Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tema 1 Estrutura organizacional: conceito e elementos básicos Quais elementos devem ser considerados pelos gestores quando eles desenham a estrutura organizacional? A estrutura organizacional está relacionada à maneira pela qual as tarefas são distribuídas, agrupadas e ordenadas, de modo a facilitar o alcance dos objetivos e das metas estabelecidas pela instituição. Os gestores que ocupam posição no nível institucional, ou seja, no topo, têm o poder de desenhar e redesenhar a estrutura organizacional. Apesar de estar restrita a esses gestores da organização, a estrutura influencia e delimita as ações dos demais gestores que ocupam posições em outros níveis hierárquicos. Isso significa dizer que cada gestor deve estruturar e organizar as tarefas de acordo com o nível hierárquico de sua responsabilidade. Na estrutura organizacional são indicados os procedimentos, as relações e os papeis organizacionais. Assim, as pessoas conseguem realizar um conjunto de atividades segundo os critérios de divisão do trabalho, além de oferecer a coordenação das atividades executadas por meio da supervisão hierárquica, dos procedimentos, das regras e da socialização. Antes de continuarmos, vamos refletir sobre a seguinte questão: as pessoas que ocupam cargos nas organizações necessitam de um conjunto de competências e habilidades para realizarem suas atividades. É correto afirmar que todas as pessoas que fazem parte da organização desempenham os mesmos papeis? Papeis no ambiente organizacional https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u1/tema-1.htm#popup-1 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u1/tema-1.htm#popup-2 Os papeis no ambiente organizacional são distintos e diferenciam seus membros a partir dos cargos ocupados e funções exercidas. Assim, nem todas as pessoas desempenham os mesmos papeis no ambiente organizacional. Cabe destacar que os administradores nas organizações desempenham diferentes papeis. Henry Mintzberg desenvolveu uma pesquisa e identificou que os administradores desempenham dez papeis, que foram agrupados em três categorias: interpessoais, decisórias e informacionais. Para aprofundar seu conhecimento sobre as categorias desenvolvidas por Mintzberg, sugerimos a leitura do texto Henry Mintzberg e as competências gerenciais. Organograma A estrutura organizacional é representada por um organograma. Você sabe o que é um organograma? Organograma é uma representação gráfica da estrutura organizacional. Nessa representação estão as funções, os departamentos, os cargos e as relações entre eles. Nele os retângulos representam a divisão do trabalho e os tipos de departamentalização adotados pela organização, dispostos em níveis que representam a hierarquia da empresa. As linhas que interligam os retângulos correspondem à distribuição de autoridade ou à cadeia de comando. Dessa forma, torna-se possível identificar as relações de autoridade e responsabilidade na organização. No organograma apresentado a seguir, é possível visualizar os retângulos e as linhas de comunicação. Os retângulos apresentam os cargos, sendo que, em alguns organogramas, essa figura pode representar os órgãos. Já as linhas de comunicação correspondem aos canais de comunicação, que podem ser ascendentes ou descendentes. A comunicação ascendente, ou seja, de baixo para cima, indica uma relação de responsabilidade; enquanto que a descendente, de cima para baixo, é indicativa de uma relação de autoridade. Presidente Vice Presidente Diretor Financeiro Gerente Financeiro Gerente Controladoria Coord. Financeiro Coord. Controladoria Anal ista Auxiliar Financeiro Analista Controladoria Auxiliar Controladoria http://www.portal-administracao.com/2014/05/henry-mintzberg-e-os-papeis-gerenciais.html Fina nceir o Elementos básicos da estrutura organizacional A seguir, vamos conhecer os elementos básicos na construção de uma estrutura organizacional. São eles: especialização do trabalho, departamentalização, cadeia de comando, amplitude de controle, centralização e descentralização e a formalização. Os administradores devem manter o foco nesses elementos durante a construção do desenho da estrutura organizacional, pois estes precisam estar alinhados com a realidade da organização. Especialização do trabalho O trabalho nas organizações não é realizado por completo por uma única pessoa, ou seja, ele é dividido em um número de partes (tarefas), que são distribuídas entre as pessoas de acordo com suas habilidades, competências e conhecimento. Assim, cada pessoa na organização é responsável pela realização de uma ou mais tarefas. A divisão e a padronização das tarefas propiciam a especialização do trabalhador, o que facilita a aprendizagem no que se refere à execução da tarefa que está sob sua responsabilidade, além de contribuir para a produtividade. O "grau em que as funções na organização são subdivididas em tarefas separadas" é denominado por Robbins et al. (2010, p. 471) especialização do trabalho. Nas organizações, o grau de especialização de tarefas é variável, e isso ocorre devido às especificidades de cada organização (porte, número de empregados, composição do cargo etc.). Em uma organização, o ocupante do cargo pode desempenhar um conjunto de tarefas, enquanto que em um mesmo cargo ocupado por outro indivíduo, em outra instituição, as tarefas podem ser diferentes. Assim, cabe a cada organização optar pelo grau de especialização a ser adotado, se horizontal ou vertical. Especialização vertical Especialização horizontal Quando a organização percebe a necessidade de aumentar a quantidade de níveis Aponta a quantidade de tarefas distintas a serem realizadas e a necessidade de Especialização vertical Especialização horizontal hierárquicos com a finalidade de melhorar o nível de supervisão. aumentar o número de órgãos no mesmo nível. Departamentalização As tarefas comuns resultantes da fragmentação do trabalho por meio da especialização são agrupadas com a finalidade de serem coordenadas e, assim, melhorar a produtividade. Para Robbins et al. (2010, p. 472), "a base para o agrupamento das tarefas em uma organização" é denominada departamentalização. Os critérios mais comuns para departamentalizar as tarefas na organização são: geográfica ou territorial; cliente ou clientela; produto ou serviço; funcional, projeto ou processos. Nas organizações, é possível encontrarmos mais de um tipo de departamentalização. Todos os tipos de departamentalização listados anteriormente apresentam vantagens e desvantagens. Assim, a organização deve optar pelo critério que contribuirá para melhorar a sua eficiência e eficácia. A seguir, apresentaremos um exemplo de uma estrutura organizacional com vários tipos de departamentalização. Presidência Divisão financeira Divisão de produção Divisão de marketing Departamento de motores Departamento de eletrodomésticos Departamento de geladeiras Seção de enrolame nto Seção de pré- montagem Seção de montagem Setor de planejamento Setor de controle Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da Administração: abordagens prescritivas e normativas. v. 1, 7. ed. São Paulo: Manole, 2014. p. 390. Cadeia de comando https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u1/tema-1.htm#popup-3 Robbins et al. (2010, p. 473) definem que cadeia de comando corresponde a uma "linha única de autoridade que vai do topo da organização até o escalão mais baixo, determinando quem se reporta a quem na empresa." Assim, torna-se necessário apresentar dois conceitos: autoridade e responsabilidade. A autoridade corresponde ao direito que um indivíduo tem de dar ordens a terceiros, em função de sua posição na hierarquia,e ele espera que elas sejam atendidas. A responsabilidade está relacionada ao dever que um indivíduo tem em relação à realização das tarefas. Com a finalidade de contribuir com a coordenação, cada posição administrativa é colocada em um local na cadeia de comando. Assim, cada administrador recebe um grau de autoridade para realizar suas responsabilidades (ROBBINS et al., 2010). Na unidade de comando, há "a ideia de que cada subordinado deve ter apenas um superior a quem se reportar diretamente" (ROBBINS et al., 2010, p. 473). O princípio da unidade de comando contribui no sentido de manter o conceito da linha única de autoridade. Amplitude de controle Robbins et al. (2010, p. 474) entendem que o conceito de amplitude de controle é derivado da distribuição de autoridade e responsabilidade e mensura o "número de subordinados que um gestor pode dirigir de forma eficiente e eficaz." Destacamos como uma importante decisão a organização a definição da quantidade apropriada de indivíduos que ficarão subordinados aos gestores, a fim de estabelecer a quantidade de níveis hierárquicos e de gestores. A amplitude de controle adotada é responsável pela configuração geral da estrutura organizacional. Vejamos a seguir os tipos de amplitude. Ocorre quando o trabalho exige um menor grau de supervisão individual, pois, assim, o gestor consegue dirigir um grande número de subordinados. Nessa situação, há menos níveis hierárquicos e, consequentemente, menos gestores. Ocorre quando o trabalho exige um maior grau de supervisão individual, pois, assim, o gestor consegue dirigir um pequeno número de subordinados. Nessa situação, há mais níveis hierárquicos e, consequentemente, mais gestores. Na atualidade, a maioria das organizações está optando por uma amplitude de controle maior, visando melhorar o processo de delegação e ter rapidez. Centralização e descentralização A centralização e descentralização estão relacionadas ao processo de tomada de decisão na organização. A