Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro AD2 – Álgebra Linear II – 2019/2 Gabarito AVISO: É obrigatório, nas resoluções de sistemas lineares, reduzir por linhas à forma em escada a matriz associada ao sistema. Questão 1 (2,4 pontos) Seja Π o plano gerado por v1 = (1, 5, 2) e v2 = (1,−1, 2). Considere o operador linear T reflexão com respeito ao plano Π. a) [1,0 pt] Dê exemplo de uma base ortonormal do R3 formada por autovetores de T , indicando os seus autovalores. b) [0,6 pt] Determine uma matriz ortogonal P que diagonaliza T e a sua correspondente matriz diagonal D. c) [0,8 pt] Determine a matriz A que representa T na base canônica do R3. Solução: a) Vamos, primeiramente, construir uma base ortogonal do R3 formada por autovetores de T . A reflexão com respeito a um plano Π tem as seguintes propriedades: Se u ∈ Π, então T (u) = u. Logo, u ∈ Π e u ̸= (0, 0, 0) é autovetor de T associado ao autovalor 1. Se u ⊥ Π, então T (u) = −u. Logo, u ⊥ Π e u ̸= (0, 0, 0) é autovetor de T associado ao autovalor −1. Portanto, v1 = (1, 5, 2) e v2 = (1,−1, 2) são autovetores de T associados ao autovalor 1. Observamos que v1 ⊥ v2. O vetor v3 = v1 × v2 é normal ao plano Π, logo é autovetor associado ao autovalor −1. Temos v3 = v1 × v2 = det −→i −→j −→k1 5 2 1 −1 2 = 12−→i − 0−→j − 6−→k = 6(2, 0,−1). Podemos tomar v3 = (2, 0,−1). Assim, {v1 = (1, 5, 2)︸ ︷︷ ︸ λ1=1 , v2 = (1,−1, 2)︸ ︷︷ ︸ λ2=1 , v3 = (2, 0,−1)︸ ︷︷ ︸ λ3=−1 }. é uma base ortogonal do R3 formada por autovetores de T . Normalizando esses vetores, obtemos a base ortonormal formada por autovetores de T β = { u1 = v1 ∥v1∥ = ( 1√ 30 , 5√ 30 , 2√ 30 ) , u2 = v2 ∥v2∥ = ( 1√ 6 ,− 1√ 6 , 2√ 6 ) , u3 = v3 ∥v3∥ = ( 2√ 5 , 0,− 1√ 5 )} , associados, respectivamente, aos autovalores λ1 = 1, λ2 = 1 e λ3 = −1. 1 b) Uma matriz ortogonal P é a matriz de mudança de base, da base ortonormal β (obtida no item (a)) para a base canônica, dada por P = [ u1 u2 u3 ] = 1√ 30 1√ 6 2√ 5 5√ 30 − 1√ 6 0 2√ 30 2√ 6 − 1√ 5 . A sua correspondente matriz diagonal é D = λ1 0 00 λ2 0 0 0 λ3 = 1 0 00 1 0 0 0 −1 . c) Temos que A = PDP−1 = PDP t = 1√ 30 1√ 6 2√ 5 5√ 30 − 1√ 6 0 2√ 30 2√ 6 − 1√ 5 1 0 00 1 0 0 0 −1 1√ 30 5√ 30 2√ 30 1√ 6 − 1√ 6 2√ 6 2√ 30 2√ 6 − 1√ 5 = 1√ 30 1√ 6 2√ 5 5√ 30 − 1√ 6 0 2√ 30 2√ 6 − 1√ 5 1√ 30 5√ 30 2√ 30 1√ 6 − 1√ 6 2√ 6 − 2√ 5 0 1√ 5 = −35 0 450 0 1 4 5 1 3 5 . Questão 2 (3,1 pontos) Seja v = (4,−1, 2). a) [1,6 pts] Determine uma base ortonormal β = {u1, u2, u3} do R3 tal que u3 tenha mesma direção e sentido de v e u1 × u2 = u3. b) [0,5 pt] Determine