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Daniely Alves Dalla Zana Frazão 1 Doenças comuns da tireoide Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 DOENÇAS COMUNS DA TIREOIDE FISIOLOGIA DA TIREOIDE A glândula tireoide é uma glândula em formato de borboleta que repousa sobre a traqueia, na base da garganta, logo abaixo da laringe. A glândula tireoide possui dois diferentes tipos celulares: células C (clear), que secretam um hormônio regulador de cálcio, chamado de calcitonina, e as células foliculares, que secretam os hormônios da tireoide. OS HORMÔNIOS DA TIREOIDE CONTÊM IODO Os hormônios da tireoide têm efeitos de longo prazo no metabolismo. Os hormônios da tireoide são aminas derivadas do aminoácido tirosina, e eles são incomuns porque contêm o elemento iodo. A síntese dos hormônios da tireoide ocorre nos folículos tireoideanos (também chamados de ácinos), estruturas esféricas cujas paredes são compostas por uma camada única de células epiteliais. O centro oco de cada folículo é preenchido com uma mistura pegajosa de glicoproteínas, denominada coloide. O coloide mantém um suprimento de 2 a 3 meses de hormônios da tireoide. As células foliculares que cercam o coloide sintetizam uma glicoproteína, chamada de tireoglobulina, e enzimas para a síntese dos hormônios da tireoide. Essas proteínas são empacotadas em vesículas e secretadas no centro do folículo. As células foliculares também concentram ativamente o iodo da dieta, I-, usando o simporte sódio-iodo (NIS). O transporte de I- para o coloide é mediado por um transportador de ânions, chamado de pendrina. Conforme o I- entra no coloide, a enzima tireoide peroxidase remove um elétron do iodo e adiciona o iodo à tirosina na molécula de tireoglobulina. A adição de um iodo à tirosina cria a monoiodotirosina (MIT). A adição de um segundo iodo cria a di-iodotirosina (DIT). MIT Daniely Alves Dalla Zana Frazão 2 Doenças comuns da tireoide Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 e DIT, então, sofrem uma reação de acoplamento. Uma MIT e uma DIT combinam- se para formar o hormônio da tireoide tri- iodotironina, ou T3. Duas DIT unem-se para formar a tetraiodotironina (T4). Quando a síntese hormonal está completa, o complexo tireoglobulina – T3/T4 é recapturado pelas células foliculares em vesículas. As enzimas intracelulares liberam os hormônios T3 e T4 da proteína tireoglobulina. O hormônio ativo é T3. Além dos distúrbios intrínsecos de hipo e hiperfunção, muitas condições, como doenças não tireoidianas, gravidez e alguns medicamentos, podem afetar a síntese, o transporte, o metabolismo extratireoide, a absorção e/ou a ação dos hormônios tireoidianos (HT), mimetizando uma disfunção da tireoide. A principal função da tireoide é produzir HT para atender às demandas periféricas. Os dois principais HT são a triodotironina (T3) e a tetraiodotironina (também denominada tiroxina ou T4) Transporte ativo de iodeto (I-) para o interior da célula tireoidiana, por meio do cotransportador de sódio e iodeto (NIS) Oxidação do I- e ligação a resíduos tirosil da tireoglobulina, formando a monoiodotirosina (MIT) e a di- iodotirosina (DIT), reações catalisadas pela tireoperoxidase Acoplamento de duas moléculas de DIT para formar T4, e de MIT+DIT para formar T3 Proteólise da tireoglobulina, com liberação dos hormônios livres na circulação. HIPOTIREOIDISMO Síndrome clínica resultante da deficiente produção ou ação dos hormônios tireoidianos “Alentecimento” generalizado dos processos metabólicos. A hipossecreção de hormônios da tireoide afeta os mesmos sistemas alterados no hipertireoidismo. 1- A diminuição da secreção dos hormônios da tireoide diminui a taxa metabólica e o consumo de oxigênio. Os pacientes tornam-se intolerantes ao frio, visto que eles produzem menos calor interno. 