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Aula 05 (01/04/20) - Neuroanatomia A.M.: 5, 15, 16, 17. G.: 15. A.M.: Anatomia macroscópica do tronco encefálico e do cerebelo - cap. 05 Estrutura do bulbo (cap.15), estrutura da ponte (cap. 16) e estrutura do mesencéfalo (cap. 17) G.: Tronco encefálico - cap. 15 ● O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. Na sua constituição entram corpos de neurônios, que se agrupam em núcleos, e fibras nervosas que, por sua vez, se agrupam em feixes denominados tratos, fascículos ou lemniscos. ● Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico. ● Os núcleos dos nervos cranianos correspondem a determinadas áreas de substância cinzenta da medula e constituem a chamada substância cinzenta homóloga à da medula. Mas, existem muitos núcleos no tronco encefálico que não têm correspondência com nenhuma área da substância cinzenta da medula, constituem a substância cinzenta própria do tronco encefálico. ● Bulbo: - Não existe uma linha de demarcação nítida entre a medula e o bulbo. Considera-se que o limite entre eles está em um plano horizontal que passa imediatamente acima do filamento radicular mais cranial do 1º nervo cervical, ao nível do forame magno do osso occipital. - O limite superior do bulbo se faz em um sulco horizontal visível no contorno ventral do órgão, o sulco bulbopontino. - Na área ventral do bulbo, a cada lado da fissura mediana anterior, uma eminência alongada, a pirâmide, local onde passam as fibras descendentes do trato corticoespinhal. - Na parte caudal do bulbo, fibras do trato corticoespinhal cruzam obliquamente o plano mediano em feixes interdigitados que obliteram a fissura mediana anterior, constituindo a decussação das pirâmides. - Entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior, está a oliva, formada por uma grande massa de substância cinzenta, o núcleo olivar inferior, situado logo abaixo da superfície. - Ventralmente à oliva, emergem (do sulco lateral anterior) os filamentos radiculares do nervo hipoglosso (XII par). - Do sulco lateral posterior, emergem os filamentos radiculares, que se unem para formar os nervos glossofaríngeo (IX par) e vago (X par), além dos filamentos que constituem a raiz craniana ou bulbar do nervo acessório (XI par), a qual se une com a raiz espinhal, proveniente da medula. - A metade caudal do bulbo (porção fechada) é percorrida por um estreito canal, continuação direta do canal central da medula. Este canal se abre para formar o IV ventrículo, cujo assoalho é, em parte, constituído pela metade rostral do bulbo (porção aberta). - O sulco mediano posterior termina a meia altura do bulbo, no óbex, em virtude do afastamento dos seus lábios, que contribuem para a formação dos limites laterais do IV ventrículo. Nesse ponto (óbex), associa-se ao canal central do bulbo, que se continua com o canal central da medula. - Entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior está situada a área posterior do bulbo, continuação do funículo posterior da medula, dividido em fascículos grácil e cuneiforme, pelo sulco intermédio posterior. Esses fascículos são constituídos por fibras nervosas ascendentes, provenientes da medula, que terminam em duas massas de substância cinzenta, os núcleos grácil e cuneiforme, situados na parte mais cranial dos fascículos, onde determinam o aparecimento dos tubérculos do núcleo grácil (medialmente) e do núcleo cuneiforme (lateralmente) - onde está o corpo do 2º neurônio da via do funículo posterior da medula. - Os tubérculos do núcleo grácil e do núcleo cuneiforme afastam-se lateralmente e gradualmente continuam para cima com o pedúnculo cerebelar inferior, formado por um grosso feixe de fibras que fletem dorsalmente para penetrar no cerebelo. - Nos níveis mais baixos do bulbo, as fibras que se originam nesses núcleos (grácil e cuneiforme) são denominadas fibras arqueadas internas. Elas mergulham ventralmente, passam através da coluna posterior, contribuindo para fragmentá-la, cruzam o plano mediano (decussação sensitiva) e infletem-se cranialmente para constituir, de cada lado, o