Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P Insuficiência Cardíaca PROBLEMA 4M2 - CONGESTIONAMENTO! Dona Pietra, 60 anos, diz ter tido infarto agudo do miocárdio há três anos e faz acompanhamento cardiológico irregular. Estava assintomática até há 1 mês, quando começou a apresentar dispneia com piora progressiva e ortopneia. Queixou-se ainda de edema de membros inferiores e tosse seca. Há 3 dias houve piora dos sintomas, passando a apresentar dispneia em repouso, motivo pelo qual procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Disse que nos últimos 2 meses interrompeu o uso de suas medicações, pois está desempregada e não pode mais comprá-las. Ao exame físico apresentava-se: hipocorada ++/+4, acianótica, anictérica e com extremidades frias; Sinais Vitais: PA: 120 x 80 mmHg, FC: 96 bpm; FR: 25 irpm; Alt.: 1,62 m; Peso: 66,7 kg; Aparelho cardiovascular: Ictus cordis visível e palpável no 5º e 6º espaço intercostal esquerdo na linha axilar anterior, com 3-4 polpas, não propulsivo, móvel ao decúbito lateral esquerdo; ritmo cardíaco regular em 4 tempos, galope. Bulhas hipofonéticas. Sopro holossistólico em foco mitral, +++/4+ com irradiação para axila e também turgência jugular. Aparelho respiratório: murmúrio vesicular diminuído bilateralmente. Estertores crepitantes em bases. Abdome: normotenso, indolor à palpação, RHA +. Membros inferiores: edema com cacifo (+/4+) bilateralmente. Panturrilhas sem empastamento. Pulsos pediosos filiformes e simétricos. O médico do Pronto Socorro discutiu o caso com o residente de plantão referindo que o diagnóstico sindrômico da paciente é um diagnóstico comum em clínica médica e solicitou sua internação. O interno questionou ao médico assistente se o infarto prévio tinha alguma relação com o quadro atual e quais outras doenças poderiam evoluir desta mesma maneira. Posteriormente, na enfermaria, o instrutor solicitou que o residente realizasse alguns exames complementares e iniciou tratamento com modificação da dieta e medicações. RX DO PACIENTE Instrução: Qual o provável diagnóstico e sua relação com o IAM? Qual a relação das crepitações com insuficiência cardíaca? QUESTÕES DE APRENDIZAGEM: 1) Discutir as principais etiologias e fatores precipitantes que cursam com o quadro clínico da paciente (dispneia e edema); 2) Compreender a fisiopatologia da insuficiência cardíaca (IC) e como é feita a sua classificação; 3) Conhecer os sinais e sintomas da IC; 4) Entender os critérios diagnósticos e as principais etiologias de IC; 5) Discutir a conduta farmacológica e não farmacológica da IC crônica. DISPARADORES: https://www.youtube.com/watch?v=Xenndn86_vo https://www.youtube.com/watch?v=wnwEtAo6R7Q https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen %C3%A7ascardiovasculares/insufici%C3%AAnciacar d%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia- card%C3%ADaca-i http://publicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2 018/v11103/pdf/11103021.p df Bibliografia Recomendada: - III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. Arq Bras Cardiol 2009; 93(1 supl.1): 1-71 - Braunwald. Tratado de doenças cardiovasculares. 9ª. Ed - Como diagnosticar e tratar a insuficiência cardíaca. Barretto, A.C.P - Insuficiência cardíaca. Barretto & Ramires. Arq Bras Cardiol volume 71, (nº 4), 1998 - Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arq Bras Cardiol. 2018; 111(3):436-539 IRAT: 1)Paciente de 72 anos, hipertenso de longa data, com piora progressiva de dispneia aos esforços (subir escadas, tomar banho), fadiga, peso nas pernas e palpitações. Ao exame físico: PA 160 × 80 mmHg, ictus desviado para esquerda, estase jugular e edema de MMII. Qual dos seguintes diuréticos diminui a mortalidade desse paciente? a) Hidroclorotiazida b) Furosemida c) Espironolactona 2 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P d) Clortalidona Diferente dos outros diuréticos, a espironolactona diminui a mortalidade e deve ser usada em pacientes com IC classe funcional III/IV com potássio sérico inferior a 5,0 mEq/ L. https://www.medicinanet.com.br/conteudos/conteu do/3216/medicamentos_utilizados_na_insuficiencia_ cardiaca.htm A ativação do sistema renina-angiotensina- aldosterona na insuficiência cardíaca aumenta a síntese de aldosterona. Esta por sua vez, estimula a produção de fibroblastos, aumentando, assim, a fibrose a apoptose de miócitos cardíacos, o que leva ao remodelamento e à disfunção miocárdica. Para bloquear esses efeitos, os antagonistas dos receptores de mineralocorticoides são prescritos na insuficiência cardíaca. A eficácia desses medicamentos em reduzir a mortalidade foi demonstrada pelo randomized aldactone evaluation study (rales). Demonstrou redução da mortalidade geral e do número de internações por insuficiência cardíaca e melhora da classe funcional da new York heart association com o uso de espironolactona em pacientes com insuficiência cardíaca crônica, fração de ejeção menor que 35% e classe funcional III-IV da new York heart association. 