centralização corresponde ao grau em que o processo decisório está reunido em um único ponto da organização (ROBBINS et al., 2010). Geralmente, o termo centralização é utilizado para indicar quando as decisões fundamentais são tomadas pela cúpula da organização, podendo haver pouca ou nenhuma participação dos níveis hierárquicos mais baixos. Na descentralização, destacamos que existe a participação dos escalões mais baixos. Ressaltamos que tanto a centralização quanto a descentralização apresentam aspectos positivos e negativos, mas é inegável que na descentralização a tomada de decisão é mais rápida. Formalização A formalização corresponde ao "grau em que as tarefas dentro da organização são padronizadas" (ROBBINS et al., 2010, p. 474). Um aspecto que merece nossa atenção é que a formalização varia de uma organização para outra. Nas organizações que apresentam alto grau de formalização, os indivíduos não têm muita liberdade de ação, e os comportamentos são programados. Além disso, o controle sobre o comportamento do indivíduo é grande, e a sua autonomia é reduzida. Tema 2 Modelos básicos de estrutura organizacional: tipos e características Os tipos de estrutura organizacional existentes são indicados para qualquer organização? Os modelos básicos de estrutura organizacional são: linear, funcional e linha-staff. Esses tipos de modelos apresentam suas particularidades, vantagens e desvantagens. Assim, a organização precisa analisar qual desses modelos, ou a combinação deles, é o mais apropriado. Vejamos cada um a seguir. Organização linear Sua estrutura é simples, antiga e apresenta formato piramidal. A base dessa organização é a hierarquia do poder e da autoridade, e ela apresenta as seguintes características: Autoridade única baseada na hierarquia. Linhas formais de comunicação. Centralização das decisões. Fonte: Anhembi As vantagens desse tipo de organização são: estrutura simples e de fácil compreensão, clara delimitação das responsabilidades referentes a cada órgão, facilidade de implantação e estabilidade e adequação a organizações de pequeno porte. Como desvantagens, destacamos: dificuldade de substituição do gestor devido ao seu conhecimento genérico, comando autocrático, falta de flexibilidade, ênfase em chefes generalistas e congestionamento dos canais de comunicação na medida em que a organização cresce. (CHIAVENATO, 2014) Organização funcional Baseia-se no princípio funcional ou princípio da especialização e tem como características: Autoridade funcional ou dividida. Linhas diretas de comunicação. Descentralização das decisões. Ênfase na especialização. Fonte: Anhembi Destacamos como vantagens desse tipo de organização: melhor supervisão técnica devido à especialização dos órgãos e comunicações diretas e sem intermediação. Apontamos como desvantagens: subordinação múltipla que ocasiona a diminuição da autoridade de comando, tendência à concorrência entre os diferentes especialistas, confusão quanto aos objetivos e existência de tensões e conflitos dentro da organização. (CHIAVENATO, 2014) http://www2.anhembi.br/html/ead01/gestao_empresarial/lu02/lo1/img/img02.jpg http://www2.anhembi.br/html/ead01/gestao_empresarial/lu02/lo1/img/img02.jpg Organização linha-staff Trata-se da combinação dos tipos de organização linear e funcional, visando aumentar as suas vantagens e reduzir as desvantagens, na qual há predominância das características da organização linear. Esse tipo de estrutura garante orientação especializada sem quebrar o princípio da unidade de comando, pois o staff não desempenha o papel de chefia, e sim de assessoramento. Apresentamos como características desse tipo de organização: Coexistência de linhas formais de comunicação com a prestação de assessoria funcional. Divisão entre órgãos operacionais (de linha) e órgãos de apoio (staff ou assessoria), permitindo a coexistência da hierarquia de comando e da especialização técnica. Esse tipo de estrutura é comum nas empresas. A organização linha-staff, igualmente às anteriores, apresenta vantagens e desvantagens. Como vantagens dessa estrutura, destacamos: oferta interna de assessoria especializada e inovadora, com a manutenção do princípio da unidade de comando e atividade conjunta e coordenada dos órgãos de linha e staff. Como desvantagens, têm-se: possibilidade de conflitos entre a operação (linha) e a assessoria (staff) e dificuldade no equilíbrio dinâmico entre o poder de linha e o poder de staff. (CHIAVENATO, 2014) Presidência Assessoria especial Divisão I Divisão II Divisão III Modelos de estruturas organizacionais Segundo Robbins et al. (2010), em relação aos modelos mais comuns de estruturas organizacionais, temos: a estrutura simples, a burocracia e a estrutura matricial. Vejamos cada uma delas a seguir. Estrutura Simples: Consiste em um tipo de estrutura achatada, com, no máximo, até três níveis verticais, ágil, flexível e apropriada para organizações de pequeno porte, mas isso não a limita para empresas desse tamanho. Essa estrutura apresenta baixa formalização e grande centralização, o que sobrecarrega as informações no topo. Dissemos que essa estrutura é mais indicada para as organizações de pequeno porte porque, à medida que ela cresce, os processos se tornam mais complexos e lentos. Geralmente, nas organizações de pequeno porte, o dono desempenha o papel de dirigente, logo tudo depende de suas decisões. Isso pode dificultar um pouco a gestão do negócio, já que as coisas ficam centralizadas nele. A amplitude de controle nessa estrutura é grande. Burocracia: Nessa estrutura, ressaltamos a rigidez, a autoridade centralizada e a dificuldade de solucionar problemas e situações não previstos previamente e que não se ajustam às regras da empresa. Em relação à amplitudede controle, ao contrário da estrutura simples, ela é menor. Na burocracia, há capacidade de executar atividades padronizadas com bastante eficiência. As tarefas operacionais cotidianas são realizadas por meio da especialização, regras e regulamentos. A especialização pode propiciar o surgimento de conflitos entre as unidades. Isso porque as metas das unidades funcionais (recursos humanos, produção/operação, pesquisa e desenvolvimento, marketing e finanças) podem se sobrepor às metas estabelecidas pela organização como um todo. Os indivíduos que trabalham em uma organização cuja estrutura seja a burocracia não tem autonomia e liberdade para tomar decisões que não estejam em acordo com as regras estabelecidas. Assim, eles são condicionados a obedecer às regras incondicionalmente. Estrutura Matricial: Trata-se de uma estrutura híbrida, uma vez que conjuga a departamentalização funcional com a de produto. Assim, ela busca obter as vantagens desses dois tipos de departamentalização, minimizando seus pontos fracos. Nessa estrutura, não há unidade de comando, visto que os indivíduos têm dois chefes. A estrutura matricial é muito utilizada nas organizações. Apresentamos, abaixo, um modelo de estrutura matricial. Vídeo Tema 3 Novos modelos de estruturas organizacionais: características e aplicação Por que o tamanho da organização influencia sua estrutura? Em função da dinâmica do ambiente de negócios, novos modelos de estruturas organizacionais estão sendo desenvolvidos com a finalidade de contribuir com a competitividade da instituição. Assim, a estrutura de equipe, a organização virtual e a organização sem fronteiras são alguns dos novos modelos de estruturas que estão sendo propostos. (ROBBINS et al., 2010). Estrutura de equipe: Nesse modelo de organização das atividades, as empresas utilizam as equipes como um importante meio de coordenação das atividades de trabalho. As barreiras departamentais são eliminadas, e o processo de tomada de decisão é descentralizado ao nível das equipes. Este modelo organizacional pode ser utilizado em organizações de pequeno e grande porte. Destacamos que, nesse tipo de estrutura, os funcionários precisam ser tanto generalistas quanto especialistas. Organização virtual em rede ou modular: Os três termos são utilizados para caracterizar um tipo de organização que se utiliza da Tecnologia da Informação (TI) como alicerce para sua formação. Robbins et al. (2010, p. 480) definem organização virtual como sendo uma "organização pequena que terceiriza a maior parte das funções de seu negócio." A TI é usada como instrumento para unir processos, recursos materiais e humanos sem que precisem estar no mesmo espaço físico. Essa estrutura organizacional tem a flexibilidade como aspecto positivo e a diminuição do controle de seus dirigentes em relação a assuntos importantes da empresa como aspecto negativo. Assim, podemos dizer que a organização virtual é constituída por parceiros (outras empresas) que se juntam para alcançar um mesmo objetivo. Organização sem fronteiras Esse tipo de estrutura organizacional consiste em uma "organização que busca eliminar a cadeia de comando, ter amplitude ilimitada de controle e substituir os departamentos por equipes autônomas." (ROBBINS et al., 2010, p. 482). Trata-se de um modelo de organização no qual os indivíduos estão com seus computadores ligados e conectados a sistemas que permitem a comunicação entre eles e diretamente com seus dirigentes. Nessa estrutura, as barreiras geográficas e hierárquicas são vencidas. Esse modelo está apoiado na tecnologia da informação (TI), o que favorece que as decisões sejam tomadas sem que haja a necessidade de todos estarem juntos no mesmo espaço físico. A eliminação da cadeia de comando favorece o "achatamento", e a criação de equipes contribui para que a tomada de decisão seja feita de forma cooperativa. Modelos organizacionais: mecânico e orgânico Os modelos organizacionais estão