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UNIDADE 1 – PSICOLOGIA: ENTREVISTAS E TESTES PROJETIVOS INTRODUÇÃO AO PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO Nesta unidade você verá: // introdução ao processo psicodiagnóstico // fundamentação teórica sobre a entrevista inicial // fundamentação teórica sobre entrevistas para testes // fundamentação teórica sobre a hora do jogo APRESENTAÇÃO O psicodiagnóstico auxilia as práticas psicológicas em suas diferentes abordagens. A avaliação psicodiagnóstica abarca uma mescla de técnicas, como entrevista e testagem, a fim de permitir ao profissional uma avaliação melhor subsidiada para embasar suas decisões, permitindo o alinhamento entre os objetivos do encaminhamento e os resultados. Tendo sua origem derivada da Psicologia Clínica de tradição acadêmica e da perspectiva médica, envolve critérios para avaliar o sujeito de maneira científica e sistemática, dirigido à resolução de problemas. Na atualidade, o psicodiagnóstico evidencia-se como um grande nicho profissional ainda em exploração e crescimento por grande parte dos profissionais de Psicologia. Isso porque se vislumbra a atuação em psicodiagnóstico como uma área que necessita de investimento para a realização de testes psicológicos e outras técnicas, que não possuem valores acessíveis para a maior parte dos profissionais. Assim, nesse curso serão explorados os passos do psicodiagnóstico e de outras técnicas psicológicas para atender as demandas de aprofundamento dos estudantes e futuros profissionais de Psicologia, considerando suas especificações dentro do contexto clínico. Bons estudos! OBJETIVOS DA UNIDADE • Apresentar as características introdutórias referentes ao processo de psicodiagnóstico, evidenciando conceitos e passos a serem seguidos; • Abordar a entrevista psicológica inicial, com conceituação e especificações inerentes ao contexto psicológico; • Definir o conceito de hora do jogo diagnóstica. TÓPICOS DE ESTUDO • Introdução ao processo psicodiagnóstico • Fundamentação teórica sobre a entrevista inicial • Fundamentação teórica sobre entrevistas para testes • Fundamentação teórica sobre a hora do jogo VER VIDEO NO AVA INTRODUÇÃO AO PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO O processo de psicodiagnóstico pode ser compreendido como um método científico de investigação e um tipo de avaliação psicológica. No entanto, “o psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica, feita com propósitos clínicos e, portanto, não abrange todos os modelos de avaliação psicológica de diferenças individuais” (CUNHA et al., 2007, p. 23). Surgiu em um período em que se buscava apenas uma maior concretude quantificável das características da personalidade e comportamentais dos sujeitos diante de uma perspectiva classificatória e nosológica, dentro de um contexto histórico que atendia ao modelo de perspectiva biomédica, com enquadre do sujeito na linha individualista e curativa. A avaliação psicológica é considerada um método mais amplo. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) na Cartilha de Avaliação Psicológica de 2007, afirma que essa prática envolve o psicólogo em seus mais variados contextos de atuação, como nas áreas de educação e saúde ou em organizações. Pode ser realizada com um indivíduo ou mais, abrangendo a integração de diferentes fontes, como observação, entrevistas, análise documental e o próprio psicodiagnóstico. Nesse âmbito, entende-se que o psicodiagnóstico tem um motivo específico para ser realizado, considerando que no processo de testagem é analisada a confirmação de hipóteses presumidas. Assim, caracteriza-se como “um processo científico, porque deve partir de um levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou infirmadas através de passos predeterminados e com objetivos precisos” (CUNHA et al., 2007, p. 26). Isso ocorre mediante técnicas e testes psicológicos embasados em pressupostos teóricos, a partir da composição de testes e outras estratégias que têm por objetivo constatar e aferir determinados aspectos e características de um sujeito de maneira sistemática e científica para a resolução de problemas. O processo de psicodiagnóstico tem tempo limitado e se baseia no contrato entre paciente e psicólogo. Dessa forma, é elaborado um plano de avaliação com estimativa de tempo para cada teste e sessão, que geralmente é equivalente a 50 minutos. Nessa etapa, o psicólogo identifica técnicas e testes necessários baseando-se no tipo de encaminhamento e demanda recebida. O CFP dispõe na Cartilha de Avaliação Psicológica de 2013 que o profissional verifique no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi) se os instrumentos a serem utilizados na avaliação são aprovados. DICA: Para saber mais sobre os instrumentos psicológicos para uso profissional, acesse o portal do Satepsi. O CFP, na Resolução n. 002, reforça que “as condições de uso dos instrumentos devem ser consideradas apenas para os contextos e propósitos para os quais os estudos empíricos indicaram resultados favoráveis" (CFP, 2003). Isso significa que somente a aprovação dos testes no Satepsi não implica a utilização deles em todos os contextos