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Cardio: porque o coração é o responsável pelo bombeamento; Vascular: toda doença que envolve o sangue, o transporte de sangue e a sua vascularização. Artéria: sangue oxigenado indo para os tecidos (sangue arterial); Veia: sangue desoxigenado voltando dos tecidos com gás carbono (sangue venoso). Introdução A doença cardiovascular constitui grupo de doenças inter-relacionadas; Doença arterial coronariana; Doença vascular periférica; Hipertensão arterial; Doença cardíaca isquêmica; Aterosclerose; Insuficiência cardíaca. Aterosclerose e doença arterial coronariana A aterogênese é o processo que conduz ao desenvolvimento da aterosclerose que é uma resposta inflamatória crônica local, formação de lesão que se não tratada progride até a ruptura de uma placa que resulta na liberação de citocinas pró- inflamatórias. A aterosclerose, geralmente, acontece em artérias grandes e médias (coronárias e artérias das extremidades inferiores) e em artérias elásticas (aorta, carótidas e ilíacas), sendo compostas de LDL, cálcio e fibrina que formam a placa aterosclerótica. A aterosclerose caracteriza-se pelo acúmulo de material lipídico no espaço intra e extracelular na camada íntima do endotélio, recoberto por capa fibrosa. Os vários fatores de risco modificam a funcionalidade do endotélio que se torna mais permeável e ativo, facilitando a entrada de partículas de lipoproteína de baixa densidade – colesterol (LDL) modificadas (oxidadas) para o espaço subendotelial, dando origem ao processo aterosclerótico. A partir da lesão tecidual, moléculas situadas nas células endoteliais (moléculas de adesão), especialmente a molécula de adesão intercelular 1 (1CAM) e a molécula de adesão vascular 1 (VCAM-1), além de interleucinas, fator de necrose tumoral α e outras, aumentando o recrutamento de células do sistema imune, especialmente monócitos, que liberam moléculas quimiotáticas, as quimiocinas, entre elas a proteína quimiotrativa de monóctio 1 (MCP-1), perpetuando e ampliando o processo inflamatório. A formação e o crescimento da placa aterosclerótica estão associados à redução do lúmen arterial e consequente redução do fluxo sanguíneo, causando sintomas de angina (dor no peito). Porém é a formação do trombo arterial sobreposto à placa rota a maior responsável pela ocorrência de eventos agudos e potencialmente letais da doença. Quando o sangue encontra dificuldade de ser transportado para os tecidos devido a oclusão pelas placas, ocorre um aumento da pressão, provocando a hipertensão arterial. Nas artérias coronárias a aterosclerose provoca angina (dor no peito) e morte súbita; Nas artérias cerebrais a aterosclerose provoca AVE (acidente vascular cerebral ou encefálico) e ataques isquêmicos transitórios (o sangue não consegue oxigenar os membros periféricos); Na circulação periférica a aterosclerose provoca isquemia ou gangrena. Krause antigo A dislipidemia se refere a um perfil lipídico do sangue que aumenta o risco de desenvolver aterosclerose. Fatores de risco modificáveis: Marcadores sanguíneos e inflamatórios (fibrinogênio e proteína C-reativa); Tabagismo; Sedentarismo; Consumo de álcool; Dieta desequilibrada; Estresse; Hipertensão; Diabetes (Em diabéticos, a isquemia secundária à aterosclerose coronariana geralmente ocorre sem sintomas. Dessa forma, não é incomum existir doença em múltiplos vasos anteriormente ao surgimento de sintomas isquêmicos e à instituição do tratamento); Obesidade (o acúmulo de gordura na região intra-abdominal ou visceral (forma androide) representa maior predisposição para diabetes e aterosclerose quando comparada à deposição de gordura na