2) A insuficiência cardíaca é uma condição clínica na qual o coração não consegue bombear sangue de forma efetiva para os tecidos, ou quando o faz às custas de altas pressões de enchimento. De acordo com a classificação estrutural, proposta pela American Heart Association, podemos afirmar: a) Os pacientes classe estrutural C ainda não têm alteração morfológica importante, porém já são sintomáticos b) Oqs pacientes classe estrutural A não possuem sintomas e nem mesmo alterações na morfologia cardíaca. c) Os pacientes classe estrutural B podem ter sintomas aos pequenos, médios ou grandes esforços. d) Os pacientes podem alternar entre as classes estruturais, a depender de fatores como infecção e arritmia. e) Os pacientes classe estrutural B ainda não possuem alteração morfológica, porém são sintomáticos de início recente. Segundo texto da sociedade brasileira, temos, que a estratificação de pacientes com IC é medida simples, baseada em dados de história, e que permite ao profissional de saúde avaliar o momento evolutivo da doença em que o paciente se encontra, avaliar qualidade de vida e prognóstico e estabelecer prioridades e linhas terapêuticas. Esta forma de categorização permite uma compreensão evolutiva da doença e, ainda, serve de base para a identificação de pacientes com indicação de intervenções predominantemente preventivas (estágios A e B), terapêuticas (estágios C) ou seleção de pacientes para procedimentos especializados e cuidados paliativos (estágio D). • Estágio A - Inclui pacientes sob risco de desenvolver insuficiência cardíaca, mas ainda sem doença estrutural perceptível e sem sintomas atribuíveis à insuficiência cardíaca. • Estágio B - Pacientes que adquiriram lesão estrutural cardíaca, mas ainda sem sintomas atribuíveis à insuficiência cardíaca. • Estágio C - Pacientes com lesão estrutural cardíaca e sintomas atuais ou pregressos de insuficiência cardíaca. • Estágio D - Pacientes com sintomas refratários ao tratamento convencional, e que requerem intervenções especializadas ou cuidados paliativos. Classificação do paciente com IC Classificação da New York Heart Association (NYHA): avalia a classe funcional do paciente e, apesar do grau de subjetividade, tem boa correlação com prognóstico e qualidade de vida. • Classe I: ausência de sintomas (dispneia) durante atividades cotidianas. A limitação para esforços é semelhante a esperada para indivíduos normais. • Classe II: sintomas desencadeados por atividades cotidianas. • Classe III: sintomas desencadeados por atividades menos intensas que as cotidianas ou aos pequenos esforços. • Classe IV: sintomas em repouso. Classificação da American Heart Association (AHA): nova classificação baseada em estágios (similar ao estadiamento utilizado em câncer); permite rastrear e identificar os pacientes de alto risco, com doença in situ, comdoença clinicamente manifesta e com doença generalizada (refratários). • Estágio A: alto risco de insuficiência cardíaca; sem anormalidade estrutural ou funcional; sem sinais ou sintomas. • Estágio B: doença cardíaca estrutural desenvolvida, fortemente associada à insuficiência cardíaca, mas sem sinais e sintomas. • Estágio C: insuficiência cardíaca sintomática associada à doença cardíaca estrutural subjacente. • Estágio D: doença cardíaca estrutural avançada e sintomas acentuados de insuficiência cardíaca em repouso, apesar de terapêutica máxima. https://www.sanarmed.com/insuficiencia-cardiaca- tudo-que-voce-precisa-saber 3) Dados Internacionais a respeito da IC Insuficiência Cardíaca Aguda, avaliando os anos https://www.medicinanet.com.br/conteudos/conteudo/3216/medicamentos_utilizados_na_insuficiencia_cardiaca.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/conteudo/3216/medicamentos_utilizados_na_insuficiencia_cardiaca.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/conteudo/3216/medicamentos_utilizados_na_insuficiencia_cardiaca.htm https://www.sanarmed.com/insuficiencia-cardiaca-tudo-que-voce-precisa-saber https://www.sanarmed.com/insuficiencia-cardiaca-tudo-que-voce-precisa-saber 3 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P entre 1979 e 2004, mostraram que durante esse período as internações por IC triplicaram, atingindo quase 4 milhões em 2004. Um milhão de hospitalizações anuais é por piora da IC. Sobre isso, assinale a alternativa que esteja completamente correta. a) As taxas de hospitalização aumentaram com a idade e mais de 80% ocorreram em idosos. b) As taxas de hospitalização reduziram com a idade e mais de 80% ocorreram em idosos. c) As taxas de hospitalização aumentaram com a idade e mais de 80% ocorreram em jovens. d) As taxas de hospitalização aumentaram com a idade e mais de 80% ocorreram em jovens. e) As taxas de hospitalização aumentaram com a idade e mais de 90% ocorreram em idosos. https://www.scielo.br/j/abc/a/6CWscRNFQdbmnHBV MqjBtfC A insuficiência cardíaca é uma condição na qual o coração não é capaz de bombear sangue adequadamente de modo a garantir a perfusão do corpo, ou o faz à custa de aumento da pressão de enchimento. Nas últimas décadas, aumentou-se a prevalência de doenças crônicas não-transmissíveis na população brasileira, incluindo aquelas que levam à insuficiência cardíaca, como HAS e IAM ◦ A maior sobrevida dessas condições proporcionadas pelos tratamentos causaram aumento dos casos de IC como complicação. ◦ Nesse cenário, as taxas de hospitalização por IC aumentaram com a idade, e mais de 80% ocorreram em idosos. 