e para qualquer objetivo. Eles devem ser aplicados tão somente aos casos que atendem a critérios abordados em estudos de validade, precisão e padronização. Diante disso, os resultados positivos para traços são importantes para aprovar a utilização ou não do dado instrumento. Portanto, é necessário consultar o manual do teste para entender a teoria que o embasa, seu modo de administração, os contextos em que ele se encaixa e os objetivos que se propõe a analisar. O processo diagnóstico pode ser classificado em seis passos básicos, conforme o Quadro 1. Quadro 1. Passos simplificados do psicodiagnóstico. Fonte: CUNHA et al., 2007, p. 31. (Adaptado) Cunha e colaboradores (2007) frisam a importância de o instrumento ser analisado em sua eficiência para se conhecer o quanto é capaz de fornecer respostas a perguntas determinadas e hipóteses com a bateria de testes planejada. Reforça-se, assim, correlacionar os dados obtidos com as informações da história clínica pessoal do paciente, alinhando-se aos objetivos do psicodiagnóstico para a devolutiva, às orientações sobre o caso e ao futuro encerramento da avaliação. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A ENTREVISTA INICIAL VER VIDEO NO AVA A entrevista psicológica tem como intuito o estudo do comportamento humano, sendo um método de investigação científico com diferentes objetivos conforme seu uso. Dentro da prática clínica e psicológica, é uma técnica facilitadora do processo que permite acessar, perceber e sentir o outro. Traz em si uma dupla proporção que investiga os fatos em torno da demanda do paciente, do objetivo, do encaminhamento e dos resultados obtidos com a avaliação. Assim, possibilita analisar o contexto do atendimento com o planejamento da bateria de testes e a delimitação de onde, como e quando devem ser aplicados os instrumentos escolhidos. Dessa forma, a entrevista pode ser compreendida como meio de acessar, apreender e facilitar o início, o desenvolver e o fechamento da avaliação. Conforme Tavares (2007), pode ser classificada em três tipos: ENTREVISTA ABERTA: O entrevistador tem plena liberdade para perguntas e intervenção, sendo uma forma livre que permite uma investigação mais macro e aprofundada do indivíduo e suas proporções; ENTREVISTA FECHADA: As perguntas são previamente planejadas, podendo ter sequência e obedecendo a certos princípios ao objetivar o levantamento de dados objetivos; ENTREVISTA SEMIABERTA: O paciente pode iniciar falando sobre sua escolha, porém o entrevistador pode intervir de acordo com os objetivos da sessão e compreender mais acerca da demanda a partir da escuta do sujeito, com a colocação de perguntas específicas e planejadas. A entrevista pode ser entendida como uma relação dual entre entrevistado e entrevistador, com tempo demarcado e que resulta no contratoterapêutico. Nesse sentido, Neubern (2010) defende o contrato terapêutico como uma prática que vai além do estabelecimento de regras objetivas, relacionando-se ao engajamento emocional. Tavares (2007) ainda aponta que ela pode ser entendida em cinco passos: inicial ou de triagem, anamnese, diagnóstica, sistêmica e de devolução. Com relação ao conceito de anamnese, tem-se um procedimento que objetiva acessar a história do sujeito em avaliação e obter o levantamento detalhado da história pregressa do examinando, focando na infância com a necessidade de se estabelecer uma ordem cronológica do caso em questão. No que tange à entrevista diagnóstica, considera-se que toda entrevista comporta elementos diagnósticos de maneira macro. Tavares (2007) a define como exame e análise cuidadosos de uma condição que possibilita descrever, avaliar, relacionar e compreender, visando à transformação de tal condição. Dessa forma, há tanto a compreensão do diagnóstico quanto à classificação dos sintomas, buscando uma mudança dos sintomas em prol do sujeito. A entrevista sistêmica é orientada para avaliar famílias e casais, objetivando elaborar um parecer acerca da organização ou da história relacional do indivíduo, podendo averiguar também particularidades da rede social de pessoas. É uma abordagem marcada fortemente pela corrente teórica do entrevistador. No caso da devolutiva, o objetivo é realizar um retorno ao examinado sobre o resultado da avaliação. Nesse caso, podem ser feitas recomendações e é indispensável permitir ao sujeito se expressar sobre as conclusões do atendimento e as recomendações do avaliador. No que concerne à entrevista inicial, ou de triagem, Tavares (2007) explica que ela tem por objetivo a avaliação da demanda do sujeito e o encaminhamento. É utilizada com maior frequência em serviços de saúde pública ou clínicas sociais, a fim de dar um enquadre mais assertivo à demanda por conta da diversidade de solicitações e serviços psicológicos. Entende-se ainda que é indispensável para avaliar a gravidade de uma cser_educacional, sendo que o psicólogo clínico a utiliza para triar os pacientes e encaminhar demandas para as quais não se sente apto ou com habilidades para manejar. Fraga (2016) acrescenta que, além de possibilitar o conhecimento do motivo do encaminhamento, permite saber a razão do atendimento e a