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envelhecimento do Sistema Estomatognático, Ajustes das funções, Estética facial

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Problema 01
Resumo por Íris Layane
Motricidade orofacialMotricidade orofacialMotricidade orofacial
Com o passar dos anos, o corpo humano é
submetido a inúmeros fatores, intrínsecos e
extrínsecos, que alteram as diversas estruturas
que o constituem. Com o sistema
estomatognático isso não é diferente. Várias
modificações nas estruturas orofaciais também
podem ser observadas em decorrência do
envelhecimento. 
Ao passo que algumas alterações podem ser
observadas como verdadeiras mudanças
decorrentes da idade, outras podem estar
relacionadas a doenças ou serem a
combinação de ambas. Dessa maneira, deve-se
tomar bastante cuidado para não confundir
um indivíduo idoso com um senil, fato que é
corriqueiramente observado nas mais diversas
ocasiões.
O individuo idoso pode desenvolver patologias
características da velhice que, então, podem
transformá-lo num indivíduo senil. 
Dentre as patologias associadas à velhice mais
comumente observadas nos dias atuais,
podemos citar a hipertensão arterial sistêmica,
diabete mellitus, aterosclerose, insuficiência
cardíaca, depressão mental, doença de
Alzheimer, obesidade, câncer e uma redução,
de forma geral, da resistência a todos os tipos
de infecções. 
Já fenômenos como a redução da massa
proteica e mineral, o acúmulo de gorduras, o
aumento da rigidez de certos tecidos, como
pele e artérias, a redução da massa tecidual e
do peso dos órgãos sexuais primários 
e secundários, o declínio dos aspectos
fisiológicos como um todo, o aparecimento de
manchas por pigmentação na pele e nas
mucosas e a redução da capacidade defensiva,
adaptativa e da resistência diante das
agressões são comuns ao envelhecimento e
não devem ser associados às patologias.
Sob o ponto de vista biológico, o
envelhecimento não se restringe à simples
passagem do tempo, mas sim a um acúmulo de
eventos físicos e também biológicos ao longo
desse tempo.
Na avaliação do envelhecimento, há dois
aspectos da evolução biológica
simultaneamente, o amadurecimento ou
desenvolvimento morfofuncional e o
deterioramento ou involução
morfofuncional. 
Durante o ciclo de vida, inicialmente o
amadurecimento predomina sobre o
deterioramento, depois tende a haver um
equilibro e por fim, no envelhecimento, há o
predomínio da involução morfofuncional, que
acarreta num deterioramento da capacidade
adaptativa do indivíduo.
Alguns fatores corroboram para a aceleração
desse envelhecimento, entre eles o stress, seja
de natureza somatogênica (doenças, traumas)
ou psicogênica (depressão, tensão); a radiação,
que aumenta a formação de radicais livres; a
dieta, que pode agir como um fator acelerador
ou retardador, especialmente no que diz
respeito ao consumo exagerado de alimentos
ricos em calorias e lipídeos; e o fumo. 
 Processo fisiológico de envelhecimento do Sistema Estomatognático (SE) no adulto e no idoso
https://classroom.google.com/u/0/c/NTE0MTQ1MTE2ODIw
Este aparentemente acelera o processo de
senescência através do déficit de vitamina C
que se exagera no fumante e determina
deficiente controle dos radicais livres de
oxigênio. 
O período de envelhecimento é denominado
como senescência e neste é considerado os
efeitos destes fatores internos e externos sobre
o organismo humano e estabelecido como um
padrão de normalidade. Quando da ocorrência
de doenças prevalentes na população de
idosos, tem-se como resultado um
desencadeamento de alterações que são
denominadas como senilidade.
Faz-se necessário diferenciarmos dois termos
que muitas vezes são confundidos ou
considerados sinônimos: Autonomia e
Independência. 
Autonomia: O idoso considerado autônomo
é aquele que realiza suas atividade como
cidadão, como por exemplo, movimenta sua
conta bancária, decide sobre os pagamentos
que serão efetuados, assume a
responsabilidade no recebimento do seu
salário ou aposentadoria, ou seja apresenta
um sistema neurocognitivo adequado para
tomar decisões.
Independência: Já o idoso independente é
aquele que tem a possibilidade de realizar
suas Atividades de Vida Diária (AVD), tais
como: se alimentar, realizar sua higiene
pessoal, vestir-se, caminhar, se comunicar,
entre outras. 
Outros dois termos que também necessitam de
esclarecimento são os de: Senescência e
Senilidade. 
Senescência: Corresponde ao somatório de
alterações orgânicas, funcionais e
psicológicas próprias do envelhecimento
natural, ou seja, corresponde aos processos
fisiológicos. 
Senilidade: São as modificações que
acontecem devido a afecções que podem
acometer o idoso, ou seja, trata-se de um
processo patológico. 
Envelhecimento dos Sistemas
Sistema Esquelético
Com o envelhecimento, há uma perda óssea
contínua em todo o corpo humano, uma vez
que a atividade de formação óssea diminui em
relação à reabsorção. Dessa forma, os
maxilares e a mandíbula sofrem atrofia por
desuso. 
Isso ocorre porque o hormônio da paratireóide
e a vitamina D, que regulam a função dos
ossos, rins e intestinos para manter a
concentração normal de cálcio e fosfato do
soro, têm sua ação e eficácia significativamente
modificadas com a idade. Portanto, dietas com
maior conteúdo de cálcio deveriam ser
instituídas, já que a deposição deste no osso,
diminui com a idade. 
