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Calculo_em_uma_variavel_complexa

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Fundação Getúlio Vargas
Cálculo em uma Variável Complexa Abstract of calculus in a complex variable
Wellington Silva Last update: June 02, 2022
Resumo de Cálculo em uma Variável Complexa
Sumário
Números Complexos e propriedades
Exponencial, Limite e Derivada
Equações de Cauchy-Riemann
Cauchy-Riemann, Eq. de Laplace e Integral
Teorema da integral de Cauchy
Fórmulas da integral de Cauchy para domı́nios multi-conexos
Cauchy, Liouville e Morera
Teorema de Laurent
Reśıduos
Métodos de resoluções de integrais reais
1
Números Complexos e propriedades
Propriedades 1 As seguintes propriedades valem para quaisquer z, w, t ∈ C:
(a) z + (w + t) = (z + w) + t
(b) z + w = w + z
(c) 0 + z = z
(d) z + (−z) = 0
(e) z · (w · t) = (z · w) · t
(f) zw = wz
(g) 1 · z = z
(h) z · z−1 = 1 se z ̸= 0
(i) z · (w + t) = z · w + z · t
Definição 1 Um número complexo z é da forma z = x + iy, x, y ∈ R e i =
√
−1, que podemos escrever
como um par de variáveis de R2 de forma que z = (x, y).
Definição 2 (Soma e produto nos complexos) Seja z = (x, y) e w = (a, b), x, y, a, b,∈ R, definimos
soma e produto, para manter consistência com as propriedades acima, da seguinte forma
z + w = (x+ a, y + b)
z · w = (xa− yb, xb+ ya)
Definição 3 (O Módulo) Seja z = x + iy um complexo, então o módulo (“tamanho”) de um número
complexo é definido por
| z |=
√
x2 + y2
Definição 4 (O Conjugado) Seja z = x+ iy um complexo, então o conjugado de um número complexo
é definido por
z = x− iy
Propriedades 2 (Propriedades do conjugado) As seguintes propriedades valem para quaisquer z, w ∈
C:
(a) z = z, z ± w = z ± w e zw = z w
(b) z/w = z/w se w ̸= 0
(c) z + z = 2Re(z) e z − z = 2iImg(z)
(d) z ∈ R se e somente se z = z
(e) z é imaginário puro se e somente se z = −z
Definição 5 (A Forma Polar) Seja z = x+ iy com z ̸= 0, então podemos escrever z como
z = r(cos(θ) + isen(θ))
Com as seguintes propriedades
2
1. r =| z |
2. cos(θ) = x|r|
3. sen(θ) = y|r|
Teorema 1 Seja n ∈ Z++ e z = r(cos(θ) + isen(θ)). Então
zn = rn(cos(nθ) + isen(nθ))
Exponencial, Limite e Derivada
Definição 6 (Função exponencial) Seja z ∈ C com z = x+ iy, x, y ∈ R, então
ez := ex(cos(y) + isen(y))
Definição 7 (Cosseno e seno complexo) Para z ∈ C, vamos definir
cos(z) =
1
2
(eiz + e−iz)
sen(z) =
1
2i
(eiz − e−iz)
Propriedades 3 (Cos e sen) Seja z = x+ iz, x, y ∈ R. Então
(a) cos(z) = cos(x)cosh(y)− isen(x)senh(y)
(b) sen(z) = sen(x)cosh(y) + icos(x)senh(y)
(c) | cos(z) |2= cos2(x) + senh2(y)
(d) | sen(z) |2= sen2(x) + senh2(y)
Definição 8 (Função logaritmo) Seja z ∈ C, z ̸= 01
Ln(z) = ln | z | +iArg(z)
ln(z) = ln | z | +iarg(z)
Definição 9 (Limite) Seja z0 ∈ C um ponto de acumulação de D ⊂ C e seja f : D → C. Dizemos que
limz→z0f(z) = l
Quando para todo ε > 0, ∃δ > 0 tal que
z ∈ D − {z0} e |z − z0| < δ =⇒ |f(z)− l| < ε
Definição 10 (Continuidade) Seja f : D ⊂ C → C e z0 ∈ D. Dizemos que f é cont́ınua em z0 se para
todo ε > 0, ∃δ > 0 tal que
z ∈ D − {z0} e |z − z0| < δ =⇒ |f(z)− f(z0)| < ε
1Aqui: Arg(z) = θ, θ ∈ (−π, π] e arg(z) = θ
3
Definição 11 (Diferenciabilidade) Seja f : D ⊂ C → C e z0 ∈ D ponto de acumulação de D. Se existe
o limite
limz→z0
f(z)− f(z0)
z − z0
dizemos que f é diferenciável em z0 (ou derivável) e denotamos o limite acima por f
′(z0).
