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ROTEIRO 3 Aluno: Alcides Junior Santos Lima Dr Horácio retorna ao plantão atrasado devido à paralisação dos caminhoneiros em apoio ao ditador de seu país e se depara com um jovem de 21 anos que está sendo arrumado para ser encaminhado ao Centro Cirúrgico para uma apendicectomia. A figura abaixo representa a mesa auxiliar montada para a cirurgia. Pergunta 1.1 - Divida a mesa nos 6 tempos cirúrgicos. Nomeie cada material exposto na mesa e suas funções nesta cirurgia. Essa mesa montada está de acordo com o padrão FIPGuanambi? Do 1 ao 5 Diérese: 1 - Bisturi; 2 – Tesoura de Mayo Reta ; 3 – Tesoura de Mayo; 4 e 5 – Tesoura de Metzenbaum; Do 6 ao 11 Hemostasia: 6 e 7 - Pinças de Halsted; 9 e 8 – Pinças de Crille; 10 e 11 - Pinças de Kelly; Do 12 ao 15 Especiais: 12 e 13 - Pinça de Allis; 14 e 15 – Pinça de Foester; Do 16 ao 18 Tempo Zero: 16 - Pinça de Backaus; 17 – Pinça de Pean; Pinça de Cheron; 19 Afastadores: Afastador de Farabeuf; Do 20 ao 23 Síntese: 20 e 21 – Porta Agulha de Mayo Hegar; 22 – Pinça Anatômica; 23 – Pinça Dente de Rato. A disposição da mesa não está no padrão Fip, tendo em vista que o “Tempo Zero” deve estar localizado no centro e ainda está faltando o tempo de Prensão entre o tempo de Diérese e Hemostasia como referenciado no Goffi. Pergunta 1.2 – Qual pinça você escolheria para prender o apêndice, evitando traumatizar sua serosa? O apêndice pode ser segurado suavemente com uma pinça Babcock e retraído anteriormente evitando uma trauma na serosa. Pergunta 1.3 – Qual a melhor incisão para a realização desta cirurgia? Quando ela não está indicada? A Apendicectomia “Aberta” nos casos não complicados – sobretudo operados nas primeiras 48 horas – ou sem evidência de peritonite generalizada, incisões na fossa ilíaca direita, oblíqua (incisão de McBurney: centrada no ponto de McBurney), ou transversa (incisão de Davis) (Fig. 6) são as mais recomendadas, pois afastam, mais do que seccionam, as fibras musculares da parede abdominal e permitem acesso ao ceco e apêndice. Essas incisões são mais bem toleradas pelos pacientes, têm melhor efeito estético e apresentam menor índice de hérnias incisionais no pós-operatório tardio. Quando não se dispõe de equipe com experiência em videolaparoscopia, nos casos em que há dúvida diagnóstica ou com suspeita de peritonite generalizada, recomenda-se incisão mediana – que poderá ser facilmente ampliada para exploração e lavagem ampla da cavidade peritoneal – e até a realização de outras operações. Uma situação dessas pode ocorrer na vigência de úlcera péptica perfurada, com extravasamento de sucos digestivos pela goteira parietocólica direita e bloqueio na fossa ilíaca direita. As indicações da apendicectomia videolaparoscópica são as mesmas da operação efetuada a céu aberto. A abordagem laparoscópica tem a vantagem de permitir a inspeção ampla da cavidade peritoneal, permitindo também firmar outras hipóteses diagnósticas nos casos duvidosos. É excelente método, em especial, nas mulheres, quando não raramente, nos vemos em dúvida, dada a grande frequência de processos inflamatórios pélvicos de origem anexial. Nos pacientes obesos, o método permite evitar grandes laparotomias, muitas vezes necessárias para se obter campo adequado, evitando todos os inconvenientes dessas incisões. Nos casos de peritonite generalizada, a videolaparoscopia efetuada por equipe experiente pode realizar a remoção do apêndice e permitir aspiração de lojas supuradas e lavagem dos espaços peritoneais. Pegunta 1.4 – Descreva em detalhes todo os tempos cirúrgicos, bem como o instrumental utilizado em cada tempo. Na diérese