A osteoporose que significa “osso poroso” é a
doença óssea de maior prevalência na
população geriátrica. 
A osteoporose caracteriza-se pela diminuição e
deterioração da densidade mineral óssea. À
modificação do osso associam-se aumento da
fragilidade e maior risco de fratura após
mínimo trauma
Sistema Neuromuscular 
Há uma perda da resistência e tonicidade dos
músculos devido o decréscimo no volume, na
consistência e na velocidade em que a tensão
muscular pode ser desenvolvida e liberada,
além da perda, lenta e progressiva da
inervação, tornando os tempos de contração
maiores e as respostas mais lentas. Este
fenômeno geralmente tem sido verificado após
os 45 anos de idade. 
A perda de massa e tonicidade muscular acaba
envolvendo pele, tecido conjuntivo e osso, por
estarem todos em íntima relação, gerando o
característico visual das “rugas faciais” dos
idosos.
Sistema Respiratório
Envelhecimento reduz a elasticidade do tecido
pulmonar e a capacidade e das paredes
torácicas, que por sua vez resulta no aumento
do trabalho envolvido na respiração. Ou seja,
para que um idoso realize um certo esforço
externo, ele apresentará uma maior taxa de
trabalho respiratório. 
Estando a respiração envolvida intimamente
com a fonoarticulação, é comum que o idoso se
canse mais rápido durante a sua produção de
fala e sua intensidade vocal se apresente
diminuída
Sistema Digestivo
O envelhecimento desse sistema ocorre desde
a diminuição do número de dentes na cavidade
oral, passando pela flacidez do esôfago;
estômago; intestinos delgado e grosso o que
acarreta na redução da motilidade desses
órgãos. 
Dessa forma, o processo digestivo se torna
mais lento e surge a necessidade de uma
alimentação balanceada mais adaptada, e que
o idoso mastigue de forma efetiva os alimentos
ingeridos para que a absorção dos nutrientes
ocorra da melhor forma possível. 
Envelhecimento do Sistema
Estomatognático 
Musculatura da face
Assim como em todo o sistema muscular
ocorre uma diminuição na massa e na força
dos músculos. Também se observa essa
redução nos músculos da face. 
Percebe-se de uma forma geral um
arqueamento da musculatura do rosto fator
que se relaciona à perda de elasticidade do
tecido; aos fatores emocionais; à alimentação e,
também, à própria gravidade. 
Bochechas
Há mudança na composição da fibra muscular
o que faz com que as bochechas se
apresentem mais arqueadas e com seu tônus
reduzido. Podem ocorrer assimetrias, pois o
padrão mastigatório irá influenciar diretamente
na morfologia e no tônus dessa estrutura.
Lábios
Ocorre uma atrofia das fibras musculares que
compõem os lábios dando uma aparência de
menos volume a estes.
Também ocorre o acentuamento das rugas
nasogenianas e das comissuras labiais por
conta da própria diminuição do tônus dessa
região. 
E com a perda da elasticidade dos tecidos em
volta dos lábios têm-se umaredução na
abertura de boca.
No caso de idosos edêntulos totais,
principalmente naqueles não usuários de
próteses totais, essas características da
musculatura da face, bochechas e lábios se
agravam e são comumente encontradas rugas
comissurais e nasogenianas mais acentuadas,
além de um arqueamento aumentado das
bochechas e lábios ainda mais atrofiados.
Cavidade Oral 
A mucosa oral se torna mais delgada, ocorre
diminuição na hidratação do epitélio, associado
a diminuição da camada de queratina,
deixando a mucosa com aparência mais lisa e
brilhante e mais susceptível à ulcerações que
geralmente ocorrem por conta de próteses mal
adaptadas ou até mesmo por consistência
alimentares excessivamente sólidas que
acabam agredindo a cavidade oral
Língua
Esta estrutura se apresenta lisa por conta da
atrofia das papilas gustativas, também é possível
observar vasos mais dilatados, nodulares com
coloração vermelho escuro e/ou azulados nas
laterais e/ou porção ventral da língua
denominados de varicosidades sublinguais.
Os movimentos podem se apresentar mais
instáveis e/ou com tremor em repouso, ocorre
também a diminuição da força dessa estrutura
o que interfere diretamente nas funções de
mastigação, deglutição e fonoarticulação.
Faringe
Ocorre uma diminuição da motilidade faríngea
o que interfere diretamente na passagem do
bolo alimentar durante o processo digestivo,
fazendo com que passagem do alimento torne-
se mais lenta. A musculatura também se
apresenta mais flácida, caracterizando a
presbifaringe.
Laringe
Essa estrutura com o avançar da idade assume
uma posição mais baixa na região do pescoço.
Também se observa flacidez dos ligamentos
que compõem as cartilagens o que faz com que
exista uma maior dificuldade para que a laringe
se eleve no momento da deglutição,
caracterizando a presbilaringe.
Associada a essas modificações, ocorre
também uma instabilidade da função da
epiglote, o que faz com que a proteção das vias
aéreas que acontece com o seu fechamento
durante a deglutição também se torne instável,
gerando possíveis engasgos com maior
frequência. 
Maxila e Mandíbula
O osso da maxila no indivíduo idoso passa por
um processo de involução óssea,
caracterizando uma “osteoporose fisiológica”.
Fazendo com que a espessura do osso diminua
e a porosidade aumente. Ocorre a diminuição
do metabolismo ósseo e a cicatrização diminui.
