Buscar

Citopatologia Clínica: Teoria e Prática

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 194 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 194 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 194 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Indaial – 2022
ClíniCa
Prof.ª Juliana Ferreira Barbosa 
1a Edição
Citopatologia
Elaboração:
Prof.ª Juliana Ferreira Barbosa
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
B238c
Barbosa, Juliana Ferreira
Citopatologia clínica. / Juliana Ferreira Barbosa– Indaial: 
UNIASSELVI, 2022.
184 p.; il.
ISBN 978-85-515-0643-1
ISBN Digital 978-85-515-0640-0
1. Farmácia – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 615
Caríssimo acadêmico de farmácia! É um prazer fazer parte da sua jornada 
acadêmica! Bem-vindo ao Livro Didático de “Citopatologia clínica”. Tenho certeza de 
que você já ouviu falar de algum exame dessa área. Provavelmente, já ouviu, em algum 
momento, alguma mulher falando: “Tenho que fazer meu preventivo!”
Este livro tem como objetivo ajudá-lo no entendimento e na compreensão dos 
conteúdos de citopatologia clínica, fazendo sempre uma conexão entre a teoria e a 
prática, fundamental na nossa vida profissional. Neste percurso acadêmico, sempre 
teremos os conceitos teóricos que os grandes pesquisadores e cientistas da área nos 
oferecem, assim como os aspectos clínicos que estão relacionados a eles. Algumas das 
ferramentas, tipos de análises e técnicas aqui apresentadas serão utilizadas de forma 
tão natural e automática, que você, ao final, nem irá perceber que se tratam de princípios 
e/ou análises da citopatologia. 
Em Citopatologia, espera-se sempre que o analista seja capaz de identificar 
os componentes celulares, mas principalmente que ele seja capaz de identificar 
qualquer indício sugestivo de uma doença, ou ainda que a médio e longo prazo estes 
achados possam ser responsáveis por alterações celulares não desejadas, como um 
câncer, principalmente. 
Com os estudos desta unidade curricular, você será capaz de analisar e liberar 
resultados de diversas amostras clínicas e contribuirá muito com o estado de saúde de 
várias pessoas, que aqui chamaremos de pacientes. Análises que no início serão difíceis 
e trabalhosas, a cada dia se tornarão mais simples e práticas de serem concluídas com 
sucesso e qualidade. 
Por muitas vezes, essa fundamental área de atuação do farmacêutico não 
recebe a devida importância ou reconhecimento, mas cabe a cada um de nós provar 
sua importância e relevância na vida de cada um dos nossos pacientes. 
Desta forma, caro acadêmico, sempre estaremos pautados nas diretrizes e 
orientações do Ministério da Saúde (mais atuais), e ainda reforçamos a importância 
de sempre estarmos nos atualizando, reciclando nossos conhecimentos, para sempre 
entregar ao nosso paciente um laudo de qualidade. 
Para tal, na Unidade 1, abordaremos o contexto histórico da citopatologia, a 
cronologia das descobertas e seus respectivos impactos na clínica da época. Vamos 
estudar também as principais características dos tipos celulares e seus tecidos e, 
posteriormente, as principais técnicas de coleta, conservação e coloração de amostras 
citológicas, além dos principais equipamentos e instrumentos que utilizamos em 
laboratórios de citologia. 
APRESENTAÇÃO
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos a citologia clínica com foco na 
célula em condições normais, benignas e malignas, e ainda a anatomofisiologia da 
tireoide e da mama com suas particularidades e suas características próprias, a fim de 
estabelecermos familiaridade com a cito-histologia destes locais para posteriormente 
vislumbramos as citopalogias mais comuns de cada um deles. 
 
Por fim, na Unidade 3, vamos aprender e conhecer mais sobre a citologia 
ginecológica. Essa unidade vai trazer informações direcionadas aos procedimentos 
de coleta e análise. Vamos aprender as principais alterações celulares e as técnicas 
de esfregaço cervicovaginal – exame colopatológico, popularmente conhecido como 
exame preventivo ou ainda como Papanicolau. Estudaremos também as principais 
nomenclaturas utilizadas na confecção e análise de laudos citológicos. Ainda, nesta 
unidade, vamos aprender sobre o controle de qualidade em laboratórios citológicos.
Então, caro acadêmico, dedique-se! Envolva-se! Mergulhe fundo neste novo 
mundo citopatológico! Adapte-se e melhore sua capacidade de raciocinar, de estudar, 
de aprender, de analisar, de buscar soluções plausíveis e realistas para os mais diversos 
problemas que possam surgir a sua frente, tanto no mundo acadêmico quanto no 
profissional. Nunca esqueça: você irá se deparar com várias tarefas que, por enquanto, 
irá considerar difícil, cansativas e trabalhosas, mas acredite, todas elas irão ficar, dia 
após dia, mais simples e fáceis de serem resolvidas, a ponto de um dia você desejar 
novos desafios! 
Bons estudos e sucesso, sempre!
Prof.ª Juliana Ferreira Barbosa
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
QR CODE
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivopara complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À CITOPATOLOGIA CLÍNICA ..................................................... 1
TÓPICO 1 - CONTEXTO HISTÓRICO DA CITOPATOLOGIA ....................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 EVOLUÇÃO DA CITOLOGIA AO LONGO DOS TEMPOS .......................................................3
3 INTER-RELAÇÃO ENTRE A EVOLUÇÃO DA CITOLOGIA E SUA APLICAÇÃO CLÍNICA ....... 6
4 IMPACTO DAS ANÁLISES CITOPATOLOGIAS NA SAÚDE POPULACIONAL .....................8
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................10
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................................11
TÓPICO 2 - CARACTERIZAÇÕES CELULARES E TECIDUAIS EM CITOPATOLOGIA ......... 13
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13
2 TIPOS CELULARES ........................................................................................................... 13
3 CÉLULAS E TECIDOS DE INTERESSE EM CITOPATOLOGIA ........................................... 19
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 32
TÓPICO 3 - TÉCNICAS E MATERIAIS DE COLETA, CONSERVAÇÃO E COLORAÇÃO DE 
AMOSTRAS CITOLÓGICAS ................................................................................................. 35
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 35
2 TÉCNICAS E MATERIAIS DE COLETA ............................................................................. 36
2.1 COLETA DE MATERIAL E CONSERVAÇÃO ...................................................................................... 37
2.1.1 Escovados e raspados ..............................................................................................................39
2.1.2 Imprints – impressões teciduais ............................................................................................42
2.1.3 Lavados ........................................................................................................................................42
2.1.4 Líquidos cavitários ....................................................................................................................43
2.1.5 Materiais obtidos espontaneamente ....................................................................................43
2.1.6 Punções: por agulha fina (PAAF) e por capilaridade ........................................................44
2.2 COLORAÇÕES EM CITOPATOLOGIA ................................................................................................46
2.2.1 Coloração de Papanicolaou ....................................................................................................46
2.2.2 Coloração de May-Grünwald-Giemsa ................................................................................ 48
2.2.3 Coloração hematoxilina eosina (HE) ....................................................................................49
2.2.4 Outras colorações usuais .......................................................................................................49
3 ADEQUABILIDADE DAS AMOSTRAS ............................................................................... 52
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 54
RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................................57
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 58
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 60
UNIDADE 2 — COMPONENTES CELULARES EM CONDIÇÕES NORMAIS, BENIGNAS E 
MALIGNAS APLICADAS À CITOPALOGIA CLÍNICA ....................................................................... 63
TÓPICO 1 — A CÉLULA ......................................................................................................... 65
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 65
2 NÚCLEO E CITOPLASMA ................................................................................................. 65
2.1 NÚCLEO ................................................................................................................................................. 67
2.2 NUCLÉOLO ...........................................................................................................................................70
2.3 CITOPLASMA........................................................................................................................................ 72
2.4 MEMBRANA CELULAR ....................................................................................................................... 73
3 MAMA E TIREOIDE: PADRÕES CITOPATOLÓGICOS DE INTERESSE CLÍNICO ............... 77
3.1 MAMA ..................................................................................................................................................... 77
3.2 TIREOIDE ............................................................................................................................................... 81
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 84
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 85
TÓPICO 2 - PARTICULARIDADES DO TRATO GENITAL FEMININO (TGF) ........................ 89
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 89
2 ANATOMOFISIOLOGIA E CITO-HISTOLOGIA DO TGF ..................................................... 89
3 METAPLASIAS .................................................................................................................. 92
4 CITOLOGIA HORMONAL ................................................................................................... 94
5 CITOLOGIA INFLAMATÓRIA .............................................................................................97
5.1 BACTERIANA......................................................................................................................................... 97
5.2 FÚNGICA ...............................................................................................................................................98
5.3 PROTOZOÁRIA ...................................................................................................................................100
5.4 VIRAL ...................................................................................................................................................100
6 CITOLOGIA DAS ALTERAÇÕES REATIVAS.....................................................................102
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................103
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 104
TÓPICO 3 - ATIPIA CELULAR, LESÕES PRÉ-CANCEROSAS E CARCINOMAS DO 
COLO UTERINO ..................................................................................................................................1071 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................107
2 CÉLULAS ESCAMOSAS ATÍPICAS: CLASSIFICAÇÕES, CRITÉRIOS E CONDUTAS ........ 107
3 LESÕES PRÉ-CANCEROSAS E MORFOGÊNESE DO CARCINOMA ESCAMOSO ........... 110
3.1 HPV: MANIFESTAÇÕES E DIAGNÓSTICO.......................................................................................112
4 LESÕES INTRAEPITELIAIS E SUAS CLASSIFICAÇÕES ................................................ 113
4.1 CARACTERÍSTICAS CITOHISTOLOGICAS E SEUS DIAGNÓSTICOS .........................................113
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 115
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 121
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................122
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................124
UNIDADE 3 — CITOPALOGIA GINECOLÓGICA E GESTÃO DA QUALIDADE EM 
LABORATÓRIOS DE CITOPATOLOGIA CLÍNICA ................................................................ 127
TÓPICO 1 — ESFREGAÇOS CERVICOVAGINAIS ................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................129
2 TÉCNICA E OBJETIVOS ..................................................................................................129
3 RECOMENDAÇÕES E INDICAÇÕES DO EXAME CITOPATOLÓGICO DE 
PAPANICOLAOU .................................................................................................................132
3.1 PROCEDIMENTOS PRÉ-COLETA .................................................................................................... 132
3.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA.......................................................................................................133
3.3 PROCEDIMENTOS PÓS-COLETA ...................................................................................................136
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................138
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 140
TÓPICO 2 - TÓPICOS ESPECIAIS: ANORMALIDADES ENDOCERVICAIS E 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................145
2 ANORMALIDADES GLANDULARES E SUAS CLASSIFICAÇÕES ...................................145
ENDOMETRIAIS ..................................................................................................................145
2.1 ADENOCARCINOMAS CERVICAIS ...............................................................................................146
2.2 ADENOCARCINOMAS ENDOMETRIAIS .........................................................................................149
3 NEOPLASIAS MALIGNAS METASTÁTICAS .................................................................... 151
4 NOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS À CITOPATOLOGIA CLÍNICA ................................ 157
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 161
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................163
TÓPICO 3 - GESTÃO DA QUALIDADE EM LABORATÓRIOS DE CITOPATOLOGIA 
CLÍNICA .............................................................................................................................. 167
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 167
2 SISTEMAS DE MONITORAMENTO ..................................................................................168
2.1 MONITORAMENTO INTERNO ............................................................................................................ 171
2.2 MONITORAMENTO EXTERNO ......................................................................................................... 173
3 ACREDITAÇÃO PARA LABORATÓRIOS DE CITOPATOLOGIA CLÍNICA ........................ 174
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 177
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................180
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 181
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................183
1
UNIDADE 1 - 
INTRODUÇÃO À 
CITOPATOLOGIA CLÍNICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer e entender os principais fundamentos da citopatologia clínica;
•
 compreender a importância das técnicas citopatológicas para a clínica médica;
• reconhecer a arquitetura celular e tecidual dos principais tipos de tecidos humanos 
requeridos em citopatologia clínica.
