Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA XXª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO - SP MISERICÓRDIA DA SILVA, brasileiro (a), ESTADO CIVIL, PROFISSÃO, inscrito ao CPF sob nº. XXX.XXX.XXX-XX, e no RG nº. XXXXXXXXXX, domiciliado e residente à Rua XXXXXXXXXXXXXXX, nº. XXX, Bairro XXXXXXX, na cidade de Guarulhos, vem perante Vossa Excelência, por seus procuradores, ut instrumento de mandato anexo, propor a presente RECLAMATÓRIA TRABALHISTA Em face de PIEDADE INDUTRIA DE PRODUTOS INFLAMÁVEIS S.A, pessoa jurídica de direito privado, com sede à XXXXXXXX, nº XXX, bairro XXXXX, CEP XX.XXX-XX, na cidade de XXXXXXXX–XX, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – DA SÍNTESE DO CONTRATO DE TRABALHO A Autora foi contratada em 01/2013 pela reclamada para trabalhar de segunda a sábado das 08:00h às 17:30h, com 30 minutos de intervalo para repouso e alimentação por imposição do empregador, sem que houvesse qualquer negociação coletiva ou acordo coletivo individual de compensação. Recebia mensalmente o importe de R$ 2.000,00. Foi despedido sem justo motivo em 05/2022. Ocorre que muitos de seus direitos não eram observados pelo reclamado, razão pela qual propõe a presente relação trabalhista. II – DO DIREITO A). DAS HORAS EXTRAS O Reclamante, como já dito outrora, tinha como jornada contratual das 8:00 às 17:30, com 30 minutos de intervalo de segunda a sábado. Destarte, como restará provado em sede de instrução processual, faz jus o Reclamante à percepção do pagamento horas extras, equivalente a 1h diária, referente a toda a relação laboral havida entre as partes, acrescido de 50% sobre a hora normal, conforme dispõe o parágrafo 1º do artigo 59 da CLT. Procedente a demanda no aspecto, requer ainda os reflexos em adicional de periculosidade, saldo de salário, DRS, férias acrescidas de 1/3 constitucional, 13º salários, FGTS e multa de 40%. B). DAS HORAS EXTRAS DE INTERVALO Como arguido anteriormente, o reclamante tinha por direito 1 horas de intervalo. Embora expresso na constituição e CLT, o Autor usufruía tão somente de 30 minutos por intervalo, o tempo hábil para almoço e em razão da demanda seguia trabalhando. Consoante expõe o artigo 71 da CLT, devem ser pagas as horas de intervalo suprimidas durante todo o contrato laboral, equivalente a 30 min por dia. Assim, requer a condenação do reclamado ao pagamento de horas de intervalo suprimidas durante todo o contrato laboral. C). DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE O Reclamante no desempenho das suas atividades laborais passou a ter contato habitual com produtos tóxico e inflamáveis sem qualquer adicional em sua remuneração Durante a relação laboral o Reclamante não recebeu adicional, sendo evidentemente devido em grau máximo ante a exposição a agentes insalubres em grau máximo, conforme de acordo com o art. 193 da CLT. Destarte, REQUER a realização de perícia técnica para a verificação do grau de exposição das atividades da Reclamante, a ser pago para a Reclamante. Por conseguinte, REQUER seja condenada a Reclamada ao pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo, com reflexos em horas extras, saldo de salário, DRS, férias acrescidas de 1/3 constitucional, 13º salários, FGTS e multa de 40%. D). DAS FÉRIAS A reclamante, deixa demonstrado que tem férias vencidas. O direito a férias é previsto na CLT, no artigo 129, o qual dispõe que: “Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração”. Entende-se, portanto, que, após um ano de trabalho, 12 meses consecutivos, o trabalhador tem direito às férias, trata-se do período aquisitivo, estas, por sua vez, devem ser gozadas durante o período posterior, período concessivo, providas pelo empregador. Dito isto, ressalta-se que o período aquisitivo é o lapso temporal de 12 meses, do início do contrato trabalhista, até este completar um ano, e é requisito para que o direito de férias seja atribuído, de modo que, o trabalhador precisa