região de coxas e nos quadris (forma ginecoide) – a obesidade androide está associada a produção contínua de citoquinas e mediadores que reduzem a sensibilidade à insulina no músculo. O adipócito também produz o inibidor do ativador do plasminogênio 1 (PAI- 1), importante fator metabólico que inibe a geração de plasmina (enzima fibrinolítica), levando ao estado de hipofibrinólise, que igualmente favorece a ocorrência de eventos vasculares. Além disso, o excesso de tecido adiposo promove redução da produção de adiponectina (Acrp30), um mediador sabiamente relacionado a aumento da sensibilidade insulínica. Diante da redução da sensibilidade à insulina, o pâncreas gera uma resposta compensatória, ele passa a aumentar a produção de insulina, favorecendo o surgimento de uma cascata de anormalidades Síndrome metabólica. Marcadores sanguíneos: Colesterol total e frações (LDL-C, HDL-C e TRIGLICÉRIDEOS) – 8 a 12h de jejum (resposta mais segura do perfil bioquímico). Fórmula de Friedewald: LDL – C = CT – HDL – 𝑇𝑟𝑖𝑔𝑙𝑖𝑐𝑒𝑟í𝑑𝑒𝑜𝑠 5 Em pacientes com hipertrigliceridemia (TG >400 mg/dl), hepatopatia colestática crônica, diabetes melito ou síndrome nefrótica a equação é imprecisa. Índice de Castelli: consiste na combinação de colesterol, HDL e LDL na influencia de desenvolvimento de doenças cardiovasculares: IC - I = 𝐶𝑇 𝐻𝐷𝐿 Homens: até 5,1 / mulheres: até 4,4. IC-II = 𝐿𝐷𝐿 𝐻𝐷𝐿 Homens: até 3,3 / mulheres: até 2,9. Dislipidemias Alterações dos níveis sanguíneos dos lipídeos circulantes. Consistem na elevação dos triacilgliceróis e/ou alterações do colesterol plasmático (elevação do LDL-c e/ou redução do HDL-c). Fatores nutricionais que afetam o LDL-colesterol: Aumentam o LDL-C: Ácidos graxos saturados e trans; Colesterol dietético; Excesso de peso corporal. Diminuem o LDL-C: Ácidos graxos poli-insaturados; Fibras solúveis; Estanóis/estanóis vegetais; Perda de peso; Proteína de soja contendo isoflavona (evidência limitada); Proteína de soja. Metas de dieta e estilo de vida da American Heart Association (2006) para Redução do Risco: Consumir uma dieta saudável em geral; Obter peso corporal saudável; Obter níveis recomendados de LDL-C, HDL-C e triglicerídeos; Obter pressão sanguínea normal; Obter nível de glicose normal; Estar fisicamente ativo; Evitar o uso e a exposição a produtos que contêm tabaco. Marcadores inflamatórios: Fibrinogênio: a maior parte dos infartos do miocárdio resulta de trombose intracoronariana. Preditor independente de risco para doença arterial coronariana: 150 – 70 mg/dl (1,5 a 3,7 g/l); Proteína-C-reativa: sintetizada no fígado durante a fase aguda da inflamação: • Indivíduos normais: <0,6mg/dl (sem inflamação ou infecção); • Indivíduos com aterogênese: >3mg/dl. Homocisteína (HCY): aminoácido metabólico da metionina, acredita-se que os níveis elevados de HCY no plasma pode sofrer auto-oxidação para formar superóxidos e peróxido de hidrogênio que provocam lesão endotelial, levando a trombose. Valores normais: 5 a 15 mol/l. Doenças relacionadas e síndromes: Hipertensão: 140mmHg sistólica e 90 mmHg diastólica já é um risco porque provoca um dano vascular e estresse ao miocárdio. Tratar da HPA – a incidência de AVC, DCV e IC; Diabetes: presença simultânea de outras condições como dislipidemia, hipertensão e obesidade; Obesidade: a presença de tecido adiposo no coração, junto a hipertensão, intolerância à glicose, marcadores inflamatórios (IL-6 e PCR), apneia obstrutiva do sono, dislipidemia, disfunção endotelial, estado pró-trombótico. Fatores não modificáveis: Menopausa: queda no estrogênio endógeno (ele previne a lesão vascular); Idade: homens mais susceptíveis – homens: 45 anos / mulheres: 55 anos; História