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90JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Aspectos Importantes da Estabilidade a Longo Prazo T ó p i c o E s p e c i a l Tema desenvolvido pelo conselho editorial e/ou convidados especiais abordando assuntos de interesse da classe ortodôntica 075-97.ART - IMPORTANT ASPECTS OF LONG-TERM STABILITY. JOURNAL OF CLINICAL ORTHODONTICS, V. 31, N. 7, P. 562-583, SETEMBRO 1997. TRADUÇÃO: MARIA ALEXANDRA PALMA CONTAR GROSSO; REVISÃO CIENTÍFICA: LUCIANE MAEDA; DIAGRAMAÇÃO: BRUNO GONÇALVES CURTY. DR. ZACHRISSON BJORN U. ZACHRISSON, DDS, MSD, PHD O DR. ZACHRISSON É EDITOR COLABORADOR DO JOURNAL OF CLINICAL ORTHODONTICS E PROFESSOR DE ORTODONTIA NA UNIVERSIDADE DE OSLO. ELE ATUA EM SEU CONSULTÓRIO PARTICULAR DE ORTODONTIA NA STORTINGST. 10, 0161 OSLO, NORWAY. Há um consenso na profissão de que os resultados a longo prazo relatados pelo grupo de Seattle se constituem no padrão supremo para a estabilidade da ortodontia edgewise tradicional. Por mais de 35 anos, os membros do Departamento de Orto- dontia da Universidade de Washington vêm colecionando registros de diagnóstico de mais de 600 pacientes, dez anos ou mais após a finalização do tratamento ortodônti- co.1-3 O alinhamento a longo prazo nestes casos é altamente variável e muitíssimo imprevisível. O comprimento e a largura do arco tipicamente diminuem à medida que o apinhamento aumenta. O alinhamento inferior satisfatório foi mantido 10 anos após a contenção em menos de 30% dos pacientes com aproximadamente 20% dos casos apresentando apinhamento marcante muitos anos depois da remoção da contenção. As alterações prosseguiram bem nos pacientes com 20 anos e mais,2 mas o índice de alterações diminuiu após os 30 anos. Estas descobertas aparentemente pessimistas não devem gerar uma atitude nega- tiva entre os ortodontistas.4 Devem sim estimular maiores esforços no sentido de se oferecer os melhores resultados possíveis aos nossos pacientes dando-se mais aten- ção aos detalhes. A chave para uma atuação clínica bem sucedida na ortodontia é reexaminar nossos pacientes tratados, avaliar os resultados cuidadosamente e apren- der através dos erros cometidos. Este artigo irá examinar minha própria experiência com respeito à estabilidade a longo prazo de casos ortodônticos bem como os resultados relatados por outros. Meu objetivo é oferecer algumas diretrizes sobre como podem ser feitas melhoras e demons- trar que casos finalizados com excelência apresentem melhor estabilidade que os casos que, sob um exame mais minucioso parecem ter sido subcorrigidos ou expandidos. UNITERMOS: Recidiva; Contenção; Rotação - correção; Estabilidade; Forma do arco. Dr. Björn Zachrisson é, atualmente, um dos maiores estudiosos sobre finalização, acabamento e a excelência do tratamento ortodôntico, o que tem proporcionado inúmeras publicações aos mais importantes periódicos da Ortodontia atual. O Tópico Especial dessa edição traz um dos últimos trabalhos do Dr. Zachrisson, o qual também foi publicado na edição de setembro de 1997 na Journal Clinical of Orthodontics. Por se tratar de um dos trabalhos mais completos já realizados, o autor sugeriu a publicação do mesmo, nos enviando o seu texto original, além das fotos e de sua casuística clínica. 91JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL RECIDIVA ROTACIONAL Pontos de contato quebrados e subcorreção das rotações Um erro comum na ortodontia é a correção incompleta de toda a rota- ção na má-oclusão inicial. Isto pode ser observado em vários casos do material de Seattle5 e, na verdade, nos casos tratados da maioria dos or- todontistas. Subcorreções discretas de dentes girados anteriormente (“ortodontia 9/10”) não são fáceis de se detectar clinicamente. Os peque- nos detalhes só podem ser percebi- dos durante e em direção ao final do tratamento por uma comparação cui- dadosa com os modelos em gesso pré- tratamento.5 Um espelho de boca deve ser utilizado para se verificar a região ântero-superior (Fig. 1). Se estes cui- dados não forem tomados, um caso subcorrigido pode parecer bom ou até mesmo excelente durante o exa- me clínico no consultório. Eu utilizo dobras individualizadas no fio para assegurar a correção rápida e comple- ta de dentes em giroversão5 (Figs. 2,3). Vários estudos sobre a maturação de oclusões normais não-tratadas de- monstram que as crianças com oclusões normais podem desenvolver apinhamento evidente dos incisivos inferiores durante a adolescência e início da idade adulta.6-8 O interes- sante é que o aumento do apinhamen- to tende a ser marcadamente posicio- nado nas áreas de pontos de contato quebrados (Fig. 4). Isto indica que pontos de contato ligeiramente que- brados nos casos tratados e não-tra- tados podem ser pontos iniciais de um futuro apinhamento. Além disso, um ponto de contato não é muito estável porque, como dis- cutido por Tuverson, um pequeno pon- to de contato possui o potencial de deslizamento e subseqüente rotação dos dentes.9 Tuverson recomendou o recontorno dos incisivos através de um ligeiro desgaste para obtenção de pe- quenas áreas de contato enquanto ain- da se mantém um bom contorno anatômico (Figs. 2,3). Colocando 2-2 ao invés de 3-3 A região ântero-inferior é a área mais comum para a recidiva e apinhamento pós-tratamento. O apinhamento mode- rado pode ser mascarado se os quatro incisivos estiverem posicionados como um bloco fora dos contatos mesiais dos caninos inferiores (Fig. 5). Dobras pe- quenas e precisas auxiliarão na corre- ção total das rotações prévias originais dos quatro incisivos inferiores, que as áreas de contato distal dos incisivos la- terais sejam colocadas ligeiramente ves- tibulares aos pontos de contato mesiais dos caninos inferiores e que os dentes fiquem mantidos nestas posições (Fig. 6). Isto é particularmente importante quando as porções distais de um ou dois incisivos laterais estão lingualmente deslocadas no início do tratamento (Fig,. 