Assim como a maxila, a mandíbula sofre um
processo de reabsorção óssea sendo este um
pouco mais acelerado do que na maxila. Ocorre
também o aumento do ângulo goníaco.
Como o osso se torna mais poroso, a
probabilidade de fraturas se torna maior.
Articulação Temporomandibular
Com o avançar da idade, a quantidade de
líquido sinovial que banha a articulação
diminui, limitando assim o movimento dessa
articulação.
O côndilo se posiciona mais anteriorizado o
que faz com que a mandíbula se projete um
pouco para frente. 
A abertura bucal também se apresenta
diminuída, podem existir sinais e sintomas de
DTM como, estalidos, crepitações, desconforto
e/ou dor durante as funções de mastigação
e/ou fonoarticulação.
Estomatognosia
Ocorre uma diminuição da sensibilidade de
forma geral, o que faz com que o paladar e o
olfato aumentem de limiar. Ou seja, o idoso
apresenta uma diminuição da capacidade de
sentir os sabores e cheiros. 
Essa diminuição do paladar geralmente se
associa a alguns fatores como: higiene oral
inadequada; uso de diversos medicamentos
associados; fluxo de saliva diminuído e o
próprio uso de próteses dentárias.
Glândulas Salivares
Com o avanço da idade, ocorre uma perda
linear na quantidade de células acinosas,
responsáveis pela produção de saliva, dando
lugar a tecido conjuntivo ou gordura. Com isso,
há também uma diminuição no volume da
secreção salivar com o envelhecimento. 
Assim, os idosos tendem a apresentar uma
proteção deficiente dos tecidos bucais, que
normalmente é proporcionada pela ação da
saliva. Também fica prejudicada a formação do
bolo alimentar e a fonação.
A diminuição acentuada na produção de saliva,
fenômeno mais conhecido por xerostomia,
pode acarretar no aparecimento de cáries
rampantes, candidíase, desconfortos na 
mastigação, disfagia, dificuldades para usar
próteses e na percepção do gosto dos
alimentos.
A xerostomia, em idosos, está frequentemente
associada ao uso de medicamentos,
especialmente os antidepressivos, os
anticolinérgicos, os antihipertensivos, os
quimioterápicos, a quimioterapia
imunomodular e em radioterapias para
neoplasias. 
Ajustes das funções sensoriais, motoras clássica e adaptativas do SE ocorrentes no
adulto e no idoso
Durante o processo de envelhecimento
ocorrem muitas modificações nas funções do
sistema estomatognático, dentre elas, funções
sensoriais, funções clássicas e funções
adaptativas. 
Funções Clássicas
Deglutição no idoso
O processo do envelhecimento pode aumentar
a vulnerabilidade do idoso para com as
dificuldades de deglutição. 
Estes estão relacionados ao sistema nervoso e
aos músculos, que acarretam modificações na
força e na coordenação durante o processo de
deglutição. Aliadas a estas, encontram-se a
atrofia das fibras musculares de contração
rápida, que reduzem o seu tamanho e a sua
quantidade, e são as formadoras dos músculos
envolvidos no processo de deglutição. 
O envelhecimento produz efeitos diferenciados
conforme a idade, sendo esses classificados em
grupos, ou seja, idosos entre 65 a 75 anos,
entre 76 a 84 anos e acima de 85 anos. As
características da deglutição conforme esses
grupos são gradativos e evidenciamse pela: 
lentidão na transferência do bolo alimentar;
diminuição das ondas peristálticas;
abertura glótica mais prolongada;
diminuição do tônus do músculo
cricofaríngeo;
movimentos adicionais da língua na etapa
oral da deglutição;
presença de deglutições múltiplas e
diminuição do clearance de volume
esofagiano.
O envelhecimento interfere em todas as
etapas da deglutição. 
A etapa antecipatória – sofrerá a interferência
dos déficits cognitivos e depressivos, afetando
a decisão quanto ao tipo do alimento e a sua
relação para com a velocidade e o volume
necessários.
a língua com características hipertróficas
devido ao crescimento de tecido conectivo e
depósito de gordura (gerando redução da
mobilidade e da força em realizar os
movimentos);
perda das papilas gustativas e do olfato
(comprometendo as informações
sensoriais);
perda de dente combinada com a
diminuição da força da mordida anterior
(comprometendo a preparação do bolo
alimentar). 
Na etapa oral da deglutição encontra-se:
A diminuição das fibras musculares e do
volume das estruturas que compõem a
cavidade oral reduz a força muscular e a menor
elasticidade dos músculos torna-os menos
flexíveis e lentificados.
 Muitas das alterações musculares são
desencadeadas pela degeneração dos nervos
que aceleram ou retardam a contração
muscular.
A força da mordida dos músculos mastigatórios
diminui pelo processo de atrofia muscular ou
pela redução na eficiência bioquímica nas
ligações musculares.
Na etapa faríngea observa-se a diminuição do
tecido conjuntivo da musculatura supra e
infrahióidea, reduzindo a elevação e
anteriorização da laringe e, assim, diminuindo o
fechamento da via aérea e o diâmetro do
segmento faríngo-esofágico.
A etapa esofágica pode ser comprometida por
alterações no transporte do alimento devido a
obstruções anatômicas, pela não coordenação
dos movimentos peristálticos ou por disfunção
do esfíncter gatroesofágico. Tais alterações são
acompanhadas por dor, dificuldade para
engolir e por refluxo de alimentos, que poderá
ocasionar uma aspiração, caso o refluxo
chegue à faringe.