familiar: história de morte súbita e insuficiência do miocárdio (IM) antes de 55 anos em parente do 1º grau (pais, irmãos e filhos) do gênero masculino e antes de 65 para o gênero feminino. DASH: dieta voltada para o tratamento de hipertensão arterial. Terapia nutricional: Maléficos: Ácidos graxos saturados: aumentam a colesterolemiaporque reduzem os receptores celulares B-E inibindo a remoção plasmática das partículas LDL-C, devido a sua estrutura retilínea o que permite maior entrada de colesterol nas partículas LDL – para diminuir o consumo de ácidos graxos saturados é indicado a redução de gordura animal (ác. Palmítico C 16:0), leite integral e derivados e polpa de coco (ác. Mirísitico C14:0), banha e mateiga (ác. Láurico C 12:0); Colesterol: maior concentração em alimentos de origem animal, é recomendado o consumo de 200mg/dia (hiporenponsíveis – não respondem geneticamente ao consumo de colesterol dietético na corrente sanguínea; hiperesponsivos – respondem com muita facilidade na corrente sanguínea); Ácidos graxos trans: ác. insaturados – isômeros de forma cis, não sintetizados pelo organismo humano. Eles existem de duas formas: hidrogenação (60%) – coloca hidrogênio, tira a dupla ligação e ele se torna trans, são óleos vegetais ou marinhos (gorduras hidrogenadas), ex.: margarinas, sorvetes, chocolate, pães, molhos para salada, creme de sobremesas e gordura para frituras; ou por biodregenação (5%) – acontece na digestão de gorduras ingeridas pelos ruminantes poligástricos (possuem mais de um estômago) e consequentemente à ação das enzimas do lúmen. O alto consumo de AGT está associado ao aumento do risco de doença arterial coronariana. A causa mais provável é a sua ação sobre as lipoproteínas. Da mesma maneira que as gorduras saturadas, as gorduras trans aumentam a concentração de LDL-c, porém apresentam um efeito deletério adicional por reduzir a fração HDL-c. A redução do HDL-c representa aumento significativo da relação LDL-c/HDL-c (índice de Castelli II), que é considerado importante prognóstico para as doenças cardiovasculares Gordura trans: aumenta a concentração de LDL- C, reduz a concentração de HDL-c, consequentemente aumenta o ICII e ocasiona o risco de doenças cardiovasculares. Benéficos: Carboidratos complexos: tem digestão mais lenta, são mais indicados no tratamento das dislipidemias, ex.: amido, dextrina, celulose, tubérculos, massas, arroz, pães, cereais integrais; Ácidos graxos poliinsaturados (PUFA): reduz o colesterol e o LDL-C (produz menos e remove mais, além de alterar a estrutura diminuindo o conteúdo de colesterol na partícula), reduz os triglicerídeos por reduzirem a secreção hepática de VLDL. Ômega 6 (ácido linoleico e araquidônico) presente em óleos de fontes vegetais, exceto coco, cacau e palma (dendê); ômega 3 (ácido linolênico (ALA) e eicosapentonóico e decosapecanoico (DHA)); Os ácidos graxos ômega-3 podem promover a redução do perfil lipídico, diminuindo principalmente os níveis de triacilgliceróis, e também outros efeitos cardiovasculares, como redução da viscosidade do sangue, relaxamento das artérias, redução da pressão arterial e também efeitos antiarrítmicos e anti-inftamatórios. No metabolismo lipídico, os ácidos graxos ômega-3 provocam redução dos triacilgliceróis séricos pela diminuição da síntese hepática de VLDL e Apo B, aumento do colesterol da HDL-c e aumento da LDL-c. Porém, essas alterações são dependentes dos valores basais e das doses administradas, verificando-se redução de 25 a 50% nos triacilgliceróis e pequeno aumento do LDL-c com maiores doses. Com baixas doses têm sido observada redução nos níveis de LDL-c e aumento da HDL. Ácidos