2- O hipotireoidismo diminui a síntese proteica. Em adultos, isso produz unhas quebradiças, queda de cabelos e pele fina e seca. O hipotireoidismo também causa o acúmulo de mucopolissacarídeos sob a pele. Essas moléculas atraem agua e causam a aparência inchada do mixedema. 3- Alterações do sistema nervoso em adultos incluem reflexos lentos, lentidão da fala e dos processos do pensamento e sensação de fadiga. A deficiência da secreção de hormônios da tireoide na infância causa cretinismo, uma condição marcada por capacidade mental diminuída O cretinismo é uma deficiência mental causada pelo hipotireoidismo congênito, durante o desenvolvimento do recém-nascido. Daniely Alves Dalla Zana Frazão 3 Doenças comuns da tireoide Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 4- A alteração cardiovascular primária no hipotireoidismo é a bradicardia (baixa frequência cardíaca) O hipotireoidismo primário é frequentemente causado por uma deficiência de iodo na dieta. Sem iodo, a glândula tireoide não é capaz de formar os hormônios da tireoide. Baixos níveis de T3 e T4 no sangue não são capazes de exercer retroalimentação negativa no hipotálamo e na adeno-hipófise. Na ausência de retroalimentação negativa, a secreção do TSH aumenta significativamente, e o estimulo do TSH aumenta a glândula tireoide (bócio). Apesar da hipertrofia, a glândula não pode obter iodo para produzir hormônios, e, assim, o paciente permanece com hipotireoidismo. A tireoide é controlada pela atividade do eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano. O hormônio tireoestimulante (TSH) também chamado de tireotrofina, produzido pelas células tireotróficas da hipófise anterior, liga-se a receptores específicos nas células tireodianas e estimula todas as etapas da síntese de T4 e T3, bem como sua liberação pela glândula. A síntese e secreção do TSH, por sua vez, são inibidas pelos HT (feedback negativo) e estimuladas pelo hormônio liberador de tireotrofina (TRH), produzido no hipotálamo. Primário – problema na tireoide No hipotireoidismo primário, caracteristicamente há falta do feedback dos HT sobre os tireotrofos e, assim, sempre se observa elevação do TSH, associada à redução dos níveis de T4 livre, enquanto o T3 pode estar baixo ou normal. No hipotireoidismo central, o TSH se mostra suprimido, normal ou, em até 15% dos casos, um pouco elevado. Trata-se, contudo, de um TSH com anomalias de glicosilação e maior conteúdo de ácido siálico, que lhe conferem baixa atividade biológica, maior tempo de meia vida, por inibição da depuração renal, mas preservação de imunorreatividade, permitindo sua detecção no ensaio. Níveis elevados de TSH, sem alteração dos HT, caracterizam o hipotireoidismo subclínico (HSC). Contudo inúmeras outras condições podem cursar com TSH aumentado e T4 livre normal, simulando HSC, como obesidade, presença de anticorpos heterofilicos ou existência de macro-TSH. Secundário – causa hipofisária Terciário – causa hipotalâmica Causa rara- resistência periférica à ação dos hormônios – 1000 casos descritos Daniely Alves Dalla Zana Frazão 4 Doenças comuns da tireoide Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 PRIMÁRIO Mais comum – 95% dos casos Prevalência mundial: cerca de 5% Pode ser endêmico em áreas com deficiência de iodo Mais comum em mulheres Aumento de prevalência com a idade HIPOTIREOIDISMO CENTRAL Muito raro (0,005% na população geral) HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO 1/ 4-5 mil nascidos vivos FATORES DE RISCO Idade acima de 60 anos Sexo feminino Bócio Nódulos na tireoide História familiar de doença tiroidiana Radioterapia em cabeça e pescoço radiação externa e iodoterapia