4) Em relação à patogênese da Insuficiência Cardíaca (IC), assinale a alternativa CORRETA. a) Os eventos que lesam o músculo cardíaco promovem um aumento do número de miócitos. F – miócitos cardíacos não se dividem na vida adulta, por isso o número não aumenta, mas sim o tamanho – hipertrofia. b) Entre os sistemas neuro-hormonais ativados na IC, está a arginina-vasopressina, que reduz a reabsorção de água. F – acontece retenção de água (reabsorção de água) para preservar o volume circulatório e pressão circulatória. c) Pacientes com IC têm diminuição da atividade de moléculas vasodilatadoras como os peptídeos natriuréticos atrial e cerebral. F – ocorre aumento dos peptídeos – proporcional ao estiramento dos ventrículos d) Na IC há um remodelamento VE, com alterações na geometria ventricular esquerda que incluem, entre outras, um aumento da esfericidade do VE, afinamento da parede do VE e incompetência da valva mitral. V - A dilatação crescente do ventrículo esquerdo causa travamento dos músculos papilares, com consequente insuficiência do aparelho valvar mitral, gerando regurgitamento funcional por essa valva, de modo a agravar a sobrecarga hemodinâmica sobre o ventrículo. https://www.passeidireto.com/arquivo/118007911/p roblema-02-icc e) Pacientes com disfunção do ventrículo esquerdo (VE) apresentam mecanismo compensatórios que incluem a redução do sistema renina- angiotensina-aldosterona e da atividade do sistema nervoso simpático. F – ocorre ativação do SRAA e ativação do Sistema adrenérgico como uma tentativa de manter o débito cardíaco através do aumento da retenção de água e sal. https://www.sanarmed.com/analise-fisiopatologica- da-insuficiencia-cardiaca-congestiva-colunistas Alternativa a: incorreta. Os eventos que lesam o músculo cardíaco promovem hipertrofia e dilatação miocárdica. Alternativa b: incorreta. Entre os sistemas neuro- hormonais ativados na ic, está a arginina- vasopressina, que aumenta a reabsorção de água. Alternativa c: incorreta. Pacientes com ic têm aumento da atividade de moléculas vasodilatadoras como os peptídeos natriuréticos atrial e cerebral. Alternativa d: correta. Na ic há um remodelamento ve, com alterações na geometria ventricular esquerda que incluem, entre outras, um aumento da esfericidade do ve, afinamento da parede do ve e incompetência da valva mitral. Alternativa e: incorreta. Pacientes com disfunção do ventrículo esquerdo (ve) apresentam mecanismo compensatórios que incluem a ativação do sistema reninta-angiotensina-aldosterona e da atividade do sistema nervoso simpático. Na fisiopatologia da insuficiência cardíaca (IC), há várias alterações neuro hormonais na tentativa de melhorar o débito cardíaco. ◦ Ações vasoconstritoras com retenção de sódio e água, pela hiperatividade do sistema nervoso simpático, estimulação do sistema renina- angiotensina aldosterona e liberação de arginina- vasopressina superam as ações vasodilatadoras e natriuréticas pela ação de peptídeos natriuréticos do tipo b (bnps), prostaglandinas e bradicinina. Assim, o resultado é o aumento da resistência vascular periférica e retenção de sódio e água. A persistência de um regime de pressão elevado nas câmaras cardíacas causa hipertrofia e dilatação miocárdica, além de aumento das pressões nos átrios, nas circulações sistêmica e pulmonar. Basicamente a hipertrofia cardíaca decorre do aumento das dimensões dos cardiomiócitos, no entanto, proliferação de tecido conjuntivo intersticial também é observada, dependendo da intensidade do processo hipertrófico. A maior parte das doenças cardíacas acompanha-se de aumento da massa miocárdica. Como os miócitos https://www.scielo.br/j/abc/a/6CWscRNFQdbmnHBVMqjBtfC https://www.scielo.br/j/abc/a/6CWscRNFQdbmnHBVMqjBtfC https://www.passeidireto.com/arquivo/118007911/problema-02-icc https://www.passeidireto.com/arquivo/118007911/problema-02-icc https://www.sanarmed.com/analise-fisiopatologica-da-insuficiencia-cardiaca-congestiva-colunistas https://www.sanarmed.com/analise-fisiopatologica-da-insuficiencia-cardiaca-congestiva-colunistas 4 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P cardíacos são células com