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CONTROLE E AUTOMAÇÃO PROF. DR. LEANDRO DE SANTANA COSTA Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Fernando Sachetti Bomfim Marta Yumi Ando Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Aliana de Araújo Camolez © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande re- sponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conhec- imento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................5 1. DEFINIÇÕES .............................................................................................................................................................6 1.1 SISTEMA ..................................................................................................................................................................6 1.1.1 CONTROLE.............................................................................................................................................................6 1.1.2 CONTROLADOR ....................................................................................................................................................6 1.1.3 SISTEMA DE CONTROLE ....................................................................................................................................6 1.2 HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE CONTROLE E CONFIGURAÇÕES DE SISTEMAS ..........................................6 1.2.1 RESUMO DA HISTÓRIA DO CONTROLE AUTOMÁTICO ...................................................................................8 1.3 DIAGRAMA DE BLOCOS EM MALHA ABERTA E MALHA FECHADA ..........................................................................8 1.3.1 ELEMENTOS DE UM DIAGRAMA DE BLOCOS..................................................................................................8 INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE CONTROLE PROF. DR. LEANDRO DE SANTANA COSTA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: CONTROLE E AUTOMAÇÃO 4WWW.UNINGA.BR 1.3.2 SISTEMA DE MALHA ABERTA .......................................................................................................................... 10 1.3.3 SISTEMA DE MALHA FECHADA ........................................................................................................................ 10 1.4 TRANSFORMADA DE LAPLACE ............................................................................................................................. 11 1.4.1 DEFINIÇÃO E PROPRIEDADES ........................................................................................................................... 11 1.4.2 ALGUMAS TRANSFORMADAS........................................................................................................................... 13 1.5 TABELA COM ALGUMAS TRANSFORMADAS ..................................................................................................... 15 1.5.1 APLICAÇÃO A CIRCUITOS .................................................................................................................................. 15 1.5.3 RAÍZES REAIS E DIFERENTES .......................................................................................................................... 17 1.5.4. RAÍZES REAIS DUPLAS ....................................................................................................................................20 1.5.5 RAÍZES COMPLEXAS CONJUGADAS ................................................................................................................ 21 1.5.6 IMPEDÂNCIAS OPERACIONAIS .......................................................................................................................22 1.5.7 CIRCUITO RLC SÉRIE ........................................................................................................................................23 1.5.8 RLC PARALELO ...................................................................................................................................................24 1.5.9 CIRCUITO COM UM AMPLIFICADOR ...............................................................................................................25 1.5.10 TRANSFERÊNCIA OPERACIONAL ...................................................................................................................26 1.5.11 DIVISOR DE TENSÃO .........................................................................................................................................26 1.5.12 MODELAGEM MATEMÁTICA DE SISTEMAS FÍSICOS ...................................................................................27 1.6 MODELAGEM MATEMÁTICA DE UM SISTEMA MECÂNICO .............................................................................29 1.7 MODELAGEM MATEMÁTICA DE UM SISTEMA ELÉTRICO ................................................................................ 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................34 5WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Diariamente os sinais elétricos e magnéticos nos são apresentados, seja por um celular ou mesmo pela transmissão de informação entre satélites no espaço. Na área médica, os diversificados tipos de exames, como ressonância magnética e eletrocardiograma, são essencialmente realizados por meio de sinais. A seguir, é ilustrado o sinal de amplitude de um evento sísmico (terremoto) em um gráfico chamado de sismograma. Aqui o sistema consiste em um sensor de vibração que converte as pequenas oscilações do solo em um sinal que é apresentado no gráfico. Figura 1 - Sismograma. Fonte: O nosso observatório (2020). Neste material de estudo, trataremos da manipulação de sinais e sistemas e do controle de suas quantidades, de forma analógica e digital. O tipo de processamento que pode ser executado depende muito do tipo do sinal. Por exemplo, para uma análise do aquecimento global, se faz necessário o acúmulo de uma grande base de dados sobre temperatura, pressão atmosférica, velocidade das correntes de ar, correntes marítimas, dados estes que são adquiridos ao longo dos anos. Outra questão sobre tal sistema é se existe periodicidade, ou seja, se os dados apresentam algum tipo de padrão que se repete no tempo. Essa questão e outras de cunho estatístico são fundamentais para a análisedos sinais, por exemplo, podem os sinais ser ajustados por retas ou polinômios? Podem ser estabelecidas previsões futuras com certo grau de confiança? É possível prever medidas de controle de forma a alterar a sua variação temporal de alguma forma? O intervalo de confiança das medidas e análises faz com que a interpretação do fenômeno de aquecimento global se torne sólida. Essa análise matemática dos sinais por meio de funções especiais fará parte de nosso estudo. Neste texto, pretende-se fornecer as ferramentas para que o leitor possa iniciar os primeiros estudos nas áreas de processamento de sinais, assim como em instrumentação eletrônica, telecomunicações, dentre outras disciplinas que são abordadas no curso de engenharia elétrica. Nesta unidade, iremos tratar da classificação e análise dos sinais associados a diferentes tipos de sistemas eletromagnéticos e mecânicos. Tal estudo nos permitirá avançar na compreensão de como esses conjuntos de sistemas podem se relacionar por meio de dispositivos como capacitores, indutores, resistores, motores, e toda sorte de equipamentos que tenham seu funcionamento com base no processamento de sinais. Faremos uma revisão sobre a transformada de Laplace e como aplicá-la a diferentes sistemas. Também vamos estudar os diagramas de blocos e como formar malhas com eles. 6WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. DEFINIÇÕES 1.1 Sistema É uma disposição, conjunto ou coleção de partes conectadas ou relacionadas de maneira a formarem um todo, podendo o sistema ser físico, biológico, econômico etc. Esses sistemas são, em suma, o objeto de nosso estudo. Podemos perceber, pela figura a seguir, que um sistema monovariável apresenta apenas uma entrada (sinal de entrada u) e uma saída (sinal de saída y), enquanto o sistema multivariável pode apresentar mais de um par de entrada-saída. Veremos que o sistema S será o modificador que permite a transformação . Figura 2 - Exemplo de sistemas monovariáveis e multivariáveis. Fonte: O autor. 1.1.1 Controle Estuda como agir sobre um dado sistema de modo a obter um resultado arbitrariamente especificado. Ou seja, o controle permite definir como os diferentes sistemas irão interagir para obter um determinado resultado. 1.1.2 Controlador Dispositivo utilizado para a obtenção do controle de um sistema. Podemos usar diversos controladores, como o capacitor, que atenua a variação da voltagem, ou o indutor, que impede as flutuações indesejadas de corrente em um determinado circuito. 1.1.3 Sistema de controle Conjunto formado pelo sistema a ser controlado e o controlador. Um exemplo típico é o computador conectado a um equipamento, notebook e impressora 3D para desenvolver peças e protótipos feitos de diferentes tipos de plásticos. 