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PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DE DENTES INCLUSOS E SEMI-INCLUSOS

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Procedimento cirúrgico de dentes inclusos eProcedimento cirúrgico de dentes inclusos e 
semi-inclusossemi-inclusos
Os princípios e passos para a remoção de dentes inclusos/impactados são os mesmos para outras
extrações cirúrgicas, porém dentes impactados frequentemente requerem seccionamento, enquanto
outros tipos de extrações dentárias não o necessitam.
Cinco passos básicos compõem a técnica: 
■ Primeiro passo é ter adequada exposição da área do dente. 
■ Segundo passo é avaliar a necessidade de remoção óssea e retirar a quantidade suficiente de
osso para expor o dente para qualquer secção necessária e remoção. 
■ Terceiro passo, quando necessário, é dividir o dente com broca para permitir a extração sem
remover, desnecessariamente, grande quantidade de osso. 
■ Quarto passo, o dente seccionado ou não é removido do processo alveolar com alavancas
apropriadas. 
■ Quinto passo o osso na área da elevação é alisado com uma lima para osso, a ferida é
copiosamente irrigada com solução fisiológica estéril, e o retalho é reaproximado com suturas. 
Passo a passo cirúrgico
Passo 1: Descolamento adequado do retalho
para acessibilidade.
Para obter acesso à área e visualizar o osso de
recobrimento que deve ser removido, o
cirurgião deve rebater um retalho
mucoperiosteal adequado. O rebatimento deve
ser de uma dimensão adequada o suficiente
para permitir a colocação e a estabilização de
afastadores e instrumentos para a remoção de
osso. A incisão ideal para remoção de terceiros
molares inferiores impactados é a incisão em
envelope que se estende da papila mesial do
primeiro molar inferior, circunda a cervical dos
dentes em direção à linha distovestibular no
ângulo do segundo molar e, então, posterior e
lateralmente à margem anterior do ramo
mandibular. A incisão não deve continuar
posteriormente em linha reta, pois a mandíbula
desvia-se lateralmente. A incisão deve sempre
se manter sobre o osso, e por esta razão o
cirurgião deve palpar cuidadosamente a área
retromolar antes de iniciar a incisão. 
Passo 2: Remoção do osso de recobrimento.
Em algumas situações o dente pode ser
seccionado com uma broca e removido sem
retirada de osso.
Na maioria dos casos, entretanto, alguma
remoção óssea é requerida. A quantidade de
osso que deve ser removida varia com a
profundidade da impacção, morfologia das
raízes e angulação do dente. O osso não deve
ser removido na face lingual da mandíbula em
virtude da probabilidade de dano ao nervo
lingual. As brocas que são usadas para
remover o osso de recobrimento do dente
impactado variam conforme a preferência dos
cirurgiões. O osso na face oclusal do dente é
removido primeiro, para expor a coroa do dente.
Então, o osso cortical, na face vestibular do
dente, é removido abaixo da linha cervical. A
seguir, a broca pode ser usada para remover, o
osso entre o dente e a cortical óssea na área
medular do osso, por meio de uma manobra
chamada canaleta. Isso promove acesso para
as alavancas com o objetivo de obter pontos de
apoio e trajeto para a saída do dente. Para
dentes superiores a remoção óssea é quase
sempre desnecessária, mas quando preciso o
osso é removido, primariamente, na face
vestibular do dente, abaixo da linha cervical,
para expor a coroa clínica inteira. 
Crisley Lorrane Rocha Silva 
Passo 3: Seccionamento do dente. 
 
Odontosecção permite que porções do dente
sejam removidas separadamente com
alavancas através da abertura proporcionada
pela remoção de osso. A direção na qual o
dente impactado deve ser dividido depende,
primariamente, da angulação do dente
impactado. 
