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Problema 01 Resumo por Íris Layane Motricidade orofacialMotricidade orofacialMotricidade orofacial Com o passar dos anos, o corpo humano é submetido a inúmeros fatores, intrínsecos e extrínsecos, que alteram as diversas estruturas que o constituem. Com o sistema estomatognático isso não é diferente. Várias modificações nas estruturas orofaciais também podem ser observadas em decorrência do envelhecimento. Ao passo que algumas alterações podem ser observadas como verdadeiras mudanças decorrentes da idade, outras podem estar relacionadas a doenças ou serem a combinação de ambas. Dessa maneira, deve-se tomar bastante cuidado para não confundir um indivíduo idoso com um senil, fato que é corriqueiramente observado nas mais diversas ocasiões. O individuo idoso pode desenvolver patologias características da velhice que, então, podem transformá-lo num indivíduo senil. Dentre as patologias associadas à velhice mais comumente observadas nos dias atuais, podemos citar a hipertensão arterial sistêmica, diabete mellitus, aterosclerose, insuficiência cardíaca, depressão mental, doença de Alzheimer, obesidade, câncer e uma redução, de forma geral, da resistência a todos os tipos de infecções. Já fenômenos como a redução da massa proteica e mineral, o acúmulo de gorduras, o aumento da rigidez de certos tecidos, como pele e artérias, a redução da massa tecidual e do peso dos órgãos sexuais primários e secundários, o declínio dos aspectos fisiológicos como um todo, o aparecimento de manchas por pigmentação na pele e nas mucosas e a redução da capacidade defensiva, adaptativa e da resistência diante das agressões são comuns ao envelhecimento e não devem ser associados às patologias. Sob o ponto de vista biológico, o envelhecimento não se restringe à simples passagem do tempo, mas sim a um acúmulo de eventos físicos e também biológicos ao longo desse tempo. Na avaliação do envelhecimento, há dois aspectos da evolução biológica simultaneamente, o amadurecimento ou desenvolvimento morfofuncional e o deterioramento ou involução morfofuncional. Durante o ciclo de vida, inicialmente o amadurecimento predomina sobre o deterioramento, depois tende a haver um equilibro e por fim, no envelhecimento, há o predomínio da involução morfofuncional, que acarreta num deterioramento da capacidade adaptativa do indivíduo. Alguns fatores corroboram para a aceleração desse envelhecimento, entre eles o stress, seja de natureza somatogênica (doenças, traumas) ou psicogênica (depressão, tensão); a radiação, que aumenta a formação de radicais livres; a dieta, que pode agir como um fator acelerador ou retardador, especialmente no que diz respeito ao consumo exagerado de alimentos ricos em calorias e lipídeos; e o fumo. Processo fisiológico de envelhecimento do Sistema Estomatognático (SE) no adulto e no idoso https://classroom.google.com/u/0/c/NTE0MTQ1MTE2ODIw Este aparentemente acelera o processo de senescência através do déficit de vitamina C que se exagera no fumante e determina deficiente controle dos radicais livres de oxigênio. O período de envelhecimento é denominado como senescência e neste é considerado os efeitos destes fatores internos e externos sobre o organismo humano e estabelecido como um padrão de normalidade. Quando da ocorrência de doenças prevalentes na população de idosos, tem-se como resultado um desencadeamento de alterações que são denominadas como senilidade. Faz-se necessário diferenciarmos dois termos que muitas vezes são confundidos ou considerados sinônimos: Autonomia e Independência. Autonomia: O idoso considerado autônomo é aquele que realiza suas atividade como cidadão, como por exemplo, movimenta sua conta bancária, decide sobre os pagamentos que serão efetuados, assume a responsabilidade no recebimento do seu salário ou aposentadoria, ou seja apresenta um sistema neurocognitivo adequado para tomar decisões. Independência: Já o idoso independente é aquele que tem a possibilidade de realizar suas Atividades de Vida Diária (AVD), tais como: se alimentar, realizar sua higiene pessoal, vestir-se, caminhar, se comunicar, entre outras. Outros dois termos que também necessitam de esclarecimento são os de: Senescência e Senilidade. Senescência: Corresponde ao somatório de alterações orgânicas, funcionais e psicológicas próprias do envelhecimento natural, ou seja, corresponde aos processos fisiológicos. Senilidade: São as modificações que acontecem devido a afecções que podem acometer o idoso, ou seja, trata-se de um processo patológico. Envelhecimento dos Sistemas Sistema Esquelético Com o envelhecimento, há uma perda óssea contínua em todo o corpo humano, uma vez que a atividade de formação óssea diminui em relação à reabsorção. Dessa forma, os maxilares e a mandíbula sofrem atrofia por desuso. Isso ocorre porque o hormônio da paratireóide e a vitamina D, que regulam a função dos ossos, rins e intestinos para manter a concentração normal de cálcio e fosfato do soro, têm sua ação e eficácia significativamente modificadas com a idade. Portanto, dietas com maior conteúdo de cálcio deveriam ser instituídas, já que a deposição deste no osso, diminui com