lemnisco medial. Cada lemnisco medial conduz ao tálamo os impulsos nervosos que subiram nos fascículos grácil e cuneiforme da medula do lado oposto. - Área postrema: lateral ao trígono do hipoglosso, região relacionada ao vômito desencadeado por estímulos químicos.. - Alteração na deglutição, de língua, sintoma de vômito → lesão no bulbo. - Área vestibular ativada por estímulo visual ativa a área postrema → enjoo na estrada, p. ex. - Dramin (ação extrapiramidal): antagonista da dopamina (responsável pela coordenação motora). Substância cinzenta homóloga à da medula - Núcleo ambíguo: núcleo motor para a musculatura estriada, de origem branquiomérica. Dele saem as fibras eferentes viscerais especiais do IX, X e XI pares cranianos, destinados à musculatura da laringe e da faringe. Situa-se profundamente no interior do bulbo. - Núcleo do hipoglosso: núcleo motor onde se originam as fibras eferentes somáticas para a musculatura da língua. Situa-se no trígono do hipoglosso, no assoalho do IV ventrículo, e suas fibras se dirigem ventralmente para emergir no sulco lateral anterior do bulbo, entre a pirâmide e a oliva. - Núcleo dorsal do vago: núcleo motor pertencente ao parassimpático, Nele estão situados os neurônios pré-ganglionares, cujos axônios saem pelo nervo vago. Corresponde à coluna lateral da medula. Situa-se no trígono do vago, no assoalho do IV ventrículo. - Núcleos vestibulares: são núcleos sensitivos que recebem as fibras que penetram pela porção vestibular do VIII par. Localizam-se na área vestibular do assoalho do IV ventrículo, atingindo o bulbo apenas os núcleos vestibulares inferior e medial. - Núcleo do trato solitário: é um núcleo sensitivo que recebe fibras aferentes viscerais gerais e especiais que entram pelo VII, IX e X pares cranianos. Antes de penetrarem no núcleo, as fibras têm trajeto descendente no trato solitário, que é quase totalmente circundado pelo núcleo. As fibras aferentes viscerais especiais que penetram no núcleo do trato solitário estão relacionadas com a gustação. - Núcleo do trato espinhal do nervo trigêmio: a este núcleo chegam fibras aferentes somáticas gerais, trazendo a sensibilidade de quase toda a cabeça pelos nervos V, VII, IX e X. Contudo, as fibras que chegam pelos nervos VII, IX e X trazem apenas a sensibilidade geral do pavilhão e conduto auditivo externo. - Núcleo salivatório inferior: origina fibras pré-ganglionares que emergem pelo nervo glossofaríngeo pela inervação da parótida. Substância cinzenta própria do bulbo - Núcleos grácil e cuneiforme: dão origem a fibras arqueadas internas que cruzam o plano mediano para formar o lemnisco medial. - Núcleo olivar inferior: recebe fibras do córtex cerebral, da medula e do núcleo rubro (situado no mesencéfalo). Liga-se ao cerebelo através das fibras olivocerebelares que cruzam o plano mediano, penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior, distribuindo-se atodo o córtex do cerebelo. Essas conexões estão envolvidas na aprendizagem motora, fenômeno que nos permite realizar determinada tarefa com velocidade e eficiência cada vez maiores, após repetição. - Núcleos olivares acessórios medial e dorsal: mesma estrutura, conexão e função que o núcleo olivar inferior, constituindo com este o complexo olivar inferior. Substância branca do bulbo - Fibras transversais/arqueadas: ↳ Internas e externas. - Fibras longitudinais: formam as vias ascendentes, descendentes e de associação do bulbo. ↳ Vias ascendentes: 1) fascículos grácil e cuneiforme; 2) lemnisco medial: fibras terminam no tálamo; 3) trato espinotalâmico lateral; 4) trato espinotalâmico anterior; 5) trato espinocerebelar anterior; 6) trato espinocerebelar posterior; 7) pedúnculo cerebelar inferior: fibras olivocerebelares, fibras do trato espinocerebelar posterior e fibras arqueadas externas. ↳ Vias descendentes: 1) trato corticoespinhal lateral e anterior: lateral e medial da medula; 2) trato rubroespinhal (extrapiramidal): lateral da medula; 3) trato tetoespinhal, tratos vestibuloespinhais e tratos reticuloespinhais: medial da medula; 4) trato corticonuclear: no bulbo, termina