1.2 Histórico dos Sistemas de Controle e Configurações de Sistemas A revolução dos diferentes tipos de equipamentos de instrumentação nas últimas décadas fez com que muitos equipamentos mecânicos e pneumáticos se tornassem eletromagnéticos, permitindo maior precisão nas medidas e também dimensões menores com maior eficiência. Em vez de tubos e estruturas custosas, hoje temos microprocessadores controlando muitas malhas simultaneamente. Marcia Realce Marcia Comentário do texto De modo aleatório: 1 aleatoriamente, por acaso, casualmente, acidentalmente, eventualmente, fortuitamente, ocasionalmente, inesperadamente, contingentemente. De modo facultativo: 2 facultativamente, opcionalmente, voluntariamente. 7WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A despeito dessas mudanças, os conceitos básicos de sistemas de controle e algoritmos de controle permanecem essencialmente os mesmos. Agora é mais fácil implementar estruturas de controle, pois basta reprogramar um computador. A tarefa dos engenheiros de controle é a mesma: projetar um sistema de controle que atenda às especificações, seja estável, robusto e seguro (OGATA, 2005). Figura 3 - Principais elementos de um sistema de controle, típico de um processo industrial. Fonte: Sistemas de Controle I (2003). A Figura 3 representa um sistema de malha fechada, que é constituída por um sensor que faz a análise da variável do processo (detecção), uma transmissão que converte o sinal de forma conveniente, por exemplo, um sinal do tipo ar pressurizado em sistemas pneumáticos ou um sinal elétrico em sistemas eletrônicos. O transmissor conduz o sinal para um controlador, que faz a comparação entre PV e o valor do SP desejado, que gera um sinal de controle, segundo a configuração pré-estabelecida, e um determinado elemento final de controle, chamado de válvula de controle, que opera por ar e que abre e fecha, permitindo a razão de fluxo. Enquanto o sensor, o transmissor e a válvula de controle estão posicionados na planta da indústria onde ocorre o processo, o controlador, que representa o computador ou painel de controle, fica alojado em um centro de comando a uma distância segura em relação ao processo. A ligação entre o painel e o campo é feita através de sinais elétricos que são enviados do transmissor para o controlador e do controlador para o elemento final de controle. Ainda, o ganho do controlador pode ser negativo ou positivo, selecionando-se entre ação direta e reversa do controlador. Um ganho positivo resulta em uma saída do controlador decrescendo à medida que a variável do processo cresce (ação reversa). Já um ganho negativo resulta em uma saída do controlador crescendo à medida que a variável do processo cresce (ação direta). A ideia fundamental a ser seguida para a escolha correta da ação do controlador é que a ação tomada pelo controlador deve levar a variável de processo (PV) a se aproximar do Set Point (SP). Em seguida, descreve-se a sequência que um controlador industrial deve possuir: • Atribuir Variável de Processo (PV): o sinal que chega do transmissor. • Designar o valor do sinal enviado para a válvula: a saída do controlador (usualmente nominada MV). Marcia Comentário do texto Variável de processo Marcia Comentário do texto Set Point Marcia Comentário do texto Variável Manipulada 8WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA • Atribuir o Set Point (SP). • Configurar uma chave para selecionar entre modo manual ou automático. • Tornar variável o valor do Set Point quando o controlador está em automático. • Tornar variável o sinal para a válvula quando o controlador está em manual. • Critério de seleção entre as ações direta e reversa do controlador. 1.2.1 Resumo da história do controle automático A seguir, são apresentadas algumas datas importantes na história do controle automático: • 1769: máquina a vapor de James Watt. • 1868: J. C. Maxwell desenvolve o modelo matemático para o controle de uma máquina a vapor. • 1913: Henry Ford desenvolve uma máquina de montagem utilizada na produção de automóveis. • 1927: H. W. Bode analisa amplificadores realimentados. • 1932: H. Nyquist desenvolve um método para analisar a estabilidade de sistemas. • 1952: controle numérico desenvolvido pelo MIT. • 1954: George Devol desenvolve o primeiro projeto industrial robotizado. • 1970: teoria de variáveis de estado e controle ótimo é desenvolvida. • 1980: projeto de sistemas de controle robusto é desenvolvido. • 1990: automação da manufatura é difundida. • 1994: controle automático é largamente utilizado em automóveis; sistemas robustos são utilizados na manufatura. 1.3 Diagrama de Blocos em Malha Aberta e Malha Fechada 1.3.1 Elementos de um diagrama de blocos Sinal A seguir, temos a representação de um sinal no diagrama de blocos na representação da frequência s; logo, a direção da seta representa a direção em que o sistema flui. Figura 4 - Representação do sinal do sistema X(s) no espaço das frequências. Fonte: Adaptado de Ogata (2005). 9WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | UNI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Bloco operacional: função transferência A figura a seguir representa a função transferência G(s) no espaço da frequência, que é obtida como: Dessa forma, na representação da frequência, obtemos a função transferência dividindo o sinal saída Y(s) pelo sinal de entrada X(s). A seguir, temos as operações de soma e ramificação no diagrama de blocos. Figura 5 - Ilustração de elemento de soma no diagrama de blocos. Fonte: Adaptado de Ogata (2005). Somador Figura 6 - Somador no diagrama de blocos: (a) primeiro tipo de representação, (b) segundo tipo de representação. Fonte: Adaptado de Ogata (2005). Na operação de soma, como ilustrado acima (a), podemos concluir que X(s) = X1(s)+ X2(s) — X3(s), (1.2) As setas indicam a direção em que o sistema flui, e os sinais de X1, X2 e X3 representam as operações por meio das quais esses sinais irão atuar no sistema. Marcia Texto digitado Continuar daqui..... 10WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ramificação A ramificação é representada no diagrama de blocos, como mostrado na figura a seguir. Note que o sinal de entrada X é dividido em outros três sinais a partir do ponto de ramificação; logo, X(s) = X1(s)+ X2(s)+ X3(s). (1.3) Figura 7 - Exemplo de ramificação em um diagrama de blocos. Fonte: Adaptado de Ogata (2005). 1.3.2 Sistema de malha aberta É aquele em que a saída ou resposta não possui nenhuma influência sobre a entrada. Resposta Figura 8 - Diagrama de bloco, malha aberta. Fonte: O autor. A malha aberta possui a característica de não apresentar nenhum elemento de realimentação. Ou seja, pode ser considerado apenas um sistema de leitura ou conversão de unidades de medida, por exemplo, um conversor de pressão, atm para Pascal. 1.3.3 Sistema de malha fechada É aquele em que a saída ou resposta influencia a entrada do sistema. Nesse caso, há realimentação do sistema por meio de uma conexão apropriada, como mostrado na figura a seguir. Figura 9 - Representação de um sistema de malha fechada por um diagrama de blocos. Fonte: Sistemas de Controle I (2003). 11WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Exemplos Controle de temperatura de uma sala A seguir, temos a ilustração de um sistema de controle onde se deseja monitorar e manter uma determinada temperatura em uma sala; nesse caso, o termostato faz a leitura em tempo real enquanto o ar condicionado está ligado dentro da sala. A temperatura atual da sala irá ser detectada pelo sensor de temperatura e, enquanto o sistema não estiver na temperatura desejada, o sistema de controle irá manter o ar condicionado ligado fornecendo uma determinada quantidade de energia térmica ao ambiente. Porém, atingida a condição pré-estabelecida de temperatura, o sistema entra em equilíbrio, mantendo esse estado continuamente. Figura 10 - Representação de um sistema de malha fechada por um diagrama de blocos (controle de temperatura). Fonte: Sistemas de Controle I (2003). Controle do nível de um reservatório Figura 11 - Representação de um sistema de malha fechada por um diagrama de blocos (reservatório). Fonte: Sistemas de Controle I (2003). 1.4 Transformada de Laplace Vamos fazer uma revisão dos conceitos da transformada de Laplace. Aplicar a transformada de Laplace nas equações em um circuito ou sistema mecânico nos permite analisar facilmente a resposta do sistema no espaço das frequências. 1.4.1 Definição e propriedades A transformada de Laplace F(s) na função f(t) é dada pela equação 1.4: 12WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Por sua vez, na transformada inversa de Laplace (1.5), tem-se: Linearidade Deslocamento no tempo Deslocamento na frequência Escala Derivação A transformada de Laplace nos permite trabalhar com derivadas de forma algébrica. Então, tem-se a dedução para a transformação da primeira derivada. 13WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A dedução para a segunda derivada é equivalente. Integração Assim como nas derivadas, a transformada de Laplace nos permite trabalhar com as integrais algebricamente. Teorema do valor inicial Teorema do valor final Transformada da convolução 1.4.2 Algumas transformadas Degrau unitário Impulso unitário 14WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Exponencial onde a pode ser qualquer número complexo da forma a = k + jω. Ou diretamente a = jω. De fato, a transformada de e a transformada de , podem resultar em equações úteis para resolver circuitos de primeira e segunda ordem. Funções senoidais As transformadas do seno e do cosseno podem ser obtidas a partir da transformada da função exponencial, utilizando a fórmula de Euler. 15WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.5 Tabela com Algumas Transformadas 1.5.1 Aplicação a circuitos Figura 12 - Circuito RL em série. Fonte: O autor. Em um circuito RL de primeira ordem, como na figura anterior, a equação da malha é dada por: Aplicando a transformação de Laplace a ambos os membros da equação: Se a entrada é v(t) = u(t), podemos obter a expressão para corrente: Para cada um dos termos de I(s), podemos aplicar a transformada inversa para obter a expressão para i(t). 16WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Para o primeiro termo: Por sua vez, para o segundo termo: De maneira que a expressão geral para i(t) será: 1.5.2 Frações parciais A transformada de Laplace resulta em uma operação mais fácil de ser resolvida quando usamos as expressões na forma: Isto é, um quociente de polinômios em s. Em princípio, uma vez que uma função é obtida dessa maneira, é necessário que a ordem do numerador seja menor que a ordem do denominador. Dessa forma, ela pode ser transformada usando as propriedades. Se N ≥ M, será necessário deduzir a ordem do polinômio, efetuando a divisão de polinômios, de tal maneira que: onde K1 é o resultado do primeiro quociente, K2 o resultado do segundo, e K é o restante. 17WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Dessa forma, a antitransformação de F(s) será: No caso em que N = M, também é necessário dividir os polinômios, mas no resultado haverá um único : Exemplo: Dividindo o numerador pelo denominador, dá um quociente de 2s — 3 e um restante de 12s + 5. Então F(s) será: Finalmente, quando N < M, é necessário procurar as raízes do denominador, que serão os polos da transferência. A função terá o formato: onde N(s) é um numerador, um polinômio de ordem N. 1.5.3 Raízes reais e diferentes No caso em que as raízes s0 .. . sM sejam todas reais e diferentes, a função pode ser separada pelo método de frações simples, de tal forma que: Os coeficientes, para três raízes, podem ser encontrados da seguinte forma: 18WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA onde N(s) é o numerador, e A, B e C são números que não dependem de s. Exemplo numérico Tabela com as principais transformadas de Laplace 19WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Exemplo de um circuito Um circuito capacitivo, como o da figura a seguir, será caracterizado pelas seguintes equações: onde VA é a tensão entre os terminais do capacitor C1. Figura 13 - Circuito com raízes reais. Fonte: O autor. 20WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Fazendo a transformada de Laplace em ambas as equações e operando para obter um quociente de polinômios: 1.5.4. Raízes reais duplas Se uma ou mais raízes são repetidas, elas são raízes duplas, em vez de raízessimples. Para fazer a separação em frações, será necessário levar em conta esta situação. Por exemplo, para um caso com uma raiz dupla s1 e uma raiz simples s2: Nesse caso, os coeficientes podem ser encontrados da seguinte forma: onde N(s) é o numerador, e A, B e C são números que não dependem de s. Para o coeficiente B, é necessário fazer a derivada da função. Dessa forma, a ordem do polinômio é reduzida. No caso em que há uma raiz tripla, o procedimento seria semelhante, tendo uma fração com o denominador (s— s1) 3, outra com o denominador (s— s1) 2 e outra com o denominador (s — s1). 21WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Exemplo numérico 1.5.5 Raízes complexas conjugadas Para os circuitos que são estudados nesta matéria, sempre que um polo complexo aparece em uma função, seu conjugado também aparecerá. Por exemplo, para um caso com dois polos s1 e seu conjugado : Neste caso, o coeficiente A é conjugado de B, isto é, B=A*. Além disso, e . Dessa forma, as seguintes expressões podem ser obtidas: 22WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Dessa forma, a função f(t) será dada por: 1.5.6 Impedâncias operacionais É chamada de impedância operacional a impedância que é dada a um determinado elemento do circuito quando se trabalha com a transformada de Laplace. Essa impedância é obtida da aplicação da transformada de Laplace à equação que liga a corrente e a tensão no elemento. As condições iniciais não são levadas em conta, uma vez que a impedância operacional só se aplica ao regime permanente. Resistores Capacitores Indutores Ao comparar essas impedâncias com aquelas usadas no regime de onda senoidal permanente, fica claro que . Isto é, se é um regime sinusoidal permanente. No caso em que s tem parte real, pode ser qualquer regime; isto é, a análise por fatores é um caso particular da análise usando a transformada de Laplace. 23WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.5.7 Circuito RLC série A transformada de Laplace pode ser usada para resolver um circuito, como o da figura abaixo. Para fazer isso, primeiro propomos o circuito e depois o transformamos. Figura 14 - Circuito RLC em série. Fonte: O autor. A partir da equação (1.14), você pode ver que os polos para o I(s) atual terão um e um . Tomando zero as condições iniciais, você pode procurar o valor da tensão VR dada por: 24WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Para o caso em que v(t) = u(t), temos V (s) = 1/s e: Os polos da equação são . Além disso, e . 1.5.8 RLC paralelo Figura 15 - Circuito RLC em paralelo. Fonte: O autor. Para resolver um circuito RLC paralelo, como o da figura acima, é proposta a equação da soma das correntes. Agora é possível encontrar uma expressão para a tensão de saída V (s): 25WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Se a fonte atual for i(t) = u(t), I(s) = 1/s, e as condições iniciais nulas forem tomadas, V (s) será: . Os polos dessa expressão serão tais que e . 1.5.9 Circuito com um amplificador Da mesma forma, a transformada de Laplace pode ser aplicada para resolver circuitos mais complexos, como o da Figura 16. Figura 16 - Circuito com amplificador. Fonte: O autor. As equações para cada um dos nós do circuito são apresentadas. Você pode procurar por uma expressão para VA(s): 26WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E procurar a expressão para VO(s) em função de VI(s): 1.5.10 Transferência operacional A transferência é dada por: Onde V (s) é a tensão de entrada e VS (s) é a tensão de saída. Quando se fala de transferência, as condições iniciais não são levadas em consideração, já que apenas o regime permanente é levado em conta. Se V (s) = 1 (um impulso), a resposta dependerá apenas do circuito, uma transferência não pode ser estabelecida. As transferências serão sempre uma razão de dois polinômios com a variável s. Pelo teorema da convolução, se você tem a transferência T (s) de um circuito, você pode obter a transferência T (t) do circuito e convoluir com a função de entrada para obter a saída. 1.5.11 Divisor de tensão Se você tiver um divisor de tensão, como o da figura abaixo, onde as impedâncias são Z1(s) e Z2(s) (isto é, elas podem ser capacitivas, indutivas e (ou) resistivas), a transferência acima de Z2 será dada por: 27WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 17 - Circuito divisor de tensão. Fonte: O autor. 1.5.12 Modelagem matemática de sistemas físicos A modelagem de tais sistemas envolve a solução de equações diferenciais por meio das transformadas de Laplace. Essas equações descrevem o comportamento dinâmico de sistemas físicos que são regidos pelas três leis de conservação da Física: a lei de conservação da energia, que estabelece a invariância da energia em função do tempo; a lei de conservação da quantidade de movimento; e a lei de conservação do momento angular. Para determinar a modelagem de sistemas para os casos generalizados, vamos definir um par de variáveis (e, f ), que chamamos de variáveis generalizadas, que são aquelas cujo produto é igual (ou proporcional) à potência (energia no tempo) entrando ou saindo do sistema. Tais variáveis se apresentam em um sistema de controle sob duas formas distintas: as variáveis através (corrente, força) e as variáveis entre (tensão, velocidade). Note que a designação também está relacionada ao tipo de instrumento requerido para medir cada variável em um sistema físico: medidores de força e corrente são usados em série para medir o que atravessa o elemento, e medidores de velocidade e tensão são conectados em paralelo para medir a diferença entre o elemento (DORF; BISHOP, 2011). O quadro a seguir mostra as variáveis generalizadas para diferentes sistemas físicos. Outras definições também são úteis na modelagem de sistemas físicos. O par de variáveis também é conhecido como variáveis Esforço (entre) e Fluxo (através). Utilizando os conceitos anteriores, podemos classificar os elementos de um sistema de controle em três segmentos: 28WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Fontes de energia: fontes de variáveis entre (Esforço) e fontes de variáveis através (Fluxo). Figura 18 - Quadro com as classes de dispositivos, variáveis através e variáveis entre. Fonte: O autor. Armazenadores de energia: armazenadores de variáveis entre (Esforço) e armazenadores de variáveis através (Fluxo). Dissipadores de energia Figura 19 – Quadro com os três tipos de classificações para sistemas de controle: armazenamento de fluxo, armazenamento de esforço e dissipador. Fonte: Morse, Robertson e Tucker (1941). 29WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.6 Modelagem Matemática de um Sistema Mecânico Discutiremos alguns sistemas que podem ser modelados por meio de equações diferenciais de primeira e segunda ordem em suas derivadas (NISE, 2012). Exemplo 1: sistema mola-amortecedor em paralelo Figura 20 - (a) Ilustração de um sistema mecânico massa mola com amortecimento, (b) Diagrama de forças. Fonte: O autor. A figura acima mostra o diagrama do corpo livre do sistema, onde a força é exercida como força exterior, ou seja, uma excitação f(t), uma força da mola kx(t) e uma força do amortecedor viscoso cx˙(t). Note que esse sistema possui um grau de liberdade (GDL) (pode se mover na direção x). Aplicando a segunda lei de Newton, obtemos: A partir da equação acima, equação diferencial ordinária (EDO) de primeira ordem, podemos escrever o modelo matemático para o sistema mecânico da Figura 19, conhecendo a função de excitação f(t). Para tal,deve-se resolver a equação diferencial acima. Exemplo 2: sistema mola-amortecedor em série Temos, agora, um sistema com dois GDL, pois são duas coordenadas para descrever o movimento do sistema: x1 para o ponto de arrancamento entre o amortecedor e uma mola Figura 21 - Ilustração de um sistema mecânico massa mola com amortecimento. Fonte: O autor. 30WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA e x2 para o ponto de aplicação da força f(t). A figura a seguir ilustra diagramas de corpo livre das forças que atuam em pontos onde foi considerado que x2 > x1: Figura 22 - Diagrama de forças. Fonte: O autor. Aplicando a segunda lei de Newton ao ponto 1, temos: Aplicando a segunda lei de Newton ao ponto 2, temos: O modelo composto de EDOs fica escrito como: Podemos escrever esse sistema de equações na representação de matrizes: 31WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.7 Modelagem Matemática de um Sistema Elétrico Exemplo 1: Circuito RLC em série Figura 23 - Circuito RLC em série. Fonte: O autor. Utilizando as leis das malhas, a soma do potencial no circuito é: Usando as equações das voltagens, chegamos a: Aplicando a transformada de Laplace, considerando as condições iniciais nulas, obtemos: Considerando a tensão no capacitor VC como a tensão de entrada no sistema e V, a tensão de saída, ou seja, com a substituição I(s) = VcCs, podemos obter a seguinte função de transferência: 32WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Note que podemos reescrever a equação acima como: com VC = eo (sinal de entrada) e V = ei (sinal de saída). As expressões ėo e ë o se referem à primeira e segunda derivadas no tempo, respectivamente. Uma representação por matrizes pode ser feita tomando x1 = eo, x2 = _ eo e u = ei: Esse é o conjunto de equações que representa o sistema elétrico de um circuito RLC. Além do conteúdo abordado nesta unidade, o aspecto associado à construção de sistemas de controle é o desenvolvimento e a aplicação de inteligência artificial (IA). Notavelmente os sistemas de controle munidos de IA são autoajustáveis, onde o processo funciona em paralelo com sensores que mantêm o sistema operacional mediante correções pontuais, afastando-o de uma pane generalizada. Mais informações sobre os assuntos abordados nesta unidade podem ser obtidas nos livros: NASCIMENTO JR., C. L.; YONEYAMA, T. Inteligência artificial em controle e automação. São Paulo: Blucher, 2000. SPIEGEL, M. R. Transformadas de Laplace. México: Mcgraw Hill, 1975. Para mais informações sobre o tópico discutido nesta unidade, veja os vídeos disponíveis em: https://youtu.be/bNiw3CMGsK4 (Transformada de Laplace) e https://youtu.be/0jM-XSOfoA4 (Introdução a sistemas de controle). 33WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA As equações diferenciais apresentadas nesta unidade foram resolvidas (no espaço das frequências) por meio das transformadas de Laplace. Essa transformada é uma classe generalizada das transformadas de Fourier, principalmente para se trabalhar com sinais senoidais por meio de exponenciais complexas. Com base nessa informação, como podemos expressar um sinal com uma função seno ou cosseno, através de séries aritméticas? Note que podemos escrever uma função em termos de uma série numérica. Investigue a série da função seno e a série da função cosseno; por meio delas, você poderá constatar a relação delas com a função exponencial complexa. 34WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, introduzimos o contexto histórico associado a sistemas de controle, seus elementos básicos e como ocorre seu funcionamento. Inicialmente, estudamos como representar tais sistemas por meio do diagrama de blocos em uma malha aberta ou fechada. Para manipular algebricamente esses sistemas, fizemos uma revisão sobre a transformada de Laplace, que estabelece uma equação integral para mudança do espaço do tempo para o espaço das frequências, o que facilita o traquejo matemático da modelagem de sistemas mecânicos e elétricos. 3535WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 36 1. OBTER FUNÇÕES DE TRANSFERÊNCIA NO DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA (S) A PARTIR DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ............................................................................................................................................................ 37 2. FUNÇÕES DE TRANSFERÊNCIA A PARTIR DA REDUÇÃO DO DIAGRAMA DE BLOCOS .................................. 41 3. DIAGRAMA DE FLUXO DE SINAIS (REGRA DE MASON) .................................................................................... 45 4. TÉCNICAS DE LINEARIZAÇÃO: SISTEMAS LINEARES E NÃO LINEARES .............................................................. 48 4.1 SISTEMAS LINEARES ........................................................................................................................................... 48 4.2 SISTEMAS NÃO LINEARES ................................................................................................................................. 50 4.3 LINEARIZAÇÃO DE SISTEMAS NÃO LINEARES ................................................................................................ 51 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................... 54 FUNÇÃO TRANSFERÊNCIA PROF. DR. LEANDRO DE SANTANA COSTA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: CONTROLE E AUTOMAÇÃO 36WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Com o conhecimento adquirido na unidade anterior sobre a manipulação do diagrama de blocos, podemos agora estudar as diversas equações que geram as funções de transferência de uma determinada malha. Também iremos estudar as regras de manipulação dos diferentes tipos de malhas para sistemas. 37WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. OBTER FUNÇÕES DE TRANSFERÊNCIA NO DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA (S) A PARTIR DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS Para obtermos a função transferência no domínio da frequência, faremos uso da transformada de Laplace; para isso, considere um sistema linear, com parâmetros concentrados, descrito pela seguinte equação diferencial no domínio do tempo (t) (OGATA, 2005): Aplicando a transformada de Laplace em ambos os lados da equação, assumindo as condições de contorno do sistema como nulas, ou seja, considerando as condições iniciais do sistema como nulas, obtemos: Obtemos a função transformada fazendo Y (s) /X (s). A função transferência G(s) é uma característica inerente ao sistema que independe da magnitude e da natureza do sinal de entrada ou função de excitação. G(s) inclui as unidades necessárias para relacionar a entrada com a saída, não fornecendo qualquer informação relativa à estrutura física do sistema. Se G(s) for conhecida, a saída pode ser estudada para várias formas de entrada. Algebricamente, G(s) pode ser definida como a transformada de Laplace da resposta ao impulso do sistema. A Função de Transferência pode ser escrita como: Sendo z1, z2,. . . são chamados de zeros do sistema e p1, p2,. . . , pn são chamados de polos do sistema . 38WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A figura a seguir mostra o plano complexo s. Os zeros são representados por círculos abertos, enquanto os polos pelo símbolo (x). Figura 1 - Gráfico do plano complexo com a representação dos polos e zeros. Fonte: O autor. Os polos ezeros permitirão, logo adiante, analisar as propriedades da função transferência e também estudar o comportamento de sua respectiva fase (ASTROM, 1990). Exemplos Determine a função de transferência do sistema a partir da equação diferencial dada por: Aplicando a transformada de Laplace, temos: 39WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2) Dada a função de transferência anterior, encontre a resposta do sistema para um degrau unitário. Considere as condições iniciais. Aplicando a transformada inversa de Laplace, obtemos: A equação y(t) é o sinal de saída no espaço do tempo. Note que o sinal de saída apresenta um comportamento assintótico para , ou seja, para valores de tempo muito grandes, se torna constante: 3) Determine a função de transferência da equação diferencial: Aplicando a transformada de Laplace, temos: Nesse caso, a função transferência é dada por: 40WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 4) Determine a resposta a uma rampa r(t) = tu(t) para um sistema cuja função de transferência é: Solução: A função rampa pode ser escrita no espaço das frequências por meio da transformada de Laplace como: Tomando a função transferência e multiplicando pelo sinal de entrada, função rampa, temos: Expandindo em frações parciais, podemos diretamente aplicar a transformada inversa de Laplace: Assim, 41WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Com u (t) sendo a função unitária para t > 0: y(t) representa a função de saída, dada uma entrada como a função rampa r(t) = tu(t). Essa função também apresenta um comportamento assintótico , . 