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Modulo de Didactica de Quimica II

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Modulo de 
Didáctica Química II 
 
 
Curso de Licenciatura em Ensino de Química 
Faculdade de Ciências Naturais e Matemática 
Departamento de Química 
 
Universidade Pedagógica 
Rua João Carlos Raposo Beirão nº 135, Maputo 
Telefone: (+258) 21-320860/2 ou 21 – 306720 
Fax: (+258) 21-322113 
 
Centro de Educação Aberta e à Distancia 
Programa de Formação à Distância 
Av. de Moçambique, Condomínio Vila Olímpica, bloco 22 edifício 4, R/C, Zimpeto 
Telefone: (+258) 82 3050353 
e-mail: cead@up.ac.mz / up.cead@gmail.com 
 
 
 
Ficha técnica 
 
Autoria: Aldovanda Estrela Bata Vidade e Geraldo Felipe Nhapulo 
Revisão Científica: Emilia Afonso Nhalivilo 
Revisão da Engenharia de EAD e Desenho Instrucional: Manuel Madeira Macandza 
Edição Linguistica: Orlanda Gomane 
Edição técnica/Maquetização: Valdinácio Folrêncio Paulo 
Layout da Capa: Valdinácio Florêncio Paulo 
Imagem base da Capa: Gaël Epiney 
 
 
 
 
 
 
 
Primeira Edição © 2016 
Impresso e Encadernado por 
 
 
 
 
© Todos os direitos reservados. Não pode ser publicado ou reproduzido em nenhuma forma ou meio – mecânico ou 
eletrónico- sem a permissão da Universidade Pedagógica. 
 
 
 
Índice 
Visão Geral do Módulo de Didáctica Química II 1 
Unidade 1: Organização e selecção dos conteúdos para o ensino de Química-Linhas Principais 8 
Lição n° 1 9 
Introdução ao estudo das linhas de ensino de Química .................................................... 9 
Conceito “linhas de ensino” .................................................................................. 10 
Lição n° 2 18 
Linha Principal “Matéria”. .............................................................................................. 18 
Conceitos, conteúdos e formas de Abordagem no Ensino de Química .......................... 18 
Linha principal matéria ......................................................................................... 19 
Matéria, substância e mistura ................................................................................ 20 
Átomo, Elemento químico, molécula e valência ................................................... 21 
Lição n° 3 27 
Tratamento da estrutura e propriedades da matéria ........................................................ 27 
Lição n° 4 32 
Linha principal “reacção química”: conceitos, conteúdos e formas de abordagem nos 
programas de ensino ....................................................................................................... 32 
Linha principal reacção química ........................................................................... 33 
Unidade n° 2: Organização e selecção dos conteúdos para o ensino de Química - Linhas 
secundárias 43 
Lição n° 1 45 
Linha da representação das substâncias e reacções químicas com sinais - Linguagem 
química ............................................................................................................................ 45 
Linha da representação das substâncias e reacções químicas com sinais - 
linguagem química ................................................................................................ 46 
Evolução histórica da linguagem química ............................................................. 48 
Formas de abordagem de alguns conceitos relacionados a linguagem química no 
Ensino Secundário Geral. ...................................................................................... 49 
Lição n° 2 58 
Linha experiência como meio de reconhecimento de substâncias e reacções químicas. 58 
A experiência no contexto do ensino de Química ................................................. 59 
 
 
Organização do trabalho dos alunos no laboratório .............................................. 61 
Lição n° 3 65 
Obtenção laboratorial e formas de reconhecimento de alguns gases .............................. 65 
Lição n° 4 77 
Linha “modelo como meio para reconhecer as substâncias e reacções químicas” ......... 77 
Linha do modelo como meio para reconhecer substâncias e reacções químicas. . 77 
Características dos modelos .................................................................................. 78 
Funções dos modelos ............................................................................................. 79 
Lição n° 5 82 
Linha da observação quantitativa das substâncias e reacções químicas ......................... 82 
Linha da observação quantitativa das substâncias e reacções químicas ............... 82 
Tratamento dos cálculos estequiométricos nos programas de ensino ................... 83 
Lei de Avogadro: ................................................................................................... 86 
Passos básicos para a resolução de um problema estequiométrico ....................... 87 
Lição n° 6 94 
Linha “Aplicação das substâncias e métodos industriais da sua obtenção” ................... 94 
Regras para o tratamento dos conteúdos sobre obtenção e aplicação das 
substâncias ............................................................................................................. 95 
Abordagem sobre processos de obtenção industrial de Substâncias ..................... 95 
Unidade n° 3: Alternativas metodológicas para a inovação no ensino de Química 107 
Lição n° 1 109 
Recursos didácticos ....................................................................................................... 109 
Recursos didácticos ............................................................................................. 109 
Importância dos recursos didácticos .................................................................... 111 
Algumas exigências na escolha e uso dos recursos didácticos ........................... 112 
Lição n° 2 114 
Inovações pedagógicas no ensino de Química ............................................................. 114 
Unidade n° 4: Planificação e preparação de aulas de Química 119 
Lição n° 1 121 
Noções gerais sobre a planificação ............................................................................... 121 
Princípios e fundamentos da planificação do ensino ........................................... 121 
 
 
Lição n° 2 127 
Planificação de unidades temáticas ............................................................................... 127 
Planificação da unidade temática ........................................................................ 127 
Lição n° 3 132 
Planificação de uma aula ..................................................................................... 132 
Unidade n° 5: Avaliação da aprendizagem e de competências 141 
Lição n° 1 143 
Avaliação da aprendizagem e de competências ............................................................ 143 
O conceito de Avaliação ...................................................................................... 143 
Lição n° 2 147 
Modelos de avaliação .................................................................................................... 147 
O teste como um instrumento de avaliação ......................................................... 147 
Requisitos de um teste de conhecimentos ........................................................... 151 
Referências bibliográficas 156 
 
 
 
 
 
1 
 
 
Visão Geral do Módulo de Didáctica Química II 
 
Neste módulo você estudará, nas duas primeiras unidades, a forma como estão 
seleccionados e organizados os conteúdos nos programas de ensino de Química, 
ou seja, as linhas de ensino de Química, as formas de abordagem dos diferentes 
conteúdos dos programas de ensino, em articulação com os meios e métodos de 
ensino adequados. Você irá estudar e desenvolver as alternativas e inovações 
metodológicas para o ensino de Química. 
Aqui será também estudada, na 4ª unidade, a planificação da actividade docente, 
nomeadamente: a planificação de aulas e de unidades temáticas que são 
momentos cruciais do Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA) eque de certo 
têm um impacto na actividade do docente. 
Neste módulo, serão também matérias de estudo: as formas de avaliação, 
avaliação de competências e modelos de avaliação. 
 
 
Objectivos do Módulo 
 
O módulo visa ajudá-lo a ser capaz de: 
 Reflectir sobre a produção e os processos didácticos de 
mediação do conhecimento científico; 
 Reflectir e discutir as estratégias adequadas de ensino-
aprendizagem, para o aperfeiçoamento e dinâmica da prática 
pedagógica na disciplina de Química; 
 Compreender o significado e importância da avaliação no 
ensino de Química; 
 Conceber uma prática pedagógica quotidiana como objecto de 
investigação que articule a teoria e a prática; 
 Desenvolver capacidades e habilidades na planificação e 
 
 
2 
 
leccionação de aulas; 
 Conceber e produzir meios didácticos; 
 Conceber e aplicar correctamente os instrumentos de avaliação 
e verificação do rendimento pedagógico dos alunos e saber 
interpretá-lo. 
 
 
A quem se destina o Módulo 
Este Módulo foi concebido para todos aqueles que se tenham inscrito no curso de 
Ensino de Química, à Distância, da Universidade Pedagógica e que tenham sido 
aprovados nas disciplinas de Fundamentos de Pedagogia, Didáctica Geral e 
Didáctica de Química I. 
 
 
Avaliação 
As modalidades de avaliação sumativa serão combinadas com o 
Tutor Geral. Em geral, tais actividades poderão variar em número e 
tipologia, por exemplo, testes escritos, trabalhos independentes em 
grupo ou individuais), actividades de campo, fichas de leitura, entre 
outras. 
 
 
Ícones de Actividades 
 
Caro estudante, para lhe ajudar a orientar-se no estudo deste módulo e 
facilmente foram usados marcadores de texto do tipo ícones. Os ícones 
foram escolhidos pelo CEMEC (Centro de Estudos Moçambicanos e 
Etnociência) da Universidade Pedagógica. Tomou-se em consideração a 
diversidade cultural Moçambicana. Encontre, a seguir, a lista de ícones, o 
 
 
3 
 
que a figura representa e a descrição do que cada um deles indica no 
módulo: 
1. Exercício 
 
[enxada em actividade] 
2. Actividade 
 
[colher de pau com alimento 
para provar] 
3. Auto-Avaliação 
 
[peneira] 
4. Exemplo/estudo de 
caso 
 
[Jogo Ntxuva] 
5. Debate 
 
[à volta da fogueira] 
6. Trabalho em grupo 
 
[mãos unidas] 
7. Tome nota/Atenção 
 
[batuque soando] 
8. Objectivos 
 
[estrela cintilante] 
9. Leitura 
 
[livro aberto] 
10. Reflexão 
 
 
[embondeiro] 
11. Tempo 
 
[sol] 
12. Resumo 
 
[sentados à volta da 
fogueira] 
 
 
4 
 
13. Terminologia 
 Glossário 
 
14. Video/Plataforma 
 
[computador] 
15. Comentários 
 
 
 
