Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas 1 Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas Introdução DEFINIÇÃO → grupo de doenças distintas entre si, com características comuns entre si (envolvimento axial inflamatório e/ou artrite periférica e radiológicas – sacroiliíte e entesopatia), associados a predisposição genética – HLA B27 INCLUI: Espondilite Anquilosante (EA) Introdução DEFINIÇÃO → espondiloartropatia prototípica e doença sistêmica caracterizada por inflamação do esqueleto axial, das grandes, médias e pequenas articulações, dor lombar noturna, rigidez na coluna lombar, cifose acentuada, sintomas constitucionais, aortite, alterações da condução cardíaca e uveíte anterior - inflamação e calcificação das ênteses = entesite (local de conexão de ligg. e tendões nos ossos) EPIDEMIO: Predomínio masculino (3-5 :1) e caucasóide (prevalência geral = 0.1-0.2%; B27+ = 2%). Idade de início varia entre 2a-4a décadas HLA-B27+ em 80-98% dos pacientes caucasóides População HLA-B27 + parente consanguíneo de paciente espondilítico: prevalência de 20% Papel do HLA-B27 Apenas 5% dos indivíduos HLA-B27+ desenvolvem EA. EA raramente reincide em famílias na ausência de HLA-B27, ou em membros B27 negativos de famílias com EA. Gêmeos e estudos familiares sugerem que metade do risco de desenvolver EA é devido ao HLA-B27. Logo, o HLA-B27 é quase essencial para a herança da EA, mas outros genes determinam quais casos B27+ desenvolverão a doença. Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas 2 Fisiopatologia MANIFESTAÇÕES → entesite, artrite, tenosinovite, periostite, dactilite, sacroiliite, espondilite, anquilose obs.: as alterações são reversíveis É uma reação inflamatória crônica com erosão do osso adjacente, seguida por um processo também crônico de reparação tecidual, durante o qual costuma haver neoformação óssea e evolução para anquilose. A articulação mais envolvida é a sacroilíaca - outras articulações com forte componente ligamentar são acometidas: quadril e coluna vertebral. O sintoma mais frequente da EA é lombalgia inflamatória, mas pode começar nas articulações periféricas, especialmente em crianças e mulheres, ocorrendo raramente com iridociclite aguda (irite, uveíte anterior). 🚩 RED FLAGS LOMBALGIA → febre, despertar noturno e sem melhora com repouso Pode-se desenvolver rigidez matutina, que tipicamente é reduzida pela atividade, e também espasmo da musculatura paravertebral. Uma postura fixa e curvada alivia dor lombar e espasmo dos mm. paravertebrais; assim, a cifose é comum em pacientes sem tto. Com o tempo, pode desenvolver-se artrite grave do quadril e do ombro, que geralmente tem um prognóstico ruim. Nas fases mais avançadas, o paciente tem cifose acentuada, perda da lordose lombar e postura fixa inclinada para frente, com comprometimento da função pulmonar e incapacidade de deitar reto no leito. Pode haver comprometimento potencialmente deformante das articulações periféricas, às vezes envolvendo difusamente dígitos isolados (dactilite). Tendinite calcânea e patelar pode ocorrer. Comparação AR e EPA, sendo que EPA contém calcificação da articulação e AR destruição Postura do esquiador. Esclerose. Calcificação. Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas 3 Sem mobilidade da coluna lombar em flexão: Contratura em flexão do quadril e dos joelhos: Interação proposta entre inflamação e neoformação óssea nas EPA É multifatorial, com suscetibilidade genética + quebra de barreira (doença de crohn e psoríase) e bactéria patogênica facultativa ou invasiva (CD responde), o que promove inflamação. Diversos marcadores inflamatórios (célula T responde) e a própria biomecânica (estresse e enteses) promovem resposta óssea, com formação óssea e anquilose. Mobilidade axial Para verificar mobilidade, realizar a Manobra de Schober modificado: Calcificação Coluna em bambu Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas 4 E o teste occipício-parete (seta preta) e trago-parede (seta branca): Manifestações extra-articulares OFTALMOLÓGICAS → 20-25%; uveíte anterior aguda recorrente CARDÍACAS → <5%; aortite, bloqueio cardíaco, disfunção miocárdica PULMONARES → <5%; fibrose apical, distúrbio ventilatório restritivo RENAIS → <5%; nefropatia por depósito Ig A, amiloidose NEUROLÓGICAS → <5%; síndrome cauda equina, subluxação EPA PERIFÉRICA → inflamação aguda do joelho direito (gonartrite): ENTESITE - inflamação na inserção do tendão de aquiles: UVEÍTE ANTERIOR AGUDA: Início agudo Unilateral Anterior Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas 5 Remissão espontâmea Recorrente Relacionada ao HLA-B27 Diagnóstico Lombalgia inflamatória Diagnóstico pelo ASAS → considera-se LI se ≥4/5 parâmetros forem preenchidos EA Antigamente - critérios modificados de NY: Alterou-se pois, com a melhora na tecnologia, foram feitos mais diagnósticos precoces (na fase inflamatória) e os critérios não se encaixavam mais. Além do que, percebeu-se que muitos pacientes não evoluem para calcificação. SACROILIÍTE RADIOLÓGICA (graduação 1996): GRAU 0 → normal GRAU 1 → alterações suspeitas