história atual e pregressa do indivíduo que se fazem relevantes ao caso. Ademais, estabelece o contrato terapêutico, que alinha as condições em que acontecem as sessões, facilitando a especulação diagnóstica e o planejamento de ferramentas, instrumentos e comunicados de maneira simples e acessível ao cliente. Ressalta-se ainda que é imprescindível ao psicólogo conhecer o cliente de forma que auxilie a extração de dados para a formulação de hipóteses e o planejamento de bateria de testes. Assim, é possível dividir os objetivos da entrevista inicial dentro do processo de psicodiagnóstico conforme mostra o Quadro 2. Quadro 2. Objetivos da entrevista inicial. Fonte: FRAGA, 2016, p. 69. (Adaptado). Conforme o comprometimento da avaliação, ela pode se desenvolver em apenas uma sessão ou mais, a critério do profissional. Assim, o início do atendimento é o ponto em que o psicólogo colhe as informações acerca da demanda, faz alguns apontamentos (por exemplo, definir horário e o valor do investimento da avaliação), explica como irá desenvolver o processo e estabelece um vínculo com o avaliando. Abrange roteiro de entrevista semidirigida por consideração do tempo limitado, de forma a abordar a história do indivíduo de forma macro, contextualizada, empática e afetiva. A depender da abordagem teórica do entrevistador, pode-se chamar esse processo de Rapport ou transferência. O Rapport é uma técnica que busca uma maneira de criar um elo de empatia com o outro, enquanto a transferência se trata de uma atualização de conteúdos do paciente, de acordo com o modo pelo qual o sujeito se relaciona em projeção com o analista. Nesse caso, o psicólogo colhe dados importantes sobre a história de vida do paciente, subsidiando impressões diagnósticas, e pauta os objetivos da avaliação para o planejamento do processo e para escolher os instrumentos. EXPLICANDO: Rapport deriva da palavra francesa rapporter, que significa trazer de volta. Contém três componentes básicos, atenção mútua, positividade e coordenação, e está relacionado a um processo diagnóstico de grande contribuição ao psicodiagnóstico por favorecer o clima terapêutico e a cooperação mútua no desenvolver do procedimento. Arzeno e Ocampo (1981) confirmam que essa técnica é semidirigida, pelo fato de cliente ter liberdade para falar sobre suas questões e o psicólogo poder realizar alguns apontamentos, a fim de esclarecimento. Além disso, aborda pontos principais em relação à demanda, de importância ao processo, considerando que a entrevista semidirigida pode ser delimitada em seu tempo compactuado com o examinando ou familiares e responsáveis, com início, meio e fim demarcados. Esse processo objetiva acessar o paciente de maneira ampla, com a apresentação do psicólogo e do paciente e a explicação do procedimento de psicodiagnóstico e do sigilo profissional. Dessa forma, norteia o profissional a colher dados e a formular hipóteses diagnósticas iniciais, planejando a bateria de testes (CUNHA et al., 2007), um conjunto de testes e técnicas alinhados ao processo em questão que permitem obter dados confirmando ou não a hipótese diagnóstica inicial e atendendo ao objetivo inicial do processo. Fraga (2016) relata ainda que a escolha do instrumento deve considerar idade, sexo, escolaridade e, principalmente, aquilo que se pretende avaliar, por exemplo, a inteligência. Fraga (2016) explica que a entrevista inicial dá princípio a diferentes abordagens da Psicologia. Quando aplicada ao campo da saúde mental, objetiva colher o máximo de informações para o melhor planejamento do tratamento, buscando informações sobre o sintoma atual, episódios anteriores (se for um primeiro atendimento), e a evolução do caso para possível diagnóstico e prognóstico. CURIOSIDADE: A fim de deixar mais compreensível sua atuação, o psicólogo Rogers (1902-1987), grande teórico humanista e fundador da abordagem centrada na pessoa, resolveu gravar um de seus atendimentos em uma série de três vídeos, datados da década de 1960. No processo terapêutico, em especial na entrevista inicial, percebeu o desenvolvimento de determinadas atitudes facilitadoras, como relação de confiança, empatia, congruência e consideração positiva incondicional, sendo elas precursoras do movimento de transformação. Na terapia cognitiva, as sessões englobam uma avaliação diagnóstica e descritiva que circunscreve todo o atendimento e a construção do modelo teórico explicativo referente ao caso. Na terapia sistêmica familiar, busca-se iniciar o diagnóstico a partir de um processo fluido e amplo, sendo necessário levar em conta variáveis socioculturais é possível coletar além do desenvolvimento da família, subsistemas e alianças. E na abordagem psicanalítica, busca-se dados importantes sobre a personalidade do sujeito em análise, identificando informações sobre a demanda e suas formas de se relacionar, ser e estar. Infere-se ainda que para atuar nessa área há a necessidade de grande investimento, por envolver testes e instrumentos que não são de valores acessíveis e que não fazem parte da rotina clínica. Às vezes, por exemplo, o psicólogo que atende por plano não tem à disposição os testes para realizar, assim, se