1. Exercício (trabalho, exercitação) – A enxada relaciona-se com 
um tipo de trabalho, indica que é preciso trabalhar e pôr em prática 
ou aplicar o aprendido. 
2. Actividade - A colher com o alimento para provar indica que é 
momento de realizar uma actividade diferente da simples leitura, e 
verificar como está a ocorrer a aprendizagem. 
3. Auto-Avaliação – A peneira permite separar elementos, por isso 
indica que existe uma proposta para verificação do que foi ou não 
aprendido. 
4. Exemplo/Estudo de caso – Indica que há um caso a ser resolvido 
comparativamente ao jogo de Ntxuva em que cada jogo é um caso 
diferente. 
5. Debate – Indica a sugestão de se juntar a outros (presencialmente 
ou usando a plataforma digital) para troca de experiências, para 
novas aprendizagens, como é costume fazer-se à volta da fogueira. 
6. Trabalho em grupo – Para a sua realização há necessidade de 
entreajuda, que se apoiem uns aos outros 
7. Tome nota/Atenção – Chamada de atenção 
8. Objectivos – orientação para organização do seu estudo e daquilo 
que deverá aprender a fazer ou a fazer melhor 
9. Leitura adicional – O livro indica que é necessário obter 
informações adicionais através de livros ou outras fontes. 
10. Reflexão – O embondeiro é robusto e forte. Indica um momento 
para fortalecer as suas ideias, para construir o seu saber. 
http://www.freepik.com/index.php?goto=27&url_download=aHR0cDovL3d3dy5mbGF0aWNvbi5jb20vZnJlZS1pY29uL2ZpbGVfMTE4MDk4&opciondownload=318&id=aHR0cDovL3d3dy5mbGF0aWNvbi5jb20vZnJlZS1pY29uL2ZpbGVfMTE4MDk4&fileid=917606
http://www.freepik.com/index.php?goto=27&url_download=aHR0cDovL3d3dy5mbGF0aWNvbi5jb20vZnJlZS1pY29uL2NoYXQtY2lyY3VsYXItYnViYmxlLXdpdGgtbWVzc2FnZS10ZXh0LWxpbmVzXzUwMDEx&opciondownload=318&id=aHR0cDovL3d3dy5mbGF0aWNvbi5jb20vZnJlZS1pY29uL2NoYXQtY2lyY3VsYXItYnViYmxlLXdpdGgtbWVzc2FnZS10ZXh0LWxpbmVzXzUwMDEx&fileid=792302
 
 
5 
 
11. Tempo – O sol indica o tempo aproximado que deve dedicar á 
realização de uma tarefa ou actividade, estudo de uma unidade ou 
lição. 
12. Resumo – Representado por pessoas sentadas à volta da fogueira 
como é costume fazer-se para se contar histórias. É o momento de 
sumarizar ou resumir aquilo que foi tratado na lição ou na unidade. 
13. Terminologia/Glossário – Representado por um livro de consulta, 
indica que se apresenta a terminologia importante nessa lição ou 
então que se apresenta um Glossário com os termos mais 
importantes. 
14. Vídeo/Plataforma – O computador indica que existe um vídeo 
para ser visto ou que existe uma actividade a ser realizada na 
plataforma digital de ensino e aprendizagem. 
15. Balão com texto – Indica que existem comentários para lhe ajudar 
a verificar as suas respostas às actividades, exercícios e questões de 
auto-avaliação. 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pág. 7 - 40 
 
Conteúdos 
1 
U
N
ID
A
D
E
 
Lição n° 1 9 
Introdução ao estudo das linhas de ensino de 
Química .................................................................................. 9 
Lição n° 2 18 
Linha Principal “Matéria”. .............................................18 
Lição n° 3 27 
Tratamento da estrutura e propriedades da 
matéria ................................................................................ 27 
Lição n° 4 32 
Linha principal “reacção química”: conceitos, 
conteúdos e formas de abordagem nos 
programas de ensino .................................................... 32 
 
 
Organização e selecção dos 
conteúdos para o ensino de 
Química-Linhas Principais 
 
 
8 
 
Unidade 1: Organização e selecção dos conteúdos para o ensino de Química-Linhas Principais 
 
 
Introdução 
Nesta primeira unidade você deverá ter noções sobre a organização 
dos conteúdos da matéria escolar nos programas de ensino de 
Química. Irá estudar as principais linhas do ensino de Química, 
nomeadamente: a linha principal “Matéria” e a linha principal 
“Reacção Química”. Estas duas linhas principais constituem o 
objecto de estudo da Química e delas derivam as linhas secundárias 
que serão estudadas na segunda unidade deste módulo. 
 
Objectivos da unidade 
 
Ao completar esta unidade, você deve: 
 Conhecer as linhas principais do ensino de Química; 
 Distinguir as linhas principais das linhas secundárias; 
 Definir os conceitos fundamentais relacionados com a matéria e 
reacção química, de acordo com a sua posição no programa de 
ensino; 
 Classificar as reacções químicas de acordo com os respectivos 
critérios; 
 Explicar a evolução na forma de abordar os conteúdos químicos 
relacionados com a matéria e reacção química. 
 Estabelecer a relação entre a estrutura, propriedades e 
aplicações das substâncias. 
 
 
 
9 
 
 
Lição n° 1 
Introdução ao estudo das linhas de ensino de Química 
 
 
Introdução 
Nesta primeira lição da 1ª unidade da disciplina iremos discutir como é 
que os conteúdos da disciplina de Química estão organizados e 
logicamente vai perceber as designações de linhas principais e linhas 
secundárias. Antes de prosseguir com esta lição, pense na definição de 
Química que você aprendeu e o respectivo objecto de estudo, isso 
facilitar-lhe-á a compreensão do conteúdo desta aula. 
 
 
ObjectivosAo completar esta lição, você deve: 
 Adquirir noções sobre os seguintes conceitos: linha de 
ensino, linha principal e linha secundária. 
 Ser capaz de diferenciar as linhas principais das 
secundárias no ensino de Química; 
 Ser capaz de explicar a relação de interdependência entre 
as várias linhas do ensino de Química; 
 Ser capaz de explicar a organização dos conteúdos da 
disciplina de química com base nas linhas principais e 
secundárias; 
 Ser capaz de explicar os objectivos do tratamento das 
linhas principais e secundárias no ensino de Química 
 Estar convicto de que as linhas de ensino não estão 
separadas uma da outra mas sim que funcionam em 
complementaridade uma a outra; 
 
 
 
10 
 
Conceito “linhas de ensino” 
No Processo de ensino-aprendizagem falamos por vezes de linhas 
de pesquisa, linhas de ensino, etc. O termo linha de ensino refere-
se à aprendizagem orientada numa certa direcção, rumo, norma, 
orientação. No ensino de Química usa-se o termo ‘linhas de 
ensino” para fazer referência a matéria a ser leccionada ou aos 
conteúdos de ensino na disciplina de Química. 
 
Linhas Principais 
Os conteúdos da disciplina de Química têm uma estrutura na base de 
algumas linhas gerais. Estas linhas podem ajudar no exercício de 
planificação anual, semestral e na da aula de Química. 
De uma definição básica do que é a ciência Química teríamos: Química é 
a ciência que estuda as substâncias e suas transformações. O conteúdo da 
definição de Química e o seu objecto de estudo é que vão constituir as 
linhas gerais ou linhas principais da disciplina de Química, 
designadamente: 
1. Linha Matéria; 
2. Linha Reacção Química. 
Por outras palavras, estamos a assumir que os conteúdos da Química e as 
aulas de Química estão sempre centrados ou à volta do objecto de estudo 
da Química que é Matéria e as suas Transformações. 
 
Linhas Secundárias 
Das linhas principais matéria e reacção química, derivam outras 
linhas, consideradas linhas secundárias não porque sejam menos 
importantes, como se pode pensar, mas sim porque elas estão sempre 
inseridas dentro das linhas de uma das linhas principais, ou mesmo 
das duas linhas principais. São as seguintes: 
1. Linha da aplicação das substâncias e dos métodos industriais 
de sua obtenção; 
 
 
 
11 
 
2. Linha de representação de substâncias e reacções químicas 
com sinais (linguagem Química); 
3. Linha de observação quantitativa das substâncias e reacções 
químicas; 
4. Linha da experiência como meio para o reconhecimento das 
substâncias e reacções químicas; 
5. Linha de modelo como um meio representativo da realidade 
para reconhecer e compreender as propriedades das 
substâncias e reacções químicas. 
 
É importante saber que as linhas não existem separadamente, mas 
elas formam uma unidade, isto é, não é possível abordar uma 
determinada linha, quer seja principal ou secundária isoladamente. 
Veja um exemplo do programa de ensino de como uma única aula 
pode abranger várias linhas de ensino. 
Aula: “Experiência química sobre Obtenção laboratorial do 
Oxigénio e verificação das suas propriedades. Conceito de 
catalizador” (8ª /4ª ) 
 
No tratamento da linha “experiência como meio de reconhecimento 
das substâncias e reacções químicas”, logicamente falaremos das 
reacções químicas (linha principal), neste caso concreto da reacção 
de decomposição catalítica do Peróxido de hidrogénio para a 
formação do Oxigénio. As reacções químicas são uma 
manifestação das transformações que a Matéria ou a substancia 
pode sofrer, neste caso a transformação do Peróxido de hidrogénio, 
que constitui matéria, (linha Matéria). 
Por outro lado, durante essa experimentação pode ou deve 
interessar-nos calcular as quantidades das substâncias envolvidas 
em termos de massa, volume ou concentrações (linha da 
observação quantitativa). Abordando qualquer que seja a linha 
 
 
12 
 
acima indicada precisamos de recorrer a linguagem química para 
representar as substâncias e reacções químicas por meio dos 
símbolos que nos permitem comunicar e interpretar os fenómenos 
neste campo de estudo. Como pode ver, há uma relação de 
interdependência entre as diversas linhas, assim acontece na escola 
por onde passou como aluno e para onde futuramente voltará como 
professor de Química. 
 
Objectivos gerais do tratamento das linhas principais e 
secundárias no ensino de Química 
A Química é uma ciência que está constantemente presente na 
nossa sociedade, em produtos consumidos no nosso dia-a-dia, em 
medicamentos usados na medicina, na alimentação, nos 
combustíveis, na geração de energia, nas propagandas, na 
tecnologia, no meio ambiente, etc. Portanto, exige-se que o cidadão 
tenha o mínimo de conhecimento químico para poder participar 
activamente na sociedade actual. 
 
De modo geral, os objectivos gerais do tratamento das linhas de 
ensino de Química coincidem com os objectivos gerais do próprio 
ensino de Química. Neste contexto, é preciso ensinar o conteúdo de 
Química com o intuito primordial de desenvolver no aluno a 
capacidade de participar criticamente nas questões da sociedade, ou 
seja, “a capacidade de tomar decisões fundamentadas em 
informações cientificas multidisciplinares. Trata-se de formar um 
aluno que possa sobreviver e actuar de forma responsável e 
comprometida nesta sociedade científico-tecnológica contextual, na 
qual a Química aparece como relevante instrumento para 
investigação, produção de bens e desenvolvimento socioeconómico 
e interfere diretamente no quotidiano das pessoas. 
 
