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mesilaizacao de molares

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):78-9578
caso clínico
Henrique Mascarenhas Villela*
Juliana Andrade de lacerda**
Mario VedoVello Filho***
Silvia VedoVello***
Galdino Yague Neto***
 * Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, ABO-BA. Professor dos Cursos de 
Aperfeiçoamento e Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial, ABO-BA. 
Mestrando em Ortodontia, Programa de Pós- Graduação em Odontologia, UNIA-
RARAS.
 ** Aluna do curso de especialização em Ortodontia, ABO-BA.
 *** Professor Doutor, Programa de Mestrado em Odontologia, área concentração Or-
todontia, UNIARARAS.
The use of miniscrews to molar mesialization
Utilização de miniparafusos para mesialização de molares
biomechanics of this clinical ap-
plication to let the orthodontic 
mechanic more efficient. This 
article aims to report clinical 
cases, illustrating the various 
ways of the miniscrews use as 
indirect anchorage for molar 
mesialization.
Resumo Abstract
Palavras-chave:
Miniparafusos ortodônticos. Mini-implantes. Ancoragem. Me-
sialização de molares.
Keywords:
Orthodontics miniscrews. Mini-implants. Anchorage. 
Molar mesialization.
The introduction of skeletal 
anchorage with miniscrews 
brought benefits to the difficult 
movement of molar mesializa-
tion, simplifying the orthodon-
tic mechanic, minimizing the 
undesirable collateral effects, 
decreasing the need for patient 
cooperation and making the 
treatment more predictable. 
It’s necessary to understand the 
A introdução da ancoragem 
esquelética com miniparafusos 
trouxe muitos benefícios à di-
fícil tarefa de mesializar os mo-
lares, simplificando a mecânica 
ortodôntica, minimizando os 
efeitos colaterais indesejados, 
reduzindo a necessidade de co-
laboração do paciente e tornan-
do os tratamentos mais previ-
síveis. Para tornar a mecânica 
ortodôntica mais eficiente, é 
necessária a compreensão da 
biomecânica pertinente a essa 
aplicação clínica. Esse artigo 
tem como objetivo mostrar ca-
sos clínicos, exemplificando as 
diversas formas de utilização da 
ancoragem com miniparafusos, 
de forma indireta, para efetuar 
a mesialização dos molares.
Como citar este artigo: Villela HM, Lacerda JA, Vedovello Filho M, Vedovello S, Yague 
Neto G. Utilização de miniparafusos para mesialização de molares. Rev Clín Ortod Dental 
Press. 2012 out-nov;11(5):78-95.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financei-
ros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Villela HM, Lacerda JA, Vedovello Filho M, Vedovello S, Yague Neto G
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):78-95 79
IntrodUção
A mesialização de molares é um movimento complexo e 
muito frequente na clínica ortodôntica, devido à perda precoce 
de molares ou pré-molares, exigindo muitas vezes um deslo-
camento mesial de corpo dos molares de 8 a 14 milímetros. A 
difícil tarefa de movimentar os dentes posteriores com intuito 
de fechar os espaços relativos a dentes ausentes provenientes 
de extrações ou agenesias, sem promover o deslocamento dos 
dentes anteriores, tornou-se mais viável com a introdução da 
ancoragem esquelética. Na mecânica ortodôntica os espaços 
são fechados mediante a aplicação de forças que promovem 
movimentações dos dois grupos de dentes, tanto anteriores 
quanto posteriores. Esses grupos podem ser definidos como 
grupo de ação e de reação. O grupo onde a movimentação é 
desejada é considerado como o de ação, e o grupo onde essa 
movimentação é menos desejada, ou até indesejada, é deno-
minado como o de reação. A ancoragem ortodôntica pode ser 
definida como o controle do movimento dentário da unidade 
de reação, por meio de dispositivos ortodônticos, esqueléticos 
ou dentários. O grupo de reação tem por finalidade inibir ou 
anular o componente reativo da força. Quando o movimento 
de algum grupo, seja anterior ou posterior, não é desejado, isso 
torna o procedimento mais complexo devido à dificuldade de 
impedir totalmente o movimento dentário mediante a incidên-
cia das forças. Quando se faz necessário inibir por completo a 
movimentação dos dentes anteriores, os dispositivos de anco-
ragem convencionais são muito complexos ou antiestéticos, 
como por exemplo a máscara facial. O maior volume de área de 
raiz dos dentes posteriores, em relação aos anteriores, exposta 
ao movimento dentário, dificulta sua movimentação exclusiva 
sem causar reação nos dentes anteriores. Essa abordagem é 
indicada nos casos de perdas ou ausências dentárias, em que 
se deseja efetuar o fechamento do espaço sem que ocorra alte-
rações faciais consequentes da retração dos dentes anteriores.