2. FUNÇÕES DE TRANSFERÊNCIA A PARTIR DA REDUÇÃO DO DIAGRAMA DE BLOCOS A redução do diagrama de blocos nos permite tomar alguns atalhos quanto às soluções para se encontrar a função transferência de um dado sistema (CARVALHO, 2000). A redução do diagrama de blocos em série consiste em multiplicar as funções de cada sistema representado pela função transferência G(s). Figura 2 - (a) Diagrama de blocos em série, (b) Diagrama de blocos reduzido. Fonte: O autor. 42WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A redução do diagrama de bloco em paralelo consiste em somar as diferentes funções de transferência que fazem parte do diagrama. Figura 3 - (a) Diagrama de blocos em paralelo, (b) Diagrama de blocos reduzido. Fonte: O autor. As funções de saída relacionadas a diferentes processos, com blocos em série ou em paralelo, são o produto ou soma desses operadores (G(s)1, G(s)2, G(s)3,. . .). Essa redução possibilita a redução das equações diferenciais que regem o sistema e, por consequência, podemos isolar os sinais de entrada R(s) e saída C(s). Lembre-se: o nome dado à variável desses dois sinais é variável “muda”, ou seja, independentemente da letra associada ao sinal, do seu significado, guardada a sua representação no diagrama de blocos, esse nome sempre será a mesmo. Com a possibilidade de isolar a função que representa esses sinais, a função de transferência (C(s)/R(s)) pode ser obtida por meio da redução do diagrama de blocos. Considere o seguinte sistema de realimentação H(s)1 e H(s)2 na imagem a seguir. Figura 4 - Diagrama de blocos em série e paralelo. Fonte: O autor. 43WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Podemos escrever as relações de entrada e saída usando a relação de transferência. Considerando a redução do diagrama de blocos e a direção por meio da qual o sistema é orientado, B(s) é o sinal de realimentação (adotado como negativo (-) nesse exemplo) e E(s) é o erro. Figura 5 - Diagrama de blocos reduzido. Com G(s) = G1(s)G2(s) e H(s) = H1(s)H2(s) inerentes ao sistema. Fonte: O autor. Podemos escrever as equações de transferência: A equação 2.32 é a função de transferência obtida via redução do diagrama de blocos. Ou seja, o sistema pode ser reduzido a apenas um bloco. Resumindo esse procedimento de redução, se tivermos um sistema como mostrado na figura, teremos diagrama de blocos reduzido. O sinal ± da equação: se refere ao fato de a retroação ser somada ou subtraída na soma dos processos . 44WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Exemplos 1. Faça a redução do sistema de blocos abaixo. Resposta: 2. Faça a redução do sistema de blocos abaixo. 45WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Resposta: 3. DIAGRAMA DE FLUXO DE SINAIS (REGRA DE MASON) O diagrama de fluxo do sinal consiste em um método alternativo ao diagrama de blocos para representação gráfica da dinâmica de um sistema de controle. As duas técnicas são alternativas e possuem o mesmo resultado. Essa técnica consiste na definição de nós e ramos, com cada nó representando uma variável do sistema e cada ramo operando como o multiplicador do sinal. O fluxo de sinal possui uma única direção, que é indicada pela seta posicionada no ramo. O fator de multiplicação é indicado por meio do ramo. Nó: é um ponto que representa uma variável ou sinal. Transmitância: é o ganho real ou complexo entre dois nós. Tais ganhos podem ser expressos em termos de funções de transferência entre dois nós. Ramo: é um segmento direcionado unindo dois nós. Nós de entrada ou fonte: é um nó que contém somente ramos de saída. Isso corresponde a uma variável independente. Nó de saída ou sorvedouro: é um nó que contém somente ramos que chegam. Isso corresponde a uma variável dependente. Nó misto: é aquele que possui tanto ramos de saída quanto de entrada (OGATA, 2005; BOLTRON, 1992). A fórmula de Mason: na qual Pk é o ganho do caminho ou transmitância do caminho direto de ordem k, o determinante do gráfico. 46WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA é a soma dos ganhos individuais de todas as malhas, é a soma dos produtos dos ganhos de todas as combinações possíveis de duas malhas que não se tocam e é a soma dos produtos dos ganhos de todas as combinações possíveis de três malhas que não se tocam. é o cofator do determinante do k-ésimo caminho do gráfico de onde foram removidas todas as malhas que tocam esse k-ésimo caminho direto, isto é, o cofator é obtido a partir de ∆ pela remoção das malhas que tocam o caminho . Exemplos 1) Obtenha o ganho de Mason (função transferência ) , por meio do seguinte. diagrama de fluxo: Podemos identificar três malhas, formadas pelos laços L1, L2 e L3. Todas as malhas se tocam; abaixo ilustramos as malhas que compõem esse sistema. 47WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O cofator do determinante ao longo do caminho direto, que conecta o nó de entrada e o nó de saída, é obtido a partir de pela remoção das malhas que tocam esse caminho. Como o caminho P1 toca todas as três malhas, podemos escrevê-lo como P1 = G1G2G3, e 1 = 1; logo, teremos a função transferência como: 2) Obtenha o ganho de Mason (função transferência P = C(s) ) , por meio do seguinte diagrama de fluxo: Nesse caso, temos dois ramos: Para determinar o valor de , considere o caminho determinado por , ou seja (1, 1/s, 1/s, 1). Se ao removermos o caminho P1 não houver nenhum laço fechado o mesmo para , o caminho P2, ou seja (1, 1/s, 5), se removermos esse caminho, também não haverá laços fechados, logo . 48WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2) Determine a função de transferência no diagrama de blocos usando a Regra de Mason: 4. TÉCNICAS DE LINEARIZAÇÃO: SISTEMAS LINEARES E NÃO LINEARES 4.1 Sistemas Lineares Um sistema inicialmente em repouso é dito linear se, e somente se, apresenta as seguintes propriedades (CARVALHO, 2000; CHEN, 1999): a. Aditividade(Princípio da superposição): essa propriedade permite a soma de diferentes sinais de entrada, que resultam na soma dos sinais de saída. 49WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 5 - Representação da superposição de sistemas, por meio do diagrama de blocos. Fonte: O autor. b. Homogeneidade: note que o fator de proporcionalidade do sinal de entrada é mantido no sinal de saída. Figura 6 - Representação da homogeneidade de sistemas, por meio do diagrama de blocos. Fonte: O autor. c. Combinação de e : esse procedimento é análogo à propriedade de aditividade. Note que a constante que multiplica o sinal de entrada é conservada no sinal de saída. Figura 7 - Propriedade de combinação entre os sinais de entrada e saída. Fonte: O autor. Exemplos 1) Sistema linear. 50WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Assim, o sistema pode ser considerado como linear. 2) Como , o sistema é linear. 4.2 Sistemas Não Lineares Como , o sistema não pode ser considerado como linear, ou seja, é um sistema não linear. 51WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 4.3 Linearização de Sistemas Não Lineares A função f (x) pode ser expandida em série de Taylor em torno do ponto (x0, y0): Onde as derivadas , . . . são calculadas em . Para o caso em que seja proporcionalmente muito pequeno, ou seja, , logo pode ser desprezado. Assim, Se estabelecermos a igualdade , temos: A equação acima é a equação da reta, tangente à curva do gráfico anterior. Trataremos de dois exemplos de linearização de sistemas não lineares. Essencialmente, essa técnica consiste em expandir a equação que rege o sistema em uma série de Taylor (REF). 52WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Exemplos 1. Pêndulo Simples Condições de contorno ✓o = 0 e T (✓o) = 0. Expandindo T (✓) em uma série de Taylor, obtemos: Logo, como resultado, temos uma função linear em . 