Doença auto-imune tiroidiana ou extra tiroide Drogas: lítio, amiodarona Tabagismo CAUSAS Redução do tecido tiroidiano funcionante Tireoidite de Hashimoto – causa mais comum – anticorpoantiperoxidase (antiTPO) A tireoidite de Hashimoto é uma inflamação autoimune crônica da tireoide com infiltração linfocitária. Os achados incluem aumento indolor da tireoide e sintomas de hipotireoidismo. O diagnóstico envolve demonstração de altos títulos de anticorpos peroxidase tireoidiana. Causa destruição dos tireócitos. A tireoidite de Hashimoto pode manifestar-se inicialmente na forma de bócio, que, na grande maioria dos casos, regride progressivamente de tamanho. Outra forma de apresentação é como tireoide atrófica por processo fibrótico destrutivo da glândula. Os pacientes apresentam autoanticorpos contra a glândula tireoide como o anticorpo contra a peroxidase tireodiana (anti-TPO), que é mais especifico, e contra a tireoglobulina (anti-TG) Sinais e sintomas os pacientes se queixam de aumento indolor da tireoide ou sensação de volume na garganta. O exame revela bócio não doloroso que é liso ou nodular, firme e mais elástico que a tireoide normal. Tireoidite subaguda Indolor: Pode ter causa medicamentosa, autoimune, pós- parto ou idiopática. Geralmente causa sintomas leves e não requer tratamento medicamentoso. Dolorosa de DeQuervain: Causada por infecção de via respiratória superior atual ou recente. Cursa com dor na tireoide, febre e mal- estar. Requer tratamento. É uma inflamação aguda da tireoide provavelmente causada por um vírus. Os sintomas incluem febre e dor na tireoide. É comum o hipertireoidismo inicial, às vezes seguido por um período transitório de hipotireoidismo. (o tratamento com altas doses de anti-inflamatórios não esteroides o corticoides) aumento de T4 e T3 livres, diminuição do TSH e da captação de radioiodo pela tireoide e VHS elevado. Depois de várias semanas, a tireoide é depletada de seus depósitos de T4 e T3 e ocorre hipotireoidismo transitório acompanhado de diminuição de T4 e T3 livres, elevação do TSH e recuperação da Daniely Alves Dalla Zana Frazão 5 Doenças comuns da tireoide Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 captação de iodo pela tireoide. Pode haver anticorpos tireoidianos fracamente positivos. A medida de T4, T3 e TSH com intervalos de 2 e 4 semanas identifica os estágios da doença. Tratamento de doença de graves Doenças infiltrativas (doenças infiltrativas como sarcoidose, cistocinose e amiloidose podem raramente evoluir com hipotireoidismo primário, embora sarcoidose e outras doenças infiltrativas evoluam muito mais frequentemente com hipotireoidismo central.) Agenesia de tireoide (nascer sem tireoide) DEFEITOS NA BIOSSÍNTESE E LIBERAÇÃO DOS HORMÔNIOS Disormonogênese congênita (está associada a alterações em um dos vários genes envolvidos na produção de hormônios da tireoide, incluindo os genes DUOX2, DUOX2A, SLC5A5, TG, TPO, NIS, PDS e THOX2- alterações nesses genes interrompem a produção e ocasionam os baixos níveis dos hormônios tireodianos.) Grave deficiência de iodo Drogas (drogas como amiodarona corticoide, propranolol em altas doses tem o poder diminuir a conversão de T4 em T3 prejudicando o funcionamento correto do eixo da tireoide HIPOTIREOIDISMO CENTRAL Muitas vezes é impossível separar entre secundário e terciário Processos neoplásicos, inflamatórios, isquêmicos, infiltrativos ou traumáticos Comprometimento da capacidade secretória da hipófise ou do hipotálamo HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO E NA CRIANÇA Congênito sem bócio Defeitos no desenvolvimento da glândula Administração indevida de iodo 131 à gestante Hiporresponsividade ao THS (raro) Congênito com bócio Defeitos herdados na