Definição 12 (Funções Anaĺıticas) Seja f : D ⊂ C → C, f é dita anaĺıtica no domı́nio D se f é
diferenciável em todos os pontos de D. E também é dita anaĺıtica em um ponto z0 ∈ D se f é anaĺıtica
em uma vizinhança de z0.
Equações de Cauchy-Riemann
Teorema 2 (Cauchy-Riemann (ida)) Seja f(z) = u(x, y) + iv(x, y) definida e cont́ınua em alguma viz-
inhança de z = x + iy e suponha f diferenciável em z. Então, as derivadas parciais de u e v existem e
satisfazem2
ux(z) = vy(z) e uy(z) = −vx(z)
Corolário 2.1 Se f é anaĺıtica em um domı́nio D, então as derivadas parciais de u e v existem em D e
ux(z) = vy(z) e uy(z) = −vx(z)
f ′ = ux + ivx e f
′ = vy − iuy
Teorema 3 (Cauchy-Riemann (volta)) Se as funções reais u(x, y) e v(x, y) de variáveis x, y ∈ R tiverem
derivadas parciais cont́ınuas que satisfazem as equações de Cauchy-Riemann em algum domı́nio D, então a
função complexa f(z) = u(x, y) + iv(x, y) é anaĺıtica em D, com z = x+ iy.
Cauchy-Riemann, Eq. de Laplace e Integral
Teorema 4 (Eq. de Laplace) Se f(z) = u(x, y) + iv(x, y) é anaĺıtica em um domı́nio D, (e as derivadas
segundas de u e v existem e são continuas)3, então ambas u e v satisfazem a equação de Laplace.
∇u = uxx + uyy = 0
∇v = vxx + vyy = 0
Teorema 5 (Trigonométricas e logaritmo) Seja z1 ∈ C e z2 ∈ C− {0}, temos que vale que
sin′(z1) = cos(z1)
cos′(z1) = − sin(z1)
Ln′(z2) =
1
z2
2Chamadas aqui de Equações de Cauchy-Riemann
3Mais adiante, veremos que a parte em parenteses não é necessária.
4
Definição 13 (Integral) Seja C ∈ C uma curva e f : D ⊂ C → C com D contendo a curva C, então a
integral de f na curva C é definida por∫
C
f(z)dz := lim
n→∞
n∑
m=1
f(wm)∆zm
Onde ∆zm = zm−zm−1 e wm é um ponto de C no arco que liga zm a zm−1. Em particular quando z(a) = z(b)
temos uma curva fechada e denotamos a integral como∮
C
f(z)dz
Propriedades 4 (Propriedades da Integral) Consequências diretas da definição de integral
1. Linearidade: ∫
C
αf1(z) + βf2(z)dz = α
∫
C
f1(z)dz + β
∫
C
f2(z)dz
2. Caminho inverso: ∫
−C
f(z)dz = −
∫
C
f(z)dz
Em que −C é a curva parametrizada no sentido contrário a C.
