose 25% menor Anemia no paciente com câncer Eritropoetina ✓ dose inicial : 150 UI/ kg/3 x/sem/SC ✓ sem resposta: 300 UI / kg ✓ 28 % dos ptes. c/ resposta após 4 sems ✓ efeitos colaterais: aplasia de série vermelha, tromboembolismo e HAS Darbopoetina ✓ 6,75 mcg / kg cada 2 semanas ✓ 10 mcg / kg mês Doping • O Comitê Olímpico Internacional (COl) a partir de 1990 proibiu a utilização da eritropoetina recombinante humana (rHuEPO) no esporte, visando preservar a ética desportiva e a saúde dos atletas. • A EPO influencia a maturação eritrocitária, resultando em melhora da competência aeróbia e da performance desportiva. Fatores de crescimento hematopoiéticos No compartimento celular da medula óssea temos populações celulares hematopoéticas 1- Células tronco ✓ são indiferenciadas e não- especializadas ✓ possuem capacidade de multiplicação infinita ✓ possuem capacidade de auto-renovação e diferenciação 2- Células progenitoras comprometidas: Produzem geração de linhagens celulares distintas 3-Células em amadurecimento: resultantes da diferenciação de células comprometida A hematopoiese em estado de equilíbrio produz diariamente-> 400 bilhões de células sanguíneas; A produção é regulada mas pode aumentar várias vezes em situações de demandas; No adulto: vários tipos de células maduras que derivam de um número menor de progenitores multipotentes, que se desenvolvem de um número mais limitado de células tronco hematopoiéticas pluripotentes. As células tronco mantém a capacidade de manter o seu próprio número e de diferenciar-se sob a influência de fatores celulares e humorais > produzindo um grande diverso número de células sanguíneas maduras. Fatores de crescimento hematopoiéticos Os fatores de crescimento hematopoléticos são glicoproteínas produzidas por diversas células medulares e por tecidos periféricos. Esses fatores são ativos em concentrações muito baixas e tipicamente afetam mais de uma linhagem célular. A maioria interage de modo sinérgico com outros fatores de crescimento adicionais em um processo chamado de rede(networking). Em geral, os fatores de crescimento exercem ações em vários pontos nos processos de proliferação e diferenciação celulares, bem como nas células maduras. Entretanto, a rede de fatores de crescimento que contribui para qualquer linhagem celular específica de linhagem, depende absolutamente de um fator específico de linhagem, não redundante, de modo que a ausência de fatores que estimulam o desenvolvimento de progenitores precoces é compensada por citocinas redundantes, enquanto a perda de fator específico de linhagem leva ao desenvolvimento de citopenia específica. Durante a diferenciação das células tronco temos uma série de etapas que levam à produção inicial dos fatores de crescimento hematopoiético, a seguir: ✓ BFU: unidades formadoras de explosão ✓ CFU: unidades formadoras de colônias para cada uma das linhagens celulares. ✓ G-CSF: fator de estimulação de colônias de granulócitos ✓ M-CSF: fator de estimulação das colônias de macrófagos ✓ M-CSF e CSF-1: fator de estimulação das colônias de monócitos/macrófagos ✓ GM-CSF: fator de estimulação das colônias de granulócitos-macrófagos Essas células progenitoras sofrem mais proliferação e diferenciação em colônias distintas, logo os fatores de crescimento hematopoiéticos adicionais irão aumentar a produção em cerca 30x. Fator de estimulação das colônias de granulócitos- macrófagos-GM-CSF GM-CSF-> CFU-GEMM, CFU-GM; CFU-M, CFU-E, e CFU-Meg (megacariócitos) Critérios de inclusão de G-CSF: Anemia aplástica ✓ Anemia aplástica grave sob terapia com imunossupressão (ciclosporina, corticoide ou imunoglobulina antitimocítica ou antilinfocítica) ✓ O G-CSF é indicado para crianças, adolescentes e adultos com contagem de neutrófilos abaixo de 200/mm3. ✓ Estudos atuais mostram que o G-CSF apresenta valor limitado nesta doença. Seu uso dependerá do julgamento clínico em situações específicas. ✓ Quando utilizado, deve ser aplicado somente nos primeiros 90 dias de imunossupressão. Nesse caso, o uso isolado do fator não é preconizado, devendo ser instituído com a terapia imunossupressora. ✓ O uso do G-CSF pode ser ambulatorial ou hospitalar; Neutropenia crônica ✓ Neutropenia crônica (constitucional) grave (neutropenia congênita, cíclica ou idiopática). ✓ O uso, em longo prazo, de G-CSF está relacionado com aumento mantido na contagem absoluta de neutrófilos em mais de 90% dos pacientes e redução na incidência de infecções graves. ✓ Critério de inclusão: número total de neutrófilos igual ou inferior a 1.000/mm3. ✓ O uso do G-CSF pode ser ambulatorial ou hospitalar. Síndrome da imunodeficiência adquirida ✓ (SIDA) com neutropenia ✓ O uso do G-CSF é ambulatorial. Outros usos ✓ Mobilização de células progenitoras para transplante de medula óssea e neutropenia associada ao transplante de medula óssea (Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes). ✓ O uso do G-CSF pode ser ambulatorial ou hospitalar; ✓ Neutropenia induzida por quimioterapia. O uso do G-CSF pode ser ambulatorial ou hospitalar ✓ Critérios de exclusão o Gestantes ou mulheres que estejam amamentando: são medicamentos incluídos na categoria C da classificação do FDA; não há relatos de efeitos adversos relacionados à amamentação em humanos; deve-se, pois, considerar a relação risco-benefício potencial de seu uso nessas situações; o Agranulocitose associada a medicamentos: benefício no uso de fatores de crescimento hematopoético na agranulocitose secundária ao uso de medicamentos: redução do tempo de neutropenia; o incidência de complicações infecciosas ou fatais; o medicamentos implicados: clozapina, carbamazepina, dapsona, dipirona, propiltiouracil, metimazol, carbimazol, penicilina G, procainamida, rituximabe, AINEs, sulfassalazina e ticlopidina ( os estudos disponíveis são relatos de casos, evidência considerada insuficiente para justificar sua recomendação). o Leucemia aguda refratária, neutropenia febril em pacientes sob quimioterapia de tumores sólidos, pacientes críticos não neutropênicos, sepse neonatal não associada a neutropenia, e outras condições infecciosas, como pneumonia, doença de Crohn (fistulas). Sargramostin: fator estimulador de colônias de granulócitos-macrófagos. ✓ Principal função -› estimular a mielopoiese ✓ Aumentam a produção de neutrófilos e monócitos; ✓ Com a EPO, pode promover a formação de BFU-E (unidades formadoras de explosão) ✓ Aumenta a migração, fagocitose, produção de superóxido e toxicidade mediada por células dependentes de anticorpos dos neutrófilos, monócitos e eosinófilos; ✓ Impedea proteinose alveolar ✓ Administração: SC,IV, em doses de 125-500ug/ma/dia ✓ Usos: transplante de MO alogênico ✓ RAM: dor óssea, mal-estar, febre, diarreia, dispneia e exantema Filgastrim: ✓ produzida pela E.coli ✓ é um G-CSF ✓ Principal função - estimular CFU-G (unidades formadoras de colonias), Estimula a CFU-G a aumentar a produção de neutrófilos e seus progenitores ✓ aumenta as atividades fagocíticas e citotóxicas dos neutrófilos ✓ Usos: tto de neutropenia grave após transplante de células-tronco hematopoiéticas autólogas e quimioterapia em altas doses. ✓ Encurta o período de neutropenia grave e diminui