a idade. A osteoporose que significa “osso poroso” é a doença óssea de maior prevalência na população geriátrica. A osteoporose caracteriza-se pela diminuição e deterioração da densidade mineral óssea. À modificação do osso associam-se aumento da fragilidade e maior risco de fratura após mínimo trauma Sistema Neuromuscular Há uma perda da resistência e tonicidade dos músculos devido o decréscimo no volume, na consistência e na velocidade em que a tensão muscular pode ser desenvolvida e liberada, além da perda, lenta e progressiva da inervação, tornando os tempos de contração maiores e as respostas mais lentas. Este fenômeno geralmente tem sido verificado após os 45 anos de idade. A perda de massa e tonicidade muscular acaba envolvendo pele, tecido conjuntivo e osso, por estarem todos em íntima relação, gerando o característico visual das “rugas faciais” dos idosos. Sistema Respiratório Envelhecimento reduz a elasticidade do tecido pulmonar e a capacidade e das paredes torácicas, que por sua vez resulta no aumento do trabalho envolvido na respiração. Ou seja, para que um idoso realize um certo esforço externo, ele apresentará uma maior taxa de trabalho respiratório. Estando a respiração envolvida intimamente com a fonoarticulação, é comum que o idoso se canse mais rápido durante a sua produção de fala e sua intensidade vocal se apresente diminuída Sistema Digestivo O envelhecimento desse sistema ocorre desde a diminuição do número de dentes na cavidade oral, passando pela flacidez do esôfago; estômago; intestinos delgado e grosso o que acarreta na redução da motilidade desses órgãos. Dessa forma, o processo digestivo se torna mais lento e surge a necessidade de uma alimentação balanceada mais adaptada, e que o idoso mastigue de forma efetiva os alimentos ingeridos para que a absorção dos nutrientes ocorra da melhor forma possível. Envelhecimento do Sistema Estomatognático Musculatura da face Assim como em todo o sistema muscular ocorre uma diminuição na massa e na força dos músculos. Também se observa essa redução nos músculos da face. Percebe-se de uma forma geral um arqueamento da musculatura do rosto fator que se relaciona à perda de elasticidade do tecido; aos fatores emocionais; à alimentação e, também, à própria gravidade. Bochechas Há mudança na composição da fibra muscular o que faz com que as bochechas se apresentem mais arqueadas e com seu tônus reduzido. Podem ocorrer assimetrias, pois o padrão mastigatório irá influenciar diretamente na morfologia e no tônus dessa estrutura. Lábios Ocorre uma atrofia das fibras musculares que compõem os lábios dando uma aparência de menos volume a estes. Também ocorre o acentuamento das rugas nasogenianas e das comissuras labiais por conta da própria diminuição do tônus dessa região. E com a perda da elasticidade dos tecidos em volta dos lábios têm-se umaredução na abertura de boca. No caso de idosos edêntulos totais, principalmente naqueles não usuários de próteses totais, essas características da musculatura da face, bochechas e lábios se agravam e são comumente encontradas rugas comissurais e nasogenianas mais acentuadas, além de um arqueamento aumentado das bochechas e lábios ainda mais atrofiados. Cavidade Oral A mucosa oral se torna mais delgada, ocorre diminuição na hidratação do epitélio, associado a diminuição da camada de queratina, deixando a mucosa com aparência mais lisa e brilhante e mais susceptível à ulcerações que geralmente ocorrem por conta de próteses mal adaptadas ou até mesmo por consistência alimentares excessivamente sólidas que acabam agredindo a cavidade oral Língua Esta estrutura se apresenta lisa por conta da atrofia das papilas gustativas, também é possível observar vasos mais dilatados, nodulares com coloração vermelho escuro e/ou azulados nas laterais e/ou porção ventral da língua denominados de varicosidades sublinguais. Os movimentos podem se apresentar mais instáveis e/ou com tremor em repouso, ocorre também a diminuição da força dessa estrutura o que interfere diretamente nas funções de mastigação, deglutição e fonoarticulação. Faringe Ocorre uma diminuição da motilidade faríngea o que interfere diretamente na passagem do bolo alimentar durante o processo digestivo, fazendo com que passagem do alimento torne- se mais lenta. A musculatura também se apresenta mais flácida, caracterizando a presbifaringe. Laringe Essa estrutura com o avançar da idade assume uma posição mais baixa na região do pescoço. Também se observa flacidez dos ligamentos que compõem as cartilagens o que faz com que exista uma maior dificuldade para que a laringe se eleve no momento da deglutição, caracterizando a presbilaringe. Associada a essas modificações, ocorre também uma instabilidade da função da epiglote, o que faz com que a proteção das vias aéreas que acontece com o seu fechamento durante a deglutição também se torne instável, gerando possíveis engasgos com maior frequência. Maxila e Mandíbula O osso da maxila no indivíduo idoso passa por um processo de involução óssea, caracterizando uma “osteoporose fisiológica”. Fazendo com que a espessura do osso diminua e a porosidade aumente. Ocorre a diminuição do metabolismo ósseo e a