6A). Correção Precoce das Rotações Alguns ortodontistas alegam que a resposta para a estabilidade do incisivo é o tratamento precoce. Dugoni e seus colegas recentemente demonstraram estabilidade satisfatória a longo prazo dos incisivos inferiores em 19 dos 25 casos tratados no início da dentadura mista pela preservação do espaço livre com arcos linguais passivos.10 Estes re- sultados positivos podem estar relacio- nados ao estágio de desenvolvimento das fibras transeptais. Kusters e colegas mostraram que as fibras transeptais não se desenvolvem até que as junções cemento-esmalte dos dentes em erup- ção ultrapassem a borda óssea do pro- cesso alveolar.11 Portanto, a correção da rotação logo após a sua irrupção impli- ca em correção antes que a organiza- ção das fibras transeptais tenha se esta- belecido. Quando os dentes corrigidos terminam a erupção, pode se desenvol- ver uma organização anatômica normal das fibras transeptais.11 Embora a cor- reção da rotação precoce provavelmen- te reduzirá a quantidade de recidiva, vários outros fatores também estão en- volvidos, incluindo as fibras transósseas, o grau inicial de rotação, a eficácia dos procedimentos de fibrotomia, o apare- lho de contenção e a sua duração. O mérito das fibrotomias em aliviar a recidiva rotacional foi confirmado por Edwards, mas este procedimento cirúr- gico pareceu melhor sucedido ao redu- zir a recidiva no segmento ântero-superi- or que no segmento ântero-inferior.12 A descoberta de Riedel13 de que 19% dos dentes submetidos à fibrotomia giraram diferente de suas posições originais, pode ser explicada pela própria tendência ine- rente dos incisivos inferiores de respon- derem à pressão movimentando na dire- ção de menor resistência. Um estudo re- cente de Redlich e seus colegas utilizan- do a análise MEV e a TEM em cães para estudar a rotação ortodôntica dos dentes e o efeito da fibrotomia supra-alveolar na recidiva, indicou que a recidiva rotacional não ocorreu graças ao efeito de “estira- mento” das fibras colágenasque lingualizam os dentes como pode ser in- dicado por sua aparência através de um microscópio ótico.14 Por sua vez, os da- dos ultra-estruturais indicaram que a re- cidiva pode ter sido causada pelas pro- priedades elásticas de todo o tecido gengival comprimido. Implicações clínicas Um objetivo lógico do tratamento or- todôntico seria se certificar que todas as rotações nos dois arcos estivessem com- pletamente corrigidas. Um pré-requisito é saber como verificar se todos os dentes estão realmente, completamente corrigi- dos. Uma maneira segura, embora não necessariamente simples de se alcançar este objetivo é utilizar fios individualiza- dos com dobras (Figs. 2,3,6). 92JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 1A. Caso com incisivos laterais e centrais apinhados que não foram totalmente corrigidos com fio 0.16” x 0.22” ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ A Figura 1B. Utilize um espelho de boca para verificar a correção de rotações superiores. B 93JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 1C. Pequenas dobras no fio posicionaram os incisivos corretamente. ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ C Figura 1D. As posições dentárias foram mantidas com a contenção colada Penta-One .0215” banhada a ouro. ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ D 94JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ Figura 3. Pequenas dobras num fio .016” x .016” (B) para corrigir totalmente a sobreposição do incisivo central superior esquerdo (A). O caso deve ser examinado com um espelho de boca quanto as condições da relação dos pontos de contato. ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ Figura 2. A correção total do incisivo central inferior direito apinhado (A) necessitou de dobras acentuadas no fio (setas em B). O desgaste mesiodistal evitou a vestibularização do incisivo e converteu os pontos de contato em pequenas áreas de contato (C). A B C A B 95JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 4. Aumento do apinhamento durante a adolescência. Seqüência superior: 10-12 anos de idade. Seqüência inferior: os mesmos casos aos 24-26 anos de idade. Observe como os contatos quebrados geram locais específicos para aumento do mal alinhamento. (De Humerfelt, A. e Slagsvold, O.: Changes in occlusion and craniofacial pattern between 11 and 25 years of age, Trans. Eur. Orthod. Soc., 1972, pp. 113-122. Utilizado com permissão). Figura 5. Grau moderado de apinhamento dos incisivos inferiores (A) imperceptível na vista frontal do indivíduo adulto não tratado do sexo masculino com incisivos laterais vestibularizados em relação aos caninos (B). ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ A B 96JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL RECIDIVA TRANSVERSAL Largura Intercaninos Inferiores Muitos autores demonstraram a importância de se evitar um aumento na largura intercaninos inferiores “normal” (24-26mm) durante o tra- tamento ortodôntico.15-21 Na maioria dos estudos, verificou-se que esta lar- gura diminui do pós-tratamento até a pós-contenção mesmo quando ocor- reu uma expansão mínima durante a terapia. Aparentemente, quanto mai- or o aumento nesta dimensão durante o tratamento, maior a diminuição após a sua finalização. Em uma discussão interessante so- bre os resultados a longo prazo nos ma- teriais de Seattle e Sandusky,16 Gorman alegou que foi encontrada uma estabili- dade melhor na última amostragem.17 Os casos e extração de Sandusky, 10 a 15 anos fora do tratamento, apresenta- ram resultados aceitáveis em 90% do Figura 6 A. Caso com incisivos laterais inferiores linguais aos caninos antes do tratamento (setas). ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ A ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ B Figura 6 B. Pequenas dobras num fio 0.16” x 0.22” posicionaram o incisivo lateral adequadamente, ligeiramente vestibular ao canino. 97JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL tempo com apenas apinhamento peque- no e um Índice de Irregularidade de menos de 3mm. Cerca de 60% dos pa- cientes no material de Seattle apresenta- ram expansão intercaninos inferior de mais de 1mm durante o tratamento.17 Uma vez que o critério para inclusão no material de Sandusky era a excelência dos resultados finalizados (a amostra- gem inclui 85 dos melhores casos de Tweed e Merrifiel), Gorman considerou que os resultados a longo prazo mais satisfatórios ocorreram pelo menos em parte devido à menor expansão canino- a-canino inferior, correção mais com- pleta das rotações e um período médio de contenção maior. Além disso, dois estudos de acompanhamento recentes independentes demonstraram resulta- dos a longo prazo mais otimistas que aqueles do material de Seattle.19-21 As lar- guras intercaninos inferiores originais foram respeitadas durante o tratamento nos dois estudos. ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ C Figura 6 C. Posicionamento adequado do incisivo lateral inferior. ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ Figura 6 D. Barra 3-3 .030” de terceira geração banhada a ouro realizou a contenção dos incisivos seguramente. D 98JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 7. Mudanças típicas na forma dos arcos superiores durante e após o tratamento ortodôntico (1= pré-tratamento; 2= pós- tratamento; 3= pós-contenção; U = arco superior; L = arco inferior; os dados apresentados incluem número de caso, largura intercaninos, comprimento do arco, excentricidade, idade em anos e meses, largura intermolar e Índice de Irregularidade). (De De La Cruz, A. et al.: Long-term changes in arch form after orthodontic treatment and retention, Am. J. Orthod. 107:518-530, 1995. Utilizado com permissão). 99JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Forma do Arco Superior Embora alterações mínimas na forma do arco inferior possam ser importantes para a estabilidade, há certas situações em que a forma do arco superior deve ser intencionalmente alterada pelo tratamen- to ortodôntico. Um bom exemplo disso é um paciente com uma má-oclusão Classe II, Divisão 1 na qual pode ser necessário coordenar a forma do arco superior com o arco inferior. As conseqüências a longo prazo de tais alterações foram avaliadas recentemente por De La Cruz e colegas.23 Os pacientes com extração foram selecio- nados para o estudo desde que sua for- mas de arco presumivelmente tivessem sido alteradas durante o tratamento em relação aos pacientes sem extração. Os modelos dentários de 45 má-oclusões Clas- se I e 42 Classe II, Divisão 1 foram avalia- dos antes do tratamento, após o tratamen- to e 10 a 15 anos após a contenção. As formas de arco geradas por computador foram utilizadas para avaliar as alterações na forma do arco com o passar do tempo. O estudo demonstrou um arredondamen- to na forma do arco superior durante o tratamento seguido por uma alteração para uma forma mais afunilada após a con- tenção (Fig. 7). Quanto maior a mudança do tratamento, maior a tendência a altera- ção após a contenção. No entanto, a varia- ção individual foi considerável.23 Expansão Maxilar Rápida Poucos estudos avaliaram os efeitos esqueléticos a longo prazo da expansão rápida da maxila. A avaliação da expan- são esquelética é problemática por cau- sa da dificuldade de identificação dos pontos de referência nas radiografias ântero-posteriores.24 Alguns autores ten- taram superar esta limitação utilizando marcadores metálicos de implante. Como discutido recentemente por Dermaut e Aelbers, não há evidências científicas que indiquem que um orto- dontista possa induzir um alargamento estável do osso basal da maxila que ex- ceda o crescimento normal.25-26 Aparen- temente, qualquer interferência mecâ- nica simples a curto prazo, com um sis- tema biológico complexo, tem pouco impacto a longo prazo.27 Implicações Clínicas Com base em estudos meticulosos citados anteriormente, os melhores guias para futura estabilidade dentária e forma do arco pode ser a largurapré- tratamento intercaninos inferior do paciente. A forma do arco superior deve ser respeitada, mas freqüentemente precisa ser adaptada para ocluir ade- quadamente com os dentes inferiores (Fig. 8). Não se deve buscar um sorri- so equilibrado através da expansão la- teral e inclinação da dentadura superi- or, mas sim, através do ajuste do torque da coroa dos caninos e pré-molares superiores até a aparência mais estéti- ca, inclinando estes dentes nos seus centros de resistência (Figs. 8-10). Forma do Arco Inferior Algumas investigações recentes exce- lentes indicaram que não só a distância intercaninos inferior mas também a for- ma do arco inferior pré-tratamento do paciente devem se constituir num guia para a forma do arco.3,20-22 Felton e seus colegas conduziram uma análise prolon- gada por computador da forma e estabi- lidade dos arcos inferiores de 30 casos Classe I e 30 Classe II sem extração, com 30 casos não tratados normais como controles.22 O período de observação constituiu-se de dois anos de tratamento ortodôntico e quatro anos de contenção com casos reexaminados sete a nove anos depois. Os autores demonstraram que as mudanças na forma do arco infe- rior eram freqüentemente instáveis após o tratamento sem extração. Aproximada- mente 70% dos casos apresentaram mu- danças pós-tratamento significantes a lon- go prazo, recidivando em direção as suas formas originais por volta da ocasião da avaliação a longo prazo. As formas de arco pré-fabricadas com os melhores ajustes foram úteis em cerca de 50% dos casos; os demais apresentaram uma grande va- riedade na forma do arco. Tendo em vis- ta a grande variabilidade individual na forma do arco, não se pode esperar que uma forma de arco pré-fabricada possa se ajustar a qualquer arco dentário. For- mas de arco inferiores