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DIREITO CONSUMIDOR 4

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No âmbito do Código de Defesa do Consumidor, em relação ao princípio da boa-fé objetiva, é correto 
afirmar que 
 
 
NENHUMA DAS RESPOSTAS ACIMA 
 
sua aplicação se restringe aos contratos de consumo 
 
 
importa em reconhecimento de um direito a cumprir em favor do titular passivo da obrigação. 
 
não se aplica à fase pré-contratual. 
 
 
para a caracterização de sua violação imprescindível se faz a análise do caráter volitivo das 
partes. 
 
Explicação: Erigido como pilar da relação de consumo, a boa-fé tem o condão de manter a lealdade e 
honestidade na relação, exatamente para proteção da parte mais vulnerável, que é o titular passivo da 
obrigação. 
 
 
 
 
2. 
 
 
Nos termos do que dispõe o artigo 2º do Código de Defesa do 
Consumidor, considera-se consumidor "toda pessoa física ou 
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final." A partir desse conceito, assinale a alternativa 
correta. 
 
 
 
Qualquer pessoa pode ser considerada consumidora, ainda que não tenha comprovada sua 
vulnerabilidade. 
 
Independentemente de sua atividade, uma pessoa física que adquire ou utiliza produtos e 
serviços será sempre consumidora. 
 
O STJ adota a teoria Maximalista, pois considera que independentemente da posição de uma 
pessoa na cadeia de consumo, se ela adquiriu produtos ou serviços é enquadrada no conceito de 
consumidora. 
 
Uma pessoa jurídica que adquire produtos ou utiliza serviços nunca poderá ser consumidora. 
 
 
A característica fundamental para se identificar um consumidor é a vulnerabilidade, tendo em 
vista que o STJ tem adotado a teoria segundo a qual, em alguns casos, mesmo que a pessoa 
física ou jurídica não seja a destinatária final, poderá ser considerada como consumidora, se 
comprovada sua vulnerabilidade. 
 
Explicação: A teoria adotada pelo Superior Tribunal de Justiça é a teoria finalista abrandada, segundo a 
qual uma pessoa física ou jurídica pode ser enquadrada como consumidora, ainda que não seja a 
destinatária final dos produtos ou serviços, e desde que seja comprovada a sua vulnerabilidade. 
Todo e qualquer consumidor (quer seja pessoa física, quer seja pessoa jurídica) encontra-se em uma 
situação de desequilíbrio, de vulnerabilidade perante os fornecedores; a lei consumerista, deste modo, 
trabalha com a premissa dessa desigualdade latente em qualquer relação de consumo, buscando, assim, 
equilibrar essa relação a partir de normas de proteção de seus interesses, justificando a dicotomia com 
o Código Civil, cujo princípio básico é o tratamento igualitário das partes na relação, como bem 
evidenciado na parte contratual do Código Civil, que, dentre os preceitos básicos, traz o pacta sunt 
servanda, que será agora relativizado. 
 
 
 
 
 
3. 
 
 
Sobre o princípio da vulnerabilidade do consumidor, indique a 
opção correta: 
 
 
Pode-se afirmar que existe presunção absoluta de vulnerabilidade e hipossuficiência em toda 
relação de consumo 
 
 
A vulnerabilidade da pessoa física será sempre de presunção absoluta, ao passo em que a 
vulnerabilidade da pessoa jurídica depende de comprovação 
 
Afirmar que o consumidor é vulnerável significa dizer que este também é hipossuficiente 
 
Um consumidor pode ser considerado hipossuficiente sem ser considerado vulnerável 
 
A vulnerabilidade só possuí caráter socioeconômico, portanto, um consumidor que também 
possua grandes fortunas não poderá arrogar para si a condição de vulnerável 
 
Explicação: O próprio CDC afirma a presunção absoluta em seu art. 4º, ressaltando a vulnerabilidade com 
intuito de tratar o consumidor de forma especial. 
 
 
 
 
 
 
4. 
 