a morbidade secundária a infecções bacterianas e fúngicas; diminuir a frequência de hospitalizações por neutropenia febril; neutropenias congênitas graves; neutropenia na AIDS (zidovudina). ✓ Administração: SC ou IV por 30 min, em doses de 1-20 ug/Kg/dia, seringa preenchida de 300 mcg. ✓ Dose: 5 mcg/kg/dia, na maioria das indicações. Na mobilização de células-tronco periféricas (CTP) para transplante, emprega-se, usualmente, a dose de 10 mcg/kg/dia. ✓ Na Neutropenia crônica (constitucional) grave (neutropenia congênita, cíclica e idiopática): 1 e 10 mcg/kg/dia, em administração única diária ou a cada 48 horas em longo prazo. Iniciar com 5 mcg/kg/dia, podendo-se escalonar até 10 mcg/kg/dia em caso de não resposta, com incrementos posteriores de 10 mcg/kg/dia a cada 14 dias, até a obtenção de uma contagem de neutrófilos superior a 1000-1.500/mm3. ✓ Em seguida, reduzir a dose progressivamente e utilizar a menor dose suficiente para manter as contagens de neutrófilos acima de 500/mm3. Pegfilgastrim ✓ É um G-CSF humano recombinante pegilado ( polietilenoglicol de 20.000 Da ao resíduo metil N- terminal dea glicoproteína do G-CSF de 175 aa produzidos pela E.coli). ✓ A estrutura da molécula do PEG afeta diretamente a farmacologia clínica do peginterferon alfa-2a, interferindo com a absorção, distribuição e eliminação do produto. ✓ Possui meia vida mais longa e maior duração de ação e doses menos frequentes Benefícios esperados ✓ Benefícios gerais (evidência consistente) ✓ Aumento do número de neutrófilos ✓ Redução no tempo de neutropenia; ✓ Redução na incidência de neutropenia grave; ✓ Redução no tempo de neutropenia febril. Benefícios específicos ✓ Neutropenia crônica grave : ✓ Aumento na produção e maturação de neutrófilos; ✓ Aumento no número de neutrófilos circulantes em cerca de 90% dos casos; ✓ Redução na incidência e duração dos eventos infecciosos ✓ Redução na incidência de infecções graves; ✓ Redução no tempo de uso de antibióticos; ✓ Aumento na sobrevida global Efeitos adversos ✓ Dor osteomuscular é a complicação mais frequente. ✓ sintomas "gripais", cefaleia, artralgia, parestesia, sintomas gastrointestinais, esplenomegalia leve, plaquetopenia moderada, anemia, osteopenia/osteoporose, hipotireoidismo, hiperuricemia, alterações hepáticas e renais; ✓ mais raramente: febre, fotofobia, reações alérgicas e anafiláticas, exacerbação de doenças autoimunes latentes, injúria pulmonar e eventos cardiovasculares; ✓ há relatos de casos isolados de ruptura esplênica com dose de fatores de crescimento hematopoético de 20 mcg/kg/dia em doadores sadios. Fatores de crescimento mieloides ✓ São glicoproteínas que estimulam a proliferação e diferenciação de uma ou mias linhagens mieloides; ✓ Potencializam a função dos granulócitos e monócitos maduros; ✓ São produzidos por fibroblastos, células endoteliais, macrófagos e células T; ✓ Ativos em concentrações extremamente baixas ✓ Atuam nos receptores de citocinas na MP-> JAK/STAT ✓ O GM-CSF -> estimula a proliferação, diferenciação e função de várias linhagens; Fatores de crescimento trombopoéticos Interleucinas-11 ✓ É um fator de crescimento trombopoiético ✓ É uma citocina de 23.000Da, 178 aa e estimula a hematopoiese, o crescimento das células epiteliais intestinais e a osteoclastogênese e inibe a adipogênese. ✓ A interleucina-11 intensifica a maturação dos megacariócitos e aumenta o número de plaquetas; ✓ O Oprelvecina é uma Interleucinas-11 humana recombinantes (plaquemax 5 mg inj. C/1 frasco - 999,00) ✓ Oprelvecina é um polipeptídeo de 19.00 Da, origem bacteriana, 177 aa e, difere