• eleger a melhor técnica e os melhores instrumentos para coleta de amostras clínicas;
• conhecer e empregar as diversas técnicas de preservação das amostras coletadas 
garantindo uma análise citológica dentro dos padrões de qualidade e excelência;
• conhecer as principais técnicas utilizadas nos exames citopatológicos; 
• empregar as principais técnicas de coloração aplicadas à cito-histologia clínica.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CONTEXTO HISTÓRICO DA CITOPATOLOGIA 
TÓPICO 2 – CARACTERIZAÇÕES CELULARES E TECIDUAIS EM CITOPATOLOGIA
TÓPICO 3 – TÉCNICAS E MATERIAIS DE COLETA, CONSERVAÇÃO E COLORAÇÃO DE 
AMOSTRAS CITOLÓGICAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
CONTEXTO HISTÓRICO DA 
CITOPATOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
Acadêmico, neste tópico, abordaremos o contexto histórico da citopatologia, a 
cronologia das descobertas e seus respectivos impactos na clínica. É muito importante 
conhecer os principais estudiosos da área da citologia e suas contribuições para a 
ciência até os dias atuais, e, claro, conhecer os primórdios técnicos, classificações e 
nomenclaturas que ainda utilizamos na clínica.
Este tópico tem como objetivo relacionar as tecnologias que existiam à época 
de suas criações com aquelas que empregamos nos dias atuais. Perceber e entender a 
necessidade da evolução tecnológica pelas quais as técnicas passaram para chegarem 
conforme hoje as utilizamos. Ainda, quem sabe, daqui a pouco tempo, você, possa 
propor melhorias às técnicas atuais! 
Não faz muito tempo que você estudou estes conteúdos, mas vamos relembrar 
alguns conceitos e contextos que vão nos ajudar no entendimento da citopatologia 
clínica. Vamos lá?
2 EVOLUÇÃO DA CITOLOGIA AO LONGO DOS TEMPOS
O Ministério da Saúde (2012a) nos traz uma cronologia interessante sobre a 
evolução da citologia e seus respectivos ganhos para a área da citologia:
• 1590: Zaccharias inventou o primeiro microscópio, a partir de uma combinação de 
lentes que permitia a ampliação de objetos em até dez vezes.
• 1665: Robert Hooke, figura 1, descobre as células (cellas) a partir de análises em 
pedaços de cortiça. Descoberta confirmada por vários cientistas da época, entre eles 
Malpighi e Grew.
4
FIGURA 1 – ROBERT HOOKE (1635-1703)
FONTE: <http://twixar.me/Dmcm>. Acesso em: 23 fev. 2022.
• 1674: Leeuwenhoek realizamelhorias no microscópio e consegue um aumento 
surpreendente de duzentas e setenta vezes. Em conjunto com Fontana, descobriram 
uma estrutura no interior da célula que Robert Brown chamou de núcleo.
• 1838-1839: Matthias Schleiden comprova a existência de células em organismos 
vegetais e Theodor Schwann comprova a existência de células em organismos 
humanos – Teoria Celular.
• 1858: Rudolf Ludwig Karl Virchow conclui que células dão origem a outras células – 
“Omnis cellula e cellula” – toda célula é oriunda de outra célula.
• 1931: Knoll e Ruska fazem a substituição de raios de luz por feixes de elétrons nos 
microscópios e obtêm um aumento de quinhentas vezes, revolucionando ainda mais 
a citologia e suas ciências correlatas. 
INTERESSANTE
Um nome que merece destaque neste contexto sem dúvidas é Robert 
Hooke (1635-1703), conhecido pelas suas contribuições memoráveis 
à microscopia – com a criação de um modelo de microscópico formado 
pela combinação de três lentes em um artefato de madeira, que permitia 
ajustes de inclinação. Segundo Almeida e Magalhães (2010), possuía ainda 
um sistema de iluminação revolucionário para a época – uma esfera de 
vidro com água que era responsável por fazer a recepção da luz advinda de 
lamparina a azeite, provocando uma concentração luminosa sob a amostra 
a ser estudada (Figura 2). Vale lembrar que este instrumento permitia a 
ampliação da imagem em trinta vezes e foi responsável por colocar a 
microscopia no auge do avanço tecnológico durante o século XVII. 
5
FIGURA 2 – MICROSCÓPIO DE ROBERT HOOKE
FONTE: <http://twixar.me/Fmcm>. Acesso em: 23 fev. 2022.
Almeida e Magalhães (2010) nos trouxeram a informação de que Hooke sempre 
era dedicado às situações que lhe traziam alguma forma de curiosidade, sejam sobre 
aves, rochas, insetos, sempre fazendo desenhos criteriosos, que foram reunidas em um 
livro chamado “Micrographia”, publicado em 1665 pela Royal Society, que se tornou a 
primeira coletânea de reprodução de observações microscópicas. 
E o microscópio de hoje? Você conhece? Atualmente existem vários tipos de 
microscópios. Na figura 3, temos um exemplo de microscópio utilizado em laborató-
rios clínicos. 
FIGURA 3 – MICROSCÓPIO ATUAL
FONTE: <http://twixar.me/Lmcm>. Acesso em: 26 fev. 2022.
6
3 INTER-RELAÇÃO ENTRE A EVOLUÇÃO DA CITOLOGIA 
E SUA APLICAÇÃO CLÍNICA 
Agora vamos pensar o seguinte: como a descoberta do microscópio e os estudos 
sistemáticos de plantas e animais nos ajudam nos diagnósticos clínicos? A resposta é 
simples: possibilita o diagnóstico precoce de inúmeras doenças. 
Através das análises microscópicas das diversas amostras, que em maioria são 
de células e tecidos, a citologia aliada à patologia e à histologia permitem a realização de 
diagnósticos de uma vasta gama de doenças que podem desde prevenir doenças, até 
possibilitar a confirmação de curas clínicas.
ATENÇÃO
Citologia: área de estudo da biologia que dedica ao estudo das células – 
unidade fundamental e estrutural dos seres vivos – o termo tem origem 
grega: kytos = célula e logos = estudo, portanto, estudo das células. 
Histologia: área de estudos da biologia e das ciências médicas que 
dedicada à análise dos tecidos, animais e vegetais. O referido termo 
também tem origem grega: hystos = tecidos e logos = estudos, estes 
relacionados aos tecidos. 
Patologia: área da biologia dedicada ao estudo das alterações celulares, 
teciduais e bioquímicas que muitas vezes são incompatíveis com a saúde 
do indivíduo. O nome tem origem grega: pathos = doença e logos = estudo; 
estudo das doenças.
A Teoria Celular proposta pelos cientistas Mathias Schleiden e Theodor Schwann 
e com contribuições dos trabalhos de Rudolf Virchow possibilitou vários avanços, 
entre eles a descoberta de que as células apenas podem se originar de outras células, 
constituindo a base da biologia celular (BRASIL, 2012a). 
