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EDAM7 Equações Diferenciais Parciais Profa. Dra. Anna Karina Fontes Gomes IFSP - Campus Cubatão INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA São Paulo Câmpus Cubatão Equação Diferencial Parcial ◮ Uma Equação Diferencial Parcial (EDP) expressa relações entre taxas de variação em relação à várias variáveis ◮ A forma geral de uma EDP para uma função u(x1, x2, · · · , xn) é dada por F ( x1, · · · , xn, u, ∂u ∂x1 , · · · , ∂u ∂xn , ∂2u ∂x2 1 , · · · , ∂2u ∂x1∂xn , · · · , ∂ku ∂xkn ) = 0 em que x = (x1, · · · , xn) ∈ Ω, Ω é um subconjunto aberto de R n, F é uma função dada e u = u(x) é a função que desejamos determinar. Equação Diferencial Parcial ◮ Uma EDP é dita linear se é de primeiro grau em u e em todas as duas derivadas parciais que ocorrem na equação ◮ Caso contrário, dizemos que a EDP é não linear ◮ A ordem de uma EDP é dada pela derivada parcial de maior ordem que ocorre na equação ◮ Uma EDP é dita homogênea se o termo que não contém a variável dependente é identicamente nulo Equação Diferencial Parcial ◮ A parte da equação que contém as derivadas de maior ordem determina, em muitos casos, propriedades das soluções ◮ Essa parte é chamada parte principal da EDP ◮ Dentre as equações não lineares, as que têm parte principal linear são chamadas semi-lineares. Equação Diferencial Parcial - Exemplos 1. x ∂u ∂x − y ∂u ∂y = sin(xy ) 2. ut = uxxx + uux Korteweg e deVries (KdV) 3. utt − uxx + sin u = 0 Sine-Gordon 4. ∂2u ∂x2 + ∂2u ∂y2 = h(x , y ) Poisson 5. ∂u ∂t = α2 ∂2u ∂x2 Eq. do Calor 6. ∂2u ∂t2 = c2 ∂2u ∂x2 Eq. da Onda Linearidade e Superposição ◮ Os conceitos a seguir são válidos para EDPs lineares de qualquer ordem, mas falaremos de EDPs de primeira ou segunda ordem para simplificar ◮ Seja x = (x1, · · · , xn). Consideramos uma equação do tipo n ∑ i ,j=1 aijDiDju + n ∑ j=1 bj (x)Dju + c(x)u + d (x) = 0 em que Dk são operadores de derivadas parciais na variável xk , com k = 1, · · · , n. Linearidade e Superposição ◮ Podemos reescrever a equação acima na forma Lu = f , em que f = −d (x) e (Lu)(x) = n ∑ i ,j=1 aijDiDju + n ∑ j=1 bj (x)Dju + c(x)u ◮ A cada função u suficientemente diferenciável, corresponde uma única função Lu. Definimos então um operador L. Linearidade e Superposição ◮ Seja Ω um subconjunto aberto de Rn e suponha que as funções reais aij , bj e c são cont́ınuas em Ω. Então L : C k (Ω) → C (Ω) u 7→ Lu ◮ A terminologia operador é usada para enfatizar que a função L está definida entre espaços de funções (L leva u em Lu) ◮ Dizemos que L é um operador diferencial parcial Linearidade e Superposição ◮ Considerando o caso homogêneo da EDP, temos a equação Lu = 0 que é chamada equação homogênea associada à equação Lu = f ◮ Se as funções u1, u2, · · · , um satisfazem Lu = 0 e α1, α2, · · · , αm são escalares, então u = m ∑ j=1 αjuj (1) também é solução da equação (Prinćıpio da superposição). Linearidade e Superposição ◮ Podemos entender L como um operador linear definido em um espaço vetorial de funções V , e as soluções u ∈ V da equação Lu = 0 formam um subespaço de V . ◮ Ao contrário de EDOs lineares homogêneas, o espaço de soluções de uma EDP pode ter dimensão infinita. Uma EDP linear, inclusive, pode não ter solução. Linearidade e Superposição Proposição (Prinćıpio da Superposição) Seja L um operador diferencial parcial linear de ordem k cujos coeficientes estão definidos em um aberto Ω ⊆ Rn. Suponha que {um} ∞ m=1 é um conjunto de funções de classe C k em Ω satisfazendo a EDP linear homogênea Lu = 0. Então, se {αm} ∞ m=1 é uma sequência de escalares tal que a série u(x) = ∞ ∑ m=1 αmum(x) é convergente e k vezes diferenciável termo a termo em Ω, u satisfaz Lu = 0. Condições de Contorno e Iniciais ◮ Quando impomos condições sobre o valor da solução e de suas derivadas no bordo da região (condições de contorno), temos o chamado problema de valores de contorno ◮ No caso de condições iniciais, como existe mais de uma variável, é natural fixar uma das variáveis e impor o valor da solução e de suas derivadas parciais em relação à variável fixa. ◮ Vejamos alguns exemplos Condições de Contorno e Iniciais - Exemplos ◮ Exemplo 1: uy = 0, emR 2 u(0, y ) = f (y ), y ∈ R ◮ Exemplo 2 ut = α 2uxx , em (0, l ) × (0, +∞), u(0, t) = 0 = u(l , t), t ≥ 0, y (x , 0) = f (x), x ∈ [0, l ] Condições de Contorno e Iniciais ◮ Dado um problema consistindo de uma EDP e condições de contorno e/ou inciais, existem três questões fundamentais 1. Existência de soluções 2. Unicidade de solução 3. Dependência da solução nos dados iniciais e/ou condições de contorno ◮ Um problema para o qual valem existência, unicidade e dependência cont́ınua nos dados iniciais e/ou de contorno, é chamado problema bem posto. Caso contrário, chamamos de problema mal posto ◮ Depender continuamente nos dados tem a ver com a ideia de que pequenas variações nos dados implicam em pequenas variações na solução.
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