 
 
13 
 
Sendo assim, o professor precisa, então, abordar em sala de aula as 
informações químicas fundamentais que forneçam uma base para o 
aluno participar nas decisões da sociedade, consciente dos efeitos 
de suas decisões. Isso significa que o aluno, para se tornar um 
cidadão activo, precisa de saber participar e julgar, quer dizer, o 
nosso aluno não deve limitar-se a ser meramente “ouvinte” nas 
aulas. 
Portanto, o professor tem que selecionar os conteúdos das diversas 
linhas, quer principais, quer secundárias de modo a relacioná-los, 
de forma contextualizada, com o quotidiano do aluno. 
 
De forma resumida podemos destacar alguns objectivos do ensino 
das linhas principais e secundárias: 
 No tratamento das linhas principais tem-se como objectivo 
geral o conhecimento da matéria e das substâncias químicas 
e o seu comportamento químico na presença de outras 
substâncias, ou seja, as formas como as s substâncias se 
transformam noutras. 
 Representar simbolicamente as transformações químicas 
relacionando-as com as práticas quotidianas; 
 Conhecer e aplicar os conceitos químicos com base na visão 
macroscópica; 
 Aplicar ideias e procedimentos científicos (leis, teorias, 
modelos) para a resolução de problemas qualitativos e 
quantitativos do quotidiano; 
 Reconhecer limites éticos e morais que possam estar 
envolvidos no desenvolvimento da química, da tecnologia 
assim como aspectos sociopolíticos e culturais’; 
 
 
14 
 
 Reconhecer ou propor a investigação de um problema 
relacionado com a química, selecionando procedimentos 
experimentais pertinentes. 
 
 
Actividade 
 
1. Os conteúdos de Química no Ensino Secundário Geral estão 
organizados em duas linhas principais: a linha matéria e a 
linha reacção química. O tratamento destas linhas tem em 
conta alguns objectivos no Ensino de Química. Mencione 
dois objectivos gerais no sector afectivo do tratamento destas 
linhas. 
 
2. Considere as linhas secundárias: representação de 
substâncias e reacções químicas com símbolos e de 
observação quantitativa das substâncias e reacções 
químicas. Mencione para cada linha, dois objectivos no 
sector psicomotor-experimental. Consulte o programa de 
ensino 8ª classe, 3ª unidade, uma aula à sua escolha, e 
explique a interdependência entre as linhas de ensino. 
 
 
Auto-avaliaçãoConsulte o programa de ensino da 8ª classe, 3ª unidade, uma aula 
à sua escolha e explique a interdependência entre as linhas de 
ensino. 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
Leitura 
 
MINED/INDE, Programas de ensino de Química 1º e 2º ciclos, 
2010. 
BARROS, José António. Química 9ª classe, Livro do aluno. Plural 
editores. 2013. 
Da Silva, Filomena Neves. Química, 9ª classe. Texto editores. 
Maputo. 2009. 
MONJANE, Armindo e CUCO, Ricardo Américo. Química 11ª 
classe. 1ª ed. Longman Moçambique. 2010. 
MONJANE, Armindo e CUCO, Ricardo Américo. Química 12ª 
classe. 1ª ed. Longman Moçambique. 2010. 
 
 
 
 
Chave de correção 
 Em relação à questão 1., lembre-se dos conteúdos tratados na 
disciplina de Didáctica de Química I, sobre o facto de os objectivos 
no âmbito afectivo estarem relacionados com a mudança de atitude 
e comportamentos e faça uma ligação com o tratamento da matéria 
de reacções químicas na escola. Linha Matéria: Estar convicto de 
que a estrutura das substâncias determina as suas propriedades e 
estas condicionam as suas aplicações; Estar convicto que existem 
métodos ou técnicas que permitem separar substâncias de uma 
mistura com base nas suas propriedades. 
 
Linha Reacção Química: estar convicto que a formação de novas 
substâncias com propriedades diferentes das iniciais é uma 
evidência ou manifestação de reacção química ou transformação 
 
 
16 
 
química; estar convicto da importância de compreender a 
ocorrência e os mecanismos das transformações químicas pois isso 
permite o entendimento de muitos processos que ocorrem 
diariamente nas nossas vidas, como o metabolismo, a acção de 
medicamentos, o cozer de alimentos, entre tantos outros exemplos. 
Deve também consultar os programas de ensino principalmente os 
respeitantes ao 1º ciclo sobre os objectivos gerais do ciclo e de cada 
classe. Lá irá encontrar alguns objectivos neste sector. Como por 
exemplo: 
Ao terminar a 8ª classe, os alunos deve “Valorizar e usar 
racionalmente os recursos naturais existentes no país” 
(MINED/INDE, 2010. p. 14) 
 
Em relação a questão 2., fala-se de objectivos da linha da 
representação de substâncias e reacções químicas com símbolos ou 
seja, linguagem química, desta vez no âmbito psicomotor 
experimental ou seja capacidades e habilidades que o aluno deve 
adquirir. O procedimento paa chegares a resposta é o mesmo da 
questão 1. Idem para a linha da observação quantitativa ou seja dos 
cálculos estequiométricos. 
 
Linha da representação de substâncias e reacções químicas com 
símbolos: 
 Devem ser capazes de representar os símbolos das 
substâncias usando devidamente as regras; 
 Devem ser capazes de explicar o significado dos 
diversos sinais usados na linguagem química. 
Linha da observação quantitativa das substâncias e reacções 
químicas. 
 Devem ser capazes de resolver problemas estequiométricos 
usando leis relacionadas; 
 
 
17 
 
 Devem ser capazes de explicar os passos para a resolução 
de problemas estequiométricos. 
 
No programa vai encontrar objectivos como por exemplo: 
“Os alunos devem ser capazes de aplicar a linguagem química nos 
diferentes contextos da disciplina (...) Os alunos devem ser capazes 
de Realizar cálculos químicos.”. (INDE/MINED, 2010, p 14) os 
respeitantes ao 1º ciclo sobre os objectivos gerais do ciclo e de cada 
classe. Lá irás encontrar alguns objectivos neste sector. Como por 
exemplo: 
Ao terminar a 8ª classe os alunos devem “Valorizar e usar 
racionalmente os recursos naturais existentes no país” 
(MINED/INDE, 2010. p. 14) 
 
Em relação à auto-avaliação 
Para explicar a interdependência entre as linhas numa das aulas por 
si escolhidas você deve proceder do seguinte modo: 
Ex. Aula. Equação química: conceito. Significado qualitativo e 
quantitativo 
Primeiro: Ao se tratar do conceito de equação química diremos 
que a equação química é a representação simbólica de uma reacção 
química - estamos incluindo a linha reacção química. 
Segundo: Ao representarmos a reacção química em forma de uma 
equação usaremos sinais e símbolos químicos para representar as 
substâncias reagentes e produtos - Os reagentes e produtos 
constituem matéria, estamos reprentando a metéria: estamos 
incluindo aqui a linha matéria. 
Terceiro: Ao representarmos com sinais e símbolos estamos 
incluindo a linha linguagem química. 
 
 
18 
 
 
Lição n° 2 
Linha Principal “Matéria”. 
Conceitos, conteúdos e formas de Abordagem no Ensino de Química 
 
 
Introdução 
Ao observar o ambiente que o rodeia, notará coisas que pode pegar, 
como uma bola, lápis, caderno, alimentos, outras que pode apenas 
ver, como a lua, as estrelas e outras ainda que pode apenas sentir, 
como o vento, a brisa. Se você colocar algumas destas coisas na 
balança, perceberá que todas elas possuem uma quantidade de 
massa. Todas essas coisas que você observou, comparou e cuja 
quantidade você pode medir, têm características comuns: ocupam 
lugar no espaço e têm massa. Para além de massa e volume existem 
outras características comuns a toda matéria e são denominadas 
propriedades gerais. 
Nesta lição você ira adquirir noções sobre o tratamento da linha 
matéria no Ensino Secundário Geral assim como poderá 
consolidar alguns dos conceitos centrais no ensino de Química 
relacionados cm a matéria e as formas de abordagem no PEA, 
nomeadamente: átomo, molécula, substância, ião, substância 
química, substância simples, substância composta, elemento 
químico, sendo que estes conceitos constituem suporte para 
aprendizagem das próximas linhas. 
 
 
 
19 
 
 
Objectivos 
Ao completar esta lição, você deve: 
 Ter noções sobre o tratamento da linha matéria no ensino 
de Química; 
 Ser capaz de definir os seguintes conceitos: átomo, matéria, 
molécula, elemento químico, substância elementar, massa 
atómica, número atómico e isótopo; 
 Ser capaz de explicar as formas de abordagem/tratamento 
dos conceitos acima referenciados de acordo com a sua 
posição no programa de ensino. 
 
Linha principal matéria 
A linha principal matéria fornece uma orientação sobre o 
tratamento de todos os conceitos para as aulas de Química, no que 
concerne a: 
 Classificação da matéria 
 Estrutura da matéria 
 Propriedades da matéria 
O programa de ensino de Química, ao nível da 8ª classe, refere 
que conhecer a estrutura e as propriedades das substâncias 
constitui o objectivo geral do tratamento desta linha. 
O professor pode obter uma vista geral sobre o tratamento dos 
conceitos, e dependendo da decisão conveniente tendo em conta 
a natureza dos conteúdos e as condições existentes pode 
introduzir, consolidar, aplicar estes conteúdos. 
Para a abordagem ou tratamento de todos os aspectos relacionados, 
não só com a linha matéria, como também com outras linhas de 
ensino, devem ser usadas metodologias adequadas. Para a 
explicação dos conceitos fundamentais relacionados com a linha 
matéria o professor deve orientar a sua actividade com a ajuda dos 
programas de ensino de Química. 
 