Por não se enquadrarem na Teoria Celular, os vírus são considerados acelulares 
e, portanto, não são considerados seres vivos pela maioria dos estudiosos da área, 
mesmo precisando obrigatoriamente do maquinário celular para se reproduzirem. 
Segundo Molinaro, Caputo e Amendoeira (2010), de maneira genérica, o 
conjunto de técnicas citológicas utilizadas nas rotinas laboratoriais investigam as 
células presentes nas amostras obtidas em diversos sítios de interesse clínico, por 
técnicas que podem utilizar raspados, imprints, secreções, líquidos, punções, aspirados 
ou mesmo lavados, através de análises microscópicas que geralmente passam por 
processos de coloração. 
7
De acordo com o Ministério da Saúde (2012a), a citopatologia faz estudos e 
análises de possíveis doenças através de comparações, com auxílio do microscópio, 
em amostras, que podem ser obtidas de várias áreas do corpo humano – todo o 
organismo pode ser estudo, desde que empregando as técnicas certas. Podemos dizer 
ainda que as técnicas empregadas em citopatologia possuem execução fácil e simples, 
não são invasivas, e ainda possuem vantagens como o baixo custo e ainda um prazo 
relativamente curso para análise. Iremos nos dedicar com mais atenção às técnicas de 
obtenção de amostras e de coloração ainda nesta unidade, no Tópico 3.
A praticidade da obtenção das amostras citológicas, aliada à forma de 
obtenção, que geralmente é indolor e ainda poder ser obtidas em consultórios médicos, 
ambulatórios ou mesmo nos próprios laboratórios de análise, contribuem muito com a 
adesão do paciente (à aceitação da realização do exame) e são técnicas cobertas pelo 
Sistema Único de Saúde – SUS – na imensa maioria. 
Claro que dependendo da natureza e complexidade do local a ser investigado 
e do diagnóstico a ser feito, fazem-se necessários exames complementares, como 
os de imagem – ultrassom, tomografias –, mas por si só a citologia já permite realizar 
diagnósticos diferenciais importantes, como a distinção entre uma tumoração benigna 
e maligna, de lesões decorrentes de processos inflamatórios ou advindas de variações 
anatômicas pré-existente, que nesta área sempre devem ser consideradas, tudo com o 
objetivo de auxiliar o médico assistente a estabelecer um diagnóstico clínico assertivo, 
possibilitando esquemas terapêuticos efetivos e precoces, quando identificado uma 
enfermidade, precocemente, provoca um aumento da qualidade de vida do paciente e 
suas chances de cura, além da sua adesão ao tratamento – grande entrave na clínica na 
maioria das doenças (BRASIL, 2012a; KOSS; GOMPEL, 2014).
Sem sombra de dúvidas, o maior quantitativo de análises citológicas realizadas 
em um laboratório citopatológico clínico deve-se aos exames citológicos ginecológicos, 
tema da Unidade 3, porém, várias outras citologias são realizadas, seja para identificar 
processos inflamatórios nas diversas partes do corpo humano (e animal) ou mesmo 
para verificar possíveis malignidades em nódulos e cistos, além de possibilitar o 
acompanhamento da evolução terapêutica nos casos de doenças diagnosticadas.
Dentre as citologias consideradas não ginecológicas, foco de estudos mais 
aprofundados da Unidade 2, podemos citar: as citologias de tireoide e de mama. Nestes 
estudos, vamos aprender a reconhecer as estruturas fisiológicas e ainda aquelas 
consideradas patológicas. 
Devemos sempre buscar situações anormais nos exames citopatológicos. Estas 
anormalidades podem ser decorrentes de situações reativas, adaptativas ou ainda 
patológicas. Mas não se preocupe! Vamos aprender a diferenciar cada uma delas na 
nossa jornada citopatológica. 
8
4 IMPACTO DAS ANÁLISES CITOPATOLOGIAS NA 
SAÚDE POPULACIONAL
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva 
(INCA, 2019), o câncer está entre as quatro principais causas de morte prematura (mortes 
antes dos 70 anos) no mundo. Este fato está ligado principalmente com o envelhecendo 
da população mundial e ainda com o aumento da exposição aos fatores de risco. 
Ainda, segundo este instituto, em 2018, houve 18 milhões de novos casos de 
câncer no mundo e9,6 milhões de óbitos, e, para o Brasil, somente no triênio 2020-2023, 
estima-se, para cada ano, 625 mil novos casos, sendo o câncer de pele não melanoma o 
mais incidente, seguido pelos cânceres de mama e próstata. 
FIGURA 4 – ESTATÍSTICAS DE CÂNCER
FONTE: <http://twixar.me/Wmcm>. Acesso em: 26 fev. 2022.
Pulmão
Próstata
Colorretal
Pulmão
Mama
Colorretal
TIPOS DE CÂNCER MAIS COMUNS
De acordo com o INCA (2019), podemos ter a dimensão da importância e 
o impacto dos exames citológicos com a finalidade de diagnóstico ou mesmo de 
acompanhamento de terapêutica. Atualmente, percebe-se uma queda das taxas de 
incidência provavelmente devido às campanhas dos programas de rastreamento e 
prevenção, chamados de “Vigilância do Câncer”, intensificados após a década de 1960.
Várias campanhas, inclusive com a utilização de fitas coloridas, conforme 
aquelas exemplificadas na Figura 5 – “Outubro Rosa” (prevenção ao câncer de mama), 
“Novembro Azul” (prevenção ao câncer de próstata) – têm contribuído com a diminuição 
dos casos e buscam maior o engajamento de toda a população para a prevenção e para 
o diagnóstico precoce, promovendo e facilitando o acesso da população aos serviços de 
saúde para os respectivos exames preventivos. 
9
FIGURA 5 – CORES DE FITA CORRESPONDENTES ÀS CAMPANHAS DE PREVENÇÃO AO CÂNCER
CÂNCER 
DE MAMA
CÂNCER 
DE OVÁRIO
CÂNCER DE 
TESTÍCULO
CÂNCER 
INFANTIL
CÂNCER DE 
CABEÇA E 
PESCOÇO
CÂNCER DE 
PRÓSTATA
CÂNCER 
DE FÍGADO
LINFOMA 
NÃO HODGKIN
LINFOMA 
HODGKIN
CÂNCER 
DE PELE
CÂNCER DE 
TIREOIDE
SARCOMA OU 
CÂNCER DE 
OSSOS
CÂNCER DE 
ESTÔMAGO
CÂNCER 
DE PULMÃO
CÂNCER 
DE RIM
LEUCEMIA CÂNCER 
DE CÓLON
CÂNCER 
CERVICAL
CÂNCER 
UTERINO OU 
ENDOMETRIAL
CÂNCER DE 
PÂNCREAS
CÂNCER 
DE BEXIGA
CÂNCER 
CEREBRAL
MIELOMA 
MÚLTIPLO
CÂNCER DE 
APÊNDICE
FONTE: <http://twixar.me/Zmcm>. Acesso em: 26 fev. 2022.
10
Neste tópico, você aprendeu:
• Os principais nomes da área da citologia e as principais contribuições de cada um 
deles. 
• Robert Hooke foi o responsável pela criação de um microscópio ótico que era 
capaz de produzir ampliações de até 30 vezes, e através dele, foi possível observar 
pedaços de cortiça e descobrindo as células. 
• Schleiden e Schwann foram os responsáveis pelos fundamentos da Teoria Celular, 
utilizados até os dias atuais. 
• Rudolf Virchow comprova que toda célula é obrigatoriamente oriunda de outra 
célula viva. 
• Existe uma relação direta entre a evolução da citologia e a melhoria das análises e 
diagnósticos na clínica, pois melhores condições de análises, maior possibilidade 
e exatidão das análises citológicas, possibilitam a realização de diagnósticos cada 
vez mais precoces de várias doenças.
• Os principais e mais prevalentes tipos de câncer na atualidade.
• Entender a importância e os impactos da realização dos exames de citopatologia na 
vida da população em geral.
RESUMO DO TÓPICO 1
11
AUTOATIVIDADE
1 A Teoria Celular possui três postulados principais: 
I- Os seres vivos são formados por uma ou mais células e pelas formações estruturais 
que elas produzem.
II- As células são as unidades funcionais e morfológicas dos seres vivos.
III- Toda célula origina-se de outra célula preexistente. 
Estes postulados são atribuídos a Theodor Schwann e Matthias Schleiden com 
contribuições de Rudolf Virchow. Qual alternativa indica o grupo de organismos que não 
são considerados seres vivos? 
a) ( ) Vírus.
b) ( ) Fungos.
c) ( ) Bactérias.
d) ( ) Protozoários. 
2 (Adaptada de UEMS, 2016) Hoje em dia é muito difundida a ideia de que os seres vivos 
são formados por células, com exceção apenas dos vírus. Essa ideia, no entanto, 
surgiu apenas após diversas observações e posterior formulação da chamada 
Teoria Celular. Qual das afirmativas a seguir não está de acordo com os postulados 
da Teoria Celular, que foi baseada nos estudos dos pesquisadores Schleiden (1838) 
e Schwann (1939)? 
FONTE: <https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/
exercicios-biologia/exercicios-sobre-teoria-celular.htm>. 
Acesso em: 30 maio 2022. 
( ) Os seres vivos, animais, vegetais ou protozoários, são compostos sem exceção por 
células e seus produtos celulares. 
( ) As células podem ser formadas através da divisão de outra célula, dentre outras formas.