3. Partição da Curva: ∫
C
f(z)dz =
∫
C1
f(z)dz +
∫
C2
f(z)dz
Onde C = C1 ∪ C2
Teorema 6 Seja f(z) = u(z) + iv(z) uma função anaĺıtica em torno da curva C. Podemos escrever∫
C
f(z)dz =
∫
C
G+ i
∫
C
H (1)
Em que G,H : D ⊂ R2 → R2 com
G(x, y) := (u(x, y),−v(x, y))
H(x, y) := (v(x, y), u(x, y))
e D contém a curva C, por Cauchy-Riemann os jacobianos JG e JH são simétricos i.e. G e H são conser-
vativos e as integrais da Equação 1 são independentes de caminho.
Teorema da integral de Cauchy
Teorema 7 Seja f : D ⊂ C → C anaĺıtica com derivada cont́ınua e seja C uma curva contida em D com
ińıcio z0 e fim z1. Dada uma parametrização “crescente” z(t) de C, t ∈ [t0, t1], temos∫
C
f(z)dz =
∫ t1
t0
f(z(t)).z′(t)dt
5
Teorema 8 (Integral de Cauchy) Seja f : D ⊂ C → C anaĺıtica com derivada cont́ınua e seja C uma
curva contida em D com ińıcio e fim iguais. Então∮
C
f(z)dz = 0
Teorema 9 Seja f : D ⊂ C → C anaĺıtica com derivada cont́ınua e sejam C e C̃ curvas em D ⊂ C com
pontos inicial z0 e final z1. Então ∫
C
f(z)dz =
∫
C̃
f(z)dz
Lema 10 (ML inequality) Seja f contida num domı́nio D contendo a curva C. Suponha M ≥ 0 t.q.
|f(z)| ≤ M ∀z ∈ C e denote por L o comprimento de C. Então∣∣∣∣∫
C
f(z)dz
∣∣∣∣ ≤ ML
Teorema 11 (TFC complexo) Seja D ⊂ C um domı́nio (aberto simplesmente conexo) e f : D → C
anaĺıtica com derivada cont́ınua. Sejam z0, z1 ∈ D e C uma curva contida em D com ponto inicial z0 e final
z1. Seja F : D → C tal que F ′(z) = f(z), ∀z ∈ D. Então∫
C
f(z)dz = F (z1)− F (z0)
Teorema 12 (Integral indefinida) Se f é anaĺıtica em um aberto simplesmente conexo D, então existe F
definida em D tal que F ′ = f em D.
Fórmulas da integral de Cauchy para domı́nios multi-conexos
Teorema 13 (Duplamente Conexo) Seja D ⊂ C duplamente conexo com C1 “borda exterior” e C2
“borda interior” com ambas as curvas orientadas no sentido anti-horário. Suponha D⋆ aberto contendo
D e f : D⋆ → C anaĺıtica. Então ∫
C1
f(z)dz =
∫
C2
f(z)dz
Teorema 14 (Multi-conexo (generalização do caso anterior)) Se f for anaĺıtica em D⋆ multi-conexo
com C1, . . . , Cn “borda interior” e C “borda exterior”, onde todas são orientadas no sentido anti-horário.
Então ∫
C
f(z)dz =
n∑
j=1
∫
Cj
f(z)dz
Teorema 15 (Teorema da Integral de Cauchy) Suponha f anaĺıtica em um domı́nio simplesmente conexo
D. Então, ∀z0 ∈ D e qualquer curva simples C ⊂ D que contorna z0 no sentido anti-horário, temos∮
C
f(z)
z − z0
dz = 2πif(z0)
ou de maneira equivalente,f(z0) =
1
2πi
∮
C
f(z)
z − z0
dz
6
Teorema 16 (Teorema da Integral de Cauchy para derivada) Suponha f anaĺıtica em um domı́nio
simplesmente conexo D. Então, ∀z0 ∈ D e qualquer curva simples C ⊂ D que contorna z0 no sentido
anti-horário, a n-ésima derivada de f(z0) é
f (n)(z0) =
n!
2πi
∮
C
f(z)
(z − z0)n+1
dz
Cauchy, Liouville e Morera
Teorema 17 (Desigualdade de Cauchy) Suponha f anaĺıtica num domı́nio simplesmente conexo con-
tendo C (fechado simples) com z0 no “interior”. Seja M ≥ 1, n ∈ N, temos
∣∣∣f (n)(z0)∣∣∣ = n!