 
20 
 
Para o tratamento dos conteúdos é necessário que o professor 
conheça: 
1. Os objectivos relacionados com a abordagem de cada um 
dos conceitos; 
2. Os pré-requisitos que os seus alunos devem possuir para a 
abordagem de conceito; 
3. As orientações metodológicas dos programas de ensino; 
4. As possibilidades de interdisciplinaridade; 
5. Para além dos programas de ensino, que são documentos 
cruciais e orientadores da actividade na qual se quer tornar 
profissional, consulte sempre os diversos manuais de 
Química. 
 
Tratamento de alguns conceitos e conteúdos relacionados com a 
classificação da matéria 
Os conceitos e conteúdos directamente relacionados com a linha 
matéria estão inseridos, na sua maioria, ao nível do 1º ciclo na 2ª e 
3ª unidade da 8ª classe. Nestas duas unidades é onde o aluno deve 
adquirir as primeiras noções sobre a matéria,a sua composição, 
estrutura e classificação. 
Recomendação importante: consultar o programa de ensino da 8ª 
classe, 2 e 3ª unidade temática. Ver plano temático detalhado. 
 
Matéria, substância e mistura 
Ao se abordar o conceito mistura, o objectivo específico é que o 
aluno deve ser capaz de definir o conceito mistura como a junção 
de dois ou mais componentes, na qual o agrupamento resultante 
mantém as propriedades daqueles. 
 
 
 
21 
 
Substância 
É a qualidade da matéria de que os corpos são formados. 
Substância Pura 
É aquela que não pode ser desdobrada noutras por meio de 
processos físicos. A substância pura tem uma composição definida. 
Substâncias puras simples: são as que não podem ser desdobradas 
em outras mais simples, mesmo por processos químicos. 
Ex: Fe, Br, H2 
Sustâncias puras compostas (composto): são as que podem ser 
desdobradas em outras mais simples por processos químicos. 
Ex: H2O, NaCl, CaO. 
 
Estes conceitos devem ser inicialmente abordados na 8ª/2ª em que 
os objectivos específicos são: o aluno deve ser capaz de diferenciar 
a substância elementar da composta, deve ser capaz de definir os 
conceitos substâncias puras, misturas e soluções. 
 
Átomo, Elemento químico, molécula, valência 
 Átomo (8ª /3ª) 
É a menor porção de um elemento que pode entrar na constituição 
de uma molécula ou é a pequeníssima partícula estrutural e 
fundamental da matéria. 
 
Número atómico (8ª /3ª) 
É um número que indica quantos protões existem no núcleo dos 
átomos do mesmo elemento. 
 
Elemento químico (8ª /3ª) 
É o conjunto de átomos que possuem o mesmo número atómico 
(Z). 
 
 
22 
 
Número de massa (8ª /3ª) 
É o número de nucleões (protões e neutrões) existentes no núcleo 
de um átomo. Representa a soma de protões (Z) e neutrões (N) 
existentes no núcleo de um átomo. 
A=Z+N 
 
Isótopos (9ª /1ª) 
São dois ou mais átomos do mesmo elemento que possuem o 
mesmo número atómico (Z) e diferentes números de massa (A). 
Diferem no número de neutrões. 
 
Mole (8ª /3ª) 
É a quantidade de matéria (átomos, moléculas, iões, eletrões ou 
outras partículas) de um sistema contendo tantas unidades 
elementares quantos os átomos existentes em 0,012 kg de Carbono- 
12. 
 
Molécula (8ª /3ª) 
- É a menor partícula material que encerra todas as propriedades 
características de uma substância simples ou composta. 
- É a menor porção de uma substância simples ou composta que 
pode existir no estado livre mantendo as suas propriedades 
características. 
- São corpúsculos eletricamente neutros formados por agregados de 
átomos. 
 
Ião (9ª/ 2ª) 
É uma partícula electricamente carregada. 
 
 
23 
 
Valência (8ª /3ª) 
- É a capacidade de combinação de um elemento com outro para 
formar uma molécula ou composto químico. 
- É o número de átomos de Hidrogénio com que o átomo desse 
elemento se pode combinar. 
-É o número de eletrões que este elemento deve receber, perder ou 
partilhar para adquirir a configuração eletrónica de um gás nobre 
mais próximo da classificação periódica dos elementos. 
Eletrovalência é resultante da migração de eletrões. A covalência é 
resultante da partilha de eletrões. (9/2ª). 
Representação da valência: algarismos romanos, pontos, traços (nas 
fórmulas de constituição, o número de traços em volta do símbolo é 
igual a valência do elemento). 
Ex: H – Cl H – O – H O = C = O 
Os objectivos traçados no PE em relação a estes conteúdos são: 
O aluno deve ser capaz de: 
- Definir os conceitos: átomo, molécula, elemento químico, 
símbolo químico, mole, valência, substância simples e composta. 
- Estabelecer a diferença entre: átomo e molécula; Mistura e 
substância pura. Prosseguindo com os estudos, veja também a 
abordagem de outros conteúdos nos programa de ensino. 
 
 
 
24 
 
 
Exercício 
1. Usando a sua experiência como aluno ou como professor, faça 
uma reflexão sobre as lacunas, problemas ou dificuldades tanto 
dos professores assim como dos alunos no tratamento dos 
conceitos relacionados com a linha Matéria. Mencione pelo 
menos 3 conceitos. 
2. Quais os pré-requisitos para o tratamento dos seguintes conceitos. 
a) Molécula. 
b) Ião 
c) Ligação química 
 
3. Complete a seguinte tabela 
Mistura Processo (s) físico (s) 
de separação 
Propriedades 
correspondentes a 
aplicação dos 
processos 
Farinha em suspensão na água salgada 
Vinagre com azeite 
Areia com açúcar e arroz 
As impurezas depositadas ou em suspensão 
na água 
 
Água salgada e petróleo 
Vinho 
Leite 
 
 
Auto-avaliação 
 
Recorrendo ao PE, reflita sobre as sugestões metodológicas para o 
tratamento do conceito Mole (8ª/3ª), tendo em conta os objectivos e as 
condições reais do seu contexto. 
 
 
 
25 
 
 
Leitura 
 
Leia mais sobre as linhas de ensino de Química em: 
1. MINED/INDE, programas de ensino de Química 1º e 2º 
ciclos, 2010. 
2. CANTO, Eduardo Leite & Perruzo, Francisco Miragaia 
(Tito), Química na abordagem do cotidiano, Química geral e 
inorgânica 1. Editora Moderna, 4ed. São Paulo, 2006 
3. MINED, programas de ensino de Química 1º e 2º ciclos, 
2010. 
4. UNESCO Experiencias de Microquímica. Módulos 
avançados de ensino e aprendizagem Moscovo. 2002. 
5. BARROS, José António. Química 9ª classe, Livro do aluno. 
Plural editores. 2013 
6. DA SILVA, Filomena Neves. Química, 9ª classe. Texto 
editores. Maputo. 2009. 
7. MONJANE, Armindo & CUCO, Ricardo Américo. Química 
11ª classe. 1ª ed. Longman Moçambique. 2010. 
8. MONJANE, Armindo & CUCO, Ricardo Américo. Química 
12ª classe. 1ª ed. Longman Moçambique. 2010. 
9. TSAMBE, Malaquias & INROGA, Filomeno, Módulo de 
Química Básica. UP.2012. 
 
Chave de correção 
 -Em relação a questão 1., É uma reflexão individual. Se o 
conceito que lhe foi mais difícil de perceber ou entender, fazer 
perceber ou entender é molécula, explique em que residiu essa 
dificuldade e como pode superar ou como superou. 
 
 
26 
 
Em relação a questão 2: 
Molécula 
O aluno deve ter conhecimentos sobre: Átomo; Substâncias, 
Elemento químico, etc. 
Ião 
O aluno deve ter conhecimentos sobre: distribuição electrónica, 
posição dos elementos na tabela periódica, metais e ametais, etc. 
Ligação iónica 
O aluno deve ter conhecimentos sobre: ligação química, 
distribuição electrónica, posição dos elementos na tabela 
periódica, metais e ametais, etc. 
Em relação às questões 3., recomendo que consulte as obras 
citadas para esta lição. Consulte sobre o que se pretende saber e 
responda às questões. 
 
Em relação às actividades de auto-avaliação: 
- As sugestões metodológicas para o tratamento do conceito 
Mole. Cálculos Envolvendo moles (8ª/3ª), podem conduzir de 
facto ao alcance dos objectivos traçados ou não, tenha em 
consideração também as condições reais do seu contexto. 
 
 
 
27 
 
 
Lição n° 3 
Tratamento da estrutura e propriedades da matéria 
 
 
Introdução 
Na lição anterior discutimos as formas de abordagem de alguns 
conceitos relacionados com a matéria. Nesta aula, continuamos a 
tratar a linha matéria e vamos aprender um pouco mais sobre o 
tratamento da estrutura da matéria, assim como as suas 
propriedades. Note que Matéria é tudo o que tem massa e ocupa 
espaço. Sendo assim, qualquer coisa que tenha existência física ou 
real é matéria. Tudo o que existe no universo conhecido manifesta-
se como matéria ou energia. A matéria pode ser líquida, sólida ou 
gasosa. São exemplos de matéria: papel, madeira, ar, água, pedra. 
 
 
Objectivos 
Ao completar esta lição, você deve: 
 Conhecer as formas de como explicar a classificação geral da 
matéria dando exemplos específicos; 
 Explicar os estados de agregação de matéria; 
 
Propriedades gerais da matéria, estrutura da matéria, classes 
das substâncias e formas de tratamento no ensino de Química. 
 
Ordem de aquisição dos conhecimentos básicosO professor deve começar o tratamento das propriedades físicas das 
substâncias e a sua estrutura e aspectos macroscópicos baseando 
em observações feitas: cor, solubilidade, estado físico, cheiro, etc. 
 
 
28 
 
Depois o professor pode continuar com o tratamento 
submicroscópico com o objectivo de explicar a estrutura das 
substâncias. Os alunos devem compreender a relação entre a 
estrutura e propriedades das substâncias. O objectivo é o tratamento 
completo das substâncias. Os alunos devem adquirir e compreender 
as noções de átomos e moléculas para a explicação das reacções 
químicas. 
 
Formas de abordagem da relação estrutura-propriedades-
emprego das substâncias 
No tratamento das substâncias é necessário conhecer a estrutura das 
substâncias químicas que determinam as propriedades e suas 
aplicações. O aluno deve ser capaz de representar a estrutura das 
substâncias covalentes, iónicas e metálicas e moleculares. Predizer 
as partículas que constituem cada um dos tipos de rede, a ligação 
existente entre as partículas dentro da rede. 
 