cicatrização diminui. Assim como a maxila, a mandíbula sofre um processo de reabsorção óssea sendo este um pouco mais acelerado do que na maxila. Ocorre também o aumento do ângulo goníaco. Como o osso se torna mais poroso, a probabilidade de fraturas se torna maior. Articulação Temporomandibular Com o avançar da idade, a quantidade de líquido sinovial que banha a articulação diminui, limitando assim o movimento dessa articulação. O côndilo se posiciona mais anteriorizado o que faz com que a mandíbula se projete um pouco para frente. A abertura bucal também se apresenta diminuída, podem existir sinais e sintomas de DTM como, estalidos, crepitações, desconforto e/ou dor durante as funções de mastigação e/ou fonoarticulação. Estomatognosia Ocorre uma diminuição da sensibilidade de forma geral, o que faz com que o paladar e o olfato aumentem de limiar. Ou seja, o idoso apresenta uma diminuição da capacidade de sentir os sabores e cheiros. Essa diminuição do paladar geralmente se associa a alguns fatores como: higiene oral inadequada; uso de diversos medicamentos associados; fluxo de saliva diminuído e o próprio uso de próteses dentárias. Glândulas Salivares Com o avanço da idade, ocorre uma perda linear na quantidade de células acinosas, responsáveis pela produção de saliva, dando lugar a tecido conjuntivo ou gordura. Com isso, há também uma diminuição no volume da secreção salivar com o envelhecimento. Assim, os idosos tendem a apresentar uma proteção deficiente dos tecidos bucais, que normalmente é proporcionada pela ação da saliva. Também fica prejudicada a formação do bolo alimentar e a fonação. A diminuição acentuada na produção de saliva, fenômeno mais conhecido por xerostomia, pode acarretar no aparecimento de cáries rampantes, candidíase, desconfortos na mastigação, disfagia, dificuldades para usar próteses e na percepção do gosto dos alimentos. A xerostomia, em idosos, está frequentemente associada ao uso de medicamentos, especialmente os antidepressivos, os anticolinérgicos, os antihipertensivos, os quimioterápicos, a quimioterapia imunomodular e em radioterapias para neoplasias. Ajustes das funções sensoriais, motoras clássica e adaptativas do SE ocorrentes no adulto e no idoso Durante o processo de envelhecimento ocorrem muitas modificações nas funções do sistema estomatognático, dentre elas, funções sensoriais, funções clássicas e funções adaptativas. Funções Clássicas Deglutição no idoso O processo do envelhecimento pode aumentar a vulnerabilidade do idoso para com as dificuldades de deglutição. Estes estão relacionados ao sistema nervoso e aos músculos, que acarretam modificações na força e na coordenação durante o processo de deglutição. Aliadas a estas, encontram-se a atrofia das fibras musculares de contração rápida, que reduzem o seu tamanho e a sua quantidade, e são as formadoras dos músculos envolvidos no processo de deglutição. O envelhecimento produz efeitos diferenciados conforme a idade, sendo esses classificados em grupos, ou seja, idosos entre 65 a 75 anos, entre 76 a 84 anos e acima de 85 anos. As características da deglutição conforme esses grupos são gradativos e evidenciamse pela: lentidão na transferência do bolo alimentar; diminuição das ondas peristálticas; abertura glótica mais prolongada; diminuição do tônus do músculo cricofaríngeo; movimentos adicionais da língua na etapa oral da deglutição; presença de deglutições múltiplas e diminuição do clearance de volume esofagiano. O envelhecimento interfere em todas as etapas da deglutição. A etapa antecipatória – sofrerá a interferência dos déficits cognitivos e depressivos, afetando a decisão quanto ao tipo do alimento e a sua relação para com a velocidade e o volume necessários. a língua com características hipertróficas devido ao crescimento de tecido conectivo e depósito de gordura (gerando redução da mobilidade e da força em realizar os movimentos); perda das papilas gustativas e do olfato (comprometendo as informações sensoriais); perda de dente combinada com a diminuição da força da mordida anterior (comprometendo a preparação do bolo alimentar). Na etapa oral da deglutição encontra-se: A diminuição das fibras musculares e do volume das estruturas que compõem a cavidade oral reduz a força muscular e a menor elasticidade dos músculos torna-os menos flexíveis e lentificados. Muitas das alterações musculares são desencadeadas pela degeneração dos nervos que aceleram ou retardam a contração muscular. A força da mordida dos músculos mastigatórios diminui pelo processo de atrofia muscular ou pela redução na eficiência bioquímica nas ligações musculares. Na etapa faríngea observa-se a diminuição do tecido conjuntivo da musculatura supra e infrahióidea, reduzindo a elevação e anteriorização da laringe e, assim, diminuindo o fechamento da via aérea e o diâmetro do segmento faríngo-esofágico. A etapa esofágica pode ser comprometida por alterações no transporte do alimento devido a obstruções anatômicas, pela não coordenação dos movimentos peristálticos ou por disfunção do esfíncter gatroesofágico. Tais alterações são acompanhadas por dor, dificuldade para engolir e por refluxo de alimentos, que poderá ocasionar