 
Em relação aos princípios previstos no Código de Defesa do 
Consumidor, assinale a alternativa correta: 
 
 
O princípio da transparência impõe um dever apenas comissivo, pois é obrigação do fornecedor 
informar todas as características do produto ou serviço. 
 
a) O CDC é uma norma tipificadora de condutas, prevendo expressamente o comportamento 
dos consumidores e dos fornecedores. 
 
 
c) O princípio da vulnerabilidade, que presume ser o consumidor o elo mais fraco da relação de 
consumo, diz respeito apenas à vulnerabilidade técnica. 
 
 
d) O princípio da transparência impõe um dever comissivo e um omissivo, ou seja, não pode o 
fornecedor deixar de apresentar o produto tal como ele se encontra nem pode dizer mais do que 
ele faz. 
 
b) A boa-fé prevista no CDC é a boa-fé subjetiva. 
 
Explicação: O princípio da transparência veda que o fornecedor se valha de cláusulas contraditórias que 
excluam direitos do consumidor, devendo agir com transparência e clareza na relacao de consumo. Deve 
existir entre as partes um dever de lealdade e boa-fe. 
 
 
 
 
 
5. 
 
 
De acordo com a doutrina, vulnerabilidade corresponde a uma 
situação permanente ou provisória, individual ou coletiva, que 
fragiliza o sujeito de direitos, desequilibrando a relação de 
consumo. A respeito desse assunto, assinale a opção correta. 
 
 
 
Há vulnerabilidade fática do mutuário do Sistema Financeiro de Habitação em relação ao agente 
financeiro. 
 
A falta de conhecimentos contábeis relacionados à relação de consumo caracteriza 
vulnerabilidade técnica. 
 
A vulnerabilidade do consumidor é um fenômeno de natureza processual que deve ser analisado 
casuisticamente. 
 
 
A presunção de vulnerabilidade do consumidor é iuris tantum. 
 
A vulnerabilidade jurídica é presumida para o consumidor pessoa jurídica. 
 
Explicação: 
Fundamento: STJ (Resp. 436.815/DF) - considerou o consumidor mutuário do SFH vulnerável 
faticamente frente ao Agente Financeiro. 
A vulnerabilidade fática ou econômica, por sua vez, consiste no reconhecimento da fragilidade do 
consumidor frente ao fornecedor que, por sua posição de monopólio, fático ou jurídico, por seu forte 
poderio econômico ou em razão da essencialidade do produto ou serviço que fornece, impõe sua 
superioridade a todos. 
 
 
 
 
 
6. 
 
 
( Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase- 2017) Sobre 
a proteção contratual do consumidor, é correto afirmar: 
 
 
a) Adimplido o contrato de consumo, extinguem-se os deveres recíprocos entre fornecedor e 
consumidor. 
 
 
A necessidade de interpretação contratual pró-consumidor relaciona-se com a proteção de seus 
interesses e expectativas e está vinculada a dois princípios. 
O Princípio da equidade contratual relaciona-se com o equilíbrio das negociações. Há normas 
imperativas no Código de Defesa do Consumidor que proíbem a utilização de cláusula abusiva 
que assegura vantagem unilateral ou demasiada para o fornecedor, que seja incompatível com a 
boa-fé e a equidade. 
Não é somente a vontade que é protegida, mas os legítimos interesses e a expectativa dos 
consumidores, como referido. Para o afastamento de uma cláusula considerada abusiva 
não se exige um ato reprovável do fornecedor ou a existência de abuso de direito, 
bastando a inserção do dispositivo no contrato. Ainda que a cláusula tenha sido expressa e 
conscientemente aceita pelo consumidor, a autonomia da vontade não prevalecerá. 
Inspirado no artigo 1.370 do Código Civil italiano, o artigo 47 do Código de Proteção e Defesa do 
Consumidor instituiu como princípio geral a interpretação pró-consumidor. O dispositivo 
recebe influência do artigo 4º, III do mesmo Código, que dispõe sobre o princípio da 
boa-fé. Essa ideia de proteção do consumidor, sujeito vulnerável da relação, é baseada no 
mandamento constitucional de proteção, disposto no artigo 5º, XXXII da Constituição da 
República. Os artigos 1º e 7º do CDC também inspiraram a determinação da interpretação 
favorável. 
 
b) O adimplemento substancial do contrato pode impedir a resolução em caso de 
inadimplemento, desde que expressamente previsto pelas partes. 
 
d) A declaração de nulidade de uma cláusula que gerava onerosidade excessiva ao consumidor, 
gera a nulidade do negócio como um todo. 
 
c) A autonomia privada não se aplica àsrelações contratuais de consumo. 
 