possibilidade extremamente restrita de se dividirem na vida adulta, o processo de aumento de massa miocárdica nas doenças cardíacas se dá por hipertrofia. A hipertrofia se manifesta por espessamento absoluto ou relativo das paredes das câmaras devido ao aumento nas dimensões dos cardiomiócitos. http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8- 1/014.pdf A ativação do sistema arginina vasopressina na insuficiência cardíaca secreta o hormônio antidiurético (vasopressina), o qual estimula os receptores V2 (levando à hiponatremia dilucional) e V1a (levando a vasoconstrição, hipertrofia das células miocárdicas e efeito inotrópico negativo). A vasopressina é produzida pelo hipotálamo e transportado por axônios nervosos até a hipófise posterior, de onde é secretado para o sangue e liberado em resposta à hipovolemia e à hipernatremia, regulando a quantidade de água corporal e o nível da pressão sanguínea. A ativação do sistema vasopressina em conjunto com a ativação do sistema simpático e do sistema renina- angiotensina-aldosterona ajudam a preservara pressão circulatória pela vasoconstrição e mantêm estável o volume circulatório pela retenção de água pelos rins. https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/09/429185/ desenvolvimento-sistemico-da-insuficiencia- cardiaca.pdf O sistema peptídeo natriurético é composto de 8 aminoácidos (aa) peptídeos estruturalmente relacionados e estocadoscomo três pró-hormônios: • 126 aa pró-hormônio peptídeo atrial natriurético (ANP); • 108 aa pró-hormônio peptídeo cerebral natriurético (BNP); • 126 aa pró-hormônio peptídeo natriurético tipo-C (CNP). O peptídeo natriurético cerebral (BNP) é uma molécula sintetizada nas células cardíacas produzindo o peptídeo hormonal ativo e seu fragmento biologicamente inativo, o N-terminal-pró-BNP. Sua ativação geralmente ocorre em resposta à sobrecarga volumétrica, pressórica e/ou aumento da tensão de parede ventricular. A liberação deste neurohormônio equilibra os efeitos do sistema renina-angiotensina- aldosterona (RAAS), endotelina e ativação simpática; ocasionando vasodilatação e natriurese. Ações do peptídeo natriurético circulante: Além das ações hipotensoras, natriuréticas, diuréticas e/ou kaliuréticas do PN oriundo dos pró-hormônios ANP/BNP, também é atribuído inibição do sistema renina-angiotensina, fluxo simpático e proliferação celular endotelial e músculo liso vascular. ANP e BNP diferem em sua regulação fisiológica, sendo que o ANP age primariamente como hormônio peptídeo natriurético circulante sob condições normais e BNP sendo secretado primariamente como resultado de um estresse aumentado na parede miocárdica. http://files.bvs.br/upload/S/1679- 1010/2009/v7n6/a009.pdf O coração não tem apenas uma função de bomba, funciona igualmente como órgão endócrino. Em situações fisiológicas, o peptídeo natriurético do tipo- B (BNP), além de ser produzido nos átrios, também o é no cérebro e nos miócitos ventriculares, tem os efeitos diurético, natriurético e vasodilatador, possuindo ainda efeito inibitório sobre o sistema nervoso simpático (SNS). O BNP pode ser confiavelmente dosado. Mecanismos fisiopatológicos específicos podem explicar a ligação entre doenças cardíacas e níveis de peptídeo no plasma. Destes, o estiramento mecânico do miócito é o mais importante, refletindo em aumento de volume ou de pressão, os quais podem ser vistos na IC. O BNP e o N-terminal pró-hormônio (NT-pró-BNP) tornaram-se aceitos como marcadores de IC com significado fisiopatológico superior àqueles métodos tradicionais, sendo úteis no diagnóstico, na estimação do prognóstico e na orientação de sua terapia. Quando o paciente descompensa, os valores de BNP se elevam proporcionalmente à distensão dos ventrículos sendo os níveis deste marcador tão mais altos quanto maior a distensão ventricular que, portanto, se relaciona com a manifestação clínica e a intensidade da descompensação do paciente. http://ggaging.com/details/94/pt-BR/relationship- between-treatment-of-heart-failure-and-b-type- natriuretic-peptide Chama-se remodelamento a ocorrência de alterações moleculares, celulares e intersticiais que se manifestam como mudanças no tamanho, forma e função do coração após uma lesão cardíaca, sobrecarga pressórica ou volumétrica ou, ainda, devido a uma adaptação fisiológica. O remodelamento do VE provoca mudanças no diâmetro, massa (hipertrofia ou atrofia), geometria (espessura das paredes e forma da cavidade), áreas de cicatriz após infarto do miocárdio, fibrose ou infiltrado inflamatório (miocardites). Os métodos utilizados paras detectar essas mudanças são a ecocardiografia, a ventriculografia e a ressonância magnética cardíaca. Outras formas de diagnóstico, ainda não utilizadas na rotina clínica, são a detecção de marcadores celulares que manifestam a mudança de expressão de alguns genes que modificam as cadeias da proteínas contráteis, alterando as condições bioquímicas celulares. A principal consequência do remodelamento patológico é a disfunção miocárdica, marcando o início e a progressão da disfunção ventricular, que começa com mudanças genéticas em resposta ao dano cardíaco, provocando alterações celulares e moleculares que levam à perda progressiva da função ventricular, assintomática primeiro, evoluindo depois para sintomas e sinais de insuficiência cardíaca. http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-1/014.pdf http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-1/014.