uma aspiração, caso o refluxo chegue à faringe. As dificuldades de deglutição no idoso são consideradas como as mais comuns e freqüentes quanto à perda de peso e desnutrição. As mudanças que envolvem as estruturas e a dinâmica da deglutição no envelhecimento aumentam a vulnerabilidade dos idosos à ocorrência de disfagias, sendo as alterações nas fases oral e faríngea as mais frequentes, gerando uma prevalência de ocorrência de disfagia no idoso e infecções nas vias aéreassuperiores. Os distúrbios de deglutição ou disfagias se definem por desordens no processo da deglutição ou da alimentação, evidenciando três tipos que estão relacionados às fases independentes e coordenadas da função da deglutição. As disfagias são classificadas de acordo com as dificuldades encontradas em cada etapa da deglutição, podendo ser disfagia oral, faríngea ou esofágica. Disfagia oral Caracteristicas: Dificuldade nas etapas preparatória oral e oral propriamente dita da deglutição, na qual se observa dificuldade de retirar o alimento do utensílio utilizado; Falta de vedamento labial; Mobilidade da língua ineficiente para a preparação do bolo alimentar, evidenciada pela não coordenação dos movimentos de língua; Incompetência velofaríngeo; Alteração da sensibilidade oral ocasionando a dificuldade na localização do bolo alimentar na cavidade oral e na precisão dos movimentos; Presença de reflexos orais exacerbados; Disfagia Faríngea Caracteristicas Dificuldade em direcionar o bolo alimentar através da faringe, e na qual se observa o atraso ou ausência do reflexo da deglutição; Mobilidade ineficiente ou ausência na elevação da laringe; Assimetria na subida da laringe; Má coaptação das pregas vocais; Paralisia ou paresia das pregas vocais uni ou bilateralmente; Descoordenação na abertura do esfíncter esofágico superior; Alteração da sensibilidade da câmara faríngea ou a presença de fendas glóticas; Exacerbação dos reflexos orais de mordida, mastigação e vômito. Pode-se observar, ainda, refluxo de alimento para a cavidade nasal; Sinais clínicos de aspiração de alimento durante o processo de deglutição como tosse, engasgo, cianose, sonolência, fadiga ou dispnéia; Postura corporal inadequada por falta de controle cervical ou por falta de controle de tronco Disfagia Esofágica Características: Sensação de haver um corpo estranho na faringe (globus faríngeos) ou mais abaixo, no período entre as deglutições, cujas causas são as alterações motoras ou estruturais. Entre as alterações estruturais temos a diminuição da luz do esôfago por estenose esofágica, dificultando a ingestão de alimentos sólidos, e por deformidades causadas por compressão de patologias do mediastino. As alterações motoras referem-se às alterações nos movimentos peristálticos cuja amplitude de contração pode estar alta ou baixa, a duração da contração estar prolongada ou com seus movimentos descoordenados Mastigação no idoso A mastigação é essencial para dar inicio à função de deglutição. O bolo alimentar é continuamente triturado durante a mastigação e este se diferencia quanto ao tipo de alimento utilizado e pela variedade individual dos aspectos fisiológicos necessários para a realização desta função. Alterações morfológicas e funcionais que atingem o sistema estomatognático, podem ser agravadas pela perda dos dentes e pela colocação de próteses dentárias. Mastigação unilateral (com movimento de báscula), prejudicando a retenção da prótese; Mastigação ineficiente em virtude da flacidez muscular; Alterações quanto à inteligibilidade da fala e do ponto de articulação dos sons em decorrência da mudança da posição dos dentes edo contorno do palato provocados pela prótese; Deglutição alterada, mesmo após o alcance de maior dimensão vertical proporcionado pela prótese; Dores, lesões na mucosa, diminuição da sensibilidade oral; Insatisfação estética. A mastigação no envelhecimento é comprometida pela ausência parcial ou total dos dentes, sendo esta realizada com mais esforço e maior tempo, assim como presença de más adaptações de próteses dentárias. A preparação do bolo alimentar, por vezes, necessita da ação da mastigação e frente às modificações estruturais se torna mais lenta, ao ser comparada ao adulto jovem, ao mesmo tempo em que necessita da ampliação de movimentos para a realização da mastigação devido à presença de xerostomia, o que acarreta fadiga muscular. A perda dos dentes ou o uso de próteses dentárias mal adaptadas associam-se à redução da força muscular na realização da função mastigatória e afetam o preparo do bolo alimentar, podendo gerar uma fadiga prematura na alimentação. Os usuários de próteses dentárias podem apresentar: As próteses dentárias mal ajustadas interferem nos receptores mecânicos e sensoriais do palato duro (responsáveis pela diferenciação precisa do tamanho, textura e forma do alimento levado à boca), que se associa ao provável decréscimo de receptores do tato, ocasionando uma estereognosia bucal diminuída. Fonoarticulação no idoso perda dos dentes e/ou pelo uso de próteses dentárias mal adaptadas associadas à diminuição de produção de saliva; redução da tonicidade da musculatura orofacial, que alteram a precisão dos