Uma vez conhecida a estrutura o aluno deve ser capaz de descrever 
e explicar as propriedades de cada um dos grupos de substâncias e 
as aplicações que derivam dessas propriedades. 
É necessário fazer com que o aluno entenda, por exemplo, que as 
substâncias moleculares são aquelas cujas unidades estruturais são 
moléculas. Dentro das moléculas existem ligações covalentes 
(polares e apolares). Entre as moléculas existem as forças 
intermoleculares (Ponte de Hidrogénio, Van der Walls e Dipolo-
Dipolo). As moléculas são unidades independentes; podem estar 
mais próximas (estado sólido) ou mais afastadas (estado gasoso) 
consoante o tipo de forças intermoleculares. As forças 
intermoleculares são mais intensas quando as moléculas são 
polares, como no caso da água ou então quando as moléculas são 
grandes, poliatómicas. 
 
 
29 
 
Substâncias iónicas são substâncias cujas unidades estruturais são 
iões. Os iões de cargas contrárias ligam-se, por meio de ligações 
iónicas, originando estruturas gigantes. 
Substâncias covalentes são substâncias cujas unidades estruturais 
são átomos. Os átomos ligam-se entre si, por meio de ligações 
covalentes muito fortes, originando estruturas gigantes. 
 
 
Exercício 
1. No tratamento da linha principal matéria os alunos devem 
conhecer a relação entre a estrutura e as propriedades das 
substâncias. Com base na substância “Cloreto de Sódio e Ferro”, 
ilustre este aspecto. 
 
2. Mencione duas aplicações do Ácido sulfúrico na indústria e na 
vida diária, tendo em conta as suas propriedades. 
 
3. Complete a seguinte tabela: 
Substância Tipo de 
rede 
Partículas que 
constituem a rede 
Ligação entre 
as partículas 
Ag 
NaF 
SiO2 
NH3 
C3H8O3 
C (Diamante) 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
Leitura 
 
Leia mais sobre as linhas de ensino de Química em: 
1. MINED/INDE, programas de ensino de Química 1º e 2º ciclos, 
2010. 
2. CANTO, Eduardo Leite & Perruzo, Francisco Miragaia (Tito), 
Química na abordagem do cotidiano, Química geral e 
inorgânica 1. Editora Moderna, 4ed. São Paulo, 2006 
3. BARROS, José António. Química 9ª classe, Livro do aluno. 
Plural editores. 2013 
4. DA SILVA, Filomena Neves. Química, 9ª classe. Texto 
editores. Maputo. 2009. 
5. MONJANE, Armindo e CUCO, Ricardo Américo. Química 
11ª classe. 1ª ed. Longman Moçambique. 2010. 
6. MONJANE, Armindo e CUCO, Ricardo Américo. Química 
12ª classe. 1ª ed. Longman Moçambique. 2010. 
7. TSAMBE, Malaquias e INROGA, Filomeno, Módulo de 
Química Básica. UP.2012. 
8. RODRIGUES, Margarida e DIAS, Fernando Morão Lopes, 
Química na nossa vida. Fisico Químicas. Porto Editora. 
 
 
 
31 
 
 
 
Chave de correção 
 -Em relação à questão número 1. é preciso primeiro ler o texto e de 
seguida procurar ler também as obras recomendadas para esta lição. 
Para o caso de Cloreto de sódio que possui ligação iónica você deve 
saber que entre cargas de sinais opostos existe sempre atracção, os 
iões formam uma rede com grande força de atracção entre as 
partículas. Daí esta substancia ser dura e com elevado ponto de 
ebulição. 
 
Ainda mais, O Cloreto de sódio só conduz corrente elétrica em solução 
aquosa pois somente ao adicionar água a este composto é que a 
atracção entre os iões enfraquece e estes tornam-se móveis e 
disponíveis para a condução da corrente elétrica. 
 
Questão 2: O Ácido sulfúrico dissocia-se em solução aquosa daí é 
usado como eletrólito nas baterias para a produção de corrente 
eléctrica. Também tem a propriedade de absorver a água sendo por isso 
usado para secar gases. 
 
Para a questão número três veja o livro número 8 na lista de obras que 
devem ser consultadas, na página 97. 
 
 
 
32 
 
 
Lição n° 4 
Linha principal “reacção química”: conceitos, conteúdos e formas de 
abordagem nos programas de ensino 
 
 
Introdução 
Nesta lição irá discutir os vários tipos de reacções químicas 
abordadas no ESG 1º Ciclo de acordo com os diversos critérios 
usados para a classificação das reacções químicas, indicados mais 
adiante. No estudo ou abordagem das reacções químicas e a 
respectiva classificação, tomaremos em consideração a evolução de 
acordo com a respectivo nível escolar dos alunos. Durante o 
decurso de uma reacção química, ocorrem várias modificações das 
substâncias iniciais, essas modificações dependem do tipo de 
reacção pela qual os reagentes irão passar, o que condiciona a 
existência de vários critérios para classificar reacções químicas. 
 
Nesta linha reacção química você estuda as formas de como tratar 
os conteúdos relacionados as reacções químicas, particularmente a 
sua abordagem no ensino secundário geral. Nesta abordagem, 
vamos discutir as formas de tratamento dos conceitos, fenómeno 
físico e fenómeno químico (reacção química). Nesta discussão ter-
se-á em conta, o nível dos alunos. Teremos como foco de estudo os 
diversos conceitos relacionados com as reacções químicas tais 
como energia de activação, catalisador etc, que são muito 
importantes para o entendimento das reacções químicas ao nível do 
ESG1. 
 
 
33 
 
 
Objectivos 
Ao completar esta lição, você deve: 
 Ser capaz de explicar a evolução na abordagem dos tipos de 
reacções químicas no ESG1. 
 Ser capaz de explicar a forma de tratamento dos seguintes 
conceitos: reacção química, energia de activação, catalisador. 
 
Linha principal reacção química 
O tratamento da reacção química deve ser combinado com as 
explicações e aplicações da lei de conservação de massa (Lei de 
Lavoisier). Os alunos devem analisar uma reacção química na base 
de aspectos qualitativos e quantitativos. A introdução e aplicação 
da linguagem química são uma ajuda para uma interpretação com 
base nas partículas envolvidas. 
Ao finalizar a 9a classe os alunos conhecem a formação dos iões, 
sendo assim, na base de um modelo de átomo com os electrões 
periféricos é possível uma interpretação da reacção química com 
base numa redistribuição dos electrões periféricos. 
Os alunos devem conhecer as condições para a ocorrência das 
reacções químicas bem como as relações entre si. Durante a 
evolução escolar os alunos vão conhecendo a velocidade duma 
reacção química e os factores que controlam a velocidade (9a/5a). 
Fenómeno é todo e qualquer acontecimento que ocorre na natureza. 
(8a/3a) 
Fenómeno físico é aquele que ocorre sem alteração das 
propriedades químicas das substâncias inicias, isto é, não há 
formação de novas substâncias. (8a/3a) 
Fenómeno químico é aquele que ocorre com a formação de novas 
substâncias, que apresentam outras propriedades específicas. (8a/3a) 
 
 
 
34 
 
Reacção química (8ª/3), é todo o fenómeno em que uma ou mais 
substancias se transformam dando origem a novas substâncias 
diferentes. Tendo em conta os dois conceitos acima pode-se 
perceber que fenómeno químico refere-sea uma reacção química. 
Para que aconteça uma reação química, as ligações entre átomos e 
moléculas devem ser rompidas e devem ser restabelecidas de outra 
maneira, sendo assim, o que evidencia uma reação química é a 
transformação que ocorre nas substâncias em relação ao seu estado 
inicial 
Energia de activação (9ª/5ª) é a energia mínima necessária para 
que os reagentes possam transformar-se em produtos. 
Catalisador (9ª/5ª) 
É uma substância que aumenta ou diminui a velocidade de uma 
reacção 
química sem ser consumida no processo. 
 
A abordagem dos tipos de reações químicas no Ensino 
Secundário Geral 
Para o estudo da disciplina de química os alunos devem possuir 
uma base sólida sobre as reacções químicas no geral. A 
classificação das reacções químicas constitui outra grande parte de 
domínio desta linha principal e os critérios de classificação sofrem 
uma evolução gradual desde a 8a classe: com as reacções de 
decomposição e combinação, redox, exo e endotérmicas) até a 10a 
classe em que se tratam tipos específicos de reacções orgânicas. 
 
O tratamento das reacções químicas deve ser realizado na base 
duma ligação dos aspectos das partículas (átomos, moléculas, iões) 
e do aspecto energético (exotérmica, endotérmica, activação) com 
ajuda das visões teóricas de modelos das substâncias envolvidas. 
 
 
35 
 
 
Quando se abordam os tipos de reacções químicas na escola é 
sempre importante que o professor se lembre que os seus alunos 
devem ter conhecimentos sobre: 
 Tipos de reacção química; 
 Características das reacções químicas; 
 
Existem vários aspectos que devem ser tomados como base na 
classificação das reacções químicas, como é o caso de: 
1. Aspecto energético 
2. Aspecto da reversibilidade 
3. Aspecto catalítico 
4. Aspecto da formação de precipitado 
5. Aspecto da transferência de partículas 
6. Aspecto do número de partículas 
7. Aspecto da velocidade 
 
Aspecto número de partículas reagentes 
A Reacção de combinação ou de síntese (8ª/3ª) é a reacção em que 
duas ou mais substâncias simples ou compostas se combinam 
formando uma única. 
Reacção de decomposição ou análise (8ª/3ª) é a reacção em que 
uma substância composta se desdobra noutras substâncias 
elementares ou compostas. 
 
Aspecto Energético 
 
Reacção endotérmica (8ª/3ª) 
São reacções que ocorrem com absorção de calor do meio exterior. 
Reacção exotérmica (8ª/3ª) 
 
 
36 
 
São reacções que ocorrem com libertação de calor para o meio 
ambiente. 
 