*Impactação mesioangular: o seccionamento
dentário é realizado com uma broca e o dente é
dividido em 3/4 em direção à face lingual. A
broca não deve ser usada para seccionar o
dente completamente de lado a lado, na direção
lingual, porque é mais provável que haja lesão
ao nervo lingual. Uma alavanca reta é inserida
no desgaste feito pela broca e rotacionada para
dividir o dente. Depois que uma quantidade
suficiente de osso tenha sido removida a
metade distal da coroa é seccionada na
canaleta vestibular, logo abaixo da linha
cervical, na face distal. Essa porção é
removida. O restante do dente é removido com
uma alavanca posicionada na face mesial da
linha cervical. 
*Impacção horizontal: O dente é seccionado por
divisão da coroa do dente das raízes na linha
cervical. A coroa do dente é removida e as
raízes são deslocadas com uma alavanca de
Cryer para dentro do espaço previamente
ocupado pela coroa. Se as raízes de um
terceiro molar são divergentes, elas podem
necessitar de seccionamento nas duas porções
para que sejam removidas individualmente. 
*Impacção vertical: Os procedimentos de
remoção óssea e seccionamento são similares
na impacção mesioangular, isto é, remoção do
osso nas posições oclusal, vestibular e distal. A
metade distal da coroa é seccionada e
removida, e o dente é elevado por aplicação de
uma alavanca na face mesial da linha cervical
do dente. 
*Impacção distoangular: A coroa é seccionada
das raízes logo acima da linha cervical. A coroa
inteira é quase sempre removida porque
interfere na visibilidade e acesso à estrutura
radicular do dente.
Se as raízes estão fusionadas, uma alavanca
de Cryer ou uma alavanca reta pode ser usada
para elevar o dente no espaço previamente
ocupado pela coroa. Se as raízes são
divergentes, elas em geral são seccionadas em
dois pedaços e individualmente removidas. A
extração dessa impacção é difícil porque muito
mais osso distal deve ser removido e o dente
tende a ser distalmente elevado e na direção da
porção do ramo mandibular. 
Em geral, dentes impactados em outra parte da
boca são quase sempre seccionados somente
na linha cervical. Isso permite a remoção da
porção da coroa do dente, deslocamento da
porção da raiz para dentro do espaço
previamente ocupado pela coroa, e remoção da
porção radicular. 
Passo 4: Remoção do dente seccionado com
alavanca.
Uma vez que quantidade adequada de osso
tenha sido removida para expor o dente e este
tenha sido seccionado de forma apropriada, o
dente é removido do processo alveolar com
alavancas. Na mandíbula, as alavancas mais
frequentemente usadas são as retas, o par de
alavancas de Cryer e de Crane. Devido ao
dente impactado nunca ter sustentado forças
oclusais, os ligamentos periodontais são frágeis
e permitem deslocamento da raiz dentária se
uma correta porção de osso é removida e são
empregadas forças na direção correta. A
retirada de terceiros molares superiores é
realizada com alavancas retas, que luxam o
dente de modo distovestibular. Alguns
cirurgiões preferem alavancas curvas, como a
de Potts, Miller ou Warwick, que ajudam na
obtenção de acesso ao dente impactado. A
ponta da alavanca é inserida na área mesial da
linha cervical e é aplicada força para deslocar o
dente na direção distovestibular. Em adição,
pressão é aplicada para deslocar o dente
posteriormente; o cirurgião deve manter um
dedo na tuberosidade da maxila (especialmente
se a impacção for mesioangular) para que, caso
ocorra uma fratura, possam ser tomadas,
providências para recuperar a tuberosidade da
maxila, mantendo o tecido mole aderido. 
Fratura da Raiz 
O problema mais comum associado à extração
de um dente é a fratura de suas raízes. Raízes
longas, curvas e divergentes, que se encontram
em osso denso são as mais prováveis de serem
fraturadas. O principal método para prevenir
fraturas de raízes é realizar a cirurgia da
maneira correta, ou usar a técnica de extração
aberta, e removendo o osso para diminuir a
quantidade de força necessária para retirar o
dente. 