movimentos necessários e a modificação dos pontos articulatórios. As alterações da fala no idoso ocorrem por alterações anatômicas e funcionais do sistema estomatognático, podendo, também, ocorrer por comprometimento neurológico. Essas alterações estão relacionadas diretamente à: Mudanças nas estruturas estomatognáticas aliadas à diminuição das suas habilidades motoras, de força e de massa muscular interferem na produção articulatória, pois a diminuição da coordenação motora envolve a propriocepção, a mobilidade e a articulação dos sons. Essa interferência também pode estar associada às modificações no trato vocal supraglótico, ou seja, pela hipertrofia da musculatura da língua, enfraquecimento da musculatura da faringe e pela restrição dos movimentos da articulação temporomandibular. As próteses dentárias causam problemas para que se possa articular com perfeição os sons da fala quando não são bem construídas e/ou adaptadas e esta condição pode gerar um falar com a boca mais cerrada, pois desta forma não se perde a estabilidade, mas acaba por causar imprecisão articulatória. A diminuição dos movimentos mandibulares também fica evidente com o uso de próteses, assim como aparecem movimentos alterados da mandíbula e de lábios num a tentativa de compensar e melhorar a precisão da fala. As alterações anatômicas geradas por oclusão dentária inadequada geram mais distorções articulatórias, enquanto as alterações funcionais como as disfunções temporomandibulares e a respiração oral geram mais imprecisões articulatórias. A imprecisão articulatória afeta a fala como um todo e pode ter como causa as próteses mal adaptadas, a respiração oral, alterações de audição, quantidade de saliva inadequada, má oclusão, cansaço, medicamentos, ingestão de bebidas alcoólicas, modificação do tônus, ansiedade, depressão, falta de exigência do meio, pouca importância com o interlocutor, e articulação mais fechada dificultando a emissão correta dos sons, além das causas de origem neurológica ou por desequilíbrio neuromuscular. Respiração no idoso A respiração no idoso sofre alterações desde os mecanismos de controle até as estruturas pulmonares e extrapulmonares. Tais alterações interferem na função respiratória ou no agravamento das suas manifestações por afecções que comprometem os pulmões e as vias respiratórias. Há uma menor resposta da frequência respiratória às variações da pressão arterial de oxigênio no sangue, da pressão parcial de gás carbônico e do pH sanguíneos, o que dificulta a ventilação pulmonar. A capacidade respiratória do idoso apresenta- se com sua reserva diminuída, dificultando atividades aeróbicas longas. Tal capacidade pode ser comprometida ou agravada frente a alguns fatores, tais como: tabagismo, poluição ambiental, exposição profissional, doenças progressivas, diferenças socioeconômicas, constitucionais e raciais, além das associações com enfermidades crônico-degenerativas. Entre as alterações fisiológicas que atingem o sistema respiratório estão: Perda das propriedades de retração elástica do pulmão; Enrijecimento da parede torácica; Diminuição da potência motora e muscular; redução do calibre das vias aéreas; Alterações no sistema de defesa respiratório (por diminuição da atividade mucociliar, atrofia dasglândulas submucosas, ineficiência da tosse e menor resposta imunológica). A função respiratória no idoso é menor devido à perda da sustentação elástica dos tecidos que circulam os alvéolos e os ductos alveolares, e a diminuição da força muscular resulta na queda da capacidade residual funcional. As alterações fisiológicas predispõem ao risco de infecções pulmonares e a maior incidência de fadiga e falência respiratória em idosos associada às comorbidades de doenças crônico-degenerativas, como a diminuição no nível de consciência, na imobilidade no leito e no uso de drogas sedativas. A redução da capacidade pulmonar, observada na sua diminuição em 40% entre 20 e 80 anos, acarreta alterações intrínsecas à produção vocal, pois há um decréscimo no volume expiratório forçado e um aumento no volume residual, ocasionando perda do suporte respiratório para a produção vocal, com diminuição dos tempos máximos de fonação, restrição da intensidade sonora, aumento nas pausas articulatórias e diminuição da velocidade de fala Funções Sensoriais O sentido do olfato pode estar comprometido na fisiologia normal do envelhecimento, associado muitas vezes à percepção alterada do paladar, uma vez que ocorre a diminuição da quantidade dos botões gustativos. Essa dificuldade em perceber o sabor dos alimentos pode levar o idoso a aumentar a quantidade de temperos, na tentativa de melhor perceber os sabores. Associado a esse fator, Amaral (2012) ainda sugere que a sensibilidade oral geral se encontra reduzida, ocasionando dificuldades no idoso para identificar características como temperatura, textura e volume. Estética facial e Fonoaudiologia Estética, do grego aesthesis, significa sensibilidade ou percepção sensível. Dedica-se a estudar a beleza, tanto pela possibilidade de sua conceituação quanto pela diversidade de emoções e sentimentos que suscita no homem. A beleza valoriza-se a cada dia e passa a ter