 
Explicação: 
e) A imposição de interpretação mais favorável ao consumidor, não corresponde à proibição genérica de 
limitações dos direitos contratados, desde que pactuados de forma expressa e clara. 
 
 
 
 
7. 
 
 
Sobre a inversão do ônus da prova em favor do consumidor 
pessoa física todas as assertivas estão corretas, exceto: 
 
 
c) Segundo àqueles que entendem que a inversão ope judicis é regra de julgamento, o 
momento de sua apreciação é na sentença 
 
d) Segundo àqueles que entendem que a inversão ope judicis é regra de procedimento, o 
momento de sua apreciação é até o saneamento, fase mais compatível para assegurar o 
exercício dos direitos constitucionais do contraditório e da ampla defesa. 
 
 
b) A vulnerabilidade é fenômeno de direito material com presunção relativa, enquanto que a 
hipossuficiência é fenômeno de direito processual com presunção absoluta. 
 
a) A denominada inversão ope judicis está prevista no art. 6., VIII, do CDC e depende de 
apreciação judicial. 
 
Explicação: A vulnerabilidade se revela como fenômeno de direito material, ao passo que a 
hipossuficiência, de direito processual. Ou seja, a vulnerabilidade gera presunção absoluta, que não pode 
ser afastada pela produção de prova pela parte contrária, o que pode acontecer com a hipossuficiência, 
que gera presunção relativa, analisada a cada caso concreto, com a possibilidade de inversão do ônus da 
prova. 
 
 
 
 
8. 
 
 
Sobre a boa-fé objetiva é incorreto afirmar: 
 
 
limita o exercício dos direitos subjetivos para coibir condutas abusivas 
 
 
é critério hermenêutico ou paradigma interpretativo; 
 
é fonte de deveres anexos para as partes contratantes; 
 
 
indica a ausência de malícia do agente ou a suposição de estar agindo corretamente 
 
 
(Prova para Juíz- 2013) Sobre os direitos básicos do consumidor, assinale a alternativa 
INCORRETA: 
 
 
c) O consumidor tem direito a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. 
 
a) Nas relações de consumo, é direito do consumidor a proteção da vida, saúde e segurança 
contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados 
perigosos ou nocivos. 
 
 
b) É direito do consumidor a modificação das cláusulas contratuais que estabelecem prestações 
proporcionais ou sua revisão em razão de qualquer fato que as tornem onerosas. 
 
d) O consumidor tem direito a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais, individuais, 
coletivos e difusos. 
 
e) O juiz pode deferir, em benefício do consumidor, a inversão do ônus da prova no curso do 
processo civil versando sobre direito do consumidor. 
 
 
 
Explicação: 
b) É direito do consumidor a modificação das cláusulas contratuais que estabelecem prestações 
proporcionais ou sua revisão em razão de qualquer fato que as tornem onerosas. 
 
 
 
 
 
2. 
 
 
Sobre os direitos e princípios que devem ser aplicados na defesa do consumidor, assinale a opção correta 
de acordo com as normas estabelecidas pelo CDC. 
 
 
 
O princípio da vulnerabilidade estabelece que todo e qualquer consumidor é a parte mais fraca 
da relação de consumo, sendo tal presunção absoluta. 
 
É direito básico unilateral do consumidor a revisão de cláusula contratual excessivamente 
onerosa decorrente de fatos supervenientes, o que acarreta, como regra, a resolução do 
contrato celebrado. 
 
 
Nos contratos de consumo, impõem-se, na fase de formação, mas não na de execução, a 
transparência e a boa-fé, a fim ser compensada a vulnerabilidade do consumidor. 
 
Aplica-se a teoria da imprevisão para a revisão das cláusulas contratuais, nos termos do artigo 6 
V do CDC. 
 