2. Equação diferencial com uma função seno, com as seguintes condições de contorno: Condições de contorno yo = 0, ẏo = 0, u = uo. Expandindo a equação diferencial 2.60 em uma série de Taylor, obtemos: Calculando as derivadas, 53WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Sobre a linearização de funções, embora a expansão em série de Taylor seja eficiente e largamente utilizada, é possível usar outros métodos que se adaptem às necessidades específicas de cada situação. Por exemplo: a linearização por espaço de estados, por diferenciais não lineares e mínimos quadrados. Para não estendermos este texto, seguem os links para uma análise mais aprofundada sobre esse tema: https://youtu.be/ecTAF719TfQ. https://youtu.be/kXs4zG4zqdg. https://youtu.be/kcODZHnmoWM. Para mais informações sobre o tópico discutido nesta unidade, principalmente sobre a função transferência, veja o vídeo disponível em: https://youtu.be/bF3Qsf2Ng8E (Função transferência). Mais informações sobre o assunto abordado nesta unidade podem ser obtidas nos livros: LATHI, B. P. Sinais e sistemas lineares. Porto Alegre: Bookman, 2007. ZILL, D. G. Equações diferenciais com aplicação em modelagem. São Paulo: Cengage Learning, 2012. A função transferência será um dos temas mais abordados nas próximas unidades. Nesse sentido, como essa função pode afetar um sinal de saída, caso um fator de proporcionalidade, um número real seja multiplicado a ela? (G(s)→NG(s) com N um número real). Lembre-se de como as regras de homogeneidade discutidas operam sobre os sinais de entrada e saída. Aqui é possível amplificar o sinal. Pense em como isso pode ser utilizado no cotidiano, como, por exemplo, com um volume de um aparelho de som. 54WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, analisamos a forma de determinar as funções de transferência por meio de equações diferenciais usando o sinal de entrada e saída no espaço da frequência de um sistema representado por uma malha reduzida no diagrama de blocos. Para essa análise, estudamos a regra de Mason para manipular sistemas que contenham malhas elaboradas. Também estudamos as técnicas de linearização de sistemas não lineares com o objetivo de obter equações simplificadas que possam reproduzir um determinado sistema não linear. 5555WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 03 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................56 1. RESPOSTA NO DOMÍNIO DO TEMPO, POLOS E ZEROS .........................................................................................57 1.1 POLOS E ZEROS .....................................................................................................................................................58 1.2 SISTEMA DE PRIMEIRA ORDEM .........................................................................................................................60 1.3 SISTEMA DE SEGUNDA ORDEM: GERAL E SUBAMORTECIDO ........................................................................62 1.3.1 SISTEMA SUBAMORTECIDO ..............................................................................................................................64 1.4 RESPOSTA TRANSITÓRIA E ESTABILIDADE .......................................................................................................64 1.4.1 ESTABILIDADE .....................................................................................................................................................66 1.5 CRITÉRIO DE ESTABILIDADE DE ROUTH-HURWITZ .........................................................................................67 1.6 RESPOSTA E ERRO EM REGIME PERMANENTE (TEOREMA DO VALOR FINAL) ........................................... 71 1.6.1 TEOREMA DO VALOR FINAL (VF) ....................................................................................................................... 72 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................................................................76 PARÂMETROS DE DESEMPENHO E ESTABILIDADE PROF. DR. LEANDRO DE SANTANA COSTA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: CONTROLE E AUTOMAÇÃO 56WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Nesta unidade, estudaremos as propriedades da função transferência e como ela afeta a função que representa o sinal de saída de uma malha fechada, usando as transformadas de Laplace para representação das funções no espaço da frequência e as transformadas inversas de Laplace para representação do sinal de saída no espaço do tempo. Iniciaremos com o estudo dos polos e zeros, aplicando a análise da resposta de estado zero. Investigaremos as propriedades dos sistemas de primeira e segunda ordem no espaço das frequências em conjunto à análise da estabilidade do sistema por meio do critério de estabilidade de Routh-Hurwitz (D’azzo; Houpis, 1988). 57WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. RESPOSTA NO DOMÍNIO DO TEMPO, POLOS E ZEROS A integral de convolução é a ferramenta matemática para obter a resposta no domínio do tempo y (t) de um sistema g (t), sendo u (t) o sinal de excitação sobre o sistema. Com a transformada de Laplace, podemos realizar a conversão para o domínio da frequência: Logo, para determinarmos y (t), podemos aplicar a transformada inversa de Laplace, sendo prático transformar Y (s) utilizando a técnica de expansão em frações parciais, evidenciando, dessa forma, os polos e zeros da função transferência. Podemos classificar as diferentes funções de transferência por meio do grau dos polinômiosque as definem. Considere a seguinte função racional: onde N(s) e D(s) são polinômios com coeficientes reais. Tais funções de transferência são classificadas de acordo com o grau do polinômio do numerador deg N(s) e do grau do polinômio do denominador deg D(s). A figura a seguir exemplifica essa classificação. Figura 1 - Tabela de classificação dos numeradores e denominadores da função transferência. Fonte: O autor. Geralmente, trabalharemos com as funções próprias ou estritamente próprias, uma vez que as funções de transferência impróprias não representam sistemas sob condições de causa e efeito. 58WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.1 Polos e Zeros Definição de polos e zeros: Definição 1 (Polo): número real ou complexo finito tal que . Definição 1 (Zero): número real ou complexo finito tal que . Podemos concluir que nem todas as raízes do polinômio D(s) necessariamente são polos de T (s). Considere a seguinte função de transferência: Para obtemos: Portanto, é um polo e também é uma raiz de T (s). De forma análoga, . No caso para uma indeterminação do tipo limx→p f(p) g(p) = 0 0. Dado f(x) e g(x) funções diferenciáveis e g0(p) 6= 0 o que torna o resultado indefinido. Porém, usando a regra de L’Hôspital, temos: Dessa forma, não é um polo de T(s).. Assim, as raízes de D(s) necessariamente não são polos de T (s). 59WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Resposta ao estado-zero A resposta ao estado-zero é estabelecida pela seguinte equação: Calcula-se inicialmente a transformada de Laplace de , e posteriormente podemos obter Y(s). Uma expansão em frações parciais de Y(s) pode facilmente levar a transformada de Laplace inversa para obtenção da resposta do sistema no domínio do tempo y(t). A seguir, são apresentados alguns exemplos. Exemplos 1) Dado o sistema: calcular a resposta para uma entrada a degrau unitário u(t) = 1 para t ≥ 0. Podemos escrever Y(s) como: A expansão em frações parciais pode ser representada como: Onde os coeficientes podem ser calculados como: A resposta no tempo pode então ser calculada como: 60WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Podemos observar, através do Exemplo 1, que os termos relativos aos polos do sistema podem ser divididos em duas partes: uma relativa aos polos do sistema G(s) e uma relativa ao polo de U(s). 1.2 Sistema de Primeira Ordem O sistema de primeira ordem é caracterizado por uma equação diferencial de primeira ordem, que apresenta apenas um polo: Figura 2 - (a) sistema de primeira ordem com realimentação unitária negativa, (b) diagrama de bloco reduzido. Fonte: O autor. Logo, Note que a ordem do denominador em s é igual a 1, ou seja, Ts1 + 1, sendo T uma constante de tempo. Exemplos 1) Considerando o sinal de entrada R(s) como uma entrada degrau R(s) = 1/s, temos: Aplicando a transformada inversa de Laplace: A partir da equação 3.23 em t = 0 c(0) = 0. Por outro lado, para , . Em t = T, obtemos: 61WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Observe que, se T for pequeno, mais rapidamente o sistema responde ao impulso. A curva exponencial da resposta possui uma inclinação da linha tangente em t = 0 e de 1/T, onde Figura 3 - (a) sistema de primeira ordem com realimentação unitária negativa, (b) diagrama de bloco reduzido. Fonte: Adaptado de Ogata (2005). Por meio do gráfico acima, podemos notar que as variações consideráveis no sistema ocorrem para intervalos de tempos até a ordem de t = 2T, enquanto para valores superiores de tempo, o regime assintótico tende a um valor constante y(t) = 1; nesse caso, o sistema atinge o regime estacionário. 2) Resposta de um sistema de primeira ordem a uma entrada impulso unitário . Usando a relação E aplicando a transformada inversa de Laplace em 3.26, obtemos: 62WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 4 - Gráfico da resposta de sistema à entrada na forma de uma função 6(s) = 1. Fonte: Adaptado de Ogata (2005). Esse sistema pode ser considerado como amortecido no tempo, devido ao decaimento exponencial de c(t). Logo, para um sistema de primeira ordem, com um sinal de entrada degrau, a função de saída será a de uma exponencial decrescente. 