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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro AP1 – Álgebra Linear II – 2017/1 Gabarito Questão 1 (1,2 pontos): Seja T : R2 −→ R2 o operador linear tal que β = {v1 = (3, 4), v2 = (4, 5)} é uma base do R2 formada por autovetores de T associados aos autovalores λ1 = −2 e λ2 = 1. Dê exemplos de uma matriz inverśıvel P que diagonaliza T e de sua correspondente matriz diagonal D. Determine a matriz de T na base canônica do R2. Solução: a) Uma matriz inverśıvel P que diagonaliza T é a matriz de mudança de base, da base β para a base canônica, dada por P = [ v1 v2 ] = [ 3 4 4 5 ] e sua correspondente matriz diagonal é D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ −2 0 0 1 ] , A matriz que representa T na base canônica do R2 é dada por: A = PDP−1, onde P = [ 3 4 4 5 ] , D = [ −2 0 0 1 ] e P−1 = (−1) [ 5 −4 −4 3 ] = [ −5 4 4 −3 ] . Logo, A = PDP−1 = [ 3 4 4 5 ] [ −2 0 0 1 ] [ −5 4 4 −3 ] = [ −6 4 −8 5 ] [ −5 4 4 −3 ] = [ 46 −36 60 −47 ] . Questão 2 (0,8 ponto): Determine a matriz que representa, na base canônica do R2, a rotação no sentido anti-horário de 2π 3 seguida de uma dilatação de (−2 √ 3). Solução: Sejam R 2π 3 e D(−2 √ 3), respectivamente, a rotação de 2π 3 no sentido anti-horário e a dilatação de (−2 √ 3). Considere agora R dada pela rotação de 2π 3 seguida da dilatação de −2 √ 3. Então, R = D(−2 √ 3) R 2π 3 = (−2 √ 3) [ 1 0 0 1 ] [ cos 2π 3 − sen 2π 3 sen 2π 3 cos 2π 3 ] = [ −2 √ 3 0 0 −2 √ 3 ][ −1 2 − √ 3 2√ 3 2 −1 2 ] . Portanto R = [ √ 3 3 −3 √ 3 ] . Questão 3 (1,4 pontos): Seja A ∈ M6(R) e p(λ) = (λ − 3)(λ + 5)2(λ − 7)3 seu polinômio caracteŕıstico. a) [0,6 pt] Determine todos os posśıveis valores das multiplicidades geométricas dos seus autovalores. b) [0,8 pt] Suponhamos que v1, v2, v3 sejam autovetores de A linearmente independentes associados ao mesmo autovalor c e que {v4} seja uma base para o autoespaço E(λ2 = −5). Neste caso, determine o autovalor c e se A é diagonalizável. Justifique suas respostas. 1 Solução: Sejam mg(λ) e ma(λ) as multiplicidades geométrica e algébrica do autovalor λ. a) Segue do polinômio caracteŕıstico que λ1 = 3 com ma(λ1) = 1, λ2 = −5 com ma(λ2) = 2 e λ3 = 7 com ma(λ3) = 3. Sabemos que a multiplicidade geométrica de qualquer autovalor é positiva e menor ou igual a sua multiplicidade algébrica, sendo assim, 1 ≤ mg(λ1) ≤ ma(λ1) = 1, então mg(λ1) = 1 e 1 ≤ mg(λ2) ≤ ma(λ2) = 2. e 1 ≤ mg(λ3) ≤ ma(λ3) = 3. b) Se v1, v2, v3 são autovetores de A linearmente independentes associados ao mesmo autovalor c, então [v1, v2, v3] ⊂ E(λ = c) e 3 = dim[v1, v2, v3] ≤ dimE(λ = c) = mg(λ = c). Portanto, segue das desigualdades acima que o autovalor só pode ser c = λ3 = 7. Logo, mg(λ3) = 