2π
∣∣∣∣∮
C
f(z0)
(z − z0)n+1
dz
∣∣∣∣
≤ n!M
rn
Onde, M é cota superior para |f(z)| no ćırculo Ĉ centrado em z0 de raio r > 0 e que esteja “dentro” de C.
Teorema 18 (Teorema de Liouville) Se uma função inteira (anaĺıtica em todo C) é limitada em valor
absoluto de C, então essa função é constante.
Teorema 19 (Teorema de Morera (rećıproca de Cauchy)) Se f é cont́ınua em um domı́nio simples-
mente conexo D e se ∮
C
f(z)dz = 0
para cada curva fechada simples em D, então f é anaĺıtica em D.
Teorema de Laurent
Teorema 20 (Teorema de Laurent) Seja f(z) anaĺıtica num domı́nio entre dois ćırculos concêntricos C1
e C2 com centro z0. Então, f(z) pode ser representado pela série de Laurent
f(z) =
∞∑
n=0
an(z − z0) +
∞∑
m=1
bn
(z − z0)m
para z no anel definido por C1 e C2 em que
an =
1
2πi
∮
C
f(z)
(z − z0)n+1
dz, n ≥ 0, n ∈ Z
bm =
1
2πi
∮
C
f(z)(z − z0)m−1dz, m ≥ 1, m ∈ Z
Com C qualquer curva fechada simples orientada no sentido anti-horário contida no anel C1, C2.
Definição 14 (Singularidade) Dizemos que z0 é uma singularidade de uma função complexa f, se f não
está definida em z0 ou não é anaĺıtica em z0.
7
Reśıduos
Definição 15 (Polo) Um polo é uma singularidade na qual os coeficientes não nulos da parte principal da
série de Laurent são finitos.
Definição 16 (Singularidade essencial) Uma singularidade essencial é uma singularidade que não é
um polo.
Teorema 21 Seja f uma função complexa e z0 um polo de f. Então,
lim
z→z0
|f(z)| = ∞
Teorema 22 Seja z0 uma singularidade (isolada) essencial de uma função complexa f. Então, f toma todos
os valores, com um valor excepcional no máximo, numa vizinhança arbitrariamente pequena de z0.
Teorema 23 (Reśıduos em polos) Suponha z0 um polo simples de f, i.e., z0 é um polo de ordem m = 1.
Então, localmente para z ̸= z0 podemos calcular o reśıduo de z0 em f como
Resz=z0f(z) = b1 = lim
z→z0
(z − z0)f(z)
Ou se f é da forma f(z) = p(z)q(z) com p e q anaĺıticas em z0, em que z0 é raiz simples de q (ou seja, q
′(z0) ̸= 0,
mas q(z0) = 0) ∀z ̸= z0 numa vizinhança de z0, então
Resz=z0f(z) = b1 =
p(z0)
q′(z0)
Teorema 24 Zeros de funções anaĺıticas complexas não identicamente nulas são isolados.
Teorema 25 Se q é anaĺıtica e z0 é raiz de ordem m de q, i.e., q(z0) = 0, . . . , q
(m−1)(z0) = 0 mas q
(m)(z0) ̸=
0, então z0 é polo de ordem m de
1
q .
Teorema 26 (Teorema dos Reśıduos) Seja C uma curva fechada simples orientada no sentido anti-
horário contornando uma quantidade finita de singularidades z1, . . . , zm de uma função complexa f. Então∮
C
f(z)dz = 2πi
m∑
j=1
Resz=z0f(z)
Métodos de resoluções de integrais reais
Teorema 27 (Reśıduo em polo simples nos reais) Se f tem um polo simples z = a no eixo real, então
lim
r→0
∫
C
f(z)dz = πiResz=af(z)
Onde C é o semi-circulo de raio r centrado em a com extremos em a− r e a+ r.
Definição 17 (Valor principal) Se f é uma função continua em (−∞,∞). Então, o valor principal de
Cauchy da integral de f em (−∞,∞) é definido como
p.v.