associados às características da organização e do ambiente no qual realizam suas tarefas. Assim, podemos dizer que os modelos organizacionais estão associados a fatores internos e externos da organização. A seguir, apresentaremos as características de dois modelos organizacionais: mecânico e orgânico. Mecânico ou mecanicista Orgânico Nesse modelo, os indivíduos são especializados em suas funções e as tarefas As características desse modelo são semelhantes às da estrutura simples. Em Mecânico ou mecanicista Orgânico bem definidas, a comunicação é vertical, as relações são impessoais, e há importante valorização em relação à obediência e à lealdade. Outra característica que merece ser destacada é a hierarquia, ou seja, há vários níveis hierárquicos e centralização do poder na cúpula. As tarefas que predominam nesse modelo são as rotineiras. No modelo mecânico existe alta formalização devido à grande quantidade de regras e procedimentos. relação ao modelo mecânico, o grau de especialização do trabalho e a formalização são menores. Há poucos níveis hierárquicos e a tomada de decisão não fica restrita à cúpula da organização, tendo a participação dos níveis mais baixos. Assim, as decisões são descentralizadas e há maior participação dos envolvidos. Destacamos a presença de equipes multifuncionais, o que permite que a comunicação flua melhor. Principais forças determinantes de uma estrutura organizacional A escolha da estrutura organizacional está associada às variáveis ambientais. Dessa forma, o gestor, no processo decisório em relação ao modelo organizacional mais apropriado, deve considerar os aspectos internos e externos. As condicionantes para a decisão da estrutura organizacional devem considerar a estratégia, o tamanho da organização, a tecnologia e o ambiente como principais forças causadoras ou determinantes nesse importante processo de decisão. O gestor desempenha o papel de decidir qual a estrutura mais adequada. A seguir, estudaremos cada uma dessas forças separadamente (SOBRAL; PECI, 2008). Estratégia: A estrutura serve para que os objetivos e as metas estabelecidos pela organização sejam alcançados com eficiência e eficácia, portanto deve estar alinhada com a estratégia corporativa. Isso fica claro quando temos uma organização de pequeno porte que fabrica e comercializa um único produto no mercado. Mas, à medida que ela pretende ofertar um maior número de produtos para seus potenciais clientes, torna-se necessário modificar sua estrutura organizacional. Assim, quando a organização se desenvolve e modifica suas estratégias, a estrutura precisa acompanhar, a fim de continuar auxiliando no alcance dos resultados pretendidos. Tamanho da organização: O aumento do tamanho da organização é um dos fatores que contribui para a alteração na estrutura organizacional. Portanto, à medida que a empresa passa do estágio de pequeno para grande porte, torna-se necessário modificar sua estrutura, para que os objetivos e seu desempenho não fiquem prejudicados. Em uma empresa de grande porte, o grau de delegação e descentralização, formalização e diferenciação vertical e horizontal aumentam. Então, se a empresa adotava um modelo organizacional simples, terá de adequar sua estrutura, caso contrário iniciará a lentidão no processo decisório, o controle ficará prejudicado, além de outros problemas organizacionais. Tecnologia: A transformação de insumos em produtos ou serviços requer o uso de tecnologia. Assim, o tipo de produção (por unidade ou em massa) influencia a tecnologia a ser utilizada e, consequentemente, a estrutura organizacional. Nas organizações que utilizam a produção por unidade, o modelo orgânico é mais apropriado, uma vez que requer baixa formalização, descentralização do poder e baixa diferenciação horizontal. Destacamos que na produção por unidade há baixa diferenciação vertical,enquanto que na produção em massa há essa diferenciação é alta. Já nas organizações que fazem uso da produção em massa, o modelo organizacional mais adequado é o mecânico. Esse tipo de produção requer moderada diferenciação horizontal, alta diferenciação vertical, alta formalização e centralização do poder. Ambiente: Os fatores presentes no ambiente externo influenciam o tipo de estrutura. Assim, a dinâmica e a complexidade são aspectos ambientais que influenciam a estrutura organizacional. O ambiente pode ser classificado em função da quantidade de variáveis ambientais existentes e o ritmo das mudanças. O ambiente é denominado de simples quando há presença de poucas variáveis ambientais, e complexo quando ocorre o oposto. Em relação à mudança, o ambiente é dinâmico quando o ritmo da mudança é elevado e estável quando o grau de mudança não é tão intenso e o ambiente é mais previsível. A instabilidade e incerteza presentes no ambiente requerem modelos organizacionais orgânicos que consigam se adaptar às constantes transformações do ambiente. Por outro lado, modelos mecânicos são mais indicados para ambientes estáveis e que permitam maior grau de padronização. Produção por unidade: produção de bens customizados ou em pequenos lotes, como aviões, navios, joias personalizadas etc. Produção em massa: produção de bens padronizados em grande quantidade, como automóveis, eletrodomésticos, vestuário, calçados etc. Encerramento Quais elementos devem ser considerados pelos gestores quando eles desenham a estrutura organizacional? Os elementos básicos que os gestores devem considerar no desenho da estrutura organizacional são: especialização do trabalho, departamentalização, cadeia de comando, amplitude de controle, centralização e descentralização e a formalização. Os tipos de estrutura organizacional existentes são indicados para qualquer organização? Não. O gestor responsável pela decisão do tipo de estrutura organizacional deverá considerar aspectos internos e externos da organização, que deverá decidir pelo tipo de estrutura que contribua para a melhoria da sua produtividade e desempenho. Assim, podemos afirmar que cada modelo organizacional é indicado para um tipo de organização. Por que o tamanho da organização influencia sua estrutura? O tamanho é uma condicionante que influencia na decisão do tipo de estrutura mais apropriada. Em uma organização de pequeno porte, é possível trabalharmos com o conceito de centralização e baixa formalização, mas, à medida que ela cresce, tornam-se necessárias a delegação e a descentralização, bem como o aumento do grau de formalidade, para evitar a falta de controle. Resumo da Unidade Vimos nessa unidade que a estrutura organizacional ou o modelo organizacional deve ser criteriosamente analisado pelo gestor antes da decisão a respeito do tipo mais apropriado. Na estrutura, será definido como as tarefas serão organizadas de modo a contribuir para a produtividade da organização e o bom desempenho organizacional. Logo, o gestor deve ter em mente os elementos básicos que devem ser considerados quando desenham suas estruturas. Os modelos básicos de estrutura organizacional, linear, funcional e linha-staff, apresentam vantagens e desvantagens. Há, também, os modelos mais comuns nas organizações, são eles: estrutura simples, burocracia e estrutura matricial. Com relação aos novos modelos de estruturas organizacionais, apresentamos a estrutura de equipe, a organização virtual e a organização sem fronteiras. Quanto às forças que influenciam no processo decisório quanto à escolha da estrutura organizacional, o gestor deve considerar a estratégia, o tamanho da organização, a tecnologia e o ambiente como principais forças causadoras ou determinantes nesse importante processo de decisão. Por fim, podemos concluir que não há modelo organizacional certo ou errado, e sim o mais apropriado para a situação. Para aprofundar e aprimorar os seus conhecimentos sobre os assuntos abordados nessa unidade, não deixe de consultar as referências bibliográficas básicas e complementares disponíveis no plano de ensino publicado na página inicial da disciplina. Tema 1 Cultura organizacional Cultura organizacional pode ser considerado um termo descritivo? Cada organização é única porque possui a sua própria identidade. Destacamos que até mesmo as organizações que são concorrentes em um mesmo mercado são diferentes. Logo, não existem duas organizações iguais. Isso torna-se possível porque cada organização possui seus valores compartilhados, costumes, tradições, códigos de conduta, objetivos, metas, normas, crenças e hábitos que são transmitidos de geração para geração. As organizações possuem características próprias, que podem ser classificadas como tangíveis e intangíveis, visíveis e invisíveis, o que, de certa forma, influenciam o relacionamento dos empregados, interna e externamente, e seu comportamento. Isso faz com que muitas situações, agradáveis ou desagradáveis, ocorram no contexto organizacional. Esses eventos são resultantes de sua cultura, ou seja, da cultura organizacional ou corporativa. A cultura organizacional condiciona o comportamento dos indivíduos que trabalham na instituição e influencia o processo de comunicação e as relações interpessoais. Assim, podemos afirmar que a cultura organizacional é uma das variáveis que afeta o comportamento organizacional. O comportamento rotineiro dos indivíduos, o modo como interagem e pensam correspondem à cultura organizacional. Assim, os novos integrantes precisam aprender, aceitar e compartilhar esse comportamento para serem aceitos na organização. Chiavenato (2014, p. 153) afirma que "cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia a dia e que direcionam suas ações para a realização dos objetivos organizacionais." Cultura organizacional pode ser definida como