O dirigismo contratual não é aplicado nas relações de consumo. 
 
Explicação: Nos contratos de consumo a transparência e a boa-fé devem estar presentes em todas as 
fases dos contratos. 
A revisão do contrato não é unilateral. O fornecedor também poderá solicitar a revisão do contrato. 
A teoria da imprevisão não é aplicada para o art. 6°, V do CDC. 
O dirigismo contratual também pode ser aplicado as relações de consumo. 
A única opção correta está relacionada ao princípio da vulnerabilidade. 
 
 
 
 
 
4. 
 
 
Vitor celebrou um contrato de consumo com determinada prestadora de serviços na área de telefonia 
móvel. A celebração ocorreu por meio da assinatura de um instrumento elaborado pelo fornecedor. 
 
 
está totalmente vinculado a essa relação contratual em razão dos princípios da relatividade dos 
contratos e da obrigatoriedade. 
 
não tem obrigações contratuais, em virtude do que determina o Código de Defesa do 
Consumidor. 
 
 
está totalmente vinculado a essa relação contratual em razão do princípio da obrigatoriedade 
dos contratos. 
 
 
está vinculado ao contrato, mas protegido pelos princípios da função social e da boa-fé e pela 
mitigação dos princípios contratuais. 
 
está totalmente vinculado a essa relação contratual em razão do princípio da relatividade dos 
contratos. 
 
Explicação: GABARITO: E - está vinculado ao contrato, mas protegido pelos princípios da função social e 
da boa-fé e pela mitigação dos princípios contratuais. 
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente 
ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa 
discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
 § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. 
 § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha 
ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. 
 § 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e 
legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo 
consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008) 
 § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com 
destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. 
 
 
 
 
 
5. 
 
 
(ANS 2007 - FCC - ANALISTA EM REGULAÇÃO - ESPECIALIDADE DIREITo) Lúcia contratou o 
fornecimento de produtos em domicílio. Ao receber as mercadorias arrependeu-se. Nesse caso, é certo 
que Lúcia: 
 
 
 
exercitando o direito de arrependimento, receberá em devolução, de imediato, monetariamente 
atualizados os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão. . 
 
 só pode exercitar o direito de arrependimento se a declaração de vontade que gerou o contrato 
tiver sido feita por telefone. 
 
 
 pode exercitar o direito de arrependimento no prazo de 15 (quinze) dias, contados do ato do 
recebimento do produto. 
 
 pode exercitar o direito de arrependimento no prazo de 30 (trinta) dias, contados do ato do 
recebimento do produto. 
 
 não pode exercitar o direito de arrependimento porque as declarações de vontade constantes 
dos pré-contratos vinculam o consumidor. 
 
 
 
Explicação: 
E - exercitando o direito de arrependimento, receberá em devolução, de imediato, monetariamente 
atualizados os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão. 
Explicação: Artigo 49 da Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990 
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato 
de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços 
ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. 
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores 
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, 
monetariamente atualizados. 
 
 
 
 
 
 
7. 
 
 
O direito de reflexão previsto no CDC poderá ser exercido: 
 
 
 
Até 7 diasdo recebimento do produto ou assinatura do contrato, desde que a relação de 
consumo seja firmada fora do estabelecimento do lojista. 
 
Até 5 dias do recebimento do produto ou assinatura do contrato, desde que o negócio seja 
realizado fora do estabelecimento 
 
 
Até 30 dias do recebimento do produto ou assinatura do contrato, desde que a compra ou 
serviço sejam realizados no estabelecimento. 
 
Até 7 dias do recebimento do produto ou assinatura do contrato, sendo um direito do 
consumidor e obrigação do fornecedor independente do local de aquisição do produto ou 
serviço. 
 
 
Explicação: 
O direito de arrependimento no prazo de 7 dias, contados da assinatura do contrato ou do recebimento do 
produto ou serviço, é devido ao consumidor, como parte vulneravel da relação de consumo, quando as 
compras realizadas ocorrem fora do estabelecimento comercial, conforme artigo 49CDC.

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