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20220307092354-LANÇAMENTO E AÇÃO ANULATÓRIA

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Prof. Alessandro Spilborghs
Direito Tributário
LANÇAMENTO E ANULATÓRIA
SITUAÇÃO PROBLEMA
A Administração Fazendária de determinado Estado, por entender que a
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos– ECT enquadra‐se como
contribuinte do IPVA incidente sobre os novos veículos de sua frota,
adquiridos e emplacados em seu território, efetuou lançamento tributário
direto relativo ao respectivo imposto de sua competência.
Todavia, a aludida empresa, que se encontra no prazo regular para
pagamento do IPVA, não quitou o imposto por discordar de sua cobrança,
entendendo não ser seu contribuinte, ante a relevância dos serviços de
natureza postal para a população.
Sabendo‐se que a referida Empresa pretende viabilizar demanda judicial
para a defesa dos seus interesses, uma vez que não houve oferecimento de
defesa administrativa em tempo hábil, bem como, contados da data da
notificação do lançamento tributário até o presente momento,
consumaram‐se 90 (noventa) dias, redija, na qualidade de advogado
contratado pela ECT, a petição pertinente que traga o rito mais célere, com
base no direito material e processual tributário, ciente da desnecessidade
de outras provas, que não sejam documentais.
PALAVRAS CHAVE
❑QUEM? Adm. Fazendária do Estado e ECT
❑QUANDO? Há 90 dias
❑ONDE? Não informado
❑O QUE ACONTECEU? Exigência do IPVA sobre 
veículos pertencentes e utilizados pela ECT
❑POR QUE? O Estado entende que a ECT enquadra-
se como contribuinte do IPVA em razão dos novos 
veículos adquiridos para sua frota
1º PASSO – qual o objetivo do cliente?
Pretensão
Pagar Não pagar Restituir
(...)a aludida empresa, que se 
encontra no prazo regular para 
pagamento do IPVA, não quitou 
o imposto por discordar de sua 
cobrança (...)
2º PASSO – identificar a peça
Há 
lançamento?
NÃO
Mandado de 
Segurança
Declaratória
SIM
Mandado de 
Segurança
Anulatória
(...) contados da data da notificação do
lançamento tributário até o presente
momento, consumaram‐se 90 (noventa)
dias, redija, na qualidade de advogado
contratado pela ECT, a petição
pertinente que traga o rito mais célere,
com base no direito material e
processual tributário, ciente da
desnecessidade de outras provas, que
não sejam documentais.
3º PASSO - Endereçamento
TRIBUTO
FEDERAL
JUIZ 
FEDERAL
ESTADUAL
MUNICIPAL
JUIZ 
DIREITO
O
N
D
E
 P
R
O
P
O
R Domicílio 
autor
Domicílio réu
Local ato ou 
fato
Local do 
pagto
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz 
Federal da ...Vara Cível da Subseção 
Judiciária de...
4º PASSO - Partes
AUTOR - impetrante
• Qualificação completa 
conforme art. 319, CPC 
RÉU - impetrado
• Delegado da 
Receita Federal do 
Brasil
União
• Delegado Regional 
Tributário
Estado / 
DF
• Diretor do 
Departamento de 
Rendas
Município
Delegado Regional Tributário, 
integrante da Delegacia Regional do 
Estado..., órgão do Estado... Pessoa 
jurídica de direito público interno
(...) os nomes, os prenomes, o estado 
civil, a existência de união estável, a 
profissão, o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, 
o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu;
5º PASSO – Tese jurídica
• Constituição Federal
• Art. 150 a 152
Princípios e 
Imunidades
• Código Tributário Nacional
• Art. 128 a 138
Responsabilidade
• Código Tributário Nacional
• Art. 173 e 174
Decadência e 
Prescrição
• Constituição Federal e CTN
• Depende da espécie
Espécie tributária
• Código Tributário Nacional
• Art. 142 em diante
Crédito tributário
A Administração Fazendária de determinado Estado, por entender que a Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos– ECT enquadra‐se como contribuinte do IPVA
incidente sobre os novos veículos de sua frota, adquiridos e emplacados em seu
território, efetuou lançamento tributário direto relativo ao respectivo imposto de sua
competência.
Todavia, a aludida empresa, que se encontra no prazo regular para pagamento do IPVA,
não quitou o imposto por discordar de sua cobrança, entendendo não ser seu
contribuinte, ante a relevância dos serviços de natureza postal para a população.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Art. 150. § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva
às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
Art. 150. § 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do
parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e
aos serviços, relacionados com exploração de atividades
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exonera o promitente comprador da
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
IMUNIDADE 
RECÍPROCA
ENTES FEDERADOS
AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES
EMPRESAS PÚBLICAS E 
SOCIEDADES DE ECONOMIA 
MISTA
Todo patrimônio, renda 
e serviços
Patrimônio, renda e serviços 
vinculados às finalidades 
essenciais ou delas decorrentes
Patrimônio, renda e serviços 
vinculados às finalidades essenciais 
desde que o serviço público seja 
prestado sem intuito lucrativo
Art. 21. Compete à União:
X - manter o serviço postal 
e o correio aéreo nacional;
Art. 3º Tributo é toda prestação
pecuniária compulsória, em moeda ou
cujo valor nela se possa exprimir, que
não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente
vinculada.