um "sistema de valores compartilhados pelos membros de uma organização que a diferencia das outras." (ROBBINS et al., 2010 p. 501). Robbins et al. (2010) entendem que a cultura organizacional está relacionada ao modo pelo qual os empregados percebem as características da cultura. Ressaltamos que, embora a cultura organizacional não seja tangível, ela pode ser percebida por todos no contexto organizacional, está presente do topo até a base da organização e pode ser descrita pelos indivíduos. Cultura organizacional é um termo descritivo, uma vez que busca descrever as características que compõem a organização e não se refere à satisfação ou insatisfação dos empregados em relação ao trabalho. Na literatura, existem diferentes conceitos para cultura organizacional. Contudo, nós a definimos como um conjunto de hábitos, valores, crenças, padrões, atitudes, expectativas e a maneira rotineira de pensar e fazer as coisas que são compartilhados por todos os membros da organização. Cada organização tem a sua própria cultura, que pode ser rígida ou flexível, hostil ou apoiadora e inovadora ou conservadora. É importante respeitar as diferenças sociais, principalmente no caso das organizações transnacionais. Nesse caso, ela precisa respeitar a sua cultura, mas não pode ignorar a cultura local. O gestor de uma empresa transnacional deve ter um pensamento global, mas agir de acordo com a cultura local. A empresa precisa ter flexibilidade para fazer os ajustes necessários. Dessa forma, ela conseguirá adequar as diferenças relacionadas a seus fornecedores, clientes e governo. As organizações que apresentam uma cultura mais flexível ampliam a possibilidade de obter sucesso nos negócios. Os indivíduos precisam se adequar à cultura da empresa para conseguirem sucesso em sua carreira, uma vez que eles participam de diferentes organizações. É importante destacar que as culturasinfluenciam o processo de aprendizagem do profissional. Dessa forma, o indivíduo que ocupa o cargo de diretor em uma companhia que tem como valor foco no resultado deve desenvolver uma atitude de "dono", e não apenas de empregado. No mercado, as organizações são reconhecidas pela qualidade de seus produtos e serviços, por suas instalações, pela maneira de tratar seus empregados. Na verdade, a organização é reconhecida por sua cultura organizacional, ou seja, a maneira como se relaciona com seus empregados, fornecedores, clientes e consumidores, e por seu modo de agir diante de diferentes situações. A empresa transnacional ou globalizada possui a matriz em um determinado país e atua em diferentes territórios dispersos no mundo, pois, assim, ela não fica limitada às barreiras territoriais. Na atualidade, é comum encontrarmos empresas que têm a sua sede em um país e unidades espalhadas por outras regiões, com a finalidade de reduzir seus custos. Níveis da cultura organizacional Anteriormente, dissemos que a cultura organizacional é intangível, portanto não se trata de algo palpável, mas que apresenta elementos visíveis e não visíveis. Poderíamos dizer que a cultura organizacional é formada por três camadas. Souza (2014) afirma que a cultura organizacional se manifesta em três níveis. Com o intuito de melhorar o entendimento sobre esses níveis, utilizaremos a imagem de um iceberg. Artefatos: Iniciaremos a explicação pelo nível correspondente à ponta do iceberg, que está totalmente de fora, para, em seguida, passarmos pelo nível que está entre a parte visível até o mais profundo. Os artefatos correspondem ao nível cujas características estão visíveis e podem ser observadas com facilidade por todos os membros da organização. As características correspondentes a esse nível são: estrutura organizacional, tecnologia e práticas organizacionais, métodos e procedimentos de trabalho, móveis, objetos decorativos, processos organizacionais, vestuário, linguagem, mitos. É comum nas empresas o andar ou a sala da diretoria ter uma decoração e um mobiliário mais sofisticados em relação aos demais. Esse artefato indica que os profissionais que ocupam aquele espaço possuem uma posição de liderança. Em algumas organizações, o crachá do estagiário, do prestador de serviço e do empregado são diferentes, pois isso demonstra a diferença entre eles. Valores: Os valores representam as normas, estratégias, objetivos, relações afetivas, atitudes dos membros da organização, poder, padrões de influenciação, expectativas. Algumas empresas exibem em seus quadros sua missão, visão e valores para que todos tenham conhecimento e os compartilhem. Trata-se de algo que a maioria dos membros da empresa acredita. Podemos exemplificar alguns modelos de valores: foco no cliente, ética, respeito, meritocracia etc. Pressuposições básicas : Estão no nível mais profundo da cultura organizacional e são compostos pelas crenças, percepções e sentimentos, pressupostos tidos como inquestionáveis. Tema 2 Funções da cultura organizacional Qual a diferença entre cultura dominante e subcultura? A cultura corresponde às percepções dos membros da organização e reflete a mentalidade predominante desta. É desejado que o dirigente e os demais profissionais da organização, independente do nível em que estejam, tenham uma percepção comum acerca da cultura e descreva-a de modo semelhante, tendo em vista que o conceito de cultura organizacional está relacionado a um sistema de valores compartilhados por todos os membros da empresa. Destacamos que a cultura está relacionada ao modo pelo qual os membros percebem as características da organização, portanto trata-se de um termo descritivo, que não está relacionado à satisfação do indivíduo no trabalho, conforme vimos anteriormente A cultura organizacional expressa: O modo pelo qual a organização realiza seus negócios. O tratamento dispensado a seus clientes, consumidores e empregados. O grau de autonomia concedido a seus empregados. O comprometimento de seus membros com os objetivos e a missão organizacional. Função da cultura organizacional A cultura organizacional tem como funções: Fronteiras Definir fronteiras, no sentido de criar distinções entre as organizações. Senso de identidade Proporcionar senso de identidade aos participantes da organização. Engajamento Contribuir para o engajamento de todos, no sentido de atingir os resultados pretendidos pela empresa e ajudar no alcance dos objetivos organizacionais. Estabilidade Estimular a estabilidade do sistema social. Sintetizando, a cultura organizacional interliga todas as partes da empresa e ajuda a mantê-la unida. Destacamos que a cultura organizacional tem a função, também, de fornecer padrões adequados para aquilo que os empregados irão realizar ou dizer. A cultura serve como mecanismo de controle que direciona e dá forma às atitudes e ao comportamento dos membros da organização. https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u2/tema-1.htm#popup-3 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u2/tema-2.htm#popup-1 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u2/tema-2.htm#popup-2 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u2/tema-2.htm#popup-3 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u2/tema-2.htm#popup-4 Souza (2014, p. 25) aponta como funções da cultura organizacional: "delimitar as fronteiras da organização e de seus grupos e limitar a estratégia empresarial." Destacamos que duas funções importantes da cultura organizacional são: oferecer soluções no que se refere à integração interna e à adaptação externa. (SCHEIN, 2009) Integração interna A cultura organizacional pode contribuir no sentido de oferecer soluções para problemas de integração interna, ou seja, a integração do indivíduo com a organização que influenciará o modo como a organização vai coordenar suas atividades. A convivência interna diz respeito a como eles devem interagir, que tratamento devem se dar e como devem resolver conflitos: Adequar a linguagem de modo que os membros da organização consigam se comunicar e manter um diálogo entre eles. Delimitar as fronteiras de quem faz parte da organização e a definição dos critérios de pertencimento, ou seja, definir quem, de fato, é membro. Orientar como obter poder e status e como o indivíduo deve lidar com a autoridade e com seus colegas de equipe de trabalho. Desenvolvimento de normas relacionadas a como a organização irá lidar com a intimidade no contexto organizacional entre os membros do grupo no que se refere a amizades, amor. Definir os comportamentos que serão ou não aceitos pela organização no que se refere à recompensa ou à punição, com o intuito de moldar o comportamento dos integrantes. Utilização da ideologia e das crenças para explicar eventos que aparentemente não apresentam explicação. Adaptação externa A cultura organizacional tem como função, também, a adaptação externa, que se refere ao posicionamento estratégico (SOUZA, 2014): Definir a estratégia que contribuirá para que a empresa se mantenha competitiva no mercado no qual ela atua. Definir as metas que contribuirão para o cumprimento da missão da organização. Estabelecer os meios (recursos) que serão necessários para que os objetivos sejam alcançados, o que inclui estrutura organizacional, divisão do trabalho e sistemas de remuneração. Desenvolver critérios que permitam mensurar o desempenho da organização, a fim de verificar se os resultados esperados estão sendo alcançados. Estabelecer estratégias para correção dos desvios sempre que os resultados esperados não forem alcançados satisfatoriamente. A partir da apresentação das funções, compreendemos o quanto a cultura organizacional é importantepara a gestão dos negócios, pois a estratégia, os objetivos, as operações e o comportamento