∫ ∞
−∞
f(x)dx := lim
R→∞
∫ R
−R
f(x)dx
8
1. Integrais Trigonométricas
Se queremos calcular uma integral da forma
I =
∫ 2π
0
F (cos(θ), sin(θ))dθ
Onde F é uma função racional, podemos parametrizar no ćırculo unitário com a parametrização
z(θ) = eiθ, 0 ≤ θ ≤ 2π
dθ =
dz
iz
e pela parametrização podemos escrever sin e cos em função de z
cos(θ) =
1
2
(eiθ + e−iθ) =
1
2
(
z +
1
z
)
sin(θ) =
1
2i
(eiθ − e−iθ) = 1
2i
(
z − 1
z
)
Podendo assim simplificar a integral.
Exemplo 1 Calcule
I =
∫ 2π
0
1
5 + 4 cos(θ)
dθ
Podemos parametrizar como descrito acima de forma que
I =
∫ 2π
0
1
5 + 4 cos(θ)
dθ
=
∫
α
1
5 + 4 · 12 (z +
1
z )
dz
iz
=
1
2i
∫
α
1
(z + 2)(z + 12 )
dz
Temos 2 polos z1 = −2 e z2 = − 12 , mas só z1 está na curva, então
I =
1
2i
∫
α
1
(z + 2)(z + 12 )
dz
=
1
2i
· 2πi · Resz=− 12 f(z)
= π · lim
z→− 12
(
z +
1
2
)
· 1
(z + 2)(z + 12 )
= π · lim
z→− 12
1
z + 2
=
2π
3
9
Exemplo 2 Calcule
I =
∫ π
0
1
2− cos(θ)
dθ
Aqui temos um problema, o intervalo não é (0, 2π), então temos que reescrever a integral de forma que fique
o intervalo desejado. Note que, usando cos(θ) = cos(2π − θ), e tomando t = 2π − θ podemos reescrever a
integral de forma que ∫ π
0
1
2− cos(θ)
dθ = −
∫ 2π
π
1
2− cos(t)
dt =
∫ 2π
π
1
2− cos(t)
dt
Ou seja, ∫ 2π
0
1
2− cos(θ)
dθ = 2I
Agora podemos seguir o método acima,
2I =
∫ 2π
0
1
2− cos(θ)
dθ
=
∫
α
1
2− 12 · (z −
1
z )
dz
iz
= −2
i
∫
α
1
z2 − 4z − 1
dz
Que tem polos z1 = 2−
√
3 e z2 = 2 +
√
3, mas só z1 está na curva α
2I = −2
i
∫
α
1
(z − 2 +
√
3)(z − 2−
√
3)
dz
= −2
i
· 2πi · Resz=2−√3f(z)
= −4π · lim
z→2−
√
3
(z − 2 +
√
3)
1
(z − 2 +
√
3)(z − 2−
√
3)
= −4π · lim
z→2−
√
3
1
z − 2−
√
3
=
2π√
3
Logo, I = π√
3
2. Integrais Improprias de Funções Racionais
Seja uma integral da forma
I =
∫ ∞
−∞
f(x)dx
Onde f é uma função racional, então
10
I =
∫ ∞
−∞
f(x)dx
=
∫ 0
−∞
f(x)dx+
∫ ∞
0
f(x)dx
= lim
R→∞
∫ 0
−R
f(x)dx+ lim
R→∞
∫ R
0
f(x)dx
Se os 2 limites existem então
I = p.v.
∫ ∞
−∞
f(x)dx
Exemplo 3 Calcule
I =
∫ ∞
−∞
1
x4 + 4
dx
Seguindo o método acima
I = lim
R→∞
∫ 0
−R
f(x)dx+ lim
R→∞
∫ R
0
f(x)dx
= p.v.
