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Fundac¸a˜o Centro de Cieˆncias e Educac¸a˜o Superior a Distaˆncia do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educac¸a˜o Superior a Distaˆncia do Estado do Rio de Janeiro AP3 – A´lgebra Linear II – 2014/1 Gabarito Questa˜o 1 (3,0 pontos) Em cada item fac¸a o que se pede. a) [1,0 pt] Determine os valores de a, b, c ∈ R para que seja autoadjunto o operador L : R3 −→ R3 definido por L(x, y, z) = ( 2x+ (a− b)y + (4c)z, cx+ y + (3c)z,−4x+ (a+ b)y + 3z). b) [1,2 pts] Determine a matriz C que representa, na base canoˆnica do R2, a transformac¸a˜o linear obtida pela rotac¸a˜o de pi 6 radianos no sentido anti-hora´rio seguida de uma projec¸a˜o ortogonal sobre o eixo x. c) [0,8 pt] Seja A ∈ M4(R) com dois autovalores distintos. Sabendo que um autoespac¸o tem dimensa˜o 2 e que A e´ diagonaliza´vel, determine a multiplicidade geome´trica do outro autovalor. Soluc¸a˜o: a) A matriz de L na base canoˆnica (base ortonormal) e´ [L] = 2 a− b 4cc 1 3c −4 a + b 3 . L e´ autoadjunto ⇐⇒ [L] = [L]t ⇐⇒ a− b = c a + b = 3c 4c = −4 ⇐⇒ a− b = −1 a+ b = −3 c = −1 ⇐⇒ 2a = −4 2b = −2 c = −1 ⇐⇒ a = −2, b = −1 e c = −1. b) Sejam [P ] e [R], respectivamente, as matrizes de P e R na base canoˆnica do R2, onde P corresponde a projec¸a˜o ortogonal sobre o eixo x e R a rotac¸a˜o de pi 6 radianos no sentido anti-hora´rio. Como [P ] = [ 1 0 0 0 ] , [R] = [ cos pi 6 − sen pi 6 sen pi 6 cos pi 6 ] = [ √ 3 2 −1 2 1 2 √ 3 2 ] e C = [P ◦R] = [P ][R], enta˜o C = [ 1 0 0 0 ] [ √ 3 2 −1 2 1 2 √ 3 2 ] = [ √ 3 2 −1 2 0 0 ] c) Sejam mg(λ) e ma(λ), respectivamente, as multiplicidades geome´trica e alge´brica do au- tovalor λ. Por hipo´tese, A possui dois autovalores distintos, digamos, λ1, λ2. Como um dos autovalores tem multiplicidade geome´trica igual a 2, sem perda de generalidade, podemos su- por que mg(λ1) = 2. Como A e´ diagonaliza´vel, sabemos que a multiplicidade geome´trica de cada autovalor e´ igual a sua multiplicidade alge´brica, sendo assim, ma(λ1) = 2. Por outro lado, A ∈M4(R), sendo assim, o grau do seu polinoˆmio caracter´ıstico e´ igual a 4, consequentemente, ma(λ2) = 2. Sendo A diagonaliza´vel, temos que mg(λ2) = ma(λ2) = 2. Questa˜o 2 (2,2 pontos) Seja A ∈M3(R) com autovalores λ1 = 3 e λ2 = −1 tal que E(λ1 = 3) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x+ 2y + 6z = 0, y + 5z = 0 e 2x+ 3y + 7z = 0} e E(λ2 = −1) = {(x, y, z) ∈ R3 ; y − x = 0}. 