( ) O funcionamento de um organismo como um todo não depende do resultado do 
funcionamento das unidades celulares, exceto os vírus.
( ) O funcionamento de um organismo como unidade é o resultado da soma das 
atividades e interações das unidades celulares.
12
3 A Citopalogia é uma das áreas de atuação da patologia que realiza estudos sobre as 
alterações celulares provocadas por patologias, responsáveis ou não pelo processo 
de adoecimento em organismos vivos. Sobre as amostras citopatológicas, assinale a 
alternativa CORRETA: 
a) ( ) Amostras obtidas de nódulos e cistos.  
b) ( ) Amostras obtidas através de aspirados mamários. 
c) ( ) Amostras obtidas de secreções e/ou de lavados do trato respiratório.
d) ( ) Todas as alternativas estão corretas. 
4 Grandes avanços na área da pesquisa clínica foram obtidos após a descoberta do 
microscópio ótico e que foram intensificadas após a criação dos microscópios de 
feixes de elétrons, introduzidos por Knoll e Ruska no início da década de 1930. Disserte 
sobre os avanços na área da citologia após a descoberta do microscópio. 
5 Atualmente, a expectativa de vida da população mundial vem crescendo e junto 
com ela a maior exposição dessa população a fatores considerados como de risco 
para o desenvolvimento de cânceres. Fato este que pode ser comprovado em várias 
pesquisas realizadas por instituições conceituadas na área que demonstram o 
número crescentes de novos casos e de óbitos por esta que é a quarta causa de 
morte do mundo. Como as análises citopatológicas podem auxiliar na diminuição do 
número de óbitos por câncer? Disserte sobre essa problemática. 
13
CARACTERIZAÇÕES CELULARES E 
TECIDUAIS EM CITOPATOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
Acadêmico, neste tópico, nós vamos falar sobre as características dos tipos 
celulares nos principais tecidos de interesse em citopatologia. Vamos recordar as 
morfologias celulares e a cito-histologia dessas células, tecidos, e ainda seus respectivos 
comportamentos frente às principais técnicas de coloração. 
Este tópico tem fundamental importância porque é nele que vamos recordar as 
formas celulares e suas arquiteturas, o que irá nos propiciar as caracterizações dos tipos 
celulares provocando uma padronização do que é considerado “normal” ou “fisiológico” 
nos exames celulares. 
Vamos relembrar algumas técnicas de coloração e ainda como o mesmo tecido 
se comporta frente às colorações diferentes, pois a eleição da melhor coloração vai 
depender principalmente do objetivo da análise. Então, vamos começar a buscar as 
caracterizações celulares? Vamos começar a nos habituar as colorações citológicas? 
Vamos juntos!
2 TIPOS CELULARES 
Segundo Lopes e Ho (2013), os seres vivos estão divididos em cinco grandes 
reinos, conforme a figura 6: Monera: são os seres classificados como procariontes 
– bactérias e cianobactérias; Protista: seres unicelulares eucariontes; Plantae: 
seres multicelulares eucariontes que fazem fotossíntese; Fungi: seres eucariontes 
multicelulares heterótrofos que adquirem sua nutrição por absorção e Animalia: seres 
eucariontes multicelulares heterótrofos. Vale ressaltar que existem classificações mais 
atuais, porém, esta ainda tem grande uso no ensino de ciências e Biologia. 
14
FIGURA 6 – GRANDES REINOS 
FONTE: <http://twixar.me/hmcm>. Acesso em: 26 fev. 2022.
NÚMERO ESTIMADO DE ESPÉCIES 
VIVAS CONHECIDAS
INSETOS
740,00
PLANTAS
290,000
ALGAS
23,000
PROTOZOÁRIOS
30,000
FUNGOS
66,000
OUTROS ANIMAIS
280,000
MONERA
(BACTÉRIAS E FORMAS SEMELHANTES)
4,600
VÍRUS
1,100
As células de todos os seres dos cinco reinos (Figura 6) apresentam diferenças 
entre si, mas todas praticamente desempenham os mesmos papéis: funçõesestruturais, 
metabólicas e reprodutivas. Existe um grupo, porém, que são seres acelulares, conforme 
já dito no tópico anterior, que fogem à Teoria Celular, o tão popular grupo do Vírus, que 
não se enquadra em nenhum dos grupos mencionados. Eles são organismos dotados 
de material genético revestido por uma cápsula proteica, mas que necessitam de uma 
célula hospedeira para “viver” e então se reproduzirem, devido a este fato, são chamados 
de parasitas intracelulares obrigatórios (LIMA, 2001; LOPES; HO, 2013).
15
IMPORTANTE
Segundo Montanari (2016) e Alberts (2017), existem dois tipos 
celulares: eucariontes e procariontes. As primeiras são tipos celulares 
que possuem envoltório nuclear chamada de carioteca, com formação 
de um núcleo verdadeiro, comuns em animais e plantas, conforme 
demonstrado na Figura 7. As células procariontes são aquelas que não 
possuem envoltório nuclear delimitando o seu material genético, caso 
das bactérias.
FIGURA 7 – CÉLULAS 
FONTE: <http://twixar.me/vmcm>. Acesso em: 23 fev. 2022.
16
FIGURA 8 – EUCARIOTOS: DESENHO ESQUEMÁTICO DAS PRINCIPAIS PARTES
FONTE: <http://twixar.me/4mcm>. Acesso em: 24 fev. 2022.
Mitocondria
Centrossoma
Núcleo
Retículo 
endoplasmático
Aparelho de Golgi
Ribossomo
Lisossomos
Nucléolo
Núcleo
Retículo 
endoplasmático
Aparelho 
de Golgi
Centrossoma Lisossomos
Ribossomo Mitocondria
Através da Figura 8 podemos entender a definição de células eucarióticas. 
Percebe-se o DNA em um local individualizado do citoplasma, formado por um envoltório 
de dupla membrana, o núcleo. Outra característica, segundo este mesmo autor, que 
nos permite diferenciar eucariotos de procariotos, são as dimensões celulares. Células 
eucarióticas, segundo este mesmo autor, são em média dez vezes maiores que as 
procarióticas quando consideramos as dimensões lineares e mil vezes maiores quando 
analisamos o aspecto volume! Incrível, não é mesmo?! 
NOTA
Vale lembrar ainda as diferenças entre as células animais e vegetais, como 
a presença de parede celular, cloroplastos e vacúolo, conforme a Figura 
9, e ainda as diferenças existentes entre as células fúngicas e bacterianas 
(Figuras 10 e 11). Na Figura 12 podemos ver a imagem de células vegetais 
vistas no microscópico.
17
FIGURA 9 – CÉLULA VEGETAL X CÉLULA ANIMAL
FONTE: Adaptado de <http://twixar.me/lmcm>. Acesso em: 24 fev. 2022.
Microtúbulos
Centríolos
Cloroplasto
Amiloplasto
Parede celular
Ribossomos
Lisossomos
Núcleo
Nucléolo
Mitocôndria
Retículo 
endoplasmático bruto
Retículo endoplasmático liso
Vacúolo
Peroxissomo
Aparelho de Golgi
Membrana Celular
Citoplasma
 CÉLULA VEGETAL CÉLULA ANIMAL
FIGURA 10 – CÉLULA BACTERIANA
FONTE: <http://twixar.me/bmcm>. Acesso em: 23 fev. 2022.
Ribossomos
Mesossoma
Inclusão
Nucleóide (DNA)
Plasmídeo
Flagelo
Citoplasma
Membrana 
de plasma
Parede celular
Cápsula
Pilus
CÉLULA DE BACTÉRIAS
18
FIGURA 11 – CÉLULA FÚNGICA
CÉLULA FUNGAL
Vesículas
Septo
Aparelho de Golgi
Ribossomos
Mitocôndria
Peroxissomo
Citoplasma
Vacúolo
Cicatriz de broto
Retículo 
endoplasmático
Parede celular
Membrana 
celular
Nucléolo
Núcleo
Lisossomo
FONTE: <http://twixar.me/9mcm>. Acesso em: 23 fev. 2022.
FIGURA 12 – CÉLULA VEGETAL VISTA EM MICROSCÓPIO
FONTE: <https://stock.adobe.com/br/search?k=c%C3%A9lula+vegetal&search_type=default-view-
results&asset_id=310774697>. Acesso em: 26 fev. 2022.
19
Segundo Molinaro, Caputo e Amendoeira (2010) e o Ministério da Saúde (2012a), 
podemos dizer que a citopatologia (e as técnicas citológicas) realizam o estudo das 
células de maneira individual, sejam elas obtidas através de descamações, expelidas ou 
ainda quando retiradas de partes do corpo de interesse com finalidade de diagnóstico 
clínico ou não. 
Neste contexto, vale salientar novamente que os tecidos do organismo 
possuem características próprias e isso nos faz ter ainda mais cuidado no momento 
da coleta dos materiais para análise. Dessa forma, estudaremos mais a frente as várias 
metodologias para coleta dos variados tipos materiais.
Talvez o exame popularmente conhecido como Papanicolau – exame 
colpocitológico – seja o citológico mais conhecido, pois tem sido muito estimulado e 
veiculado em mídias de massa como indispensável e fundamental para o rastreamento 
e diagnóstico precoce de câncer de colo de útero.
3 CÉLULAS E TECIDOS DE INTERESSE 
EM CITOPATOLOGIA
Para Junqueira e Carneiro (2018), existem basicamente quatro tipos de tecidos 
nos organismos humanos: epitelial – Figura 13, conjuntivo – Figura 14, muscular - Figura 
15, e nervoso – Figura 16. Para serem enquadrados nestas classificações, vários critérios 
são utilizados principalmente a localização e função que eles estão desempenhando. 