papel muito importante na promoção pessoal. Manter-se jovem já não é mais questão de vaidade, mas de sobrevivência na vida pessoal e no mercado de trabalho. Descobriu-se, também, que qualquer produto recomendado por pessoas bonitas e atraentes vende mais. É a comunicação não verbal, que se processa por meio da imagem. A beleza do rosto é determinada pela proporção e equilíbrio entre volume, forma e o tamanho dos terços da face e da projeção. Qualquer alteração de uma região repercute direta ou indiretamente nas outras regiões. E o envelhecimento é responsável por tais alterações. Muitos tratamentos têm sido desenvolvidos para melhorar a aparência da face – a maioria feita por uma equipe de profissionais: médicos, fisioterapeutas, odontólogos e esteticistas. O uso da toxina botulínica despertou grande interesse na relação da musculatura facial e seu efeito estético. Muitos médicos passaram a se dedicar ao estudo dos movimentos e à relação entre os músculos e suas influências na face, o que possibilitou a entrada do fonoaudiólogo na equipe. O fonoaudiólogo especialista em motricidade orofacial tem um olhar estético funcional que permite uma atuação interdisciplinar bastante eficiente. A terapia fonoaudiológica com enfoque em estética mantém a naturalidade do rosto, promovendo uma melhoria facial, com reflexos diretos na autoestima, na qualidade de vida e no bem-estar do paciente. Envelhecimento O processo de envelhecimento é uma soma de influências genéticas e ambientais. A pele apresenta dois tipos de envelhecimento: o intrínseco (endógeno), decorrente de fatores genéticos e do processo cronológico, e o extrínseco, resultado de fatores ambientais, como vento, frio, baixa umidade, radiação solar, poluição e tabagismo. As funções da pele envolvem proteção, excreção, absorção, termorregulação, pigmentação, percepção sensorial e regulação de processos imunológicos que diminuem em peles envelhecidas. As principais alterações estruturais provocadas pelo passar do tempo são a perda de volume subcutâneo, a formação de rugas e a flacidez. A perda de tecido adiposo resulta em uma pele com menor tensão, levando a rugas e sulcos. Pode-se observar que a recuperação dos tecidos é mais lenta e as camadas da pele tornamse mais finas, frágeis e menos elásticas. Na face, os sinais de envelhecimento manifestam-se mais precocemente na região dos olhos. A perda do tônus e a frouxidão ligamentar são responsáveis pela mudança da posição das pálpebras e dos anexos oculares. Com o envelhecimento, o músculo frontal perde o tônus em resposta à gravidade e a queda do supercílio torna-se inevitável. Nota-se um excesso de pele na pálpebra superior e/ou inferior, aumentando gradualmente o peso de ambas as pálpebras, o tamanho vertical da fenda palpebral diminui, como decorrência dadebilitação que ocorre na ação do músculo levantador da pálpebra superior. Esse processo pode prejudicar a acuidade visual central ou diminuir o campo de visão, causado por obstrução mecânica. Também pode resultar em alteração estética das pálpebras; provocar cefaleia frontal e cansaço durante a leitura, pelo uso crônico da musculatura frontal para vencer a obstrução visual. Além disso, o excesso de gordura orbital e o edema também contribuem para uma aparência estética indesejável. O comportamento muscular altera-se com o envelhecimento. Há uma contração exacerbada dos músculos corrugadores na tentativa de compensar a diminuição da acuidade visual, promovendo a formação de rugas na região glabelar. Já o músculo frontal age constantemente para compensar o excesso de pele na pálpebra superior e a ptose do supercílio. Tal alteração do dinamismo muscular favorece o aparecimento de rugas transversais frontais. Na região nasal, o envelhecimento pode alterar o formato do nariz com a queda da ponta e aumento da proeminência do dorso. No terço médio da face, é o sulconasolabial proeminente que mostra sinais de envelhecimento. As porções alveolares, tanto da maxila como da mandíbula, sofrem séria reabsorção, podendo levar à perda dos dentes. Essa mudança reflete-se nitidamente no envelhecimento do terço inferior da face. Ocorre o aprofundamento dos sulcos e a perda do contorno facial. Há um relativo encurtamento do terço inferior da face e aumento no nariz, alterando o perfil. Os maiores responsáveis pelo envelhecimento extrínseco são os raios ultravioleta A e B. O fotoenvelhecimento compreende o conjunto de alterações da pele decorrentes da exposição solar, que variam de acordo com o grau de melanização da pele de cada indivíduo, bem como da frequência e da duração dessa exposição ao longo da vida. Com o envelhecimento, a lesão das fibras elásticas pela radiação UV torna-se crônica e a capacidade elástica da pele diminui. As rugas que, no começo, eram dinâmicas tornam-se estáticas. O efeito imunossupressor da luz solar tem papel importante no desenvolvimento do câncer de pele. Geralmente, os pacientes de cútis clara e cabelos louros, ou ruivos, tendem a apresentar sinais de envelhecimento mais cedo. Pacientes de pele morena e oleosa têm mais proteção. Com o envelhecimento, os músculos abaixadores da face tornam-se mais fortes que os levantadores. A