nos núcleos ambíguo e do hipoglosso; 5) trato espinhal do trigêmio; 6) trato solitário. ↳ Vias de associação: são formadas por fibras que constituem o fascículo longitudinal medial, o qual liga todos os núcleos motores dos nervos cranianos, sendo especialmente importantes suas conexões com os núcleos dos nervos relacionados com o movimento do bulbo ocular (III, IV, VI) e da cabeça (XI para os mm. trapézio e esternocleidomastoideo). Recebe fibras dos núcleos vestibulares, trazendo impulsos que informam sobre a posição da cabeça. - Formação reticular do bulbo: onde localiza-se o centro respiratório, o centro vasomotor e o centro do vômito. ● Ponte: - Situada ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenoide. - O limite superior é o sulco pontomesencefálico e o limite inferior, o sulco bulbopontino. - Fibras transversais convergem de cada lado para formar o pedúnculo cerebelar médio (braço da ponte), que penetra o cerebelo. - No limite entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio, emerge o nervo trigêmio (V par). Essa emergência se faz por duas raízes, uma maior (sensitiva) e outra menor (motora). - Longitudinalmente, na superfície ventral da ponte, existe o sulco basilar, que aloja a artéria basilar. - Do sulco bulbopontino, emergem de cada lado, a partir da linha mediana, o VI (entre a ponte e a pirâmide do bulbo), o VII (emerge medialmente ao VIII par) e o VIII (emerge próximo a um pequeno lóbulo do cerebelo, flóculo) pares cranianos. - Entre o s nn. VII e VIII: n. intermédio (ramo do facial). - Dorsalmente, está o tegmento pontino e, ventralmente, a base da ponte. - A estrutura do tegmento pontino continua-se caudalmente com o bulbo e cranialmente com o tegmento do mesencéfalo. Apresenta fibras ascendentes, descendentes e transversais, além de núcleos cranianos e a substância cinzenta própria da ponte. - Ângulo pontocerebelar: no sulco bulbopontino, entre o tronco e o cerebelo. Nn. facial e vestibulococlear. ↳ Tumor: perda da audição, paralisia facial periférica homolateral, cefaleia (↑PIC). - A base da ponte é uma área própria da ponte sem correspondente em outros níveis do tronco encefálico. ↳ Fibras longitudinais: 1) trato corticoespinhal: na base da ponte, forma vários feixes dissociados, não tendo a estrutura compacta que apresenta nas pirâmides do bulbo; 2) trato corticonuclear: no caso da ponte, dirige-se aos núcleos do facial, trigêmio e abducente; 3) trato corticopontino: suas fibras fazem sinapse com os neurônios dos núcleos pontinos. ↳ Fibras transversais e núcleos pontinos: os núcleos pontinos são pequenos aglomerados de neurônios dispersos por toda a base da ponte. Neles termina, fazendo sinapse, as fibras corticopontinas. Os axônios dos neurônios dos núcleos pontinos constituem as fibras transversais da ponte/pontinas/pontocerebelares (cruzam o plano mediano e penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar médio). - O tegmento da ponte apresenta fibras ascendentes, descendentes e transversais, substância cinzenta homóloga à da medula, que são os núcleos dos pares cranianos III, V, VI, VII e VIII, substância cinzenta própria da ponte e formação reticular. - Núcleos do nervo vestibulococlear: ↳ Núcleos cocleares, corpo trapezoide e lemnisco lateral: os núcleos cocleares são dois, o dorsal e o ventral. A maioria das fibras cruza para o lado oposto, constituindo o corpo trapezoide. A seguir, essas fibras contornam o núcleo olivar superior e infletem-se cranialmente para constituir o lemnisco lateral, terminando no colículo inferior, de onde os impulsos nervosos seguem para o corpo geniculado medial. Muitas fibras originadas dos núcleos cocleares sobem no lemnisco lateral do mesmo lado ou terminam nos núcleos olivares desse mesmo lado. Assim, a via auditiva apresenta componentes cruzados e não cruzados, ou seja, o hemisfério cerebral de um lado recebe informações auditivas provenientes dos dois ouvidos. ↳ Núcleos vestibulares: localizam-se no assoalho do IV ventrículo, onde ocupam a área vestibular (cranial às estrias medulares). São quatro (lateral, medial, superior e inferior). Recebem