As dificuldades de deglutição no idoso são
consideradas como as mais comuns e
freqüentes quanto à perda de peso e
desnutrição.
As mudanças que envolvem as estruturas e a
dinâmica da deglutição no envelhecimento
aumentam a vulnerabilidade dos idosos à
ocorrência de disfagias, sendo as alterações
nas fases oral e faríngea as mais frequentes,
gerando uma prevalência de ocorrência de
disfagia no idoso e infecções nas vias aéreassuperiores. 
Os distúrbios de deglutição ou disfagias se
definem por desordens no processo da
deglutição ou da alimentação, evidenciando
três tipos que estão relacionados às fases
independentes e coordenadas da função da
deglutição. 
As disfagias são classificadas de acordo com as
dificuldades encontradas em cada etapa da
deglutição, podendo ser disfagia oral, faríngea
ou esofágica.
Disfagia oral
Caracteristicas:
Dificuldade nas etapas preparatória oral e
oral propriamente dita da deglutição, na
qual se observa dificuldade de retirar o
alimento do utensílio utilizado;
Falta de vedamento labial; 
Mobilidade da língua ineficiente para a
preparação do bolo alimentar, evidenciada
pela não coordenação dos movimentos de
língua; 
Incompetência velofaríngeo;
Alteração da sensibilidade oral ocasionando
a dificuldade na localização do bolo
alimentar na cavidade oral e na precisão
dos movimentos; 
Presença de reflexos orais exacerbados;
Disfagia Faríngea
Caracteristicas
Dificuldade em direcionar o bolo alimentar
através da faringe, e na qual se observa o
atraso ou ausência do reflexo da deglutição; 
Mobilidade ineficiente ou ausência na
elevação da laringe; 
Assimetria na subida da laringe; 
Má coaptação das pregas vocais; 
Paralisia ou paresia das pregas vocais uni
ou bilateralmente; 
Descoordenação na abertura do esfíncter
esofágico superior; 
Alteração da sensibilidade da câmara
faríngea ou a presença de fendas glóticas; 
Exacerbação dos reflexos orais de mordida,
mastigação e vômito. Pode-se observar,
ainda, refluxo de alimento para a cavidade
nasal; 
Sinais clínicos de aspiração de alimento
durante o processo de deglutição como
tosse, engasgo, cianose, sonolência, fadiga
ou dispnéia; 
Postura corporal inadequada por falta de
controle cervical ou por falta de controle de
tronco
Disfagia Esofágica
Características:
Sensação de haver um corpo estranho na
faringe (globus faríngeos) ou mais abaixo,
no período entre as deglutições, cujas
causas são as alterações motoras ou
estruturais. 
Entre as alterações estruturais temos a
diminuição da luz do esôfago por estenose
esofágica, dificultando a ingestão de alimentos
sólidos, e por deformidades causadas por
compressão de patologias do mediastino. 
As alterações motoras referem-se às alterações
nos movimentos peristálticos cuja amplitude de
contração pode estar alta ou baixa, a duração
da contração estar prolongada ou com seus
movimentos descoordenados
Mastigação no idoso
A mastigação é essencial para dar inicio à
função de deglutição. 
O bolo alimentar é continuamente triturado
durante a mastigação e este se diferencia
quanto ao tipo de alimento utilizado e pela
variedade individual dos aspectos fisiológicos
necessários para a realização desta função. 
Alterações morfológicas e funcionais que
atingem o sistema estomatognático, podem ser
agravadas pela perda dos dentes e pela
colocação de próteses dentárias.
Mastigação unilateral (com movimento de
báscula), prejudicando a retenção da
prótese; 
Mastigação ineficiente em virtude da
flacidez muscular; 
Alterações quanto à inteligibilidade da fala e
do ponto de articulação dos sons em
decorrência da mudança da posição dos
dentes edo contorno do palato provocados
pela prótese; 
Deglutição alterada, mesmo após o alcance
de maior dimensão vertical proporcionado
pela prótese; 
Dores, lesões na mucosa, diminuição da
sensibilidade oral; 
Insatisfação estética. 
A mastigação no envelhecimento é
comprometida pela ausência parcial ou total
dos dentes, sendo esta realizada com mais
esforço e maior tempo, assim como presença
de más adaptações de próteses dentárias.
A preparação do bolo alimentar, por vezes,
necessita da ação da mastigação e frente às
modificações estruturais se torna mais lenta, ao
ser comparada ao adulto jovem, ao mesmo
tempo em que necessita da ampliação de
movimentos para a realização da mastigação
devido à presença de xerostomia, o que
acarreta fadiga muscular.
A perda dos dentes ou o uso de próteses
dentárias mal adaptadas associam-se à
redução da força muscular na realização da
função mastigatória e afetam o preparo do
bolo alimentar, podendo gerar uma fadiga
prematura na alimentação.
Os usuários de próteses dentárias podem
apresentar: 
As próteses dentárias mal ajustadas interferem
nos receptores mecânicos e sensoriais do
palato duro (responsáveis pela diferenciação
precisa do tamanho, textura e forma do
alimento levado à boca), que se associa ao
provável decréscimo de receptores do tato,
ocasionando uma estereognosia bucal
diminuída.