dos membros da organização são influenciados por seus elementos. O aumento da amplitude de controle, a opção pelo trabalho em equipe, o achatamento da estrutura organizacional, a redução do grau de formalização, a concessão de maior autonomia para os empregados e o compartilhamento dos valores consequentes de uma cultura organizacional forte contribuem para que todos os indivíduos sigam para a mesma direção. Robbins et al. (2010, p. 503) definem cultura forte como sendo "uma cultura na qual os valores essenciais são intensamente acatados e compartilhados de maneira ampla." C A cultura se torna forte à medida que cresce o número de empregados que aceitam os valores fundamentais da organização e se comprometem com eles. U L T Em relação a influência da cultura no comportamento dos empregados, podemos afirmar que é diretamente proporcional, ou seja, quanto mais forte for a cultura maior será sua influência. U R A Isto propicia um clima interno de alto controle comportamental. Como mencionado anteriormente, a cultura organizacional representa uma percepção comum mantida por todos os indivíduos que dela participam. A cultura dominante refere-se à cultura da organização propriamente dita. Dessa forma, quando se fala da cultura de uma determinada instituição, estamos mencionando a cultura dominante. Destacamos que, apesar do conhecimento das características comuns da organização, isso não impossibilita a existência de subculturas. Robbins et al. (2010, p. 503) consideram que a cultura dominante "expressa os valores essenciais compartilhados pela maioria da organização." As subculturas referem-se às "culturas dentro da organização que expressam valores compartilhados por alguns grupos da organização." (ROBBINS et al., 2010, p. 503). As subculturas tendem a surgir nas organizações de grande porte. Tema 3 Surgimento e sustentação da cultura organizacional De que modo um empregado conhece a cultura de sua organização? As políticas adotadas, o funcionamento da organização e o modo pelo qual as atividades são coordenadas e as coisas são feitas são resultantes da cultura organizacional. Sabemos que tudo isso influencia o comportamento organizacional e é importante para a gestão do negócio. O surgimento da cultura organizacional em um primeiro momento é de responsabilidade do fundador, que exerce forte influência sobre ela. A cultura vai se formando com base nas crenças, nos pressupostos, nos artefatos, nos valores e em tudo aquilo que o fundador idealiza para a organização. A criação da cultura organizacional inicia a partir da visão do fundador sobre aquilo que ele considera que a organização deve ser. A cultura organizacional representa a "personalidade" da organização, portanto ela não surge aleatoriamente. Assim, o seu processo de surgimento é realizado em três partes. O fundador só admite e retém profissionais que tenham pensamentos e sentimentos semelhantes ao dele. Os profissionais contratados são doutrinados e socializados de forma semelhante ao modo de pensar e sentir do fundador. O comportamento dos fundadores atua como um modelo com o qual os profissionais são motivados a se identificarem e introjetarem seus valores, pressupostos e convicções. A partir do momento em que a organização atinge o sucesso, a personalidade do fundador passa a se tornar parte integrante da cultura organizacional. Na atualidade, podemos destacar a personalidade de alguns fundadores que passaram a fazer parte da cultura organizacional, como, por exemplo, Roberto Marinho, da Rede Globo, Silvio Santos, do SBT, entre outros. Sabemos que a cultura organizacional não surge "por acaso", no período inicial ela é fortemente influencia por seu fundador e que o processo de criação passa por três estágios diferentes, conforme apresentado anteriormente. Em relação à manutenção da cultura organizacional, após o seu estabelecimento, tornam-se necessárias algumas práticas visando à sua manutenção. Robbins et al. (2010, p. 504) consideram que as práticas de manutenção da cultura organizacional consistem em: "as práticas de seleção, as ações dos dirigentes e os métodos de socialização". Vamos conhecer, a seguir, cada uma dessas práticas citadas por Robbins. Seleção: Atividade que busca escolher, dentre os candidatos que foram previamente recrutados, aquele profissional que possui perfil compatível com as necessidades da organização, ou seja, com as competências, a habilidade e o conhecimento necessários para ocupar o cargo que está em aberto. Durante o processo seletivo, os candidatos têm condições de identificar se seus valores são compatíveis ou não com os da organização. Caso haja diferenças significativas, o candidato ao cargo poderá se retirar do processo. Assim, a seleção de pessoas contribui no sentido de escolher pessoas com perfil adequado e que apresentem valores semelhantes ao da organização. Dirigentes: Os executivos do alto escalão estabelecem normas inspiradas em seus comportamentos, que se espalham pela organização. Essas normas estão relacionadas ao comportamento dos empregados no que se refere à liberdade, ao vestuário e a riscos a serem assumidos. Socialização: Consiste em um processo que busca adaptar os empregados à cultura organizacional. A cultura organizacional é formada por diferentes elementos, que atuam no condicionamento do comportamento e desempenho dos indivíduos, que certamente impactarão o desempenho da instituição. A cultura precisa ser aprendida por seus empregados, pois, assim, ela é transmitida por diversas maneiras. Robbins et al. (2010, p. 512) consideram que as mais relevantes são "as histórias, os rituais, os símbolos e a linguagem." As empresas podem utilizar diferentes maneiras no processo de transmissão da cultura organizacional para seus integrantes. Os autores Robbins et al. (2010) consideram que as maneiras indicadas no parágrafo anterior são as mais importantes. Já Souza (2014) entende que, além das mencionadas por Robbins et al. (2010), outras maneiras devem ser utilizadas. São elas: Cerimônias: eventos que ocorrem dentro da organização, que pode ser uma comemoração ou o ingresso de um novo empregado. A empresa realiza festa em homenagem ao dia das crianças, cujo objetivo é celebrar a data com a participação dos filhos dos funcionários. Ritos: ocorrem durante as cerimônias realizadas nas organizações e apresentam um propósito específico. Evento de premiação para homenagear os funcionários que apresentaram desempenho excepcional. Rituais: são ações sequenciais repetitivas que ocorrem nas cerimônias realizadas nas organizações e expressam seus valores essenciais. Os rituais fortalecem as relações de parceria entre seus membros. Durante a festa de Natal (cerimônia), o presidente realiza o discurso anual de agradecimento pela colaboração de todos e comenta sobre os resultados obtidos e as expectativas para o próximo. Histórias: são narrativas baseadas em eventos relacionados ao fundador e que ocorreram na organização. Elas são concretas e fáceis de serem compreendidas e transmitidas. O processo de expansão de uma empresa de pequeno porte localizada em um bairro de uma metrópole que se expandiu para vários estados do país. Mitos: são narrativas relativas à organização, mas que não são sustentadas por fatos. Eles se referem a histórias fictícias que são utilizadas para explicar determinados eventos ocorridos. História relacionada à fundação de uma organização. Heróis: são os indivíduos dotados de coragem para realizar o que deve ser feito, mas que alguns têm medo de realizar. Eles personificam ou corporificam os valores e viabilizam o sucesso organizacional. Um dirigente que estimula a equipe na direção dos objetivose em seu comportamento. Por meio dele é possível identificar os valores da organização. Símbolos: são representados por objetos, ações ou eventos dotados de significados que sinalizam os valores da organização, ou seja, aquilo que ela acredita e valoriza. Em um banco de investimento, não há divisórias separando chefes e subordinados. Isso é um indicativo de que o banco valoriza a gestão de portas abertas, a igualdade. Linguagem: para descrever clientes, fornecedores, produtos, equipamentos, escritórios e pessoas-chave. Uma empresa de varejo de grande porte possui em sua estrutura um departamento denominado Grandes Contas. Os empregados que trabalham nesse setor atendem a clientes que compram mensalmente uma média de R$ 100 mil. Inicialmente, a cultura organizacional recebe forte influência do fundador, mas precisa ser ensinada para os ingressantes. Assim, as organizações utilizam diferentes maneiras para transmitir a cultura organizacional. Encerramento Cultura organizacional pode ser considerada um termo descritivo? Sim, porque ela está relacionada ao modo pelo qual os integrantes da organização percebem as características da cultura da empresa, e não à satisfação ou insatisfação com o trabalho realizado. Qual a diferença entre cultura dominante e subcultura? A cultura dominante expressa a cultura organizacional propriamente dita, ou seja, os valores fundamentais que são compartilhados por seus integrantes. A subcultura é muito comum nas grandes organizações e correspondem às miniculturas existentes dentro da organização, ou seja, um conjunto de características específicas de um grupo que não é igual a que predomina na organização. De que modo um empregado conhece a cultura de sua organização? O empregado conhece a cultura organizacional por meio de histórias, ritos, rituais, cerimônias, heróis, símbolos, valores, linguagem, mitos. Resumo da Unidade Nesta unidade, vimos que a cultura organizacional é singular, presente, intangível e está apoiada em valores, normas, regras, artefatos e