biossíntese dos hormônios Em criança, a causa mais comum de hipo adquirido é Hashimoto. Recém-nascido: cretinismo Dificuldade respiratória, icterícia, cianose, má alimentação, choro rouco, acentuado retardo da maturação óssea. Criança Retardo de crescimento e dificuldade de aprendizagem Puberdade precoce com baixa estatura Manifestações clínicas Desaceleração generalizada dos processos metabólicos Acúmulo de glicosaminoglicanos no espaço intersticial Comprometimento geral do organismo Grande variação e riqueza de sintomas Perda gradual da função > > > clínica insidiosa Pode ser assintomático ou oligossintomático Gravidade da doença, exames de triagem Astenia, sonolência, intolerância ao frio, pele seca e descamativa, voz arrastada, hiporreflexia profunda, edema facial, anemia, bradicardia, ganho ponderal, irregularidade menstrual, queda de cabelo. PELE E ANEXOS Pele: fria e pálida por baixa de fluxo sanguíneo, atrofia da camada celular, hiperceratose com aspecto de pele áspera Baixa de sudorese por queda da calorigênese e produção de suor Descoloração Unhas frágeis, cabelo quebradiço, alopecia Edema sem cacifo (mixedema) Casos mais graves, infiltração por glicosaminoglicanos e retenção hídrica. APARELHO CARDIOVASCULAR Bradicardia, diminuição do debito cardíaco, bulhas hipofonéticas, derrame pericárdico FUNÇÃO PULMONAR Daniely Alves Dalla Zana Frazão 6 Doenças comuns da tireoide Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 Diminuição da resposta ventilatória à hipóxia e hipercapnia, respirações superficiais e lentas FUNÇÃO RENAL Retenção hídrica pela incapacidade de excretar sobrecarga de líquidos, edemas APARELHO REPRODUTOR Hipermenorragia (pode acontecer porque os hormônios da tireoidite influenciam diretamente os ovários, causando irregularidades menstruais), infertilidade, galactorréia, disfunção erétil e redução de libido OLHOS Edema periorbitário se mixedema SISTEMA DIGESTÓRIO Redução de motilidade, constipação, anemia perniciosa, doença celíaca anorexia, distensão MUSCULAR Caibras, fraqueza, mialgia METABÓLICO Aumento de LDL (isso ocorre porque no hipotireoidismo os receptores celulares de LDL estão diminuídos em número e em atividade) e triglicérides (lentificação na atividade da enzima que quebra os triglicérides no fígado), aumento de transaminases, LDH (ocorre grande destruição celular). NEUROLÓGICO Cefaleia, tonturas, hiporreflexia, alterações vestibulares, déficits cognitivo, distúrbios visuais e auditivos, parestesias, nistagmo, tremores ANEMIA Diminuição da síntese de hemoglobina (diminuição metabólica), deficiência de ferro por hipermenorréia e menor absorção, deficiência de folato (<absorção de ácido fólico), deficiência de vitamina B12 HIPOTIREOIDISMO NO RN Persistência da icterícia fisiológica (ela normalmente surge dois a três dias após o nascimento), choro rouco, constipação, sonolência, hérnia umbilical, atraso da maturação óssea. Retardo mental importante e irreversível Triagem neonatal Início após os 2 anos Ausência de retardo mental Baixa estatura, rendimento escolar ruim, atraso do desenvolvimento puberal DIAGNÓSTICO Primário: TSH elevado, T4L e T3 baixos Alteração mais precoce: alteração do TSH (hipo subclínico) Secreção preferencial de T3 (1/3 dos pacientes pode ter T3 normal) Central: T4L baixo. TSH pode estar normal, baixo ou até mesmo alto. TRATAMENTO Levotiroxina Dose única diária, em jejum Dose inicial de acordo com peso e idade Avaliar resposta de acordo com TSH e T4L Ajustar dose até atingir meta de TSH TSH entre 0,5-2,5 mUI/L para adultos e até 10 em idosos Hipotireoidismo subclínico – tratamento controverso COMA MIXEDEMATOSO Complicações mais grave da doença Quadro grave de hipometabolismo Alta mortalidade (60%) Doença grave, não