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/09/429185/desenvolvimento-sistemico-da-insuficiencia-cardiaca.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/09/429185/desenvolvimento-sistemico-da-insuficiencia-cardiaca.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/09/429185/desenvolvimento-sistemico-da-insuficiencia-cardiaca.pdf http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2009/v7n6/a009.pdf http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2009/v7n6/a009.pdf http://ggaging.com/details/94/pt-BR/relationship-between-treatment-of-heart-failure-and-b-type-natriuretic-peptide http://ggaging.com/details/94/pt-BR/relationship-between-treatment-of-heart-failure-and-b-type-natriuretic-peptide http://ggaging.com/details/94/pt-BR/relationship-between-treatment-of-heart-failure-and-b-type-natriuretic-peptide 5 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P Os eventos começam com o dano miocárdico, que pode ser causado por apoptose de miócitos (como ocorre no infarto do miocárdio), por inflamação (como ocorre nas miocardites), por causas tóxicas (como acontece na toxicidade por agentes quimioterápicos), por mudanças genéticas (como visto nas cardiomiopatias por mutação de proteínas sarcoméricas), por sobrecargas pressóricas volumétricas (como ocorre na hipertensão e nas valvopatias). https://blog.escolaecope.com.br/o-remodelamento- miocardico/ Gabarito estratégia: Alternativa “a” incorreta. Os eventos relacionados ao remodelamento cardíaco e que causam lesão miocárdica, levam a uma redução do número dos miócitos, através de apoptose de degeneração celular. Alternativa “b” incorreta. O remodelamento cardíaco depende diretamente da ativação crônica de sistemas neuro-hormonais e de citocinas as quais podemos citar: ● Sistema adrenérgico (simpático) ● Sistema Renina- Angiotensina-Aldosterona (SRAA) ● Liberação de vasopressina/ADH ● Liberação de endotelina ● Liberação de citocinas (TNF-alfa, IL-1, IL-6) ● Liberação de peptídeos natriuréticos Com relação à vasopressina ou ADH, este corresponde a um hormônio produzido no hipotálamo e secretado na neuro-hipófise (hipófise posterior) a partir do estímulo dos níveis de renina e catecolaminas séricas. Age causando vasoconstrição periférica e RETENÇÃO de água livre pela sua ação nos túbulos coletores (hiponatremia dilucional), logo, promove aumento da reabsorção tubular de água. Alternativa “c” incorreta. Os peptídeos natriuréticos são contrarreguladores da ativação neuro-hormonal na IC, ou seja, eles têm efeitos opostos à angiotensina II, aldosterona, noradrenalina e vasopressina, pois atuam promovendo VASODILATAÇÃO e natriurese. Alternativa “d” correta. O remodelamento cardíaco corresponde ao conjunto de alterações do tamanho, forma e função dos ventrículos, como resposta do miocárdio a: 1) Sobrecarga hemodinâmica (Sobrecarga de Pressão e de Volume) 2) Ativação crônica de sistemas neuro-hormonais e citocinas De forma geral, independente do estímulo inicial, observa-se no processo de remodelamento cardíaco: - Alteração da geometria (forma) ventricular Ventrículo torna-se dilatado e esférico, podem ter afinamento de suas paredes e a própria alteração da geometria pode levar a incompetência da valva mitral. - Degeneração/apoptose dos miócitos morte das células miocárdicas. - Hiperproliferação de fibroblastos Fibrose reparativa, secundária a apoptose miocárdica - Piora progressiva da função ventricular, com consequente redução da sobrevida do paciente. Alternativa “e” incorreta. A disfunção do VE gerará um hipofluxo renal que será percebido pelosbarorreceptores posicionados nas arteríolas aferentes renais, no aparelho justaglomerular, ATIVANDO o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA). https://med.estrategia.com/public/questoes/a- patogenese12a672f517/ 5)Sobre o uso de betabloqueadores no tratamento da Insuficiência Cardíaca (IC), é CORRETO afirmar que: a) São drogas de segunda linha e nuca devem ser prescritas no início do tratamento da ic. b) A dose inicial do carvedilol deve ser de 12,5 mg, de 12 em 12 horas. F – essa é a dose para hipertensão. A dose inicial na ICC é 3,125 mg VO, duas vezes ao dia por duas semanas. https://aplicacoes.einstein.br/manualfarmaceutico/P aginas/RelacaoMedicamentos.aspx?tipo=&filtro=C& busca=%22%22&nComID=875 