pressuposições básicas. Os empregados devem conhecer e assimilar a cultura de sua organização para serem aceitos. A cultura é descrita por seus empregados, a partir da percepção que eles têm da organização, mas não está relacionada à sua satisfação ou insatisfação no ambiente de trabalho. O fundador é a fonte primária da cultura organizacional, pois sua criação é influenciada por aquilo que ele deseja para a sua empresa, apoiado em sua visão de futuro, mas a sua sustentação não se restringe a ele. A cultura organizacional é constituída por diversos elementos que ajudam no condicionamento dos empregados em relação a ela. Para aprofundar e aprimorar os seus conhecimentos sobre os assuntos abordados nessa unidade, não deixe de consultar as referências bibliográficas básicas e complementares disponíveis no plano de ensino publicado na página inicial da disciplina. Tema 1 A socialização organizacional Qual a importância do processo de socialização para a organização? No decorrer do processo seletivo, o profissional candidato à vaga de emprego na empresa é apresentado rapidamente à missão, à visão e aos valores da organização. É comum, em algumas organizações e durante esse processo, contar uma breve história sobre a fundação e o negócio para o candidato. A proposta do Departamento de Recursos Humanos (DRH) é apresentar a cultura organizacional para o candidato. A prática adotada por ele permite que os candidatos conheçam um pouco da organização na qual estão candidatando-se a uma vaga. Destacamos que essa prática leva o indivíduo a uma reflexão sobre se aquele é ou não o local mais apropriado para o desenvolvimento de sua carreira e se os valores (profissional e organizacional) são similares. Atualmente, o processo seletivo está cada vez mais criterioso e com um número maior de pessoas envolvidas (DRH, chefia, colega). O objetivo é contratar um indivíduo que apresente perfil compatível para preencher a vaga que está em aberto na organização, mas que também possua valores semelhantes aos da organização. A incompatibilidade dos valores pode gerar sérios problemas após a contratação do profissional. Destacamos que apesar do cuidado que o DRH tem em transmitir certas informações durante o processo seletivo, essa prática não é suficiente para que o profissional escolhido e contratado sinta-se ambientado na organização. As organizações que têm a finalidade de ensinar os valores, as normas e os comportamentos aceitos para o recém-contratado realizam o processo denominado de socialização organizacional ou aculturação, que é realizado na organização por meio de cerimônias. https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u3/tema-1.htm#popup-1 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u3/tema-1.htm#popup-2 O processo de socialização é contínuo na organização, assim, de modo sutil, a empresa estará sempre tentando moldar o comportamento de seus membros. Contudo, no momento de ingresso do indivíduo na organização, esse processo é mais explícito, mas é importante saber que ele é permanente na organização. A socialização nas empresas ocorre, essencialmente, por meio de um processo de aquisição de comportamentos ou de regras de conduta, associado aos papéis dos cargos que os profissionais irão ocupar. Com o objetivo de informar as regras de conduta vigentes aos novos profissionais contratados, as organizações utilizam manuais, políticas organizacionais, orientação de veteranos e descrição de cargos. A partir do processo da socialização, o recém-contratado passa a incorporar a cultura organizacional a fim de manter um comportamento aceitável naquele grupo. A importância da socialização não pode ser ignorada pelas organizações, já que é por meio desse processo que os profissionais recém-contratados aprendem a respeito do funcionamento e conhecem as instalações da organização. Além disso, o processo de socialização permite ao novato conhecer as regras, as normas, as relações hierárquicas e os hábitos da organização. Para Chiavenato, a socialização organizacional visa a “estabelecer junto ao novo participante as bases e premissas pelas quais ela pretende funcionar e como o novo participante poderá colaborar neste aspecto e contribuir para o sucesso do negócio” (CHIAVENATO, 2009, p. 9). Com isso, percebemos que no processo de socialização, a organização busca moldar o comportamento do novato segundo suas necessidades e objetivos. Trata-se de um processo de indução do indivíduo à organização, objetivando sua adaptação aos interesses corporativos. Com isso, parte da liberdade do ingressante fica comprometida, porque ele deverá seguir as normas e cumprir o seu papel segundo os padrões estabelecidos. Chiavenato (2009) salienta que não é somente a organização que busca influenciar, o recém-admitido também buscará mecanismos para influenciar a organização no sentido de ela fazer ajustes a fim de que o trabalho torne-se mais satisfatório e que seus objetivos pessoais sejam alcançados. O autor denomina esse processo de personalização. O processo de influência na organização é contínuo, sendo que cada parte influenciará considerando seus objetivos e interesses. É importante salientar que nem todos os profissionais contratados aceitam os valores essenciais e as normas com tranquilidade. Destacamos que alguns apresentam certa rebeldia que não é contornada, o que resulta na retirada do profissional da empresa. Como dissemos antes, a socialização organizacional é um processo constituído de três estágios: pré-chegada, encontro e metamorfose. A seguir, estudaremos cada um deles separadamente. Pre-chegada: Nesse estágio, o aprendizado ocorre antes do ingresso do profissional na organização. Trata-se da imagem que o novato cria antes de ser contratado pela organização. Esseestágio refere-se a todas as expectativas e valores que o recém- contratado leva consigo sobre a empresa. As expectativas podem estar relacionadas ao trabalho que será realizado ou à própria organização. Para Robbins et al (2010, p. 511) esse estágio refere-se ao “período de aprendizagem do processo de socialização que acontece antes que o novo funcionário entre para a organização”. encontro: Esse estágio ocorre após o ingresso do indivíduo na organização. Robbins et al (2010, p. 511) afirmam: “estágio no processo de socialização no qual um novo empregado vê a organização como realmente é e se depara com a possível dicotomia entre suas expectativas e a realidade”. É nessa fase em que o recém-admitido percebe como a organização realmente é, ou seja, há o confronto entre suas expectativas em relação a organização e o trabalho a ser desenvolvido, os colegas e os gestores. Na situação em que as expectativas não são atendidas, poderá ocorrer certa desilusão. Destacamos que isso poderá resultar em um pedido de demissão. Metamorfose: Nesse estágio, os recém-contratados já adquiriram os comportamentos esperados e passam a ser considerados membros da organização. Nessa fase, o novo funcionário já se adaptou aos valores e às normas de seu novo grupo de trabalho. Robbins et al (2010, p. 512) entendem que se trata do “estágio da socialização em que o novo funcionário muda e se ajusta às tarefas, ao grupo de trabalho e à organização”. Finalizando, os três estágios são considerados concluídos quando o novo membro consegue internalizar as normas, os padrões de comportamento e sente-se aceito pelo grupo. Tema 2 Mecanismos de socialização organizacional Quais os principais meios de socialização utilizados pelas organizações? Vimos que, após a criação da cultura organizacional, é necessário solidificá-la. Com o objetivo de sustentação e manutenção da cultura, é comum as organizações utilizarem algumas práticas, e dentre elas, destacamos a socialização organizacional. Como vimos, a socialização organizacional é um processo de aculturação do novato a fim de que ele consiga aprender a cultura organizacional com rapidez. Esse processo é separado em estágios, e é iniciado antes de o novo funcionário ingressar na empresa, prosseguindo até o momento em que ele é considerado membro integrante do grupo. A seguir, apresentaremos e explicaremos os métodos de socialização organizacional mais utilizados, segundo Chiavenato (2009). Processo seletivo Para começarmos o processo de socialização organizacional, é necessário realizar a seleção de pessoas, ou seja, escolher no universo de pessoas recrutadas as mais qualificadas e com perfil condizente com a organização. Para a realização dessa atividade, a área de Recursos Humanos utiliza diversos procedimentos a fim de identificar o profissional mais adequado para ocupar o cargo disponível. A atividade de escolha envolve entrevista, dinâmica de grupo e testes. Para desenvolvimento das entrevistas, é feito um planejamento com base nos objetivos a serem alcançados com a contratação. Tudo obedece a um roteiro previamente estabelecido e que considera os aspectos do cargo a ser ocupado pelo futuro integrante da organização. É essencial considerarmos os objetivos do negócio, a missão, a visão e os valores nesse processo de escolha do futuro colaborador. Devemos analisar se o candidato possui valores que se assemelham aos da organização. Conteúdo do cargo Após a escolha e a contratação do novo integrante da organização, ele é submetido a uma série de diferentes atividades, com a finalidade de testar suas competências e habilidades, bem como a capacidade de adaptação aos valores essenciais da organização. Cabe ao gestor imediato do recém-contratado designar tarefas desafiadoras, estimuladoras e possíveis de serem realizadas pelo novato, como também, com o passar do tempo, incrementar isso com tarefas mais complexas. O propósito é enriquecer as tarefas, reconhecer