Aspecto da reversibilidade 
Reacções reversíveis (9ª/6ª) 
É uma reacção química em que os reagentes se combinam e 
formam produtos e estes por sus vez reagem para regenerarem as 
substâncias iniciais. A reacção processa-se em dois sentidos. 
Reacções Irreversíveis (9ª/6ª) 
São reacções que apenas os reagentes se transformam em produtos, 
isto é, a reacção ocorre num único sentido. 
 
Aspecto catalítico (8a/4a) e 9a/5a) 
 
Reacções catalisadas são aquelas que ocorrem com presença do 
catalisador. 
Reacções não catalisadas, são aquelas que ocorrem sem a presença 
de catalisador. 
 
Aspecto da formação do precipitado 
 
Reacções de precipitação, ocorrem com a formação de precipitado. 
Reacções sem formação de precipitado, ocorrem sem a formação 
de precipitado. 
 
Aspecto de transferência de partículas 
Reacções Redox 
É uma reacção química que ocorre com a perda e ganho de 
oxigénio. (8/3ª) ou ainda, é uma reacção química em que há 
variação do número de oxidação. (9a/4ª). 
 
 
 
37 
 
Conceito “Número de oxidação” (Nox) (9ª/4ª) 
É uma carga positiva ou negativa de um átomo num composto, sob 
a suposição de que esse composto é constituído por iões. 
É a carga positiva ou negativa imaginária que um átomo teria num 
composto se os electrões de ligação pertencessem ao elemento mais 
electronegativo ou carga adquirida por um elemento se se admitir 
que a ligação que o une ao outro elemento rompe. 
Escrita: Mg+2 Escrita para o Nox do ião de Magnésio num 
composto. 
Escrita: Mg2+ Escrita para o número de cargas do Ião Magnésio. 
 
Reacções de transferência de protões 
É uma reacção química que ocorre com transferência de protões de 
Hidrogénio. 
Na 10ª e 12ª classes faz-se a abordagem de reacções orgânicas 
classificadas da seguinte forma: 
Substituição ou deslocameto que é aquela em que um átomo ou 
grupo de átomos de uma molécula é substituído por um átomo ou 
grupo. (AICHINGER e MANGE), que podem ser de halogenação, 
esterificação e hidrólise. 
 
Eliminação em que há perda intramolecular de uma molécula 
pequena a partir de uma maior (AICHINGER e MANGE), podendo 
ser de Desidrogenação, Desidratação, Decomposição (cracking, 
decomposição termo catalítica) 
 
Adição em que há adição de uma molécula a um composto 
insaturado, podendo ser Hidrogenação, Hidratação, Halogenação e 
Polimerização. 
 
 
38 
 
 
Uma vez que o aluno deve perceber o que acontece com as moléculas reagentes 
nestes três tipos de reacção (adição, substituição e eliminação) é recomendável 
que o professor utilize modelos tridimensionais para explicar o arranjo dos 
átomos antes e depois da reacção química. 
 
 
 
Exercício 
1. Defina o conceito catalisador nas diferentes classes em que é 
abordado e explique de que forma o professor pode fazer essa 
abordagem. 
2. Com a ajuda dos programas de ensino, apresente uma proposta 
metodológica sobre a forma como os seguintes conceitos devem 
ser tratados na escola. 
a) Reacção redox. 
b) Hidrólise. 
c) Hidratação. 
d) Reacção reversível. 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
Defina os conceitos “Reacção de combinação e reacção de 
decomposição”. 8ª /3ª e explique como devem ser abordados ao 
nível da classe indicada. 
 
 
 
39 
 
 
 
Leitura 
 
Leia mais sobre as linhas de ensino de Química em: 
1. MINED/INDE, programas de ensino de Química 1º e 2º 
ciclos, 2010. 
2. CANTO, Eduardo Leite & Perruzo, Francisco Miragaia 
(Tito), Química na abordagem do cotidiano, Química geral e 
inorgânica 1. Editora Moderna, 4ed. São Paulo, 2006 
3. BARROS, José António. Química 9ª classe, Livro do aluno. 
Plural editores. 2013 
4. DA SILVA, Filomena Neves. Química, 9ª classe. Texto 
editores. Maputo. 2009. 
5. MONJANE, Armindo e CUCO, Ricardo Américo. Química 
11ª classe. 1ª ed. Longman Moçambique. 2010. 
6. MONJANE, Armindo e CUCO, Ricardo Américo. Química 
12ª classe. 1ª ed. Longman Moçambique. 2010. 
7. TSAMBE, Malaquias e INROGA, Filomeno, Módulo de 
Química Basica. UP. 2012. 
8. RODRIGUES, Margarida e DIAS, Fernando Morão Lopes, 
Química na nossa vida. Fisico Químicas. Porto Editora 
 
 
 
40 
 
 
 
Chave de correção 
 - Em relação à questão 1. você deve consultar os programas de ensino e 
verificar o enquadramento do conceito catalisador da 8ª a 12ª classes e 
a forma como ele é abordado. Verá que inicialmente é definido como 
uma substância que acelera a velocidade de uma reacção química e só 
mais tarde como uma substância que altera a velocidade de uma 
reacção. Depois da introdução do conceito energia de activação o 
catalisador é definido como uma substância que diminui ou aumenta a 
energia de activação. 
 
Para o tratamento dos conceitos reacção redox, hidratação, hidrólise, 
reacção reversível, de combinação e de decomposição é necessário ter 
em conta a classe em que são leccionados e os pré-requisitos que o 
aluno deve possuir. Recomenda-se que na explicação destes conceitos o 
professor recorra sempre a algumas analogias e exemplos do quotidiano 
do aluno. 
 
 
 
41 
 
 
 
Resumo da unidade 
 
Nesta primeira unidade você ficou a saber que os conteúdos da 
disciplina de Química estão didacticamente agrupados em linhas 
de ensino. Estas linhas constituem orientações para levar a cabo o 
Processo de ensino-aprendizagem (PEA). No ensino de Química 
usa-se o termo ‘linhas de ensino” para fazer referência a matéria 
ou aos conteúdos deensino na disciplina de Química. 
 
Você passou a saber que as linhas principais de ensino de Química 
são a linha matéria e a linha reacção química. A linha matéria 
que estuda o tratamento da matéria, ou seja, as substâncias 
químicas e a linha reacção química que estuda as transformações 
das substâncias, isto é, as reacções químicas. Você definiu os 
conceitos fundamentais relacionados com a mátéria e reacções 
químicas, tendo em conta a sua posição no programa de ensino, 
assim como estudou as formas de abordagem dos diferentes tipos 
de reacções químicas no programa de ensino, considerando os 
diversos critérios usados. 
Aprendeu a estabelecer a relação entre a estrutura, as propriedades 
e as aplicações das substâncias químicas, com base em conta 
exemplos concretos, tendo ficado a saber que as aplicações das 
substâncias derivam da sua estrutura e das suas propriedades. 
 
 
 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade n° 2: Organização e selecção dos conteúdos para o ensino de Química - Linhas secundárias 
 
Conteúdos 
U
N
ID
A
D
E
 
Lição n° 1 45 
Linha da representação das substâncias e 
reacções químicas com sinais - Linguagem 
química ............................................................................... 45 
Lição n° 2 58 
Linha experiência como meio de reconhecimento 
de substâncias e reacções químicas .................... 58 
Lição n° 3 65 
Obtenção laboratorial e formas de 
reconhecimento de alguns gases ............................65 
Lição n° 4 77 
Linha “modelo como meio para reconhecer as 
substâncias e reacções químicas” ......................... 77 
Lição n° 5 82 
Linha da observação quantitativa das 
substâncias e reacções químicas ........................... 82 
Lição n° 6 94 
Linha “Aplicação das substâncias e métodos 
industriais da sua obtenção” ..................................... 94 
 
2 
Organização e selecção dos 
conteúdos para o ensino de 
Química - Linhas secundárias 
 
Pág. 43 - 105 
 
 
44 
 
 
 
Introdução 
Nesta unidade, trataremos das linhas secundárias do ensino de 
Química, que são as seguintes: linha linguagem química, linha 
experiência, linha modelo, linha da observação quantitativa das 
substâncias e linha da aplicação das substâncias e métodos 
industriais de sua obtenção. 
As linhas secundárias derivam das linhas principais e dizem 
respeito ao tratamento de aspectos complementares para a 
compreensão de conteúdos ligados ao objecto de estudo da 
Química (as substâncias químicas e suas transformações). 
Trataremos primeiro da linha da apresentação das substâncias e 
reacções químicas com sinais (linguagem química), passando 
depois para a linha experiência como meio para o reconhecimento 
de substâncias e reacções químicas. De seguida trataremos da linha 
modelo como um meio representativo da realidade para reconhecer 
e compreender as propriedades das substâncias e reacções 
químicas. Terminaremos esta unidade com a abordagem da linha da 
observação quantitativa das substâncias e reacções químicas. 
 
Objectivos da unidade 
 
Ao completar esta unidade, você deve: 
 Explicar o uso dos sinais e símbolos para representar as 
substâncias e reacções químicas; 
 Discutir a importância das experiências no reconhecimento 
das substâncias; 
 Idealizar e construir modelos que possam ser usados nas 
aulas de Química; 
 Realizar cálculos estequiométricos usando as leis de 
conservação de massa (Lavoisier), de proporções fixas 
(Proust) e do Avogadro. 
 
 
45 
 
 
 
Lição n° 1 
Linha da representação das substâncias e reacções químicas com 
sinais - Linguagem química 
 
 
Introdução 
Você já deve ter visto na via pública sinais de trânsito que 
interpretamos como “proibido estacionar, proibido ultrapassar, 
paragem obrigatória, velocidade máxima 50Km/h, etc”. Estes sinais 
são um tipo específico de linguagem denominada código de 
estrada. Para a sua interpretação é necessário que a pessoa esteja 
familiarizada com eles. É um conjunto de sinais, números, letras 
que permitem uma uniformização da forma de os condutores se 
informarem sobre como devem proceder nas suas acções na 
condução de veículos. Esta linguagem é universal, ou seja, é 
interpretada da mesma forma em qualquer lugar do mundo. 
 
A química também tem a sua própria linguagem, a que se 
denominada “linguagem química” que trata da base de 
comunicação entre os químicos através de sinais e símbolos. Esta 
linguagem é usada pelos químicos, estudiosos, professores, alunos 
e outros que lidam com a ciência química. Inclui as regras de 
escrita dos nomes dos elementos, das fórmulas, das equações 
químicas e muito mais. 
 