acaso pressupor alguma hipótese diagnóstica psicopatológica, para sua confirmação necessita encaminhar o paciente a outro psicólogo que realize o procedimento. VAMOS REFORÇAR O QUE APRENDEMOS ATÉ AGORA? Foi encaminhado a uma profissional uma criança de 10 anos com a hipótese diagnóstica de déficit de atenção. No atendimento, explicou que seria realizada uma avaliaçãocom a sugestão de alguns exercícios, por cerca de 50 minutos cada sessão, e que a duração de todo processo iria depender da conversa e das brincadeiras entre elas. Com base no que foi visto, o que a profissional aplicou foi: ( ) A anamnese. ( ) O contrato terapêutico. ( ) O levantamento diagnóstico inicial FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE ENTREVISTAS PARA TESTES Conforme apontado anteriormente, a entrevista como ferramenta da avaliação psicológica é essencial para colher dados e informações a respeito do paciente. Para Tavares (2007, p. 46), “a entrevista vem a ser o único instrumento capaz de testar os limites das aparentes contradições e de tornar explícitas as características indicadas pelos instrumentos padronizados, dando-lhes assim a validade clínica”. Como uma técnica difundida e com variados usos, a entrevista psicológica tem a função de analisar a demanda ou queixa do paciente. Para tal, estratégias e atribuições se fazem necessárias dentro do processo, considerando que o profissional de Psicologia ressalte as categorias dos testes projetivos que estão inseridas. Depreende-se, então, como um passo fundamental para o processo de psicodiagnóstico, a testagem, a qual tem por objetivo descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos (casal, família e rede social) em um processo que visa a recomendações, encaminhamento ou intervenções em benefício das pessoas entrevistadas. Os testes psicológicos são instrumentos com grande capacidade de mensurar, por exemplo, determinada característica da personalidade e comportamentos humanos, inclusive os tidos como inconscientes. Com o surgimento da Psicologia Experimental, no século XIX, os testes psicológicos passaram por várias evoluções, tendo a colaboração de diversos autores. Galton auxiliou, com a influência da biologia darwiniana, a introduzir dados estatísticos na análise das diferenças individuais. Binet, por sua vez, ajudou com a pesquisa sobre a capacidade intelectual , buscando respostas para o atraso escolar de alunos das escolas francesas, empregando, assim, o primeiro teste de nível mental. Ainda houve a criação da escala de maturação de Gessel, com o intuito de investigar o desenvolvimento de processos na primeira infância (SCHEEFFER, 1968). Os primeiros testes de inteligência em forma coletiva surgiram por ocasião da Primeira Guerra Mundial, com o objetivo de classificar as pessoas convocadas para o exército norte- americano. Eles trouxeram inúmeras contribuições para normas e padrões estatísticos. Scheeffer explica que: Os testes de personalidade surgiram posteriormente aos de nível mental. O primeiro teste dessa natureza foi um questionário elaborado por Woodworth, em 1914, para a seleção dos convocados do exército norte-americano. Vieram depois os testes de personalidade do tipo projetivo, tais como o Psicodiagnóstico Rorschélch, "Thematic Apperception Test" e outros (SCHEEFFER, 1968, p. 6). Os testes podem ser subdivididos em até sete tipos diferentes, descritos no Quadro 3. Quadro 3. Tipos de testes e sua descrição. Fonte: SCHEEFFER, 1968, p. 7-8. (Adaptado) Quanto ao uso, nota-se sua aplicação em variados contextos e campos de atuação da Psicologia, como: DIAGNOSTICO CLÍNICO: Objetiva investigar psicopatologias, como distúrbios emocionais, psicoses, neuroses, sendo que testes de ordem projetiva ou expressivos são os mais utilizados; ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL: Visa ao melhor conhecimento acerca de características e capacidades escolares, além do aproveitamento adequado das potencialidades. Assim, os testes de aptidão intelectual e de interesse ganham destaque; ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL: Averigua as tendências vocacionais do indivíduo, propiciando uma maior facilitação da escolha profissional adequada a características pessoais; SELEÇÃO PESSOAL: Objetiva realizar testes para escolher os candidatos mais adequados a diversas funções; PESQUISA: Auxiliam o psicólogo a se aprofundar no que buscam pesquisar de maneira objetiva, sistemática e científica. Como ferramentas de mensuração, é necessário que o psicólogo esteja atento e realize sua aplicação precisamente, tanto no processo de administração quanto na apuração dos resultados. Nesse sentido, determinadas recomendações são feitas, como ler atentamente o manual do teste que se pretende aplicar; conhecer as instruções de aplicação; assegurar que as condições de trabalho sejam favoráveis (espaço, silêncio, assento confortável, iluminação etc.); antecipar e evitar possíveis distrações; haver material suficiente; promover a explicação para o avaliando acerca do que vai ser realizado; ler em voz clara, alta e lentamente as instruções; e, caso necessário, dar explicações extras. Nesse âmbito, estratégias alinhadas