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GESTÃO DE PROCESSOS Para a obtenção do sucesso na organização é preciso construir um base firmada de processos que contribuem de maneira positiva com os recursos disponíveis para o alcance dos objetivos. Os crescentes desempenhos competitivos são exigidos pela chegada da globalização, que de acordo com Souza (2002, p. 23) “propicia a criação e a liberdade rápida para o mercado consumidor de produtos e serviços inovadores, com qualidade e custos reduzidos”. As empresas são constituídas de partes que seguem em direção a um todo, ao objetivo final, assim, elas não trabalham juntas, mas seguem juntas, precisam está em harmonia para que o resultado final seja satisfatório. A gestão de processo oportuniza esse acompanhamento individual e geral em todos os processos de trabalho dentro da empresa. A gestão de processos “consiste num conjunto de atividades que ocorrem dentro de uma organização, seja ela pública ou privada, que estão envolvidos diretamente com os objetivos da instituição e o cumprimento da sua missão” (AZEVEDO, 2010, p.1). A gestão de processos é a ferramenta que possibilita a obtenção total de visibilidade e domínio em toda a estrutura organizacional, ou seja, de todas as fases que ocorrem nas aplicações, nas pessoas, nos serviços. As organizações, independente do seu tamanho ou razão social precisa coordenar seu trabalho de forma satisfatória. As ferramentas utilizadas para essa coordenação estão relacionadas com a maneira com que os recursos e as ações organizacionais são elaborados, ou seja, como são dirigidas em todas as etapas do processo e os meios de buscar soluções e melhorias para um trabalho mais eficiente. 2.1 Processos Geralmente entende-se por processo uma linha de produção aonde o produto segue por um caminho até que de forma gradativa vai formando sua essência até que seja finalizado. Nesse caso, industrialmente pensando, o processo pode ter essa concepção, no entanto, o processo pode ainda apresentar uma forma não tão clara de ser percebido, como ocorrem nas organizações onde o produto oferecido não é o material, mas serviço, formado por informações que são processadas e transformadas de maneira proveitosa para a empresa e para os clientes. Como explica Gonçalves (2000, p.9): Nas empresas de serviços, por exemplo, o conceito de processo é de fundamental importância, uma vez que a seqüência de atividades nem sempre é visível, nem pelo cliente, nem pelas pessoas que realizam essas atividades. O autor enfatiza o entendimento que, quando os serviços prestados por uma empresa partem de foco intelectual, estão mais vulneráveis a se apresentarem de forma mais burocrática e fragmentada, centralizando cada função em um departamento específico, não tendo a chance de unificar as partes. Mas o que são processos? De acordo com Zarifian (1999 apud PAIM et.al. 2009, p. 100), processo é: [...] uma cooperação de atividades e recursos distintos voltados à realização de um objetivo global, orientado para o cliente final que é comum ao processo e ao produto/serviço [...] correspondem um desempenho que formaliza o seu objetivo global; uma organização que materializa a estrutura transversalmente a interdependência das atividades do processo durante sua duração, uma co- responsabilidade de atores nessa organização com relação ao desempenho global; uma responsabilidade local de cada grupo de atores ao nível de sua própria atividade. No conceito de Harrington (1997, p. 10), processo é: [...] qualquer atividade que recebe uma entrada (input), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para um cliente interno ou externo. Os processos fazem uso dos recursos da organização para gerar resultados concretos. Processo, em suma, é o conjunto de atividades realizadas que produzem um resultado satisfatório e valoroso para o consumidor, pois estão sendo monitorados, analisados e corrigidos para que haja uma melhoria crescente e consecutiva para o alcance dos objetivos. Os processos nas organizações são importantes porque possibilitam que estas desenvolvam como foco o atendimento ao cliente, podendo aperfeiçoar ainda mais a qualidade dos recursos e esforços destinados a esse objetivo. De acordo com Kanter (1997 apud BARBARÁ, 2006, p. 157), os processos permitem que o corpo funcional da organização: a) Assumam mais responsabilidades b) Adotem mecanismos mais eficazes de participação na realização do trabalho c) Empreguem melhores meios de comunicação. Gerir processos é imprescindível em qualquer negócio, pois há uma necessidade constante em coordenar, dividir, planejar, corrigir e organizar o trabalho. 