Deslocamento da Raiz 
A raiz do dente que é mais comumente
deslocada para dentro dos espaços anatômicos
desfavoráveis é a raiz do molar superior,
quando empurrada ou perdida dentro do seio
maxilar. Se a raiz fraturada do molar superior
for removida com uma alavanca reta utilizada
com excesso de pressão apical, a raiz do dente
poderá ser deslocada para dentro do seio
maxilar. Se isso ocorrer, o cirurgião deverá
fazer várias avaliações para determinar o
tratamento apropriado.Primeiro, ele deverá
identificar o tamanho da raiz perdida dentro do
seio. O cirurgião deverá avaliar, em seguida, se
existe alguma infecção no dente ou nos tecidos
periapicais. Finalmente, o cirurgião deverá
avaliar a condição pré-operatória do seio
maxilar. Para o paciente que tem um seio
maxilar saudável, é mais fácil tratar uma raiz
deslocada do que se o seio está ou tenha sido
cronicamente infectado. Se o fragmento do
dente que foi deslocado é pequeno (2 ou 3 mm)
ápice radicular e o dente e o seio não têm
infecção preexistente, o cirurgião deverá fazer
uma breve tentativa para remover a raiz.
Primeiro, deverá ser realizada uma radiografia
da raiz dentária fraturada para documentar sua
posição e tamanho. Uma vez que tenha sido
realizada, o cirurgião deverá irrigar através da
pequena abertura no ápice do alvéolo e, então,
sugar a solução irrigada do seio via alvéolo.
Isso às vezes expulsa o ápice da raiz do seio
através do alvéolo. O cirurgião deverá examinar
a solução aspirada e confirmar,
radiograficamente, se a raiz foi removida. 
Passo 5: Preparando o fechamento da ferida.
 
A lima para osso é usada para alisar qualquer
ponta aguçada, margem áspera de osso,
particularmente onde uma alavanca esteve em
contato ósseo. O cirurgião deve direcionar a
próxima atenção para a remoção de todos os
fragmentos de osso particulado e resíduos para
fora da ferida. Isso é feito com irrigação
vigorosa com solução salina estéril. Especial
cuidado deve ser tomado para irrigar a fundo,
embaixo do retalho de tecido mole rebatido. Um
hemostato mosquito pode ser usado para
remover qualquer remanescente de folículo, se
presente. O cirurgião deve checar a hemostasia
adequada, hemorragia, pode ocorrer de um
vaso no retalho, do osso medular que tenha
sido cortado com uma broca, ou os vasos
alveolares inferiores. Hemorragia pós-
operatória até certo grau ocorre com alguma
frequência após extrações de terceiros molares,
mas é quase sempre autolimitante se for
realizada a hemostasia adequada no momento
da operação. Nesses casos muitos cirurgiões
utilizam antibióticos como a tetraciclina para
ajudar a prevenir, no alvéolo de terceiros
molares inferiores, a ocorrência de alveolite. O
fechamento da incisão feita para um terceiro
molar impactado em geral é um fechamento
primário. Se o retalho foi bem desenhado e não
foi traumatizado durante o procedimento
cirúrgico, ele será adaptado dentro da sua
posição original. A sutura inicial deve ser
posicionada de um extremo ao outro no tecido
aderido na face posterior do segundo molar.
Suturas adicionais são posicionadas
posteriormente àquela posição, e
anteriormente, através da papila, no lado mesial
do segundo molar. Usualmente, duas ou três
suturas são necessárias para fechar uma
incisão de envelope. Se uma incisão de alívio
foi usada, deve ser direcionada atenção
especial para o fechamento daquela porção da
incisão igualmente. Se o retalho para um
terceiro molar superior se encontra
passivamente na posição de modo posterior,
suturas poderão não ser necessárias. 