∫ ∞
−∞
f(x)dx
= lim
R→∞
∫ R
−R
1
x4 + 4
dx
Que vale, pois os limites existem. Então, podemos reparametrizar num semi-circulo de forma que mantemos
uma curva nos R que é a desejada∫
α
1
z4 + 4
dz =
∫
α1
1
z4 + 4
dz +
∫
α2
1
z4 + 4
dz
Onde α = α1 + α2, como na figura
Figure 1: Curvas no semi-circulo
11
Como z = x+ yi, x, y ∈ R, em α1 temos y = 0. Assim tomando R → ∞
lim
R→∞
∫
α
1
z4 + 4
dz = lim
R→∞
∫ R
−R
1
x4 + 4
dx+ lim
R→∞
∫
α2
1
z4 + 4
dz
Temos 3 limites e um deles é o que queremos, então vamos calcular os outros 2
lim
R→∞
∫
α
1
z4 + 4
dz = lim
R→∞
∫
α
1
(z − 1− i)(z + 1− i)(z + 1 + i)(z − 1 + i)
dz
= lim
R→∞
(2πi · (Resz=1+if(z) + Resz=−1+if(z)))
= lim
R→∞
(
2πi ·
(
−1− i
16
+
1− i
16
))
= lim
R→∞
(π
4
)
=
π
4
E para o outro limite parametrizamos por z(t) = R · eit (0 ≤ t ≤ t)
lim
R→∞
∣∣∣∣∫
α2
1
z4 + 4
dz
∣∣∣∣ ≤ limR→∞
∫
α2
1
R4 + 4
dz
= lim
R→∞
(
1
R4 + 4
∫
α2
dz
)
= lim
R→∞
(
1
R4 + 4
πR
)
= 0
Ou seja,
π
4
= I + 0
Logo, I = π4
3. Integrais Improprias de Funções Racionais com Trigonométrica
Sendo uma integral da forma (podendo ser cos em vez de sin)
I =
∫ ∞
−∞
f(x) sin(mx)dx
Usando a mesma parametrização do semi-circulo
12
Figure 2: Curvas no semi-circulo
e usando que
eimz = cos(mz) + i sin(mz)
temos
∫
α
f(z)eimzdz =
∫
α1
f(z)eimzdz +
∫
α2
f(z)eimzdz
=
∫
α1
f(z) · cos(mz)dz + i
∫
α1
f(z) · sin(mz)dz +
∫
α2
f(z)eimzdz
Ficando com 4 integrais e uma é a desejada, assim podemos calcular as outras 3 e achar o resultado.
Exemplo 4 Determine o valor principal de ∫ ∞
−∞
cos(3x)
x2 + 4
dx
Por definição,
I = p.v.
∫ ∞
−∞
cos(3x)
x2 + 4
dx = lim
R→∞
∫ R
−R
1
x2 + 4
· cos(3x)dx
Usando o método
lim
R→∞
∫
α
1
z2 + 4
ei3zdz = lim
R→∞
∫ R
−R
1
x2 + 4
·cos(3x)dx+ lim
R→∞
i
∫ R
−R
1
x2 + 4
· sin(3x)dx+ lim
R→∞
∫
α2
1
z2 + 4
ei3zdz
Então, tem 4 limites e um é o que queremos, então vamos encontrar o valor dos 3 que estão faltando
lim
R→∞
∫
α
1
z2 + 4
ei3zdz = lim
R→∞
∫
α
ei3z
(z − 2i)(z + 2i)
dz
= lim
R→∞
2πi · Resz=2if(z)
=
π
2e6
13
seguindo para a próxima
lim
R→∞
i
∫ R
−R
1
x2 +4
· sin(3x)dx = 0
pois, é o produto de uma função par com uma impar que é uma impar no instarvalo (−R,R). Então, para
a última, usamos a parametrização com z(t) = Reit (0 ≤ t ≤ π)
lim
R→∞
∫
α2
1
z2 + 4
· ei3zdz ≤ lim
R→∞
∫
α2
1
R2 − 4
dz
= lim
R→∞
1
R2 − 4
∫
α2
dz
= lim
R→∞
πR
R2 − 4
= 0
Logo, I = π2e6 .
14

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