ou divisão, realizam-se manobras com o objetivo de criar descontinuidade nos tecidos. Pode ser classificada como: • Incisão- feita com instrumento de corte, produzindo ferimento inciso; • Secção- ato de cortar com tesoura, serra, bisturi elétrico, lâmina afiada, laser, etc.; • Punção- faz-se por meio de um instrumento perfurante para a drenagem de coleções líquidas, coleta de material para estudo, injeção de contraste ou medicações; • Divulsão- separação de tecidos com tesoura, tentacânula, afastadores, etc.; • Dilatação- realizada para aumentar o diâmetro de canais ou orifícios naturais; • Serração- realizada por meio de serra, especialmente em cirurgia óssea. A hemostasia, tem como objetivo coibir ou impedir a hemorragia e pode ser dividida em hemostasia temporária e hemostasia definitiva. A hemostasia temporária classifica-se como cruenta (no campo operatório) ou incruenta (a distância do campo operatório) e pode ser realizada por pinçamento, garroteamento, ação farmacológica, parada circulatória com hipotermia ou oclusão vascular. A hemostasia definitiva é sempre cruenta e interrompe definitivamente a circulação do vaso no qual é aplicada. Pode ser realizada através de ligadura, sutura, cauterização, obturação e tamponamento. As pinças utilizadas durante a hemostasia têm a característica de não produzirem danos à parede vascular, devido ao fato de possuírem serrilhado próprio, na área que entra em contato com os vasos, classificando-as como atraumáticas. Na síntese, ocorre a aproximação dos tecidos seccionados ou ressecados com o intuito de favorecer a cicatrização. Para a aproximação das bordas da ferida, são utilizados instrumentos como agulha, porta-agulha, grampos metálicos, grampeadores automáticos e fios de sutura. É importante salientar que o material a ser utilizado na síntese, com atenção especial aos fios de sutura, deve ser resistente às trações e tensões que se irão exercer sob a ferida nas fases iniciais da cicatrização e também devem portar-se como material inerte, produzindo o mínimo de reação tecidual. 1° tempo - Diérese Bisturi de Cabo Frio O bisturi de cabo frio é composto por um cabo de bisturi e por uma lâmina. Ele é utilizado para incisão dos planos cirúrgicos com o objetivo de atingir o órgão alvo do procedimento cirúrgico. Existem duas numerações de cabos de bisturi (Figura 1), que por sua vez são compatíveis com numerações específicas de lâminas para o mesmo (Figura 2). • Bisturi cabo nº 3 - Lâminas nº 10 a 15 • Bisturi cabo nº 4 - Lâminas nº 20 a 25 Figura 1: Cabos de bisturi. Pode-se ver o cabo n° 4 na parte superior da imagem e o cabo n° 3 no inferior da mesma. A lâmina deve ser montada e desmontada com o auxílio de uma pinça hemostática reta pequena (reparo) e pode ser trocada a qualquer momento durante a cirurgia ao perder o corte, e descartada ao final da operação. Figura 2: Bisturis montados. Pode-se ver o cabo n° 4 na parte superior da imagem e o cabo n° 3 no inferior da mesma. Bisturi totalmente descartável O bisturi descartável (Figura 3) é utilizado para incisão dos planos cirúrgicos com o objetivo de atingir o órgão alvo do procedimento cirúrgico e deve ser descartado logo após o uso, não pode ser reutilizado. Figura 3: Bisturis descartáveis. Devem ser descartados após seu uso, sendo proibida a reutilização. Bisturi Elétrico ou Eletrocautério Constitui-se de uma “caneta” com ponta metálica e cabo de material plástico isolante, conectado a uma fonte de energia (Figura 4). Nos modelos Monopolares (mais utilizados), uma placa de neutro com gel condutor é colocada em contato com a pele do paciente, servindo de “fio-terra”. A descarga elétrica do bisturi