comerciais pare- cem ser necessárias em muitos casos para a obtenção de uma excelente esta- bilidade a longo prazo.22 Semelhantemente, Franklin e seus colegas em um estudo com 114 casos tratados pelo mesmo ortodontista, com uma média de 12 anos de pós-conten- ção, encontraram uma estabilidade a longo prazo satisfatória em 79% dos pacientes. Princípios de tratamento con- sistentes, incluindo a manutenção da forma original do arco inferior foram considerados essenciais na obtenção destes resultados a longo prazo.20,21 100JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 8 A. Caso Classe II, Divisão 1 de ângulo alto com extração de quatro pré-molares no qual a forma do arco original foi mantida durante o tratamento ortodôntico. B. 10 anos depois (seis anos após a remoção da contenção 3-3 inferior) com todos os quatro terceiros molares completamente irrompidos. Observe o bom torque do incisivo superior. A 101JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL B 102JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 9A. Caso sem extração Classe II, Divisão 1 com canino superior direito impactado antes da terapia ortodôntica. ↑↑↑↑↑↑↑↑↑↑ A A 103JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 9B. Caso sem extração Classe II, Divisão 1 com canino superior direito impactado após a terapia ortodôntica. O sorriso harmonioso foi alcançado pelo torque marcante de canino e pré-molar superiores (setas) enquanto a forma do arco original foi mantida nos dois maxilares. ↑↑↑↑↑↑↑↑↑↑ B B 104JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 10A. Rapaz com face larga, oclusão Classe I e apinhamento discreto (A) tratado sem extrações. ↑↑↑↑↑↑↑↑↑↑ A A 105JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 10B. A largura intercaninos inferior original e a forma do arco foram mantidas e o sorriso harmonioso foi alcançado por torque acentuado dos caninos e primeiros e segundos pré-molares superiores (setas). ↑↑↑↑↑↑↑↑↑↑ B B 106JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL RECIDIVA VERTICAL Sobremordida Profunda A sobremordida anterior excessiva ou profunda é uma característica comum de muitas más-oclusões. A sobremordida profunda pode ser causada pela extrusão dos incisivos superiores, extrusão dos incisivos inferiores ou uma combinação de ambas. Em muitos pacientes, os incisi- vos são inclinados para trás. Para obten- ção de resultados ortodônticos funcio- nais e estéticos ideais, é importante deter- minar quais dentes estão extruídos para se analisar a relação lábio inferior-incisi- vo superior,28-30 e estabelecer um ângulo interincisal ótimo. Relação entre Recidiva Vertical e Apinhamento Ântero-Inferior A estabilidade a longo prazo da cor- reção da sobremordida profunda após o tratamento ortodôntico não é bem com- preendida.28,31 Em muitos casos, a sobre- mordida profunda retorna quando os incisivos superiores e/ou inferiores extruem após a remoção do aparelho. Segundo vários autores, a manutenção da sobremordida está relacionada ao torque ou inclinação axial dos incisi- vos.28,32,33 Se os incisivos superiores e in- feriores estão muito verticalizados em re- lação um ao outro após o tratamento or- todôntico, eles terão uma tendência mai- or a extruírem após a remoção do apare- lho.28 Um importante fator é a demons- tração por Swain de que o espaço dispo- nível para os dentes ântero-inferiores diminui quando aumenta a sobremor- dida34 (Fig. 11). Se a mordida profunda retorna numa má-oclusão tratada, as bordas incisais dos incisivos inferiores irão ocluir contra uma porção vestibulolingualmente mais espes- sa dos incisivos superiores (Fig. 11). Isto irá restringir seu espaço e produzir api- nhamento do incisivo inferior ou mais ra- ramente diastemas entre os incisivos su- periores com o arco inferior intacto. Extrações de Primeiros Pré-Mo- lares Inferiores, Recidiva Verti- cal e Apinhamento Anterior A relação entre a recidiva vertical an- terior e o apinhamento dos incisivos infe- riores nem sempre fica imediatamente aparente. Por exemplo, quando os pri- meiros pré-molares inferiores foram ex- traídos como parte do plano de tratamen- to ortodôntico, não é incomum os cani- nos inferiores ficarem muito retraídos. A ancoragem posterior combinada das áreas de superfície radicular de um pré- molar e dois molares é na verdade um bloco sólido em comparação à ancora- gem anterior de apenas um canino e dois incisivos mais ou menos apinhados. A retração excessiva pode ocorrer facil- mente se não forem utilizados elásticos Classe II adequadamente, se houver um problema de reabsorção radicular que evite sua utilização ou se os primeiros e segundos molares não movimentarem mesialmente como o esperado. A retração excessiva dos caninos inferiores inicia um círculo vicioso (Tabela 1). Tendo em vis- ta que os caninos superiores devem ocluir adequadamente com os caninos inferio- res estes dentes também ficarão excessi- vamente retraídos. Além disso, os incisi- vos superiores e inferiores irão lingualizar muito aumentando a necessidade de torque anterior na coroa e raiz. Este torque nem sempre é fácil de ser aplica- do e na melhor das hipóteses leva um grande tempo. Portanto, os casos de ex- tração dos primeiros pré-molares infe- riores podem finalizar com ângulos interincisais maiores que os pretendidos (Figs. 12). Como discutido anteriormen- te, os incisivos verticalizados podem cau- sar recidiva vertical anterior e apinhamen- to dos incisivos inferiores. No momento, parece que muito mais ortodontistas escolhem a extração dos primeiros pré-molares inferiores que a dos segundos pré-molares. Numa pes- quisa recente, os segundos pré-molares superiores e inferiores foram extraídos em apenas 7% dos casos de extração or- todôntica nos Estados Unidos e os pri- meiros pré-molares superiores e os se- gundos pré-molares inferiores em 8%.35 Sem dúvida alguma, uma razão para se- lecionar os primeiros pré-molaresinfe- riores para retração