Fonoarticulação no idoso
perda dos dentes e/ou pelo uso de próteses
dentárias mal adaptadas associadas à
diminuição de produção de saliva; 
redução da tonicidade da musculatura
orofacial, que alteram a precisão dos
movimentos necessários e a modificação
dos pontos articulatórios.
As alterações da fala no idoso ocorrem por
alterações anatômicas e funcionais do sistema
estomatognático, podendo, também, ocorrer
por comprometimento neurológico.
Essas alterações estão relacionadas
diretamente à:
Mudanças nas estruturas estomatognáticas
aliadas à diminuição das suas habilidades
motoras, de força e de massa muscular
interferem na produção articulatória, pois a
diminuição da coordenação motora envolve a
propriocepção, a mobilidade e a articulação dos
sons.
Essa interferência também pode estar
associada às modificações no trato vocal
supraglótico, ou seja, pela hipertrofia da
musculatura da língua, enfraquecimento da
musculatura da faringe e pela restrição dos
movimentos da articulação
temporomandibular.
As próteses dentárias causam problemas para
que se possa articular com perfeição os sons da
fala quando não são bem construídas e/ou
adaptadas e esta condição pode gerar um falar
com a boca mais cerrada, pois desta forma não
se perde a estabilidade, mas acaba por causar
imprecisão articulatória. 
A diminuição dos movimentos mandibulares
também fica evidente com o uso de próteses,
assim como aparecem movimentos alterados
da mandíbula e de lábios num a tentativa de
compensar e melhorar a precisão da fala.
As alterações anatômicas geradas por oclusão
dentária inadequada geram mais distorções
articulatórias, 
enquanto as alterações funcionais como as
disfunções temporomandibulares e a
respiração oral geram mais imprecisões
articulatórias. 
A imprecisão articulatória afeta a fala como um
todo e pode ter como causa as próteses mal
adaptadas, a respiração oral, alterações de
audição, quantidade de saliva inadequada, má
oclusão, cansaço, medicamentos, ingestão de
bebidas alcoólicas, modificação do tônus,
ansiedade, depressão, falta de exigência do
meio, pouca importância com o interlocutor, e
articulação mais fechada dificultando a emissão
correta dos sons, além das causas de origem
neurológica ou por desequilíbrio
neuromuscular.
Respiração no idoso
A respiração no idoso sofre alterações desde os
mecanismos de controle até as estruturas
pulmonares e extrapulmonares. Tais alterações
interferem na função respiratória ou no
agravamento das suas manifestações por
afecções que comprometem os pulmões e as
vias respiratórias.
Há uma menor resposta da frequência
respiratória às variações da pressão arterial de
oxigênio no sangue, da pressão parcial de gás
carbônico e do pH sanguíneos, o que dificulta a
ventilação pulmonar.
A capacidade respiratória do idoso apresenta-
se com sua reserva diminuída, dificultando
atividades aeróbicas longas. Tal capacidade
pode ser comprometida ou agravada frente a
alguns fatores, tais como: tabagismo, poluição
ambiental, exposição profissional, doenças
progressivas, diferenças socioeconômicas,
constitucionais e raciais, além das associações
com enfermidades crônico-degenerativas.
Entre as alterações fisiológicas que atingem
o sistema respiratório estão: 
Perda das propriedades de retração elástica
do pulmão; 
Enrijecimento da parede torácica; 
Diminuição da potência motora e muscular;
redução do calibre das vias aéreas; 
Alterações no sistema de defesa
respiratório (por diminuição da atividade
mucociliar, atrofia dasglândulas
submucosas, ineficiência da tosse e menor
resposta imunológica). 
A função respiratória no idoso é menor devido
à perda da sustentação elástica dos tecidos que
circulam os alvéolos e os ductos alveolares, e a
diminuição da força muscular resulta na queda
da capacidade residual funcional.
As alterações fisiológicas predispõem ao risco
de infecções pulmonares e a maior incidência
de fadiga e falência respiratória em idosos
associada às comorbidades de doenças
crônico-degenerativas, como a diminuição no
nível de consciência, na imobilidade no leito e
no uso de drogas sedativas.
A redução da capacidade pulmonar, observada
na sua diminuição em 40% entre 20 e 80 anos,
acarreta alterações intrínsecas à produção
vocal, pois há um decréscimo no volume
expiratório forçado e um aumento no volume
residual, ocasionando perda do suporte
respiratório para a produção vocal, com
diminuição dos tempos máximos de fonação,
restrição da intensidade sonora, aumento nas
pausas articulatórias e diminuição da
velocidade de fala
Funções Sensoriais
O sentido do olfato pode estar comprometido
na fisiologia normal do envelhecimento,
associado muitas vezes à percepção alterada
do paladar, uma vez que ocorre a diminuição
da quantidade dos botões gustativos. Essa
dificuldade em perceber o sabor dos alimentos
pode levar o idoso a aumentar a quantidade de
temperos, na tentativa de melhor perceber os
sabores. 
Associado a esse fator, Amaral (2012) ainda
sugere que a sensibilidade oral geral se
encontra reduzida, ocasionando dificuldades
no idoso para identificar características como
temperatura, textura e volume.
Estética facial e Fonoaudiologia
Estética, do grego aesthesis, significa
sensibilidade ou percepção sensível. Dedica-se
a estudar a beleza, tanto pela possibilidade de
sua conceituação quanto pela diversidade de
emoções e sentimentos que suscita no homem.
A beleza valoriza-se a cada dia e passa a ter
papel muito importante na promoção pessoal.