é acionada por um pedal ou interruptor que poderá ser com a finalidade de corte ou coagulação. Figura 4: Bisturi elétrico ou eletrocautério. Pode-se observar sua caneta com ponta metálica, utilizada para fazer a diérese de estruturas, ligada a cabo isolante para conexão à fonte de energia. Tesoura de Metzembaum Esse tipo de tesoura pode variar de acordo com o tamanho (longas, médias ou curtas), o formato da lâmina (reta ou curva) e o tipo de ponta (cortante ou romba)(figuras 5e 6). Possui menor ângulo de abertura (lâmina < cabo). São utilizadas para seccionar, dissecar, divulsionar e desbridar tecidos vivos, além de cortar materiais usados no ato operatório as tesouras curvas são muito usadas para dissecção de tecidos e cortes de fios cirúrgicos dentro da cavidade profunda. Figura 5: Tesoura de Metzembaum Curva Figura 6: Tesoura de Metzembaum reta Tesoura de Mayo Possui maior ângulo de abertura. A tesoura reta (Figura 8) é muito utilizada para cortar materiais como: gaze, compressa, fio cirúrgico, drenos, borrachas, tela sintética, entre outros. A tesoura curva (Figura 9) é utilizada para seccionar, dissecar, divulsionar e desbridar tecidos vivos. Figura 7: Tesoura de Mayo reta . Figura 8: Tesoura de Mayo curva. A grande diferença entre as tesouras de Metzembaum e Mayo está na relação lâminacabo (ângulo de abertura). A tesoura Mayo possui um ângulo de abertura significativamente maior ao da tesoura de Metzembaum (Figura 9). Figura 9- Comparação visual entre tesoura de Metzenbaum e Mayo Tesoura de Iris Esta é uma tesoura mais delicada no que envolve tamanho e ângulo de abertura (Figura 10). É indicada para seccionar tecidos delicados, como nas cirurgias oftalmológicas e otorrinolaringológicas. Figura 10- Tesoura Íris reta e curva. 2° tempo - Preensão Pinça de dissecção com dente (Dente de Rato) Instrumento de preensão e dissecção que possui dentes em sua extremidade. É utilizada quando se necessita de uma preensão firme, sem risco de esgarçamento do tecido. Possui utilidade em quase todos os tempos cirúrgicos, exceto na hemostasia. Figura 11: Pinça de dissecção com dente, comumente denominada pinça dente de rato. Pinça de dissecção sem dente (pinça anatômica) Trata-se de um instrumento de preensão que possui ranhuras em sua extremidade. Provoca menos trauma nos tecidos dando apoio para o corte (incisão). Pode ser utilizada na diérese, hemostasia e síntese. Essa pinça deve ser utilizada em tecidos mais delicados. Apesar dela ser chamada de atraumática, quando utilizada em tecidos indevidos, como por exemplo a pele, acaba sendo mais traumática pois é necessário imprimir mais força ao manipulá-la. Figura 12: Pinça de dissecção sem dente, comumente denominada pinça anatômica. Pinça de Adson Trata-se de uma pinça menor, com ponta mais fina. É utilizada em estruturas e cirurgias mais delicadas. Possui ranhuras em sua superfície de afrontamento e se apresentam em dois modelos: Um sem dente nas extremidades e outro com dente nas extremidades (Figuras 13 e 14). Figura 13: Pinça Adson sem dente. Figura 14: Pinça Adson com dente. Pinça Adson-Brown É uma pinça utilizada para preensão de derme e cartilagem. Possui, em sua superfície de afrontamento, múltiplos microdentes (Figura 15). Figura 15: Pinça Adson-Brown. Note no detalhe dos múltiplos microdentes em sua superfície de afrontamento. 