 
Principais complicações cirúrgicas
Se essa técnica não for bem-sucedida, nenhum
procedimento cirúrgico adicional deverá ser
realizado através do alvéolo e a ponta da raiz
deverá ser deixada no seio. Um pequeno e não
infectado ápice radicular poderá ser deixado no
lugar porque é improvável que cause alguma
sequela inoportuna. O paciente deve ser
informado da decisão e deve receber instruções
pós-operatórias peculiares para monitoramento
regular da raiz e do seio. A comunicação
oroantral deverá ser tratada como discutida
posteriormente, com uma sutura em oito
figurada sobre o alvéolo, precauções em
relação ao seio, antibióticos, e um spray nasal
para diminuir a chance de infecção pela
manutenção do óstio aberto. O acontecimento
mais comum é que o ápice da raiz fibrose
dentro da membrana do seio com nenhum
problema subsequente. Se a raiz do dente está
infectada ou o paciente tem sinusite crônica, o
paciente deverá ser encaminhado a um
cirurgião oral e maxilofacial para remover o
ápice da raiz via acesso de Caldwell-Luc. Se
um fragmento grande ou um dente inteiro é
deslocado para dentro do seio maxilar, este
deverá ser removido O método usual é um
acesso de Caldwell-Luc ao seio maxilar na
região da fossa canina e em seguida remoção
do dente. Terceiros molares superiores
impactados são ocasionalmente deslocados
para dentro do seio maxilar (do qual são
removidos via acesso de Caldwell-Luc). Mas
caso ocorra o deslocamento, é mais comum
para dentro do espaço infratemporal. O dente
está quase sempre lateral à lâmina pterigóide
lateral e inferior ao músculo pterigóideo lateral.
Se bom acesso e boa iluminação estão
disponíveis, o cirurgião poderá fazer uma
simples tentativa cautelosa para recuperar o
dente com uma pinça hemostática. Contudo, o
dente normalmente não está visível, e uma
sondagem cega resulta num deslocamento
mais distante. Se o dente não é recuperado
após uma simples tentativa, a incisão deverá
ser fechada e a cirurgia encerrada. O paciente
deverá ser informado de que o dente foi
deslocado e será removido posteriormente. 
Antibióticos devem ser administrados para
ajudar a diminuir a possibilidade de uma
infecção, e uma rotina de cuidados pós-
operatórios deverá ser providenciada.
Fratura do Processo Alveolar 
A extração de um dente normalmente requer
que o osso alveolar circunjacente seja
expandido a fim de possibilitar um trajeto livre
para remoção do dente. Porém, em algumas
situações o osso fratura e é removido com o
dente, em vez de expandir. A causa mais
provável de fratura do processo alveolar é o uso
de força excessiva com o fórceps, que fratura
grandes porções da lâmina cortical. Se o
cirurgião perceber que uma força excessiva é
necessária para remover um dente, um retalho
de tecido mole deverá ser elevado e
quantidades controladas de osso deverão ser
removidas para que o dente possa ser
facilmente solto ou, no caso de dentes
multirradiculares, seccionado. As lâminas mais
prováveis de provocar fratura óssea são a
lâmina cortical vestibular sobre o canino
superior, a lâmina cortical vestibular sobre os
molares superiores (especialmente o primeiro
molar), a porção do assoalho do seio maxilar
associada aos molares superiores, a
tuberosidade maxilar, e o osso vestibular dos
incisivos inferiores. O principal método de
prevenção dessas fraturas é fazer um
cuidadoso exame pré-operatório do processo
alveolar, tanto clínica quanto radiograficamente.
Os cirurgiões devem observar a forma da raiz
do dente a ser removido e avaliar a proximidade
das raízes com o seio maxilar. Os cirurgiões
também devem checar a espessura da lâmina
cortical vestibular que recobre o dente a ser
extraído. Se as raízes divergem amplamente,
se elas se encontram próximas ao seio, ou se o
paciente tem uma cortical vestibular com
grande quantidade de osso, os cirurgiões
devem tomar medidas especiais para prevenir
fraturas de porções excessivas de osso. A
idade é um fator a ser considerado porque os
ossos de pacientes mais velhos provavelmente
estão menos elásticos e, por isso, têm mais
possibilidade de fraturar do que de expandir. 
 
O cirurgião que determina, pré-
operatoriamente, que existe uma alta
probabilidade para fratura óssea deverá
considerar a realização da extração pela
técnica cirúrgica aberta. Usando esse método o
cirurgião pode remover uma menor e mais
controlada quantidade de osso, o que resulta
em uma cicatrização mais rápida e uma forma
mais ideal da crista para reconstrução protética.