dão ao caso, que, por muitas vezes, chega ao psicólogo para avaliação por encaminhamento, amplitude, dimensão assertiva e direcionamento ao processo e tratamento ao entrevistado. Portanto, somente o teste não é capaz de desvelar traços, características e diagnóstico, devendo ele estar em alinhamento com a entrevista. Isso ocorre com a análise da narrativa do sujeito em conjunto com seus gestos e atitudes, os quais dão congruência, abrangência e integridade aos resultados que se pretende obter. A responsabilidade pelo processo é do profissional, tendo em vista que ele tem as habilidades e os conhecimentos psicológicos indispensáveis para manejar a testagem. Isso implica uma questão ética fundamental, em que é inerente que o psicólogo necessita reconhecer as relações de poder intrínsecas entre entrevistador e avaliado, que podem ser traduzidas pela expressão lacaniana do sujeito do suposto saber. Torres (2016) dispõe que esta é uma posição subjetiva em que um sujeito não supõe nada, que exprime que o profissional sabe mais sobre o adoecer do que o próprio paciente. De tal forma, dá a responsabilidade ao profissional de zelar pelo bem-estar e bom andamento da situação. Tavares (2007) corrobora ainda que a complexidade do processo de entrevista clínica requer um treinamento refinado, envolvendo os conhecimentos do psicólogo para apoiar uma relação interpessoal de investigação clínica, sendo necessário criar um clima terapêutico favorecedor e de apoio. Reconhece que os processos de entrevista e de psicodiagnóstico são em si restritos em seu tempo, sendo ambos orientados por suas finalidades. Assim, enquanto o psicodiagnóstico volta-se à resolução de problemas para confirmar ou não determinada hipótese, contribuir ao tratamento do avaliando e favorecer o prognóstico, a entrevista busca obter informações sobre a história do indivíduo, sendo seu objetivo a descrição, a avaliação e o retorno. Salienta-se a necessidade de um exame detalhado do quadro sintomatológico, considerando que a entrevista diagnóstica pode mesclar elementos sindrômicos e psicodinâmicos. Tavares (2007) explica que os aspectos sindrômicos podem ser descritos como o detalhamento dos sintomas que o entrevistado está sentindo, como baixa autoestima, humor deprimido e ansiedade. Já os psicodinâmicos visam à descrição e à compreensão da experiência do sujeito, além do modo particular como funcionam sobre o sujeito, de forma alinhada à abordagem teórica do psicólogo. Os dois modos diagnósticos devem ser vistos como complementares e colocados dentro do mesmo contexto de estratégia. Tavares (2007) dispõe ainda que, para o processo da entrevista ter êxito, é necessário que o profissional de Psicologia desenvolva determinadas competências, como as apresentadas no Quadro 4. Quadro 4. Competências do profissional de Psicologia para entrevistas. Fonte: TAVARES, 2007, p. 52. (Adaptado) Com a finalização do processo, tem-se a compilação e a formalização decorrentes da avaliação psicodiagnóstica para a elaboração de um documento psicológico. Lago, Yates e Bandeira (2016) entendem existir quatro modalidades desses documentos: atestado,declaração, laudo/relatório e parecer. Figura 1. Exemplo de documento psicológico A declaração visa a informar a ocorrência de fatos ou situações objetivas relacionadas ao atendimento, com a finalidade de declarar comparecimento do atendido ou acompanhante quando necessário, acompanhamento do atendido e informações sobre as condições do atendimento (tempo, dias e horário), não sendo necessário colocar sintomas, situação ou estado psicológico. No caso do ATESTADO, certifica uma determinada situação ou estado psicológico, tendo como finalidade afirmar sobre as condições psicológicas de quem, por requerimento, o solicita, com fins de: a) Justificar faltas e/ou impedimentos do solicitante; b) Justificar estar apto ou não para atividades específicas, após realização de um processo de avaliação psicológica, dentro do rigor técnico e ético que subscreve esta Resolução; c) Solicitar afastamento e/ou dispensa do solicitante, subsidiado na afirmação atestada do fato, em acordo com o disposto na Resolução CFP nº 015/96 (CFP, 2003, p. 6). Lago, Yates e Bandeira, ainda acerca do atestado e da declaração, corroboram que: Apesar da distinção entre Declaração e Atestado, frequentemente se observa a solicitação equivocada, por parte dos avaliados, de emissão de atestados para justificar faltas ou afastamentos do trabalho para comparecimento à avaliação psicológica. Na verdade, a mera justificativa de falta ou afastamento do trabalho, sem registro de sintomas ou estados psicológicos, implicaria a produção de uma declaração, e não de um atestado. É responsabilidade do profissional saber qual o tipo de documento deverá produzir diante de um pedido desses e esclarecer ao solicitante Em relação ao LAUDO/RELATÓRIO, Cunha et al. (2007) elucidam que visam a responder determinadas perguntas, envolvendo o que, para que, quando, como e quanto. Conforme a Resolução nº 007 (CFP, 2003), são "uma apresentação descritiva acerca de situações e/ou condições psicológicas e suas determinações históricas, sociais, políticas e