graxos monoinsturados (MUFA): não interfere na concentração de LDL-c. Ômega 9 (ácido oleico C19:1) ex.: azeite de oliva, azeitona, abacate, castanhas e amêndoas (dieta mediterrânea); Fibras solúveis: reduzem o tempo do trânsito intestinal e o tempo e eliminação do colesterol. Pectina (frutas), gomas (aveia, cevada e leguminosas). Farelo de aveia reduz a absorção do colesterol e retarda a digestão das gorduras – as fibras solúveis aumentam a excreção de ácidos biliares que proporcionam maior captação de LDL-c pelo fígado e reduz o colesterol plasmático. Bactérias inertes cujos subprodutos incluem ácidos graxos de cadeia curta (acetato, butirato e propionato) que entram no sistema pela circulação portal e são levados ao fígado limitando a ação da hemoglobina CoA redutase (HMG CoA) e inibindo a síntese do colesterol hepático. National Cholesterol Education Program (NCEP) recomenda 20 a 30g/dia de fibras e o consumo de 5 a 10g solúveis é uma medida adicional para redução do colesterol; Fibras insolúveis: não atuam na colesterolemia, mas aumentam a saciedade, auxiliando na redução da ingestão calórica. Celulose (trigo), hemicelulose (grãos) e lignina (hortaliças). Alimentos funcionais: a soja é uma proteína que contém isoflavonas e diminui o colesterol por conter estrogênio similar ao humano. A soja é antioxidante, antiproliferativa e antimigratórios, tendo efeito nas células musculares lisas e sobre a formação de trombo e na manutenção da reatividade vascular normal. O FDA recomenda a ingestão de 25g de soja que contém 50mg de isoflavonas, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares - As principais fontes de soja na alimentação são: feijão de soja, queijo de soja (tofu), molho de soja (shoyu), farinha de soja, leite de soja e o concentrado proteico da soja; Fitoesterol: esteróis vegetais (extrato vegetal natural de sementes de girassol e soja) reduz o colesterol em virtude da sua capacidade de impedir a absorção do colesterol no intestino. Os fitosteróis reduzem os níveis de colesterol, se consumidos regularmente, diminuindo a fração LDL-c, sem interferência na fração HDL-c Flavonóides: oxidantes polifenólicos – frutas vermelhas (amora, uva, morango e maçã), condimentos (alho e cebola), bebidas (suco de uva, vinho tinto e chá verde). Os flavonoides inibem a oxidação do LDL diminuindo sua aterogenicidade e risco de doenças cardiovasculares, estudos mostram relação inversa entre consumo de flavonoides e doenças cardiovasculares. Pesquisas também demonstraram que os flavonoides presentes na uva, principalmente nas uvas vermelhas, e quando incorporadas ao vinho tinto ou suco de uva, podem agir como substâncias antioxidantes, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares. O efeito protetor do vinho é influenciado não só pela ação dos flavonoides, mas alguns autores atribuem também à ação do álcool, cujo consumo moderado está relacionado a menores taxas de mortalidade por doença coronariana. Contudo, considerando-se que o consumo de bebidas alcoólicas pode elevar os níveis de triacilgliceróis e glicemia, aumentar a pressão arterial e favorecer o ganho de peso, segundo as III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias, não é recomendado seu consumo na prevenção da doença aterosclerótica. Hipertensão arterial Condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não- fatais. A hipertensão tem diferentes mecanismos de controle que estão envolvidos não apenas na manutenção, como na variação da pressão arterial, regulando o calibre e a reatividade vascular, a distribuição de fluido dentro e fora dos vasos e o débito cardíaco. Os complexos mecanismos pressores e depressores