1.3 Sistema de Segunda Ordem: Geral e Subamortecido O diagrama de blocos a seguir apresenta um sistema de segunda ordem. Note que a potência em s determina a ordem do sistema. Nesse caso, o denominador da função transferência é um polinômio de segunda ordem (OGATA, 2005; DISTEFANO, 1972). Figura 5 - Diagrama de blocos para um sistema de segunda ordem. Fonte: O autor. Nesse caso, K é o fator de ganho de sinal (amplificador do sinal). A função transferência da malha fechada é dada por: Determinar as raízes do polinômio irá nos ajudar a compreender qual será a magnitude do efeito de oscilação e amortecimento. A forma generalizada para a resposta de um sistema de segunda ordem é escrita como: 63WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A equação acima representa o caso amortecido, onde é a frequência natural de oscilação, e o coeficiente de amortecimento. A equação 3.29 possui polos que são encontrados por meio da equação Bhaskara. A seguir, são representadas, no plano complexo, tais grandezas, onde podemos observar que o módulo (raio) é frequência natural Figura 6 - Gráfico no plano complexo, representando as constantes, frequência natural e o coeficiente de amortecimento . Fonte: O autor. Exemplos 1) Determine o valor do coeficiente de amortecimento e frequência natural da seguinte função transferência: Utilizando a comparação entre os termos, podemos determinar os termos referentes à equação 3.29. O sistema regido pela equação 3.31 se refere a um sistema amortecido com frequência natural e coeficiente de amortecimento . 64WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.3.1 Sistema subamortecido Respostas subamortecidas A função transferência, por apresentar um polinômio de segundo grau no denominador, apresenta dois polos complexos . A função resposta no tempo, nesse caso, é regida por uma senoide envolvida por uma exponencial, sendo a constante de tempo associada à parte real do polo, enquanto a frequência é associada à parte imaginária complexa. Ou seja, A figura a seguir exibe esse comportamento: Figura 7 - Gráfico de um sistema com amortecimento. Fonte: O autor. Note que a amplitude de oscilação varia com o tempo na forma de um decaimento exponencial. 1.4 Resposta Transitória e Estabilidade O desempenho de um sistema de controle é baseado em respostas transitórias devido ao fato de não terem uma reação instantânea, ou seja, o sistema evolui de um estado em regime transitório até atingir o regime estável. O sinal de entrada assume, nesse caso, o papel de uma perturbação ao sistema que está em um regime inerte (desligado). Ao ligar tal sistema, perturbamos o estado inerte, que agora passa para um regime transitório até atingir a estabilidade de funcionamento. Por exemplo, a Figura 8 pode ser analisada como representativa do funcionamento de um ventilador. Ao ligarmos, sua velocidade de rotação c(t) não atinge o regime estável instantaneamente a partir do momento em que acionamos o interruptor, o sistema passa por um regime de resposta transitória até atingir o regime de estabilidade, que é a velocidade de rotação constante. Note que, após atingir o tempo de acomodação, ainda existe uma tênue oscilação que, nesse exemplo, é da velocidade de rotação, porém dentro do limite de tolerância aceitável. As características de desempenho de um sistema de controle são especificadas em termos da resposta transitória; a seguir, enumeramosas principais (OGATA, 2005; FRANKLIN; POWELL, 1997; KUO, 1994). 65WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA As seguintes informações são usadas para especificar a resposta do tempo: 1) Tempo de atraso - td 2) Tempo de subida - tr 3) Instante de pico - tp 4) Sobressinal máximo - Mp 5) Tempo de acomodação - ts Figura 8 - Resposta de um sistema de segunda ordem. Fonte: Adaptado de Ogata (2005). 1. Tempo de atraso (td) - é o tempo necessário para a resposta atingir a metade do valor final pela primeira vez. 2. Tempo de subida (tr) - é o tempo necessário para a resposta passar de 10% a 90%, de 5% a 95% ou de 0 a 100%. Geralmente 10% a 90% é usado. 3. Momento de pico (tp) - é o tempo necessário para a resposta atingir o primeiro pico da projeção. 4. Sobressinal máximo (Mp em valor percentual) - é o valor máximo da curva de resposta medido a partir do valor unitário até a saída padronizada. O valor máximo de Mp (porcentagem) dá indicações de relativa estabilidade do sistema. 5. Tempo de estabilização, ts, é o tempo necessário para a curva de alcance dentro de um intervalo em torno do valor final (geralmente ±1%, ±2% ou ± 5%). Essencialmente, o sistema deve passar pelo regime transitório para poder alcançar o regime de estabilidade. 66WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.4.1 Estabilidade Necessariamente, o sistema de malha fechada, após passar pelo regime transitório, atinge a estabilidade em torno de um ponto de equilíbrio. Esse regime pode ser analisado por meio dos polos associados à função transferência do sistema de malha fechada. Ou seja, o sistema apresenta um limite físico, logo não existem flutuações infinitas. Por exemplo, se um motor elétrico estiver acionando uma bomba com rotação constante, o sistema é estável. No entanto, se o mesmo motor estiver acionando, por exemplo, uma antena, e aumentar a sua posição angular continuamente (rotação descontrolada), o sistema é considerado instável. Duas abordagens podem ser realizadas no estudo da estabilidade em torno de um ponto de equilíbrio do sistema. a. Caso de sistemas não forçados Neste caso, analisa-se a resposta do sistema deslocando-o da sua posição de equilíbrio. Se a resposta do sistema estiver dentro de uma determinada faixa em torno do ponto de equilíbrio, é dito que o sistema é estável. Se a resposta do sistema se afastar indefinidamente, o ponto de equilíbrio é dito instável. Um sistema é caracterizado como instável se, em um regime de estabilidade, o sistema for perturbado a ponto de sair do limite de tolerância aceitável e permanecer fora desse limite indefinidamente. Para ser considerado como estável, o sistema, após perturbado, deve se manter na faixa em torno do ponto de equilíbrio. Dentro desse conceito, considere, como exemplo, um pêndulo que possa girar em 360o no plano vertical com a base móvel. Admita que o sistema tem um certo amortecimento. Não é difícil perceber que esse sistema tem dois pontos de equilíbrio, que são os ângulos iguais a 0o e 180o. Também é intuitivo que, no caso do equilíbrio de 180o, qualquer perturbação em torno desse ponto fará com que o pêndulo não retorne à sua posição de equilíbrio. Esse ponto de equilíbrio é dito instável. Já para a posição de equilíbrio 0o havendo perturbação, o sistema volta ao ponto de equilíbrio. Esse ponto é dito estável. b. Caso de sistemas forçados Esse conceito é baseado na inerente capacidade do sistema de gerar uma saída limitada para uma entrada limitada. Uma função de tempo f(t) é limitada quando existe uma constante positiva M tal que para todo para todo t. Um sistema é estável se, e somente se, qualquer entrada limitada resultar em uma saída limitada. A análise da estabilidade do sistema consiste em determinar se os polos da função transferência, expandida em uma série de frações parciais, apresentam: • parte real negativa (sistema será estável): a função transferência apresenta um comportamento de uma exponencial decrescente. • parte real positiva (sistema será instável): a função transferência apresenta um comportamento de uma exponencial crescente, ou qualquer outra função que não seja limitada. • números imaginários puros não repetidos e nenhuma parte real positiva (sistema marginalmente estável): a função transferência apresenta um comportamento de uma senoide. • partes reais nulas múltiplas (sistema permanentemente instável). 67WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Exemplos Exemplo 1: Determine o valor da constante a para que o sistema seja estável ou instável. a) Solução: O polo dessa equação vale s1 = -a Se a raiz s1 = —a for positiva (a < 0), o sistema será instável. Ou seja, teremos uma exponencial crescente, que é ilimitada . Assim, o sistema não pode ser descrito por tal função. Logo a > 0 para que a raiz seja negativa e o sistema seja estável. A exponencial será decrescente e limitada . 1.5 Critério de Estabilidade de Routh-Hurwitz Podemos estudar a estabilidade de um sistema sem a necessidade de calcular as raízes dos polinômios associados à função transferência. Técnicas alternativas podem nos auxiliar na tarefa de investigar as condições da seção anterior, por meio do critério de estabilidade de Routh- Hurwitz (R.H). Tal critério é utilizado para determinar a estabilidade do sistema por meio da análise dos coeficientes do polinômio do denominador da função transferência, sem a necessidade de conhecer todos os seus polos (OGATA, 2005; PHILLIPS, 1992). Por meio dessa técnica, podemos saber se os polos estão no semiplano esquerdo ou semiplano direito ou ainda sobre o eixo imaginário. O critério de estabilidade de Routh-Hurwitz consiste em escrever a tabela de Routh básica. 68WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Considere o polinômio: Exemplos Exemplo 1: Figura 9 - Diagrama de blocos com uma função transferência. Fonte: Phillips (1992). 69WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Observando a primeira coluna da tabela acima, podemos constatar que o sinal da terceira linha muda em relação ao sinal da segunda linha; assim, podemos afirmar que essa equação apresenta um polo no lado direito do plano complexo, ou seja, uma raiz positiva. Logo, o sistema representado pelo diagrama de blocos acima é instável. 70WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Exemplo 2: Determine os valores de para que o sistema seja estável. Figura 10 - (a) diagrama de blocos em série do sistema de malha fechada com realimentação unitária, (b) diagrama de blocos reduzido. Fonte: O autor. Usando a simplificação do diagrama de blocos, obtemos: Pelo critério R-W, a primeira coluna deve possuir todas as linhas positivas; logo, a linha 3, , e a linha 4, Então, pela linha 3, e . Ou seja, o sistema será estável se . 71WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.6 Resposta e Erro em Regime Permanente (Teorema do Valor Final) O conhecimento dos componentes de um sistema nos auxilia na determinação de sua estabilidade. A característica a ser analisada é a resiliência do sistema a perturbações elétricas ou mecânicas, ou seja, caso haja alguma perturbação indesejada, o sistema ainda se mantém no limite da tolerância aceitável. Há também a estabilidade absoluta, na qual o sistema que está isolado de qualquer perturbação mantém seu comportamento dinâmico sem comprometer sua estabilidade. Na realidade física dos sistemas, o sinal de saída sempre apresenta um limite, que pode ser imposto por um componente mecânico ou o sistema pode se romper ou se tornar não linear. Após o sinal de saída ultrapassar determinada amplitude, as equações diferenciais do modelo não terão mais validade. Alémda estabilidade permanente, o sistema também pode ser analisado quanto à estabilidade relativa e ao erro estacionário. Como um sistema físico de controle contém energia armazenada, o estado permanente não é atingido imediatamente, o sistema passa por uma resposta transitória antes de atingir a estabilidade. Atingido o regime permanente, se o sinal de saída não coincidir com o sinal de entrada, dizemos que há um erro permanente no sistema. Quanto à resposta em regime permanente, o sistema mantém um padrão à medida que o tempo aumenta ( ). Já discutimos esses sistemas quando analisamos os sistemas de primeira e segunda ordem. Para análise do erro em regime permanente, vamos considerar o seguinte caso. Resposta à rampa unitária de sistemas de primeira ordem Como a transformada de Laplace da rampa unitária é 1/s2, obtemos a saída do sistema: Usando a expansão em frações parciais, obtemos: Aplicando a transformada inversa de Laplace, temos que: O sinal erro e(t): 72WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Lembrando que r(t) = t é função rampa, conforme t tende ao infinito, e—t/T se aproxima de zero; logo, o sinal de erro e(t) se aproxima de T ou A Figura 11 mostra a rampa unitária de entrada e a resposta do sistema. O erro do sistema para seguir a rampa unitária como sinal de entrada é igual a T para t suficientemente grande. Quanto menor a constante de tempo T, menor o erro estacionário ao seguir a entrada em rampa. A linha fina representa a função rampa r(t) = t enquanto a linha grossa, a função c(t). É evidente que o comportamento das duas funções é linear para t 1. O erro de estado permanente pode ser analisado pela diferença na direção vertical. 1.6.1 Teorema do valor final (VF) O limite de uma função no domínio do tempo, quando o tempo tende ao infinito, pode ser encontrado através do limite do produto da transformada de Laplace da função pela variável de Laplace quando esta tende a zero. Figura 11 - Gráfico do erro estacionário. Fonte: Adaptado de Ogata (2005). O erro do diagrama de realimentação negativa unitária é escrito como: 73WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O erro é a diferença entre sinal de entrada e saída. Figura 12 - Diagrama de blocos, erro permanente. Fonte: O autor. O erro estacionário pode ser calculado para qualquer entrada, por exemplo, para x(t) = r(t), podemos escrever: Logo, o erro estacionário é o limite do erro quando o tempo tende ao infinito: Seguem algumas definições importantes, chamadas de constantes de erro: Exemplos 1) Vamos considerar a entrada de referência como o degrau unitário. R(s)1/s. Assim, o erro estacionário é escrito como: 74WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2) Tomando a função entrada como a rampa unitária, o erro estacionário é: A Organização Internacional de Normalização (ISO) estabeleceu os critérios de qualidade de um sistema por meio da ISO/IEC 9126, que é a norma responsável por padronizar, com alta qualidade, os programas ou softwares de controle e automação, por meio de um conjunto de parâmetros e testes em campo. Essa ISO consiste em quatro partes: Modelo de qualidade, Métricas externas, Métricas internas e Métricas de qualidade em uso. A norma brasileira correspondente a essa ISO é a NBR 13596. A padronização desses sistemas é fundamental para aperfeiçoamento dos diversos programas de controle. Mais informações sobre o assunto abordado nesta unidade podem ser obtidas no livro: ROUTH, E. J. A treatise on the stability of a given state of motion: particularly steady motion. [S. l.]: Macmillan, 1877. Para mais informações sobre o tópico discutido nesta unidade, veja os vídeos: https://youtu.be/2cDSkzacs94 (ISO 9126). https://youtu.be/RmFofgiCy9Y (Estabilidade do sistema). https://youtu.be/Vpxj4JQGdnM (Critério de Estabilidade de Routh-Hurwitz). 75WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Nesta unidade, discutimos os critérios que um determinado sistema deve satisfazer para alcançar a estabilidade. Entre os resultados, percebemos que se o sistema possuir um sinal de saída que não seja limitado, o sistema será instável, ou seja, não apresentará controlabilidade. Sabendo dessa condição, que sistema poderia se enquadrar nessa condição para instabilidade? Note que o sistema deve apresentar um sinal ilimitado. 76WWW.UNINGA.BR CO NT RO LE E A UT OM AÇ ÃO | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, analisamos a forma como os polos e zeros afetam a função transferência e, por consequência, o sinal de saída. Determinamos como a função resposta do sistema tem a forma funcional que pode ser separada pelos polos da função associada ao sinal de entrada e à função transferência. Também estudamos o esquema de malha fechada relacionado ao sistema de primeira ordem, e como sua função de transferência pode afetar o sinal de saída; da mesma forma, discutimos como o sistema de segunda ordem com o efeito de amortecimento pode influenciar o sistema. Investigamos a resposta transitória e a estabilidade do sistema por meio da análise gráfica e do comportamento das funções de transferência. Também estudamos o critério de estabilidade de Routh-Hurwitz para determinar, por meio da análise do polinômio associado à função transferência, se o sistema apresenta ou não estabilidade. Uma análise introdutória foi realizada sobre o erro permanente em função da diferença entre o sinal de entrada e o sinal de saída. Finalizamos com o estudo do teorema do valor final e, através da função erro, pudemos determinar algumas quantidades, como o erro de posição, velocidade e aceleração. 7777WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 04 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................79 1. INTRODUÇÃO AO CONTROLE PROPORCIONAL, INTEGRAL E DERIVATIVO (PID)............................................ 80 2. MÉTODOS DE SINTONIA DE CONTROLADORES .................................................................................................. 82 2.1 REGRAS DE ZIEGLER-NICHOLS PARA SINTONIA DE CONTROLADORES PID ................................................. 82 2.2 REPRESENTAÇÃO GERAL NO ESPAÇO DE ESTADOS ......................................................................................... 87 2.2.1 SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO DE ESTADO ................................................................................................................ 89 2.2.2 CONTROLABILIDADE E OBSERVABILIDADE ................................................................................................... 92 2.3 RESPOSTA EM FREQUÊNCIA E DIAGRAMA DE BODE ...................................................................................... 94 2.3.1 DIAGRAMA DE BODE .......................................................................................................................................... 95 2.4 INTRODUÇÃO À AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ..................................................................................................... 108 2.4.1 PRINCIPAIS ASPECTOS DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ................................................................................ 108 CONTROLADORES PID E A RESPOSTA NO DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA PROF. DR. LEANDRO DE SANTANA COSTA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: CONTROLE E AUTOMAÇÃO 78WWW.UNINGA.BR 2.4.2 OBJETIVOS DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL .....................................................................................................109 2.4.3 HISTÓRICO DA AUTOMAÇÃO ...........................................................................................................................109 2.4.4 PROCESSOS INDUSTRIAIS E VARIÁVEIS DE PROCESSO ...............................................................................110
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