é a sua morfologia geralmente mais pobre - uma cúspide lin- gual reduzida em comparação ao segun- do pré-molar. Há uma maneira de se su- perar este problema num caso com api- nhamento leve a moderado e um perfil facial deficiente.36 Se o primeiro pré-mo- lar é extraído, o segundo pré-molar pode ser movimentado mesialmente com a mola contra o primeiro molar inferior (e segundo) durante a primeira fase do tra- tamento. Os molares provavelmente não irão movimentar distalmente devido à ausência de espaço e à presença de osso cortical espesso na área retromolar. Quando o segundo pré-molar toca o ca- nino inferior, o caso pode então ser trata- do de maneira semelhante a um caso de extração de segundo pré-molar inferior em termos de ancoragem. Implicações Clínicas Para corrigir e manter a correção de uma sobremordida excessiva, o orto- dontista deve intruir os dentes extruídos e estabelecer uma relação ideal lábio inferior-incisivo superior e ângulo interincisal (Fig. 8B). Os meios mecâni- cos incluem, selecionar o torque ade- quado do braquete, imbutir o torque adicional nos fios retangulares e utilizar molas com torque auxiliar para aplicar torque radicular lingual extra. Quando as extrações de pré-molares inferiores são necessárias, os segundos pré-mola- res geralmente são uma escolha melhor que os primeiros pré-molares. O trata- mento ortodôntico então se torna mais fácil e mais previsível com respeito ao controle da ancoragem e a obtenção de torque anterior apropriado e o achata- mento indesejado do perfil facial é evita- do com mais facilidade (Fig. 13). TERCEIROS MOLARES Efeitos Tri-Dimensionais nos Dentes em Erupção A etiologia do apinhamento inferior pós-puberal nos indivíduos tratados e não tratados parece ser multifatorial. A força direcionada mesialmente é a cau- sa mais importante do apinhamento mandibular tardio no início da adoles- cência.37 No entanto, as causas das di- mensões reduzidas do arco podem va- riar de uma pessoa para outra e 107JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 11 A. Com a recidiva da sobremordida profunda, as bordas incisais dos incisivos inferiores ocluem na porção vestibulolingual mais espessa dos incisivos superiores. B. Pequenos segmentos de fio colados onde seis dentes inferiores ocluem no modelo superior com vários graus de recidiva da sobremordida. Observe a diferença marcante no comprimento dos fios quando esticados e medidos (Reproduzido com permissão do Dr. B. F. Swain). Figura 12. Neste caso, o pouco torque dos incisivos superiores e particularmente os inferiores pode aumentar a probabilidade de recidiva vertical da sobremordida profunda. A B BA 108JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL TABELA 2 POSSÍVEIS FATORES ETIOLÓGICOS NO APINHAMENTO ÂNTERO-INFERIOR TARDIO45 O movimento mesial dos dentes posteriores podem ser causados por: . Pressão da região posterior do arco devido à movimentação mesial fisiológica . Componente anterior da força de oclusão nos dentes inclinados mesialmente . Vetores mesiais de contração muscular . Presença de terceiro molar em desenvolvimento Outros fatores etiológicos no apinhamento tardio podem incluir: . Recidiva após o tratamento ortodôntico . Crescimento mandibular tardio e verticalização de incisivo . Morfologia esquelética e padrão de crescimento do complexo . Maturação do tecido mole . Forças periodontais . Morfologia dentária . Fatores oclusais . Mudanças no tecido conectivo TABELA 1 SEQÜÊNCIA EM POTENCIAL APÓS A EXTRAÇÃO DE PRIMEIROS PRÉ-MOLARES INFERIORES Extração de primeiros pré-molares inferiores Retração excessiva de caninos inferiores (e incisivos) Retração excessiva de caninos superiores (e incisivos) Ângulo interincisal excessivo Recidiva vertical Apinhamento dos incisivos inferior ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑↑↑↑↑↑ Figura 13 A. Extração de segundos pré-molares inferiores no caso com apinhamento inferior moderado. B. Resultado simples e previsível do tratamento com alças elastoméricas e elásticos Classe II leves no fio inferior contínuo .016” x .022”. A B 109JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL vários fatores que agem juntos ou em es- tágios diferentes de desenvolvimento po- dem contribuir para o apinhamento infe- rior tardio37 (Tabela 2). As relações dire- tas entre causa e efeito têm sido difíceis de serem estabelecidas. Em particular, a relação entre os ter- ceiros molares em erupção e o apinha- mento inferior tardio é um assunto con- troverso. O insucesso na neutralização de todos os outros fatores influenciadores enquanto se isola os terceiros molares num estudo cuidadosamente controlado, é a principal razão para a confusão. Por exemplo, dois estudos bem conhecidos baseados no material de Seattle não fo- ram capazes de demonstrar que os ter- ceiros molares exercem pressão sobre os dentes mesiais a eles.38,39 No entanto, as ilustrações nos dois relatos mostraram casos nos quais a expansão lateral da lar- gura intercaninos inferiores normal ha- via sido realizada. Tais casos estão sujei- tos à recidiva após o tratamento com api- nhamento anterior resultante se os ter- ceiros molares estiverem presentes ou sentava evidência de ter finalizado na- quela ocasião.42,43 Richardson, utilizan- do medidas de cefalogramas angulados em 60º que oferecem superposição es- trutural mais confiável nos dois lados da mandíbula que nos cefalogramas late- rais (Fig. 15 A, B), mostrou que o movi- mento mesial dos primeiros molares foi reduzido significantemente quando os segundos molares foram extraídos 37,44 (Fig. 15C). Mais recentemente, ela de- monstrou que durante um período de três anos acompanhando a erupção do segundo molar, havia um aumento sig- nificantemente maior no espaço M3 com mesialização dos segundos molares num grupo de 21 pacientes com au- mento de apinhamento mandibular, comparado a outro grupo de 21 paci- entes sem nenhum aumento no apinha- mento