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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro AP3 – Álgebra Linear II – 2017/1 Gabarito Questão 1 (1,0 ponto) Determine os valores de a, b, c ∈ R para que seja autoadjunto o operador L : R3 −→ R3 definido por L(x, y, z) = ( 19x+ (2a− 8)y + (3c− 4)z, (b+ c)x+ 17y + (b+ c)z, (3a+ 5)x+ (4 + a)y + 13z ) . Solução: A matriz de L na base canônica (base ortonormal) é [L] = 19 2a− 8 3c− 4 b+ c 17 b+ c 3a+ 5 4 + a 13 . L é autoadjunto ⇐⇒ [L] = [L]t ⇐⇒ 2a− 8 = b+ c 4 + a = b+ c 3c− 4 = 3a+ 5 ⇐⇒ 2a− 8 = 4 + a 4 + a = b+ c 3c− 4 = 3a+ 5 ⇐⇒ a = 12 b+ c = 16 3c− 4 = 3a+ 5 ⇐⇒ a = 12 b = 16− c 3c = 3 · 12 + 5 + 4 = 45 ⇐⇒ a = 12 b = 16− 15 c = 15 ⇐⇒ a = 12 b = 1 c = 15 Questão 2 (1,0 ponto) Determine a matriz C que representa, na base canônica do R2, a transformação linear obtida pela projeção ortogonal sobre o eixo y seguida de uma rotação de π 3 radianos no sentido anti-horário. Solução: Sejam [T ] e [R], respectivamente, as matrizes de T e R na base canônica do R2, onde T corresponde à projeção ortogonal sobre o eixo y e R à rotação de π 3 radianos no sentido anti- horário. Assim [T ] = [ 0 0 0 1 ] e [R] = [ cos π 3 − sen π 3 sen π 3 cos π 3 ] = [ 1 2 − √ 3 2√ 3 2 1 2 ] Segue que [C] = [R ◦ T ] = [R] [T ] = [ 1 2 − √ 3 2√ 3 2 1 2 ] [ 0 0 0 1 ] = [ 0 − √ 3 2 0 1 2 ] . Questão 3 (1,0 ponto) Determine as matrizes ortogonais de ordem 2 cuja primeira coluna tenha mesma direção e sentido de (3, √ 7). Solução: A primeira coluna deve ser um múltiplo positivo de u = (3, √ 7), para ter mesma direção e sentido de u. Precisamos de um vetor v = (x, y) ortogonal a u = (3, √ 7). Assim, 〈u, v〉 = 0 =⇒ 〈 (3, √ 7), (x, y) 〉 = 0 =⇒ 3x+ √ 7y = 0 =⇒ x = − √ 7 3 y 1 Segue que v = (− √ 7y, 3y), com y ∈ R. Para a matriz ser ortogonal suas colunas têm que ser ortogonais e unitárias. A única possibi- lidade para a primeira coluna é u1 = u ‖u‖ = ( 3 4 , √ 7 4 ) . A segunda coluna tem que ser um vetor da forma v1 = (− √ 7y, 3y) com ||v1|| = 1. Assim 〈v1, v1〉 = 1 =⇒ 〈 (− √ 7y, 3y), (− √ 7y, 3y) 〉 = 1 =⇒ 7y2 + 9y2 = 1 =⇒ y2 = 1 16 =⇒ y = ±1 4 Há duas possibilidades para a segunda coluna: v1 = ( − √ 7 4 , 3 4 ) ou v1 = (√ 7 4 ,−3 4 ) . Assim, há duas possibilidades para a matriz ortogonal pedida [ 3 4 − √ 7 4√ 7 4 3 4 ] ou [ 3 4 √ 7 4√ 7 4 −3 4 ] . Questão 4 (2,2 pontos) Seja A ∈ M3(R) com autovalores λ1 = −35 e λ2 = 41 tal que E(λ1 = −35) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x+ 3y + 5z = 0, 6x+ 19y + 34z = 0 e 8x+ 17y + 12z = 0} e E(λ2 = 41) = {(x, y, z) ∈ R3 ; −11x− y + 15z = 0}. a) [1,6 pts] Determine bases para os autoespaços e dê as multiplicidades geométricas dos seus autovalores. b) [0,6 