diagnosticada ou tratamento inadequado Fatores precipitantes (infecções, medicamentos, AVC, ICC, frio) Redução do nível de consciência + hipotermia Bradicardia Hipotensão Hipoventilação Hiponatremia Hipoglicemia Emergência Não aguardar resultados de exames laboratoriais Identificar e tratar fatores precipitantes Daniely Alves Dalla Zana Frazão 7 Doenças comuns da tireoide Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 Suporte hemodinâmico e ventilatório Aquecimento lento e gradual Levotiroxina EV + corticoides EV (falência adrenal) HIPERTIREOIDISMO Várias etiologias diferentes importante para o tratamento Dois mecanismos fisiopatológicos básicos captação de iodo HiperT com captação normal ou alta ocorre síntese hormonal na glândula pode ser tratado com medicação que inibe a síntese hormonal HiperT com captação reduzida ou ausente inflamação com destruição da glândula e liberação de hormônios pré formados fonte extra tireoidiana de hormônio HIPERTIREOIDISMO COM CAPTAÇÃO AUMENTADA Doenças autoimunes e tecido tireoideano autônomo. DOENÇA DE GRAVES Adenoma toxico e bócio multinodular hiperplasia focal ou difusa de células foliculares capacidade funcional autônoma Mediado por TSH – hipertireoidismo central adenoma hipofisário resistência do TSH ao feedback neg dos hormônios tireoideanos Hipertireoidismo com captação baixa/ausente Tireoidites, ingestão exógena de hormônio, produção ectópica Tireoidites: hipertireoidismo >>> hipotireoidismo Tireoidite de deQuervain (síndrome pós viral) Tireoidite pós-parto, tóxica, por radiação, lítio, amiodarona Tecido ectópico tumores ovarianos, metástases funcionais de canceres de tireoide. MANIFESTAÇÕES GERAIS EFEITO ESTIMULANTE SOBRE O MECANISMO E TECIDOS Sintomas gerais Palpitações, sudorese, intolerância ao calor, perda de peso, hiperfagia, fadiga fácil, fraqueza muscular, nervosismo, insônia, tremores Pele e anexos Pele quente, sudorese, unhas de plummer Achados cardiovasculares Taquicardia, fibrilação, dispneia aos esforços, hipertensão sistólica, ICC de alto debito Sistema digestivo Aumento da motilidade intestinal = hiperdefecação Sistema reprodutor Oligomenorreia, abortos repetidos, diminuição da libido, disfunção erétil DOENÇA DE GRAVES Doença autoimune 80% dos casos de hipertireoidismo 3% das mulheres e 0,5% dos homens Pico entre 30-60 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária Minoria: remissão espontânea Progressão para hipotireoidismo Anticorpo contra o receptor do TSH (TRAb) Estimulo ao crescimento da glândula e síntese de hormônio T4L e T3 suprimem o TSH normal Poligênica e multifatorial MANIFESTAÇÕES CLINICAS Hipertireoidismo com bócio difuso HiperT + bócio difuso = doença de graves Daniely Alves Dalla Zana Frazão 8 Doenças comuns da tireoide Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 OFTALMOPATIA INFILTRATIVA Agressão autoimune intra orbitária Antes, durante ou depois do hiperT Clinicamente evidente em até 50% Espessamento dos músculos extraoculares, aumento da gordura retrobulbar, aumento da pressão intraorbitaria Exoftalmia, redução da drenagem venosa, edema periorbital, hiperemia Diploplia, ptose, disfunção do nervo óptico DERMOPATIA (MIXEDEMA PRÉ TIBIAL) DERMOPATIA MIXEDEMA PRÉ TIBIAL São 5-10% dos casos Espessamento da pele, principalmente na área pré tibial Acumulo de glicominoglicanos Placas com pele espessada, aspecto de casca de laranja, coloração violácea Separação das unhas de seu leito Unhas plummer Daniely Alves Dalla Zana Frazão 9 Doenças comuns da tireoide Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 DOENÇA DE GRAVES – DIAGNOSTICO LABORATORIAL TSH baixo ou indetectável Elevação de frações totais e livres de T4 e T3 No início pode haver apenas TSH baixo TRAb pode