2.2 Classificação de processos Os processos empresariais podem ser classificados em três tipos e que, em consonância com Gonçalves (2000), consistem em: processos de negócio, processos organizacionais ou de suporte, e processos de gerenciamento. Processos de negócios Consiste em um conjunto de atividades coerentes, catalogadas e sequenciais que, de acordo com um fornecedor, agrega-lhe valor, levando um a comercialização para um cliente (HARRINGTON, 1997). Martin (apud GONÇALVES, 2000), conceitua como processos em que a “atuação de organização está caracterizada como a fabricação de produtos ou a prestação de serviços [...] são primários por incluírem as atividades que geram valor para o cliente”. Já Hammer e Champy (1994), definem como “um grupo de atividades realizadas numa sequência lógica com o objetivo de produzir um bem ou serviço, que tem valor para um grupo específico de clientes”. O processo de negócios também conhecidos por primários ou essenciais são aqueles diretos, funcionais e que conferem importância aos clientes, ou seja, representam as atividades essenciais que a organização realiza para que haja um funcionamento básico e o alcance de sua missão. Cada atividade realizada na organização tem seu próprio objetivo, mas é de suma importância para a realização da próxima atividade, ou seja, acontece como conjunto onde cada um soma para que o produto final gere valor aos clientes. Quanto ao tipo, os processos de negócios classificam como de produção e de serviço, tendo como exemplos: “as vendas, a cobrança, o atendimento de pedidos, a fabricação, entre outros” (GARVIN, 1998, apud ANJOS et. al. 2002, p. 2). Processos organizacionais ou de suporte Consiste no processo interno, responsável de forma adequada, pelo funcionamento de todos os setores e subsetores da organização com o objetivo de garantir o apoio necessário aos processos de negócio (GONÇALVES, 2000). Os processos organizacionais ou de suporte, como o próprio nome já diz, gera suporte para os processos primários, na maioria das vezes no que diz respeito ao gerenciamento dos recursos ou na estrutura necessária para a realização das atividades dos processos primários. No entanto, há uma grande diferença entre esses dois processos, enquanto o processo primário gera valor direto ao cliente, o processo de suporte não. Um exemplo do processo de suporte está na tecnologia da informação, que atua imprescindivelmente na infraestrutura, na capacidade e nos recursos humanos, mas não tem ligação direta com o cliente final. A sua importância é fundamental, pois está interligada com a estratégia da organização, fazendo com que aumente, significadamente, a realização dos processos primários. Quanto ao tipo, os processos organizacionais são: burocráticos, comportamentais e de mudança, tendo como exemplos: “planejamentos estratégico e tático, avaliação organizacional, compras, treinamento e armazenamento” (GARVIN, 1998, apud ANJOS et. al. 2002, p. 2). Processos de gerenciamento Os processos de gerenciamento propiciam informação e decisão à organização, são empregados para avaliar, monitorar e controlar atividades de negócios, além de serem os responsáveis para que os processos primários e de suporte funcionemcorretamente alcançando suas metas operacionais, financeiras e legais, de maneira ativa e eficiente (BPM, 2009). Age como um elemento de avaliação e adaptação desempenho da organização, tendo como alvo, os gerentes e suas atividades. Quanto ao tipo podem ser de direcionamento, de negociação e de monitoração (GARVIN apud GONÇALVES,2000). Quanto ao tipo, pode ser: de direcionamento, de negociação e de monitoração. Tendo como exemplo: “fixação de metas, avaliação do resultado da organização, gestão integrada e destinação de recursos” (GARVIN, 1998, apud ANJOS et. al. 2002, p. 2). 2.2 Gestão de processos e gestão por processos De acordo com o que vem sendo explicado, entende-se que, para o sistema de gestão dos processos da organização funcionar com eficiência, é necessário que todos os setores trabalhem em harmonia, em conjunto, valorizando a comunicação entre si e entendendo a importância das atividades de cada setor. Dessa forma, os erros diminuem ou até mesmo findam e faz com que os gestores entendam essa importância. No entanto, após estudo de diversas obras relacionadas a processos organizacional, observou-se uma acentuada discussão sobre dois conceitos distintos: a gestão de processos e a gestão por processos. Sendo que, este primeiro é conceituado de forma reduzida, consistindo em um modelo de organização e gestão operacional, enquanto o segundo, incide em um envolvimento administrativo com o objetivo de dispor mais atenção nos processos (SORDI, 2008). Comenta-se sobre a diferença entre a gestão de processos e a gestão por processos da seguinte forma: - A gestão de processos significa que existem processos mapeados, sendo monitorados, mantidos sob controle e que estão funcionando conforme planejado. - Quando se fala em gestão por processos, procura-se ver a organização de forma mais ampla, com as áreas se inter-relacionando. Vários processos estão interagindo e a gestão monitora isso como um todo, garantindo a satisfação do cliente (BARBOSA, 2003, p.1). De forma ainda mais clara, a gestão de processos consiste nos processos que estão sendo monitorados, vigiados, controlados como um todo, para que funcionem exatamente como planejado. Já a gestão por processo vai muito além, abrange a organização de forma ampla, ou seja, cada setor da organização controla seu processo, tentando aperfeiçoar ainda mais o seu desempenho. O gestor, nesse caso, trabalha de acordo com a visão sistêmica, considerando o intercâmbio entre os processos. Na gestão por processos, as organizações trabalham na vertical, crescendo, com os departamentos semelhantes agindo em conjunto, onde as pessoas não exercem apenas uma única função, mas possuem o conhecimento polivalente atuando em um processo voltado para o cliente. Os gestores, nesse caso, são responsáveis pelos processos e não mais pelos setores ou funções (RADOS et al, 1998). 