c) As melhores opções para o tratamento da IC são atenolol, carvedilol e metoprolol. d) São contraindicados em pacientes com bloqueio atrioventricular de segundo grau V - Os pacientes não devem ser tratados com betabloqueadores se apresentarem doença broncoespástica importante ou bloqueio cardíaco ou bradicardia sintomáticos, a não ser que utilizem marcapasso. http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8- 4/paradoxo.pdf e) São especialmente úteis em pacientes que apresentam edema generalizado Alternativa A: INCORRETA. As seguintes terapias iniciais são usadas em combinação para tratamento do ICC: diurético; bloqueador do sistema de angiotensina (inibidor do receptor da angiotensina- https://blog.escolaecope.com.br/o-remodelamento-miocardico/ https://blog.escolaecope.com.br/o-remodelamento-miocardico/ https://med.estrategia.com/public/questoes/a-patogenese12a672f517/ https://med.estrategia.com/public/questoes/a-patogenese12a672f517/ https://aplicacoes.einstein.br/manualfarmaceutico/Paginas/RelacaoMedicamentos.aspx?tipo=&filtro=C&busca=%22%22&nComID=875 https://aplicacoes.einstein.br/manualfarmaceutico/Paginas/RelacaoMedicamentos.aspx?tipo=&filtro=C&busca=%22%22&nComID=875 https://aplicacoes.einstein.br/manualfarmaceutico/Paginas/RelacaoMedicamentos.aspx?tipo=&filtro=C&busca=%22%22&nComID=875 http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-4/paradoxo.pdf http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-4/paradoxo.pdf 6 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P neprilisina, inibidor da enzima de conversão da angiotensina ou bloqueador do receptor da angiotensina II; BETABLOQUEADOR; e hidralazina mais nitrato (usado como alternativa a um bloqueador do sistema de angiotensina) demonstraram melhora dos sintomas (incluindo redução na hospitalização por IC) e sobrevida. Os betabloqueadores, são medicações de primeira linha, MAS não necessariamente devem ser os primeiras drogas a serem prescritas e só devem ser iniciados em pacientes estáveis. Alternativa B: INCORRETA. A dose inicial do carvedilol é de 3,125 mg duas vezes ao dia por 2 semanas, então, se tolerada, deve ser aumentada gradualmente (por exemplo, dobrando a dose a cada ~2 semanas) para a dose recomendada ou máxima tolerada durante o monitoramento de sinais e sintomas de insuficiência cardíaca. A dose maxima de carvedilol é de 25mg de 12/12 horas em pacientes com 85kg ou menos e de 50mg 12/12h em pacientes acima de 85kg. Alternativa C: INCORRETA. Pacientes com nenhuma ou mínima evidência atual de sobrecarga de volume devem ser tratados com um dos três betabloqueadores a seguir com benefícios clínicos estabelecidos em estudos randomizados: carvedilol (liberação imediata ou liberação prolongada), succinato de metoprolol de liberação prolongada ou bisoprolol. Alternativa D: CORRETA. Vale relembrar as contraindicações do uso de betabloqueadores: Bloqueio atrioventricular (AV) de segundo ou terceiro grau (na ausência de marca-passo). Frequência cardíaca <50 batimentos por minuto. A asma é uma contra-indicação relativa. Alternativa E: INCORRETA. Pelo contrário, os betabloqueadores devem ser usados com cautela em pacientes com sinais persistentes de congestão e sobrecarga de volume, como pressão venosa jugular elevada, ascite, edema periférico acentuado, sendo recomendada consulta e avaliação do cardiologista nesses casos. Durante muitos anos, acreditou-se que os betabloqueadores deveriam ser evitados nos pacientes com insuficiência cardíaca (IC). A justificativa era de que os sintomas e a função ventricular esquerda em portadores de IC piorariam com a redução da contratilidade miocárdica, além do que se estaria abortando a resposta compensatória do estímulo simpático. Todos os pacientes com IC classe II, III ou IV (compensada) devido à disfunção ventricular sistólica esquerda devem ser tratados com betabloqueador, a não ser que tenha sido previamente demonstrada intolerância ao tratamento com essa droga. Os betabloqueadores são recomendados com o objetivo de melhorar os sintomas e reduzir o risco de morte e hospitalização nos casos de IC leve a moderada com fração de ejeção inferior a 40%. Os betabloqueadores devem ser adicionados aos protocolos de tratamento preexistentes quando tiverem sido estabelecidos o uso de diuréticos e um inibidor da enzima conversora da angiotensina. http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8- 4/paradoxo.pdf 6) Em relação ao atendimento do paciente com insuficiência cardíaca descompensada, é correto afirmar: a) No perfil B – Suspender betabloqueador, iniciar furosemida EV e suspender demais medicações em uso b) No perfil C – Iniciar betabloqueador, furosemida EV e inotrópico; e manter demais medicações em uso c) No perfil B - Manter o betabloqueador, iniciar furosemida EV e manter demais medicações em uso d) No perfil C - Suspender