mandibular durante o mesmo período.45 Schwarze, utilizando a fotodocumentação e a análise computa- dorizada dos movimentos dentários tri- dimensionais em relação à terceira ruga palatina demonstrou menos movimento não. Além do mais, cada estudo continha um número desprezível de casos sem extração nos quais os terceiros molares haviam irrompido. Uma abordagem mais proveitosa para a controvérsia pode ser a de se olhar o efeito da erupção dos segundos e terceiros molares sobre o padrão con- tínuo de erupção dos primeiros mola- res inferiores. Com base em vários rela- tos, fica evidente que o caminho da erup- ção “normal” média dos primeiros molares inferiores é numa direção para cima e mesial32,40 (Fig. 14). Esta erup- ção continua durante a ocasião em que os terceiros molares estão emergindo na cavidade bucal. Iseri e Solow recen- temente estudaram os padrões médios e individuais de erupção dos incisivos e primeiros molares superiores numa amostragem de moças entre 9 e 25 anos de idade, através dos arquivos do estu- do sobre implante por Björk.41 Eles ve- rificaram que a erupção dentária conti- nuava até o final do período de obser- vação aos 25 anos de idade e não apre- Figura 14 A. Padrão médio de erupção do primeiro molar inferior desde a infância até a idade adulta segundo a superposição de implante de Björk e Skieller40 (Reproduzido com permissão). B Análise do crescimento circular aos 5, 8, 13 e 18 anos, segundo Ricketts.32 110JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 17. Relação espacial entre os vetores de erupção contínua para frente dos primeiros e segundos molares inferiores e erupção versus extração dos terceiros molares. Quando os terceiros molares são extraídos, os primeiros e segundos molares podem irromper numa direção mais distal (ex) que “normalmente” (seta escura contínua). Por sua vez, quando os terceiros molares estão irrompendo, os primeiros e segundos molares irrompemnuma direção mais mesial (er) que “normalmente”. mesial dos primeiros molares quando os terceiros molares eram extraídos entre os 12 e 22 anos de idade46 (Fig. 16). A Figura 17 indica como a erupção ou extração do terceiro molar inferior pode afetar o caminho da erupção contí- nua dos segundos e primeiros molares inferiores. Se a pressão de um terceiro molar em erupção muda o caminho da erupção do primeiro molar para uma direção mais mesial e se os incisivos não movimentarem para frente na mesma pro- porção, irá ocorrer apinhamento ântero- inferior. É claro que outros fatores, além do alívio da pressão de um terceiro molar em erupção, podem desempenhar um papel nos casos de extração de terceiro molar (ou segundo). Por exemplo, as mudanças espontâneas nos padrões de erupção molar podem ser esperadas quando há mais espaço distal disponível nos arcos44 (Fig. 17). Figura 16. Método de fotodocumentação utilizado por Schwarze para a análise computadorizada do efeito da extração do terceiro molar inferior sobre as mudanças tri-dimensionais de posição durante a erupção contínua dos primeiros molares inferiores46 (B = início do tratamento ortodôntico; E = final do tratamento ortodôntico; F = acompanhamento sete a nove anos depois). O movimento médio para frente dos primeiros molares inferiores é significantemente reduzido quando os terceiros molares são extraídos (Reproduzido com permissão). Extração 8 - 8 (n=56) Sem Extração (n=49) B - E 2.6 mm E - F 0.9 mm 4.3 mm 2.0 mm Média de posição sagital dos primeiros molares Figura 15. Superposição (A) e método cefalométrico (B) utilizado por Richardson para analisar o efeito da extração de segundo molar inferior na erupção contínua dos primeiros molares inferiores37,44 (Reproduzido com permissão). O movimento médio para frente dos primeiros molares inferiores é reduzido após a extração do segundo molar inferior. Extração 7-7 Sem Extração - 0.5 mm (distalmente) 1.9 mm (mesialmente) Alteração na posição de 6-6 em radiografias cefalométricas angulares em 60º (5 anos) A B C 111JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Implicações Clínicas As evidências científicas disponíveis no momento sustentam as seguintes con- clusões com respeito ao papel dos ter- ceiros molares na ortodontia: . A extração precoce dos terceiros molares inferiores (ou segundos) pode fazer com que os primeiros molares irrompam numa direção menos mesial. . Os germes do terceiro molar inferi- or ocupam espaço. Se forem extraídos, este espaço provavelmente pode ser uti- lizado para verticalização distal dos se- gundos molares inferiores numa tera- pia sem extração. . Os estudos atuais sobre os tercei- ros molares não estão adequadamente planejados para estabelecer qualquer relação direta entre a erupção do ter- ceiro molar inferior e o aumento do apinhamento mandibular. CONTENÇÃO PROLONGADA Período de Contenção Com base nas informações disponí- veis na literatura, parece prudente a pres- crição de vários anos de contenção fixa e algumas vezes contenção perma- nente para muitos pacientes.17 Também parece válido manter a contenção da arcada inferior até que todo o cresci- mento seja finalizado.17,40,47 No entanto, há poucos estudos científicos sobre a eficácia da contenção prolongada. Sadowsky e seus colegas recentemente relataram a estabilidade a longo prazo, cinco anos após a contenção, de uma pequena amostragem de 22 casos sem extração tratados pelo mesmo ortodon- tista.18 Todos os indivíduos haviam sido tratados com aparelhos edgewise fixos e foram submetidos a contenção lingual fixa inferior durante um período médio de 8,4 anos. Os segmentos ântero-infe- riores apresentaram alinhamento rela- tivamente bom (média do Índice de Irregularidade de 2,4mm) nas consul- tas de acompanhamento a longo prazo. Num exame abrangente das conse- qüências clínicas do crescimento craniofacial do adulto, Behrents afirmou que para a estabilidade final, o período de contenção tanto para o adolescente como para o adulto deve ser