2.3 Metodologia de modelagem de processos Sobre a metodologia de modelagem de processos, pode-se encontrar um leque variado: a) Metodologia de Desenvolvimento e Implantação dos Processos Essa metodologia é composta por cinco fases: “comprometimento, estruturação, análise, desenvolvimento e implantação”, que necessitam ser adequadas à realidade das organizações. Por ser extensa, envolve diferentes dimensões avaliadas para a redução de erros e imprevistos na implementação da gestão por processos. É importante avaliar a disposição da organização em relação à mudança, seus objetivos, os grupos associados à mudança, como também a interação dos grupos de interesse (OLIVEIRA, 2009, p. 54). b) Metodologia de Análise de Processos De acordo com Valle e Oliveira (2011, p. 38), consiste no efeito das adequações e transformações de outra metodologia proposta, sendo composta de quatro fases: “preparando-se para análise dos processos, seleção do processo a ser otimizado, identificando as melhorias a serem implementadas e implementação do processo otimizado”. Para os autores, essa metodologia foi modificada de forma a ser possível criar um plano para análise de processos. c) Metodologia de Identificação, análise e melhoria dos processos críticos: De acordo com Laurindo e Rotondaro (2011, p. 38) a gestão por processos “prevê duas etapas operacionais distintas para a análise e a melhoria do desempenho dos processos que mais impactam para a satisfação dos clientes e dos acionistas de uma empresa: melhoria dos fatores críticos e agregar valores”. d) Método de Gestão por Processos: Nesse último quesito, Pereira Júnior (2010, p. 65), explica que esse modelo é baseado em diversas metodologias de gestão por processo, tendo o cuidado “em ser compatível com as características das micro e pequenas empresas”. É composta por três fases: “Conhecimento do processo, Análise do processo e Otimização do processo”. Trabalha as “atividades-chaves e melhoria dos processos através do mapeamento e observação dos problemas”. 2.4 Gestão de processos como estratégia organizacional As organizações que trabalham utilizando a estratégia como recurso para alcançar a excelência profissional, primam pela habilidade dos funcionários em realizar esse trabalho de forma estratégica, ou seja, eles precisam conhecer a estratégia da empresa para que possa aplicá-la. No entanto, é importante entender que o destaque não acontece apenas no que diz respeito ao sucesso departamental, mas sim na monitoração do processo, levando-se em consideração, todos os elementos envolvidos dentro e fora da organização. Dessa forma, a gestão troca o objetivo de maximizar o desempenho departamental pelo desempenho dos processos, levando em conta que os processos trazem vantagens competitivas. Cossi (2006) explica que a organização pode executar suas atividades através de projetos ou processos, sendo que o primeiro, consiste no planejamento e desempenho de esforços provisórios para realizar uma atividade importante, enquanto o segundo, utiliza técnicas e preceitos para auxiliar a organização a supervisionar consecutivamente os processos alargando a eficiência na criação de algo de valor. Em sumo, ao mesmo tempo em que os projetos são sempre provisórios, os processos são ininterruptos e recorrentes. Os projetos atuam de melhor forma quando apoiam os processos, pois aumentam a eficiência no alcance das metas. De acordo com Simões (2006, p. 28), “das estratégias que falham, 90% falham porque a empresa não conseguiu implementá-las corretamente, ou seja, não conseguiu fazer com que os processos espelhassem a estratégia”. Os fatores de sucesso ao empregar um recurso estratégico não se findam somente na implicação da gestão organizacional, mas também, na relação entre os funcionários e colaboradores, por meio de um entendimento adequado. Na gestão organizacional moderna, os processos de negócio são a ponte que leva a instigar uma administração proativa. Observamos o exemplo de algum tempo atrás, onde as metas estratégicas só poderiam ser avaliadas após cada período quando fossem publicadas, hoje, com a gestão de processos, os objetivos são monitorados com constância, oferecendo ainda alertas de divergências com o planejado e sugerindo novas ideias de implementação. A coordenação dos indicadores estratégicos e dos indicadores de desempenho dos processos, ainda é uma questão que requer muita atenção por parte da gestão organizacional, mas como explica Cossi (2006, p.2), Este alinhamento tem se mostrado muito crítico, pois é fundamental que as iniciativas e ações ligadas às estratégias e aos processos estejam convergindo para resultados sinérgicos. Há uma tendência natural em tratar os indicadores estratégicos em um nível mais alto, impondo-lhes uma característica mais de resultado do negócio, e os indicadores de processo com uma característica mais operacional, ou seja, mais ligados à eficiência em si. Entende-se dessa forma,que, enquanto os indicadores estratégicos necessitam apontar tendências, os indicadores de processo desempenham o papel de expor resultados.
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