Buscar

AULA Obrigações Divisíveis e Indivisíveis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Obrigações Divisíveis e Indivisíveis
A classificação das obrigações em divisíveis e indivisíveis não tem em vista o objeto, porém este em atenção aos sujeitos, já que seu interesse só se manifesta quando ocorre pluralidade subjetiva. A classificação das obrigações não oferece interesse se não quando há pluralidade de devedores ou de credores. Se o sujeito passivo é um, e o sujeito ativo singular também, a regra é a indivisibilidade da prestação.
Conceito
Obrigação divisível é aquela cuja prestação pode ser parcialmente cumprida sem prejuízo de sua qualidade e de seu valor (ex: uma dívida de cem reais pode ser paga em duas metades; um curso de Direito Civil pode ser ministrado em várias aulas). Mas a depender do acordo entre as partes, o devedor deve pagar de uma vez só, mesmo que a prestação seja divisível.
Já na obrigação indivisível a prestação só pode ser cumprida por inteiro, pois se repartir vai haver uma alteração na sua substância ou podem ser aquelas que, embora naturalmente divisível, são consideradas indivisíveis, por ele ou por vontade das partes. (ex: animal, diamante).
O que é divisível ou indivisível não é a obrigação, mas sim a prestação.
A obrigação de restituir é, como regra geral, indivisível, uma vez que o credor não pode ser obrigado a receber a coisa, em devolução, por partes, a não ser que a avença disponha diferentemente.
A obrigação de fazer pode ser divisível ou indivisível. Um trabalho a ser realizado pode ser cumprindo em partes ou não, dependendo da sua natureza ou do que foi acertado entre as partes.
A obrigação de não fazer é geralmente indivisível. A abstenção, em geral, é una e indivisível, não sendo possível o parcelamento.
Espécies de indivisibilidade (art. 258 CC)
Física
A prestação é indivisível pela sua própria natureza, pois sua divisão alteraria sua substância ou prejudicaria seu uso (ex: obrigação de dar um cavalo, obrigação de restituir o imóvel locado).
Econômica
O objeto da prestação fisicamente poderia ser dividido, mas perderia valor (ex: obrigação de dar um diamante, art. 87).
Legal
É a lei que proíbe a divisão (ex: a lei 6.766/79, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, determina no art. 4º, II, que os lotes nos loteamentos terão no mínimo 125 metros quadrados, então um lote deste tamanho não pode ser dividido em dois).
Convencional
É o acordo entre as partes que torna a prestação indivisível (art. 88, ex: dois devedores se obrigam a pagar juntos certa quantia em dinheiro, o que vai favorecer o credor que poderá exigir tudo de qualquer deles, 258 in fine, e 259).
Efeitos da Divisibilidade (art. 257 CC)
Na unidade de devedor e credor, a prestação, normalmente, é realizada na sua integralidade, sendo o objeto divisível ou não, salvo se as partes tenham convencionado ao contrário. Agora, se há uma pluralidade de sujeitos e sendo a obrigação divisível, a prestação reparte-se, criando obrigações distintas, e recebendo cada credor ou pagando cada devedor a sua quota-parte. 
Efeitos da indivisibilidade 
3.1 Pluralidade de devedores
Cada devedor se responsabiliza pela dívida toda (art. 259 CC)
Qualquer credor tem o poder de demandar o devedor pela totalidade da dívida; cada um dos devedores está obrigado à prestação na sua totalidade.
 Deve-se esclarecer que cada sujeito passivo deve uma quota-parte da coisa, mas, por ser esta INDIVISÍVEL, e cabendo ao credor o direito de recebê-la por inteiro, cada um dos devedores é obrigado por toda a dívida. Ou seja, cada devedor é sujeito à prestação por inteiro, não porque deva toda ela, mas pela necessidade de cumpri-la assim, já que é insuscetível de solução parcelada.
Devedor solvente (art. 259, parágrafo único, CC)
O devedor que solve a obrigação por inteiro fica sub-rogado no direito do credor em relação aos demais coobrigados, para que se restabeleça o princípio da justiça que a solução integral desequilibrou.
Pluralidade de credores
Hipóteses de adimplemento da obrigação (art. 260 CC)
Pagando a todos os credores juntos
Pagando a apenas um dos credores
O devedor se desobriga pagando a todos conjuntamente, ou a um só, desde que ratifique uma garantia, para assegurar o direito dos demais credores. Se um só dos credores receber a prestação, torna-se devedor diante os demais credores, pela quota-parte de cada um. (art. 261 CC)
A remissão da dívida em relação a um dos credores (art. 262 CC)
Sendo indivisível a obrigação e vários os credores, a relação obrigacional não se extingue pela remissão feita por um deles, e os demais credores tem o direito de exigir o pagamento de sua parte, descontada a parte do credor remitente. O mesmo será observado nos demais casos de extinção da obrigação como: a compensação, confusão, transação ou novação.
Perda da indivisibilidade (art. 263 CC)
Quando os devedores estão sujeitos a uma prestação indivisível, a obrigação tornar-se-á divisível, e cada um passará a dever a sua quota-parte, no caso de vir ela a converter-se no seu equivalente pecuniário, isto é, perde a qualidade de indivisível a prestação que se resolveu em perdas e danos, uma vez que a prestação em dinheiro ficou no lugar da coisa ou do serviço indivisível, e é de sua natureza a divisibilidade.
A conversão do débito nas perdas e danos poderá ocorrer por culpa de todos os coobrigados ou de um deles. No primeiro caso, todos são responsáveis dividindo em partes a quantia devida. No segundo, apenas o devedor culpado responde pelo dano causado, e somente dele poderá ser demandada a reparação, em razão do princípio segundo o qual a pena atinge apenas o infrator.
Indivisibilidade x Solidariedade
1º a causa da solidariedade é o título, e da indivisibilidade é a natureza da prestação
2º na solidariedade cada devedor paga por inteiro, porque deve por inteiro, enquanto que na indivisibilidade solve a totalidade, em razão da impossibilidade de repartir a coisa devida.
3º a solidariedade é uma relação subjetiva, pois é artifício jurídico criado para reforçar o vínculo e facilitar a solução da dívida, reside nas próprias pessoas envolvidas, resuta da lei ou do contrato, isto é, é de origem técnica, enquanto a indivisibilidade é objetiva, pois assegura a unidade da prestação, é de origem material.
4º a indivisibilidade termina quando a obrigação se converte em perdas e danos, enquanto que a solidariedade conserva este atributo.

Outros materiais