indefinido.47 No entanto, como uma política geral de tratamento, ele não considerou este pro- cedimento como prático. No entanto, com base no nível de atividade do cresci- mento e dos ajustes maxilomandibulares que haviam ocorrido, ele recomendou a contenção para os homens em torno dos 20 anos e para as mulheres até o início dos 20 anos.47 Isto implicaria que a arca- da inferior tivesse de ser submetida à con- tenção até que a situação do terceiro molar tenha sido resolvida (Fig. 18). As mudanças relacionadas com a ida- de nas arcadas dentárias não param de ocorrer com o início da idade adulta. Os estudos sobre o crescimento facial tardio têm demonstrado continuidade da erup- ção dos dentes na terceira e, possivel- mente, na quarta década da vida.42.43,48,49 As reduções no comprimento e largura do arco com o concomitante apinhamen- to que pode continuar na terceira déca- da ou mais tanto nos indivíduos tratados como nos não-tratados, podem ser con- sideradas como um fenômeno fisiológi- co normal.2,50,51 Sem uma contenção pro- longada dos adolescentes tratados orto- donticamente e os pacientes adultos jo- vens, vários graus de apinhamento ante- rior podem ser esperados como parte do processo de maturação normal. Na verdade, uma mudança lenta e gradual é uma carcterística natural, comum a qual- quer dentadura, seja ela uma má-oclusão tratada, uma má-oclusão não tratada, ou uma dentadura normal.50,51 Quando uma irregularidade dos incisivos ou diastema (ou outros) se torna esteticamente ou funcionalmente intolerável para um pa- ciente em específico, a deficiência pode ser tratada novamente ou corrigida de outra maneira.52 Os desenvolvimentos sociais em todo o mundo com um cres- cente foco na aparência pessoal na tele- visão e em outros meios de comunica- ção, podem mudar a expectativa do pa- ciente para um nível mais alto e levar a uma redução na tolerância quanto à re- cidiva ortodôntica e mudanças pós-tra- tamento no futuro. Uma vez que a contenção fixa pro- longada deve ser constantemente moni- torada, considerações práticas determi- nam que a contenção permanente seja comparativamente restrita a poucos pa- cientes.47,53 Segundo Joodeph e Riedel, a contenção permanente é indicada prin- cipalmente para expansão (particular- mente da mandíbula), diastemas gene- ralizados, e diastemas medianos marcan- tes e rotações severas em adultos.53 Além do mais, os casos de periodontia com comprometimento avançado do tecido de suporte podem necessitar de contenção permanente devido à perda das forças de estabilização do ligamento periodon- tal para neutralizar as forças da língua e lábio.54 Reduções menores no compri- mento após a contenção podem ser acei- tas como normal e geralmente não estão relacionadas ao desenvolvimento de cá- ries e doença periodontal.55 Contenções Fixas Se a contenção prolongada for pres- crita, é importante que sejam adotados procedimentos simples, seguros e higiê- nicos. Uma barra 3-3 inferior rígida cola- da somente nos caninos, combinada a uma placa removível superior é o meu método preferido para o adolescente e muitos pacientes adultos.5,56-58 A conten- ção 3-3 de terceira geração constituída de um fio de aço inoxidável .032”ou .030” banhado a ouro** desgastado nas extremidades para oferecer microretenção e colado com uma resina composta restauradora (Concise***), é uma contenção inferior excelente (Figs. 19,20). Ela não somente é rígida, fácil de ser colocada e higiênica, mas igualmente importante, é que ela parece mais segura que as contenções inferiores nas quais todos os seis dentes anteriores são cola- dos. O paciente imediatamente percebe se uma contenção estiver frouxa quando for colada somente nos caninos. Ele en- tão pode requisitar uma consulta para nova colagem e, se necessário, pode removê-la. Desde janeiro de 1994, meu índice de insucesso para 107 contenções 3-3 de terceira geração de aço inoxidável com períodos de observação variando de 1,9 para3,7 anos, foi de apenas 8,4% (4,2% dos lados colados). Com a versão banha- da a ouro (Figs. 6D,20), desde setembro 112JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 18. Caso Classe II, Divisão 1 com extração dos primeiros pré-molares superiores e segundos pré-molares inferiores mostrando contenção prolongada por quase sete anos enquanto se aguarda a erupção do terceiro molar em grande proximidade com o segundo molar inferior. A. 15 anos e 10 meses de idade. ↑↑↑↑↑ A Figura 18 B. Radiografia controle aos 19 anos e 5 meses de idade. B ↑↑↑↑↑ 113JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL de 1995 observei somente 2,3% de per- da de 87 contenções. Alguns problemas iniciais com a corrosão devido às ra- chaduras ao redor da camada de ouro recomendou se extender o desgaste li- geiramente além da área de colagem com resina (Fig. 20C,D) Não há uma necessidade explícita de se colar todos os dentes num segmento ântero-inferior com um fio trançado fle- xível mais fino (FTF), e há o risco de ocor- rer alguns insucessos na colagem sem que o paciente perceba uma que estas contenções são utilizadas por longos pe- ríodos.56, 57 No entanto, as contenções FTF são razoavelmente úteis para várias outras necessidades de contenção, tanto na maxila como na mandíbula57,58 (Ta- bela 3). Desde outubro de 1986 meu fio preferido para as contenções FTF tem sido um fio de aço inoxidável .0215” multi-trançado (Penta-One†). No entan- to, desde setembro de 1995 tenho utili- ↑↑↑↑↑ zado uma versão deste fio banhada a ouro*** (Figs. 1,21) e observei somente quatro insucessos (uma quebra de fio e três locais frouxos) dos 326 dentes cola- dos em 73 pacientes. Implicações Clínicas Da perspectiva teórica, a contenção prolongada é recomendada aos adoles- centes para ajudar a neutralizar os efei- tos do período de crescimento pós- puberal, pelo menos até que a situação do terceiro molar tenha sido soluciona- da. Para a contenção mandibular de ro- tina em crianças e muitos adultos, uma barra 3-3 inferior de terceira geração pode ser uma opção melhor que uma contenção em que todos os seis dentes anteriores sejam colados. As contenções no qual todos os dentes dentro de um segmento são colados, geralmente são mais adequadas para a utilização no arco superior (Tabela 3). TABELA 3 INDICAÇÕES PARA CONTENÇÃO COLADO COM FIO ESPIRAL FLEXÍVEL . Diastema evidente Diastema mediano Diastema múltiplo Agenesia dos incisivos laterais superiores Envolvimento periodontal . Caninos superiores impactados . Rotações severas . Má-oclusão Classe III com diastema inferior . Extração de um único incisivo inferior . Outro caso quando necessário C Figura 18 C. Radiografia controle aos 22 anos e 8 meses de idade. † Masel, 2701 Bartram Road, Bristol, PA 19007. ** Gold’n Braces, Inc., 2595 Tampa Road, Palm Harbor, FL 34684. 114JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL A Figura 19. Etapas essenciais para se confeccionar uma contenção 3-3 inferior de terceira geração. A. O plano de mordida combinado ao sugador de saliva (PM-SS) oferece um excelente controle da umidade. B Figura 19 B. As extremidades do fio de aço inoxidável .032” são desgastadas e então fixadas às superfícies linguais dos incisivos com três ligaduras de aço. PM-SS ↑↑↑↑↑ 115JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL C Figura 19C. A colagem (setas) com pequenas quantidades de resina composta líquida fotopolimerizável (Revolution*) assegura o endu- recimento normal do adesivo. D Figura 19 D. Colagem final com resina composta restauradora Concise ligeiramente diluída. ↑↑↑↑↑↑↑↑↑↑ 116JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL A Figura 20. Três contenções inferiores 3-3 de terceira geração diferentes banhadas a ouro** (A, B, C-D). ↑↑↑↑↑↑↑↑↑↑ B Figura 20. Estudos pilotos com a extremidade direita ligeiramente desgastada à frente da área de colagem com resina (seta à esquerda em B) e nivelamento com resina no lado esquerdo mostra ligeiro escurecimento da entrada esquerda (seta da direita em B), provavelmente devido à corrosão causada pela rachadura. 117JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 20. Para evitar este problema, este modelo exige mais desgaste ligeiramente além das áreas de colagem nas duas extremidades (C,D). ↑↑↑↑↑ C Figura 20. Desgaste realizado na área anterior a da colagem. ↑↑↑↑↑ ↑↑↑↑↑ D 118JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Figura 21B. Detalhe da contenção colada. A B Figura 21A. Contenção FTF de seis unidades colada (fio Penta-One .215” banhado a ouro) para manutenção do espaço superior e das rotações. 119JULHO / AGOSTO - 1998VOLUME 3, Nº 4REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL Conclusão A alta prevalência de má-oclusão residual após a terapia ortodôntica em vários estudos de acompanhamento prolongados pode ser devido a qual- quer uma das seguintes razões: . Correção incompleta de alguns detalhes da má-oclusão inicial. . Recidiva do resultado do tratamen- to, devido à expansão não intencionada ou deliberada lateral ou frontal, volta aos hábitos e contenção inadequada, pa- drão de crescimento desfavorável, atividade do músculo orofacial e da lín- gua ou desequilíbrios entre a posição mandibular e as forças oclusais e de erupção, entre outras causas. . Atividade normal do crescimento pós-puberal e ajustes maxilomandibu- lares após o período de contenção. . Todas as rotações completamente corrigidas; compare os resultados com os modelos pré-tratamento utilizando um espelho de boca para verificar os dentes superiores. . Evitar até mesmo expansão discre- ta de uma largura intercaninos inferior normal utilizando a forma do arco man- dibular original como um guia. . Assegurar um pequeno ângulo interincisal pela obtenção de torque adequado dos incisivos superiores, re- duzindo-se assim o risco de recidiva ver- tical da correção da sobremordida pro- funda. Por esta e outra razões, extraia os segundos pré-molares inferiores ao invés dos primeiros quando forem ne- cessárias extrações de pré-molares in- feriores. . Utilize contenção prolongada com contenções fixas nos pacientes adoles- centes bem como nos pacientes adultos. O espaço não me permite tratar de outros aspectos da estabilidade, incluindo a recidiva sagital da má-oclusão Classe II e Classe III,13,25,26 recidiva vertical da mordida aberta anterior,30,59 e fatores gnatológicos.60,61 Ao leitor sugere-se a leitura de revisões de outros autores sobre a estabilidade das mudanças sagitais dentária13 e esquelética.25,26 Segundo Riedel, a vestibularização dos incisivos inferiores durante o tratamento (exceto onde um padrão de hábito tenha mantido aquele segmento lingualizado) pode ser esperado para gerar colapso lingual e apinhamento. Da mesma maneira, parece remota a possibilidade de que aumentos no comprimento do arco inferior possam ser mantidos após a contenção. Nos casos de mordida aberta, a intercuspidação inadequada dos dentes posteriores e a ausência de contato vertical na região anterior geralmente estão associadas com interposição lingual. A respiração bucal e a incompetência do fechamento labial também afetam a posição dos dentes e podem ter um efeito sobre a morfologia do esqueleto. O ortodontista não deve ser condenado pelo insucesso na correção de uma mordida aberta num paciente com função neuromuscular alterada. A obtenção de uma oclusão normal e uma face harmoniosa não deve ser almejada num paciente como este sem a cirurgia.30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 01 - LITTLE, R. M.; WALLEN, T. R.; RIEDEL. R. A. Stability and relapse of mandibu- lar anterior alignment – first premolar extraction cases treated by traditional edgewise orthodontics. Am J Orthod, v.80, p.349-364, 1981. 02 - LITTLE, R.M.; RIEDEL, R. A.; ARTUN, J. An evaluation of changes in mandibu- lar anterior alignment from 10 to 20 years postretention. 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