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Saúde da mulher Vulvovaginites -Resíduo vaginal fisiológico: composto por: muco cervical; fluido endocervical; células vaginais e cervicais esfoliadas; secreção glandular; flora vaginal e seis produtos metabólicos Pequeno volume, inodoro, incolor, sem clinica Estrogênio à deposito de glicogênio nas células epiteliais vaginais. É convertido em acido lático (ph<4,5). Além de determinar o ph, o acido lático é responsável por ativar os linfócitos T, que participa diretamente na resposta imune celular e diminuição de microrganismos extracelulares Ph fisiológico de uma mulher na menacme < 4,5 O que perguntar sobre corrimento vaginal: quantidade, coloração e aspecto; odor; prurido vaginal ou vulvar; ardor/ queimação; disuria; dispareunia -Fatores que afetam a flora vaginal: ciclo menstrual; gestação; uso de anticonceptivos; atividade sexual; uso de ATB; drogas imunossupressoras. A maioria dos casos de Vulvovaginites (75%) é de etiologia inespecífica -Vaginose bacteriana: mais comum Ocorre um desequilíbrio da flora vaginal caracterizado pela substituição da flora normal (denominada Lactobacilus) por uma flora composta por bactérias anaeróbicas e facultativas Alteração na flora bacteriana normal à diminuição de lactobacilos à aumenta anaeróbicos Ph vaginal > 4,5 (4,7 a 5,4) Principal: Gardenerella FR: negros; uso de duchas vaginais; tabagismo; menstruação prolongada; estresse crônico; elevado numero de parceiros; sexo desprotegido; sexo anal antes do sexo vaginal; sexo com parceiro não circuncisado Microscopia: presença de células indicadoras (Clue cells); ausência de; lactobacilos Clinica: corrimento de aspecto homogêneo; coloração branco acinzentada ou até mesmo amarelada. A intensidade é variável e possui odor fétido principalmente após a relação sexual desprotegida e durante a menstruação A VB isolada não causa disuria ou dispareunia, pois não é acompanhada de processo inflamatório Testes das aminas (KOH): odor fétido Microscopia: presença de clue cells e ausência de lactobacillus Critérios de Amsel: (presença de 3 critérios) -Corrimento vaginal branco acinzentado homogêneo aderente as paredes vaginais -Teste de aminas positivos -Presença de Clue cells -Ph vaginal > 4,5 Padrão ouro: critério de Nugent - baseia-se em elementos avaliados na bacterioscopia com coloração score 0 a 3à flor normal score 4 a 6 à microbiota intermediaria score 7 a 10 à Vaginose bacteriana Complicações da VB: DIP; infecção pós operatória; aumento da taxa de infecção pelo HIV Na gravidez: aumento o risco de prematuridade; infecção intra- aminiotica; RN de baixo peso ao nascer; endometrite pós parto *Tratar sempre, mesmo se assintomática Tratamento: visa eliminar os sintomas e reestabelecer o equilíbrio da flora fisiológica -Metronidazol VO – 12/12 horas, 7 dias OU -Metronidazol gel – 5 dias; Intravaginal. Muito mais barato OU -Clindamicina (creme) – Intravaginal **Não trata o parceiro **Pedir retorno em 2 meses Abstenção de sexo e do uso de álcool durante tratamento VB de repetição: mudar regime terapêutico -Metronidazol VO - 12/12 horas, 14 dias Se não for efetivo, utilizar: -Metronidazol gel – Intravaginal; 2x/ semana, de 4 a 6 meses Medidas gerais: não usar absorventes diários; nem sabonetes com cheios; uso de acido bórico vaginal -Candidíase: Muito frequente. Principalmente causada por candida albicans Patogenia: condições que alteram a concentração hormonal como gravidez e uso de contraceptivos de alta dosagem, facilitam a proliferação de fungos. Quando o sistema imune não consegue inibir a proliferação dos fungos, ocorre a passagem do estado saprófita para o patogênico, com consequente aparecimento de sinais e sintomas Candidíase recorrente: a partir de 3x por ano Quadro clinico: Corrimento esbranquiçado, fluido ou grumoso, inodoro (aderido as paredes vaginais); prurido; dispareunia superficial; disuria; ardência/ queimação vulvovaginal; eritema/ edema vulvar e vaginal. Exame ginecológico: hiperemia vulvar, edema e fissuras são frequentemente observadas Ph < 4,5 Nem sempre é esbranquiçada, o importante é aderência as paredes e os grumos. Coloração de gram: Presença de esporos e pseudo-hifas. Tratar apenas de queixa clinica FR: biquini molhado; roupa intima de tecido sintético; estresse; roupas apertadas; imunossupressão; diabetes; ATB; usuário crônico de corticoide Classificação: Candida não complicada: episódios esporádicos ou infrequentes; intensidade leve ou moderada; mulheres não imunossuprimidas. Principalmente por