Os tecidos epiteliais são formados por células responsáveis pelo revestimento 
das superfícies e geralmente apresentam outras funções, entre elas a secretora e a 
absortiva. O tecido conjuntivo possui grande quantidade de matriz extracelular produzida 
pelas próprias células. O muscular possui células mais longas e são responsáveis pela 
contração muscular; já o nervoso é responsável pelos impulsos nervosos (MONTANARI, 
2016; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018). 
20
FIGURA 13 – CÉLULAS DO TECIDO EPITELIAL 
CÉLULA EPITELIAL
Epitélio Escamoso Simples
• Linhas de Vasos Sanguíneos 
e Sacos Alveolares 
• Permite Troca de Nutrientes, 
Resíduos e Gases
Núcleo 
Membrana 
Basal 
Célula
Epitélio Colunar Ciliado
• Áreas Sensíveis - Traqueia, 
Brônquios e Útero 
• Absorção e Secreção
Epitélio Cuboidal Simples
• Alinha Túbulos Renais e 
Glândulas
• Secretam e Reabsorvem 
Água e Pequenas Moléculas
Epitélio Colummar Simples (Liso)
• Alinha a maioria dos órgãos 
digestivos 
• Absorve Nutrientes e Produz Muco
FONTE: <http://twixar.me/Jmcm>. Acesso em: 23 fev. 2022.
21
FIGURA 14 – CÉLULAS TECIDO CONJUNTIVO 
FONTE: <http://twixar.me/ymcm>. Acesso em: 23 fev. 2022.
Matriz 
extracelular
Célula 
mesenquimal
Fibras de 
colágeno
Fibras 
elásticas
Vaso 
sanguíneo
Macrófago
Substância 
fundamental
Colágeno 
Adipócito 
(célula de 
gordura)
FIGURA 15 – CÉLULAS DO TECIDO MUSCULAR 
FONTE: <http://twixar.me/7dcm>. Acesso em: 23 fev. 2022.
TECIDO MUSCULAR 
LISO
TECIDO MUSCULAR ESTRIADO 
(ESQUELÉTICO)
TECIDO MUSCULAR 
CARDIACO
MEMBRANA CELULAR 
(SARCOLEMA) CAPILARES
ESTRIAÇÕES 
TRANSVERSAISMIOFIBRILASMIOFIBRILAS
NÚCLEO 
REDONDO
CITOPLASMA ESTRIA CLARA 
(FILAMENTOS DE ACTINA)
ESTRIA ESCURA 
(FILAMENTO DE MIOSINA)
DISCO 
INTERCALADO
NÚCLEO PLANO 
SOB A MEMBRANA 
CÉLULAR
NÚCLEO DE TECIDO 
CONJUNTIVO
NÚCLEO 
CENTRAL
22
FIGURA16– CÉLULAS DO TECIDO NERVOSO
FONTE: <http://twixar.me/gmcm>. Acesso em: 23 fev. 2022.
DICAS
Aproveitando o tema sobre as funções dos tecidos, você conhece o 
filme chamado “O óleo de Lorenzo?” É um filme de 1992, mas que traz 
um tema muito atual: a busca dos pais de um menino que após os seis 
anos de idade apresentou uma doença rara, chamada atualmente de 
Adrenoleucodistrofia (ALD). Esta é uma doença que provoca a degeneração 
precoce das células do tecido nervoso. Se você já assistiu, vale a pena 
assistir novamente, agora com um novo olhar. Para você que não assistiu, 
curta essa história emocionante!
Outro ponto muito importante é entendermos que as células e os tecidos não 
estão isolados e nem muito menos independentes do restante do organismo. Eles 
estão estreitamente correlacionados através de junções bastante específicas. Falando 
de modo genérico, são estas associações que permitem a formação dos órgãos e em 
última análise, dos sistemas do organismo humano, figura 16. A única exceção a ser 
considerada é o sistema nervoso, que praticamente é formado apenas por células 
nervosas, e ainda as células livres nos sistemas linfático e sanguíneo (MONTANARI, 
2016; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
23
FIGURA 16 – TECIDOS DO CORPO HUMANO 
TIPOS DE TECIDOS
TECIDO MUSCULAR TECIDO NERVOSO
TECIDO EPITELIAL TECIDO CONJUNTIVO
Músculo cardíaco
Músculo esquelético
MúsculoLiso
Cérebro
Medula espinhal
Nervos
Células 
musculares
Células 
nervosas
Revestimento do trato 
gastrointestinal e outros órgãos ocos Tendão
Osso
Colunar 
Ciliado
Colunar 
Simples
Cuboidal 
Simples
Simples 
Escamoso
Gordura e outros 
tecidos de 
preenchimento 
macioSuperfície da Pele
Membrana 
de Base
Células de 
gordura
FONTE: <http://twixar.me/zmcm>. Acesso em: 23 fev. 2022.
Os tecidos epiteliais merecem atenção em citopatologia devido à grande 
recorrência nas amostras citopatológicas, sejam em raspados e imprints cervicovaginais, 
biópsias de bexiga, pulmão, tireoide, entre várias outras. Assim, é importante “treinar os 
olhos” para conseguir distinguir os vários tipos de epitélios e as possíveis alterações por 
ventura existentes nas amostras analisadas. Desta forma, ao longo desta unidade e das 
próximas, serão apresentadas fotos cito-histológicas de células e tecidos humanos para 
estudarmos as particularidades de cada um dos tecidos, possibilitando a visualização 
das principais particularidades de cada um deles. 
O epitélio pode ser caracterizado pela justaposição de suas células e pela 
pouca presença de matriz extracelular. Sua principal função é o de revestimento, 
protegendo o corpo e os órgãos. Este tecido ainda faz absorção (intestino através das 
microvilosidades), excreção (túbulos renais) e ainda a excreção (glândulas) (MONTANARI, 
2016; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
24
As células possuem formas e tamanhos diferentes nos diversos tecidos epiteliais, 
a depender do local onde estão (aqui vamos nos ater a apenas alguns). Se pensarmos 
na arquitetura das células, elas podem ser basicamente de dois tipos: cúbicas, quando a 
largura, comprimento e altura são iguais; e, quando a largura e o comprimento da célula 
são maiores que sua altura elas são classificadas como pavimentosas (Figura 17). 
FIGURA 17 – TIPOS DE TECIDO EPITELIAL
TECIDOS EPITELIAIS
Cuboidal simples Colunar simples Escamoso simples
Colunar 
estratificado
Escamoso estratificado 
(não queratinizado)
Escamoso estratificado
(queratinizado)
Cuboidal 
estratificado
Pseudoestratificado 
colunar
Transitório
FONTE: <http://twixar.me/5mcm>. Acesso em: 24 fev. 2022.
Na Figura 18 podemos ver células epiteliais pavimentosas na porção superior. 
25
FIGURA 18 – TECIDO EPITELIAL PAVIMENTOSO 
FONTE: <https://stock.adobe.com/br/search?k=histologia&load_type=tagged+keyword&prev_
url=detail&search_type=keyword-badge-details-panel&asset_id=184601525>. Acesso em: 26 fev. 2022.
Na Figura 19, temos a presença de tecido epitelial em corte histológico de 
intestino delgado. Observe a disposição das células e a justaposição entre elas, 
característica importante deste tecido. 
FIGURA 19 – TECIDO EPITELIAL DO INTESTINO DELGADO 
FONTE: <http://twixar.me/Smcm>. Acesso em: 25 fev. 2020.
Existem algumas imagens cito-histológicas, que estudaremos a seguir, que são 
importantes nas investigações de alterações celulares, e também muito requeridas na 
parte de citopatologia não ginecológica divido a sua grande incidência de cânceres, 
conforme já citado no Tópico 1, através das informações estatísticas de INCA (2019). Vale 
lembrar que as imagens cito-histológicas ginecológicas serão estudadas com riqueza de 
detalhes nas Unidades 2 e 3 deste livro didático. São elas: esôfago (Figura 20), traqueia 
(figura 21), intestino delgado (Figura 22), bexiga (Figura 23) e tireoide (Figura 24). 
26
FIGURA 20 – EPITÉLIO DO ESÔFAGO
FONTE: <http://twixar.me/Xmcm>. Acesso em: 26 fev. 2022.
Na Figura 20, nós temos um corte cito-histológico de esôfago. Nele, temos o 
tubo digestivo formado por quatro camadas: a mucosa mais externamente, seguida 
pela submucosa. Na porção mais interna, o esôfago é envolvido por uma camada de 
tecido conjuntivo – adventícia, na porção inicial temos as glândulas esofágicas (tipo 
mucoso) presentes na camada submucosa e logo após geralmente podemos encontrar 
a musculatura da mucosa. Vale ressaltar que no corpo humano apenas o esôfago e o 
duodeno no tubo digestivo possuem glândulas na camada submucosa. 
FIGURA 21 – TRAQUEIA 
FONTE: <http://twixar.me/jmcm>. Acesso em: 26 fev. 2022.
27
Na Figura 21 podemos ver um corte histológico de traqueia. Nela, podemos 
identificar o epitélio pseudoestratificado ciliado no lado esquerdo, ponta da seta (►), e 
ainda a presença de cartilagem hialina na porção central indicada pela seta (↑). 
FIGURA 22 – INTESTINO DELGADO
FONTE: <http://twixar.me/VGcm>. Acesso em: 24 fev. 2022.