3° tempo - Hemostasia Pinça hemostática Halstead Conhecida como pinça hemostática pequena ou mosquito. São pinças de preensão contínua com cremalheiras que as mantêm presas à estrutura entre duas garras estriadas (Figura 16). São indicadas para hemostasia de vasos menores e delicados, por meio de ligaduras com fios ou coagulação feita com o auxílio do bisturi elétrico. Podem ser retas ou curvas (Figuras 17 e 18). As curvas são utilizadas na hemostasia e as pinças retas auxiliam na colocação da lâmina no bisturi de cabo frio. Figura 16: Cremalheiras que mantêm a pinça firmemente presa às estruturas e evitam lesões às mesmas. Figura 17: Pinça Halstead reta (quando a pinça é reta, recebe o nome de reparo) e curva Figura 18: Pinça Halstead curva (quando a pinça é curva, recebe o nome de mosquito). Pinça hemostática Kelly Também conhecida como pinça hemostática média. São pinças de preensão contínua com cremalheiras que as mantêm presas à estrutura entre duas garras estriadas (Figura 19). São utilizadas para vasos, tecido adiposo, fios grossos e pinçamento pela ponta dos tecidos menos grosseiros. Sua principal característica é possuir ranhuras da ponta até a metade da garra de preensão (Figura 20). Figura 19: Pinça Kelly reta e curva Figura 20: Pinça Kelly. Note que as suas ranhuras vão apenas até a metade da garra de preensão. Pinça Hemostática Crile Também conhecida como pinça hemostática média. São pinças de preensão contínua com cremalheiras que as mantêm presas à estrutura entre duas garras estriadas (Figura 21). São utilizadas para vasos, tecido adiposo, fios grossos e pinçamento pela ponta dos tecidos menos grosseiros. Ao contrário da Kelly, possuem ranhuras por toda garra de preensão (Figura 22). Figura 21: Pinça Crile reta e curva. Figura 22: Pinça Crile. Note que as suas ranhuras toda a superfície interna da garra de preensão. Pinça hemostática Rochester Conhecida como pinça hemostática grande. São pinças de preensão contínua com cremalheiras que as mantêm presas à estrutura entre duas garras estriadas (Figura 23). Se caracteriza por ser uma pinça muito robusta, com pontas longas, servindo para pinçamento de pedículos, tubos, alça intestinal ressecada e cavidade abdominal. Possuem ranhuras por toda garra de preensão (Figura 24). Figura 23: Pinça Rochester reta e curva. Figura 24: Pinça Rochester. Note que as suas ranhuras toda a superfície interna da garra de preensão. Compressas Utilizadas em todos os tempos cirúrgicos, principalmente na hemostasia para absorver o sangue da ferida operatória (Figura 25). Figura 25: Compressas estéreis Gazes Utilizadas em todos os tempos cirúrgicos, principalmente na hemostasia para enxugar as secreções da ferida operatória (Figura 26). Figura 26: Gazes. 4° tempo - Exposição Os afastadores são instrumentos para afastamento das bordas da incisão, de estruturas teciduais e órgãos externos para expor adequadamente e facilitar o acesso à região a ser operada. Os afastadores manuais ou dinâmicos precisam ser sustentados durante todo o tempo, sendo mudados frequentemente de posição para melhorar a exposição. Os afastadores auto-estáticos ou autofixantes, uma vez abertos e fixados na posição adequada, permanecem na posição, geralmente até o momento de fechar a cavidade. Afastador dinâmico Doyen ou Válvula Vaginal É utilizado para afastar órgãos intra-abdominais e cavidade torácica, melhorando a exposição de estruturas profundas (Figura 27). Indicado também para exposição do canal vaginal. Deve ser aplicado com movimentos e trações suaves. O mau uso desse agente mecânico pode acarretar graves lesões em vísceras. Figura 27: Afastador dinâmico Doyen. Afastador Dinâmico Farabeuf Afastador considerado universal. Utilizado para afastamento da pele, subcutâneo e músculos em plano superficial. São apresentados e acionados aos pares (Figura 28). Figura 28: Afastadores dinâmicos Farabeuf montados aos pares. Afastador dinâmico Deaver Utilizado para cirurgias em cavidade