a matriz Aβ que representa na base β a rotação de π radianos, no sentido positivo, em torno da reta ℓ gerada por v. c) [1,0 pt] Determine a matriz A, que representa na base canônica, a rotação de π radianos, no sentido positivo, em torno da reta ℓ gerada por v. Solução: a) Escolhemos, primeiramente, uma base ortogonal do R3 com v3 = v = (4,−1, 2). Os dois primeiros vetores v1 e v2 devem estar no plano Γ de equação 4x− y + 2z = 0, plano normal a v passando pela origem. Tomamos v1 = (1, 0,−2), fazendo x = 1, y = 0 e obtendo z = −2. Seja v2 = (a, b, c) ̸= (0, 0, 0) tal que{ v2 ∈ Γ ⇐⇒ 4a− b+ 2c = 0 v2 ⊥ v1 ⇐⇒ ⟨v1, v2⟩ = 0 ⇐⇒ ⟨(1, 0,−2), (a, b, c)⟩ = 0 ⇐⇒ 1a+ 0b− 2c = 0. Nesse caso, a matriz associada ao sistema acima é [ 1 0 −2 4 −1 2 ] . Reduzindo por linhas à forma em escada, obtemos[ 1 0 −2 4 −1 2 ] L2←L2−4L1∼ [ 1 0 −2 0 −1 10 ] L2←−L2∼ [ 1 0 −2 0 1 −10 ] . Assim, a − 2c = 0 e b − 10c = 0 e logo, v2 = (2c, 10c, c), c ∈ R. Fazemos c = 2 e escolhemos v2 = (2, 10, 1). Temos que v1×v2 = det −→i −→j −→k1 0 −2 2 10 1 = 20−→i −5−→j +10−→k = 5(4,−1, 2) = 5v3 tem mesma direção e sentido de v3. Logo, {v1, v2, v3} é uma base ortogonal orientada positivamente (vale a regra da mão direita). Normalizando esses vetores, obtemos que 2 β = { u1 = v1 ∥v1∥ = ( 1√ 5 , 0,− 2√ 5 ) , u2 = ( 2√ 105 , 10√ 105 , 1√ 105 ) , u3 = v3 ∥v3∥ = ( 4√ 21 ,− 1√ 21 , 2√ 21 )} é uma base ortonormal do R3 com u3 = u1 × u2 e u3 tendo mesma direção e sentido de v = v3. b) Aβ = cosπ − senπ 0senπ cosπ 0 0 0 1 = −1 0 00 −1 0 0 0 1 . c) A = PAβP −1, onde P é a matriz de mudança de base, da base β para a base canônica, é dada por P = [ u1 u2 u3 ] = 1√ 5 2√ 105 4√ 21 0 10√ 105 − 1√ 21 − 2√ 5 1√ 105 2√ 21 e P−1 = P t (P é matriz ortogonal). Logo, A = 1√ 5 2√ 105 4√ 21 0 10√ 105 − 1√ 21 − 2√ 5 1√ 105 2√ 21 −1 0 00 −1 0 0 0 1 1√ 5 0 − 2√ 5 2√ 105 10√ 105 1√ 105 4√ 21 − 1√ 21 2√ 21 = 1√ 5 2√ 105 4√ 21 0 10√ 105 − 1√ 21 − 2√ 5 1√ 105 2√ 21 − 1√ 5 0 2√ 5 − 2√ 105 − 10√ 105 − 1√ 105 4√ 21 − 1√ 21 2√ 21 = 11 21 − 8 21 16 21 − 821 − 19 21 − 4 21 16 21 − 4 21 − 13 21 . Questão 3 (2,7 pontos) Sejam a, b, c números reais e consideremos o operador linear definido por T (x, y, z) = ( 3√ 26 x+ a y + 1√ 3 z, 4√ 26 x+ b y − 1√ 3 z, 1√ 26 x+ c y + 1√ 3 z ) . a) [0,3 pt] Determine a matriz de T na base canônica. b) [2,0 pts] Determine os números reais a, b, c para que T seja um operador ortogonal. c) [0,4 pt] Quantos operadores ortogonais há? Justifique a sua resposta. Solução: a) Como T (1, 0, 0) = ( 3√ 26 , 4√ 26 , 1√ 26 ) , T (0, 1, 0) = (a, b, c) e T (0, 0, 