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Hérnias em animais: classificação e tratamento

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HÉRNIAS 
 Hérnia : saída de um órgão ou tecido através de um 
 a abertura, congênita ou adquirida, da parede em 
 torno da cavidade que o contém através de um 
 ponto de fragilidade da parede sendo conservada a 
 integridade do peritônio e da pele; 
 Todas têm em comum o anel herniário, saco herniário e 
 conteúdo herniário; 
 FORMA DE CLASSIFICAÇÃO: 
 Etiologia: congênita (desenvolvimento do animal) e 
 adquirida (pós-operatória (incisional), traumática 
 e por fragilidade muscular dos tecidos 
 conjuntivos); 
 Redutibilidade : redutível (prognóstico favorável) e 
 irredutível (encarcerada ou estrangulada); 
 Encarcerada: caracteriza-se pelo conteúdo preso na 
 abertura da musculatura com congestionamento dos 
 vasos; 
 Estrangulada : processo conseguinte mais grave; o anel 
 acaba estrangulando e comprometendo a vascularização; 
 pode ocorrer área de necrose, perda tecidual, ruptura, e até 
 extravasamento do lúmen do órgão; 
 Evolução : 
 Simples : conteúdo mole à palpação, redutível, indolor, anel 
 palpável; 
 Complicada : conteúdo firme, irredutível, doloroso (processo 
 inflamatório), anel não delimitado (encarceramento, 
 aderências, estrangulamento), recidiva; 
 Conteúdo: omento, intestino, vesícula urinária, 
 útero, fígado, estômago; exames de imagem se 
 fazem fundamentais para a descoberta do 
 conteúdo presente; 
 HÉRNIA UMBILICAL: mais prevalente; tipicamente 
 simples e redutível (conteúdo usual é o omento, ou 
 até porções do intestino); 
 Sinais: em casos de simples redutível são quase 
 sempre assintomáticos; podem ocorrer 
 complicações como anorexia, depressão, dor, 
 êmese, peritonite, choque; 
 Não negligenciar, avaliando o conteúdo, tamanho do anel 
 herniário; 
 Diagnóstico: auxílio de US/doppler em caso de 
 conteúdo encarcerado; RX (estado geral do 
 paciente); 
 Diferencial: tumores (idosos), abcessos, eventração (pós 
 OSH), gordura, hematoma; 
 Tratamento: em hérnias irredutíveis encarceradas, 
 a situação é de urgência; teve uma inflamação e 
 aderência, conforme essa inflamação aumentar, 
 pode acabar se tornando uma estrangulada (caso 
 de emergência); 
 Hérnias redutíveis podem ser eletivas (estado do 
 paciente); pode ter resolução espontânea (idade 
 em até 6 meses); 
 TÉCNICA 
 Fechada : redutível; 2 opções (com excisão ou não do saco 
 herniário; mais indicada somente com conteúdo 
 gorduroso (omento); ampliação do defeito, com a 
 visualização de vísceras; divulsão (redução/excisão); 
 Aberta: sempre que precisa abrir o saco herniário (seja por 
 aderência ou casos de hérnia estrangulada); mais indicada; 
 duas opções a depender do conteúdo (incisão simples 
 longitudinal sobre saco herniário, ou incisão dupla ao 
 redor do saco herniário ( mais segura ); 
 Quando realizar a celiotomia mediana extensa? 
 quando há comprometimento de vísceras 
 (necessidade de excisão); não distorcer tecido com 
 suspeita de estrangulação (risco de endotoxemia 
 por reperfusão), e liberar com cuidado o conteúdo 
 visceral da hérnia (pinça atraumática para 
 manipulação); colocação de segundo campo 
 operatório para a retiragem das vísceras; 
 O que fazer com grandes defeitos? coloca-se a malha 
 de tecido sintético, e sutura-se as fasceas da 
 musculatura entre a parede da cavidade onde se 
 realiza a cirurgia; 
 HÉRNIA INGUINAL X UMBILICAL: se difere pela 
 protrusão, onde na inguinal se dá por meio do 
 canal inguinal (podendo ser direta, pelo processo 
 vaginal, e indireta, adjacente ao processo vaginal); 
 já o outro pelo se dá por meio do anel umbilical; 
 A inguinal pode ser bilateral (mais comum é unilateral); 
 congênita é rara, sendo a adquirida mais frequente 
 (principalmente em cadelas de meia idade, e machos 
 jovens (até 2 anos); 
 As cadelas são mais predispostas, pois o anel inguinal é 
 mais curto e de maior diâmetro, há o deslocamento do 
 corno uterino durante a herniação; 
 Emergencial com peculiaridades: distocia ou 
 piometrite toxêmica em útero encarcerado; 
 HÉRNIA PERINEAL: adquirida é a forma mais 
 comum; mais prevalente em cães machos não 
