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No âmbito do Código de Defesa do Consumidor, em relação ao princípio da boa-fé objetiva, é correto afirmar que NENHUMA DAS RESPOSTAS ACIMA sua aplicação se restringe aos contratos de consumo importa em reconhecimento de um direito a cumprir em favor do titular passivo da obrigação. não se aplica à fase pré-contratual. para a caracterização de sua violação imprescindível se faz a análise do caráter volitivo das partes. Explicação: Erigido como pilar da relação de consumo, a boa-fé tem o condão de manter a lealdade e honestidade na relação, exatamente para proteção da parte mais vulnerável, que é o titular passivo da obrigação. 2. Nos termos do que dispõe o artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor, considera-se consumidor "toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final." A partir desse conceito, assinale a alternativa correta. Qualquer pessoa pode ser considerada consumidora, ainda que não tenha comprovada sua vulnerabilidade. Independentemente de sua atividade, uma pessoa física que adquire ou utiliza produtos e serviços será sempre consumidora. O STJ adota a teoria Maximalista, pois considera que independentemente da posição de uma pessoa na cadeia de consumo, se ela adquiriu produtos ou serviços é enquadrada no conceito de consumidora. Uma pessoa jurídica que adquire produtos ou utiliza serviços nunca poderá ser consumidora. A característica fundamental para se identificar um consumidor é a vulnerabilidade, tendo em vista que o STJ tem adotado a teoria segundo a qual, em alguns casos, mesmo que a pessoa física ou jurídica não seja a destinatária final, poderá ser considerada como consumidora, se comprovada sua vulnerabilidade. Explicação: A teoria adotada pelo Superior Tribunal de Justiça é a teoria finalista abrandada, segundo a qual uma pessoa física ou jurídica pode ser enquadrada como consumidora, ainda que não seja a destinatária final dos produtos ou serviços, e desde que seja comprovada a sua vulnerabilidade. Todo e qualquer consumidor (quer seja pessoa física, quer seja pessoa jurídica) encontra-se em uma situação de desequilíbrio, de vulnerabilidade perante os fornecedores; a lei consumerista, deste modo, trabalha com a premissa dessa desigualdade latente em qualquer relação de consumo, buscando, assim, equilibrar essa relação a partir de normas de proteção de seus interesses, justificando a dicotomia com o Código Civil, cujo princípio básico é o tratamento igualitário das partes na relação, como bem evidenciado na parte contratual do Código Civil, que, dentre os preceitos básicos, traz o pacta sunt servanda, que será agora relativizado. 3. Sobre o princípio da vulnerabilidade do consumidor, indique a opção correta: Pode-se afirmar que existe presunção absoluta de vulnerabilidade e hipossuficiência em toda relação de consumo A vulnerabilidade da pessoa física será sempre de presunção absoluta, ao passo em que a vulnerabilidade da pessoa jurídica depende de comprovação Afirmar que o consumidor é vulnerável significa dizer que este também é hipossuficiente Um consumidor pode ser considerado hipossuficiente sem ser considerado vulnerável A vulnerabilidade só possuí caráter socioeconômico, portanto, um consumidor que também possua grandes fortunas não poderá arrogar para si a condição de vulnerável Explicação: O próprio CDC afirma a presunção absoluta em seu art. 4º, ressaltando a vulnerabilidade com intuito de tratar o consumidor de forma especial. 4. Em relação aos princípios previstos no Código de Defesa do Consumidor, assinale a alternativa correta: O princípio da transparência impõe um dever apenas comissivo, pois é obrigação do fornecedor informar todas as características do produto ou serviço. a) O CDC é uma norma tipificadora de condutas, prevendo expressamente o comportamento dos consumidores e dos fornecedores. c) O princípio da vulnerabilidade, que presume ser o consumidor o elo mais fraco da relação de consumo, diz respeito apenas à vulnerabilidade técnica. d) O princípio da transparência impõe um dever comissivo e um omissivo, ou seja, não pode o fornecedor deixar de apresentar o produto tal como ele se encontra nem pode dizer mais do que ele faz. b) A boa-fé prevista no CDC é a boa-fé subjetiva. Explicação: O princípio da transparência veda que o fornecedor se valha de cláusulas contraditórias que excluam direitos do consumidor, devendo agir com transparência e clareza na relacao de consumo. Deve existir entre as partes um dever de lealdade e boa-fe. 5. De acordo com a doutrina, vulnerabilidade corresponde a uma situação permanente ou provisória, individual ou coletiva, que fragiliza o sujeito de direitos, desequilibrando a relação de consumo. A respeito desse assunto, assinale a opção correta. Há vulnerabilidade fática do mutuário do Sistema Financeiro de Habitação em relação ao agente financeiro. A falta de conhecimentos contábeis relacionados