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DTM: Disfunção Temporomandibular

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DTM 
→ Disfunção temporomandibular 
É multifatorial -> diagnosticar é um 
desafio. 
É um conjunto de distúrbios 
articulares, musculares e estruturas 
associadas na região orofacial, 
caracterizados principalmente por 
dor, ruídos nas articulações e função 
mandibular irregular. 
 
Fontes da dor orofacial: 
- Dores odontogênicas 
(periodontal e periapical – 
pulpites) 
- DTM (musculares e 
articulares) 
- Neuropatias pós 
desaferentação (alteração 
funcional ao nível periférico 
ou central). 
- Neuralgia trigeminal (dor que 
aparece lancinante e 
desaparece, unilateralmente) 
- Cefaleias faciais 
- Dor cardíaca (resulta em dor 
na mandíbula) 
- Inflamatórios típicos 
(sinusites, parotidites). 
- Fraturas 
- Tumores benignos e malignos 
 
➔ Se anestesiar o dente e a dor 
não passar, a dor não é de 
origem odontogênica. 
As dores orofaciais são influenciadas 
por uma interação de fatores: 
comportamentais, sono, pessoas 
sedentárias, genético, experiências 
prévias (diferenças individuais) e 
neuronais. 
Informação passa pelo: 
1º neurônio: gânglio trigeminal 
2° neurônio: núcleo localizado no 
tronco encefálico (núcleos dos pares 
cranianos – trigêmeo: trato 
mesencefálico, núcleo sensitivo 
principal e núcleo espinhal). 
3º neurônio: tálamo (retransmissão) 
-> córtex (interpretação da 
informação). 
 
Estruturas que influenciam na 
percepção da dor: 
o Formação reticular (modula a dor, 
controle sobre o nível de 
consciência) 
o Sistema límbico 
o Hipotálamo 
→ Interferem na consciência da 
percepção da dor. Modulam a 
excitabilidade dos neurônios. 
Sensibilização periférica: maior 
excitabilidade dos neurônios 
nociceptivos de primeira ordem. 
Sensibilização central: maior 
excitabilidade dos neurônios 
nociceptivos de segunda ordem. -> 
Pode ser irreversível. 
 
TIPOS DE DOR: 
Aguda – dor imediata após um 
estímulo nocivo. Caráter protetor 
(avisa da presença de um dano 
tecidual presente ou que está por 
acontecer). De curta duração. 
Processo inflamatório periférico 
identificável -> tem um início 
repentino e é autolimitante. 
➔ É resolvida quando as causas 
são identificadas e tratadas. 
 
Crônica - dor persistente por um 
longo período após a lesão ter 
aparentemente cicatrizado. Duração 
é maior e persiste mesmo após a 
resolução das causas iniciais. É 
considerada uma doença (não tem 
função biológica e é prejudicial ao 
paciente). 
 
DTM (desordens 
temporomandibulares) – conjunto 
de distúrbios articulares e 
mandibulares na região facial. 
➔ Dor de cabeça, dor ao 
movimento, ruídos nas 
articulações e função 
mandibular irregular 
(limitação de abertura, 
espasmos, travamento e mov. 
assimétricos). 
Fenômeno biopsicossocial e de 
origem multifatorial. O 
desenvolvimento da DTM está 
relacionado a um somatório de 
eventos que ultrapassam a tolerância 
fisiológica -> é afetada por fatores 
locais e sistêmicos. 
 
Tolerância fisiológica: indivíduos 
não respondem da mesma maneira a 
um mesmo evento. Pode ser afetada 
por fatores locais e sistêmicos. 
→ Estabilidade ortopédica, 
oclusão estável, ausência de 
interferências oclusais; 
condicionamento físico 
favorecem a tolerância. 
 
Oclusão x DTM: fraca associação 
-> capacidade adaptativa (tolerância 
fisiológica). Não há evidências de que 
a oclusão seja fator causal único do 
desenvolvimento de DTM. 
➔ Não são recomendadas 
alterações permanentes na 
oclusão para tratamentos ou 
prevenção de DTM. 
Ansiedade e estresse podem 
provocar fadiga muscular e dor. 
O tratamento ortodôntico não 
melhora e nem piora a DTM. 
A hipermobilidade pode ser fator 
predisponente para DTM. 
 
Sinais que indicam excesso de 
atividade muscular: 
- Linha alba; 
- Língua marcada; 
- Abfração. 
Estalo – é quando o disco não 
acompanha o deslocamento da 
mandíbula. Quando não há 
sintomas, não precisa fazer nada. 
 