impulsos nervosos originados na parte vestibular do ouvido interno e que informam sobre a posição e os movimentos da cabeça. Esses impulsos passam pelos neurônios sensitivos do gânglio vestibular e chegam aos núcleos vestibulares pelos prolongamentos centrais desses neurônios, que, em conjunto, formam a parte vestibular do nervo vestibulococlear. Chegam ainda, aos núcleos vestibulares, fibras provenientes do cerebelo, relacionadas com a manutenção do equilíbrio. Emite fibras eferentes na composição: 1) fascículo vestibulocerebelar; 2) fascículo longitudinal medial: está envolvido nos reflexos que permitem ao olho ajustar-se aos movimentos da cabeça; 3) trato vestibuloespinhal: fibras eferentes importantes na manutenção reflexa do equilíbrio; 4) fibras vestibulotalâmicas. - Núcleos do nervo facial e abducente: as fibras emergem do núcleo facial e percorrem um caminho até se curvarem em torno do núcleo do abducente, na eminência medial (entre o sulco mediano e o sulco limitante), constituindo o joelho interno do n. facial, o colículo facial. Lesões conjuntas de ambas estruturas podem ocorrer. - Núcleo salivatório superior e núcleo lacrimal: pertencem ao SNA craniano, dão origem a fibras pré-ganglionares que emergem pelo n. intermédio, conduzindo impulsos para a inervação das glândulas submandibular, sublingual e lacrimal. - Núcleos do nervo trigêmio: na ponte, estão o núcleo sensitivo principal, o núcleo do trato mesencefálico e o núcleo motor (fibras para os mm. mastigadores). Núcleos sensitivo principal e do trato mesencefálico formam o lemnisco trigeminal, que termina no tálamo. - Fibras longitudinais do tegmento da ponte: são os lemnisco lateral e trigeminal. - Formação reticular da ponte: onde se localiza o locus ceruleus (lateral e cranial ao sulco limitante), que contém neurônios ricos em noradrenalina,e os núcleos da rafe, situados ventralmente na linha média, contendo neurônios ricos em serotonina. ↳ Noradrenalina: ativa o córtex para despertamento espontâneo do sono; ação antagonista à melatonina. ● Quarto ventrículo: - Cavidade do rombencéfalo, situado entre o bulbo e a ponte, ventralmente, e o cerebelo, dorsalmente. - Continua caudalmente com o canal central do bulbo e cranialmente com o aqueduto cerebral, cavidade do mesencéfalo, através do qual o IV ventrículo se comunica com o III ventrículo. - A cavidade do IV ventrículo se prolonga de cada lado para formar os recessos laterais. Esses recessos comunicam-se de cada lado com o espaço subaracnóideo por meio das aberturas laterais do IV ventrículo (forames de Luschka). - Há também uma abertura mediana do IV ventrículo (forame de Magendie), situada no meio da cavidade caudal do teto do ventrículo, por meio da qual o LCE passa para o espaço subaracnóideo. - A fossa romboide é a denominação da região do assoalho do IV ventrículo. Tem a forma de um losango e é limitada superolateralmente pelos pedúnculos cerebelares superiores. Os limites inferolaterais são dados pelos pedúnculos cerebelares inferiores e pelos tubérculos grácil e cuneiforme do bulbo. - O teto do IV ventrículo é formado superiormente por uma fina lâmina de substância branca, o véu medular superior, que está entre os dois pedúnculos cerebelares superiores e conecta o cerebelo à lâmina quadrigêmea. - Inferiormente, o teto do IV ventrículo é formado pelo véu medular inferior, outra lâmina de substância branca fixada às bordas do nódulo do cerebelo e da tela coroide do IV ventrículo. - A união do epitélio ependimário, que reveste o ventrículo, com a pia-máter forma a tela coroide que constitui o plexo coroide do IV ventrículo, que produz o LCE. ● Mesencéfalo: - O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte e o diencéfalo. - O limite superior é dado pela linha que liga os corpos mamilares à comissura posterior, ambas estruturas do diencéfalo. O limite inferior é o sulco pontomesencefálico. - É atravessado por um estreito canal, o aqueduto cerebral, que separa o mesencéfalo em teto, anteriormente, e pedúnculo cerebral, posteriormente. - Ventralmente, o tegmento é separado da base por uma área