Quando os molares superiores se encontram
próximos ao seio maxilar, a exposição cirúrgica
do dente, com seccionamento de suas raízes
em duas ou três porções, previne a remoção de
uma porção do assoalho do seio maxilar. Isso,
então, previne a formação de uma fístula
oroantral crônica, que requer procedimento
secundário para ser fechada. 
Em resumo, a prevenção de fraturas de
grandes porções da lâmina cortical depende de
uma avaliação radiográfica e clínica pré-
operatória, de evitar o uso de quantidades
excessivas de força descontroladae da
antecipada decisão de realizar uma extração
aberta com remoção de quantidade controlada
de osso e secção de dentes multirradiculares.
Durante uma extração a fórceps, se não ocorrer
uma relevante mobilidade do dente
inicialmente, então o cirurgião, criterioso e
prudente, mudará o plano de tratamento para a
técnica cirúrgica em vez de prosseguir com o
método fechado. 
O tratamento das fraturas do osso alveolar
toma diferentes formas, dependendo do tipo e
da gravidade da fratura: se o osso do alvéolo
dentário foi completamente removido
juntamente com o dente, ele não deverá ser
recolocado. O cirurgião deverá, simplesmente,
fazer com que o tecido mole seja reposicionado
tão bem quanto possível a fim de recobrir o
osso remanescente e prevenir retardo na
cicatrização. O cirurgião também deve
regularizar algumas margens pontiagudas que
possam ter sido causadas pela fratura. Se
existirem tais margens pontiagudas de osso, o
cirurgião deverá rebater uma pequena porção
de tecido mole e usar uma lima de osso para
arredondá-las, ou uma goiva para remover a
irregularidade. 
O cirurgião que apoia o osso alveolar com os
dedos durante a extração normalmente sente
quando ocorre a fratura da lâmina cortical
vestibular. Dessa vez o osso permanece unido
ao periósteo e normalmente cicatriza se puder
ser separado do dente e deixado aderido ao
recobrimento do tecido mole. O cirurgião deve
dissecar cuidadosamente o osso, unido ao
tecido mole que o acompanha, do dente. Para
esse procedimento o dente deve ser
estabilizado com o fórceps, e um instrumento
com uma pequena ponta afiada, tal como o
descolador de periósteo no 9, deve ser usado
para descolar o osso vestibular da raiz do
dente. É preciso compreender que se o retalho
de tecido mole está separado do osso, o
suprimento sanguíneo para o recobrimento
ósseo será rompido e o osso, então, sofrerá
necrose. Uma vez que o osso e o tecido mole
tenham sido descolados do dente, este deve
ser removido e o osso e o retalho de tecido
mole serão reaproximados e firmados com
sutura. Quando tratado desse modo, é
altamente provável que o osso cicatrize com
uma forma de crista mais favorável para
reconstrução protética do que se o osso tivesse
sido removido juntamente com o dente. Por
essa razão, vale a pena o grande esforço para
dissecar o osso do dente. 
Fratura da Tuberosidade Maxilar 
A fratura de uma grande parte de osso na área
da tuberosidade maxilar é uma situação de
especial interesse. A tuberosidade maxilar é
importante para a confecção de uma prótese
total superior retentiva e estável. Se uma
grande porção dessa tuberosidade é removida
juntamente com o dente superior, a estabilidade
da dentadura provavelmente está
compromissada. A tuberosidade maxilar fratura
com mais facilidade como resultado da extração
de um terceiro molar superior erupcionado ou
da extração do segundo molar, caso este seja o
último dente no arco. 