face ganha, então, uma aparência cansada e triste. Atuação fonoaudiológica em estética facial A fonoaudiologia estética facial, a qual é desenvolvida por fonoaudiológicos especialistas em motricidade orofacial, traz de volta uma face harmoniosa, com a suavização de rugas e marcas de expressão. É uma nova forma para quem busca o rejuvenescimento facial de forma natural, sem cortes, sem intervenções cirúrgicas e sem traumas. Através da pratica clínica, os fonoaudiólogos que atuavam e atuam em motricidade orofacial notaram que ao modificar o uso da musculatura facial para corrigir distúrbios da mastigação, deglutição, respiração, sucção, postura e fala, produziu-se uma transformação significativa no aspecto facial. Pacientes antes com aparência flácida, olhar caído, lábios frouxos, entreabertos e rosto sem vida, passavam a apresentar uma face equilibrada, um rosto mais hidratado e o aspectorenovado, somados a reeducação e correção das funções orais. A partir de então, iniciou-se no ano de 2002, um processo de pesquisa junto a outros profissionais da área medica e estética, buscando a compreensão destes “efeitos colaterais”. Novos estudos, procedimentos e técnicas foram aprimorados e em 2008, foi reconhecida e aprovada pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, está nova e estimulante abordagem de tratamento, a Fonoaudiologia Estética Facial com base na Motricidade Orofacial. Para atuar na motricidade orofacial com enfoque em estética, é fundamental compreender o dinamismo muscular dos músculos da face. Convém conhecer os principais músculos, que geram movimento; seus antagonistas, que agem em oposição e que, com sua contração, são capazes de evitar ou reverter o movimento; e os sinergistas, que auxiliam na ação fornecem ao fonoaudiólogo subsídios importantíssimos para o raciocínio clínico e o planejamento terapêutico. Os músculos faciais são bastante delicados e suas contrações movimentam a área da pele à qual estão fixados, produzindo depressões em linhas perpendiculares à direção das fibras dos músculos que, com o tempo, podem transformar-se em rugas. Seus nomes geralmente revelam suas funções. Todos os músculos mímicos são inervados pelo nervo facial. Atuação fonoaudiológica A maioria dos pacientes tem um desejo, uma expectativa que pode ou não ser alcançada com a terapia. É importante ressaltar que não existe um único procedimento mágico capaz de solucionar todos os problemas, sempre a associação de procedimentos é o que garantirá o melhor resultado. Pacientes com múltiplas queixas e que desejam resultado imediato não são pacientes ideais para alcançar bons resultados com a terapia fonoaudiológica. O paciente ideal é aquele comprometido, disciplinado e disposto a criar novos hábitos e tomar conhecimento do seu dinamismo muscular e funcional. Ele precisa estar disposto a vivenciar e acompanhar a evolução gradativa que ocorre dentro do processo terapêutico. Não é nosso paciente aquele que, para emagrecer, faz lipoaspiração no lugar de reeducação alimentar. O nosso paciente ideal valoriza o processo, busca terapias naturais e alternativas. A expectativa do paciente deve ser bem analisada, pois nem sempre o seu desejo é real. É importante deixar claros os limites do nosso tratamento. Para muitas pessoas é muito difícil aceitar o processo de envelhecimento, nenhuma terapia será capaz de trazer a jovialidade dos 20 anos. Atitudes compulsivas de ficar falando ou olhando-se no espelho, a busca por uma transformação com expectativas irreais e uma dificuldade de ouvir as limitações do tratamento são características importantes de serem avaliadas antes de iniciar o tratamento. Uma avaliação detalhada é fundamental para um bom diagnóstico. Traçar um planejamento terapêutico pontuado em objetivos e possibilidades facilita o entendimento do paciente. Muitas vezes, o surgimento das rugas pode estar relacionado a alterações miofuncionais e posturais. Os movimentos oculares, a respiração, a mastigação, a deglutição e a fala ocorrem com extrema frequência no dia a dia e, se realizados de maneira inadequada, podem contribuir significativamente no aparecimento precoce de marcas de expressão. Anamnese Movimentos mímicos, da postura habitual, da respiração, da deglutição de saliva, da articulação da fala, da voz e da coordenação, os quais podem constatar movimentos mímicos exagerados. Algum hábito oral, como o apertamento dental, ou morder lábios e bochechas. Algumas relações emocionais também podem ser notadas. Na anamnese tão importante quanto o levantamento histórico do indivíduo é verificar os movimentos mímicos exagerados e/ou repetitivos que ele usa na comunicação. Nessa situação mais informal, em que o paciente não se sente avaliado, é importante observar: A postura física do indivíduo – em pé, sentado ou andando – deve ser observada já na sala de espera. Tensão do pescoço, a posição da cabeça e dos ombros quanto à simetria e à hiperextensão anterior ou posterior e a assimetrias. Avaliação Durante a avaliação divide-se a face em três segmentos: terço superior – do tríquio ao supercílio, do supercílio à base do nariz, e do nariz ao mento. Cabe observar as proporções entre os terços, pois