 castrados, associada a hiperplasia prostática 
 benigna; logo, não se pode fazer um reparo de 
 hérnia sem uma orquiectomia; 
 Caudal: entre elevador anus, obturador interno e esfíncter 
 anal externo (mais comum); 
 Dorsal: elevador do anus e coccígeo; 
 Ventral: entre isquiouretral, bulbocavernoso e 
 isquiocavernoso; 
 Ciática: entre o ligamento sacrotuberoso e o músculo 
 coccígeo; 
 Retroflexão vesical (emergência): há a reversão onde 
 o ápice vesical ao invés de cranial, é caudal 
 (estrangulamento), impedindo do animal de 
 realizar micção; risco de ruptura, necrose, risco de 
 comprometimento vascular; 
 TÉCNICAS 
 Técnica de Sutura Padrão: após a redução da 
 musculatura, é trabalhado com os bordos das 
 musculaturas que restaram; bordos simples, 
 separados, com fio inabsorvível; 
 Transposição do Músculo Obturador (interno): 
 músculo presente sob a tábua do ísquio; iremos 
 rebater o m. obturador, com o auxílio de um 
 elevador de periósteo, o posicionando no local do 
 elevador do anus e do coccígeo; 
 Transposição do Músculo Semitendinoso: divulsa, 
 disseca e separa o m. semitendinoso, e transpondo 
 para o lado oposto da hérnia; 
 Reparação com uso de implantes : sintéticos como 
 tela de ou biológicos como membrana de 
 pericárdio/ peritônio bovino colágeno dérmico 
 suíno, submucosa de intestino delgado de suíno, 
 túnica vagina e fáscia lata; 
 Prognóstico: há uma alta taxa de recidiva; se não realizar 
 orquiectomia mesmo sem HPB tem 2,7 vezes mais chance 
 de recidiva; pode reparar unilateral e ocorrer recidiva no 
 oposto; bilaterais e ventrais com grande atrofia muscular, 
 ou desvios e divertículos de reto, há um pior prognóstico; 
 infecção e deiscência (ferida suja, como no ânus); 
 HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA: maioria é secundária a 
 trauma (acidentes); vísceras não ficam herniadas 
 para o subcutâneo, mas sim para a cavidade 
 torácica; pode haver comprometimento 
 respiratório; o paciente pode se apresentar 
 assintomático (necessidade de raio X após o 
 trauma); insuficiência respiratória grave em 
 animais politraumatizados (diagnóstico 
 emergencial em 15 min); 
 Em casos de hérnia diafragmática por trauma, realizar o 
 ABC do trauma, pois com um paciente estável, a cirurgia é 
 precoce; evitando aderências e complicações na função 
 respiratória, lobectomia hepática/pulmonar, dilatação 
 gástrica (dispnéia aguda grave), vólvulo intestinal, 
 tamponamento cardíaco; 
 Cirurgia tardia: achado radiográfico; complicações tardias; 
 pior prognóstico (aderências; dificuldade cirúrgica 
 (estruturas nobres), como vasos, pulmão, nervos); além do 
 comprometimento pulmonar; 
 Considerações finais: diferentes quadros, técnicas e 
 prevalência, todas podem ser assintomáticas ou 
 uma emergência mas o que é o mais comum 
 EVENTRAÇÃO X HÉRNIA: a hérnia tem um saco 
 herniário onde o conteúdo é extravasado; já na 
 eventração, o peritônio se encontra rompido, não 
 envolvendo as vísceras junto com o saco 
 herniário, logo, são as vísceras saindo da parede 
 sem estarem delimitadas por um saco de serosa, 
 sem estarem exteriorizadas fora da pele;EVISCERAÇÃO: exteriorização de conteúdo da 
 cavidade abdominal para fora da pele; pode 
 ocorrer em cães secundária à deiscência 
 pós-cirúrgica ou trauma; 
 Em animais afetados, os intestinos são tipicamente 
 eviscerados e podem ter contaminantes grosseiros, como 
 sujeira; independentemente da causa, a exposição e a 
 contaminação das vísceras abdominais justificam a 
 intervenção cirúrgica imediata; 
 Emergência: usualmente causa sepse e grave perda 
 de sangue; mutilação do intestino exposto; o 
 abdome deve ser protegido com bandagens; 
 fluidoterapia iniciada e antibióticos de largo 
 espectro administrados enquanto o animal é 
 preparado para cirurgia; se houver nós mal atados 
 ou sutura inapropriada, toda a linha de sutura 
 deve ser removida e substituída; o intestino deve 
 ser inspecionado (avaliando sua viabilidade); 
 lavagem abdominal intensa com solução salina 
 aquecida e estéril; drenagem abdominal aberta ou 
 drenagem por aspiração pode ser considerada 
 para animais com peritonite generalizada; 
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