Manter-se jovem já não é mais questão de
vaidade, mas de sobrevivência na vida pessoal
e no mercado de trabalho. Descobriu-se,
também, que qualquer produto recomendado
por pessoas bonitas e atraentes vende mais. É
a comunicação não verbal, que se processa por
meio da imagem.
A beleza do rosto é determinada pela
proporção e equilíbrio entre volume, forma e o
tamanho dos terços da face e da projeção.
Qualquer alteração de uma região repercute
direta ou indiretamente nas outras regiões. E o
envelhecimento é responsável por tais
alterações.
Muitos tratamentos têm sido desenvolvidos
para melhorar a aparência da face – a maioria
feita por uma equipe de profissionais: médicos,
fisioterapeutas, odontólogos e esteticistas. O
uso da toxina botulínica despertou grande
interesse na relação da musculatura facial e
seu efeito estético. 
Muitos médicos passaram a se dedicar ao
estudo dos movimentos e à relação entre os
músculos e suas influências na face, o que
possibilitou a entrada do fonoaudiólogo na
equipe. O fonoaudiólogo especialista em
motricidade orofacial tem um olhar estético
funcional que permite uma atuação
interdisciplinar bastante eficiente. 
A terapia fonoaudiológica com enfoque em
estética mantém a naturalidade do rosto,
promovendo uma melhoria facial, com reflexos
diretos na autoestima, na qualidade de vida e
no bem-estar do paciente.
Envelhecimento
O processo de envelhecimento é uma soma de
influências genéticas e ambientais. A pele
apresenta dois tipos de envelhecimento: o
intrínseco (endógeno), decorrente de fatores
genéticos e do processo cronológico, e o
extrínseco, resultado de fatores ambientais,
como vento, frio, baixa umidade, radiação
solar, poluição e tabagismo. 
As funções da pele envolvem proteção,
excreção, absorção, termorregulação,
pigmentação, percepção sensorial e regulação
de processos imunológicos que diminuem em
peles envelhecidas. 
As principais alterações estruturais provocadas
pelo passar do tempo são a perda de volume
subcutâneo, a formação de rugas e a flacidez. A
perda de tecido adiposo resulta em uma pele
com menor tensão, levando a rugas e sulcos.
Pode-se observar que a recuperação dos
tecidos é mais lenta e as camadas da pele
tornamse mais finas, frágeis e menos elásticas.
Na face, os sinais de envelhecimento
manifestam-se mais precocemente na região
dos olhos. A perda do tônus e a frouxidão
ligamentar são responsáveis pela mudança da
posição das pálpebras e dos anexos oculares. 
Com o envelhecimento, o músculo frontal
perde o tônus em resposta à gravidade e a
queda do supercílio torna-se inevitável. Nota-se
um excesso de pele na pálpebra superior e/ou
inferior, aumentando gradualmente o peso de
ambas as pálpebras, o tamanho vertical da
fenda palpebral diminui, como decorrência
dadebilitação que ocorre na ação do músculo
levantador da pálpebra superior. 
Esse processo pode prejudicar a acuidade
visual central ou diminuir o campo de visão,
causado por obstrução mecânica. 
Também pode resultar em alteração estética
das pálpebras; provocar cefaleia frontal e
cansaço durante a leitura, pelo uso crônico da
musculatura frontal para vencer a obstrução
visual. Além disso, o excesso de gordura orbital
e o edema também contribuem para uma
aparência estética indesejável. 
O comportamento muscular altera-se com o
envelhecimento. Há uma contração exacerbada
dos músculos corrugadores na tentativa de
compensar a diminuição da acuidade visual,
promovendo a formação de rugas na região
glabelar. Já o músculo frontal age
constantemente para compensar o excesso de
pele na pálpebra superior e a ptose do
supercílio. Tal alteração do dinamismo
muscular favorece o aparecimento de rugas
transversais frontais.
Na região nasal, o envelhecimento pode alterar
o formato do nariz com a queda da ponta e
aumento da proeminência do dorso. No terço
médio da face, é o sulconasolabial proeminente
que mostra sinais de envelhecimento. 
As porções alveolares, tanto da maxila como da
mandíbula, sofrem séria reabsorção, podendo
levar à perda dos dentes. Essa mudança
reflete-se nitidamente no envelhecimento do
terço inferior da face. Ocorre o
aprofundamento dos sulcos e a perda do
contorno facial. Há um relativo encurtamento
do terço inferior da face e aumento no nariz,
alterando o perfil.
Os maiores responsáveis pelo envelhecimento
extrínseco são os raios ultravioleta A e B. O
fotoenvelhecimento compreende o conjunto de
alterações da pele decorrentes da exposição
solar, que variam de acordo com o grau de
melanização da pele de cada indivíduo, bem
como da frequência e da duração dessa
exposição ao longo da vida. 
Com o envelhecimento, a lesão das fibras
elásticas pela radiação UV torna-se crônica e a
capacidade elástica da pele diminui. As rugas
que, no começo, eram dinâmicas tornam-se
estáticas.
O efeito imunossupressor da luz solar tem
papel importante no desenvolvimento do
câncer de pele. Geralmente, os pacientes de
cútis clara e cabelos louros, ou ruivos, tendem a
apresentar sinais de envelhecimento mais
cedo. Pacientes de pele morena e oleosa têm
mais proteção. Com o envelhecimento, os
músculos abaixadores da face tornam-se mais
fortes que os levantadores. A face ganha,
então, uma aparência cansada e triste.