o desenvolvimento e o bom desempenho do novato. Isto contribuirá para a motivação do indivíduo no cargo ocupado na organização. Assim, ele consegue familiarizar-se com as atividades inerentes ao cargo, à estação de trabalho e aos princípios que regem a organização. Papel do gestor O recém-contratado deve ficar unido a um supervisor que será responsável por sua orientação durante seu período inicial na organização. O gestor tem a responsabilidade de selecionar um supervisor que desempenhará o papel de tutor do novato na fase inicial. O supervisor deve acolher o novato, orientá-lo e acompanhá-lo no dia a dia. Ele atua como um elo entre o recém-contratado e a imagem que está sendo construída da organização. Assim, a qualidade do serviço que está sendo prestado pelo supervisor implicará na construção de uma visão positiva ou negativa da organização que o novato terá. O supervisor deve esclarecer as dúvidas técnicas apresentadas, orientá-lo na realização da tarefa, visando à produtividade e a fornecer feedback constante a respeito do desempenho do novato na realização das tarefas que lhe foram designadas. Grupo de trabalho Com a finalidade de contribuir no processo de aceitação do novato, o gestor pode atribuir sua integração a um grupo de trabalho. Afinal, ser aceito pelo grupo é um fator importante para satisfação das necessidades sociais. Um ponto que merece destaque é que esses grupos possuem significativa influência sobre as crenças e atitudes dos profissionais, e a respeito de qual comportamento é o mais apropriado na organização. Programa de integração Esse programa visa a desenvolver um treinamento de ambientação do recém-contratado no cargo ocupado, com a finalidade de contribuir em seu processo de adaptação à empresa. Assim, ele consegue familiarizar-se às atividades inerentes ao cargo, estação de trabalho e com os princípios que regem a organização. Além disso, possibilita que ele tenha clareza daquilo que a empresa espera dele. Trata-se de uma excelente opção para que o recém-chegado obtenha informações sobre a organização e esclareça as dúvidas relativas ao seu cargo. Esse programa permite que o novato também se familiarize a hábitos, costumes e linguagem da instituição, além de apresentá-lo à estrutura organizacional. Podemos afirmar que o principal objetivo desse programa de treinamento é contribuir para que o recém-contratado incorpore os valores essenciais, as normas e os padrões de comportamento aceitos na organização. ⇗ 2 ⇘ 1 Integração 3 ⇖ 4 ⇙ Principais itens de um Programa de Integração de novos Colaboradores Assuntos Organizacionais Missão e objetivos organizacionais. Políticas utilizadas para alcance dos objetivos https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u3/tema-2.htm#popup-2 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u3/tema-2.htm#popup-1 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u3/tema-2.htm#popup-3 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u3/tema-2.htm#popup-4 organizacionais. Estrutura organizacional. Arranjo físico das áreas de utilização do novo membro. Principais produtos e serviços. Regras e regulamentos internos. Procedimentos de segurança no trabalho. Benefícios oferecidos pela organização Horário de trabalho e das refeições. Calendário de pagamentos. Benefícios sociais. Apresentações Superiores e colegas de equipe de trabalho. Deveres do Cargo Responsabilidade, tarefas e objetivos do cargo. Fonte: adaptado de CHIAVENATO, Idalberto. Desempenho humano nas empresas: como desenhar cargos e avaliar o desempenho para alcançar resultados. 6. ed. rev. atual. São Paulo: Manoel, 2009, p.12. Anteriormente, apresentamos os métodos mais comuns de socialização organizacional adotados nas empresas. Porém, infelizmente, nem sempre a organização dá a devida atenção que o processo desocialização merece. Entendemos que a socialização organizacional contribui no sentido do indivíduo conhecer e adaptar-se à cultura organizacional e ao novo ambiente de trabalho, dessa forma, ela ajuda na construção de relações duradouras entre a organização e o profissional. Tema 3 Impacto da mudança na cultura organizacional Qual o impacto da mudança na cultura organizacional? Na atualidade, as organizações estão inseridas em um ambiente que tem como característica a mudança constante e veloz. Ela pode ser compreendida como a transição de um estado para outro. Consideramos que a única certeza é que nada é definitivo, portanto, tudo encontra-se em estado de contínua transformação. Nesse contexto, os gestores têm um grande desafio no ambiente organizacional: lidar com a constante mudança. A mudança organizacional está relacionada a qualquer alteração em um dos componentes da organização, e a transformação pode ter sido estimulada por um fator do ambiente interno ou do externo. Isso pode ser consequência de uma mudança planejada ou não planejada. É importante salientar que os resultados decorrentes dessa mudança nem sempre são positivos para a organização. Assim, ressaltamos que a mudança tem o propósito de contribuir para a melhoria da eficiência e da eficácia organizacional, além de ajudar na sustentabilidade do negócio. Podemos compreender que a mudança organizacional refere-se a um processo de transformação que visa a contribuir para a melhoria da qualidade e da prestação de serviços para os clientes e consumidores. As organizações estão em constante processo de transformação, a fim de adaptarem-se aos fatores ambientais (interno ou externo), e atendar às necessidades e expectativas de seus potenciais clientes. Sintetizando, a mudança organizacional ocorre quando há necessidade de modificar um produto e/ou um serviço, visando a aumentar o número de clientes; necessidade de mudar a estratégia devido a algum fator do ambiente externo, como, por exemplo, uma crise econômica, mudança na liderança da empresa ou reestruturação dos processos etc. Gostaríamos de enfatizar que os fatores apresentados no parágrafo anterior trazem consequências para a organização e podem desencadear mudança na cultura organizacional. No processo de implementação de mudança organizacional, a cultura da organização jamais poderá ser desconsiderada. Destacamos ainda que as mudanças relacionadas ao ambiente interno estão relacionadas aos seus componentes organizacionais (pessoas, trabalho, estrutura e cultura) e aos componentes do ambiente externo (política internacional, choques econômicos e tendências sociais). No presente, as organizações, para manterem-se competitivas no mercado, precisam mudar e adaptar suas práticas e estruturas, ou seja, reorganizarem-se. Desse modo, entendemos que a mudança é necessária e inevitável. Mudança planejada é promovida pela organização com o objetivo de ajustar-se ao ambiente externo e para o alcance de novos objetivos. A mudança não planejada ocorre em situações nas quais o ambiente externo é determinista. Os fatores sociais, os estruturais, a tecnologia e os arranjos organizacionais contribuem para a mudança organizacional. Segundo Robbins et al (2010), as forças que contribuem para a mudança são: natureza da força de trabalho, tecnologia, choques econômicos, competição, tendências sociais e política internacional. Assim, as fusões e as aquisições de empresas, a concorrência global, o avanço tecnológico, a aquisição de novos hábitos são alguns dos exemplos que contribuem para a mudança organizacional. Como mencionado antes, as mudanças podem ser planejadas ou simplesmente podem acontecer. Na literatura, encontramos diferentes definições para mudança organizacional, mas podemos compreendê-la como sendo uma sequência de eventos que ocorre ao longo do tempo nos componentes organizacionais e que podem ser influenciados tanto por fatores internos como por externos, e que causam impacto no comportamento dos indivíduos e na organização. A mudança resulta em fazer algo diferente daquilo que tradicionalmente é realizado. Agentes de mudança Os responsáveis pelo gerenciamento das atividades de mudança no contexto organizacional são denominados de “agentes de mudança”. Eles podem ser os administradores do alto escalão ou profissionais especializados e contratados pela empresa para implementar a mudança, ou seja, o agente de mudança pode ser um membro da organização ou um profissional contratado para essa finalidade. Os agentes de mudança desempenham o papel de guiar e conduzir o processo de transformação. Eles podem promover mudança de tecnologia, estrutura, instalações físicas e de pessoas. É comum encontrarmos, no ambiente organizacional, resistência em relação à mudança por parte dos indivíduos e da própria organização, o que resulta em conflitos. Resistências a mudanças Os indivíduos apresentam resistência em função de alguns motivos: Comodidade no que se refere a não querer mudar os hábitos. Medo do “novo”, ou seja, daquilo que lhe é desconhecido. Ameaça de perda do trabalho em decorrência da introdução de uma nova tecnologia ou de uma reestruturação. Alteração de rotinas ou desempenho das tarefas que poderão gerar sentimento de baixa produtividade no indivíduo. Dificuldade de processar as informações e mudar a percepção. Perda de rendimentos. Já a resistência por parte da organização ocorre devido a: Resistência do grupo, ou seja, o indivíduo pode querer mudar, mas seu comportamento seguirá as recomendações do seu grupo. Mudança nas relações de poder no que se refere a redistribuição do poder na organização. Redução ou corte de determinados recursos pode ser interpretada pelo grupo como uma ameaça. Estabilidade estrutural. Processo de mudança proposta deve englobar toda a organização, e não se restringir a um único subsistema. Com a finalidade de