culturais, pesquisadas no processo de avaliação psicológica", devendo ser balizados em dados e instrumentos técnicos e avaliados a partir de um referencial teórico científico escolhido pelo psicólogo. Devem conter cinco itens identificação: IDENTIFICAÇÃO É composta por autor, interessado e assunto. Por exemplo, em um caso de atendimento com crianças, o relatório deve apresentar os dados, como sexo, idade, data de nascimento, escolaridade e ocupação, do psicólogo e do avaliado, além de informações sobre os responsáveis do menor de idade. O assunto deve, por sua vez, apresentar o motivo do atendimento, de forma específica, como em uma avaliação da função cognitiva devido à dificuldade escolares; DESCRIÇÃO DA DEMANDA É destinada à narração das informações referentes ao problema-queixa e às razões e expectativas que produziram o pedido do documento. Isso envolve a análise feita da demanda que justifica o uso de procedimentos ou ferramentas, salientando que é responsabilidade do avaliador deixar nítido os aspectos avaliados e os encaminhamentos a outros profissionais para serem melhor investigados; PROCEDIMENTO Deve apresentar os recursos técnicos utilizados para coletar as informações à luz de um referencial teórico filosófico que o ampare. Não se tem clareza sobre a utilização de referenciação de autores, mas é necessária a informação referente à abordagem psicológica do avaliador. Se for escolha do profissional, é possível mesclar os conhecimentos das abordagens a fim de dinamizar e integrar a avaliação; ANÁLISE Envolve descrever de forma sistemática os dados colhidos e as situações vivenciadas em relação à demanda em seu aspecto amplo, considerando as variáveis sociais, históricas, econômicas e políticas das questões de ordem psicológica; CONCLUSÃO Aborda a exposição dos resultados e as considerações sobre a investigação do caso, partindo das referências que fundamentam a avaliação. Destaca também a importância de sugestões, o encaminhamento, o prognóstico e a continuidade ou não do caso de psicoterapia. Lago, Yates e Bandeira (2016) ainda reiteram, como orientação geral para a escrita do laudo ou relatório, a importância da escolha ética das informações a serem prestadas, considerando a quem o documento é direcionado. Nesse sentido, tem-se a necessidade de descrever a demanda e a história clínica sem julgamentos ou interpretações, a partir de apresentação clara dos instrumentos aplicados e dos resultados obtidos, com direcionamentos para o caso. Quanto ao PARECER, Lago, Yates e Bandeira (2016) o definem como um documento fundamentado e focado em uma questão psicológica específica, cujo resultado pode ser indicativo ou conclusivo. Não é um documento decorrente de avaliação psicológica, como os outros, tendo estrutura mais objetiva, com resposta breve e esclarecedora que exige conhecimento da ciência psicológica. Pode ser solicitado por instituições (hospital e escola) ou outros profissionais (psiquiatra e nutricionista) e apresenta quatro componentes: identificação, exposição de motivos, análise e conclusão. No que tange ao psicodiagnóstico e a demais avaliações psicológicas, a documentação resultante do processo deve ser resguardada por cinco anos, ficando à responsabilidade do profissional ou instituição à qual o profissional estiver vinculado. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A HORA DO JOGO A hora do jogo é um recurso técnico do psicodiagnóstico infantil de entrevista lúdica em que, a partir do brincar, tem-se acesso ao mundo interno da criança, analisado em sua forma relacional e estrutural como uma maneira de conhecer inicialmente a criança. Dentro do atendimento psicológico, permite compreender a natureza do pensamento infantil e fornece dados do processo evolutivo, psicopatológico e psicodinâmico, dando maior subsídio para conclusões diagnósticas, prognósticas e indicações terapêuticas. Cunha et al. (2007, p. 97) aponta que é “na situação do brinquedo, que a criança procura se relacionar com o real, experimentando-o a seu modo, procurando construir e recriar essa realidade”. Isso baseia-se no fato de que o brinquedo permite a criança se comunicar e fazer elo entre o mundo interno e externo, com as exigências da realidade objetiva e da fantasia. Aberastury (1978) reitera que a criança é capaz de, pelo brincar, expressar seus conflitos inconscientes, movimentar defesas e fantasias de cura, doenças e traumas, sendo possível visualizar desde os encontros iniciais sua estrutura mental, emocional, física e relacional. Dessa forma, compreendendo que a criança se comunica não somente de maneira verbal, mas também comportamental, por meio de gestos e atitudes, a hora do jogo torna-se equivalente à entrevista inicial e pode estar aproximada ao método da associação livre em adultos na psicanálise. No psicodiagnóstico infantil, Werlang (2007) lembra que o primeiro contato realizado é com o responsável pela criança, a fim de colher dados sobre a queixa e possível sintoma atrelado ao caso. Assim, nota-se uma dupla transferência a ser manejada, dos responsáveis e da criança, além de demandas advindas juntas ao encaminhamento. De maneira geral, isso resulta na avaliação com