o betabloqueador, iniciar furosemida EV, realizar teste terapêutico com 250 - 500 ml de solução fisiológica 0,9%, e manter demais medicações em uso Alternativa a: incorreto não há indicação de suspensão do betabloqueador (e de outras drogas como ieca ou bra). O restante da conduta está correta Alternativa b: incorreto – a alternativa pode confundir, pois não há indicação de iniciar betabloqueador, embora esse possa ser mantido (deve ser avaliado cada paciente) Alternativa c: correto – igual alternativa a, porém com correção do erro de retirar o betabloqueador Alternativa d: incorreto – o que esses pacientes menos precisam é de expansão volêmica! Na IC descompensada, classificamos o paciente em perfis hemodinâmicos. São 4 ao todos e eles avaliam a perfusão tecidual (pelos termos quente e frio) e o nível de congestão (pelos termos seco e úmido). Dessa forma, temos os seguintes perfis: Perfil A - quente e seco: boa perfusão e sem congestão. Perfil estável e a meta a ser alcançada na ic descompensada Perifil B - quente e úmido: boa perfusão e congestão. Nesses pacientes, é indicado a restrição hídrica, uso de diuréticos e vasodilatadores para compensar a congestão Perfil C - frio e úmido: má perfusão e congestão. Perfil mais grave, com paciente necessitando muitas vezes de medidas invasivas e uso de drogas inotrópicas como a dobutamina Perfil L - frio e seco. Má perfusão e sem congestão. Perfil intermediário, que pode descompensar para o c ou ser um sinal de recuperação em direção ao perfil a. Nesses pacientes, deve-se usar drogas inotrópicas e vigiar para não realizar congestão. 7) Homem, 65 anos, admitido com quadro de taquicardia, febre de 38 °C, dispneia progressiva aos esforços, evoluindo para dispneia ao repouso, edema de membros inferiores e ortopneia. Seu RX http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-4/paradoxo.pdf http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-4/paradoxo.pdf 7 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P de tórax revelou consolidação pulmonar, ECG sinusal, com sobrecarga de câmaras esquerdas. Ecodoppler apresenta FE estimada em 35%. Após tratamento com antibiótico, evoluiu assintomático, sem sinais de congestão e em condições de alta, apresentando PA 120X75 mmHg e FC78 bpm. Qual o tratamento adicional mais adequado a ser prescrito? a) Antibioticoterapiaestendida b) Inibidor da ECA e betabloqueador (Metoprolol) c) Digital e diurético tiazídico d) Diurético de alça e nitrato e) Anticoagulação oral Paciente com quadro de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida evidenciado pelo eco; que descompensou pelo processo infeccioso. Nesses casos, a instituição de ieca e beta bloqueadores é a medida farmacológica mais importante, vista que essas são as que impedem o remodelamento cardíaca e culminam na redução de mortalidade. Alternativa a: incorreta. Não há necessidade de estender a antibioticoterapia. Paciente com quadro de pneumonia e responsivo a terapêutica padrão. Alternativa b: correta. Alternativa c e d: incorreta podem ser instituídas para alívio de sintomas, mas não são as mais importantes no momento. Alternativa e: incorreta. Não há justificativa para anticoagular esse paciente. 8) Um paciente de 61 anos de idade, portador de cardiopatia isquêmica há 10 anos, com história de várias internações por causa de edema agudo de pulmão e angina instável, foi submetido a cirurgia de revascularização miocárdica em 2010. Há dois meses, passou a ter dispneia aos mínimos esforços, inclusive em repouso, e episódios frequentes de dispneia paroxística noturna. Está em uso irregular das medicações em doses baixas (diurético, betabloqueador e vasodilatador orais). Ao exame físico, PA = 120 mmHg X 80 mmHg, FC = 90 bpm, FR = 20 irpm, Sat02 = 95%, consciente e orientado, hipocorado (+/4+), com presença de turgência jugular a 45 graus, murmúrio vesicular diminuído em bases com estertores nos dois terços inferiores bilateralmente, ictus desviado para a esquerda, ritmo cardíaco irregular, B3, sopro sistólico 2+/6+ em foco mitra, macicez móvel à percussão do fígado, fígado aumentado, refluxo hepatojugular presente, edema de membros inferiores 3+/4 até os joelhos e extremidades com tempo de enchimento capilar de 2 segundos. Em relação aos critérios maiores de Framingham para o diagnóstico de insuficiência cardíaca, aqueles que estão presentes nesse caso são a) galope de B3, hepatomegalia, refluxo hepatojugulare cardiomegalia. b) refluxo hepatojugular, galope de B3, edema pulmonar agudo e estertores pulmonares c) turgência jugular, cardiomegalia, edema de membros inferiores e estertores pulmonares d) estertores pulmonares, derrame pleural, edema pulmonar agudo e dispneia paroxística noturna e) hepatomegalia, murmúrio vesicular diminuído e edema pulmonar crônico. Clinicamente temos alguns escores diagnósticos que nos auxiliam no diagnóstico da insuficiência cardíaca, sendo um dos principais é o escore de FRAMINGHAM, onde temos: Critérios maiores: ◦ dispnéia paroxística noturna; perda de 4,5kg em 5 dias de tratamento; turgência jugular; estertores crepitantes; edema agudo de pulmão; pvc>16 cm h20; terceira bulha (b3) refluxo hepatojugular; cardiomegalia (no raio x ); edema pulmonar, congestão visceral (autópsia). Critérios menores: ◦ tosse noturna; dispneia aos esforços; redução da capacidade vital < 1/3 do valor máximo; derrame pleural; taquicardia (fc> 120 bpm); edema de membros inferiores. Onde para firmar o diagnóstico de ic, são necessários 2 critérios maiores ou 1 critério maior e 2 menores. 