torácica e cavidade abdominal. Essas válvulas possuem diversas variedades de tamanhos das lâminas. Tem a forma de uma interrogação (Figura 29). Figura 29: Afastador dinâmico Deaver. Afastador Dinâmico Válvula suprapúbica Utilizado para exposição abdominal de cavidade baixa (Figura 30). Tem o objetivo de permitir o encaixe da válvula entre a superfície cutânea acima da sínfise púbica. Também pode ser empregada expondo a cúpula diafragmática, para acesso ao hiato esofágico. Figura 30: Afastador dinâmico Válvula Suprapúbica. Afastador Dinâmico Volkman Possui garras na partecurva, dando mais aderência aos tecidos (Figura 31). Utilizado em pele e em planos musculares. É de utilização exclusiva em campos operatórios superficiais. A sua utilização exige muita atenção, tanto no momento da aplicação quanto no da retirada. Figura 31: Afastador dinâmico Volkman Afastador dinâmico Langenbeck Este afastador tem função semelhante à do afastador Farabeuf, porém, possuem cabo para empunhadura e são mais longos, o que permite atingir músculos fasciais mais profundos. Seu cabo pode variar de formato de acordo com o fabricante (Figura 32). Figura 32: Afastador dinâmico Langenbeck. Afastado dinâmico Senn-muller Este afastador é a junção de outros dois afastadores. Em uma extremidade está o Volkman e na outra está o Langenbeck. Sendo assim, pode ser utilizado tanto em campos operatórios mais superficiais, como mais profundos a depender do lado utilizado (Figura 33). Figura 33: Afastador dinâmico Senn Muller. Gancho de Gillies Este é um afastador dinâmico usado para tecidos mais delicados, como em cirurgia de pele (Figura 34). Figura 34: Gancho de Gillies. Espátula maleável São lâminas flexíveis de várias larguras e comprimentos, que podem conseguir qualquer tipo de curvatura ou forma, podendo se adaptar a qualquer necessidade durante o ato operatório (Figura 35). Figura 35: Espátula maleável. Afastador auto-estático Gosset Este é um afastador auto-estático ou auto-fixante, ou seja, permanece aberto e fixado na posição adequada, sem necessidade de tração manual (Figura 36). Utilizado para cirurgias abdominais (laparotomia). Figura 36: Afastador auto-estático Gosset. Afastador auto-estático Finochietto Tipo de afastador auto-estático ou auto-fixante (Figura 37). Utilizado para cirurgias de cavidade torácica. Figura 37: Afastador auto-estático Finochietto. Afastador auto-estático Balfour Afastador auto-estático ou auto-fixante. Formado pela junção dos afstadores Válvula Supra Púbica e Gosset (Figura 38). Utilizado para cirurgias abdominais. Figura 38: Afastador auto-estático Balfour Afastador auto-estático Mayo-Adams Trata-se de um afastador auto-estático de superfície. Se apresenta no formato de pinça invertida e é utilizado em pequenos procedimentos. Bastante utilizado para afastaras bordas da ferida, na ausência de auxiliar (Figura 39). Figura 39: Afastador auto-estático Mayo-Adams. 5º tempo – Especiais Pinça Backhaus Também denominada por pinça de campo, tem a finalidade de fixar os campos que cobre o paciente. É uma pinça de tração e preensão de estruturas grosseiras, possui extremidades agudas e, por tanto, deve ter maior atenção em seu manuseio para não perfurar a pele do paciente. Também é utilizada para prender outros objetos como bisturi elétrico e mangueiras do aspirador (Figuras 40 e 41). Figura 40: Pinça Backhaus Figura 41: Pinça Backhaus. Note como sua ponta é aguda e altamente perfurante. Pinça Allis Trata-se de um instrumento de preensão, tração e exposição de estruturas anatômicas delicadas. Possui pontas recurvadas e serrilhadas, com cremalheiras para manter estruturas tracionadas. Ela pode estar