Com o surgimento dos dispositivos de ancoragem esque-
lética — como por exemplo miniplacas, implantes e minipara-
fusos —, novas estratégias apareceram para realizar essa mo-
vimentação de forma mais eficiente, simples e dispensando a 
colaboração do paciente. Esse artigo tem como objetivo rela-
tar estratégias de ancoragem para efetuar a mesialização de 
dentes posteriores com o uso dos miniparafusos ortodônticos, 
reduzindo a ocorrência de efeitos colaterais indesejáveis.
revIsão de LIteratUra
A mesialização de dentes posteriores pode ser uma opção te-
rapêutica para o fechamento de espaços de ausências dentárias, 
decorrentes de agenesias congênitas, perdas dentárias preco-
ces ou até mesmo em casos em que se opta pela extração de 
dentes de prognóstico duvidoso1. As perdas dentárias precoces 
provocam desordens oclusais e podem contribuir para o apare-
cimento de alterações periodontais2. Tratamentos ortodônticos 
são indicados para corrigir alterações na posição dos dentes 
resultantes de espaços edêntulos, com o objetivo de permitir 
a reabilitação protética ou para efetuar o fechamento desses 
espaços3. Geralmente, essas situações clínicas requerem um 
tratamento de abordagem multidisciplinar4.
A vantagem do fechamento de espaços é tornar desne-
cessária a reabilitação da unidade por prótese e/ou implan-
tes. Essa estratégia está indicada, principalmente, para tratar 
pacientes em que o perfil não comporta retrações anteriores. 
O fechamento de espaço em pacientes de perfil reto ou re-
trognático por retração anterior pode tornar a face mais côn-
cava e aumentar o ângulo nasolabial5.
Antes de se optar por esse tipo de tratamento, deve-se 
observar o tamanho do espaço edêntulo, a quantidade e qua-
lidade de gengiva do dente a ser movimentado, a espessura 
do rebordo adjacente6, o tempo de tratamento, o perfil facial7, 
e o nível de colaboração do paciente. Alguns fatores de risco 
para perda óssea também devem ser avaliados, como profun-
didade de sondagem, anatomia radicular, inclinação dentária, 
distância da junção cemento-esmalte à crista óssea do segun-
do molar, presença de recessões e espessura do periodonto8. 
Tecidos espessos são mais difíceis de apresentar recessões se-
cundárias à mesialização. Assim, ao movimentar um segundo 
molar inferior, o ideal é que haja no mínimo 2mm de gengiva 
ceratinizada na face vestibular da raiz mesial9.
O tempo de tratamento ortodôntico geralmente é pro-
longado, principalmente quando há espaços extensos como, 
por exemplo, o espaço referente a um primeiro molar. A mé-
dia de movimentação de um molar é cerca de 0,5mm por 
mês com ancoragem esquelética10. Além disso, a largura 
das raízes e a localização dos molares inferiores na região 
de maior densidade óssea da mandíbula dificultam sua mo-
vimentação11. A intensidade da força necessária para a movi-
mentação de um molar inferior é, em média, de 150 a 200g6,12. 
A mesialização de molares pode ser efetuada em rebor-
dos atróficos, já que o osso alveolar acompanha o movimen-
to dentário em direção a áreas edêntulas, de largura vesti-
bulolingual menor que a do dente. Isso ocorre com maior 
frequência em pacientes jovens em relação aos adultos, pois 
apresentam, após a mesialização, menor índice de perda 
da crista óssea e de reabsorções radiculares nos segundos 
molares mesializados13. Paraevitar perda óssea e obter bons 
resultados, é importante realizar movimentações de forma 
lenta e manter uma boa higienização14. 
Caso ClíniCo Utilização de miniparafusos para mesialização de molares
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):78-9580
A mesialização de dentes posteriores pode ser acompa-
nhada de efeitos adversos, como desvio de linha média e re-
trusão dos incisivos. Isso pode ocorrer quando a ancoragem 
é insuficiente, principalmente se há poucas unidades de an-
coragem ou presença de problemas periodontais5,12,15. Para 
controlar as reações nos segmentos anteriores durante a me-
sialização dos dentes posteriores, diferentes recursos podem 
ser utilizados. A depender da situação clínica, para conduzir 
ou ancorar essa movimentação, pode-se utilizar elásticos in-
ter ou intramaxilares, molas15, aparelhos de protração man-
dibular16 e a ancoragem esquelética. Esse último recurso de 
ancoragem pode ser utilizado de forma indireta ou direta, 
anulando ou minimizando os efeitos colaterais indesejáveis17.