GRAU 2 → anormalidades mínimas - áreas localizadas de erosão ou esclerose, sem alteração do espaço articular GRAU 3 → anormalidades moderadas - sacroiliíte moderada ou avançada com um ou mais de erosões, evidência de esclerose ou anquilose parcial GRAU 4 → anormalidades graves - anquilose total Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas 6 Não é toda inflamação que é EA, RM serve para essa diferenciação. PARÂMETROS CARACTERÍSTICOS USADOS PARA O DIAGNÓSTICO: obs.: psoríase pode estar “escondida” no couro cabeludo, entre glúteos etc Critérios de 1984 não pegava estágios iniciais Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas 7 CRITÉRIOS ASAS: EPA PERIFÉRICA - CRITÉRIOS ASAS: ⚠ É o conjunto de sinais e sintomas que fecha o diagnóstico, não basta ter só o gene por exemplo. Possível abordagem para triagem de EpA axial em pacientes com lombalgia crônica QUANDO ENCAMINHAR AO REUMATO: Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas 8 Tratamento Tratamento não medicamentoso (atividade física, parar tabagismo etc) em todo o trajeto. Inicia-se com AINHs em dose plena. Não resposta a AINE 1-3 meses: anti-TNF (biológicos: etanercept, adalimumab, golimumab, infliximab). Em casos de doença periférica, o tto consiste em sulfasalazina, corticosteróides locais e bloqueadores TNF (biológico) Em casos de doença axial, bloqueadores TNF (biológicos). Podem ser utilizados analgésicos e pode ser feita a cirurgia s/n. obs.: a grande maioria vai para os biológicos (após 6 meses de tentativas de AINHs - combinados, alterando etc) Há aumento de risco CV e osteoporose (cálcio e vitamina D, exercícios). obs.: EpA radiográfica → secukinumab, infliximab Glicocorticóide em casos de infiltração, para reduzir progressão radiográfica. DMARDS → apenas sulfassalazina. PROTOCOLO SBR: Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas 9 TREAT TO TARGET → ASDAS <1,3 ❗ PARÂMETROS ASDAS (Escore de Atividade de Doença para EA): 1. Dor na coluna global (quanto a doença afeta a rotina na última semana) 2. Pacienteglobal (quanto a doença afeta a qualidade de vida) 3. Dor periférica/inflamação (dor em outras juntas, sem ser CV) 4. Duração da rigidez matinal (0-10, em que 10 = 2h) 5. PCR ou VHS Artrite psoriásica (AP) Introdução DEFINIÇÃO → tipo de artrite crônica que atinge as articulações de pessoas com psoríase, doença que causa lesões avermelhadas e escamosas na pele, principalmente nos joelhos, cotovelos e couro cabeludo. Inicia como psoríase e, em casos graves e/ou sem tto, evolui para AP. EPIDEMIO: 1M: 1F, com predomínio caucasóide e idade de início 4a-6a décadas. HLA-B27 + = 20=60% Psoríase na população geral = 1-2%; Artrite psoriásica = 5-40% pacientes psoriásicos Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas 10 Subtipos Costuma ser assimétrica e agressiva na articulação que atinge. SUBTIPOS → poliartrite, oligoartrite, axial, clássica, dactilite, mutilante, entesite obs.: forma axial pode começar em diversos locais da coluna obs.: dactilia → “dedo salsicha” PSORÍASE → lesões escamosas e placas, alterações ungueais (discretas, moderadas e graves) ALTERAÇÕES RADIOLÓGICAS → cálice invertido e ponta de lápis: Moderado Moderado-grave Dactilite Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas 11 Tratamento AINEs, sulfalazina, metotrexato, biológicos. Síndrome de Reiter (artrite reativa) Artrite reativa Introdução DEFINIÇÃO → artrite inflamatória que ocorre após a exposição a determinadas infecções gastrointestinais e geniturinárias ETIOLOGIA INFECCIOSA → Chlamydia, Salmonella, Shigella, Yersinia, Campylobacter, Clostridium; associação com HLA- B27 Critérios diagnósticos ❗Artrite assimétrica predominante em MMII + evidência de infecção precedente. Vale para sd. Reiter. Sd. Reiter Introdução DEFINIÇÃO → artrite reativa asséptica, inflamatória, desenvolvida secundária a uma infecção extra-articular primária, em sitio uretral e conjuntival (artrite reativa + conjuntivite + uretrite) ETIOLOGIA → TGI ou genitourinária MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (TRÍADE): Artrite (oligoartrite assimétrica) Uretrite (pouco sintomática) Conjuntivite (leve, auto-limitada) Espondiloartrites (EPA) - espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter (artrite reativa) e artrites enteropáticas 12 Doença inflamatória intestinal - artrites enteropáticas Introdução DEFINIÇÃO → tipo de artrite desencadeada em portadores de doença inflamatória intestinal, sendo as mais comuns a retocolite ulcerativa e ou doença de Crohn. EPIDEMIO → 1-2F : 1M, de predomínio caucasóide e idade de início 2a-3a décadas; HLA-B27+: 10 - 70% D.I.I. na população geral = 2-20/100.000; Artrite enteropática = 5-20% pacientes D.I.I. Formas clínicas OLIGOARTICULAR PERIFÉRICA → associada à atividade da doença; pode preceder o diagnóstico POLIARTICULAR PERIFÉRICA → não associada à atividade da doença; raramente precede o diagnóstico ESPONDILÍTICA → não associada à atividade da doença; geralmente, HLA-B27+ Tratamento Tais pacientes não podem usar AINEs pela doença intestinal, então vão direto para biológico.
Compartilhar