FIGURA 23 – EPITÉLIO DE TRANSIÇÃO DA BEXIGA URINÁRIA
FONTE: <http://twixar.me/7Gcm>. Acesso em: 26 fev. 2022.
28
Na imagem anterior percebemos um epitélio especial, o epitélio de transição, 
que está apoiado por uma lâmina própria (uma fina camada de tecido conjuntivo). Essa 
imagem foi corada com hematoxilina e eosina (HE). Note a presença dos núcleos das 
células do epitélio e as mudanças de suas morfologias, caracterizando assim o epitélio 
de transição. 
A glândula tireoide, apresentada na Figura 24, é formada por vários 
agrupamentos celulares que formam milhares de estruturas arredondadas, chamadas 
de folículos tireoidianos. Já as paratireoides, incrustadas na tireoide possuem 
semelhança com os órgãos linfoides, como o baço, porção inferior da imagem.
FIGURA 24 – TIREOIDE 
FONTE: <http://twixar.me/NGcm>. Acesso em: 26 fev. 2022
Na Figura 22, nós podemos ver do lado direito as células que formam essa 
glândula endócrina folicular. Observe as células apontadas pela seta (↑). Elas são as 
responsáveis pela produção de coloide, apontado pela ponta de seta (▼). Estas unidades 
secretoras são células epiteliais cúbicas, simples (note o formato de seus núcleos – bem 
arredondados. Vale mencionar que a tireoide é formada por vários folículos. 
29
INTERESSANTE
Você sabia o porquê de a maioria dos cortes cito-histológicos usarem a 
coloração chamada de hematoxilina eosina (HE)? 
Não? Então vamos saber um pouquinho sobre ela.
Neste tipo de coloração, os núcleos que possuem característica ácida 
– principalmente devido à presença neles dos ácidos nucleicos – tem 
grande afinidade pelos corantes classificados como básicos, como é o 
caso da hematoxilina (o H da sigla “HE”). As estruturas que apresentam 
esta característica química são chamadas em cito-histologia de estruturas 
basófilas e, coram-se de roxo.
O citoplasma das células, nesta coloração, apresenta-se corado de rosa ou 
até mesmo alaranjado, devido à afinidade com a eosina (“E” da sigla “HE”), que é um 
corante prioritariamente ácido. Desta forma, os constituintes que são acidófilos vão se 
apresentar em cor de rosa. 
Aliados, estes dois corantes oferecem às lâminas de cito-histologia excelentes 
contrastes, o que facilita muito os estudos e as análises pertinentes a elas. Tendo, 
portanto, grande utilização nas rotinas laboratoriais. 
IMPORTANTE
Uma dica valiosa: quando queremos descobrir o tipo de célula presente no epitélio, 
olhamos para o seu núcleo, ele geralmente reflete o tipo da célula. Núcleos mais alongados, 
sugerem tecidos colunares; núcleos mais arredondados, células cúbicas.
E aí, depois de todo este estudo que fizemos para podemos reconhecer os perfis 
“normais” das células, vocês podem estar se perguntando o porquê de estudar todas estas 
características? Por que é preciso saber as características de núcleos e citoplasmas em 
tecidos sadios? Para que relembrar tudo isso de cito-histologia? 
Para que você seja capaz de identificar alterações celulares em 
situações inflamatórias ou ainda em diagnósticos envolvendo a 
malignidade celular. Várias características consideradas “normais” são 
perdidas nestes casos. Por isso, todo esse esforço em relembrar a 
citologia normal dos principais tipos celulares e teciduais de interesse 
na Citopatologia, já trazendo a outra fundamental importância, que 
veremos mais detalhadamente no Tópico 3, as técnicas de coleta e de 
coloração para diagnósticos seguros.
30
Caríssimo acadêmico! Você viu a importância de identificarmos as arquiteturasconsideradas normais das células em seus respectivos tecidos? Viram a importância 
das colorações?
Em Citopatologia, fazemos sempre comparações entre as células e os tecidos 
sadios com as amostras que estamos analisando. É o reconhecimento das estruturas 
“diferentes”, com auxílio das as colorações diferenciais, que nos conduz ao diagnóstico 
da patologia que por ventura exista na amostra em estudo. Mas não se preocupe! 
Estamos apenas no início da nossa jornada pelo mundo da citopatologia clínica. 
Aos poucos, vamos nos habituando a ver as diferenças e nos inteirando das 
técnicas de coleta, de conservação e das principais colorações utilizadas em laboratórios 
citológicos. Inclusive, esse é o tema do nosso próximo tópico! Aguardamos você!
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• Existem cinco grandes reinos: monera, protista, plantae, fungi e animalia.
• As principais funções das células são: estruturais, metabólicas e reprodutivas.
• Os vírus são seres acelulares, portanto, não vivos, e são classificados como parasitas 
intracelulares obrigatórios.
• A diferença entre as células eucarióticas e as procarióticas é a presença de membrana 
de envoltório celular – carioteca, no primeiro tipo celular. 
• As células (e tecidos) utilizados nas análises citológicas podem ser obtidas por 
descamação, expelidas ou ainda retiradas de partes do corpo de interesse clínico. 
• Os tecidos que formam o organismo humano são: epitelial, conjuntivo, muscular e 
nervoso.
• A hematoxilina e eosina (um dos principais corantes utilizados em citologia, conhecido 
como HE) cora o núcleo com colorações arroxeadas e citoplasma com coloração 
rósea ou alaranjada.
32
AUTOATIVIDADE
1 O tecido epitelial é um dos quatro principais tipos de tecidos que formam o organismo 
humano. Entre suas principais características podemos mencionar: presença 
de células justapostas e ainda pouca matriz extracelular. Sobre a arquitetura 
celular destes tecidos passíveis de visualização nos principais tipos de colorações 
empregadas em citopatologia, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Existe entre o tecido epitelial e o conjuntivo, este que sempre acompanha o 
epitelial dando a eles sustentação principalmente, a presença de uma lâmina 
basal visível. 
b) ( ) Existem apenas dois tipos de tecido epitelial: o tecido epitelial de revestimento 
pavimentoso, comum no trato genital feminino e o tecido epitelial conjuntivo que 
oferece sustentação ao tecido conjuntivo. 
c) ( ) O tecido epitelial prismático, também chamado de colunar ou cilíndrico apresenta 
sempre núcleos celulares arredondados e com pouca coloração independente 
da coloração utilizada. 
d) ( ) O tecido epitelial sempre apresenta várias camadas celulares, portanto, pode ser 
sempre classificado como tecido epitelial estratificado.
2 A mucosa intestinal é formada por uma série de projeções que formam pregas 
e vilosidades (microvilosidades) que aumenta a sua superfície de contato e 
consequentemente possibilita a maior absorção dos nutrientes. Este epitélio possui 
grandes propriedades absortivas e ainda células produtoras de muco que protege 
e lubrifica o intestino. Um especialista em citopatologia, ao analisar uma lâmina de 
intestino com microvilosidades, espera visualizar qual(is) tipo(s) celular(es)?
a) ( ) Células com alta produção de matriz extracelular. 
b) ( ) Células pertencentes ao tecido epitelial de revestimento prismático-cúbico. 
c) ( ) Células epiteliais colunares e células caliciformes. 
d) ( ) Somente células do tecido conjuntivo e do sistema muscular.
3 Ao analisar uma lâmina de citologia, um aluno do curso de farmácia percebeu que 
as coleções celulares visualizadas apresentavam formato cúbico, estavam muito 
próximas umas das outras, com pouca matriz extracelular e existia a presença de 
células produtoras de muco. Diante desta caracterização, sobre o tipo do tecido em 
análise pelo acadêmico, assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) Tecido conjuntivo propriamente dito. 
b) ( ) Tecido epitelial cúbico com células caliciformes. 
c) ( ) Tecido muscular estriado esquelético.
d) ( ) Tecido nervoso.
33
4 A realização de análises citológicas sempre está relacionada com comparações entre 
as células e os tecidos sadios com as amostras em análise. Reconhecer as estruturas 
“diferentes”, com auxílio das colorações diferenciais e principalmente das arquiteturas 
celulares permitem o diagnóstico da patologia que por ventura exista na amostra 
em estudo. Neste contexto, disserte sobre a importância de saber reconhecer a 
arquitetura fisiológica dos tecidos humanos para realizar um diagnóstico clínico 
confiável e com segurança.
5 A chamada “Doença da inclusão das microvilosidades ou atrofia das microvilosidades” 
é uma patologia que ocorre devido a um distúrbio congênito que afeta as células 
epiteliais do intestino, e como principal sintoma, tem-se diarreia aquosa abundante 
e persistente, que se apresenta ainda no período neonatal. Os primeiros relatos 
desta doença aconteceram em 1978 e sua principal forma de diagnóstico é através 
de biópsia intestinal que indica uma atrofia das microvilosidades e ausência de 
processos inflamatórios. De acordo com seus conhecimentos sobre os constituintes 
celulares e a arquitetura intestinal, disserte sobre a possível aparência de uma lâmina 
cito-histológica desta patologia.
34
35
TÓPICO 3 - 
TÉCNICAS E MATERIAIS DE COLETA, 
CONSERVAÇÃO E COLORAÇÃO DE 
AMOSTRAS CITOLÓGICAS
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1
Caro acadêmico, neste Tópico 3, abordaremos as principais técnicas de coleta de 
materiais citopatológicos e ainda os melhores métodos de conservação e de coloração. 
