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dano moral

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AO JUÍZO DE DIREITO DA ..., VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA 
COMARCA CIDADE...,/ESTADO..., 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO ROBERTO, nacionalidade..., naturalidade..., estado civil..., profissão, inscrito no CPF 
sob o nº..., portador do RG nº..., endereço eletrônico..., domiciliado e residente na Rua..., nº..., 
Bairro..., na cidade de ..., CEP nº..., vem por intermédio de seu advogado que este subscreve 
respeitosamente perante a Vossa Excelência, com fulcro no art. 3º inciso I da Lei nº 9.099/95; 
 
 
AÇÃO IDENIZATÓRIA DE DANOS MATERIAIS C/C DANO MORAL 
Em face de MARIA JUSTINA, nacionalidade..., naturalidade..., estado civil..., 
profissão, inscrito no CPF sob o nº..., portador do RG nº..., endereço eletrônico..., domiciliado 
e residente na Rua..., nº..., Bairro..., na cidade de ..., CEP nº..., ante os elementos de fato e 
argumentos de direito abaixo apresentados 
 
 
 
 
 
I. DA SINOPSE FÁTICA 
 No dia 12 de fevereiro de 2023, o autor adquiriu um automóvel Corolla, ano 2019, de 
Maria Justina, por um valor de R$ 100.000,00. Entretanto, em 20 de março do mesmo ano, o 
comprador notou problemas ao tentar engatar a marcha ré do veículo. Preocupado, ele levou o 
carro para uma avaliação com um mecânico de sua confiança, que constatou que o motor 
apresentava defeitos decorrentes de uma manutenção realizada de forma inadequada, com a 
utilização de peças de qualidade duvidosa. 
O mecânico avaliou que era necessário realizar um reparo no veículo, incluindo a 
instalação de peças novas, o que gerou um orçamento no valor de R$ 15.000,00. O comprador 
pagou o valor integral e solicitou o reembolso à vendedora, que se recusou a arcar com os custos 
do reparo, afirmando que não pagaria nenhum valor ao comprador. 
Diante da negativa injustificada de Maria Justina em relação ao pagamento do valor 
correspondente ao reparo do veículo, o comprador decidiu entrar com uma ação judicial para 
ser ressarcido pelo montante gasto. O objetivo do comprador é ter o valor devolvido para que 
possa utilizar o veículo adquirido de forma adequada e com segurança. 
II. DA IDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS 
 Tomando como base, o narrado no anterior pode-se extrair que o autor em decorrência 
do presente problema ocasionado no carro teve que gastar R$ 15.000,00 (quinze mil reais) com 
o valor do conserto, tendo assim prejuízos financeiros. 
Nessa vereda, em nossa legislação cível quem provoca danos a outrem fica obrigado a 
reparar conforme o art. 5 inciso X da Constituição Federal, arts. 927 e 186 ambos do Código 
Civil. 
Art. 5º X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem 
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou 
moral decorrente de sua violação; 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a 
outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem. 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Por conseguinte, vejamos entendimento jurisprudencial no seguinte sentido. 
APELAÇÃO- INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E 
MATERIAIS- RELAÇÃO DE CONSUMO- ACIDENTE- VÍCIO 
DO PRODUTO- INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA - Os autores 
pleiteiam a indenização por danos morais e danos materiais por terem 
sofrido um acidente de carro decorrente a explosão do pneu fabricado 
pela ré Bridgestone e instalado pela ré Carrefour. A ação foi julgada 
improcedente pelo I. Magistrado a quo, pois entendeu que era 
imprescindível a realização de prova pericial para que fosse 
comprovado o nexo causal. Todavia, esta não pode ser realizada por 
culpa dos autores, que deixaram o pneu viciado nas dependências da 
oficina mecânica; - Houve manifestação Ministério Público, ante a 
participação de menores incapazes no polo ativo da ação, para o não 
provimento da ação; - Pela relação de consumo entre as partes, ocorre 
a inversão do ônus da prova prevista pelo art. 6º , inc VIII , do Código 
de Defesa do Consumidor . Portanto, era de autoria das rés demonstrar 
que a causa de explosão do pneu foi externa, ou então, que ele havia 
sido colocado no lugar indevido; RECURSO PROVIDO. 
Diante o exposto, requer-se que seja concedida a indenização por danos materiais no 
Valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), devido ao prejuízo com conserto do motor. 
III. DO VÍCIO OCULTO 
O vício redibitório, previsto no Título V do Código Civil Brasileiro (Lei Federal nº 
10.406/2002), é uma disposição legal que trata dos contratos. Ele se refere a defeitos ocultos ou 
vícios de um bem recebido em virtude de um contrato comutativo ou de doação gravada de 
encargo. Esse defeito torna a coisa imprópria para o uso ao qual ela se destina ou diminui o seu 
valor. Em outras palavras, é a presença de um problema no bem adquirido que não poderia ser 
percebido no momento da compra, o que pode acarretar em prejuízos para o comprador, 
conforme dispõe os art. 441, 442,444 e art. 445 §1 do Código Civil. 
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser 
enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que 
é destinada, ou lhe diminuam o valor. 
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o 
adquirente reclamar abatimento no preço. 
 Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça 
em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da 
tradição. 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no 
preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e deum ano se for imóvel, 
contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da 
alienação, reduzido à metade. 
§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o 
prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo 
de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis e de um ano, para os 
imóveis. 
Isto posto, não resta dúvidas que o direito do autor se encontra amparado por lei , não 
estando o mesmo prescrito, pois o autor só teve ciência no dia 20 março..] 
IV. DO DANO MORAL 
Além, do prejuízo financeiro, o autor sofreu grande desgosto, sentiu-se desamparado 
e foi extremamente prejudicado, conforme já demonstrado, assim o mesmo faz jus é de 
indenização por danos morais. 
Assente, entendimento doutrinário nas palavras de Maria Helena Diniz 
Dano complexo que sofre a vítima de evento danoso, pois estes estados de 
espírito constituem o conteúdo, ou melhor, a consequência do dano”. Mais 
adiante: “o direito não repara qualquer padecimento, dor ou aflição, mas 
aqueles que forem decorrentes da privação de um bem jurídico sobre o qual a 
vítima teria interesse 
Tendo isto exposto, cumpre salientar que, em razão da conduta danosa da rá, o autor 
teve que desembolsar valores a mais do que se programou a pagar, levando-se em conta o valor 
considerável do bem por ele adquirido, o que lhe gerou grande frustração, somado ao relevante 
prejuízo financeiro. 
IV.DOS PEDIDOS 
Por fim, requer-se: 
a) Seja a ré citada para comparecimento a audiência, bem como para apresentar sua defesa 
em relação aos fatos acima citados, obedecendo-se ao procedimento estabelecido na Lei 
Federal nº9.099/1995. 
b) Seja a presente ação julgada totalmente procedente, condenando-se aparte ré ao pagamento 
de danos materiais, a título de ressarcimento das despesas geradas ao autor em decorrência de 
reparos realizado sem seu veículo, a importância de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), corrigidosmonetariamente e acrescidos de juros legais. 
c) A condenação da parte ré ao pagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a título de reparação 
pelos danos morais causados ao autor. 
d) Na hipótese de procedência da presente ação e, havendo interposição de recurso pela parte 
ré, a condenação da parte ré ao pagamento das custas processuais e honorários sucumbenciais 
em 20% (vinte por cento). 
 
V. VALOR DA CAUSA 
Dar-se o valor da causa de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local..., data..., 
Advogado..., OAB nº...,

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