1 a) [1,6 pts] Determine bases para os autoespac¸os e deˆ as multiplicidades geome´tricas dos seus autovalores. b) [0,6 pt] A e´ diagonaliza´vel? Justifique a sua resposta. Soluc¸a˜o: a) – Ca´lculo da base de E(λ1 = 3): Reduzindo por linhas a` forma em escada a matriz associada ao sistema linear homogeˆneo que define E(λ1 = 3), obtemos: 1 2 60 1 5 2 3 7 L3←L3−2L1∼ 1 2 60 1 5 0 −1 −5 L3←L3+L2∼ 1 2 60 1 5 0 0 0 L1←L1−2L2∼ 1 0 −40 1 5 0 0 0 Logo, x− 4z = 0 e y + 5z = 0. Assim, E(λ1 = 3) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x+ 2y + 6z = 0, y + 5z = 0 e 2x+ 3y + 7z = 0} = { (x, y, z) ∈ R3 ; x− 4z = 0 e y + 5z = 0} = { (x, y, z) ∈ R3 ; x = 4z e y = −5z} = { (4z,−5z, z) ; z ∈ R} = { z(4,−5, 1) ; z ∈ R} = [(4,−5, 1)]. Portanto, {(4,−5, 1)} e´ uma base de E(λ1 = 3) e a multiplicidade geome´trica de λ1 = 3 e´ 1. – Ca´lculo da base de E(λ2 = −1): Temos que E(λ2 = −1) = {(x, y, z) ∈ R3 ; y − x = 0} = {(x, y, z) ∈ R3 ; y = x} = {(x, x, z) ; x, z ∈ R} = {(x, x, 0) + (0, 0, z) ; x, z ∈ R} = {x(1, 1, 0) + z(0, 0, 1) ; x, z ∈ R} = [(1, 1, 0), (0, 0, 1)] Portanto, {(1, 1, 0), (0, 0, 1)} e´ uma base de E(λ2 = −1) e a multiplicidade geome´trica de λ2 = −1 e´ 2. b) Pelos ca´lculos do item (a), vemos que existe uma base do R3 formada por autovetores de A, equivalentemente, a soma das multiplicidades geome´tricas dos autovalores e´ 1+2 = 3 = dimR3, logo A e´ diagonaliza´vel. Questa˜o 3 (3,0 pontos) Seja A = [ 4 −10 −10 25 ] . a) [1,8 pts] Determine uma base do R2 formada por autovetores de A, indicando os autovalores. b) [1,2 pts] Usando os ca´lculos do item anterior, identifique a coˆnica dada pela forma matricial abaixo, obtendo uma equac¸a˜o reduzida a` forma canoˆnica por meio de uma rotac¸a˜o. (x, y) [ 4 −10 −10 25 ] [ x y ] + (5 √ 29 , 2 √ 29) [ x y ] − 29 = 0. Soluc¸a˜o: a) Seja A = [ 4 −10 −10 25 ] . Temos λI2 − A = [ λ− 4 10 10 λ− 25 ] e 2 p(λ) = det(λI2 − A) = det [ λ− 4 10 10 λ− 25 ] = (λ− 4)(λ− 25)− 100 = λ2 − 25λ− 4λ+ 100− 100 = λ2 − 29λ = λ(λ− 29). Os autovalores de A sa˜o 0 e 29. – Ca´lculo dos autovetores associados a λ = 0: Devemos resolver o sistema linear homogeˆneo cuja matriz associada e´ 0I2 −A. Reduzindo por linhas a` forma em escada, obtemos: 0I2 − A = [ −4 10 10 −25 ] L1←− 1 4 L1∼ [ 1 −5 2 10 −25 ] L2←L2−10L1∼ [ 1 −5 2 0 0 ] . Assim, x− 5y 2 = 0 e E(λ = 0) = {(x, y) ∈ R2; 2x− 5y = 0} = {(5 2 y, y) ; y ∈ R} = {y(5 2 , 1) ; y ∈ R}. Logo, fazendo y = 2 obtemos que v = (5, 2) e´ autovetor associado λ = 0. – Ca´lculo dos autovetores associados a λ = 29: Devemos resolver o sistema linear homogeˆneo cuja matriz associada e´ 29I2−A. Reduzindo por linhas a` forma em escada, obtemos: 29I2 − A = [ 25 10 10 4 ] L1← 125L1∼ [ 1 2 5 10 4 ] L2←L2−10L1∼ [ 1 2 5 0 0 ] . Assim, x+ 2 5 y = 0 e E(λ = 29) = {(x, y) ∈ R2; x+ 2 5 y = 0} = {(−2 5 y, y) ; y ∈ R} = {y(−2 5 , 1) ; y ∈ R}. Logo, fazendo y = 5, obtemos que w = (−2, 5) e´ autovetor associado a λ = 29. Assim, α = {v = (5, 2), w = (−2, 5)} e´ uma base do R2 formada por autovetores de A associa- dos, respectivamente, aos autovalores 0 e 29. b) Pelos ca´lculos e notac¸o˜es anteriores e a figura a seguir, - 6 �� �� �� �� �� �� � x λ = 29 y �� �� ���1 B B B B B BBM B B B B B B B BB B B B B B BB v λ = 0 w vemos que devemos girar v = (5, 2) de pi 2 no sentido anti-hora´rio para fazeˆ-lo coincidir com w = (−2, 5). Portanto, β = { u1 = v ‖v‖ = ( 5√ 29 , 2√ 29 ) , u2 = w ‖w‖ = ( − 2√ 29 , 5√ 29 )} e´ uma base ortonormal, ori- entada positivamente, de autovetores associados, respectivamente, aos autovalores λ1 = 0 e λ2 = 29. 3 A matriz de mudanc¸a de base, da base β para a base canoˆnica, e´ dada por P = [ u1 u2 ] = [ 5√ 29 − 2√ 29 2√ 29 5√ 29 ] , com det(P ) = 1, cuja correspondente matriz diagonal e´ D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ 0 0 0 29 ] . Como [ x y ] = P [ x1 y1 ] e P tAP = [ 0 0 0 29 ] , obtemos: (x1, y1) [ 0 0 0 29 ] [ x1 y1 ] + (5 √ 29, 2 √ 29) [ 5√ 29 − 2√ 29 2√ 29 5√ 29 ] ︸ ︷︷ ︸ fac¸a essa conta primeiro [ x1 y1 ] − 29 = 0⇐⇒ 0x21 + 29y 2 1 + (29, 0) [ x1 y1 ] − 29 = 0⇐⇒ 29y21 + 29x1 − 29 = 0⇐⇒ x1 = −y21 + 1, que e´ uma equac¸a˜o reduzida na forma canoˆnica da para´bola. Questa˜o 4 (1,8 pontos) Seja T : R2 −→ R2 a reflexa˜o com respeito a` reta √5x− y = 0. a) [0,6 pt] Deˆ exemplo de uma base do R2 formada por autovetores de T , indicando os respectivos autovalores. b) [1,2 pts] Determine uma matriz invers´ıvel P que diagonaliza T , sua correspondente matriz diagonal D e determine a matriz A que representa T na base canoˆnica do R2. Soluc¸a˜o: a) Temos que – u1 = (1, √ 5) pertence a` reta, enta˜o T (1, √ 5) = (1, √ 5), logo u1 = (1, √ 5) e´ autovetor de T associado ao autovalor λ1 = 1. – u2 = ( √ 5,−1) e´ ortogonal a` reta, enta˜o T (√5,−1) = −(√5,−1), logo u2 = ( √ 5,−1) e´ autovetor de T associado ao autovalor λ2 = −1. Portanto, β = {u1 = (1, √ 5)︸ ︷︷ ︸ λ1=1 , u2 = ( √ 5,−1)︸︷︷ ︸ λ2=−1 } e´ uma base do R2 formada por autovetores de T . b) Uma matriz invers´ıvel P que diagonaliza T e´ a matriz de mudanc¸a de base, da base β (obtida no item (a)) para a base canoˆnica, dada por P = [ u1 u2 ] = [ 1 √ 5√ 5 −1 ] . A sua correspondente matriz diagonal e´ D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ 1 0 0 −1 ] . A inversa de P e´ P−1 = 1−6 [ −1 −√5 −√5 1 ] = [ 1 6 √ 5 6√ 5 6 −1 6 ] . Temos que A = PDP−1 = [ 1 √ 5√ 5 −1 ] [ 1 0 0 −1 ][ 1 6 √ 5 6√ 5 6 −1 6 ] = [ 1 √ 5√ 5 −1 ][ 1 6 √ 5 6 − √ 5 6 1 6 ] = [ −2 3 √ 5 3√ 5 3 2 3 ] . 4
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