Estes são requisitos fundamentais para uma análise satisfatória e assertiva. O primeiro 
esclarecimento a ser feito neste tópico é que a citologia, ou ainda a citopatologia, é o 
ramo das ciências médicas e biológicas pertencente ao grupo da histotecnologia que 
possui imensa relevância clínica, pois é a partir dela que é possível realizar o diagnóstico 
de uma grande gama de doenças que podem acometer os seres humanos e também 
os animais. 
Citopatologia é a ciência que realiza os estudos, e posteriormente o diagnóstico, 
através de modificações celulares – tanto nucleares quanto citoplasmáticas. Seu 
desenvolvimento ocorreu principalmente devido aos inúmeros avanços tecnológicos, 
como a invenção do microscópio por Zaccharias até a descoberta e desenvolvimento 
de inúmeras técnicas de coloração que permitiram melhores estudos citológicos por 
propiciarem melhores visualizações das estruturas celulares.
É inegável que técnicas complementares podem ser necessárias para fechar 
um diagnóstico clínico como ultrassons, tomografias e ainda a biologia molecular. Outro 
fato que deve ser considerado e que nem sempre é possível obter amostras clínicas de 
qualidade para as análises e contra análises (quando necessárias), por diversos fatores. 
Dentre elas, o principal entrave, talvez, sejam os sítios de investigação de difícil acesso. 
Devemos considerar ainda que as diversas enfermidades (ou doenças) que 
acometem os tecidos humanos podem ter diversos agentes etiológicos responsáveis: 
fungos, vírus, bactérias, protozoários e até mesmo diversos corpos estranhos, e cada 
um deles exige uma especificidade para seu respectivo diagnóstico. 
Então, vamos estudar agora as várias técnicas de coleta, como devemos conservar 
cada uma das amostras, respeitando sempre suas características, e ainda como utilizar as 
técnicas de coloração como auxílio nos diagnósticos clínicos. Vamos lá?!
36
2 TÉCNICAS E MATERIAIS DE COLETA 
O primeiro relato na literatura sobre a utilização das técnicas citológicas para 
fins de diagnóstico é datado de 1843, por Sir Julius Vogel, que realizou a identificação 
de células portadoras de malignidade em secreções drenadas de fistulas de um tumor 
mandibular. Após ele, foi a vez de Henri Lebert, em 1845, registrar seus achados 
morfológicos de células tumorais obtidas por aspiradostumorais. 
Em 1853, o pesquisador Donaldson descreveu a citologia de células tumorais, 
obtidas de cortes de superfícies tumorais, quando explicava a aplicação prática do 
microscópio à época. Como outros nomes contemporâneos, com a utilização de 
técnicas citopatológicas, temos o professor Lionel Beale, em analises de escarro, e 
o Doutor Lambl de Praga, em amostras de urina, ambos com descrições de achados 
celulares com características de malignidade (BRASIL, 2012a; INCA, 2019).
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), foi apenas após os trabalhos 
do Dr. George Papanicolau, em 1917, que as análises citológicas voltaram ao auge 
na comunidade científica. Talvez tenham sido necessários avanços relacionados às 
colorações e às técnicas cito-histológicas para que as análises citológicas voltassem a 
ser utilizadas pelos pesquisadores. 
DICAS
Quer conhecer mais sobre a história do Dr. George Papanicolaou? Veja 
a leitura complementar ao final desta unidade e ainda acesse o site do 
Museu Histórico da Faculdade de Medicina de São Paulo – FMUSP – http://
www.pesquisadores.museu.fm.usp.br/index.php/papanicolau-george-
n;isad).Vale muito a pena conhecer mais da história deste médico e 
pesquisador que viveu muito à frente de seu tempo. Boa leitura!
Dr. Papanicolaou foi o responsável pela criação da metodologia chamada de 
citologia esfoliativa para diagnóstico, sobretudo, precoce, como forma de diagnosticar 
o câncer cervical. Para entender a técnica, faz-se necessário estudarmos os tipos de 
descamação celular existentes, que, por sua vez, pode ser de dois tipos. A primeira é 
espontânea, em que temos como exemplo a urina e o escarro, e a segunda, o método 
artificial, que é aquele que conta com a utilização de algum tipo de objeto ou instrumento 
para a obtenção da amostra citológica (INCA, 2019).
A citologia esfoliativa é uma técnica muito empregada para estudos celulares 
com alterações displásicas – células que apresentam alterações em sua fisiologia e que 
na maioria das vezes apresentam crescimento anômalo –, mas também empregada 
primordialmente como forma de identificar processos inflamatórios e fisiológicos, 
37
causados por microrganismos nas diversas partes do organismo humano. Deve-se 
considerar também que nesta modalidade de coleta vários tipos celulares podem ser 
identificados – o que reforça ainda mais a necessidade de reconhecer a maioria deles 
– como as células pertencentes aos tecidos locais e circunvizinhos, células sanguíneas 
(advindas de microlesões que ocorrem no momento da coleta ou ainda devido a 
processos inflamatórios já estabelecidos no sítio de coleta) e células do sistema de 
defesa (sistema imunológico) principalmente leucócitos (BRASIL, 2012a).
Ainda, para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), as vantagens desta técnica 
são várias: simples execução, rápida amostragem, possibilidade de obter-se mais de 
uma amostra relativa ao mesmo sítio, caso desejado, ou ainda quando solicitado pelo 
médico assistente, permite excelente sensibilidade para diagnóstico, e principalmente, 
baixo custo. 
A citologia preparada em meio líquido vem crescendo nas últimas décadas, 
principalmente com o advento da maior sensibilidade das análises citológicas. Esta me-
todologia permite preparar as lâminas de análise com menores quantidades de mate-
riais sobrepostos, além de propiciar a realização de testes moleculares, principalmente 
aqueles destinados à identificação do vírus do HPV. Falaremos detalhadamente sobre 
esta nova tecnologia citológica em tópicos especiais na Unidade 3.
2.1 COLETA DE MATERIAL E CONSERVAÇÃO 
Acadêmico, até aqui, no percurso de nossos estudos, vimos falando sobre 
esfregaços, raspados e aspirados, mas ainda não tínhamos detalhado cada uma das 
técnicas. É o que vamos fazer agora. Vamos estudar cada técnica com o máximo de 
detalhes possíveis. 
Assim como qualquer técnica de diagnóstico possui alguns inconvenientes 
ou limitações, como já dito anteriormente, com as técnicas citológicas não é diferente. 
Podemos citar: tempo relativamente longo para preparo e devidas interpretações, limitação 
da determinação da extensão das lesões nos casos em que existem, dentre outras. Temos 
que ter sempre em mente que os principais objetivos dos exames citopatológicos são: I 
- confirmação das suspeitas clínicas; II - identificar doenças sem sintomatologia clínica 
(diagnósticos precoces, como no Papanicolau) e, III - acompanhamento da terapêutica em 
tratamento farmacológico ou não (BRASIL, 2012ª; BRASIL, 2012b).
Devemos ter consciência que as amostras citológicas podem ter variadas origens. 
Didaticamente, costuma-se separar as amostras em: citopatológicas não ginecológicas 
e amostras ginecológicas, que vamos estudar mais detalhadamente na Unidade 3. Além 
dos vários possíveis sítios de coleta, temos variadas técnicas e preparações, que ao final, 
tem o mesmo objetivo: analisar a existência de possíveis alterações celulares.
38
Para Molinaro, Caputo e Amendoeira (2010), genericamente, as amostras 
podem ser classificadas de três formas: líquidas, em grande parte oriundas de 
cavidades corpóreas: como pleura, cápsulas articulares, peritônio, líquor etc., além da 
urina; amostras pastosas, advindas de punções ou drenagens e ainda, os esfregaços, 
comumente obtidos de Colpocitologia. Ainda segundo esses autores, pode-se relacionar 
a origem da amostra ao método de coleta, e esta, à classificação amostral, conforme 
exposto no Quadro 1. 
QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS E MÉTODOS DE COLETA EM CITOPATOLOGIA
Classificação 
da amostra
Método de coleta Origem da amostra
Distensão celular 
(esfregaço)
Raspagem swab ou 
espátula (Ayres)
Colpocitologia
Olhos
Lavado brônquico
Imprint ou decalque
Lesões cutâneas
Biópsias
Peças cirúrgicas
Punção aspirativa
Sangue
Lavado brônquio
Líquor espinhal
Amostras 
pastosas
Expectoração Escarro
Punção ou drenagem
Abscessos
Massas necróticas
Amostras 
líquidas
Espontânea ou por cateter Urina
Escovação Líquido sinovial
Escovação ou lavado Líquido peritoneal ou ascítico
Punção
Líquido pleural
Líquido peritoneal ou ascítico
Líquido pericárdio
Lavado brônquio alveolar
Lavado vesical
Líquido estomacal
Lavado brônquico
Líquido sinovial
FONTE: Adaptado de <https://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/capitulo_4_vol2.pdf>. 
Acesso em: 5 jan. 2022
39
2.1.1 Escovados e raspados 
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012ª; BRASIL, 2012b; BRASIL, 2012c), 
os escovados e raspados são materiais obtidos através da esfoliação das superfícies 
de interesse clínico, por intermédio de instrumentos específicos para esta finalidade. 
São empregados atualmente “escovinhas” (Figura 25) e espátulas de Ayres, conforme 
a Figura 26.
FIGURA 25 – ESCOVA
FONTE: <http://twixar.me/cGcm>. Acesso em: 26 fev. 2022
FIGURA 26 – ESPÁTULA DE AYRES 
FONTE: <http://twixar.me/sGcm>. Acesso em: 26 fev. 2022.