Dispositivos extrabucais, como a máscara facial, são efi-
cazes, mas apresentam como grande desvantagem o com-
prometimento estético, bem como a necessidade de cola-
boração do paciente5. Os elásticos intermaxilares podem, 
também, ser utilizados com o objetivo de fechar espaços por 
mesialização, porém promovem um componente de força 
mesial na mandíbula. Esse componente de força pode ser 
empregado na mesialização de molares inferiores, em casos 
de agenesias de pré-molares inferiores7. Os elásticos inter-
maxilares, apesar de serem mais estéticos que a máscara fa-
cial, proporcionam um efeito colateral de retração na arcada 
superior muitas vezes indesejado. Porém, assim como a más-
cara facial, sua eficiência também fica vinculada à necessida-
de de colaboração do paciente.
O aparelho de protração mandibular (APM), geralmente 
utilizado no tratamento de indivíduos com má oclusão de 
Classe II, também pode ser empregado como ancoragem 
para a mesialização de dentes posteroinferiores. A anco-
ragem estabelecida pelo APM IV evita efeitos indesejáveis 
como a inclinação lingual dos incisivos inferiores durante a 
mesialização de molares inferiores16. 
Entretanto, os recursos de ancoragem convencionais, em 
menor ou maior proporção, apenas reduzem os efeitos cola-
terais indesejados, sendo incapazes de anular esses efeitos. 
Os dispositivos de ancoragem esquelética não se movimen-
tam quando submetidos a forças ortodônticas e provêm uma 
ancoragem mais confiável, pois fornecem um ponto fixo na 
arcada dentária que permite um eficiente controle da movi-
mentação ortodôntica desejada17.
O implante palatino pode ser utilizado como ancora-
gem temporária indireta na mecânica de mesialização de 
pré-molares e molares superiores. Esse meio de ancora-
gem esquelética é capaz de evitar a ocorrência de efeitos 
indesejáveis na posição dos dentes anteriores18. O implante 
também pode ser utilizado na região retromolar associado 
a um arco, o qual se liga na outra extremidade ao braquete 
de segundo pré-molar inferior e confere ancoragem à re-
gião anteroinferior durante a mesialização de segundos e 
terceiros molares19. Os implantes protéticos, quando utiliza-
dos com essa finalidade, necessitam de disponibilidade de 
espaços aumentados como palato e região retromolar para 
sua utilização, sendo também normalmente utilizados de 
forma indireta. As miniplacas também viabilizam a mesiali-
zação de molares com eficiência, apresentando boa estabi-
lidade e possibilidade de ser ajustada próxima ao centro de 
resistência do dente20. Contudo, as miniplacas e implantes 
apresentam como desvantagens, além da necessidade de 
procedimentos mais traumáticos de instalação e/ou remo-
ção, o custo elevado17,21.
Os miniparafusos ortodônticos são uma excelente opção de 
ancoragem esquelética temporária, pois apresentam diversas 
vantagens em relação aos demais dispositivos de ancoragem 
esquelética, como praticidade de instalação22, estabilidade, boa 
aceitação pelo paciente, menor desconforto e dor pós-operató-
ria21. Esses dispositivos temporários de ancoragem apresentam, 
ainda, outras vantagens, como a independência da colabora-
ção do paciente, a diversidade de aplicações clínicas, a simplifi-
cação da aparatologia ortodôntica, a redução dos efeitos cola-
terais de forças indesejáveis17,23,24 e o baixo custo25.
Os miniparafusos podem ser utilizados como dispositivos 
de ancoragem para mesializar os molares, evitando efeitos 
negativos nas unidades de reação, ou seja, nos dentes ante-
riores21,26,27.
Para obter bons resultados, é necessário levar em consi-
deração a escolha adequada do local de instalação do mi-
niparafuso, do ponto de aplicação da força, bem como sua 
intensidade8. Para efetuar a mesialização de molares, pode-
-se instalar um miniparafuso por vestibular, entre o canino e 
o primeiro pré-molar17, ou entre os pré-molares8,24. O levante 
de oclusão do lado oposto ao que se deseja movimentar o 
molar pode reduzir o tempo de tratamento8.
ancoragem esquelética com miniparafuso
A ancoragem esquelética pode ser efetuada de forma dire-
ta ou indireta. A direta consiste em aplicar a força diretamente 
do dispositivo de ancoragem esquelética ao dente ou grupos 
de dentes a serem movimentados. O elemento gerador de 
força, mola ou elástico, é conectado diretamente da unidade 
de ação ao miniparafuso (Fig. 1). Na ancoragem indireta, a for-
ça é aplicada na unidade de ação e a um dente ou grupos 
de dentes, de reação, que estarão ancorados ao miniparafuso. 
Dessa forma, o dispositivo de força não será aplicado direta-
mente ao elemento de ancoragem esquelética (Fig. 2).
Villela HM, Lacerda JA, Vedovello Filho M, Vedovello S, Yague Neto G
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):78-95 81
Figura 1 Utilização do miniparafuso de forma direta para mesialização 
do terceiro molar.