Se a fratura da tuberosidade ocorre durante
uma extração, o tratamento é similar ao que já
foi discutido para outras fraturas ósseas. O
cirurgião, com o dedo, apoia o processo
alveolar durante a fratura (se osso permanecer
unido ao periósteo) e deverá tomar medidas
para assegurar a sobrevivência daquele
segmento ósseo. Se for possível, o segmento
ósseo deverá ser dissecado do dente e este
deverá ser removido de modo normal. A
tuberosidade é então estabilizada com a sutura
da mucosa, como previamente indicada. No
entanto, se a tuberosidade estiver
excessivamente móvel e não puder ser
dissecada do dente, o cirurgião terá várias
opções. A primeira opção é colocar uma tala no
dente que está sendo extraído aos dentes
adjacentes e adiar a extração por 6 a 8
semanas, dando tempo para cicatrização
óssea. O dente é então extraído pela técnica
cirúrgica aberta. A segunda opção é seccionar
a coroa do dente das raízes e deixar a
tuberosidade e a raiz seccionada cicatrizarem.
Após 6 a 8 semanas o cirurgião pode acessar a
área e remover as raízes dentárias de maneira
normal. Se o molar superior estava infectado
antes da cirurgia, essas duas técnicas deverão
ser usadas com cautela. Caso a tuberosidade
maxilar seja completamente separada do tecido
mole, os passos normais são regularizar as
cristas pontiagudas do osso remanescente e
reposicionar e suturar o tecido mole
remanescente. O cirurgião deve,
cuidadosamente, verificar uma comunicação
oroantral e tratar, caso necessário. 
As fraturas de tuberosidade maxilar deverão ser
vistas como uma importante complicação. O
principal objetivo do tratamento terapêutico é
manter o osso fraturado no lugar e conseguir o
melhor meio para cicatrização. Esta pode ser
uma situação que pode ser mais bem
conduzida através do encaminhamento a um
cirurgião oral e maxilofacial. 
Lesões a Estruturas Nervosas Regionais 
Os ramos do quinto nervo craniano, que
fornece a inervação da mucosa e da pele, são
as estruturas adjacentes mais prováveis de
serem traumatizadas durante a extração. Os
mais frequentes ramos específicos envolvidos
são o nervo mentual, o nervo lingual, o nervo
bucal e o nervo nasopalatino. Os nervos
nasopalatino e bucal são frequentemente
seccionados durante a realização de retalhos
para remoção de um dente impactado. A área
de inervação sensorial desses dois nervos é
relativamente pequena, e a reinervação da área
afetada quase sempre ocorre de modo rápido.
Portanto, os nervos nasopalatino e bucinador
podem ser cirurgicamente seccionados sem
que haja sequela permanente ou muito
incômodo para o paciente. A remoção cirúrgica
de raízes de pré-molares inferiores ou pré-
molares inferiores impactados e cirurgia
periapical na região do nervo mentual e forame
mentoniano devem ser realizadas com grande
cautela. Se o nervo mentual for traumatizado, o
paciente terá uma parestesia ou anestesia do
lábio e do mento. Se a lesão for resultado do
descolamento ou da manipulação do retalho, a
sensação normal comumente retornará em
poucos dias ou poucas semanas. Se o nervo
mentual for seccionado na sua saída do forame
mentual ou dilacerado ao longo de seu curso, é
bem provável que sua função não retorne, e
que o paciente fique num estado permanente
de anestesia. Se a cirurgia for realizada na área
do nervo ou forame mentual, é imprescindível
que os cirurgiões tenham uma forte consciência
do potencial de morbidade da lesão desse
nervo. Se os cirurgiões têm alguma dúvida a
respeito de suas habilidades em realizar o
procedimento cirúrgico indicado, eles devem
encaminhar o paciente a um cirurgião oral e
maxilofacial. Se um retalho em “L” é usado na
região do nervo mentual, a incisão vertical
relaxante deve ser colocada anteriormente, o
mais distante possível a fim de evitar o
rompimento de alguma porção do nervo
mentual. 
O nervo lingual normalmente é localizado de
modo anatômico, precisamente diante da
parede lingual da mandíbula no coxim da região
retromolar.
O nervo lingual raramente se regenera quando
gravemente traumatizado. As incisões feitas na
parte mole da região retromolar da mandíbula
devem ser colocadas de modo a evitarem a
aproximação desse nervo. Por isso, incisões
feitas para exposição cirúrgica de terceiros
molares impactados ou de áreas ósseas na
região molar posterior deve ser feita no lado
vestibular da mandíbula. Igualmente, ao
dissecar um retalho envolvendo o coxim
retromolar, deve ser tomado cuidado para evitar
dissecção excessiva ou dilaceração dos tecidos
na face lingual dessa região. 