40
Outro instrumento muito utilizado nas coletas de amostras citopatológicas, 
Papanicolaou é o espéculo, ou o popular bico de pato, chamado assim devido ao seu 
formato que se assemelha ao formato do bico deste animal (Figura 27). Ele é utilizado 
para afastar as paredes da vagina, facilitando a visualização e realização do exame. 
FIGURA 27 – ESPÉCULO OU BICO DE PATO 
FONTE: <http://twixar.me/MGcm>. Acesso em: 26 fev. 2022
Para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012ª; BRASIL, 2012b; BRASIL, 2012c) e 
Molinaro, Caputo e Amendoeira (2010), os raspados podem ser obtidos de vários sítios – 
pele, boca, cavidades etc. A recomendação é de não realizar a higiene do local de coleta 
nem fazer a utilização de medicações tópicas, pois estas práticas prejudicam a coleta 
das amostras, podendo comprometer sua análise e, consequentemente, o diagnóstico. 
A depender das dimensões da área de coleta, realiza-se, geralmente, até três raspagens 
– coleta tríplice –, da maneira mais delicada possível para evitar microlesões e prováveis 
sangramentos, o que poderia, também, comprometer a amostra. 
Os escovados podemser obtidos com o auxílio de endoscópicos, que facilitam 
a visualização de possíveis lesões, sendo que podem ser de diversos sítios, como 
brônquico, intestinal e até mesmo gástricos, e as amostras obtidas analisadas através 
de esfregaços ou de cell blocks – bloco celular. 
A técnica de cell blocks é um procedimento que combina técnicas cito 
histopatológicas e tem como principal indicação os casos em que a coleta oferece 
baixas contagens celulares. Ela permite armazenar todo sedimento celular obtido na 
amostragem, pelo método de centrifugação, seja esta líquida ou pastosa, possibilitando 
análises posteriores, fato crucial nos casos em que existem indícios de tumores pouco 
diferenciados (BRASIL, 2012a).
41
Conforme afirma o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), após a coleta, o 
material é depositado suavemente em distensão em uma lâmina de vidro limpa e 
desengordurada (Figura 28), através de um espalhamento fino e rápido, de maneira 
mais uniforme possível. Outra metodologia possível é cortar a ponta da escova ou 
espátula, imergi-la em salina ou em líquido conservante e submetê-la à centrifugação. 
Após desprezado o sobrenadante e com auxílio de uma alça bacteriológica pode ser 
retirado uma alíquota do sedimentado e depositá-lo em lâmina para confecção do 
esfregaço para posterior procedimentos de análise. 
FIGURA 28 – LÂMINA DE VIDRO E ESCOVINHA 
FONTE: <http://twixar.me/QGcm>. Acesso em: 26 fev. 2022
Após esta etapa, é realizada a fixação, na qual pode ser utilizado álcool a 95% ou 
ainda um spray fixador. Este procedimento deve ser rápido para evitar a dessecação do 
material e comprometer a amostra. Em seguida é realizada a coloração. Uma observação 
importante no momento da fixação, é o cuidado para não criar artefatos de coleta ou 
artefatos técnicos – contaminações da amostra com fios de algodão ou gaze, ou ainda, 
pelo talco das luvas de procedimento (BRASIL, 2012a, BRASIL, 2012b).
O talco apresenta forma de cristal em forma de cruz de malta. Quando a amostra 
é contaminada com sangue – chamado na prática laboratorial fundo hemorrágico – 
provavelmente devido a uma microlesão no momento da coleta da amostra. Outro 
cuidado que devemos ter é evitar o esmagamento das células, devido, provavelmente 
a uma pressão exagerada no momento da confecção da lâmina, provocando uma lise 
celular, que pode ser caracterizada pelo aparecimento de filamentos basofílicos na 
lâmina, que na realizada são restos dos núcleos celulares. 
Conforme afirma o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a, BRASIL, 2012b), após 
todos estes procedimentos, devemos passar para a etapa de fixação dos esfregaços 
citológicos, que podem ser feitos em álcool, etanol 95%, que é o fixador de rotina devido 
ao baixo custo e baixíssima toxicidade. Ela deve ser realizada ainda com o esfregaço 
úmido, por imersão. Somente deverá ser retirado no momento da coloração. Lembrando 
que o tempo mínimo recomendado pela literatura é de 15 minutos e o tempo máximo 
em imersão, deverá ser de 14-15 dias. 
42
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a) nos alerta para o fato das amostras que 
ficam em contato com o fixador por um período maior que o recomendado (ou se a 
solução fixadora estiver fora do padrão de concentração), podem comprometer a 
amostra, provocando até mesmo a inviabilização da análise. Entre os fatores que podem 
comprometer a análise, temos: opacidade, aumento da eosinofilia citoplasmática, 
aumento das dimensões nucleares (até 6x), dentre várias outras. Outros fixadores 
podem ser empregados: Carbowax (etanol e polietileno glicol) e ainda sprays (álcool 
isopropílico e glicol). Estes possuem vantagem sobre o fixador de rotina, devido a maior 
praticidade de transporte das amostras quando estas são obtidas a grandes distâncias 
do local de análise, evitando, dessa forma, possíveis vazamentos ou mesmos danos às 
lâminas, mas como desvantagem apresentam maior custo.
Devemos lembrar que o principal objetivo de todos os tipos de fixadores é 
sempre a preservação da arquitetura celular e de sua composição química, presentes 
no momento da coleta da amostra. 
2.1.2 Imprints – impressões teciduais
Para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), esta técnica baseia-se literalmente 
em colocar o material amostral (geralmente um corte de tecido – geralmente 
histopatológico) em contato com a superfície de vidro da lâmina, e, por impressão, 
transferir as células para análise na lâmina de vidro. Muitos autores chamam está 
técnica de ‘citologia por decalque’ ou ‘citologia de decalque’.
2.1.3 Lavados 
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), lavados são amostras obtidas 
através da utilização de cateteres. A lavagem com soluções salinas de uma determinada 
cavidade de interesse do organismo. Esta técnica geralmente fornece baixas contagens 
celulares para análise. Elas podem ser broncoalveolar (LBA), brônquios (LB) entre vários 
outros. A instilação da solução de lavagem geralmente ocorre nos locais onde há lesões 
ou o máximo possível de proximidade dela, guiada por endoscópio e posteriormente 
aspirada. O procedimento pode ser realizado ambulatorialmente, com paciente 
levemente sedado. 
Vale lembrar que, após a coleta, os líquidos resultantes são levados à centrífuga, 
obtendo-se o sobrenadante que é descartado e o precipitado utilizado para confecção 
do esfregaço ou cell block. Os fixadores ficam a critério do laboratório mediante a 
disponibilidade, mas geralmente emprega-se etanol 95% ou Carbowax. O LBA é uma 
metodologia bastante empregada no diagnóstico de infecções oportunistas em 
pacientes com baixa imunidade, com o de Pneumocysti carinii. Esta técnica apresenta 
sensibilidade de 30 a 70% nos diagnósticos de malignidade, principalmente em 
tumorações difusas e/ou multifocais (BRASIL, 2012a, BRASIL, 2012b; BRASIL, 2012c).
43
Os lavados esofágicos e gástricos também são obtidos por meio de guias 
endoscópicas. Para o primeiro, há recomendação de jejum de 8 horas, para o segundo, 
12 horas. Os lavados são obtidos de áreas que requerem investigações de mucosa. O 
fixador geralmente mais empregado nestes casos é o etanol a 50% para o primeiro e 
etanol 95% para o segundo.
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), os lavados peritoneais 
requerem maior nível de atenção, pois deve-se adicionar à amostra três unidades de 
heparina para cada mililitro de volume de amostra e refrigeradas a 4°C até o momento 
da concentração e realização do esfregaço. Caso a demora seja um pouco mais 
prolongada, é necessário o acréscimo de etanol 50% em partes iguais. Em lavados que 
apresentam indícios de hemorragia, deve-se adicionar anticoagulante – o mais utilizado 
é citrato de sódio a 3,8% na proporção de 1:5 ou ainda heparina, na proporção de 5-10 
unidades para cada 10mL de amostra. 
2.1.4 Líquidos cavitários
Para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), as amostras líquidas (pleurais, ascíticos 
ou pericárdicos), são investigados agentes infecciosos, alterações celulares benignas, 
e claro, alterações celulares malignas em estágio primário ou mesmo em metástases. 
As amostras devem ser obtidas em ambientes hospitalares e devem conter entre 2mL e 
500mL, amostras maiores ou menores ao intervalo são consideradas inadequadas. 
O processamento ocorre sem adições, exceto em casos hemorrágicos, onde 
é acrescido heparina. As análises que ocorrem após 12 horas de coleta devem sofrer 
acréscimo de etanol 50% para sua preservação. Como recomendação complementar 
nestes casos, indica-se o emprego da técnica de cell blocks para obtenção de amostras 
permanentes para a realização de colorações especiais, caso necessário. 
2.1.5 Materiais obtidos espontaneamente 
Um dos materiais mais analisados na rotina de citopatologia para diagnóstico 
lesional no trato respiratório é o escarro, principalmente devido a sua facilidade de 
obtenção e que gera pouco ou nenhum desconforto ao paciente. Mesmo com estas 
vantagens, a broncoscopia e a punção por agulha fina (PAAF – tema de estudo do 
nosso próximo item (2.1.6)) vem

Outros materiais