pt] A é diagonalizável? Justifique a sua resposta. Solução: a) – Cálculo da base de E(λ1 = −35): Reduzindo por linhas à forma em escada a matriz associada ao sistema linear homogêneo que define E(λ1 = −35), obtemos: 1 3 5 6 19 34 8 17 12 L2 ← L2 − 6L1 L3 ← L3 − 8L1∼ 1 3 5 0 1 4 0 −7 −28 L1 ← L1 − 3L2 L3 ← L3 + 7L2∼ 1 0 −7 0 1 4 0 0 0 Logo, x− 7z = 0 e y + 4z = 0. Assim, E(λ1 = −35) = {(x, y, z) ∈ R3; x+ 3y + 5z = 0, 6x+ 19y + 34z = 0, 8x+ 17y + 12z = 0} = { (x, y, z) ∈ R3 ; x− 7z = 0 e y + 4z = 0} = { (x, y, z) ∈ R3 ; x = 7z e y = −4z} = { (7z,−4z, z) ; z ∈ R} = { z(7,−4, 1) ; z ∈ R} = [(7,−4, 1)]. Portanto, {(7,−4, 1)} é uma base de E(λ1 = −35) e a multiplicidade geométrica de λ1 = −35 é 1. – Cálculo da base de E(λ2 = 41): Temos que 2 E(λ2 = 41) = {(x, y, z) ∈ R3 ; −11x− y + 15z = 0} = {(x, y, z) ∈ R3 ; y = 15z − 11x} = {(x, 15z − 11x, z) ; x, z ∈ R} = {(x,−11x, 0) + (0, 15z, z) ; x, z ∈ R} = {x(1,−11, 0) + z(0, 15, 1) ; x, z ∈ R} = [(1,−11, 0), (0, 15, 1)] Portanto, {(1,−11, 0), (0, 15, 1)} é uma base de E(λ2 = 41) e a multiplicidade geométrica de λ2 = 41 é 2. b) Pelos cálculos do item (a), vemos que existe uma base do R3 formada por autovetores de A, a saber {(7,−4, 1), (1,−11, 0), (0, 15, 1)}, equivalentemente, a soma das multiplicidades geométricas dos autovalores é 1 + 2 = 3 = dimR3, logo A é diagonalizável. Questão 5 (3,0 pontos) Seja A = [ 6 1 1 6 ] . a) [1,8 pts] Determine uma base do R2 formada por autovetores de A, indicando os autovalores. b) [1,2 pts] Usando os cálculos do item anterior, identifique a cônica dada pela forma matricial abaixo, obtendo uma equação reduzida à forma canônica por meio de uma rotação. (x, y) [ 6 1 1 6 ] [ x y ] + (45 √ 2 , 25 √ 2) [ x y ] + 125 = 0. Solução: a) Seja A = [ 6 1 1 6 ] . Temos λI2 −A = [ λ− 6 −1 −1 λ− 6 ] e p(λ) = det(λI2 −A) = det [ λ− 6 −1 −1 λ− 6 ] = (λ− 6)(λ− 6)− 1 = λ2 − 12λ+ 35 = (λ− 5)(λ− 7). Logo, os autovalores de A são 5 e 7. – Cálculo dos autovetores associados a λ = 5: Devemos resolver o sistema linear homogêneo cuja matriz associada é 5I2 −A. Reduzindo por linhas à forma em escada, obtemos: 5I2 − A = [ −1 −1 −1 −1 ] L2←L2+L1∼ [ −1 −1 0 0 ] L1←−L1∼ [ 1 1 0 0 ] . Assim, x+ y = 0 ⇔ y = −x e E(λ = 5) = {(x, y) ∈ R2; y = −x} = {(x,−x) ; x ∈ R} = {x (1,−1) ; x ∈ R}. Logo, fazendo x = 1 obtemos que v = (1,−1) é autovetor associado λ = 5. – Cálculo dos autovetores associados a λ = 7: Devemos resolver o sistema linear homogêneo cuja matriz associada é 7I2 −A. Reduzindo por linhas à forma em escada, obtemos: 7I2 − A = [ 1 −1 −1 1 ] L2←L2+L1∼ [ 1 −1 0 0 ] . Assim, x− y = 0 ⇔ x = y e 3 E(λ = 7) = {(x, y) ∈ R2; x = y} = {(y, y) ; y ∈ R} = {y (1, 1) ; y ∈ R}. Logo, fazendo