estar presente em indivíduos saudáveis hipertireoidismo + Trab: muito sugestivo de DG Anti tireoglobulina (antiTg-50%), anti tireoperoxidase (antiTPO -90%) IMAGEM Captação de iodo radiotivo em 24 horas Não solicitar de rotina – dúvida diagnóstica Aumentando na grande maioria dos casos USG – glândula hipoecogênica difusamente aumentada TRATAMENTO Drogas anti tireoideanas (tionamidas) Inibir a produção de T3 e T4 Metimazol e propiltiouracil – bloqueio da peroxidase tireoideana Ajustar dose após eutireoidismo e manter na menor possível Destruição da tireoide usando iodo radioativo Remoção cirúrgica da tireoide Beta bloqueadores Idosos sintomáticos; FC> 90; doença cardiovascular Inibem conversam periférica CRISE TIREOTÓXICA Exacerbação grave de hipertireoidismo Mortalidade: cerca de 10% Qualquer causa de hipertireoidismo – graves Infecção, trauma, cirurgia, indução anestésica (fase que o paciente vai receber os primeiros medicamentos para o início da cirurgia), sobrecarga aguda de iodo, gestação, parto, hipoglicemia, palpação da tireoide, estresse Hipermetabolismo grave e manifestações adrenérgicas Febre alta, taquicardia importante, tremores, náusea, vômitos, diarreia, desidratação (IRA pré renal), agitação, delirum, coma Alteração extrema de comportamento, psicose Edemas, hepatomegalia, dificuldade respiratória ICC Arritmias (FA) Morte por arritmias, ICC, hipertermia DIAGNÓSTICO CLÍNICO TSH suprimido, elevação de T3 e T4 Hiperglicemia, alteração de laboratório hepático Leucocitose leve avaliar infecção Controle da tireotoxicose, dos fatores precipitantes, terapia de suporte Rastrear infecção Hidratação Tratar arritmias Suporte ventilatório e cardiovascular Controle da temperatura TIONAMIDAS Propiltiouracil – redução da produção e da conversão Iodo Efeito wolff-chaikoff Corticoides Prevenir insuficiência adrenal relativa Reduzir conversão periférica Beta bloqueadores Reduzir sintomas adrenérgicos Reduzir conversão periférica NÓDULOS TIREOIDEANOS Daniely Alves Dalla Zana Frazão 10 Doenças comuns da tireoide Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 Achados clínico comum 20-76% dos pacientes que realizam USG Maioria é benigna OS 5-10% malignos Cistos coloides, tireoidites, neoplasias benignas, carcinoma Assintomáticos, descobertos em avaliação de rotina Descartar câncer Avaliar o status funcional da glândula História clínica e exame físico Função tireoideana Exames de imagem PAAF (punção aspirativa por agulha fina) se necessário FATORES DE RISCO PARA MALIGNIDADE Sexo masculino Jovens e idosos (<20 e >70) Crescimento rápido, dor local, alteração da voz não especifico (CA geralmente é assintomático) História familiar, radioterapia de pescoço previa, TSH muito aumentando EXAME FÍSICO Tamanho Consistência Mobilidade Sensibilidade ADENOPATIA CERVICAL Suspeito Único Endurecido Pouco móvel Com adenopatia INVESTIGAÇÃO TSH e T4L Nódulos malignos não costumam ser autônomos Pacientes com CA geralmente são eutireoideos Evidência de hipertireoidismo é forte indicativo contra malignidade USG Melhor exame para detecção de nódulos e avalia as características Sólidos, hipoecogênicos, margens irregulares ou infiltrativas, microcalcificações, fluxo sanguíneo intra nodular, adenomegalia Cintilografia com iodo ou tecnécio – nódulos “frios” ou “quentes” Nódulos hipocaptantes (maioria) -malignos em no máximo 15% Nódulos hipercaptante – muito raro serem malignos PAAF – melhor método para diagnostico definitivo O QUE FAZER DIANTE DE UM NÓDULO TSH, T4L, USG Na ausência de hipertireoidismo, puncionar nódulo solido > 1cm (Nódulo + hipertireoidismo) CINTILOGRAFIA Nódulo quente – tratar Nódulo frio – PAAF se critérios suspeitos ao USG
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