Atuação fonoaudiológica em estética facial
A fonoaudiologia estética facial, a qual é
desenvolvida por fonoaudiológicos
especialistas em motricidade orofacial, traz de
volta uma face harmoniosa, com a
suavização de rugas e marcas de expressão.
É uma nova forma para quem busca o
rejuvenescimento facial de forma natural, sem
cortes, sem intervenções cirúrgicas e sem
traumas.
Através da pratica clínica, os fonoaudiólogos
que atuavam e atuam em motricidade orofacial
notaram que ao modificar o uso da
musculatura facial para corrigir distúrbios
da mastigação, deglutição, respiração,
sucção, postura e fala, produziu-se uma
transformação significativa no aspecto
facial.
Pacientes antes com aparência flácida, olhar
caído, lábios frouxos, entreabertos e rosto sem
vida, passavam a apresentar uma face
equilibrada, um rosto mais hidratado e o
aspectorenovado, somados a reeducação e
correção das funções orais. 
A partir de então, iniciou-se no ano de 2002,
um processo de pesquisa junto a outros
profissionais da área medica e estética,
buscando a compreensão destes “efeitos
colaterais”. Novos estudos, procedimentos e
técnicas foram aprimorados e em 2008, foi
reconhecida e aprovada pelo Conselho
Federal de Fonoaudiologia, está nova e
estimulante abordagem de tratamento, a
Fonoaudiologia Estética Facial com base na
Motricidade Orofacial.
Para atuar na motricidade orofacial com
enfoque em estética, é fundamental
compreender o dinamismo muscular dos
músculos da face. 
Convém conhecer os principais músculos, que
geram movimento; seus antagonistas, que
agem em oposição e que, com sua contração,
são capazes de evitar ou reverter o movimento;
e os sinergistas, que auxiliam na ação fornecem
ao fonoaudiólogo subsídios importantíssimos
para o raciocínio clínico e o planejamento
terapêutico.
Os músculos faciais são bastante delicados e
suas contrações movimentam a área da pele à
qual estão fixados, produzindo depressões em
linhas perpendiculares à direção das fibras dos
músculos que, com o tempo, podem
transformar-se em rugas. Seus nomes
geralmente revelam suas funções. 
Todos os músculos mímicos são inervados pelo
nervo facial. 
Atuação fonoaudiológica
A maioria dos pacientes tem um desejo, uma
expectativa que pode ou não ser alcançada
com a terapia. 
É importante ressaltar que não existe um único
procedimento mágico capaz de solucionar
todos os problemas, sempre a associação de
procedimentos é o que garantirá o melhor
resultado. Pacientes com múltiplas queixas e
que desejam resultado imediato não são
pacientes ideais para alcançar bons resultados
com a terapia fonoaudiológica.
O paciente ideal é aquele comprometido,
disciplinado e disposto a criar novos hábitos e
tomar conhecimento do seu dinamismo
muscular e funcional. Ele precisa estar disposto
a vivenciar e acompanhar a evolução gradativa
que ocorre dentro do processo terapêutico.
Não é nosso paciente aquele que, para
emagrecer, faz lipoaspiração no lugar de
reeducação alimentar. O nosso paciente ideal
valoriza o processo, busca terapias naturais e
alternativas.
A expectativa do paciente deve ser bem
analisada, pois nem sempre o seu desejo é real.
É importante deixar claros os limites do nosso
tratamento. Para muitas pessoas é muito difícil
aceitar o processo de envelhecimento,
nenhuma terapia será capaz de trazer a
jovialidade dos 20 anos.
Atitudes compulsivas de ficar falando ou
olhando-se no espelho, a busca por uma
transformação com expectativas irreais e uma
dificuldade de ouvir as limitações do
tratamento são características importantes de
serem avaliadas antes de iniciar o tratamento.
Uma avaliação detalhada é fundamental para
um bom diagnóstico. Traçar um planejamento
terapêutico pontuado em objetivos e
possibilidades facilita o entendimento do
paciente.
Muitas vezes, o surgimento das rugas pode
estar relacionado a alterações miofuncionais e
posturais. Os movimentos oculares, a
respiração, a mastigação, a deglutição e a fala
ocorrem com extrema frequência no dia a dia
e, se realizados de maneira inadequada, podem
contribuir significativamente no aparecimento
precoce de marcas de expressão. 
Anamnese
Movimentos mímicos, da postura habitual,
da respiração, da deglutição de saliva, da
articulação da fala, da voz e da
coordenação, os quais podem constatar
movimentos mímicos exagerados. 
Algum hábito oral, como o apertamento
dental, ou morder lábios e bochechas.
Algumas relações emocionais também
podem ser notadas.
Na anamnese tão importante quanto o
levantamento histórico do indivíduo é verificar
os movimentos mímicos exagerados e/ou
repetitivos que ele usa na comunicação.
Nessa situação mais informal, em que o
paciente não se sente avaliado, é importante
observar:
A postura física do indivíduo – em pé,
sentado ou andando – deve ser observada
já na sala de espera.
Tensão do pescoço, a posição da cabeça e
dos ombros quanto à simetria e à
hiperextensão anterior ou posterior e a
assimetrias.
Avaliação
Durante a avaliação divide-se a face em três
segmentos: terço superior – do tríquio ao
supercílio, do supercílio à base do nariz, e do
nariz ao mento. 
Cabe observar as proporções entre os terços,
pois o equilíbrio é fundamental para a
harmonia. E também o contorno da face, que
pode ser ovalado, arredondado, quadrado,
retangular ou triangular.