alguma hipótese diagnóstica que, por meio do psicodiagnóstico infantil, é explorada, confirmada ou infirmada. Werlang (2007) reitera que a entrevista lúdica se coloca como uma técnica de avaliação muito enriquecedora do processo de psicodiagnóstico infantil, dando valiosos dados sobre o aspecto do desenvolvimento de síndromes e das forças psicológicas implicadas na queixa motivo do atendimento. Ademais, permite deliberar conclusões diagnósticas e realizar indicações, além de favorecer a evolução do caso. Para tal, é preciso que o psicólogo siga algumas orientações, como dar a oportunidade de a criança escolher e brincar com toda a liberdade, acessar livremente o espaço e observar o uso dos brinquedos.Por consequência, deve pontuar as atribuições da criança e do entrevistador, tendo a percepção que o papel do entrevistador é o de escutar e observar atentamente o paciente em seu modo de se relacionar e atuar, bem como seus gestos e atitudes. Pode-se realizar intervenções durante o jogo, esclarecer pontos sobre a brincadeira e ser convidado para participar, dependendo da criança, dando vias para ela se revelar e abraçar fantasias, desejos e comportamentos em um instrumento representativo. Voltando-se ao paciente, a hora do jogo torna-se uma ferramenta essencial para a avaliação psicológica infantil que, alinhada à testagem dentro do contexto psicodiagnóstico, necessita de uma caixa lúdica. Werlang (2007) defende que a caixa é bem mais do que o local em que se guarda os brinquedos; ela é o símbolo do contrato terapêutico e de ligação entre o psicólogo e a criança. Não é preciso, no entanto, obter uma para cada criança, mas sim, haver uma diversificação dos elementos nela contidos, com brinquedos considerados mais simples, como o carretel no caso do neto de Freud, que deu o impulso para o pai da psicanálise criar a teoria do Fort-da. EXPLICANDO: Freud (1977) discorre sobre a brincadeira do neto, que consistia na aparição e desaparição de determinado objeto. O menino jogava o carretel sobre a borda da cama junto a expressão sonora “o-o-ó”, interpretado por Freud e família como a palavra fort, que traduzida do alemão significa ir embora. Em seguida, ele puxava o objeto por meio do cordão junto a expressão “da”, indicando o retorno. Dessa maneira, Freud destacou que a criança por meio da brincadeira estava encenando as partidas e os retornos de sua mãe, elaborando a experiência da ausência e aparecimento dela, sendo o primeiro a averiguar a capacidade simbólica e de expressão da criança. Werlang (2007) aponta ainda que é interessante que o local para brincar tenha uma preparação, seja de fácil limpeza e espaçosa, com facilidade de acesso ao banheiro e à água no caso de a criança querer brincar com tinta, canetinha etc. Ademais, observando a ludicidade, ao finalizar a sessão, o avaliador e a criança podem juntos guardar os brinquedos, o que ajuda a estabelecer condições para o processo. Avaliar o material da hora do jogo requer que o psicólogo esteja bem alinhado com uma abordagem teórica. Por exemplo, se for psicanalítico, deve haver um referencial teórico embasado em Melanie Klein, Aberastury e Winnicott. Kornblit (1976) enfatiza que uma avaliação aprofundada da hora do jogo auxilia a desvelar a queixa atual da criança, revelando as forças e interações atuantes no comportamento, e evidência o modo de vinculação com a transferência e a contratransferência, sendo essencial para ancorar o diagnóstico. Ademais, clareia fantasias inconscientes e mecanismos psíquicos, sendo importante entender a ferramenta como uma narrativa trazida em retorno a uma situação específica. A este ponto, então, analisa-se como a criança se coloca na situação, possibilitando a observação de aspectos considerados basilares, como a ida da criança até o brinquedo, seus comportamentos no início e final do jogo, sua linguagem e expressão corporal e como se movimenta pelo espaço. Contudo, Werlang (2007) ressalta que não existe receita pronta para a avaliação da hora do jogo, por não ser uma ferramenta fechada mas sim, fluida e dinâmica, na qual o próprio paciente dirige todo o exercício. Aponta que oito indicadores servem de parâmetros para os critérios de avaliação diagnóstica e prognóstico, contextualizados e compreendidos de forma dinâmica, estrutural e socioeconômica. Essas características estão dispostas no Quadro 5. Quadro 5. Características indicadoras da Hora do jogo. Fonte: WERLANG, 2007, p. 102-103. (Adaptado) No que tange à contribuição da hora do jogo para o psicodiagnóstico infantil, pode-se dizer ainda que é um instrumento que permite que a criança se sinta acolhida, aceita e segura. Esses fatores podem revelar ao avaliador conflitos e adoecimento, propiciando análise mais profunda, assertiva e voltada para o próprio estágio evolutivo da criança. Foca-se assim, não apenas no diagnóstico e em classificar a criança dentro de um determinado enquadre nosológico, mas em contribuir para um tratamento mais eficaz. Antes, tinha-se a compreensão que a criança era vista como algo inacabado, que necessitava de correção. Werlang (2007) aponta que a psicanálise infantil praticada anteriormente à Melanie Klein tinha