interagem e determinam o tônus vasomotor. Quando o equilíbrio se rompe com predominância dos fatores pressores, ocorre a hipertensão primária. Investigação: identificar a etiologia da HA, o grau de comprometimento de outros órgãos-alvo e outros fatores de risco associados (aterosclerose, tabagismo, consumo de bebidas alcoolicas, maus hábitos alimentares, ingestão de sódio abusiva, sedentarismo, obesidade, depressão, situação familiar, condições de trabalho e genética) que possam influir no prognóstico e na orientação terapêutica. American Heart association,2017: A hipertensão arterial foi redefinida em 2017 como uma doença que deve ser tratada mais cedo (não necessariamente de forma medicamentosa), quando atinge 130/80mmHg e não o limite anterior de 140/90mmHg. O tratamento não medicamentoso (TNM) da HÁ envolve controle ponderal, medidas nutricionais, prática de atividades físicas, cessação do tabagismo, controle de estresse, entre outros. Terapia nutricional: Controle de peso – IMC dentro da normalidade (18,5 a 24,9 kg/m2); Plano dietético para hipertensos acima do peso com restrição calórica e balanceamento adequado de macro e micronutrientes; Estilo alimentar DASH (Dietay Approaches to Stop Hypertension) – composta de produtos com baixa quantidade de gordura, como peixe, frango, carnes vermelhas magras e laticínios magros, visando à diminuição do consumo de gordura saturada e colesterol e ao aumento do aporte de proteína e cálcio. Dessa forma, existe um perfil favorável de macronutrientes que é a diminuição de gordura total e saturada e o aumento da relação poli -insaturado/saturado. É também composta de quantidade abundante de frutas, vegetais, grãos, oleaginosas, todas fontes ricas de potássio, magnésio e fibras. Ao contrário da maioria das dietas para controle da hipertensão, nas quais o objetivo principal é a restrição de sódio, no plano alimentar DASH, a quantidade de ódio é a mesma da dieta comum que corresponde a uma dieta normossódica. Sendo assim, a eficácia do plano alimentar DASH na redução da pressão arterial está associada ao conjunto de nutrientes, e não exclusivamente ao sódio. No entanto, o sódio exerce, notadamente, papel importante na redução da pressão arterial, e benefícios ainda maiores são alcançados quando se associa o plano alimentar DASH a uma restrição de sódio (2.400mg); Redução do consumo de sal (a necessidade de sódio para humanos é de 500mg (cerca de 1,2g de sal). A OMS definiu 5g de cloreto de sódio ou sal de cozinha, que corresponde a 2g de sódio, sendo essa a quantidade máxima considerada saudável para a ingestão alimentar diária. O excesso de sódio eleva, inicialmente, a pressão arterial por aumento da volemia e, consequentemente, do débito cardíaco. Posteriormente, por mecanismos de autorregulação, há aumento da resistência vascular periférica, mantendo os níveis de pressão arterial elevados. Além de seu efeito isolado, a alta ingestão de sal ativa diversos mecanismos pressores, como aumento da vasoconstrição renal, aumento da reatividade vascular aos agentes vasoconstritores (catecolaminas e angiotensina II) e elevação dos inibidores da Na+/K+ATPase; Ácidos graxos insaturados; Fibras; Proteínas de soja; Laticínios desnatados; Alho; Café e chá; Chocolate amargo; Álcool: 30g de etanol para homens e 25g para mulheres – o consumo excessivo de álcool eleva a pressão, além de ser uma das causas de resistência terapêutica anti-hipertensiva; Atividade física; Controle do estresse psicossocial; Respiração lenta; Cessação do tabagismo; Equipe multiprofissional. Infarto agudo do miocárdio (IAM) A evolução da placa aterosclerótica devido a formação de trombos coronarianos é a