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Prof. Alessandro Spilborghs Direito Tributário LANÇAMENTO E ANULATÓRIA SITUAÇÃO PROBLEMA A Administração Fazendária de determinado Estado, por entender que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos– ECT enquadra‐se como contribuinte do IPVA incidente sobre os novos veículos de sua frota, adquiridos e emplacados em seu território, efetuou lançamento tributário direto relativo ao respectivo imposto de sua competência. Todavia, a aludida empresa, que se encontra no prazo regular para pagamento do IPVA, não quitou o imposto por discordar de sua cobrança, entendendo não ser seu contribuinte, ante a relevância dos serviços de natureza postal para a população. Sabendo‐se que a referida Empresa pretende viabilizar demanda judicial para a defesa dos seus interesses, uma vez que não houve oferecimento de defesa administrativa em tempo hábil, bem como, contados da data da notificação do lançamento tributário até o presente momento, consumaram‐se 90 (noventa) dias, redija, na qualidade de advogado contratado pela ECT, a petição pertinente que traga o rito mais célere, com base no direito material e processual tributário, ciente da desnecessidade de outras provas, que não sejam documentais. PALAVRAS CHAVE ❑QUEM? Adm. Fazendária do Estado e ECT ❑QUANDO? Há 90 dias ❑ONDE? Não informado ❑O QUE ACONTECEU? Exigência do IPVA sobre veículos pertencentes e utilizados pela ECT ❑POR QUE? O Estado entende que a ECT enquadra- se como contribuinte do IPVA em razão dos novos veículos adquiridos para sua frota 1º PASSO – qual o objetivo do cliente? Pretensão Pagar Não pagar Restituir (...)a aludida empresa, que se encontra no prazo regular para pagamento do IPVA, não quitou o imposto por discordar de sua cobrança (...) 2º PASSO – identificar a peça Há lançamento? NÃO Mandado de Segurança Declaratória SIM Mandado de Segurança Anulatória (...) contados da data da notificação do lançamento tributário até o presente momento, consumaram‐se 90 (noventa) dias, redija, na qualidade de advogado contratado pela ECT, a petição pertinente que traga o rito mais célere, com base no direito material e processual tributário, ciente da desnecessidade de outras provas, que não sejam documentais. 3º PASSO - Endereçamento TRIBUTO FEDERAL JUIZ FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL JUIZ DIREITO O N D E P R O P O R Domicílio autor Domicílio réu Local ato ou fato Local do pagto Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ...Vara Cível da Subseção Judiciária de... 4º PASSO - Partes AUTOR - impetrante • Qualificação completa conforme art. 319, CPC RÉU - impetrado • Delegado da Receita Federal do Brasil União • Delegado Regional Tributário Estado / DF • Diretor do Departamento de Rendas Município Delegado Regional Tributário, integrante da Delegacia Regional do Estado..., órgão do Estado... Pessoa jurídica de direito público interno (...) os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 5º PASSO – Tese jurídica • Constituição Federal • Art. 150 a 152 Princípios e Imunidades • Código Tributário Nacional • Art. 128 a 138 Responsabilidade • Código Tributário Nacional • Art. 173 e 174 Decadência e Prescrição • Constituição Federal e CTN • Depende da espécie Espécie tributária • Código Tributário Nacional • Art. 142 em diante Crédito tributário A Administração Fazendária de determinado Estado, por entender que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos– ECT enquadra‐se como contribuinte do IPVA incidente sobre os novos veículos de sua frota, adquiridos e emplacados em seu território, efetuou lançamento tributário direto relativo ao respectivo imposto de sua competência. Todavia, a aludida empresa, que se encontra no prazo regular para pagamento do IPVA, não quitou o imposto por discordar de sua cobrança, entendendo não ser seu contribuinte, ante a relevância dos serviços de natureza postal para a população. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; Art. 150. § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Art. 150. § 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. IMUNIDADE RECÍPROCA ENTES FEDERADOS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA Todo patrimônio, renda e serviços Patrimônio, renda e serviços vinculados às finalidades essenciais ou delas decorrentes Patrimônio, renda e serviços vinculados às finalidades essenciais desde que o serviço público seja prestado sem intuito lucrativo Art. 21. Compete à União: X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. LANÇAMENTO Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. CONSTITUIDECLARA FG OT LANÇA- MENTO CT DEPENDE DO PROCEDIMENTO E PARTICIPAÇÃO DO CONTRIBUINTE DIRETO OU OFÍCIO MISTO OU DECLARAÇÃO AUTOLANÇAMENTO OU HOMOLOGAÇÃO #SELIGA Nº 01 A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco (súmula 436 do STJ) Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. #SELIGA Nº 02 D E C L A R A C A L C U L A P A G A H O M O L O G A 5 ANOS Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. Súmula 555 do STJ #SELIGA Nº 03 Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigaçãodas autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. 3% 2% ISENTO MAI/18 FEV/18 SET/20 FEV/22 FATO GERADOR DEZ/2014 LEI 1.234/10 LEI 5.678/19 Lei 6.830/80 Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou AÇÃO ANULATÓRIA DO ATO DECLARATIVO DA DÍVIDA, ESTA PRECEDIDA DO DEPÓSITO PREPARATÓRIO DO VALOR DO DÉBITO, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos. AÇÃO ANULATÓRIA Jurisprudência Súmula 112, STJ O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro. SÚMULA VINCULANTE Nº 28 É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. SEM DEPÓSITO OPCIONAL NÃO SUSPENDE COM DEPÓSITO OPCIONAL SUSPENDE TUTELA PROVISÓRIA OPCIONAL SUSPENDE Ação Anulatória entre as demais ações p re te n s ã o pagar não pagar Declaratória Anulatória Mandado Segurança restituir FATO GERDOR LANÇA- MENTO EXECUÇÃO FISCAL Declaratória Mandado Segurança Anulatória Mandado Segurança Declaratória Antes do lançamento Não tem prazo Cabe tutela provisória Admite dilação probatória Condenação em custas e honorários Independe de garantia Mandado Segurança Antes ou após o lançamento Prazo de 120 dias se for repressivo Cabe tutela provisória (liminar) Não admite dilação probatória Condenação em custas Independe de garantia Anulatória Após o lançamento Prazo de 5 anos do lançamento Cabe tutela provisória Admite dilação probatória Condenação em custas e honorários Independe de garantia SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS CARACTERÍSTICAS DA ANULATÓRIA ❑ ENDEREÇAMENTO: domicílio do autor ❑ QUALIFICAÇÃO: completa ❑ FUNDAMENTOS: art. 38 da Lei 6.830/80 c/c 319, CPC ❑ DEPÓSITO: não depende ❑ TUTELA PROVISÓRIA: pode requerer ❑ PEDIDO: desconstituir o crédito tributário, anulando-se o lançamento PRINCIPAL: procedência do pedido para desconstituir o crédito tributário, anulando-se o lançamento de forma definitiva CITAÇÃO: requerer a citação do réu para contestar PROVAS: requerer a produção de provas por todos os meios em Direito admitidos VERBAS SUCUMBENCIAIS: requerer a condenação do réu ao pagamento das custas e honorários AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO / MEDIAÇÃO: requerer a opção pela não realização da audiência VALOR DA CAUSA: valor do lançamento