a percepção que a criança não vinculava, ou seja, não tinha a capacidade de conectar diversos aspectos. Por exemplo, sobre o desenho, dizia-se que focava mais em questões de ordem motoras e pedagógicas. Entretanto, com o desenvolvimento dos estudos, percebeu-se que a criança não revela apenas aspectos ligados ao desenvolvimento, mas de vivencia e experiência, além de compartilhar a realidade, os sentimentos e as emoções em suas ações. Logo, Werlang (2007) destaca que o brincar é a linguagem por essência da criança, destacando tal ação como instrumento capaz de apoiar o indivíduo a mobilizar e elaborar angústias, conflitos e exercitar seu domínio sobre a realidade. Tendo por base que ela se constitui a partir e na relação com o outro, além da maneira como é olhada e se inclui no mundo, entende-se que a criança se constitui na interação da realidade que a cerca, do olhar e lugar no qual é posicionada. Assim, A modernidade tem como responsabilidade marcar cada vez mais a especificidade da infância, oferecendo legitimidade à visão de uma “natureza infantil”, mas dando-lhe um novo significado. Não se trata mais de modelar a criança, mas de considerar a sua forma espontânea e particular de ser, existindo uma preponderância do sentimento sobre a razão, vendo isso não como uma imaturidade biológica, sendo apenas sua natureza diferente do adulto (FERREIRA, 2000 apud PIGATTO et al., 2013). Conclui-se, então, que a avaliação psicológica infantil objetiva promover a compreensão de forças e interações implicadas em torno da queixa e entender o mundo interno e o modo de funcionar da criança. Assim, é possível realizar um planejamento terapêutico alinhado às necessidades do processo e da criança. SINTETIZANDO O trabalho na área do psicodiagnóstico necessita que o psicólogo tenha a compreensão acerca de fundamentos teóricos, técnicos e práticos que embasam o processo, bem como olhar sensível, crítico, historicizado e circunscrito voltado ao indivíduo, propiciando a ele o autoconhecimento e a percepção de si e do adoecer de maneira mais concreta e sistemática. Os pacientes, nesse contexto, chegam ao psicólogo por meio de encaminhamento, com uma hipótese que se busca confirmar ou infirmar a partir da avaliação. Assim, o psicodiagnóstico fornece uma gama de dados e informações que permitem, com o auxílio de técnicas, como a entrevista, um olhar mais amplo e profundo sobre o caso. A entrevista inicial e a hora do jogo se destacam como ferramentas por favorecerem a avaliação e darem início ao diagnóstico o encontro entre, contribuírem com o avaliador e o avaliando, além da promoção da aliança terapêutica e da voz ao avaliado. As diferentes formas de entrevistas têm objetivos distintos. Na inicial, busca-se conhecer a história do indivíduo e o motivo do atendimento. Intenta-se ainda colher dados e informações do adoecimento pregresso e atual, ou seja, a entrevista tem o indivíduo em seu meio e finalidade, contribuindo para um cenário mais holístico e contextualizado do diagnóstico. Com relação à hora do jogo, esta se insere como uma ferramenta de grande cooperação dentro do psicodiagnóstico infantil que permite à criança ser ela mesma. Depreendendo-se como ferramentas que contribuem bastante para um psicodiagnóstico mais completo, infere-se que as ações precisam ser bem aplicadas e desenvolvidas durante o procedimento para a devida precisão em relação a objetivos, análise e respostas quedemarcam toda a experiência humana. Assim, com o sujeito colocado diante da possibilidade diagnóstica a ser confirmada ou não, tem-se um direcionamento colaborando com o tratamento, o desenvolvimento e o prognóstico do caso. Neste contexto, o psicodiagnóstico se coloca como uma área em ascensão na Psicologia por envolver aspectos psíquicos, neurológicos, físicos e emocionais de maneira objetiva à categórica, ajudando a dar uma resposta mais objetiva a demanda. Um aspecto muito importante é que o profissional se atente às documentações que podem ser emitidas, como o laudo, com a clarificação diagnóstica e macro do caso, favorecendo a comunicação multidisciplinar. Dessa forma, é essencial uma preparação apurada do avaliador para o desenvolvimento e planejamento da avaliação e execução do procedimento, criando condições para um clima terapêutico mais favorável e cooperativo. Evidencia-se ainda que o psicodiagnóstico possibilita resultados benéficos para o paciente, promovendo mudanças contributivas a partir de conceitos mais amplos e assertivos da vida do sujeito, e propiciando a redução de falhas do processo. Busca-se, assim, no psicodiagnóstico integrar os processos avaliativos e ao mesmo tempo de cunho terapêutico, unindo a realidade dos indivíduos desde as consultas iniciais até a finalização do processo. VER VIDEO NO AVA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABERASTURY, A. Teoria y técnica del psicoanalisis de niños. 6. ed. Buenos Aires: Paidós, 1978. ARZENO, M. E. G. Psicodiagnóstico clínico: novas contribuições. Porto Alegre: Artmed 1995. BLEGER, J. Temas de psicologia: entrevista e grupos. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 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