Sinais e Sintomas de DTM 
Diagnóstico: boa anamnese (alergia, 
dorme bem, ronca, sonolência 
durante o dia, problemas 
psiquiátricos, psicológicos). 
 
Disfunção – anormalidade/ausência 
das funções do sistema mastigatório. 
 
Sintoma: é a queixa do paciente -> 
relato do paciente. 
Após a anamnese, o profissional irá 
procurar pelos sinais -> achados 
clínicos (cárie, testes de vitalidade, 
exames clínico e radiográfico, DTM 
-> estalos, sons articulares, palpação 
dos músculos, tomografia, limitação 
dos movimentos mandibulares). 
▪ Onde se manifesta os sinais e 
sintomas da DTM: 
Músculos, ATM, dentição, estruturas 
associadas (ouvido, pálpebra, 
cervical, fronte). 
 
• Sinais 
Palpar os músculos com 2 dedos – 
próximo a origem e inserção – e 
ATM. Usar uma força específica, 
balizando na balança. 
 
➔ Trapézio, 
esternocleidomastoideo. 
 
Analisar a amplitude de movimentos 
mandibulares (Abertura normal – 3 
dedos) e desvios e deflexão durante 
os movimentos. 
 
Desvio – abre, mandíbula desvia e 
volta para a linha média -> redução 
do disco (desloca para posição 
normal). 
Deflexão – abre e o disco não voltou 
para posição normal -> disco não 
reduziu. Sem estalo. 
➔ Estalo é quando o disco volta 
para a posição. 
Situação normal: cabeça da 
mandíbula fica na parte posterior da 
eminência articular. 
 
Usar estetoscópio para avaliar a ATM 
-> solicitar que o paciente abra e 
feche a boca durante. Palpar 
bilateralmente a ATM. 
 
Trigger point/ponto de gatilho: 
zona muscular inflamada -> fonte de 
dor diferente do local que o paciente 
relatou => Dor referida. 
Para localizar esses pontos, usar as 
pontas dos dedos para apalpar 
(pressão digital profunda e única) 
nos pontos de dor (zona de referência 
ou irradiação da dor). 
 
DESORDENS MUSCULARES 
Dor difusa durante função do 
músculo afetado. Pode haver 
limitação de movimentos. 
A fonte de dor pode ser diferente do 
local onde o paciente relata (pode ser 
referida/trigger points – ponto de 
origem e o ponto de referência são 
completamente distintos). 
Envolve mecanismos complexos 
periféricos e centrais. 
Trigger point inativo: quando o 
paciente não sente dor no dente, mas 
quando o músculo é apalpado, a dor 
é reproduzida. A dor é desencadeada 
quando apalpa o músculo. 
 
DESORDENS ARTICULARES 
Frequentemente associados aos 
deslocamentos do disco articular 
(ATM). Pode haver limitação de 
movimentos. Ruídos articulares e 
desvios e deflexão na abertura. 
o Areia – osso com osso 
o Papel celofane – falta do 
líquido sinovial. 
Dor localizada. 
 
Classificação das desordens da 
ATM 
Deslocamento do disco: 
➢ Com redução – disco desloca 
anteriormente e depois volta 
para sua posição -> pode ou 
não ter dor. 
➢ Sem redução – disco não volta 
para a sua posição. 
 
Deslocamento do complexo disco-
cabeça da mandíbula: ultrapassa o 
limite de abertura. 
 
Capsulite e retrodiscite: dor contínua 
e profunda mesmo em repouso. 
Normalmente a função acentua a 
dor. Trauma agudo. Movimentos 
limitados. Sensibilidade a palpação. 
 
Anquilose: 
Óssea: não mexe. 
Fibrose: mandíbula mexe um pouco. 
→ Em ambos casos, necessário 
intervenção cirúrgica. 
 
Desordens dos músculos 
mastigatórios: 
Etiologia – hábitos parafuncionais, 
problemas posturais, distúrbios do 
sono, estresse psicossocial, nutrição 
inadequada, trauma físico. 
Normalmente difusas (não 
facilmente localizadas). 
Sensibilidade e redução do grau de 
movimento. Fadiga muscular. 
Dor aguda (miosite, mioespasmo) ou 
crônica (fibromialgia, dor 
miofascial). Dor crônica é a dor 
referida (origem da dor é diferente 
do local que sente dor). Não cessa, é 
irreversível. 
Dor latente – sente só se apalpar o 
músculo.

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