na mesa de instrumental montada com gaze, para ser utilizada na hemostasia. É utilizada para tracionar estômago ou intestino delgado, assim como tecidos desvitalizados que serão extirpados. (Figuras 42 e 43). Figura 42: Pinça Allis. Figura 43: Pinça Allis. Note as pontas recurvadas e serrilhadas. Pinça Duval É um instrumento de preensão,tração e apresentação de estruturas anatômicas delicadas e maiores. É de forma triangular, tem um fino e delicado serrilhado nas extremidades, a tornando pouco traumático. Possui cremalheiras para manter estruturas tracionadas. É utilizado para apresentação de vísceras como apêndice vermiforme e parênquima pulmonar (Figuras 44 e 45). Figura 44: Pinça Duval. Figura 45: Pinça Duval. Notem sua ponta triangular, com serrilhas delicadas na extremidade. Pinça Babcock É um instrumento de preensão, tração e apresentação de estruturas anatômicas menores. A característica principal é que sua “pegada” tem formação fenestrada, triangular, arqueada e com delicado serrilhado. É um instrumento pouco traumático. Possui cremalheira para manter a estrutura tracionada. É utilizado em segmentos de vísceras ocas que serão mantidos no operado (Figuras 46 e 47). Figura 46: Pinça Babcock Figura 47: Pinça Babcock. Note sua forma triangular, fenestrada e arqueada. Pinça Foerster É um instrumento de preensão, tração e apresentação de estruturas anatômicas delicadas, sendo muito utilizado para tracionar o fundo da vesícula biliar durante a colecistecntomia. Pode ter extremidade curva ou reta e a superfície de afrontamento dos aros pode ser lisa ou estriada. Possui cremalheira para manter estruturas tracionadas. A reta é utilizada para a pintura do paciente, no momento da antissepsia (Figuras 48 e 49). Figura 48: Pinça Foerster reta e curva. Figura 49: Pinça Foerster. Note que esta é reta e possui extremidades estriadas. Pinça Pean É uma pinça utilizada basicamente para a realização de curativos e como pincel na pintura de antissepsia no paciente, quando a cirurgia utiliza caixa pequena (Figura 50). Figura 50: Pinça Pean Pinça Collin Também chamado de coração pequeno, é um instrumento de preensão, tração e apresentação de estruturas anatômicas delicadas. As “pegadas” são fenestradas, em forma de aro ou elipse, com superfície de afrontamento lisas ou estriadas. Possui cremalheira para manter estruturas tracionadas. Assim como a Foerter, também pode ser usada para tracionar e apresentar o fundo da vesícula biliar na colecistectomia (Figuras 51, 52 e 53). Figura 51: Pinça Collin – Oval. Figura 52: Pinça Collin – Oval. Note a superfície de afrontamento estriada. Figura 53: Pinça Collin “coração”. Pinça Mixter É uma pinça de tração e preensão de médios e grandes vasos, possui ponta curva. Considerada hemostática, sendo muito utilizada para auxiliar a dissecação de vasos e para passar fios para ligadura em torno dos mesmos (Figuras 54 e 55). Figura 54: Pinça Mixter. Figura 55: Pinça Mixter. Note a curvatura da ponta. Pinça Pozzi É um instrumento de tração e preensão de mioma e cisto ovariano. Possui pontas pontiagudas. Também é utilizado para o procedimento de introdução de DIU (Figuras 56 e 57). Figura 56: Pinça Pozzi Figura 57: Pinça Pozzi. Note que possui pontas pontiagudas. Pinça Kocher É uma pinça de tação e preensão de aponeurose e vasos ginecológicos. Pode ser de tamanhos variados, além de retas ou curvas. Apresenta ranhuras no sentido vertical em toda superfície de afrontamento, com dente de rato em sua extremidade, o que confere a ela maior capacidade de prender-se ao tecido, porém, se torna altamente traumática (Figuras 58 e 59). Figura 58: Pinça Kocher curva e reta. Figura 59: Pinça Kocher. Note que ela possui ranhuras, com dente de rato nas extremidades. Pinça Satinsky É uma pinça vascular atraumática que é usada para prender temporariamente grandes vasos, causando trauma mínimo a sua parede. Apresenta denteamento especial capaz de promover hemostasia, sem causa lesão ao vaso. É curva e possui cremalheira (Figura 60). Figura 60: Pinça Satinsky. Clamp Bulldog É um instrumento que apresenta função semelhante à pinça Satinsky, porém, em vez de prender grandes vasos, ele é usado para prender vasos menores. Em vez de cremalheira, possui molas (Figura 61). Figura 61: Clamp Bulldog. Clamp Intestinal Chamado de Clamp Intestinal ou Pinça intestinal,são muito longas e pouco traumáticas. Possuem pontas retas ou curvas e, normalmente, estão dispostos em pares. Promovem hemostasia e contenção de conteúdo intestinal e apresentação das bordas para sutura. São utilizados no estômago e alças intestinais (Figuras 62 e 63). Figura 62: Clamp intestinal ou Pinça intestinal. Figura 63: Clamp intestinal ou Pinça intestinal. Note que ela é bastante longa. Tentacânula É um instrumento utilizado para dissecação de estrutura, redução de freio lingual e extração de unhas através do levantamento do leito ungueal (Figura 64). Figura 64: Tentacânula. Tesouras de Spencer Esta é uma tesoura pequena, que possui um gancho em sua ponta. Podem ser retas ou curvas. São utilizadas para a remoção de suturas (Figuras 65 e 66). Figura 65: Tesoura Spencer reta. Figura 66: Tesoura Spencer curva. Tesoura Lister É uma tesoura utilizada em tecidos rígidos e bandagens (Figura 67). Figura 68: Serra de Gigli. 6º tempo – Síntese Porta-agulha de Mayo-Hegar Instrumento fundamental para a confecção da sutura, o porta-agulha de Mayo- Hegar possui ranhuras na parte interna, com uma fenda no meio, o que confere maior eficiência na mobilização da agulha, impedindo que ela rode quando a força é aplicada durante a sutura. Também possui cremalheiras para travamento em pressão progressiva (Figuras 69 e 70). Figura 67: Tesoura Lister. Serra de Gigli É um instrumento formado por arame de aço, com superfície corrugada. Usado para serrar estruturas ósseas através da tração alternada das suas extremidades (Figura 68). Figura 69: Porta-agulha de Mayo-Hegar. Figura 70: Porta-agulha de Mayo-Hegar. Note as ranhuras em toda a superfície de afrontamento, com uma fenda central. Porta-agulha de Mathieu É bastante diferente do porta-agulha de Mayo-Hegar. Não possui anéis nas hastes, a abertura da parte preensora é limitada, pois há uma mola em forma de lâmina unindo suas hastes, o que proporciona essa limitação. É utilizado preso à palma da mão, de forma que pode abrir com alguma força excessiva empregada de forma indevida e não-intencional, durante sua manipulação. Este instrumento é indicado para suturas de estruturas mais grosseiras, que apresentam maior resistência na passagem da agulha, como o esterno e a patela (Figuras 71 e 72). Figura 71: Porta-agulha de Mathieu. Figura 72: Porta-agulha de Mathieu. Note a mola em forma de lâmina, que limitam a abertura. REFERÊNCIA CINST - Curso de Instrumentação Cirúrgica; Instrumentos Cirúrgicos; Salvador GOFFI, Fábio S. et al. Técnica cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnicas de cirurgia. In: Técnica cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnicas de cirurgia. 2007. PETROIANU, Andy; MIRANDA, Marcelo E.; OLIVEIRA, Reynaldo G. de. Blackbook cirurgia. Blackbook, Belo Horizonte, 2008. MARQUES, Ruy Garcia. Técnica operatória e cirurgia experimental. Grupo Gen-Guanabara Koogan, 2000. *Imagens adaptadas do Google.
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