Figura 2 Utilização do miniparafuso de forma indireta para mesialização 
do terceiro molar.
ancoragem esquelética direta com miniparafuso
Na mecânica ortodôntica de perda de ancoragem com 
arco contínuo, associada à ancoragem esquelética, a estra-
tégia mais divulgada é a direta, onde a força é aplicada par-
tindo do miniparafuso diretamente aos molares a serem mo-
vimentados. Nessa abordagem o molar tende a movimentar 
para mesial, deslizando pelo fio ortodôntico em direção ao 
espaço edêntulo. O deslizamento do tubo do molar no fio 
ortodôntico gera um atrito que pode provocar um efeito co-
lateral indesejado, o arraste desse fio para mesial, propor-
cionando uma movimentação dos dentes anteriores para 
vestibular (Fig. 3-5). Para anular esse efeito, pode-se instalar 
um gancho na região anterior do arco e conectá-lo ao mini-
parafuso, por meio de um fio de amarrilho. Dessa forma o 
componente mesial dos dentes anteriores não ocorre, pois a 
arco fica ancorado no miniparafuso (Fig. 6).
Outra desvantagem que pode ocorrer com a utilização da 
ancoragem direta, nos casos de mesialização dos molares, é 
a dificuldade de se obter uma linha de ação de força paralela 
ao arco ortodôntico. Como o miniparafuso, na maioria das 
vezes, fica localizado de 5 a 7mm distante do arco, a linha da 
ação de força, representada pelo elemento gerador de força, 
pode ficar inclinada, gerando um componente de força verti-
cal. Isso pode gerar um movimento de mesialização com um 
indesejado componente de intrusão dos dentes posteriores 
(Fig. 7). Para minimizar essa força vertical, pode-se posicionar 
a cabeça do miniparafuso o mais oclusalmente possível. Para 
isso, a instalação do miniparafuso deve ser mais angulada, 
em torno de 30 a 40° em relação à cortical vestibular, com a 
finalidade de posicionar sua cabeça o mais próximo do arco. 
Com isso reduziria a inclinação da linha de ação de força, 
minimizando o componente de força vertical.
Outra forma de se aplicar a ancoragem direta é a utili-
zação de um segmento de fio por distal ou mesial do tubo, 
como um braço de alavanca, com o intuito de fornecer uma 
linhade ação de força mais paralela ao arco, anulando o com-
ponente vertical de força. Além disto, essa linha de ação de 
força fica mais próxima ao centro de resistência, proporcio-
nando um melhor controle do movimento de mesialização. 
Na clínica ortodôntica essa prática se mostrou muitas vezes 
ineficiente, pois quando uma força é aplicada distante do 
arco por meio de um braço de alavanca é gerado um binário 
que promove um momento de força. Esse binário promove 
uma rotação do dente em torno do seu centro de resistência, 
gerando uma mesialização da raiz, porém com uma tendên-
cia de inclinação distal da coroa (Fig. 8-10). Essa tendência de 
rotação (momento), promovida por esse braço de alavanca, 
pode gerar um aumento do atrito no fio, dificultando o des-
lizamento do tubo do molar e seu movimento para mesial. 
Quando o molar apresenta uma inclinação da coroa para me-
sial, esse momento de força rotacional é desejado e deve ser 
efetuado com o objetivo de verticalizá-lo. Porém, para anular 
a tendência de distalização da coroa enquanto ocorre a ver-
ticalização do molar deve-se aplicar uma força na coroa para 
mesial ou estabilizá-la com o fio de amarrilho. Antes de se 
efetuar a mesialização do molar com movimento de corpo, 
deve-se verticalizá-lo (Fig. 11-14). 
Caso ClíniCo Utilização de miniparafusos para mesialização de molares
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):78-9582
Figura 3 Resultante de forças dos efeitos colate-
rais indesejados da utilização do miniparafuso 
de forma direta para mesialização de molares.
Figura 4 Ausência da unidade 36 e de espaço 
na mesial da unidade 37. 
Figura 5 Efeitos colaterais indesejados na utili-
zação da ancoragem direta com miniparafuso.
Figura 8 Componentes de mesialização da 
raiz e de distalização da coroa, resultante do 
binário no tubo do molar.
Figura 9 Utilização do braço de alavanca para 
verticalizar o molar.
Figura 10 Distalização da coroa do molar re-
sultante da força do binário no tubo do molar.
Figura 6 Estabilização da região anterior da 
arcada para evitar efeito colateral indesejado 
de vestibularização dos dentes anteriores. 
Figura 7 Componente vertical e horizontal da 
força de mesialização.
Figura 11 Aspecto clínico da inclinação mesial 
da unidade 37.
Figura 12 Radiografia panorâmica, mostrando 
inclinação mesial da unidade 37 e ausência da 
unidade 36.