A prevenção da lesão do nervo lingual é de
extrema importância para evitar essa difícil
complicação. Finalmente, o nervo alveolar
inferior pode ser traumatizado ao longo do
curso de seu canal ósseo. O local mais comum
da lesão é a região de terceiro molar inferior. A
remoção de terceiros molares inferiores pode
ofender, esmagar ou traumatizar intensamente
o nervo em seu canal. Essa complicação é tão
comum durante a extração de terceiros molares
que é importante informar de modo rotineiro,
aos pacientes, no pré-operatório, que ela é uma
possibilidade. O cirurgião deve, então, tomar
todas as precauções possíveis para evitar a
lesão do nervodurante a extração. 
 
Lesões à Articulação Temporomandibular
Outra principal estrutura que pode ser
traumatizada durante um procedimento de
extração na mandíbula é a articulação
temporomandibular. A remoção dos molares
inferiores frequentemente requer a aplicação de
uma grande quantidade de força. Se a
mandíbula estiver inadequadamente apoiada,
durante a extração, para ajudar a neutralizar as
forças, o paciente poderá experimentar dor
nessa região. Forças controladas e apoio
adequado da mandíbula previnem a dor na
mesma.
O uso de blocos de mordida no lado
contralateral pode proporcionar um equilíbrio
adequado das forças fazendo com que a lesão
não ocorra. O cirurgião ou assistente também
deve apoiar a mandíbula segurando sua
margem inferior. Se o paciente se queixa de dor
na articulação temporomandibular
imediatamente após o procedimento de
extração, o cirurgião deverá recomendar o uso
de calor úmido, repouso da mandíbula, uma
dieta pastosa, e 600 a 800 mg de ibuprofeno a
cada 4horas por vários dias. Pacientes que não
podem tolerar drogas anti-inflamatórias não-
esteroides podem tomar de 500 a 1.000 mg de
acetaminofeno. 
 
Trismo 
Extração dentária pode resultar em trismo ou
limitação na abertura da boca. O trismo resulta
da inflamação que envolve os músculos da
mastigação. Ele pode resultar de múltiplas
injeções locais de anestésico, especialmente se
estas tiverem penetrado os músculos. O
músculo mais provável de estar envolvido é o
músculo pterigóideo medial, que pode ser
penetrado com a agulha da anestesia local
durante o bloqueio do nervo alveolar inferior.
Extrações cirúrgicas de terceiros molares
inferiores impactados resultam, usualmente, em
algum grau de trismo porque a resposta
inflamatória do procedimento cirúrgico é
suficientemente extensa e envolve alguns
músculos da mastigação. Em geral o trismo não
é grave, tampouco um empecilho para as
atividades do paciente. Entretanto, a fim de
evitar que o paciente se assuste, este deve ser
avisado sobre a possibilidade de o fenômeno
ocorrer. 
Fraturas da mandíbula
A fratura da mandíbula durante a extração é
uma complicação rara e está associada, quase
exclusivamente, à remoção de terceiros
molares impactados. A fratura da mandíbula
normalmente é o resultado da aplicação de uma
força que excede a necessária para remover
um dente e frequentemente ocorre durante o
uso forçado da alavanca dental. No entanto,
quando um terceiro molar inferior está
profundamente impactado, somente uma
pequena quantidade de força pode causar uma
fratura. 
As fraturas também podem ocorrer durante a
remoção de dentes impactados de uma
mandíbula gravemente atrofiada. Caso uma
fratura ocorra, deve ser tratada pelos métodos
normalmente utilizados para fraturas de
mandíbula. A fratura deve ser adequadamente
reduzida e estabilizada. Normalmente isso
significa que o paciente deverá ser
encaminhado a um cirurgião oral e maxilofacial
para o tratamento definitivo.

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