escura, a substância negra, núcleo compacto formado por neurônios que contêm melanina. É componente importante do sistema motor extrapiramidal e tem relação funcional com vários núcleos da base. Essa região é rica em neurônios dopaminérgicos → controle do movimento. ↳ Degeneração dos neurônios dopaminérgicos: doença de Parkinson. - Correspondendo à substância negra na superfície do mesencéfalo, existem dois sulcos longitudinais: um lateral, sulco lateral do mesencéfalo, e outro medial, sulco medial do pedúnculo cerebral. Esses sulcos marcam, na superfície, o limite entre base e tegmento do pedúnculo cerebral. - Do sulco medial, emerge o nervo oculomotor (III par). A origem aparente desses nervos ocorre na face ventral do mesencéfalo, na fossa interpeduncular, espaço existente entre os dois pedúnculos mesencefálicos que se dispõem convergindo suas extremidades inferiores. ↳ III par: 1º nervo lesado em desvio de linha média. - O fundo da fossa interpeduncular é repleto de pequenos orifícios que permitem a passagem de vasos na direção do tegmento do mesencéfalo, região conhecida como substância perfurada a posterior. - O teto é a porção posterior do mesencéfalo, situado dorsalmente ao aqueduto do mesencéfalo. Está relacionado com a integração de várias funções sensoriais e motoras. - Na face dorsal do mesencéfalo, formada pelos colículos inferiores e superiores, está a lâmina do teto do mesencéfalo, ou lâmina quadrigêmea. Os colículos se ligam a pequenas eminências ovais do diencéfalo, os corpos geniculados, através de estruturas alongadas que são feixes de fibras nervosas denominadas braços dos colículos. - Os colículos inferiores estão associados aos corpos geniculados mediais (via auditiva/área pré-tetal) e os colículos superiores, aos corpos geniculados laterais (via óptica). - Caudalmente, a cada colículo inferior, emerge o IV par, o nervo troclear. O IV par, único dos pares cranianos que emerge dorsalmente, contorna o mesencéfalo para surgir ventralmente entre a ponte e o mesencéfalo. - Colículo superior: ↳ Formado por uma série de camadas superpostas, constituídas alternadamente por substância branca cinzenta. ↳ A área nuclear dos colículos superior recebe fibras aferentes da via visual (oriundas da retina), da medula espinhal (trato espinotetal) e do colículo inferior. ↳ Há fibras eferentes para a medula espinhal (trato tetoespinhal), para os núcleos dos nervos cranianos oculomotor e troclear. ↳ Lesões dos colículos superiores podem resultar na perda da capacidade de mover os olhos no sentido vertical. - Colículo inferior: ↳ Constituído de uma massa bem delimitada de substância cinzenta, o núcleo do colículo inferior. Esse núcleo recebe as fibras auditivas que sobem pelo lemnisco lateral e manda fibras ao corpo geniculado medial, através do braço do colículo inferior. ↳ O corpo geniculado medial envia fibras nervosas ao córtex auditivo primário, os giros temporais transversos anteriores. ↳ A lesão do colículo inferior pode causar perda auditiva parcial. - Área/núcleo pré-tetal: situada na extremidade rostral dos colículos superiores, no limite do mesencéfalo com o diencéfalo. Relaciona-se com o controle reflexo das pupilas. - Base do pedúnculo cerebral: ↳ Formada pelas fibras descendentes dos tratos corticoespinhal, corticonuclear e corticopontino, que formam um conjunto compacto. ↳ Tendo em vista o grande número de fibras descendentes que percorrem a base dos pedúnculos cerebrais, lesões aí localizadas causam paralisias que se manifestam do lado oposto ao da lesão - Tegmento do mesencéfalo: ↳ É uma continuação do tegmento da ponte. ↳ Substância cinzenta homóloga à da medula: 1) Núcleo do nervo troclear: situa-se ao nível do colículo inferior. O IV par é o único que as fibras saem da face dorsal do encéfalo e o único cujas fibras decussam antes de emergir do SNC. 2) Núcleo do nervo oculomotor: localiza-se no nível do colículo superior e está intimamente relacionado com o fascículo longitudinal medial. O complexo oculomotor pode ser funcionalmente dividido em uma parte somática e uma visceral: a) A parte somática contém