o equilíbrio é fundamental para a harmonia. E também o contorno da face, que pode ser ovalado, arredondado, quadrado, retangular ou triangular. Para avaliar possíveis assimetrias, dividese a face em duas hemifaces, direita e esquerda. Tiram-se, então, medidas antropométricas, com base em Farkas, que permitirão um controle quantitativo da evolução do tratamento. Observa-se o tônus muscular, a posição dos supercílios, se há bolsas palpebrais, rugas frontais, glabelares, periorbitais, peribucais e cervicais e sulcos nasogenianos. A análise do perfil e meio perfil completam a avaliação morfológica e estabelece uma relação entre as partes duras (ossos e dentes) e moles (músculos e pele), possibilitando um diagnóstico mais preciso. É fundamental o registro de fotos e filmagens para a avaliação e o acompanhamento da evolução do paciente. Se possível, as fotos devem ser padronizadas deve-se atentar as mudanças faciais que podem ser influenciadas por uma simples noite de sono mal dormida, alem de resfriado, dor de cabeça e fim de dia cansativo, por exemplo, tirar a primeira foto, no início da tarde, do paciente em férias, e a próxima foto ao final do expediente de trabalho de um dia exaustivo pode fazer muita diferença. O paciente deve estar com os cabelos presos, sem maquiagem e com roupa sem gola. As fotos devem ser tiradas de frente, perfil e meio perfil. A filmagem é de suma importância, pois a avaliação dinâmica traz mais informações. Algumas imperfeições podem ser vistas somente desta maneira. As rugas dinâmicas aparecem no vídeo, mas não em fotos. No exame intraoral, observam-se a língua, os dentes, a oclusão, o palato duro e mole, os frênulos lingual e labial, as tonsilas e as bochechas. Avalia-se a função de respiração, mastigação, deglutição e fala, e se observa o dinamismo muscular durante essas funções. No exame intraoral, observam-se a língua, os dentes, a oclusão, o palato duro e mole, os frênulos lingual e labial, as tonsilas e as bochechas. Avalia-se a função de respiração, mastigação, deglutição e fala, e se observa o dinamismo muscular durante essas funções. Algumas funções, como respirar de boca aberta, mastigar apenas de um lado ou com o alimento muito anteriorizado, falar ou deglutir, contraindo exageradamente a musculatura perioral e apertamento dentário poderão trazer sérios prejuízos estéticos. A avaliação da articulação temporomandibular é muito importante, pois suas alterações podem dificultar o restabelecimento das funções. Ao finalizar a avaliação, inicia-se o dialogo com o/a paciente avaliando então os seus desejos. É importante ouvi-lo, pois ele precisa dizer o que deseja e o fonoaudiólogo deve mostrar para o paciente o que pode ser feito para ajudalo e o que não esta ao seu alcance e mostrar o que pode ser tratado com a terapia fonoaudiológica. É importante o fonoaudiólogo tomar cuidado para não levantar problemas que não pode tratar e do qual o paciente não se queixa. Às vezes, o nariz tem a ponta levemente desviada e o paciente nunca mencionou, e o fato de falar desperta nele uma queixa que não tinha, deixando-o mais aborrecido com suas imperfeições. Não podemos esquecer que todos nós somos assimétricos. Não vamos buscar a completa simetria, mas a harmonia e o equilíbrio. Tratamento Inicialmente, o tratamento deverá ter um enfoque maior na queixa principal do paciente, pois o trabalho evoluirá mais rapidamente quanto maior for o seu interesse. Conforme percebe as mudanças, ele se envolve mais com o trabalho terapêutico. O primeiro passo será a conscientização, já que o tratamento se baseia na reeducação. O paciente acompanhará a análise, tanto estática quanto dinâmica, de suas hemifaces, por meio de fotos e filmagens. Ele tomará conhecimentodo seu dinamismo muscular e suas consequências. Com a visualização da filmagem, muitas vezes o indivíduo surpreende-se com a sua forma de respirar, falar, mastigar e deglutir. A partir deste momento, inicia-se um trabalho proprioceptivo, que visa a um maior autoconhecimento. Faz-se, então, o uso da bandagem inelástica TransporeMR, que é muito eficaz na mudança da mímica facial, contribuindo para atenuar as rugas da face. Essa eficácia pode ser atribuída à ação de receptores da pele capazes de captar os estímulos mecânicos da bandagem e transmitidos ao músculo. Para a colocação da bandagem, leva-se em consideração o tamanho e o tipo de contração do músculo, se ele tem inserções múltiplas ou única, e o formato da ruga. Tudo isso é importante para saber o tamanho da bandagem e o local de colocação. A proposta é sensibilizar a região e inibir o movimento. Por meio de massagens, manobras de alongamento e exercícios isotônicos e isométricos dos músculos da face, da língua, da mastigação e dos supra e infrahióideos, atuaremos diretamente na musculatura, aumentando a oxigenação dos tecidos e a mobilidade e proporcionando o reequilíbrio muscular. O paciente será orientado quanto às suas funções orofaciais e esta reeducação funcional deverá ser incorporada ao seu dia a dia, levando assim à automatização. O tempo médio de tratamento é de 3 a 4 meses, com uma sessão por semana.
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