da proteína nativa apenas pela ausência do resíduo prolina aminoterminal e ausência de glicosilação. ✓ Administração> frasco com 5mg ✓ Dose: 25-50 ug/kg/dia, SC ✓ Indicações: trombocitopenia grave em neoplasias malignas não mieloides ✓ Complicações: retenção hídrica e cardíacos associados (taquicardia, edema, dispneia) principalmente em idosos que necessitam então diuréticos ✓ Resposta medular inadequada está diretamente relacionada à ativação dos macrófagos por linfócitos Te à liberação de citocinas inflamatórias, principalmente da interleucina-1 (IL-1) e interleucina-6 (IL- 6), do fator de necrose tumoral alfa (TNFa) e do interferon gama (INF g), que ✓ atuam inibindo a proliferação dos precursores eritrocitários e, portanto, inibindo a eritropoese. A ação supressora dessas citocinas sobre a eritropoese supera a ação estimuladora da EPO resultando na diminuição da resposta da medula óssea à EPO e diminuição da eritropoese (Figura 1). Trombopoetina recombinante ✓ estimula a megacariocitopoiese ✓ Glicoproteína de 45.000-75.000 Da com 332 aa, produzida pelo fígado, células do estroma medular e outros órgãos Eltrombopague olamina ✓ Trombopoetina recombinante ✓ Nome comercial: REVOLADE (Novartis) ✓ Apresentação: 25 mg e 50 mg/14 comp revestidos, para uso oral. ✓ 50mg -> 4.850.00 ✓ Indicações: adultos (>18 anos) e pediátricos (> 6 anos) com púrpura trombocitopênica idiopática de origem imune que foram tratados previamente com corticosteroides, imunoglobulinas ou tiveram o baço retirado, mas não responderam ao tratamento e que apresentam risco aumentado de sangramento e hemorragia. Anemia aplásica severa ✓ comprimidos revestidos de 25 e 50mg ( 50mg/14 cop=R$ 5.095,92) ✓ Dose: acima de 6 anos > a dose inicial de 50mg/VO/1x/dia. ✓ Ajustar dose para atingir contagem de plaquetas > 50.000/mm3 máxima: 75mg/dia. Para pacientes com ascendência asiática, incluindo aqueles com insuficiência hepática, a dose inicial deve ser de 25mg, por via oral, uma vez ao dia. É um agonistas do receptor da trombopoetina pacientes com PTI refratária sejam inicialmente tratados com azatioprina ou ciclofosfamida, tendo em vista a maior experiência com seu uso e com o controle de seus efeitos adversos. Na ocorrência de falha terapêutica, os pacientes devem ser tratados com eltrombopague. Tratamento da PTI - Púrpura trombocitopênica idiopática com Eltrombopague oolamina Ações: eficaz na elevação da contagem de plaquetas e na redução de sangramentos em pacientes com PTI previamente tratados com pelo menos uma linha de tratamento. O receptor da TPO é expresso predominantemente nas células da linhagem mieloide: as células progenitoras de megacariócitos, e plaquetas Eltrombopag é um agonista dos receptores da trombopoietina (TO). A TPO endógena é a citocina central envolvida na regulação da megacariópoiese e na produção de plaquetas, e é o ligante endógeno para o RTPO. Eltrombopag interage com o domínio transmembranar do R-TPO humano e inicia uma cascata de sinalização similar, mas não idêntica, a da TPO, induzindo a proliferação e a diferenciação dos megacariócitos a partir das células progenitoras da medula óssea. A molécula tem 442 Da e o medicamento é de administração oral, dada uma vez ao dia na dose de 25-75 mg. O Eltrombopag tem ligação específica ao receptor de TPO e liga-se apenas aos receptores na TO em seres humanos e chimpanzés. Esta especificidade de espécie é atribuída ao aminoácido que está presente na posição 499 na região transmembranar do receptor de TO: histidina em humanos e em chimpanzés
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