ter exercido sua função por um ano consecutivo. Posteriormente, após o término do período concessivo, inicia-se o período indenizatório, tendo a reclamada não concedido as férias no prazo. Acerca disso, ressalta-se a Súmula 81 do TST, que diz: “Os dias de férias gozados após o período legal de concessão deverão ser remunerados em dobro”. Ou seja, a título indenizatório, o reclamado deve pagar ao reclamante férias vencidas em dobro, e isto não o exime de prover as férias. Em suma, no que tange às férias do reclamante, vencidas e vincendas, estas são cabíveis da seguinte forma: O cálculo de férias é atribuído como: SALÁRIO + 1/3 SALÁRIO Logo, às férias são devidas em: R$ 2.000,00 + R$ 2.000 = 4.000,00/3 = R$ 4.4000,00 + R$ 1.333,33 = R$ 5.333,33 Tendo sido às férias não concedidas, devem ser pagas em dobro, como referido acima, a título indenizatório, desta forma: R$ 5.333,33 x 2 = R$ 10.666,66. Diante o exposto, o valor referente às férias, vencidas, corresponde a R$ 10.666,66 E) DAS VERBAS RECISÓRIAS Tendo em vista a inexistência de justa causa para rescisão do contrato de trabalho, surge para o RECLAMANTE o direito ao Aviso Prévio Indenizado, prorrogado ao término do contrato para o mês março do ano de 2020, uma vez que o § 1º do artigo 487 da CLT, estabelece que a não concessão do aviso prévio pelo empregador dá direito ao pagamento dos salários do respectivo período, integrando-se ao seu tempo de serviço para todos os fins legais. Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de: (...)§ 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço Dessa forma, o período de aviso prévio indenizado, corresponde a mais 51 dias trabalhados de tempo de serviço, feitos de cálculo do seu salário de 2.000 (dois mil reais), mais os 51 dias (R$ 3.400 reais). 1 mês = 2.000 21 dias = 1.400 2.000 + 1.4000 = R$ 3.400,00 O RECLAMANTE faz jus, portanto, ao Aviso Prévio Indenizado com reflexos em horas extras, saldo de salário, DRS, férias acrescidas de 1/3 constitucional, 13º salários, FGTS e multa de 40%. F). DO ASSÉDIO MORAL Diante dos fatos narrados, é plenamente possível afirmar que o Reclamante sofreu ASSÉDIO MORAL DE NATUREZA GRAVÍSSIMA, em razão das ofensas, o que é REPUGNANTE E INACEITÁVEL. Insta ressaltar que, através de seus superiores, a Reclamada expôs o Reclamante ao ridículo, diante de seus colegas de trabalho a situação vexatória, por essas ações ter sido cometida diante de outros funcionários, há provas testemunhais que corroboram a veracidade. III- DOS PEDIDOS Diante de todo o exposto requer a Vossa Excelência a condenação do Reclamado: a) ao pagamento de horas extras, equivalente a 1 horas semanais durante todo período contratual (R$ 792.500, 00), com reflexos em adicional de PERICULOSIDADE (R$ 72.000,00), férias acrescidas de 1/3 constitucional (R$ 2.666,66), FGTS (R$ XXX, XX) e multa de 40%(R$ XXX,XX) …………………………………………………………………………………………… …..R$ 0.000,00 b) requer a condenação do reclamado ao pagamento do horas de intervalo suprimidas durante todo o contrato laboral, com acréscimo de 50% sobre a hora normal (R$ 792.500,00) d) considerando o caráter punitivo e pedagógico que deve ter a indenização por assédio moral, requer seja fixada no montante equivalentea 10 vezes o valor da última remuneração do Autor ou, alternativamente, requer seja o quantum arbitrado pelo Juíz. Por fim, requer ainda: a) a responsabilidade solidária das reclamadas pelo pagamento das verbas pleiteadas nesta demanda, ou subsidiariamente se assim entender o Juízo; b) a realização de perícia técnica para apuração do grau de insalubridade a ser pago à Reclamante; c) incidência de juros e correção monetária até a data do efetivo pagamento; d) a notificação da Reclamada para apresentar defesa, se quiser, sob pena de revelia e confissão; Atribui à causa, aproximadamente, o valor de R$ 865.168,66 Termos em que pede e espera deferimento. Data OAB/XX nº. XX.XXX ________________________________________
Compartilhar