Figura 13 Utilização do miniparafuso de forma 
direta para mesializar a raiz, e de forma indire-
ta para mesializar a coroa da unidade 37.
Figura 14 Radiografia panorâmica mostrando 
a verticalização e mesialização da unidade 37.
Villela HM, Lacerda JA, Vedovello Filho M, Vedovello S, Yague Neto G
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):78-95 83
Figura 15 Deve-se evitar a utilização do mini-
parafuso no espaço edêntulo.
Figura 16 Utilização do miniparafuso de forma indireta para mesializa-
ção do terceiro molar.
ancoragem esquelética indireta com miniparafuso
Utilizando a ancoragem esquelética de forma indireta, os 
efeitos colaterais indesejados são evitados de forma simpli-
ficada. O miniparafuso é instalado mesialmente a um dente 
ou grupo de dentes, e esses dois são conectados por um 
fio de amarrilho, formando uma unidade de ancoragem. Co-
necta-se um elemento gerador de força ao dente ou dentes 
a serem mesializados e a unidade de ancoragem, formada 
por dentes e miniparafuso. Dessa forma, a unidade de reação 
não se movimenta para distal, pois estará ancorada no mini-
parafuso; e nem para mesial, pois estará sendo tracionada 
para distal pelo elemento gerador de força. Como a linha de 
ação de força, representada pela mola ou elástico, fica para-
lela e coincidente ao arco, os efeitos colaterais indesejados 
dos componentes verticais são eliminados.
Localização do miniparafuso
Para utilizar a ancoragem indireta de forma eficiente, faz-
-se necessário escolher a localização do miniparafuso mais 
adequada possível, de acordo com a ausência dentária. O 
miniparafuso não deve ficar muito próximo, ou no espa-
ço edêntulo, para não dificultar o fechamento do espaço 
(Fig. 15). Ao posicionar o parafuso um pouco mais distante, 
pode-se conectá-lo ao dente mais próximo ao espaço edên-
tulo e, a partir desse dente, que se encontra ancorado pelo 
miniparafuso, aplica-se o elemento gerador de força que irá 
se conectar ao dente posterior a ser mesializado.
Para exemplificar as melhores estratégias de utilização de 
ancoragem indireta com miniparafusos, serão abordados as 
ausências de molares e pré-molares com as suas mecânicas 
de fechamento de espaço com a mesialização dos dentes 
posteriores. 
ausência do segundo molar como a necessidade de 
mesializar o terceiro molar
A mesialização do terceiro molar talvez seja a mais sim-
ples de ser efetuada pois existe apenas um dente a ser mo-
vimentado contra os demais dentes da arcada. Dessa forma, 
a tarefa de estabilizar a unidade de reação fica mais fácil. O 
miniparafuso deve ser localizado entre o primeiro e o segun-
do pré-molar por vestibular. O primeiro molar é conectado 
ao miniparafuso por meio de um fio de amarrilho. O terceiro 
molar é conectado ao primeiro molar com um elemento ge-
rador de força, ou seja, mola ou elástico, com o objetivo de 
tracioná-lo para mesial (Fig. 16). Dessa forma, os efeitos cola-
terais são evitados: a) O primeiro molar não se desloca para 
distal, pois se encontra estabilizado pelo miniparafuso; b) O 
terceiro molar se desloca para mesial devido ao tracionamen-
to que parte do primeiro molar; c) O segmento anterior não 
tende a mesializar, como nos casos de ancoragem direta de-
corrente do atrito promovido pelo deslocamento mesial do 
terceiro molar no fio, porque esse segmento também recebe 
uma força de tração para distal por fazer parte da unidade de 
reação; d) Não há componente de força vertical, pois o ele-
mento gerador de força fica paralelo e sobreposto ao arco.
Caso ClíniCo Utilização de miniparafusos para mesialização de molares
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):78-9584
Caso CLínICo 1
Paciente do sexo feminino, 40 anos de idade. A análise 
facial apresentou boa relação vertical dos terços, convexida-
de facial normal, bom posicionamento dos lábios, exposição 
harmoniosa dos incisivos em repouso e sorrindo, linhas mé-
dias dentárias coincidentes com a linha média facial e boa 
projeção do mento. (Fig. 17).
A análise das arcadas dentárias revelou uma oclusão de 
Classe II de Angle e boa relação oclusal, pois já havia sido 
submetida a um tratamento ortodôntico prévio com exodon-
tia das unidades 14 e 24 e relação de caninos em Classe I. A 
ausência da unidade 36 provocou uma inclinação da unida-
de 37 e giroversão da unidade 35. Linhas médias superior e 
inferior coincidentes e boa relação vertical e horizontal dos 
incisivos. A unidade 26 encontrava-se cruzada para palatino e 
a unidade 27 apresentava uma restauração provisória exten-
sa com prognóstico de exodontia. O tratamento ortodôntico 
foi indicado para efetuar a mesialização da unidade 28 para 
substituir a unidade a ser extraída (Fig. 18).