candida albicans Candidíase complicada: episódios recorrentes; intensidade severa ou por espécies não albicans ou em mulheres com diabetes, condições que comprometem o sistema imune, debilitadas ou recebendo imunossupressores. Principalmente por candida não albicans (10 a 20%) Diagnostico clinico: sempre confirmar pela presença de fungos por exame a fresco e observando a presença de hifas e/ou esporos; bacterioscopia com coloração ou cultura. Tratamento: Sistêmico: -Fluconazol 150 mg DU -Cetoconazol 200 mg 12/12h por 5 dias -Itraconazol 100 mg 12/12h por 1 dia Vaginal: -Derivados imidazólicos: uso durante 7d (exceto butoconazol – DU) -Derivados poliênicos (Nistatina) (aumenta risco de romper preservativo): aplicar por 14d -Óvulo vaginal – DU Candidíase complicada (não albicans) Tratamento em casos recorrentes; não albicans; grave; imunossuprimida (tratar por 14 dias): Realizar tratamento mais longo com imidazólico à 7 a 14 dias + Realizar tratamento mais longo com fluconazol à 3 doses com intervalo de 3 dias. A cada 72 horas, tomar uma nova dose Profilaxia: manter fluconazol 150 mg à 1cp por semana por 6 meses Tratamento para candidíase não albicans: 1- Nistatina 2- Acido bórico 3- Anfotericina B Gravida só trata com tópico! -Tricomoníase: IST - alta taxa de transmissão Aumenta 3x o risco de contaminação pelo HIV Parasita anaeróbico que só existe na forma de trofozoíto Período de incubação à 3 a 28 dias (media 7 dias) Transição sexual Clinica: corrimento profusa; purulento; bolhas grandes; amarelo esverdeado; odor fétido; colo com sufusões hemorrágicas (em framboesa) Colo em framboesa + quadro infeccioso = patognomonico Hiperemia; prurido vulvar; disuria; ardência vaginal Ph > 5 Pode haver pacientes crônicas assintomáticas Diagnostico Exame clinico: sintomas + exame físico Microscopia: presença do flagelo Cultura: meio de cultivo Diamond (cultura para tricomonas) não faz parte do dia a dia. Muito associado a VB Biologia molecular: não faz parte da rotina. Alto custo, pouca utilidade e pratica clinica Tratamento: Metronidazol 2g– DU ou Tinidazol 2g– DU Tratamento alternativo: Metronidazol 500 mg por 7 dias -Vaginite citolítica: Proliferação excessiva de lactobacilos à dano a camada intermediaria do epitélio vaginal à diminuição do ph Clinica: corrimento abundante; prurido; sensação de queimação; desconforto vaginal; disuria; dispareunia Ph frequentemente < 4 Sintomas cíclicos à fase lútea; fase pré menstrual. A exacerbação dos sintomas ocorre na fase lútea do ciclo e particularmente no período pré menstrual O diagnostico se baseia nos sintomas clínicos (corrimento esbranquiçado e abundante), prurido, ardor, queimação, disuria, dispareunia, principalmente pré menstrual. Ph< 4 A bacterioscopia revela aumento excessivo na população lactobacilar, sem esporos e pseudo-hifas Critério de donders à predomínio de flora tipo 1 (numerosos lactobacilos pleomórficos e sem outro tipo de bactérias) -Não tem tratamento especifico.É recomendado medidas que alcalinizem o meio como duchas vaginais com bicabornato de sódio principalmente no período pré menstrual DD de pacientes jovens com grande quantidade de acido ático; não associado a nenhum microorganismo -Vaginite inflamatória inespecífica à vaginite exudativa: Ocorre particularmente em mulheres na perimenopausa e pós menopausa, embora possa acontecer em qualquer idade Caracterizada por intensa inflamação vaginal com eritema e corrimento vaginal purulento causando desconforto e dispareunia. Etiologia desconhecida Corrimento vaginal purulento; eritema; disuria; -Exame ginecológico: processo inflamatório de intensidade variável, com eritema -Perda da flora de lactobacillus -Ph vaginal > 4,5 -Talvez a deficiência de estrogênio possa estar relacionada Tratamento: Clindamicina creme – 14d OU Hidrocortisona Intravaginal – 2 a 4 semanas -Vaginite aeróbia Estado de alteração do meio vaginal caracterizado por microflora contendo bactérias aeróbicas entéricas e redução ou falta de lactobacillus Alteração do meio vaginal – diminuição de lactobacilos; aumento das bactérias aeróbicas entéricas Bactérias que predominam: Streptococcus; Staphylococcus aureus e escherichia coli Clinica: corrimento purulento, com odor desagradável (teste das aminas -) dispareunia; irritação vulvar; dispareunia. Critério de donders à predomínio de flora tipo 3 (lactobacilos ausentes, estando presentes outras bactérias) Tratamento: ainda não existe recomendações terapêuticas. Clindamicina creme – 14d OU Hidrocortisona Intravaginal – 2 a 4 semanas