causa mais frequente de IAM. O IAM ocorre devido a necrose do músculo cardíaco como resultado de insuficiente perfusão (a criação do trombo no coração impossibilita o sangue de oxigenar outros tecidos e o tecido não oxigenado sofre a necrose). Outras causas são: vasoespasmos coronarianos secundário a uso de drogas, traumatismos, lesões na válvula aórtica ou mitral e doenças trombóticas da coronária. Terapia nutricional: Repouso alimentar em até 12h após o episódio, sendo que a introdução de alimentos deve ser feita considerando vômitos e náuseas – evolução da dieta: 1ª refeições líquidas e/ou pastosas para evitar bronco aspiração, pequenos volumes fracionados em 5 ou 6 refeições ao dia, facilitando o processo digestório e o menor esforço cardíaco; Necessidade de repouso absoluto de 2 ou 3 dias após o evento; Estado clínico, metabólico e nutricional do paciente já que é comum a presença de fatores de risco para doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, dislipidemias e obesidade; Para diminuir a sobrecarga cardíaca: calcular energia por Harris Benediet + fatores de injúria + stress ou na prática 20 a 30 Kcal/kg, jejum nas 1ª 4-12h, fracionamento 4 a 6 refeições, dieta pastosa, fibras de 20-30g por dia, suplementos hipercalóricos para atingir o VET, macro e micronutrientes de acordo com o quadro clínico e exames laboratoriais e comorbidades associadas, necessidade hídrica (adultos 30ml/kg de peso e idosos mínimo de 1700ml). Insuficiência cardíaca O coração tem sua função de bombeamento sanguíneo insuficiente para a demanda metabólica dos tecidos ou faz por conta da elevada pressão de enchimento. Manifestações: dispneia, edema, fadiga, diminuição da concentração, náuseas, vômitos, pulso irregular ou rápido, falta de ar, tosse, perda de apetite e inchaço; em casos mais graves: sudorese, palidez e manifestações de baixo fluxo cerebral. Oliguria é uma das consequências, o sangue não é filtrado e o paciente não consegue urinar da mesma forma. Fatores que vão alterar o estado nutricional: Compressão gástrica e congestão hepática; Sensação de plenitude pós-pandrial; Edema nas alças intestinais; Enteropatia perdedora de proteínas, náuseas e anorexia; Diminuição da capacidade absortiva; Dispneia e fadiga. Causas: Arritmia; Diabetes; Genética; Histórico de infarto; Consumo de álcool; Hipertensão; Doença arterial. Terapia nutricional: - Mulheres: GEB (Kcal/dia) = 665 + (9,6 x P) + (1,8 x A) – (4,6 x I); - Homens: GEB (Kcal/dia) = 66 + (13,7 x P) + (5 x A) – (6,8 x I); Altura em cm. Acrescentar: fator atividade + injúria + térmico. - Fórmula de bolso: eutróficos 28 Kcal/kg e 32 Kcal/kg para depletados; Minimizar a perda de peso; Recuperar o estado nutricional; Evitar a sobrecarga cardíaca; Para pacientes com IC em situação estável: 28 Kcal/kg para pacientes não desnutridos para limitar os efeitos do hipercatabolismo e 32 Kcal/kg para desnutridos; Aumentar a densidade calórica: + caloria e – volume; Fracionar as refeições; Distribuição de macros: carboidratos 50-55%; lipídeos 30-35% com seleção dando preferência aos MUFA e PUFA; colesterol <200mg/dia; proteínas deve considerar o estado nutricional, normo ou hiperproteica (15 a 20% sendo de alto valor biológico), em desnutridos 1,5 a 2,0 de ptn/kg/dia e eutróficos 1g/kg/dia; Fibras para evitar obstipação e facilitar a peristalse intestinal pode predispor 25-30g sendo 6g de fibras solúveis; Sódio: depende da gravidade da IC e serve para a prevenção da retenção líquida; Potássio: uso de diuréticos – espoliadores de potássio; Restrição hídrica nem sempre é necessária, vai de acordo com o quadro da IC.
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