Na radiografia panorâmica inicial foi observada a presen-
ça da unidade 27 com uma extensa restauração e ausência 
da unidade 36 (Fig. 19).
O objetivo do tratamento ortodôntico consistiu, basi-
camente, em efetuar a mesialização da unidade 28 para 
substituir a unidade 27, sem gerar o efeito colateral indese-
jado de retração do segmento anterior ou desvio da linha 
média superior. Foi planejado num primeiro estágio o nive-
lamento e alinhamento das arcadas com arcos contínuos e 
com o auxílio de um miniparafuso na distal da unidade 26 
para corrigir o cruzamento desse dente (Fig. 20).
Após o alinhamento e nivelamento das arcadas, foi feita a 
estabilização da unidade 26 com fio um de amarrilho conec-
tado a um miniparafuso instalado por mesial dessa unidade. 
Idealmente, o miniparafuso deveria ser posicionado entre os 
pré-molares para haver uma maior distância entre o parafuso 
e o dente a ser estabilizado, porém a unidade24 foi extraída 
no tratamento ortodôntico anterior. A unidade 28 foi tracio-
nada para mesial por meio de um elástico contínuo apoiado 
na unidade 26 (Fig. 21).
A movimentação para mesial da unidade 28 foi obtida 
sem efeitos colaterais indesejados. Não houve retração dos 
dentes anteriores, utilizando uma mecânica ancorada no mi-
niparafuso de forma indireta (Fig. 22). 
Ao final do tratamento, a relação de molares ficou em 
Classe II e a dos caninos em Classe I. A oclusão apresentou 
coincidência das linhas médias superior e inferior e bom tres-
passe horizontal e vertical dos incisivos (Fig. 23). Não ocorre-
ram modificações faciais, pois não houve alteração na posi-
ção dos dentes anteriores (Fig. 24).
Figura 17 Imagens iniciais da face.
A B C
Villela HM, Lacerda JA, Vedovello Filho M, Vedovello S, Yague Neto G
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):78-95 85
Figura 18 Imagens iniciais intrabucais.
Figura 19 Radiografia panorâmica inicial.
Figura 20 Nivelamento das arcadas com o descruzamento da unidade 16 utilizando um miniparafuso na distal desse dente.
A B C
A B C
D E
Caso ClíniCo Utilização de miniparafusos para mesialização de molares
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Figura 21 Tracionamento da unidade 28 para 
mesial ancorado no miniparafuso de forma 
indireta.
Figura 22 Finalizada a mesialização da unida-
de 28.
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Figura 23 Imagens finais intrabucais laterais e 
frontal com contenção fixa colada por vestibular.
Figura 24 Imagens finais da face.
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ausência do primeiro molar com o objetivo de 
mesializar o segundo e o terceiro molar
Nesse caso, o miniparafuso também será posicionado en-
tre os pré-molares, mas sua proximidade ao segundo pré-molar 
reduz a eficiência da estabilização dessa unidade com fio de 
amarrilho. Para aumentar a eficiência utilizando fio de amarrilho, 
seria necessário posicionar o miniparafuso um pouco mais para 
mesial, por exemplo, na mesial do primeiro pré-molar. O espa-
ço inter-radicular na distal do canino normalmente é reduzido e 
dificulta essa instalação pois a angulação do canino, tanto supe-
rior quanto inferior, reduz esse espaço. Para efetuar essa mecâ-
nica de forma eficiente, pode-se instalar o miniparafuso entre 
os pré-molares e soldar um fio ou colocar um gancho no arco 
apoiado ao parafuso, e a partir desse gancho se efetua o tracio-
namento do segundo molar juntamente com o terceiro (Fig. 25).
Caso CLínICo 2
Paciente do sexo masculino, 39 anos de idade. A análise 
facial apresentou boa relação vertical dos terços, convexida-
de facial normal, boa projeção do mento, bom posiciona-
mento dos lábios, exposição harmoniosa dos incisivos em re-
pouso e sorrindo, linhas médias dentárias coincidentes com 
a linha média facial (Fig. 26).
A análise das arcadas dentárias revelou uma oclusão com 
relação molar de Classe III do lado direto, devida à ausência 
da unidade 16; relação molar de Classe II do lado esquerdo, 
devida à ausência da unidade 36; presença de diastemas nas 
duas arcadas; espaço aumentado na distal da unidade 33 de-
vido à migração distal das unidades 34 e 35 para a área da 
ausência da unidade 36; mordida cruzada posterior unilateral 
esquerda; linhas médias superior e inferior coincidentes; tre-
passe vertical e horizontal diminuídos dos incisivos e relação 
de caninos em Classe I (Fig. 27).