3 = ma(λ3) e A não é diagonalizável, pois mg(λ2 = −5) = dim E(λ2 = −5) = 1 6= ma(λ2 = −5) = 2 ou, equivalentemente, não é posśıvel construir uma base do R6 formada por autovetores de A. Questão 4 (2,0 pontos): Consideremos o operador linear T : R3 −→ R3 cujo polinômio caracteŕıstico é p(λ) = (λ+ 6)2(λ− 10) com autoespaços E(λ1 = −6) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x− 9y + 11z = 0 e − 7x+ 63y − 77z = 0} e E(λ2 = 10) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x− 7y + 6z = 0 e − 5x+ 36y − 8z = 0}. a) [1,6 pts] Determine as multiplicidades algébrica e geométrica dos autovalores de T e bases para seus autoespaços. b) [0,4 pt] T é diagonalizável? Justifique a sua resposta. Solução: a) Pelo polinômio caracteŕıstico de T , a multiplicidade algébrica de λ1 = −6 é 2 e a multiplici- dade algébrica de λ2 = 10 é 1. Para determinar as multiplicidades geométricas dos autovalores, devemos determinar as dimensões dos seus autoespaços. – Base de E(λ1 = −6): Devemos resolver o sistema linear { x− 9y + 11z = 0 −7x+ 63y − 77z = 0. Reduzindo por linhas à forma em escada a matriz associada ao sistema, obtemos: [ 1 −9 11 −7 63 −77 ] L2←L2+7L1∼ [ 1 −9 11 0 0 0 ] . Logo, x− 9y + 11z = 0. E(λ1 = −6) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x− 9y + 11z = 0 e − 7x+ 63y − 77z = 0} = {(x, y, z) ∈ R3 ; x− 9y + 11z = 0} = {(9y − 11z, y, z) ; y, z ∈ R} = {(9y, y, 0) + (−11z, 0, z) ; y, z ∈ R} = {y(9, 1, 0) + z(−11, 0, 1) ; y, z ∈ R}. 2 Logo, {(9, 1, 0) , (−11, 0, 1)} é uma base de E(λ1 = −6) e a multiplicidade geométrica de λ1 = −6 é 2. – Base de E(λ2 = 10): Devemos resolver o sistema linear { x− 7y + 6z = 0 −5x+ 36y − 8z = 0. Reduzindo por linhas à forma em escada a matriz associada ao sistema, obtemos: [ 1 −7 6 −5 36 −8 ] L2←L2+5L1∼ [ 1 −7 6 0 1 22 ] L1←L1+7L2∼ [ 1 0 160 0 1 22 ] . Logo, x+ 160z = 0 e y + 22z = 0. E(λ2 = 10) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x− 7y + 6z = 0 e − 5x+ 36y − 8z = 0} = {(x, y, z) ∈ R3 ; x+ 160z = 0 e y + 22z = 0} = {(−160z,−22z, z) ; z ∈ R} = {z (−160,−22, 1) ; z ∈ R} . Logo {(−160,−22, 1)} é uma base de E(λ2 = 10) e a multiplicidade geométrica de λ2 = 10 é 1 b) T é diagonalizável, pois β = β1 ∪ β2 = {(9, 1, 0), (−11, 0, 1), (−160,−22, 1)} é uma base do R 3 formada por autovetores de A ou a soma das multiplicidades geométricas dos autovalores é 2 + 1 = 3 = dim R3 Questão 5 (3,0 pontos): Seja A = 2 0 4 0 4 1 5 0 −6 . a) [2,4 pts] Determine os autovalores de A e bases para seus autoespaços. b) [0,6 pt] A é diagonalizável? Justifique a sua resposta. Solução: a) O polinômio caracteŕıstico de A é: p(λ) = det(λI3 − A) = det λ− 2 0 −4 0 λ− 4 −1 −5 0 λ+ 6 (desenvolvendo pela 2a coluna ) = (λ− 4) det [ λ− 2 −4 −5 λ+ 6 ] = (λ− 4) ( (λ− 2)(λ+ 6)− 20 ) = (λ− 4)(λ2 + 4λ− 32) = (λ− 4)(λ− 4)(λ+ 8). Os autovalores de A são λ1 = 4 e λ2 = −8. Para determinar os autoespaços E(λ1) e E(λ2) devemos resolver os sistemas lineares ho- mogêneos associados, respectivamente, às matrizes 4I3 − A e (−8)I3 − A. Reduzindo por linhas à forma escalonada a matriz 4I3 − A, obtemos: 3 4I3 − A = 2 0 −4 0 0 −1 −5 0 10 L1 ← 1 2 L1 L2 ← −L2 L3 ← − 1 5 L3∼ 1 0 −2 0 0 1 1 0 −2 L3 ← L3 − L1∼ 1 0 −2 0 0 1 0 0 0 L1 ← L1 + 2L2∼ 1 0 0 0 0 1 0 0 0 . O sistema (4I3 −A) x y z = 0 0 0 é equivalente a 1 0 0 0 0 1 0 0 0 x y z = 0 0 0 portanto tem as mesmas soluções. Assim, x = 0 e z = 0 e consequentemente E(λ1 = 4) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x = 0 e z = 0} = {(0, y, 0) ; y ∈ R} = {y (0, 1, 0) ; y ∈ R}. Logo, β1 = {(0, 1, 0)} é uma base de E(λ1 = 4). Reduzindo por linhas à forma escalonada a matriz (−8)I3 −A, obtemos: (−8)I3 − A = −10 0 −4 0 −12 −1 −5 0 −2 L3←L3− 1 2 L1∼ −10 0 −4 0 −12 −1 0 0 0 L1 ← − 1 10 L1 L2 ← − 1 12 L2∼ 1 0 2 5 0 1 1 12 0 0 0 O sistema ((−8)I3 −A) x y z = 0 0 0 é equivalente a 1 0 2 5 0 1 1 12 0 0 0 x y z = 0 0 0 , portanto tem as mesmas soluções. Assim, x+ 2 5 z = 0 e y + 1 12 z = 0 e consequentemente E(λ2 = −8) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x+ 25z = 0 e y + 112z = 0} = {( −2 5 z,− 1 12 z, z ) ; z ∈ R } = {(−2 5 ,− 1 12 , 1)z ; z ∈ R}. Logo, β2 = {(−25 ,− 112 , 1)} é uma base de E(λ2 = −8). b) A não é diagonalizável, pois β = β1 ∪ β2 = {(0, 1, 0), (−25,− 112 , 1)} não é uma base do R3 formada por autovetores de A ou a soma das multiplicidades geométricas dos autovalores é 1 + 1 = 2 6= 3 = dimR3 ou ma(λ1 = 4) = 2 6= mg(λ1 = 4) = 1. 4 Questão 6 (1,6 pontos): Seja T : R2 −→ R2 a reflexão com respeito à reta de equação 5x − y = 0. Dê exemplo de uma base do R2 formada por autovalores de T , indicando os autovalores e determine a matriz de T na base canônica do R2. Solução: Seja T a reflexão com respeito à reta ℓ de equação 5x− y = 0. Como u = (1, 5) ∈ ℓ, temos que T (u) = u. Como v = (5,−1) é ortogonal a ℓ, então T (v) = −v. Assim, β = {v1 = u = (1, 5) ︸ ︷︷ ︸ λ1=1 , v2 = v = (5,−1) ︸ ︷︷ ︸ λ2=−1 } é uma base do R2 formada por autovetores da reflexão.P = [ v1 v2 ] = [ 1 5 5 −1 ] é a matriz de mudança de base, da base β para a base canônica, P diagonaliza T e a sua correspondente matriz diagonal é D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ 1 0 0 −1 ] . Temos que P−1 = − 1 26 [ −1 −5 −5 1 ] = [ 1 26 5 26 5 26 − 1 26 ] . Logo, a matriz da reflexão na base canônica é A = PDP−1 = [ 1 5 5 −1 ] [ 1 0 0 −1 ] [ 1 26 5 26 5 26 − 1 26 ] = [ 1 −5 5 1 ] [ 1 26 5 26 5 26 − 1 26 ] = [ −24 26 10 26 10 26 24 26 ] . 5
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