y = 1, obtemos que w = (1, 1) é autovetor associado λ = 7. Portanto, {v = (1,−1) ︸ ︷︷ ︸ λ1=5 , w = (1, 1) ︸ ︷︷ ︸ λ2=7 } é uma base do R2 formada por autovetores de A. b) Pelos cálculos e notações anteriores e a figura a seguir, - 6 � � � � � � � � � � �� @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @@ x v y � � � �� @ @ @ @R w λ2 = 7λ1 = 5 vemos que devemos girar v de π 2 no sentido anti-horário para fazê-lo coincidir com w. Portanto, β = { u1 = v ‖v‖ = ( 1√ 2 ,− 1√ 2 ) , u2 = w ‖w‖ = ( 1√ 2 , 1√ 2 )} é uma base ortonormal de au- tovetores, associados aos autovalores λ1 = 5 e λ2 = 7 tal que a matriz de mudança de base, da base β para a base canônica, é dada por P = [ u1 u2 ] = [ 1√ 2 1√ 2 − 1√ 2 1√ 2 ] com det(P ) = 1 (é a rotação utilizada) e cuja correspondente matriz diagonal é D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ 5 0 0 7 ] . Como [ x y ] = P [ x1 y1 ] e P tAP = [ 5 0 0 7 ] , obtemos: (x1, y1) [ 5 0 0 7 ] [ x1 y1 ] + (45 √ 2, 25 √ 2) [ 1√ 2 1√ 2 − 1√ 2 1√ 2 ] ︸ ︷︷ ︸ faça essa conta primeiro [ x1 y1 ] + 125 = 0 ⇐⇒ 5x21 + 7y 2 1 + (20, 70) [ x1 y1 ] + 125 = 0 ⇐⇒ 5x21 + 7y21 + 20x1 + 70y1 + 125 = 0 ⇐⇒ 5 (x21 + 2 · 2x1 + 22)− 20 + 7 (y21 + 2 · 5y1 + 52)− 175 + 125 = 0 ⇐⇒ 5 (x1 + 2) 2 + 7 (y1 + 5) 2 − 70 = 0 ⇐⇒ (x1+2) 2 14 + (y1+5) 2 10 = 1, que é uma equação reduzida na forma canônica da elipse. Questão 6 (1,8 pontos) Seja T : R2 −→ R2 a reflexão com respeito à reta √ 3x− 2y = 0. a) [0,6 pt] Dê exemplo de uma base doR2 formada por autovetores de T , indicando os respectivos autovalores. b) [1,2 pt] Determine uma matriz inverśıvel P que diagonaliza T , sua correspondente matriz diagonal D e a matriz A que representa T na base canônica do R2. 4 Solução: a) Temos que – u1 = (2, √ 3) pertence à reta, então T (2, √ 3) = (2, √ 3), logo u1 = (2, √ 3) é autovetor de T associado ao autovalor λ1 = 1. – u2 = ( √ 3,−2) é ortogonal à reta, então T ( √ 3,−2) = −( √ 3,−2), logo u2 = ( √ 3,−2) é autovetor de T associado ao autovalor λ2 = −1. Portanto, β = {u1 = (2, √ 3) ︸ ︷︷ ︸ λ1=1 , u2 = ( √ 3,−2) ︸ ︷︷ ︸ λ2=−1 } é uma base do R2 formada por autovetores de T . b) Uma matriz inverśıvel P que diagonaliza T é a matriz de mudança de base, da base β (obtida no item (a)) para a base canônica,dada por P = [ u1 u2 ] = [ 2 √ 3√ 3 −2 ] . A sua correspondente matriz diagonal é D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ 1 0 0 −1 ] . A inversa de P é P−1 = 1−7 [ −2 − √ 3 − √ 3 2 ] = [ 2 7 √ 3 7√ 3 7 −2 7 ] . Temos que A = PDP−1 = [ 2 √ 3√ 3 −2 ] [ 1 0 0 −1 ][ 2 7 √ 3 7√ 3 7 −2 7 ] = [ 2 √ 3√ 3 −2 ][ 2 7 √ 3 7 − √ 3 7 2 7 ] = [ 1 7 4 √ 3 7 4 √ 3 7 −1 7 ] . 5
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