A radiografia panorâmica mostrou a área da ausência da 
unidade 16 e uma pneumatização do seio maxilar (Fig. 28).
Os objetivos do tratamento ortodôntico foram a mesiali-
zação da unidade 17 para fechar o espaço referente à ausên-
cia da unidade 16; abertura do espaço na distal da unidade 
33 para a instalação de um implante; descruzamento da mor-
dida posterior esquerda; fechamento dos diastemas genera-
lizados e a melhora da relação dos incisivos.
Foi planejado em um primeiro estágio o descruzamento 
da unidade 26 utilizando um miniparafuso por vestibular e 
mesial desse dente; o alinhamento da arcada inferior com 
abertura de espaço na distal da unidade 33; e o fechamento 
de espaço na distal da unidade 43 (Fig. 29). 
Figura 25 Utilização do miniparafuso de forma indireta para mesializa-
ção das unidades 17 e 18.
Após o nivelamento e alinhamento das arcadas, foi feita a 
estabilização do segmento lateral direito da arcada superior 
por meio de um gancho preso no arco, que foi ancorado a 
um miniparafuso instalado entre os pré-molares desse lado. 
A unidade 17 foi tracionada para mesial por meio de um elás-
tico contínuo apoiado no arco superior que se encontrava 
estabilizado no miniparafuso (Fig. 30).
A movimentação para mesial da unidade 17 foi obtida, mi-
nimizado os efeitos colaterais indesejados pois o componente 
de retração dos dentes anteriores foi anulado pela ancoragem 
indireta com o miniparafuso no arco (Fig. 31). A área edêntula 
na mesial da unidade 17 apresentava uma pneumatização do 
seio maxilar, o que dificulta a movimentação da raiz do molar, 
pois exige uma remodelação da cortical do seio. Essa movi-
mentação foi efetuada de corpo, sem prejuízo para as raízes 
com a devida remodelação do seio maxilar (Fig. 32, 33).
Quando a mesialização se faz necessária na arcada in-
ferior, o mesmo procedimento pode ser adotado, instalan-
do um miniparafuso entre os pré-molares por vestibular, e 
estabilizando o segmento lateral por meio de um gancho 
conectado ao arco (Fig. 34). Desse segmento estabilizado 
conecta-se um elemento gerador de força para tracionar o 
molar para mesial. Porém, na arcada inferior, normalmente se 
faz necessária a utilização de um componente de força por 
lingual. Essa estratégia evita o travamento do tubo do molar 
no arco decorrente da rotação gerada pela força vestibular, 
a qual normalmente ocorre com mais frequência na arcada 
inferior. Esse componente de força pode ser aplicado anco-
rado a um miniparafuso instalado por lingual (Fig. 35).
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Figura 26 Imagens iniciais da face.
Figura 28 Radiografia panorâmica inicial, mos-
trando a pneumatização do seio maxilar na 
região da unidade 16.
Figura 27 Imagens iniciais intrabucais: laterais, 
frontal e oclusais.
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Figura 29 Nivelamento da arcada inferior e descruzamento da unidade 26 com o auxílio de um miniparafuso por mesial e vestibular dessa unidade.
Figura 31 Finalizada a mesialização das unidades 17 e 18.
Figura 30 Arcos nivelados, abertura do espaço 
para o implante na distal da unidade 33, tracio-
namento das unidades 17 e 18 para mesial an-
corado no miniparafuso de forma indireta.
A B C
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Figura 32 Radiografia panorâmica final, mos-
trando o fechamento do espaço da região da 
unidade 16.
Figura 34 Utilização do miniparafuso de forma 
indireta para mesialização das unidades 37. 
Figura 33 Cortes tomográficos panorâmico e oblíquo, detalhando a remodelação do seio maxilar.
Figura 35 Vista oclusal do componente de força lingual para auxiliar a mesialização dos molares.
ausência do primeiro ou segundo pré-molar com a 
necessidade de se efetuar a mesialização do primeiro 
e segundo molar
Conter a tendência de retração do segmento anterior 
no fechamento de espaço durante a mesialização de muitos 
dentes posteriores é uma tarefa complexa. Na ausência do 
primeiro pré-molar, o tracionamento dos dentes posteriores 
deverá ser feito conectando o elástico, ou mola, ao canino. 
O miniparafusodeve ser instalado entre o incisivo central e 
o lateral e, por meio de um fio de amarrilho, o canino é esta-
bilizado (Fig. 36).
Figura 36 Utilização do miniparafuso de forma indireta para efetuar a 
mesialização dos molares.