Assim, nesta aula abordaremos a linguagem química como se disse 
na introdução desta unidade. Estudaremos a forma como os 
químicos recorrem a símbolos e sinais para representar as 
substâncias e reacções químicas. Portanto, a linguagem química 
 
 
46 
 
está directamente relacionada com o ensino de Química. Ela 
engloba várias representações que servem para uniformizar e 
facilitar o tratamento da ciência química. 
Também é importante para si como professor conhecer a evolução 
histórica da linguagem química. 
 
 
Objectivos 
Ao completar esta lição, você deve ser capaz de: 
 Explicar a evolução histórica da linguagem química; 
 Explicar a forma de representar os símbolos das substâncias 
usando devidamente as regras; 
 Explicar o significado dos diversos sinais usados na linguagem 
química 
 Representar as reacções químicas com base em símbolos e 
sinais; 
 Explicar o uso de determinados sinais químicos na disciplina de 
Química; 
 Discutir o uso de estratégias de ensino da escrita de sinais e 
símbolos químicos; 
 
Linha da representação das substâncias e reacções 
químicas com sinais - linguagem química 
O uso da linguagem é um aspecto bastante importante no PEA. A 
Química possui uma simbologia e terminologia próprias 
(linguagem química), sendo indispensável o uso e domínio desta no 
PEA da Química. 
O professor deve chamar a atenção aos alunos da necessidade do 
domínio desta linguagem e deverá explorar com os alunos as 
principais dificuldades no manejo desta linguagem e procurar 
formas para a minimização do problema. 
 
 
47 
 
Os sinais e símbolos químicos podem ser usados para representar: 
fórmulas, equações químicas, partículas, etc. 
Neste contexto, os alunos devem aplicar símbolos, fórmulas e 
equações químicas no sentido qualitativo e quantitativo e na base 
da grandeza quantidade da substância e a sua unidade “mol ou 
mole” é possível uma interpretação quantitativa das substâncias nas 
reacções químicas. 
O saber sobre a grandeza “massa molar” e a lei de conservação de 
massa é o pressuposto para uma interpretação para as quantidades 
dos reagentes e produtos das reacções químicas, assim como para 
as outras relações quantitativas tais como: relação entre quantidade 
de uma substância e o numero das partículas (número de 
Avogadro). 
 
O uso da linguagem química, como foi referido acima é a base de 
comunicação no PEA de química, sendo assim remete-nos a certos 
desafios no que concerne ao entendimento e significado das 
palavras no censo comum que se difere quando se trata de Química. 
Existem por exemplo termos que tem um significado diferente, 
conforme se trate de linguagem do dia-a-dia e linguagem química. 
O termo “puro”, “ferro” são exemplos disso. E existe ainda termos 
que não sendo possível uma tradução para as línguas Bantu 
(Moçambicanas) dos alunos, podem constituir uma fonte de mal 
entendidos nas aulas de Química. 
 
Veja alguns exemplos: no dia-a-dia tem-se dito “estou a tomar 
vinho puro, estou a respirar ar puro, estou a beber água pura da 
nascente”, aqui o termo puro não reflete a realidade da pureza 
química, visto que logo à partida trata-se de misturas de várias 
substâncias com propriedades específicas.O termo Metal nas 
comunidades é muitas das vezes aplicado para designar qualquer 
que seja o elemento metálico sem especificação, isto é, não é 
 
 
48 
 
atribuído o nome específico do elemento, o que pode confundir os 
alunos quando lhes é dado a conhecer apenas um e único elemento 
químico com essa designação. 
 
É muito importante que no PEA se evite memorizações de sinais 
químicos sem que os alunos compreendam os seus significados. 
Estudos feitos por alguns autores revelam que os alunos, de certa 
forma, compreendem a representação de símbolos e fórmulas 
químicas, mas têm grandes dificuldades em compreender 
representações respeitantes a concentração, potencial de oxidação, 
etc. 
 
Evolução histórica da linguagem química 
A evolução da linguagem química começa com a evolução da 
própria ciência química. A linguagem química surge para facilitar a 
compreensão dos conhecimentos químicos que iam sendo 
acumulados ao longo do tempo. 
A linguagem química que hoje é usada surgiu da uniformização da 
linguagem usada por alquimistas. Nesta época, estes usavam 
representações para expressar vários conceitos químicos. Porém, 
esta linguagem inicialmente criada não era universal, era sobretudo 
local e percebida por apenas uma parte de estudiosos. 
 
Com o passar do tempo e com os grandes avanços na ciência 
química, surgiu a necessidade de uniformização da linguagem para 
que ela fosse percebida por todos os químicos. 
 
Uma vez que a Química sempre tratou de reacções químicas, o 
químico francês Laurent Lavousier propôs a linguagem em que se 
escrevia os nomes dos reagentes e produtos formados nas reacções 
químicas. 
 
 
49 
 
Cobre + Oxigénio → Oxido de cobre 
Esta linguagem apenas informava sobre quais são as substâncias 
intervenientes nas reacções químicas. 
 
A actual representação dos símbolos químicos e outras simbologias 
foi proposta por Joons Jacob Berzeliuis (1779-1849), químico 
sueco. Este propunha em 1813, símbolos que eram compostos por 
letras. 
Cu +O2→ 2CuO 
A linguagem desenvolvida por Berzelius já permite saber, para 
além das substâncias envolvidas da reacção, as quantidades de cada 
substância e as e as respectivas proporções. 
As representações usadas na linguagem química podem consistir 
em: 
 Símbolos químicos dos elementos 
 Fórmulas 
 Equações químicas 
 Símbolos variados 
 Expressões químicas 
 
Formas de abordagem de alguns conceitos relacionados a 
linguagem química no Ensino Secundário Geral. 
 
1. Abordagem dos símbolos químicos. Seus significados 
O símbolo químico é um sinal para um elemento químico e para o 
átomo desse elemento. 
Veja o seguinte exemplo, o Símbolo químico “Al” representa: 
 Elemento químico Alumínio 
 
 
50 
 
 Um átomo de Alumínio 
 Substância química Alumínio 
Na introdução da abordagem sobre o símbolo químico, 
precisamente na 8ª classe o programa de ensino traça como 
objectivo específico desta abordagem o seguinte: 
O aluno deve ser capaz de escrever os nomes e símbolos químicos 
dos primeiros 20 elementos químicos da tabela periódica e também 
dos elementos: Al, Pb, Cu, Ag, Au, Fe, Hg. 
 
2. Abordagem de fórmulas químicas - seus significados 
A fórmula química é a representação gráfica de um composto 
químico. Ela representa as substâncias químicas e um sinal químico 
para o composto por meio de símbolos dos elementos. Indica para 
além da composição qualitativa e quantitativa, o arranjo dos átomos 
na estrutura da molécula. 
 
Passos para a escrita de fórmulas químicas 
As fórmulas químicas podem ser construídas na base da Valência 
como uma relação objectiva de combinação entre os elementos 
num composto. 
Passos Fórmula para o 
Óxido de alumínio 
1. Determinação dos símbolos 
químicos dos elementos do 
composto 
Al O 
2. Coloca-se as valências por cima dos 
elementos que constituirão o 
composto 
AlIII OII 
3. Cruzam-se (Troca-se) as valências, 
escrevendo os números 
Al2O3 
 
 
51 
 
4. Fórmula química Al2O3 
5. Simplificam os índices caso sejam 
múltiplos 
SVI OII 
S2O6 
SO3 
 
A fórmula química representa: 
 Os elementos que entram na constituição da substância; 
 O número de átomos de cada espécie que se ligam para constituir 
a molécula (ou unidade estrutural); 
 A proporção de combinação entre os elementos; 
 Uma mole da molécula (ou unidade estrutural) da substância. 
As fórmulas químicas podem ser brutas ou racionais 
 Centesimal ou percentual 
 Proporcional 
 Bruta Molecular 
 Funcional 
 
Fórmula 
 Linear 
 Típica 
 Racional Gráfica 
 
Fórmulas brutas: apenas indicam a composição qualitativa e 
quantitativa de uma substância química. Fórmulas racionais: Indicam 
para além da composição qualitativa e quantitativa, o arranjo dos átomos 
na estrutura da molécula. 
Ao nível da 8ª classe, o aluno deve ser capaz de: 
 Explicar o significado qualitativo e quantitativo das fórmulas e 
equações químicas. 
 
 
52 
 
 Montar a fórmula química de um composto binário conhecendo a 
valência dos elementos constituintes. 
Para a 10ª classe 
 O aluno deve ser capaz de distinguir os diferentes tipos de 
fórmulas químicas 
Na 10ª classe o conteúdo directamente ligado a linguagem química é: 
tipos de fórmulas químicas: molecular, estrutural e racional 
 
No programa do ESG do 1º e 2º ciclo são abordadas as fórmulas: 
Fórmulas brutas 
1. Centesimal ou percentual 
2. Proporcional 
3. Molecular 
4. Funcional 
 
Fórmula racional 
1. Linear 
2. Típica 
3. Gráfica 
4. Desenvolvida (plana, plana eletrónica, espacial) 
 
3. Abordagem das Equações químicas - seus significados 
Este conteúdo é abordado na 8ª classe, 3ª unidade temática (Estrutura da 
matéria e reacções químicas). A equação química é a representação 
simbólica das reacções químicas. Destaca-se numa equação química, os 
reagentes e produtos da reacção separados por uma seta, sendo que 
geralmente os reagentes ficam de lado esquerdo e os produtos do lado 
direito. 
Numa equação química a seta () serve para indicar a transformação das 
substâncias, o sinal (+) dependendo da sua posição na equação pode 
 