1) = ( 1√ 3 ,− 1√ 3 , 1√ 3 ) , então A = 3√ 26 a 1√ 3 4√ 26 b − 1√ 3 1√ 26 c 1√ 3 . b) T é um operador ortogonal se, e somente se, as colunas (ou linhas) da matriz A são unitárias e ortogonais. Note que 926 + 16 26 + 1 26 = 26 26 = 1 , 1 3 + 1 3 + 1 3 = 3 3 = 1 e 3√ 78 − 4√ 78 + 1√ 78 = 0. Logo, 3 3√ 26 a+ 4√ 26 b+ 1√ 26 c = 0 1√ 3 a− 1√ 3 b+ 1√ 3 c = 0 e a2 + b2 + c2 = 1, (⋆) Primeiramente, vamos resolver o sistema linear homogêneo { 3√ 26 a+ 4√ 26 b+ 1√ 26 c = 0 1√ 3 a− 1√ 3 b+ 1√ 3 c = 0 e Reduzindo por linhas à forma em escada a matriz associada ao sistema, obtemos: [ 1√ 3 − 1√ 3 1√ 3 3√ 26 4√ 26 1√ 26 ] L1 ← √3L1 L2 ← √ 26L2∼ [ 1 −1 1 3 4 1 ] L2←L2−3L1∼ [ 1 −1 1 0 7 −2 ] L2← 17 L2∼ [ 1 −1 1 0 1 −27 ] L1←L1+L2∼ [ 1 0 57 0 1 −27 ] Logo, a+ 5 7 c = 0 e b− 2 7 c = 0 ⇒ a = −5 7 c e b = 2 7 c. Substituindo em (⋆), obtemos 1 = a2 + b2 + c2 = 25 49 c2 + 4 49 c2 + c2 = 78 49 c2 ⇒ c2 = 49 78 ⇒ c = ± 7√ 78 . Então a = 5√ 78 , b = − 2√ 78 e c = − 7√ 78 ou a = − 5√ 78 , b = 2√ 78 e c = 7√ 78 . c) Há dois operadores ortogonais, pois há duas possibilidades de matrizes ortogonais A = 3√ 26 a 1√ 3 4√ 26 b − 1√ 3 1√ 26 c 1√ 3 . 3√ 26 5√ 78 1√ 3 4√ 26 − 2√ 78 − 1√ 3 1√ 26 − 7√ 78 1√ 3 ou 3√ 26 − 5√ 78 1√ 3 4√ 26 2√ 78 − 1√ 3 1√ 26 7√ 78 1√ 3 . Questão 4 (1,8 pontos) Seja T a projeção ortogonal sobre a reta normal a (8, 15) passando pela origem. a) [1,0 pt] Dê exemplo de uma base ortonormal do R2 formada por autovetores de T , indicando os autovalores. b) [0,8 pt] Determine T (x, y). Solução: (a) A projeção ortogonal T sobre uma reta ℓ tem as seguintes propriedades: Se u ∈ ℓ, então T (u) = u. Logo, u ∈ ℓ e u ̸= (0, 0) é autovetor de T associado ao autovalor 1. Se u ⊥ ℓ, então T (u) = (0, 0) = 0u. Logo, u ⊥ Π e u ̸= (0, 0) é autovetor de T associado ao autovalor 0. Como (8, 15) é normal a ℓ, então (−15, 8) ⊥ (8, 15), logo (−15, 8) ∈ ℓ. Tomamos 4 v1 = (−15, 8) ∈ ℓ, v2 = (8, 15) ⊥ ℓ. Normalizando esses vetores, obtemos que β = { u1 = v1 ∥v1∥ = ( −15 17 , 8 17 ) , u2 = v2 ∥v2∥ = ( 8 17 , 15 17 )} é uma base ortonormal do R2 formada por autovetores de T associados, respectivamente, aos autova- lores λ1 = 1 e λ2 = 0. (b) Usamos a base β obtida no item (a). Sendo v = (x, y), temosque v = ⟨v, u1⟩u1 + ⟨v, u2⟩u2. Segue que T (v) = ⟨v, u1⟩T (u1) + ⟨v, u2⟩T (u2) = ⟨v, u1⟩u1, pois T (u1) = u1 e T (u2) = (0, 0). Assim T (x, y) = T (v) = ⟨v, u1⟩u1 = ⟨ (x, y), ( −1517 , 8 17 )⟩ ( −1517 , 8 17 ) = −15x+8y17 ( −1517 , 8 17 ) = ( 225x−120y 289 , −120x+64y 289 ) . Logo, T (x, y) = ( 225x− 120y 289 , −120x+ 64y 289 ) . 5
Compartilhar