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Caso CLínICo 3
Paciente do sexo feminino, 42 anos de idade. A análise 
facial apresentou boa relação vertical dos terços, convexida-
de facial normal, bom posicionamento dos lábios, exposição 
harmoniosa dos incisivos em repouso e sorrindo, linhas mé-
dias dentárias coincidentes com a linha média facial e boa 
projeção do mento (Fig. 37).
A análise das arcadas dentárias revelou uma boa relação 
vertical e anteroposterior das arcadas, apesar da ausência 
das unidades 15, 24, 36, 37, 46 e 47. A ausência da unidade 24 
promoveu uma mesialização dos dentes posteriores, redu-
zindo o espaço referente à sua coroa. Linhas médias superior 
e inferior coincidentes, boa relação vertical e horizontal dos 
incisivos e a relação de caninos em Classe I (Fig. 38).
Na radiografia panorâmica foi observada uma redução do 
espaço inter-radicular na área da ausência da unidade 24. A 
região da ausência da unidade 15 apresentou um bom espa-
ço para a instalação de um implante protético (Fig. 39).
O objetivo do tratamento ortodôntico consistiu, basica-
mente, em efetuar a mesialização das unidades 25, 26, 27 e 
28 para fechar o espaço da ausência da unidade 24, sem ge-
rar o efeito colateral indesejado de retração do segmento 
anterior ou desvio da linha média superior.
Num primeiro estágio, foi planejado o nivelamento e ali-
nhamento da arcada superior utilizando sequência de arcos 
contínuos, incluindo tubos nas unidades 18 e 28 para supor-
tar a intrusão dos demais molares (Fig. 40).
Após o alinhamento e nivelamento da arcada superior, foi 
feita a estabilização da unidade 23 com fio um de amarrilho 
conectado a um miniparafuso instalado entre as unidades 
22 e 21. As unidades 25 e 26 foram tracionadas para mesial 
por meio de um elástico contínuo apoiado na unidade 23, a 
qual encontrava-se ancorada (Fig. 41). Após a mesialização 
das unidades 25 e 26, essas unidades foram incorporadas na 
unidades de reação, ou seja, na unidade 23, com fio de amar-
rilho. Então, foram tracionadas para mesial as unidades 27 e 
28 por meio de um elástico contínuo apoiado na unidade de 
reação (Fig. 42).
A movimentação para mesial das unidades dentárias 
25, 26, 27 e 28 foi obtida sem efeitos colaterais indeseja-
dos. Não houve retração dos dentes anteriores utilizando 
uma mecânica ancorada no miniparafuso de forma indireta 
(Fig. 43).
Ao final do tratamento, a relação dos caninos permane-
ceu em Classe I, apresentou coincidência das linhas médias 
superior e inferior, também bom trespasse horizontal e ver-
tical dos incisivos. Nas áreas das ausências das unidades 15, 
36, 37, 46 e 47 foram efetuadas as instalações das coroas pro-
visórias sobre implantes (Fig. 44). Não ocorreram modifica-
ções faciais, pois não houve alteração na posição dos dentes 
anteriores (Fig. 45).
Figura 37 Imagens iniciais da face.
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Figura 38 Imagens iniciais intrabucais.
Figura 40 Alinhamento e nivelamento da arcada superior.
Figura 41 Tracionamento das unidades 25 e 26 para mesial ancorado no miniparafuso de forma indireta.
Figura 39 Radiografia panorâmica inicial com 
espaço inter-radicular reduzido na região da 
unidade 24.
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Figura 42 Tracionamento da unidade 27 e 28 
para mesial ancorado no miniparafuso de forma 
indireta.
Figura 43 Finalizado o fechamento do espaço referente à unidade 24.
Figura 44 Imagens finais intrabucais: laterais e frontal com coroas provisórias sobre os implantes.
Figura 45 Imagens finais da face.
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ConCLUsão
Para efetuar a mesialização de molares de forma eficiente, 
utilizando os miniparafusos como elemento de ancoragem, 
faz-se necessário o conhecimento específico da biomecânica 
pertinente a esse tipo de aplicação clínica. Algumas atitudes 
a serem adotadas são importantes e podem ajudar nessa difí-
cil tarefa de mesializar dentes posteriores, sem causar efeitos 
colaterais indesejados nos dentes anteriores. Dentre essas 
atitudes podemos citar: priorizar a utilização da ancoragem 
indireta; selecionar o local mais eficiente para a instalação 
dos miniparafusos; verticalizar o molar antes de mesializar; 
se necessário, levantar a mordida para evitar contatos pre-
maturos durante a movimentação do molar, e em determi-
nadas situações aplicar um componente de força por lingual. 
Dessa forma, a utilização dos miniparafusos se mostrou uma 
ferramenta eficiente para mesialização de molares nos casos 
clínicos relatados.
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Henrique Mascarenhas Villela
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CEP: 40.279-901 – Salvador/BA – E-mail: hvillela@terra.com.br
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