 
53 
 
significar combinação das substancias se do lado dos reagentes ou 
formação de mais de uma substancia caso esteja nos produtos, isto é, 
separa os produtos formados numa reacção química. Lembre-se sempre 
de indicar os estados de agregação das substâncias. 
Passos para Escrita e acerto de equações químicas. Sugestão para a 
explicação do processo ao aluno 
Para tal, os alunos devem reconhecer os passos para a escrita de uma 
equação química, a saber: 
 Distinção dos reagentes e produtos; 
 Escrita dos símbolos e fórmulas dos reagentes e dos 
produtos; 
 Acertar a na base da lei da conservação da massa; 
 Revisão da equação química. 
1 - Tomando como exemplo a combustão do Hidrogénio em 
presença de Oxigénio com formação de água. 
 )(2)(2)(2 lgg OHOH  
O número de átomos de H e de O deve manter-se o mesmo nos 
dois membros da equação. Pode-se ver que a equação está 
balanceada no que diz respeito ao hidrogénio (estão dois 
átomos de Hidrogénio à direita e à esquerda da equação), mas 
já não acontece o mesmo em relação ao oxigénio. É necessário 
fazer alguma correcção 
Nota: nesta operação não se devem alterar as fórmulas, o acerto 
da equação faz-se multiplicando as fórmulas por números 
inteiros chamados coeficientes da equação ou coeficientes da 
reacção. 
Este inconveniente resolve-se multiplicando H2O por 2, (ou 
seja, colocando 2 antes de H2O). Coeficiente estequiométrico 2. 
Sendo assim no fim teremos a seguinte equação: 
)(2)(2)(2 2 lgg OHOH  
Fazendo as multiplicações: 
 
 
54 
 
Nos reagentes: 
a) Temos coeficiente 1 para H2 o que dá 2, ou seja temos 2 
átomos de hidrogénio nos reagentes; 
b) Temos coeficiente 1 para O2 o que dá 2, ou seja temos 
também 2 átomos de oxigénio nosreagentes; 
Nos produtos: 
a) Temos coeficiente 2 para H2O que multiplicado pelo 2 do 
H2 dá 4: portanto, temos 4 átomos de hidrogénio nos 
produtos; 
Note que nos reagentes temos 2 átomos de hidrogénio nos 
reagentes 
b) O coeficiente 2 de H2O também multiplica o oxigénio o que 
vai dar 2 - portanto temos 2 átomos de oxigénio nos 
produtos 
Note que nos reagentes também tinhamos 2 átomos de oxigénio 
Conclusão: temos de arranjar um coeficiente que corrija o 
número de hidrogénios nos reagentes, que terá de ser 2. 
No fim a nossa equação química fica com os seguintes 
coeficientes: 
)(2)(2)(2 22 lgg OHOH  
Verificando: 
a) Nos reagentes: 2H2, multiplicando os números teremos 
2x2= 4 átomos de hidrogénio 
 O2, multiplicando os números teremos 1x2= 2 átomos de 
oxigénio 
b) No produto: 2H2O, temos, 4 átomo de hidrogénio e 2 de 
oxigénio. 
conclusão: 
 
2424
22 )(2)(2)(2

 lgg OHOH
 
Quer nos reagentes quer nos produtos temos o mesmo número 
de átomos de cada espécie. Ou seja, observa-se a lei da 
conservação da massa ou de lei de Lavoisier. 
 
 
55 
 
Significado das equações químicas 
a) 2Na(s) + 2H2O(l) → 2 Na +(aq) + 2OH-(aq) + H2(g) 
b) 2H2(g) + O2(g) → 2H2O (l) 
Significado qualitativo: Indica a natureza das substâncias 
envolvidas na reacção. 
a) Sódio reage com Água formando iões de Sódio e ião 
Hhdróxila e Hidrogénio. 
b) Hidrogénio reage com Oxigénio formando Água. 
Significado quantitativo a nível microscópico: Indica o número 
relativo de iões, moléculas, átomos envolvidos na reacção; 
a) Dois átomos de sódio reagem com duas moléculas de água, 
dando dois iões de sódio, dois iões hidróxido e uma 
molécula de Hidrogénio. 
b) Duas moléculas de Hidrogénio reagem com duas moléculas 
de Oxigénio formando duas moléculas de Água. 
 
Significado quantitativo a nível macroscópico: fornece 
informações em termos de quantidade de matéria (mole). 
a) Duas moles de Sódio reagem com duas moles de Água, 
formando 2 moles de Na+, 2 moles de OH- e 1 mol de 
Hidrogénio. 
b) Duas moles de Hidrogénio reagem com duas moles de 
Oxigénio formando duas moles de Água. 
 
Equação termoquímica 
É uma equação química que expressa também a variação de energia 
associada a reacção química. 
Representação: 
H2(g) + O2(g) → H2O (l) H = -68,3 Kcal (Libertação de calor) 
∆H = -68,3 Kcal/mol de H2O (Variação de entalpia) 
 
 
56 
 
 
 
Exercício 
1. Considere os seguintes conceitos e conteúdos sobre a abordagem da 
linguagem química no programa de ensino. Defina cada conceito e, 
com a ajuda dos programas de ensino, explique a forma como cada 
conceito ou conteúdo deve ser tratado na escola nas diferentes classes. 
1.1 Símbolo químico 
1.2 Fórmula química 
1.3 Equação química 
2. Que informações se pode obter das seguintes simbologias: 
a) 2 Na+ 
b) CO2 
c) Mg (s) 
d) 2 Cl 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
1. Existe diferença entre representar uma substância por NO2 ou 
por N2O4. Explique porquê. 
2. Não se utilizam fórmulas químicas para representar misturas, 
apenas para representar substâncias puras. Explique porquê. 
 
 
Leitura 
 
Para esta lição, você pode consultar as seguintes obras: 
1. CANTO, Eduardo Leite & Perruzo, Francisco Miragaia 
(Tito), Química na abordagem do cotidiano, Química geral e 
inorgânica 1. Editora Moderna, 4ed. São Paulo, 2006 
2. INROGA, Filomeno e TSAMBE, Malaquias. Módulo de 
Química básica. 
 
 
57 
 
3. MENDONÇA Lucinda Santos; RAMALHO, Marta Duarte; 
Química no mundo em transformação. Texto editora; Lisboa. 
1996. 
4. MONJANE, Armindo e CUCO, Ricardo Américo. Química 
11ª Classe. Pré-universitário, Longman Moçambique, 1ª 
Edição, 2010 
5. MINED, programas de ensino de Química 1º e 2º ciclos, 
2010. 
6. BARROS, Jose António. Química 9ª classe, Livro do aluno. 
Prural editores. 2013 
7. DA SILVA, Filomena Neves. Química, 9ª classe. Texto 
editores. Maputo. 2009. 
8. MONJANE, Armindo e CUCO, Ricardo Américo. Química 
11ª classe. 1ª ed. Longman Moçambique. 2010. 
9. MONJANE, Armindo e CUCO, Ricardo Américo. Química 
12ª classe. 1ª ed. Longman Moçambique. 2010. 
 
 
Chave de correção 
 
Para responderes a questão 1 é necessário consultar primeiro o 
programa de ensino da 8ª classe, no que se refere aos objectivos do 
tratamento de cada conteúdo, as orientações metodológicas, procure 
saber que pré-requisitos são necessários para o aluno perceber cada 
conceito. 
Em relação a actividade de auto-avaliação: 
Na questão 1 você deve lembrar-se do significado dos índices numa 
fórmula química. 
Na questão 2 você deve lembrar-se do significado de uma fórmula 
química, isto é, o que é que pretendemos representar quando usamos 
fórmulas químicas e relacionar isso com o significado da palavra 
mistura. 
 
 
 
 
58 
 
Lição n° 2 
Linha experiência como meio de reconhecimento de 
substâncias e reacções químicas 
 
 
Introdução 
Nesta lição você irá adquirir noções sobre a linha experiência que é 
o meio de reconhecimento de substâncias e motivação dos alunos 
para a aprendizagem das ciências naturais em geral e da ciência 
química em particular. Em cada unidade temática nos programas do 
ESG existem possibilidades para os professores de Química 
realizarem conjuntamente com os seus alunos actividades 
experimentais para aquisição de conhecimentos, capacidades e 
habilidades por parte dos alunos. Estas actividades experimentais 
consistem na realização de diferentes tipos de experiências: 
demonstração pelo professor e/ou pelo aluno e experiência do 
aluno. 
Com a realização de experiências os alunos adquirem capacidades 
de obtenção de substâncias, recolha, a sua identificação com base 
nas propriedades. 
 
Objectivos 
Ao completar esta lição, você deve: 
 Consolidar conhecimentos sobre as regras de higiene e 
segurança no laboratório; 
 Explicar a aplicação dos diferentes tipos de experiências, 
indicando as vantagens e desvantagens de cada um 
consoante o caso; 
 Idealizar materiais alternativos para a realização de 
experiências de obtenção de gases tomando em 
consideração as condições locais; 
 Discutir as funções das experiências no ensino de química. 
 
 
59 
 
A experiência no contexto do ensino de Química 
As aulas de química permitem uma aquisição dos métodos de 
trabalho simples no laboratório, realização das experiências bem 
como a interpretação dos seus resultados, até a aplicação consciente 
do método experimental. O método experimental é uma prova das 
hipóteses através das experiências. É o método científico de 
verificação da veracidade ou falsidade de hipóteses. 
 
Funções das experiências 
A experiência assume-se como uma parte de um dos métodos de 
ensino, o método experimental. Trata-se do acto de testar, 
comprovar e refutar uma determinada hipótese. No PEA as 
experiências têm as seguintes funções: 
1. Desenvolver conhecimentos sólidos, aplicáveis na vida 
prática; 
2. Oferecer conhecimentos e fundamentos que permitem 
aos alunos estabelecerem a relação (e interligação) 
entre vários fenómenos da natureza, isto é, ligar a 
teoria, prática e o quotidiano dos alunos; 
3. Introduzir matéria nova, consolidar, avaliar os 
conhecimentos, habilidades e capacidades; uma vez que 
podem ser aplicadas em vários momentos didácticos do 
ensino de ciências naturais; 
4. Permitir aos alunos utilizarem conscientemente os 
métodos científicos de aquisição do conhecimento, 
como uma parte do saber fazer. 
 
Tipos de experiências no ensino de Química 
Experiência de demonstração (pelo professor ou aluno) 
 Experiências dos alunos (individual ou em grupo) 
 
 
60 
 
Exigências para a realização das experiências de 
demonstração 
 O professor deve utilizar aparelhos e instrumentos que 
possuam um tamanho aceitável que dê o efeito de 
demonstração, de modo a permitir que os alunos possam 
observar, desenhar, colocar dúvidas e elaborar um 
relatório

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