Para avaliar possíveis assimetrias, dividese a
face em duas hemifaces, direita e esquerda.
Tiram-se, então, medidas antropométricas, com
base em Farkas, que permitirão um controle
quantitativo da evolução do tratamento. 
Observa-se o tônus muscular, a posição dos
supercílios, se há bolsas palpebrais, rugas
frontais, glabelares, periorbitais, peribucais e
cervicais e sulcos nasogenianos. A análise do
perfil e meio perfil completam a avaliação
morfológica e estabelece uma relação entre as
partes duras (ossos e dentes) e moles
(músculos e pele), possibilitando um
diagnóstico mais preciso.
É fundamental o registro de fotos e filmagens
para a avaliação e o acompanhamento da
evolução do paciente. Se possível, as fotos
devem ser padronizadas deve-se atentar as
mudanças faciais que podem ser influenciadas
por uma simples noite de sono mal dormida,
alem de resfriado, dor de cabeça e fim de dia
cansativo, por exemplo, tirar a primeira foto, no
início da tarde, do paciente em férias, e a
próxima foto ao final do expediente de
trabalho de um dia exaustivo pode fazer muita
diferença.
O paciente deve estar com os cabelos presos,
sem maquiagem e com roupa sem gola. As
fotos devem ser tiradas de frente, perfil e meio
perfil. 
A filmagem é de suma importância, pois a
avaliação dinâmica traz mais informações.
Algumas imperfeições podem ser vistas
somente desta maneira. As rugas dinâmicas
aparecem no vídeo, mas não em fotos.
No exame intraoral, observam-se a língua, os
dentes, a oclusão, o palato duro e mole, os
frênulos lingual e labial, as tonsilas e as
bochechas. Avalia-se a função de respiração,
mastigação, deglutição e fala, e se observa o
dinamismo muscular durante essas funções. 
No exame intraoral, observam-se a língua, os
dentes, a oclusão, o palato duro e mole, os
frênulos lingual e labial, as tonsilas e as
bochechas. Avalia-se a função de respiração,
mastigação, deglutição e fala, e se observa o
dinamismo muscular durante essas funções. 
Algumas funções, como respirar de boca
aberta, mastigar apenas de um lado ou com o
alimento muito anteriorizado, falar ou deglutir,
contraindo exageradamente a musculatura
perioral e apertamento dentário poderão trazer
sérios prejuízos estéticos.
A avaliação da articulação temporomandibular
é muito importante, pois suas alterações
podem dificultar o restabelecimento das
funções.
Ao finalizar a avaliação, inicia-se o dialogo com
o/a paciente avaliando então os seus desejos. É
importante ouvi-lo, pois ele precisa dizer o que
deseja e o fonoaudiólogo deve mostrar para o
paciente o que pode ser feito para ajudalo e o
que não esta ao seu alcance e mostrar o que
pode ser tratado com a terapia
fonoaudiológica. 
É importante o fonoaudiólogo tomar cuidado
para não levantar problemas que não pode
tratar e do qual o paciente não
se queixa. Às vezes, o nariz tem a ponta
levemente desviada e o paciente nunca
mencionou, e o fato de falar desperta nele uma
queixa que não tinha, deixando-o mais
aborrecido com suas imperfeições. Não
podemos esquecer que todos nós somos
assimétricos. Não vamos buscar a completa
simetria, mas a harmonia e o equilíbrio.
Tratamento
Inicialmente, o tratamento deverá ter um
enfoque maior na queixa principal do paciente,
pois o trabalho evoluirá mais rapidamente
quanto maior for o seu interesse. Conforme
percebe as mudanças, ele se envolve mais com
o trabalho terapêutico.
O primeiro passo será a conscientização, já que
o tratamento se baseia na reeducação. 
O paciente acompanhará a análise, tanto
estática quanto dinâmica, de suas hemifaces,
por meio de fotos e filmagens. Ele tomará
conhecimentodo seu dinamismo muscular e
suas consequências. Com a visualização da
filmagem, muitas vezes o indivíduo
surpreende-se com a sua forma de respirar,
falar, mastigar e deglutir. A partir deste
momento, inicia-se um trabalho proprioceptivo,
que visa a um maior autoconhecimento.
Faz-se, então, o uso da bandagem inelástica
TransporeMR, que é muito eficaz na mudança
da mímica facial, contribuindo para atenuar as
rugas da face. Essa eficácia pode ser atribuída à
ação de receptores da pele capazes de captar
os estímulos mecânicos da bandagem e
transmitidos ao músculo. 
Para a colocação da bandagem, leva-se em
consideração o tamanho e o tipo de contração
do músculo, se ele tem inserções múltiplas ou
única, e o formato da ruga. Tudo isso é
importante para saber o tamanho da
bandagem e o local de colocação. A proposta é
sensibilizar a região e inibir o movimento.
 
Por meio de massagens, manobras de
alongamento e exercícios isotônicos e
isométricos dos músculos da face, da língua, da
mastigação e dos supra e infrahióideos,
atuaremos diretamente na musculatura,
aumentando a oxigenação dos tecidos e a
mobilidade e proporcionando o reequilíbrio
muscular. 
O paciente será orientado quanto às suas
funções orofaciais e esta reeducação funcional
deverá ser incorporada ao seu dia a dia,
levando assim à automatização. O tempo
médio de tratamento é de 3 a 4 meses, com
uma sessão por semana.

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