minimizar as resistências apresentadas por parte dos indivíduos e da organização, os agentes de mudança devem envolver os participantes nas tomadas de decisões, sensibilizá-los acerca da importância de determinada alteração; negociar algum tipo de recompensa com o grupo que está sentindo-se prejudicado; manter um diálogo com os envolvidos, a fim de esclarecer a proposta de mudança; manipular a informação, ou seja, informar somente aquilo que é interessante e omitir as informações indesejáveis; e coagir os empregados por meio de ameaças. (ROBBINS et al, 2010) Fases do processo de mudança Descongelamento: Nessa fase, é realizado o diagnóstico, ou seja, é feita uma avaliação da situação e a descrição de uma estratégia de mudança apropriada à situação apresentada. É necessário compartilhar com os envolvidos a necessidade de mudar e as vantagens decorrentes da ação. É preciso também que haja motivação e compreensão acerca da importância de implementar a mudança. https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u3/tema-3.htm#popup-1 Movimento: A partir da necessidade de corrigir uma deficiência identificada na fase do descongelamento, faz-se necessário introduzir novos conceitos, processos, valores e atitudes que visam a mudar para melhorar. Recongelamento: Na última fase, é realizada a avaliação e o monitoramento das mudanças que foram implementadas anteriormente. A cultura organizacional está associada à maneira costumeira e tradicional de realizar e operar as coisas, que são compartilhadas pela maioria dos membros que fazem parte da organização. Cada organização possui o seu sistema social, assim, possui seus valores, hábitos, crenças e padrões que são compartilhados por todos os membros e que influenciam o comportamento dos indivíduos no que se refere a enfrentar situações, interagir com pessoas de dentro e de fora da organização. A cultura de uma organização nãoé estática, por isso, sofre modificações ao longo do tempo, dependendo de condições internas ou externas. Algumas organizações conseguem renovar constantemente sua cultura, mantendo a sua integridade e personalidade, enquanto outras permanecem com sua cultura amarradas a padrões antigos e ultrapassados. Finalizando, a cultura organizacional é fortemente influenciada por seu fundador, a partir das características daquilo que ele deseja para a organização. O fundador dissemina essas características para os demais membros da organização. A cultura é transmitida dos mais antigos, que já se apropriaram dela, para os mais novos, a fim de adaptá-los ao padrão cultural da organização. Os indivíduos que estão chegando à organização em algumas situações apresentam resistência e reagem aos padrões culturais da organização. Esse comportamento contribui para um processo de mudança e transformação. Cabe ressaltar que esse processo de mudança é gradativo. Na prática! A empresa DRV Alimentos Saudáveis possui 10 filiais instaladas no país e, recentemente, contratou 20 profissionais para compor a equipe de Vendas que atenderá aos clientes do estado do Rio de Janeiro. Os recém-contratados ocuparão o cargo de Vendedor na DRV. A empresa, preocupada com a integração, a capacitação e a qualificação desses funcionários, e visando à eficiência e eficácia da equipe de Vendas, iniciará o processo de socialização organizacional. A DRV entende que dessa maneira o novato estará apto à realização de suas tarefas. Você trabalha na área de T&D e ficou responsável pela criação e pela implementação do programa de integração dos 20 novos funcionários da DRV Alimentos Saudáveis. Como você desenvolverá o programa de integração? Encerramento Qual a importância do processo de socialização para a organização? O processo de socialização é importante para a organização porque permite que o recém-contratado aprenda os valores, as normas e os comportamentos aceitos que lhe permitirão participar como membro da organização. Isso contribui para o desenvolvimento de uma boa parceria de trabalho, de um lado, a organização, e de outro, o novato. Quais os principais meios de socialização utilizados pelas organizações? Os principais métodos de socialização organizacional utilizados pelas organizações são: Processo Seletivo, Conteúdo do Cargo, Papel do gestor, Grupo de trabalho, e Programa de integração. Qual é o impacto da mudança na cultura organizacional? A cultura organizacional refere-se a um conjunto de valores, crenças, políticas, símbolos, hábitos e ao modo peculiar de fazer as coisas. O modo peculiar da organização influencia os indivíduos e orienta seus comportamentos. Assim, as organizações que encontram em processo de mudança não podem desconsiderar a cultura organizacional. Portanto, os processos de mudança organizacional devem considerar a cultura. Resumo da Unidade Nesta unidade, aprendemos o conceito de socialização organizacional e seus mecanismos, bem como mudança e cultura organizacional. A socialização organizacional permite que o recém-contratado tenha conhecimento dos valores, crenças, comportamentos aceitos, normas etc. da organização. Existem diferentes meios de promover a socialização no contexto organizacional. A mudança organizacional consiste em um processo gradual que ocorre nas organizações, que, com o passar do tempo, resulta na passagem de um estado para outro. A mudança organizacional tem o propósito de contribuir para a melhoria dos processos e da produtividade. A mudança apresenta resistência por parte dos indivíduos e da organização. Os agentes de mudança são os responsáveis pela implementação desse processo. A cultura organizacional impacta não só na mudança, como também no clima organizacional. Tema 1 Clima organizacional Inserir a questão norteadora do tema? Na literatura existem diferentes definições para clima organizacional. Entendemos que o clima organizacional está diretamente relacionado ao modo pelo qual os empregados de uma organização percebem o ambiente de trabalho. Assim, podemos afirmar que ele reflete o grau de satisfação ou insatisfação dos empregados no que se refere às políticas, às condições de trabalho, às relações de poder, aos objetivos etc. Como o clima está associado à percepção dos indivíduos, torna-se difícil conceituá-lo, já que cada indivíduo tem uma percepção acerca de um mesmo objeto ou situação. Comportamento https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/ghi/gco/re/u4/tema-1.htm#popup-1 Destacamos que o clima organizacional pode afetar de forma positiva ou negativa a qualidade dos produtos e serviços prestados pelos integrantes da organização, além de afetar a produtividade dos seus integrantes. O clima influencia o comportamento dos empregados, a motivação e a satisfação. O colaborador pode ter as competências e as habilidades requeridas para realizar suas atividades, mas, se ele não estiver motivado nem comprometido com a missão e os objetivos da organização, sua produtividade ficará prejudicada, apesar de possuir o perfil apropriado para ocupar o cargo. Essa situação é comum nas organizações e pode estar associada ao clima organizacional, que não é tangível, mas está presente no contexto organizacional e afeta positiva ou negativamente a motivação das pessoas no trabalho e a qualidade dos serviços ou produtos. A cultura organizacional é criada e influenciada por seu fundador e transmitida para os indivíduos à medida que eles ingressam na instituição. Ao contrário da cultura, o Clima Organizacional: não é criado, mas está presente no ambiente, sendo fruto da percepção dos membros da organização. Chiavenato (2009) considera que o clima de uma organização está intimamente associado à motivação dos indivíduos no ambiente de trabalho. Para ele, quando ocorre aumento na motivação dos empregados, o clima se eleva e a satisfação, também; mas, por outro lado, quando há alguma situação que reduza a motivação dos colaboradores, ela propicia insatisfação no comportamento dos indivíduos, e, consequentemente, o clima fica prejudicado. Aprendemos que a cultura organizacional representa os valores, as crenças e os hábitos presentes em uma organização e que afetam o comportamento dos indivíduos. A influência da cultura organizacional no comportamento dos indivíduos afeta o clima organizacional. Assim, as organizações devem investir na mudança de suas culturas, no sentido de se tornarem mais participativas, empoderarem as pessoas, estimularem a participação e aumentarem o grau de autonomia, com o propósito de estimular o comportamento de seus colaboradores. Estrutura organizacional A estrutura organizacional consiste em outra variável que afeta o clima organizacional. Assim, as instituições devem repensar suas estruturas e adotar modelos que privilegiem o trabalho em equipe, com estruturas mais "achatadas", ou seja, com pouco níveis hierárquicos. Chiavenato (2009) entende que, além da cultura e da estrutura organizacional, existem outras variáveis que afetam o clima da organização, que o autor classifica como sendo de entrada. São elas: Condições econômicas da organização . Oportunidade s para participação das pessoas. Remuneraçã o da equipe. Estilo de liderança . Naturez a do negócio. Treinament o da equipe. Característica s dos indivíduos. Para Chiavenato (2009), a motivação dos indivíduos, a estimulação, o nível de satisfação e a produtividade são classificados como variáveis dependentes, que recebem influência das variáveis de entradas, apresentadas anteriormente. O autor entende que essas variáveis afetam a motivação dos indivíduos em condição de trabalho, provocando estágios distintos de satisfação, de produtividade e de estímulos. Para Chiavenato (2009), o administrador pode interferir no clima organizacional
Compartilhar