à relação de consumo caracteriza vulnerabilidade técnica. A vulnerabilidade do consumidor é um fenômeno de natureza processual que deve ser analisado casuisticamente. A presunção de vulnerabilidade do consumidor é iuris tantum. A vulnerabilidade jurídica é presumida para o consumidor pessoa jurídica. Explicação: Fundamento: STJ (Resp. 436.815/DF) - considerou o consumidor mutuário do SFH vulnerável faticamente frente ao Agente Financeiro. A vulnerabilidade fática ou econômica, por sua vez, consiste no reconhecimento da fragilidade do consumidor frente ao fornecedor que, por sua posição de monopólio, fático ou jurídico, por seu forte poderio econômico ou em razão da essencialidade do produto ou serviço que fornece, impõe sua superioridade a todos. 6. ( Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase- 2017) Sobre a proteção contratual do consumidor, é correto afirmar: a) Adimplido o contrato de consumo, extinguem-se os deveres recíprocos entre fornecedor e consumidor. A necessidade de interpretação contratual pró-consumidor relaciona-se com a proteção de seus interesses e expectativas e está vinculada a dois princípios. O Princípio da equidade contratual relaciona-se com o equilíbrio das negociações. Há normas imperativas no Código de Defesa do Consumidor que proíbem a utilização de cláusula abusiva que assegura vantagem unilateral ou demasiada para o fornecedor, que seja incompatível com a boa-fé e a equidade. Não é somente a vontade que é protegida, mas os legítimos interesses e a expectativa dos consumidores, como referido. Para o afastamento de uma cláusula considerada abusiva não se exige um ato reprovável do fornecedor ou a existência de abuso de direito, bastando a inserção do dispositivo no contrato. Ainda que a cláusula tenha sido expressa e conscientemente aceita pelo consumidor, a autonomia da vontade não prevalecerá. Inspirado no artigo 1.370 do Código Civil italiano, o artigo 47 do Código de Proteção e Defesa do Consumidor instituiu como princípio geral a interpretação pró-consumidor. O dispositivo recebe influência do artigo 4º, III do mesmo Código, que dispõe sobre o princípio da boa-fé. Essa ideia de proteção do consumidor, sujeito vulnerável da relação, é baseada no mandamento constitucional de proteção, disposto no artigo 5º, XXXII da Constituição da República. Os artigos 1º e 7º do CDC também inspiraram a determinação da interpretação favorável. b) O adimplemento substancial do contrato pode impedir a resolução em caso de inadimplemento, desde que expressamente previsto pelas partes. d) A declaração de nulidade de uma cláusula que gerava onerosidade excessiva ao consumidor, gera a nulidade do negócio como um todo. c) A autonomia privada não se aplica àsrelações contratuais de consumo. Explicação: e) A imposição de interpretação mais favorável ao consumidor, não corresponde à proibição genérica de limitações dos direitos contratados, desde que pactuados de forma expressa e clara. 7. Sobre a inversão do ônus da prova em favor do consumidor pessoa física todas as assertivas estão corretas, exceto: c) Segundo àqueles que entendem que a inversão ope judicis é regra de julgamento, o momento de sua apreciação é na sentença d) Segundo àqueles que entendem que a inversão ope judicis é regra de procedimento, o momento de sua apreciação é até o saneamento, fase mais compatível para assegurar o exercício dos direitos constitucionais do contraditório e da ampla defesa. b) A vulnerabilidade é fenômeno de direito material com presunção relativa, enquanto que a hipossuficiência é fenômeno de direito processual com presunção absoluta. a) A denominada inversão ope judicis está prevista no art. 6., VIII, do CDC e depende de apreciação judicial. Explicação: A vulnerabilidade se revela como fenômeno de direito material, ao passo que a hipossuficiência, de direito processual. Ou seja, a vulnerabilidade gera presunção absoluta, que não pode ser afastada pela produção de prova pela parte contrária, o que pode acontecer com a hipossuficiência, que gera presunção relativa, analisada a cada caso concreto, com a possibilidade de inversão do ônus da prova. 8. Sobre a boa-fé objetiva é incorreto afirmar: limita o exercício dos direitos subjetivos para coibir condutas abusivas é critério hermenêutico ou paradigma interpretativo; é fonte de deveres anexos para as partes contratantes; indica a ausência de malícia do agente ou a suposição de estar agindo corretamente (Prova para Juíz- 2013) Sobre os direitos básicos do consumidor, assinale a alternativa INCORRETA: c) O consumidor tem direito a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. a) Nas relações de consumo, é direito do consumidor a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos. b) É direito do consumidor a modificação das cláusulas contratuais que estabelecem prestações proporcionais ou sua revisão em razão de qualquer fato que as tornem onerosas. d) O consumidor tem direito a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais, individuais, coletivos e difusos. e) O juiz pode deferir, em benefício do consumidor, a inversão do ônus da prova no curso do processo civil versando sobre direito do consumidor. Explicação: b) É direito do consumidor a modificação das cláusulas contratuais que estabelecem prestações proporcionais ou sua revisão em razão de qualquer fato que as tornem onerosas. 