LANÇAMENTO
Art. 142. Compete privativamente à
autoridade administrativa constituir o
crédito tributário pelo lançamento, assim
entendido o procedimento administrativo
tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente,
determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o
sujeito passivo e, sendo caso, propor a
aplicação da penalidade cabível.
CONSTITUIDECLARA
FG OT
LANÇA-
MENTO
CT
DEPENDE DO PROCEDIMENTO E 
PARTICIPAÇÃO DO CONTRIBUINTE
DIRETO OU OFÍCIO
MISTO OU DECLARAÇÃO
AUTOLANÇAMENTO OU 
HOMOLOGAÇÃO
#SELIGA Nº 01 
A entrega de declaração pelo
contribuinte reconhecendo
débito fiscal constitui o crédito
tributário, dispensada qualquer
outra providência por parte do
fisco (súmula 436 do STJ)
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos
cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o
pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo
ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade
assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a
contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a
Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
#SELIGA Nº 02 
D
E
C
L
A
R
A
C
A
L
C
U
L
A
P
A
G
A
H
O
M
O
L
O
G
A
5 ANOS
Quando não houver declaração do débito, o
prazo decadencial quinquenal para o Fisco
constituir o crédito tributário conta-se
exclusivamente na forma do art. 173, I, do
CTN, nos casos em que a legislação atribui
ao sujeito passivo o dever de antecipar o
pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa.
Súmula 555 do STJ
#SELIGA Nº 03 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da
ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se
pela lei então vigente, ainda que posteriormente
modificada ou revogada.
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que,
posteriormente à ocorrência do fato gerador da
obrigação, tenha instituído novos critérios de
apuração ou processos de fiscalização, ampliado
os poderes de investigaçãodas autoridades
administrativas, ou outorgado ao crédito maiores
garantias ou privilégios, exceto, neste último caso,
para o efeito de atribuir responsabilidade
tributária a terceiros.
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou
tome em consideração, o valor ou o preço de bens,
direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade
lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele
valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não
mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos
prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito
passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado,
ressalvada, em caso de contestação, avaliação
contraditória, administrativa ou judicial.
3% 2% ISENTO
MAI/18
FEV/18 SET/20 FEV/22
FATO GERADOR
DEZ/2014
LEI 1.234/10 LEI 5.678/19
Lei 6.830/80
Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda
Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei,
salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de
repetição do indébito ou AÇÃO ANULATÓRIA DO ATO
DECLARATIVO DA DÍVIDA, ESTA PRECEDIDA DO
DEPÓSITO PREPARATÓRIO DO VALOR DO DÉBITO,
monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de
mora e demais encargos.
AÇÃO ANULATÓRIA
Jurisprudência
Súmula 112, STJ
O depósito somente 
suspende a exigibilidade 
do crédito tributário se for 
integral e em dinheiro.
SÚMULA VINCULANTE Nº 28
É inconstitucional a exigência de
depósito prévio como requisito de
admissibilidade de ação judicial na
qual se pretenda discutir a
exigibilidade de crédito tributário.
SEM
DEPÓSITO
OPCIONAL
NÃO 
SUSPENDE
COM
DEPÓSITO
OPCIONAL
SUSPENDE
TUTELA 
PROVISÓRIA
OPCIONAL
SUSPENDE
Ação Anulatória entre as 
demais ações
p
re
te
n
s
ã
o
pagar
não pagar
Declaratória
Anulatória
Mandado 
Segurança
restituir
FATO 
GERDOR
LANÇA-
MENTO
EXECUÇÃO 
FISCAL
Declaratória
Mandado Segurança
Anulatória
Mandado Segurança
Declaratória
Antes do 
lançamento
Não tem prazo
Cabe tutela 
provisória
Admite dilação 
probatória
Condenação em 
custas e honorários
Independe de 
garantia
Mandado 
Segurança
Antes ou após o 
lançamento
Prazo de 120 dias 
se for repressivo
Cabe tutela 
provisória (liminar)
Não admite dilação 
probatória
Condenação em 
custas
Independe de 
garantia
Anulatória
Após o lançamento
Prazo de 5 anos do 
lançamento
Cabe tutela 
provisória
Admite dilação 
probatória
Condenação em 
custas e honorários
Independe de 
garantia
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS
CARACTERÍSTICAS 
DA ANULATÓRIA
❑ ENDEREÇAMENTO: domicílio do 
autor
❑ QUALIFICAÇÃO: completa
❑ FUNDAMENTOS: art. 38 da Lei 
6.830/80 c/c 319, CPC
❑ DEPÓSITO: não depende
❑ TUTELA PROVISÓRIA: pode 
requerer
❑ PEDIDO: desconstituir o crédito 
tributário, anulando-se o lançamento
PRINCIPAL: procedência do pedido para desconstituir o 
crédito tributário, anulando-se o lançamento de forma 
definitiva
CITAÇÃO: requerer a citação do réu para contestar
PROVAS: requerer a produção de provas por todos os meios em 
Direito admitidos
VERBAS SUCUMBENCIAIS: requerer a condenação do réu ao 
pagamento das custas e honorários
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO / MEDIAÇÃO: requerer 
a opção pela não realização da audiência
VALOR DA CAUSA: valor do lançamento