9) Com relação ao tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida (ICFEr), assinale a alternativa incorreta. a) A utilização dos antagonistas da aldosterona deve ser considerada nos pacientes que se mantenham sintomáticos, classes funcionais NYHA (New York Heart Association) II a IV, apesar do uso de diuréticos, betabloqueadores e inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECA) ou bloqueadores de receptores da angiotensina II (BRA). b) Os iECA aumentam a sobrevida, reduzem as internações hospitalares e melhoram a classe funcional dos pacientes com ICFEr. c) A combinação de hidralazina e nitrato pode ser empregada nos pacientes portadores de insuficiência renal e / ou hipercalemia, quando os ¡ECA ou os BRA estiverem contraindicados. d) Os betabloqueadores são indicados para os pacientes com ICFEr, exceto aqueles na classe funcional IV. Sabidamente bem comprovado em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, o uso de betabloqueadores, a menos que contra indicados pelos antecedentes de asma, bloqueio atrioventricular de 2° ou 3° grau ou intolerância significativa anterior, são cruciais para o tratamento e um acréscimo importante aos inibidores da eca e apresentam benefícios clínicos comprovados de melhora da classe funcional, redução da progressão dos sintomas de ic e redução de internação hospitalar, em pacientes com ic com disfunção sistólica, classe funcional l a iv da nyha. Sinalizando 8 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P que as outras alternativas são proposições verdadeiras sobre o tema 10) A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica em que o coração é incapaz de ofertar oxigênio aos tecidos em taxas adequadas as suas demandas. Sobre essa importante morbidade cardiovascular, qual das medicações abaixo não tem sido recomendada para melhorar a sobrevida de paciente com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida sintomática, com ecocardiograma estimando a fração de ejeção em 32%? a) Sacubitril-valsartana b) Ramipril c) Atenolol d) Espironolactona e) Candesartana A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA É UMA ENTIDADE CLÍNICA MUITO IMPORTANTE NA MEDICINA. Seu tratamento varia de acordo com o estágio da doença, classificação e etiologia e o perfil clínico. O paciente em questão possui fração de ejeção reduzida (fer) de 32% sintomático, vamos avaliar cada alternativa em busca do medicamento que não seja indicado para esse quadro. Muito cuidado pois a questão não pede somente os modificadores de mortalidade, mas sim todos que possuem indicação! ALTERNATIVA A: INCORRETO – É indicado como substituto dos iecas em pacientes sintomáticos mas que já estão com o tratamento otimizado ALTERNATIVA B: INCORRETO – O ramipril é um ieca.Os ieca constituem um grupo de fármacos com comprovados benefícios na evolução de pacientes com icfer, tanto em relação à morbidade, como à mortalidade, além de conferirem melhora na qualidade de vida ALTERNATIVA C: CORRETO - CUIDADO! Apesar de ser um betabloqueador, não é recomendado. Segundo a diretriz: os bb são considerados fármacos de primeira linha no tratamento da icfer, pois determinam benefícios clínicos na mortalidade global, na morte por ic e por morte súbita, além de melhorarem sintomas e reduzirem taxas de re- hospitalizações por ic em inúmeros estudos clínicos. Estes resultados foram demonstrados de forma consistente com o uso de carvedilol, bisoprolol e succinato de metoprolol ALTERNATIVA D: INCORRETO – Os antagonistas dos receptores mineralocorticoides (espironolactona/eplerenona) estão indicados em pacientes sintomáticos com disfunção sistólica do ve, em classes funcionais ii a iv da nyha, associados ao tratamento padrão, apresentando efeitos contundentes sobre mortalidade e taxas de re- hospitalização. Fazem parte do arsenal de drogas para ic com fração de ejeção reduzida segundo a última diretriz da sociedade brasileira de cardiologia ALTERNATICA E: INCORRETO – A candesartana é uma bra. Os bloqueadores dos receptores da angiotensina ii (bras) são alternativa com eficácia comparável aos ieca e estão indicados em pacientes intolerantes ou com alergia documentada a esta classe de fármacos.
Compartilhar