2. Sobre os direitos e princípios que devem ser aplicados na defesa do consumidor, assinale a opção correta de acordo com as normas estabelecidas pelo CDC. O princípio da vulnerabilidade estabelece que todo e qualquer consumidor é a parte mais fraca da relação de consumo, sendo tal presunção absoluta. É direito básico unilateral do consumidor a revisão de cláusula contratual excessivamente onerosa decorrente de fatos supervenientes, o que acarreta, como regra, a resolução do contrato celebrado. Nos contratos de consumo, impõem-se, na fase de formação, mas não na de execução, a transparência e a boa-fé, a fim ser compensada a vulnerabilidade do consumidor. Aplica-se a teoria da imprevisão para a revisão das cláusulas contratuais, nos termos do artigo 6 V do CDC. O dirigismo contratual não é aplicado nas relações de consumo. Explicação: Nos contratos de consumo a transparência e a boa-fé devem estar presentes em todas as fases dos contratos. A revisão do contrato não é unilateral. O fornecedor também poderá solicitar a revisão do contrato. A teoria da imprevisão não é aplicada para o art. 6°, V do CDC. O dirigismo contratual também pode ser aplicado as relações de consumo. A única opção correta está relacionada ao princípio da vulnerabilidade. 4. Vitor celebrou um contrato de consumo com determinada prestadora de serviços na área de telefonia móvel. A celebração ocorreu por meio da assinatura de um instrumento elaborado pelo fornecedor. está totalmente vinculado a essa relação contratual em razão dos princípios da relatividade dos contratos e da obrigatoriedade. não tem obrigações contratuais, em virtude do que determina o Código de Defesa do Consumidor. está totalmente vinculado a essa relação contratual em razão do princípio da obrigatoriedade dos contratos. está vinculado ao contrato, mas protegido pelos princípios da função social e da boa-fé e pela mitigação dos princípios contratuais. está totalmente vinculado a essa relação contratual em razão do princípio da relatividade dos contratos. Explicação: GABARITO: E - está vinculado ao contrato, mas protegido pelos princípios da função social e da boa-fé e pela mitigação dos princípios contratuais. Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. § 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008) § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. 5. (ANS 2007 - FCC - ANALISTA EM REGULAÇÃO - ESPECIALIDADE DIREITo) Lúcia contratou o fornecimento de produtos em domicílio. Ao receber as mercadorias arrependeu-se. Nesse caso, é certo que Lúcia: exercitando o direito de arrependimento, receberá em devolução, de imediato, monetariamente atualizados os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão. . só pode exercitar o direito de arrependimento se a declaração de vontade que gerou o contrato tiver sido feita por telefone. pode exercitar o direito de arrependimento no prazo de 15 (quinze) dias, contados do ato do recebimento do produto. pode exercitar o direito de arrependimento no prazo de 30 (trinta) dias, contados do ato do recebimento do produto. não pode exercitar o direito de arrependimento porque as declarações de vontade constantes dos pré-contratos vinculam o consumidor. Explicação: E - exercitando o direito de arrependimento, receberá em devolução, de imediato, monetariamente atualizados os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão. Explicação: Artigo 49 da Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990 Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. 7. O direito de reflexão previsto no CDC poderá ser exercido: Até 7 diasdo recebimento do produto ou assinatura do contrato, desde que a relação de consumo seja firmada fora do estabelecimento do lojista. Até 5 dias do recebimento do produto ou assinatura do contrato, desde que o negócio seja realizado fora do estabelecimento Até 30 dias do recebimento do produto ou assinatura do contrato, desde que a compra ou serviço sejam realizados no estabelecimento. Até 7 dias do recebimento do produto ou assinatura do contrato, sendo um direito do consumidor e obrigação do fornecedor independente do local de aquisição do produto ou serviço. Explicação: O direito de arrependimento no prazo de 7 dias, contados da assinatura do contrato ou do recebimento do produto ou serviço, é devido ao consumidor, como parte vulneravel da relação de consumo, quando as compras realizadas ocorrem fora do estabelecimento comercial, conforme artigo 49CDC.
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