os neurônios motores responsáveis pela inervação dos músculos reto superior, reto inferior, reto medial e levantador da pálpebra. b) A parte visceral é o núcleo Edinger-Westphal, que contém os neurônios pré-ganglionares, cujas fibras fazem sinpases no gânglio ciliar e estão relacionadas com o músculo ciliar e do músculo esfíncter da pupila. Essas fibras pertencem ao parassimpático craniano e são muito importantes no reflexo do diâmetro da pupila em resposta a diferentes intensidades de luz. ↳ Substância cinzenta própria do mesencéfalo: 1) Núcleo rubro: localiza-se entre o aqueduto do mesencéfalo e a substância negra, medialmente aos lemniscos. É componente do sistema motor extrapiramidal (motricidade somática). Recebe fibras motoras do córtexcerebral, de núcleos da base e das fibras cerebelares que chegam ao tegmento do mesencéfalo pelo pedúnculo cerebelar superior. Há fibras eferentes que dão origem ao trato rubroespinhal, que, após se cruzar no plano mediano da porção anterior do mesencéfalo (decussação dos tratos rubroespinhais), termina nos neurônios motores da medula, e é responsável pela motricidade voluntária da musculatura distal dos membros. Há também fibras eferentes para a formação reticular (trato rubroreticular), para o tálamo e para a substância negra. 2) Substância negra. 3) Substância cinzenta central, ou periaquedutal: massa espessa de substância cinzenta que circunda o aqueduto cerebral. Tem papel importante na regulação da dor. ↳ Substância branca: a maioria dos feixes de fibras descendentes do mesencéfalo não passa pelo tegmento, mas pela base do pedúnculo cerebral. Já as fibras ascendentes percorrem o tegmento e representam a continuação dos segmentos que sobem da ponte: os quatro lemniscos e o pedúnculo cerebelar superior. Em toda a extensão do tegmento mesencefálico, nota-se, próximo ao plano mediano, o fascículo longitudinal medial, que constitui o feixe de associação do tronco encefálico. 1) Lemnisco medial: é o mais anterior dos lemniscos mesencefálicos. É formado no bulbo e ascende em direção ao tálamo com fibras provenientes dos fascículos grácil e cuneiforme. 2) Lemnisco espinhal: estrutura relacionada com a sensibilidade à dor, temperatura, pressão e tato protopático. Ascendem passando pelo mesencéfalo. 3) Lemnisco trigeminal: contém fibras de todos os componentes sensitivos associados aos ramos do nervo trigêmio que ascendem para o tálamo. Considerando-se o nível dos colículos superiores, está no extremo posterior da região dos lemnisco mesencefálicos. 4) Lemnisco lateral: só ascende até o nível dos colículos inferiores. A estrutura é relacionada com a audição e recebe fibras oriundas dos núcleos cocleares dorsal e ventral. Essas fibras se unem, seguem até o colículo inferior e depois para o corpo geniculado medial. ↳ Formação reticular: área tegmentar ventral, com neurônios ricos em dopamina, e núcleos da rafe, continuação de estruturas do mesmo nome da ponte, contendo neurônios ricos em serotonina. Vascularização do tronco encefálico ● A. espinhal anterior: medula. ● A. cerebelar inferior posterior (PICA): irriga parte lateral do bulbo e parte posteroinferior do cerebelo. ● Aa. pontinas: ponte. ● A. cerebelar inferior anterior (AICA): parte anteroinferior do cerebelo. ● A. cerebelar superior: irriga grande parte do cerebelo e do mesencéfalo. ● CASO CLÍNICO DA AULA: homem, 51 anos, português, tontura repentina, vômitos intensos, dormência no lado direito da face e ligeira dificuldade na deglutição. - Exame neurológico: não consegue permanecer de pé, descontrole no MID, tendência a desvios à direita, força preservada, incoordenação motora à direita (pedúnculo cerebelar inferior), tônus diminuído no lado direito, disfagia (XII par), hemiparestesia à esquerda (trato espinotalâmico lateral), anestesia à direita na face (V par), ptose palpebral (VII par) e miose à direita (lesão do SNS). - D.S.: síndromes do equilíbrio, sensitiva e do nervo craniano. D.A.: bulbo e cerebelo (ressonância do crânio). D.E.: lesão súbita da PICA (síndrome de Wallenberg).
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